Aníbal Cavaco Silva ROTEIROS ...... III ......

2008 | 2009 IMPRENSA NACIONAL-CASA DA MOEDA Aníbal Cavaco Silva ROTEIROS ...... I I I ......

INTERVENÇÕES DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA NO ANO DE 2008 | 2009 Índice

13 Prefácio

29 I. Inteiro

33 Sessão Solene Comemorativa do XXV Aniversário do Tribunal Constitucional Centro Cultural de Belém, 9 de Abril de 2008

37 Jantar Oferecido pelo Presidente da Assembleia Legislativa Regional da Região Autónoma da Madeira Funchal, 14 de Abril de 2008

41 Sessão Solene Comemorativa do XXXIV Aniversário do 25 de Abril Assembleia da República, 25 de Abril de 2008

47 Cerimónia Comemorativa dos 200 Anos da Ordem Militar da Torre e Espada Liga dos Combatentes, 13 de Maio de 2008

51 Mensagem Dirigida às Comunidades Portuguesas por Ocasião do Dia de Portugal Viana do Castelo, 9 de Junho de 2008

53 Cerimónias Militares das Comemorações do Dia 10 de Junho Viana do Castelo, 10 de Junho de 2008

57 Sessão Solene das Comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas Viana do Castelo, 10 de Junho de 2008

65 Tomada de Posse da Comissão Organizadora das Comemorações do Centenário da República Lisboa, 12 de Junho de 2008

67 Sessão Solene Comemorativa dos 175 Anos do Supremo Tribunal de Justiça Lisboa, 16 de Setembro de 2008

71 Cerimónia Evocativa dos 98 Anos da Proclamação da República Lisboa, 5 de Outubro de 2008

77 Mensagem de Ano Novo Palácio de Belém, 1 de Janeiro de 2009

81 Sessão Solene de Abertura do Ano Judicial Supremo Tribunal de Justiça, 27 de Janeiro de 2009 6 ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS 109 103 139 143 129 133 153 135 123 107 147 157 113 121 117 99 95 87 91 IV Encontro Porto, 2deJunho2008 Fátima, 30deJaneiro2009 das InstituiçõesdeSolidariedade Sessão SolenedeAberturadoIVCongressodaConfederação Nacional Lisboa, 19deDezembro2008 Visita àAssociaçãodosDeficientesdas Forças Armadas Palácio deBelém,18Dezembro2008 Mensagem porOcasiãodoDiaMundialMigrante Lisboa, 27deOutubro2008 Conferência Internacional“OsDesafiosdoMovimento Sindical” Pombal, 26deOutubro2008 da LigaPortugueses dosBombeiros Sessão SolenedeEncerramento doCongressoNacional Lisboa, 22deJunho2008 Cerimónia Comemorativa do40ºAniversário daComunidadeIslâmicadeLisboa Fundação CalousteGulbenkian,30deMaio2008 Sessão deAberturadoICongressoInternacionalInovação Social III. Desenvolvimento eCoesãoSocial Museu doOriente,20deNovembro2008 Cerimónia deEncerramento doIIEncontrodaRedePME Inovação Lisboa, 17deNovembro2008 Mensagem porOcasiãodaSemanaGlobaldoEmpreendedorismo2008 Lisboa, 11deNovembro2008 Sessão deEncerramento doVEncontroNacional deInovação Beja, 26deAbril2008 Sessão Comemorativa dos25Anosda II. Lisboa, 8deMaio2008 Inauguração doMuseu Oriente Câmara MunicipaldoFunchal,15 deAbril2008 Sessão SoleneComemorativa dos 500AnosdaCidadedoFunchal Lisboa, 8deAbril2008 Sessão deAberturadoFórum GulbenkiandeSaúde IV. Saúde,Educação,CiênciaeCultura Sessão deAberturadoCongressodasComunicações Nápoles, 27deJunho2008 EconomiaeCrescimentoSustentável COTEC Europa OVIBEJA APDC COTEC 209 205 229 233 223 193 189 195 159 163 201 185 213 197 179 167 175 217 177 181 171 Assembleia daRepública,1deAbril de2008 Cerimónia deAtribuição doPrémioNorte-Sul 2008doConselhodaEuropa , 25deMarço2008 Sessão deAberturadoColóquio“Português, LínguaGlobal” Maputo, 25deMarço2008 Sessão SolenedaAssembleiaRepública deMoçambique Maputo, 24deMarço2008 Banquete OferecidopeloPresidentedaRepúblicadeMoçambique Maputo, 24deMarço2008 Seminário EconómicoeEncontroEmpresarialMoçambique-Portugal Maputo, 24deMarço2008 Sessão SolenedoConselhoMunicipaldeMaputo V. Portugal naEuropaenoMundo Lisboa, 19deFevereiro2009 Sessão deAberturadoIIICongressodaComunidadeMédicaLínguaPortuguesa Sociedade deGeografiaLisboa,17Fevereiro2009 Cerimónia deHomenagem aoAlmirante Gago Coutinho Casino doEstoril,2deFevereiro2009 Cerimónia deAtribuição doPrémioFernando Namora Lisboa, 15deDezembro2008 Cerimónia deAtribuição dosPrémiosLiterários doPENClubePortuguês Guarda, 27deNovembro2008 Sessão SoleneComemorativa doDiadaCidadeGuarda Palácio deBelém,4Novembro2008 Homenagem aosPioneirosdaBioéticaemPortugal Vila deRei,26Outubro2008 Inauguração daBibliotecaJosé CardosoPires São Jorge,11deOutubro2008 Inauguração doCentrodeInterpretaçãodaBatalha deAljubarrota Sede dasNaçõesUnidas,25deSetembro2008 Encontro deAltoNível sobreosObjectivos deDesenvolvimento doMilénio Casa deMateus,12Setembro2008 Cerimónia deAtribuição doPrémioLiterário D.Dinis Mosteiro dosJerónimos,9deSetembro2008 Cerimónia deEntrega doPrémiodeVisãodaFundação Champalimaud Mosteiro dosJerónimos,25deJulho2008 Cerimónia deEntrega doPrémioCamões Câmara MunicipaldeVianadoCastelo,9Junho2008 Sessão SolenedeBoas-Vindas porOcasiãodasComemorações doDiadePortugal Coimbra, 31deMaio2008 Cerimónia deHomenagem aoDoutorFrancisco Lucas Pires 7 ÍNDICE 8 ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS 309 269 249 303 305 295 265 245 285 253 279 287 237 275 257 301 291 261 241 313 20 deAgosto2008 Regime Jurídico do Divórcio Mensagem àAssembleia daRepúblicaapropósitodevolução dodiplomaquealtera o Palácio deBelém,31Julho2008 Comunicação aoPaís sobreoEstatuto Político-Administrativo dosAçores Osnabrück, 6deMarço2009 Encontro comaComunidadePortuguesa ResidentenaAlemanha Berlim, 4deMarço2009 Seminário EconómicoeEncontrosEmpresariaisAlemanha-Portugal Berlim, 3deMarço2009 Banquete OferecidopeloPresidentedaRepúblicaFederal daAlemanha Berlim, 3deMarço2009 Cerimónia deBoas-Vindas naCâmara MunicipaldeBerlim Palácio deQueluz,12Janeiro2009 Cerimónia deApresentaçãoCumprimentosAnoNovo peloCorpoDiplomático Palácio daAjuda,12deNovembro2008 Banquete OficialemHonra doPresidentedeMalta Nova Iorque,24deSetembro2008 “Responsabilidade Partilhada, DestinoComum” 63ª SessãodaAssembleiaGeral dasNações Unidas Bratislava, 4deSetembro2008 Banquete OferecidopeloPresidentedaRepúblicaEslovaca Varsóvia, 3deSetembro2008 Seminário Diplomático “EuropaCentral edeLeste” Varsóvia, 2deSetembro2008 Banquete OferecidopeloPresidentedaRepúblicaPolónia Varsóvia, 2deSetembro2008 Seminário “RelaçõesEconómicasPolónia-Portugal” Palácio deQueluz,21Julho2008 Banquete OficialemHonra doPresidentedaRepúblicade Cabo Verde Palácio daAjuda,23deJunho2008 Banquete OficialemHonra doPresidentedaRepública Ucrânia Palácio daAjuda,27deMaio2008 Banquete OficialemHonra deSuasMajestadesosReisda Noruega Palácio daAjuda,5deMaio2008 Banquete OficialemHonra deSuasMajestadesosReisdaSuécia Revista Artigo deOpinião“Nelson Mandela,UmGigante doNosso Tempo” Palácio deBelém,9Maio2008 Declaração porOcasiãodaRatificação doTratado deLisboa Anexos Vis ã o , 3deJulho2008 339 329 345 335 323 327 319 331 Passos daAgenda 2 deMarço2009 dos meiosdecomunicaçãosocial do diplomaqueaprova aLeidopluralismo edanãoconcentração Mensagem àAssembleiadaRepúblicaapropósitodevolução 3 deFevereiro2009 do diplomaquealtera aLeiEleitoral para aAssembleiadaRepública Mensagem àAssembleiadaRepúblicaapropósitodevolução Palácio deBelém,29Dezembro2008 dos Açores Declaração relativa àpromulgação doEstatuto Político-Administrativo Palácio deBelém,5Dezembro2008 no Estrangeiro Mensagem dirigidaaosMilitareseAgentes deSegurança emMissão Palácio deBelém,14Novembro2008 Mensagem dirigidaaoXICongressoNacional deRadiodifusão 27 deOutubro2008 que aprova arevisãodoEstatuto Político-Administrativo dosAçores Mensagem àAssembleiadaRepúblicaapropósitodevolução dodiploma 21 deOutubro2008 do diplomaquealtera oRegimeJurídico doDivórcio Mensagem àAssembleiadaRepúblicaapropósitopromulgação 9 ÍNDICE

Prefácio

A crise económica e financeira 13 Os efeitos da crise financeira internacional sobre a economia portuguesa, em particular sobre o desemprego e sobre o risco de pobreza e exclusão social, dominaram as minhas preocupações no terceiro ano de mandato como Presidente da República, período a que se refere o conjunto das in- tervenções reunidas neste livro. No quadro das minhas competências e no respeito pela acção de quem de- tém a responsabilidade de governar, definindo e executando as políticas pú- blicas, procurei contribuir para minorar os custos económicos e sociais da crise e para que o País trilhe um caminho que permita vencer os desafios com que está confrontado. O abrandamento da economia portuguesa que se tem vindo a verificar não me surpreendeu excessivamente. Primeiro, porque se tornou claro, desde o segundo semestre de 2007, que se estava perante uma deterioração acentuada do sistema financeiro inter- nacional, a qual, apesar da sua origem localizada, teria consequências ine- vitáveis sobre a economia global. No Verão de 2007, começaram a ser conhecidos os elevadíssimos prejuízos registados por grandes bancos internacionais, sediados em países desen- volvidos, resultantes, sobretudo, de erros de avaliação do risco de aplica- ções financeiras relacionadas, em particular, com produtos do mercado norte‑americano de crédito hipotecário à habitação (o chamado subprime). A perda de confiança dos investidores que se seguiu levou a uma quebra acentuada da liquidez dos mercados financeiros e dos mercados monetá- rios interbancários, a uma forte turbulência nas bolsas de valores, ao agra- vamento da crise do mercado imobiliário e, consequentemente, à redução do crédito e deterioração das condições de financiamento das economias. Daí às intervenções de emergência das autoridades monetárias e dos natureza da restrição externa, não a elimina: a acumulação de um passivo governos em instituições bancárias com graves problemas de liquidez e externo líquido não pode continuar indefinidamente.»

ROTEIROS solvabilidade, e à falência de outras, foi um passo relativamente curto. O meu empenho em ajudar o País e os Portugueses a enfrentar as dificulda- |

A intervenção do Banco de Inglaterra no banco Northern Rock ocorreu des tem-se processado de múltiplas formas. em Setembro de 2007 e a falência do banco Lehman Brothers, em Setem- Entendi que é importante falar verdade aos Portugueses, de modo a induzir ANÍBAL CAVACO SILVA CAVACO ANÍBAL bro de 2008, provocou o colapso, à escala global, da confiança no sector comportamentos que permitam atenuar os efeitos da crise e preparar um PREFÁCIO 14 bancário. futuro colectivo mais próspero e mais justo. Só conhecendo a verdade da 15 Desde muito cedo que se tornou óbvio para mim que uma crise do sistema situação económica do País e dispondo de informação correcta podem as financeiro internacional de tal dimensão não poderia deixar de vir a ter pessoas tomar decisões certas e ponderadas, que protejam o seu futuro e o consequências muito negativas sobre os níveis de produção, o emprego e dos seus filhos. Como disse na cerimónia de Comemoração dos 98 Anos da as condições de vida das famílias. Proclamação da República, «a verdade gera confiança, a ilusão é fonte de Bastava ter presente a função vital que, numa economia de mercado, cabe ao descrença». sistema financeiro: facilitar os pagamentos e intermediar a utilização da pou- Ao mesmo tempo, tenho procurado incutir nos Portugueses ânimo e von- pança, captando-a junto dos aforradores, sob a forma de depósitos e outros tade de vencer as dificuldades, apelando ao trabalho, ao sentido de respon- instrumentos, e canalizando-a para os investidores, sob a forma de emprés- sabilidade, ao empreendedorismo, à criatividade, à união de esforços. timos. É por isso que uma perturbação grave no funcionamento do sistema Aos jovens, tenho dirigido palavras de estímulo à aquisição das competên- financeiro dificulta, ou impede mesmo, o crescimento da economia. cias e qualificações exigidas pelos tempos em que vivemos e apelado a que, A segunda razão por que não me surpreenderam excessivamente os efeitos perante a dificuldade em conseguir o primeiro emprego, não se deixem da crise financeira internacional em Portugal reside no facto de a mesma vencer pela descrença e acreditem nas suas capacidades. ter chegado quando a economia portuguesa ainda apresentava vulnerabili- Tenho chamado a atenção dos empresários para a necessidade de aprovei- dades estruturais sérias, conhecidas, de resto, da generalidade dos econo- tarem as oportunidades que sempre existem em tempo de crise, para não mistas atentos da realidade do País. adiarem os projectos de investimento que são claramente rentáveis, princi- Se dúvidas houvesse, bastaria ler os primeiros parágrafos das Conclusões palmente nos sectores vocacionados para a exportação, para que apostem Preliminares da Missão do Fundo Monetário Internacional, de 14 de Julho na qualidade, na inovação, no desenvolvimento tecnológico e na qualifica- de 2008 (disponível em [www.bportugal.pt] ): «A deterioração da conjuntu- ção dos recursos humanos, por forma a melhor enfrentarem a concorrên- ra económica mundial está a prejudicar a recuperação de Portugal, mas os cia na economia global. É na produção de bens e serviços que concorrem problemas fundamentais que condicionam a economia portuguesa são de com a produção estrangeira que se joga a capacidade competitiva do País e, raiz interna: amplos défices da balança corrente e orçamental; nível elevado consequentemente, a contenção do endividamento externo. da dívida das famílias, das empresas e do sector público; e um significativo Junto de responsáveis políticos e agentes económicos estrangeiros, tenho hiato em matéria de competitividade. Portugal tem estado a viver acima das procurado evidenciar as potencialidades do País e contribuir para a melho- suas possibilidades desde há muitos anos, obtendo financiamento do resto ria da sua imagem no exterior. do mundo através do sistema bancário, aumentando o endividamento exter- Aos Portugueses que se encontram em situações particularmente difíceis, no. Porém, embora a participação na União Económica e Monetária altere a tenho expressado a minha solidariedade, defendendo, ao mesmo tempo, uma atenção particular, por parte dos poderes públicos, para com as regi- Quando todos os esforços devem estar centrados na recuperação do atraso ões do País mais atingidas pela crise e a constituição de uma reserva para económico, no combate ao desemprego e ao risco de pobreza e de exclusão

ROTEIROS fazer face a eventuais situações de emergência social. social e na redução das disparidades de rendimento, quando é necessário |

Tenho manifestado o meu apoio às organizações e instituições de solidarie- mobilizar e unir o País para vencer as dificuldades, é de todo incompreen- dade social, que trabalham afincadamente para responder ao acréscimo de sível que a agenda política seja desviada para temas que provocam fractu- ANÍBAL CAVACO SILVA CAVACO ANÍBAL solicitações de pessoas em situação de pobreza e de pedidos de ajuda para ras na sociedade portuguesa, que dividem os Portugueses e distraem a sua PREFÁCIO 16 satisfação de necessidades básicas. atenção da resolução dos problemas nacionais. 17 Na situação que o País atravessa, o Presidente da República não pode limi- tar-se ao diagnóstico, havendo que ter presente, no entanto, que não lhe O Presidente da República e as Regiões Autónomas cabe legislar ou governar. Nesse sentido, tenho procurado apontar o cami- nho que Portugal deve seguir para ultrapassar a quase estagnação em que Portugal é um Estado unitário, que «respeita na sua organização e fun- tem vivido e voltar a aproximar-se, de forma sustentável, do nível de desen- cionamento o regime autonómico insular», nos termos do artigo 6º da volvimento médio dos nossos parceiros europeus. Tenho sublinhado, em Constituição. múltiplas ocasiões, as prioridades estratégicas da política nacional que, em Esta solução constitucional, pela qual já por diversas vezes manifestei o meu entender, nos permitem construir um futuro mais promissor. meu apreço, é, sem dúvida, a que melhor corresponde à natureza do Es- Como Presidente da República de todos os Portugueses, entendo que devo tado português, à configuração do nosso território e aos legítimos direitos defender também os interesses das gerações mais novas, daqueles que e interesses das populações insulares. Ao fim de trinta anos, o regime au- ainda não têm idade de votar. As decisões que se tomam no presente não tonómico afirmou-se como uma das mais frutuosas realizações da nossa podem ignorar os seus efeitos no futuro. Não temos o direito de deixar aos democracia, tendo contribuído decisivamente para o progresso económico nossos filhos – e aos filhos dos nossos filhos – um passivo que tenham -difi e social dos Açores e da Madeira. culdade em suportar, condenando-os a um nível de vida inferior àquele que As competências que a Lei Fundamental atribui ao Presidente da Repúbli- os nossos pais nos proporcionaram. ca no que se refere às Regiões Autónomas correspondem à marcação das É importante que os poderes públicos tenham presente a situação em que se eleições dos deputados às Assembleias Legislativas, ao envio de mensa- pretende que o País se encontre quando a crise financeira internacional esti- gens a tais Assembleias e, bem assim, à sua dissolução, a qual, nos termos ver ultrapassada, de modo a que as possibilidades de desenvolvimento futuro da Constituição, é feita após audição do Conselho de Estado e dos partidos não fiquem comprometidas. Se, em comparação com os países concorrentes, com representação parlamentar regional. a capacidade competitiva das empresas portuguesas não tiver melhorado e o Compete ainda ao Presidente da República, ouvido o Governo, nomear e sector exportador estiver mais fraco, tudo será ainda mais difícil. exonerar os Representantes da República para as Regiões Autónomas, Por outro lado, tenho reforçado o meu apelo para que os agentes políticos, cabendo a estes a representação da República em cada uma das regiões no respeito pelas diferenças e pelo debate de ideias, deixem de lado que- insulares, não sendo por acaso que a Constituição lhes atribui o poder de relas e divisões estéreis e procurem cooperar e juntar esforços para que o assinar e mandar publicar os decretos legislativos regionais e os decretos País vença as dificuldades e possam ser dadas perspectivas mais promisso- regulamentares regionais. Relativamente a estes diplomas, é ao Represen- ras aos Portugueses. tante da República que compete a respectiva assinatura, o envio para fisca- lização preventiva por parte do Tribunal Constitucional ou o exercício do deve interferir na organização e funcionamento interno dos demais órgãos veto político. de soberania, não pode imiscuir-se na organização e no funcionamento in-

ROTEIROS A Constituição determina ainda que os órgãos de soberania cooperem terno dos órgãos regionais. Compete-lhe, no uso da sua magistratura de |

com os órgãos de governo próprio, designadamente em domínios que se influência, contribuir para atenuar crispações excessivas ou para ultrapas- inscrevem, por natureza, na esfera de competência do Governo, enquanto sar situações anómalas, devendo, em princípio, fazê-lo com discrição e, em ANÍBAL CAVACO SILVA CAVACO ANÍBAL órgão responsável pela condução da política geral do País. Esse dever de primeiro lugar, por intermédio dos Representantes da República, a quem PREFÁCIO 18 cooperação recíproca, nos termos constitucionais, incide particularmente cabe o acompanhamento da situação política em cada uma das Regiões, 19 no desenvolvimento económico e social das Regiões Autónomas e visa, em mantendo devidamente informado o Presidente da República. especial, a correcção das desigualdades resultantes da insularidade. A Lei No ano de 2008, um acontecimento marcou, de forma profunda, o futuro Fundamental impõe, por conseguinte, que, entre os órgãos de soberania das Regiões Autónomas, bem como a configuração do Estado português e os órgãos de governo próprio, existam, mais do que meras relações ins- como Estado unitário parcialmente regionalizado. Refiro-me, naturalmen- titucionais, relações de cooperação com vista a um objectivo específico: o te, à aprovação da revisão do Estatuto Político-Administrativo da Região desenvolvimento económico e social dos Açores e da Madeira. Autónoma dos Açores. Estou convicto de que, no processo conducente à Neste contexto, cabe sobretudo ao Presidente da República exercer a sua aprovação daquele diploma, o que esteve em causa possui um alcance que, magistratura de influência para que se estabeleça um clima propício à coo- muito provavelmente, só o futuro permitirá descortinar em todas as suas peração entre os executivos da República e das Regiões. implicações. Entendi, por isso, que a questão justificava que os Portugueses Ao longo do meu mandato, tenho procurado que entre os órgãos da Re- dela tivessem o mais amplo conhecimento. pública e os órgãos regionais exista um diálogo leal e construtivo e um Foi nesse contexto que decidi fazer, no dia 31 de Julho, uma comunicação ao ambiente favorável a um salutar relacionamento institucional, e que as País sobre a revisão do Estatuto Político-Administrativo dos Açores. Desde especificidades das Regiões sejam devidamente tidas em conta. Desloquei- o início, foi para mim muito claro o que estava em causa. Não era uma ques- ‑me aos Açores e à Madeira, onde tive oportunidade de contactar com as tão de maior ou menor apreço pela autonomia das regiões insulares. E não populações insulares, e, por diversas ocasiões, procurei que melhorasse o era, também, uma questão que se relacionasse directamente com o titular diálogo entre o poder central e as Regiões. Estas devem ser respeitadas na do cargo de Presidente da República. O que estava em causa, como disse sua autonomia político-administrativa, tal como devem saber respeitar o aos Portugueses, era o princípio de confiança e de lealdade política e ins- princípio fundamental da unidade do Estado. Todos têm a perder com a titucional que deve reger as relações entre os órgãos de soberania. Esta é existência de conflitos entre soberania e autonomia. uma questão que se situa num plano muito distinto do plano da apreciação Entendo, por outro lado, que o dever de isenção e imparcialidade no trata- da constitucionalidade das normas estatutárias. mento das diversas forças partidárias, que assumo no plano nacional, se Refiro-me, muito concretamente, à regra que impõe ao Presidente- daRe estende também aos partidos representados nas Assembleias dos Açores pública que, para dissolver a Assembleia Legislativa dos Açores, proceda à e da Madeira. Neste pressuposto, deve o Presidente da República abster-se audição de um conjunto de entidades mais vasto do que aquele que tem de de alimentar polémicas ou comentar declarações de agentes políticos pro- ouvir quando decide dissolver a Assembleia da República, solução que se feridas no âmbito do combate partidário próprio da democracia. me afigura absurda. Independentemente de saber se essa solução, além de Considero ainda que o Presidente da República, do mesmo modo que não absurda, é também inconstitucional, existe um elemento anterior que, em meu entender, não é politicamente admissível: um órgão de soberania não pete ao parlamento regional, ficam, pois, os Deputados claramente limi- deve, através de uma lei ordinária, limitar ou condicionar o exercício dos po- tados no exercício de um poder que a Constituição lhes atribui: o poder

ROTEIROS deres de outro órgão de soberania, nem deve, tão-pouco, interpretar a Consti- de aprovar as leis da República. Não é, para mim, compreensível que os |

tuição no que se refere ao exercício dos poderes de outro órgão de soberania. Deputados hajam decidido hipotecar desta forma tão drástica a liberdade Esta é, como já referi, uma questão de confiança e de lealdade institucional, de acção dos seus sucessores. ANÍBAL CAVACO SILVA CAVACO ANÍBAL sem a qual o normal funcionamento das regras básicas do jogo democráti- A questão, uma vez mais, é essencialmente uma questão de princípio. Nes- PREFÁCIO 20 co é comprometido e pervertido. Trata-se de um princípio essencial, válido te caso, o que se me afigura inadmissível, tal como encaro a estrutura do 21 quer no que se refere às competências do Presidente, quer às de qualquer Estado português e o funcionamento dos seus órgãos soberanos, é a pos- outro órgão de soberania, sem prejuízo das particularidades constitucio- sibilidade de, por lei ordinária, os membros de um Parlamento limitarem nais de cada um. os poderes dos Deputados vindouros. Na verdade, como a iniciativa de re- No caso em apreço, não estava em causa, repito, uma defesa dos poderes visão estatutária cabe às Assembleias Regionais, e como os Deputados pas- do Presidente da República, tanto mais que a norma em questão, relativa à saram agora a poder intervir apenas nas matérias que essas Assembleias dissolução da Assembleia Legislativa da Região, é de aplicabilidade muito decidirem que sejam revistas, o Estatuto Político-Administrativo da Região remota. Em trinta anos de autonomia regional, jamais a Assembleia dos Autónoma dos Açores passou a adquirir um elevadíssimo grau de rigidez, Açores foi dissolvida e não existem motivos para supor que tal aconteça no quiçá, até, superior ao da própria Constituição da República, algo que se futuro próximo. me afigura um manifesto absurdo. De futuro, a margem de actuação dos Antes de se configurar como uma questão jurídico-constitucional, trata- Deputados de legislaturas subsequentes fica comprometida – porventura, ­‑se de uma questão de respeito pelos valores fundamentais da República, definitivamente comprometida – por uma opção conjuntural dos Deputa- que são válidos para todos e quaisquer órgãos do Estado. Se a Assembleia dos da actual legislatura, opção que, para mais, ficou a dever-se a razões de da República, por exemplo, decidisse limitar ou condicionar o modo como natureza puramente partidária. o Governo exercesse os seus poderes constitucionais, tal princípio seria Ao contrário do que se pretendeu fazer crer, entendo que o que esteve em igualmente posto em causa. E, mesmo que tal solução normativa não fosse causa foi muito mais importante do que uma questão de relacionamento necessariamente inconstitucional, sempre seria atentatória daquilo que, entre os Deputados à Assembleia da República e o Presidente da Repúbli- em meu entender, corresponde a um dos fundamentos basilares da nossa ca. Os titulares dos cargos são efémeros e transitórios. O mesmo se não democracia: a lealdade institucional no contexto do equilíbrio entre pode- dirá dos valores basilares que fundaram a nossa democracia e sustentam res soberanos do Estado. o seu funcionamento. Esses, não tenho dúvidas, foram claramente postos Uma outra norma do Estatuto dos Açores mereceu a minha oposição. em causa, independentemente de qualquer juízo que se faça sobre a cons- Refere-se ela à autolimitação de poderes que os actuais Deputados intro- titucionalidade ou inconstitucionalidade das normas do Estatuto Político- duziram naquele diploma. Decidiram os Deputados, mesmo depois de o ‑Administrativo da Região Autónoma dos Açores. Presidente da República ter vetado politicamente o diploma que revia o Em todo este processo, procurei pautar o meu comportamento por duas Estatuto, que, doravante, em futuras alterações do Estatuto, apenas pode- regras: colocar o superior interesse nacional acima de tudo e falar verda- rão modificar os preceitos que a Assembleia Regional entender deverem de aos Portugueses, fazendo-os compreender o alcance e a gravidade desta ser modificados. Num processo de revisão estatutária, cuja abertura com- questão política e institucional. Ouvir os jovens inverter esta situação. Jovens com experiência na direcção de associações de diferente natureza – partidárias, académicas, sindicais, empresariais,

ROTEIROS Os problemas dos jovens têm merecido uma atenção constante ao longo culturais e de voluntariado – puderam, assim, dar contributos úteis para a |

do meu mandato. Tenho procurado ouvir a sua voz e várias vezes me dirigi compreensão do fenómeno. directamente às novas gerações, apelando a que não se resignem perante O Encontro, que contou, na sua primeira parte, com a participação de qua- ANÍBAL CAVACO SILVA CAVACO ANÍBAL as dificuldades. tro especialistas da área da ciência política, revelou-se bastante estimulan- PREFÁCIO 22 A qualidade da educação, o combate ao insucesso e ao abandono escola- te, não apenas no debate que teve lugar, mas também pelas Conclusões a 23 res, a violência nas escolas, o acesso dos jovens ao mercado de trabalho que chegaram os três grupos de trabalho, constituídos exclusivamente por e a instabilidade do emprego, o acesso à habitação, o empreendedorismo jovens, dedicados, respectivamente, à Política Local, à Política Nacional e à económico, social, cultural e ambiental dos jovens são matérias a que tenho Participação Europeia e Internacional. Os grupos de trabalho foram dina- prestado a minha melhor atenção. mizados por jovens «facilitadores» que demonstraram, na prática, a eficácia Os sinais de alheamento dos jovens em relação à vida política – colhidos, do método de educação não formal seguido nas associações juvenis. Face desde logo, nos contactos durante a minha vida universitária – constituem, à pertinência da maioria das recomendações, decidi enviar as Conclusões desde há muito, uma das minhas preocupações. aos outros órgãos de soberania, assim como à Associação Nacional de Mu- O interesse dos jovens pela participação cívica e política é uma questão da nicípios e à Associação Nacional de Freguesias. maior relevância para o futuro do País, porque serão eles os governantes, Uma das recomendações dirigidas ao Presidente da República foi a da reali- os deputados, os autarcas, os dirigentes partidários que terão de assegurar zação de um «Roteiro para a Juventude», desafio que aceitei de imediato. a continuidade e qualidade da nossa democracia. Deles dependerá a vita- A primeira Jornada deste Roteiro, subordinada ao tema «Autonomia dos lidade do nosso sistema político e a consciência cívica da sociedade portu- Jovens e Associativismo», incluiu visitas a empresas de jovens agricultores, guesa. Daí a importância de entender porque é que a política não motiva o a iniciativas de jovens empresários empreendedores, a uma organização interesse dos jovens. cultural liderada por jovens e à Federação Académica do Porto. A finalizar Foi por isso que solicitei à Universidade Católica a realização de um estudo esta Jornada, tive oportunidade de assistir a um desfile de moda de jovens sobre as atitudes e comportamentos políticos dos jovens, com o objectivo criadores nacionais. de trazer o tema à discussão pública e convidar os agentes políticos a sobre Os objectivos visados foram a valorização do associativismo jovem no âm- ele reflectirem. bito empresarial como forma de promover a autonomia e de potenciar ca- O estudo, efectuado de acordo com os métodos mais fiáveis de recolha de pacidades e competências, a divulgação de bons exemplos de capacidade informação, confirmou um baixíssimo interesse dos jovens pela política. inovadora e de iniciativa de jovens empreendedores, e o reconhecimento Disponibilizei-o aos grupos parlamentares e decidi fazer dele o tema da acção cívica e social das associações e do voluntariado de jovens através central do meu discurso na 34ª Sessão Comemorativa do 25 de Abril, na das organizações estudantis. Assembleia da República. Na intervenção que então produzi na Associação Nacional dos Jovens Em- Promovi, depois, um encontro com líderes das organizações juvenis, com o presários, sublinhei a importância, para as empresas e para a economia objectivo de colher a sua opinião sobre o distanciamento dos jovens em re- nacional, da autonomia empresarial em relação ao poder político e apelei lação à política e sobre as medidas que podem contribuir para minorar ou aos jovens para que a assumissem sem receio e dessem o exemplo. A tendência de algumas empresas para procurarem a protecção ou favor O Comandante Supremo das Forças Armadas do Estado na realização dos seus negócios é nociva para o progresso do

ROTEIROS País e, a médio prazo, para os próprios empresários. Distorce a concorrên- De acordo com a Constituição, o Presidente da República é o garante da |

cia, favorece a produção de bens não transaccionáveis internacionalmente independência nacional e da unidade do Estado e, por inerência, o Coman- – acentuando o nosso desequilíbrio externo – e não estimula a inovação, a dante Supremo das Forças Armadas. ANÍBAL CAVACO SILVA CAVACO ANÍBAL modernização tecnológica nem a preparação para a concorrência no mer- O estatuto constitucional do Presidente da República, como Comandante PREFÁCIO 24 cado global. O poder político deve, portanto, actuar de forma a contrariar Supremo das Forças Armadas, tem uma especificidade própria, sem para- 25 essa tendência e favorecer a autonomia dos empresários portugueses. lelo em quaisquer das outras áreas da sua acção política, na medida em que A segunda Jornada do Roteiro para a Juventude foi dedicada ao associati- pressupõe o exercício de competências explícitas e implícitas, com uma vismo juvenil de cariz cultural e artístico como instrumento de emancipa- margem significativa de concretização na lei ordinária, como acontece na ção económica e social dos jovens. Lei de Defesa Nacional e das Forças Armadas. Procurei evidenciar bons exemplos de associativismo juvenil que trabalha A associação constitucional do Presidente da República às Forças Armadas e utiliza a arte como veículo de integração comunitária e de inclusão so- sublinha e acentua o seu carácter eminentemente nacional e suprapartidá- cial, através da dinamização da vida das comunidades locais e oferecendo rio, contribuindo, dessa forma, para o reforço da sua isenção política e para aos jovens oportunidades a que, de outro modo, não teriam acesso. Bons garantir a continuidade das políticas de Estado no âmbito da instituição exemplos, também, de associações juvenis de cariz artístico que promovem militar e, num contexto mais alargado, no sector da defesa nacional. a cidadania e o voluntariado como instrumentos de integração social e rea- A importância que atribuo às minhas funções como Comandante Supre- lização individual, e que estimulam a criação artística, a mobilidade inter- mo das Forças Armadas decorre não apenas das responsabilidades cons- nacional e o intercâmbio entre jovens artistas de diferentes países. titucionais e legais que me estão explicitamente atribuídas, mas também Nessa segunda Jornada do Roteiro para a Juventude, destacaram-se ainda da interpretação atenta que faço dos conteúdos que, no exercício daquelas projectos e iniciativas de jovens que são exemplos de partilha e aprendiza- funções, podem ser identificados. gem intergeracional, constituindo espaços de liberdade criativa e de res- Constituindo-se como uma área de importância vital para a Nação e pos- ponsabilidade cívica de grande mérito. suindo um carácter permanente e transversal, tenho-me empenhado em Ao lançar o Roteiro para a Juventude, pretendi também dar oportunidade fazer com que a defesa nacional continue a merecer um amplo consenso aos jovens para fazerem ouvir a sua voz, sublinhar as suas potencialidades dos diversos agentes políticos e órgãos de soberania. individuais e as das suas organizações, e, muito especialmente, valorizar e Esta cultura de Estado tem constituído a referência determinante da minha reconhecer a valia da sua intervenção e da sua capacidade empreendedora acção em prol da convergência de esforços, das Instituições e dos Portugue- para o progresso do País. ses, em torno dos objectivos de defesa nacional. Daí que venha procurando acentuar, junto da opinião pública, a importância do papel das Forças Arma- das na salvaguarda da defesa nacional e do bem-estar dos Portugueses e a sua crescente relevância como instrumento da política externa do Estado. Durante algum tempo, deixámo-nos iludir com a esperança de que esta- ríamos a entrar numa nova ordem, sem razões para guerras, e em que o desenvolvimento e os direitos humanos seriam as bases de um novo no estrangeiro durante o último ano a partilharem, comigo e com a minha paradigma das relações internacionais. Podemos, hoje, constatar que a mulher, a abertura dessa época festiva no Palácio de Belém.

ROTEIROS necessidade e a relevância das Forças Armadas não são menores do que Desde o início do meu mandato, quis associar as Forças Armadas às cerimó- |

no passado. nias de celebração do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Por- No desempenho das minhas funções como Comandante Supremo das For- tuguesas, dando-lhes um merecido destaque como instituição fundamental ANÍBAL CAVACO SILVA CAVACO ANÍBAL ças Armadas, tenho procurado dar particular ênfase ao acompanhamento do Estado, estruturante da nossa identidade e indissociável da história de PREFÁCIO 26 dos assuntos de defesa nacional e ao desenvolvimento, na sociedade por- Portugal como Nação livre e soberana. É nessa ocasião que me dirijo espe- 27 tuguesa, de uma cultura de segurança e de defesa. Tenho, igualmente, pro- cialmente às Forças Armadas e procuro dar particular visibilidade e públi- curado contribuir para o reforço da coesão e do prestígio das Forças Ar- co testemunho das suas capacidades e da excelência do seu desempenho madas e para sensibilizar os Portugueses para as suas especificidades e o no cumprimento das missões em prol de Portugal e dos Portugueses. seu papel como instituição estruturante do Estado, assim como incentivar Em suma, tenho procurado trilhar o caminho a que me propus no discurso o processo de reestruturação e o desenvolvimento do trabalho e das capa- de tomada de posse, em que assumi o propósito de reforçar a coesão e o cidades conjuntas e combinadas das Forças Armadas. prestígio da Instituição Militar, de acompanhar de perto, em articulação Como Comandante Supremo, tenho exercido as minhas competências de com os demais órgãos de soberania, o processo de reestruturação e moder- aconselhamento do Governo acerca da condução da política de defesa na- nização das Forças Armadas, e de estimular o trabalho conjunto dos ramos, cional, em particular em relação às Forças Armadas, e mantido uma relação de forma a reforçar a operacionalidade das forças e a promover uma ade- estreita com as chefias militares, de forma a recolher informação actualizada quada racionalização dos meios. sobre as condições existentes para o cumprimento das suas missões. Desde que tomei posse, realizei mais de vinte visitas e participações em ac- tividades militares, tenho conferido prioridade ao contacto directo com os Aníbal Cavaco Silva nossos militares, em especial com os que se encontram a cumprir missões Março, 2009 no exterior do território nacional. Considero marcantes as visitas que efec- tuei ao Kosovo, à Bósnia-Herzegovina e ao Líbano, bem como às activida- des de preparação para a missão de policiamento aéreo nos países bálticos, em que Portugal participou no âmbito da NATO. Procurei, assim, levar ao conhecimento dos Portugueses o relevante papel que as Forças Armadas assumem na defesa dos interesses de Portugal e a imagem de prestígio, sentido do dever e competência evidenciada pelos nossos militares perante os aliados e entre as populações dos países onde se encontram destacados. O reconhecimento dos sacrifícios suportados por estes militares e suas fa- mílias levou-me, no período do Natal de 2008, a convidar os familiares dos militares e elementos das forças de segurança que estiveram em missão Portugal Inteiro I

Sessão Solene Comemorativa do XXV Aniversário do Tribunal Constitucional

Centro Cultural de Belém, 9 de Abril de 2008 PORTUGAL INTEIRO PORTUGAL No dia 9 de Março de 2006, assumi no meu acto de posse como Presidente da 33 República o compromisso de cumprir e fazer cumprir a Constituição. Esta declaração de juramento, proferida nos termos previstos pela própria Lei Fundamental, faz nascer um vínculo especial entre o Chefe do Estado e um sistema de defesa da Constituição que tem no Tribunal Constitucional o seu órgão central de garantia. É, pois, com júbilo que tenho a honra de presidir às comemorações do 25º aniversário do Tribunal Constitucional da República Portuguesa. Júbilo, dado que a revisão constitucional de 1982, ao criar neste Alto Tribunal um privilegiado guardião da Constituição e da democracia, culminou o processo de afirmação de Portugal como um Estado de direito democrático. Júbilo, também, porque o quarto de século de vida do Tribunal Constitucional, como tribunal das leis e como tribunal dos direitos fundamentais, representa um referencial de estabilidade, quer na consolidação dos valores que estruturam a nossa ordem jurídica, quer no amadurecimento das relações institucionais de um Estado de direito que faz assentar a sua legitimidade na dignidade da pessoa humana e na soberania do povo. Júbilo, finalmente, porque, tratando-se de um órgão judicial dotado de uma legí- tima e natural componente política, tanto em razão do processo de designação dos seus membros como do conteúdo da própria Constituição, nunca o Tribu- nal Constitucional se deixou envolver na espuma conjuntural da conflitualidade político-partidária. A história de um Tribunal Constitucional é também a dos Juízes Conselheiros que marcaram a sua actividade. Neste caminho de 25 anos, e para citar apenas os nomes dos seus Presidentes, poderemos distinguir um tempo de implanta- ção, sob a direcção de Armando Marques Guedes; um tempo de consolidação, apuramento jurisprudencial e exercício de novas competências, sob as presi- 34 ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS trito e fechado de operadores jurídicos, mas sim a uma Lei que qualquer cidadão isolada da vida colectiva, apenas interpretada e concretizada por um núcleo res Tal opção permite que a Constituição da República não se resuma a uma norma recurso deconstitucionalidade, maisaproxima aConstituiçãodo cidadão. do através que, modelos dos um de igualmente, Trata-se, cidadãos. dos como bem constitucionais, órgãos de alargado conjunto um de iniciativa mediante de todas as espécies de inconstitucionalidades que afectam as normas jurídicas, ocorrência à reagindo processos, de tipos diferentes de articulação na eficaz e ágil equilibrado, ser conseguiu português modelo o que demonstrou prática A própria domodelodominantenaEuropacontinental. constitucional, justiça de máximo órgão no concentrada abstracta fiscalização todos os tribunais – a qual tem raízes na tradição jurídica portuguesa – com uma cúpula o Tribunal Constitucional, combina uma fiscalização concreta cometida a Trata-se de um sistema com características próprias, que, constitucionalidade. tendo como órgão de da fiscalização de português modelo do desempenho o Comemorarhistóriaanosde25 Tribunal do Constitucional celebrar,é também, Minhas Senhoras emeusSenhores debate de doutrinal. tempo em sociais, direitos dos jurídico regime do clarificação de necessidade da decorre que desafio o salientar último, por Ou, Constitucional. Tribunal ao atribuídas sendo foram que competências diversificadas e novas das exercício do e mesma da procura maior uma de face em justiça, da lização Poder-se-á assinalar, ainda, a necessidade de conservação da celeridade na rea bilidade nasuaaplicação. previsi pela ou objectividade pela qualidade, pela distinguem se sempre nem segurança jurídica, em face de um ordenamento jurídico integrado por leis que blica. Mas também a necessidade de garantir com maior eficácia o princípio da pósito das relações entre o direito da União Europeia e a Constituição da Repú- referir, poder-se-á desafios, estes pro- entre a De colocam se logo, que desde os por novos desafios. marcado tempo um MouraRamos, Rui de agora,presidência e a Maurício; sob dências de José Manuel Cardoso da Costa, de Luís Nunes de Almeida e de Artur - - - nossa ordem jurídica, no respeito dos restantes poderes do Estado, sem tenta sem Estado, do poderes restantes dos respeito no jurídica, ordem nossa na tranquilamente afirmaram se Tribunal do reparadora jurisprudência essa e evolutiva interpretação essa que termino, ponto neste e sublinhar, Importa inconstitucionalidade. de decisão própria da ou normas das efeitos os modelam que acórdãos de vés atra normativo, tecido do reparadora função uma a jurídico, ordenamento do inconstitucionais normas as elimina que negativo», «legislador de função nal tradicio a agregando tempo, seu do jurisdição uma é Tribunal este facto, De Lei Fundamental. nossa da interpretação de processo no evolutiva e actualista leitura uma mir factos e de novas situações, sempre o Tribunal Constitucional conseguiu impri uma necessária maleabilidade e abertura conservar para a regulação de novos devem normas e princípios cujos lei uma Constituição a sendo lado, outro Por constitucio- da garantia na nalidade doDireito. rigor o e imparcialidade a assegurando se assim funções, suas das exercício no constitucionais juízes dos independência designação, efectiva de de regra uma imperou sempre que processo institucional prática a demonstra respectivo ao quanto diversas origens com dade Sendo os membros que compõem este Tribunal oriundos de fontes de legitimi Conselheiros epara aqualidadedasdecisõesdoTribunalConstitucional. Reservo uma palavra final de apreço para o estatuto de independência dos Juízes Senhoras eSenhores comooangolano,expressão portuguesa, ocabo-verdiano eosão-tomense. de africanos países de o e modelo nosso o entre e brasileiro e português temas sis os entre comuns pontos os relevantes particularmente sendo portuguesa, língua de universo no consolidou se que modelo um de finalmente, Trata-se, soluções alternativas. de ponderação da através reforma sua a sobre discussão à oportunidade ora, por retira, que resultado fundamentais, direitos dos defesa na mérito de sões Trata-se, ainda, de um modelo que tem propiciado um elevado número de deci padrão dasdecisõesqueprofere. como tomar deve juiz qualquer que e direitos seus dos defesa na invocar pode ------35 PORTUGAL INTEIRO ções activistas e com uma assinalável capacidade de autocontenção, discrição Jantar Oferecido e prudência. pelo Presidente da Assembleia Legislativa Regional

ROTEIROS São todas estas razões que nos permitem celebrar, com júbilo, os 25 anos de | da Região Autónoma da Madeira vida de uma Instituição que tem constituído, para a República Portuguesa, um referencial de estabilidade e progresso. Funchal, 14 de Abril de 2008 ANÍBAL CAVACO SILVA CAVACO ANÍBAL PORTUGAL INTEIRO PORTUGAL 36 37 Nos Senhores Deputados à Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira aqui presentes, quero começar por saudar o povo desta Região. A auto- nomia regional, tal como concebida na Constituição da República, só faz sentido na medida em que servir os interesses dos cidadãos da Madeira e de Porto Santo. A autonomia, naquilo que tem de essencial, naquilo que tem de mais pro- fundo, não foi desenhada artificialmente na letra da nossa Lei Fundamental. Foi construída todos os dias pelos madeirenses, conquistada palmo a palmo, com esforço e muito trabalho. O sucesso desta experiência política, um sucesso indiscutível, deve-se, pois, antes de mais, aos Portugueses da Região Autónoma da Madeira. Saúdo também, naturalmente, os Senhores Deputados à Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira, agradecendo, em particular, ao Presidente desta Câmara o convite que me dirigiu para estar convosco nesta ocasião. Uma ocasião solene, decerto, mas também uma ocasião de festa e de são convívio, como é timbre das populações madeirenses. Esta é uma terra que os estrangei- ros buscam pelas suas belezas naturais, pela qualidade da sua oferta turística, e, talvez acima de tudo, pela hospitalidade, pela abertura de espírito e pelo cos- mopolitismo das suas gentes. Mas, como é evidente, não vim à Madeira como estrangeiro. Visito esta Região Autónoma, que sempre admirei, como Presidente da República Portuguesa, garante da unidade do Estado que jurou fazer cumprir um texto constitucional que reconhece as particularidades das regiões insulares. A Madeira, fazendo parte integrante do território nacional, possui uma identidade própria, que deve ser conhecida, apreciada, respeitada e dignificada. Não é apenas porque a Constituição de 1976 assim o quis que estas ilhas são autó- nomas. São autónomas, desde logo, porque a Natureza assim as fez. Os desígnios eternos da geografia são tão importantes quanto a vontade efémera dos seres Sei que há muito a fazer em comum. Não ignoro que a Madeira tem problemas humanos. A insularidade não é uma ficção jurídica. É uma realidade natural próprios, que devem ser acompanhados atentamente. Ao vir aqui, pretendo

ROTEIROS que, ao longo dos séculos, os madeirenses converteram em realidade histórica conhecer melhor não só o progresso que esta Região evidencia, mas também |

e cultural. Os deputados constituintes de 1976 reconheceram, em larga medida, os desafios que se propõe enfrentar no futuro. Registo com grande apreço a aquilo que a geografia física e humana já havia criado. Situada no Atlântico, mas circunstância de a autonomia regional ter atingido uma fase de maturidade e ANÍBAL CAVACO SILVA CAVACO ANÍBAL não afastada de Portugal, a Madeira singulariza-se por si própria. um nível de consolidação perfeitamente sedimentado. INTEIRO PORTUGAL 38 No entanto, a autonomia da Madeira não é apenas uma imposição geográfica. Todos sabemos que a existência de tensões é uma realidade natural e incontor- 39 É também uma afirmação de vontade das gentes que aqui nasceram e que aqui nável na afirmação das autonomias regionais. Estranho seria se não existissem habitam. E uma afirmação de vontade, ainda, das comunidades madeirenses tensões. Seria sinal de imobilismo das populações insulares, seria um indício de na diáspora, com que tenho contactado em várias partes do mundo. Graças ao que os madeirenses se tinham resignado. Ora, não é isso que aqui se encontra. esforço de todos os madeirenses, a autonomia tornou-se uma realidade indis- Por toda a parte, deparamos com exemplos de dinamismo, nos planos empre- cutível, que ninguém contesta, que ninguém pretende pôr em causa. Repito: a auto- sarial, social e cultural. Os órgãos de governo próprio da Região têm de dar nomia insular é um princípio adquirido, que nenhum português questiona. expressão a esse espírito das populações que representam. E, por isso, é natural É esse o espírito que tem de nortear o relacionamento entre os poderes regio- que também dêem mostras de inconformismo. É legítimo que exijam mais e nais e os centrais. Estes devem respeito à autonomia, no justo reconhecimento melhor da parte das autoridades da República, pois, no fundo, querem mais de que existe uma especificidade que reclama uma dignidade própria. Da parte e melhor para os habitantes da Região. Servir os madeirenses passa também dos poderes regionais, por seu turno, deve ser cultivada a dignidade que jus- por exigir da República aquilo que a República lhes deve e pode dar. tamente reclamam para si próprios. O respeito mútuo é algo que só se firma, Estou certo de que a cultura política da Região Autónoma da Madeira, ao entrar naturalmente, com o contributo de ambas as partes. na sua fase de maturidade plena, também sabe que a solidariedade da República Verifico com alegria que, ao longo das últimas décadas, esta terra se converteu depende dos recursos disponíveis, e que estes são, necessariamente, limitados. num caso de sucesso económico e social, e que o desenvolvimento aqui regis- Tenho a profunda convicção de que os madeirenses não quererão reclamar para tado, além de orgulhar todos os Portugueses, deve servir de estímulo para Por- si aquilo que não pode ser dado aos outros portugueses. Conheço o patriotismo tugal inteiro. A Madeira mostra-nos que é possível fazer melhor e chegar onde das gentes desta Região Autónoma e o sentimento profundo e inquebrável que queremos, lá onde a vontade alcança. as une a Portugal. Penso, pois, que, em nome desse patriotismo, os madeirenses Verifico, igualmente, com muita satisfação, a normalidade do relacionamento não se escusam a partilhar sacrifícios, quando estes são devidamente explicados entre as autoridades regionais e as autoridades da República. Orgulho-me de ter e impostos com justiça e sem discriminações injustificadas. defendido, logo na tomada de posse como Presidente da República, a formação Regozijo-me com o espírito que encontro na Região Autónoma da Madeira. desse clima de confiança e de respeito mútuo. Um espírito dinâmico, mas sereno, uma atitude inconformista, mas tranquila. Não tenhamos dúvidas: todos teriam a perder com a persistência de conflitos mais Sobretudo, o desejo de cooperar, com lealdade e dignidade, com os órgãos da ou menos artificiais. Os madeirenses, porque veriam prejudicado o laço de solida- República. Estou seguro de que, por parte destes últimos, há também a vontade riedade que a República lhes deve. Os poderes centrais, porque perderiam a opor- de colaborar em benefício de todos, porque todos somos Portugueses. tunidade de escutar os legítimos anseios de uma parcela da população portuguesa, Como Portugueses, somos iguais nos deveres como nos direitos. Respeitar a com a qual devem dialogar num ambiente de harmonia e de tranquilidade. autonomia e as suas exigências legítimas é respeitar a igualdade entre todos os que querem continuar este destino colectivo que se chama Portugal. Em nome Sessão Solene Comemorativa de Portugal, agradeço a vossa coragem, a vossa força, a vossa tenacidade. do XXXIV Aniversário do 25 de Abril

ROTEIROS A todos os madeirenses e aos seus legítimos representantes, presentes nesta |

Casa, muito obrigado. Assembleia da República, 25 de Abril de 2008 ANÍBAL CAVACO SILVA CAVACO ANÍBAL PORTUGAL INTEIRO PORTUGAL 40 Celebramos hoje, uma vez mais, o aniversário da Revolução de 25 de Abril 41 de 1974. Não vou repetir o que aqui afirmei o ano passado. Apenas direi que me impres- siona que muitos jovens não saibam sequer o que foi o 25 de Abril, nem o que significou para Portugal. Os mais novos, sobretudo, quando interrogados sobre o que sucedeu em 25 de Abril de 1974, produzem afirmações que surpreendem pela ignorância de quem foram os principais protagonistas, pelo total alhea- mento relativamente ao que era viver num regime autoritário. Não posso deixar de recordar, Senhores Deputados, que, quando o 25 de Abril ocorreu, uma parcela substancial da nossa população nem sequer era nascida. Quem viveu a Revolução, tem a tendência para não se lembrar disso, julgando que essa data, fixada no tempo, possui uma perenidade eterna. Não é justo para aqueles que se bateram pela liberdade, tantas vezes arriscando a própria vida, que a geração responsável por manter viva a memória de Abril persista em esquecer que a Revolução foi um projecto de futuro e que, por ter sido um projecto de futuro, deve continuar a ser um sonho inspirador e um ideal para as gerações vindouras. Um regime político não pode esquecer as suas origens. Não é saudável que a nossa democracia despreze o seu código genético e as promessas que nele estiveram inscritas. Num certo sentido, o 25 de Abril continua por realizar. Naquilo que continha em termos de ambição de uma sociedade mais justa, naquilo que exigia de um maior empenhamento cívico dos cidadãos, naquilo que implicava de uma nova atitude da classe política, há ainda um longo cami- nho a percorrer. Foi justamente a pensar na importância do 25 de Abril para a juventude dos nossos dias que, no ano passado, procurei suscitar a reflexão dos Senhores Depu- tados sobre o sentido a dar a esta efeméride. Eu próprio reflecti sobre que sentido faz hoje evocar o 25 de Abril. E, como sem- – em primeiro lugar, que é notória a insatisfação dos Portugueses com o fun- pre defendi que os agentes políticos devem prestar contas do que fazem, aqui me cionamento da democracia, assim como a existência de atitudes favoráveis a

ROTEIROS encontro para dizer aos Portugueses que continuo convencido de que a juven- reformas profundas na sociedade portuguesa; |

tude é o horizonte de qualquer comemoração do 25 de Abril verdadeiramente – os mais jovens, entre os 15 e os 17 anos, e os jovens adultos, entre os 18 e os digna desse nome. 29 anos – ou seja, os que nasceram após o 25 de Abril – são a camada etária que ANÍBAL CAVACO SILVA CAVACO ANÍBAL O 25 de Abril, disse-o há um ano e digo-o de novo, não é monopólio de uma gera- se mostra mais favorável à introdução de reformas incrementais e limitadas no INTEIRO PORTUGAL 42 ção nem de uma força política. O pluralismo que inaugurou leva a comemorá-lo sistema. De realçar, contudo, que os jovens revelam menor pessimismo quanto 43 pensando na salutar diversidade de opiniões, no confronto de tendências e de ao futuro do que os outros grupos etários; visões do mundo, na livre expressão das ideias, no legítimo exercício do direito – os jovens estão menos expostos à informação política pelos meios convencio- de criticar e discordar. Acima de tudo, leva a comemorá-lo pensando que o nais de comunicação do que os restantes segmentos da população e mostram, 25 de Abril é, cada vez mais, daqueles que nem sequer o viveram. também, mais baixos níveis de conhecimentos políticos; Ora, aquilo que encontrei ao longo deste ano faz-me ter esperança na juventude, – exceptuando o exercício do direito de voto, a população portuguesa tende a ser mas também alguma preocupação quanto aos seus destinos. Ao percorrer o País, céptica em relação à eficácia da participação política tradicional, isto é, aquela nomeadamente nos «Roteiros» que tenho lançado, deparei de Norte a Sul com que é feita através dos partidos; jovens empreendedores e dinâmicos que ousam projectos de risco, conheci o – no que respeita a um conjunto genérico de medidas destinadas a melhorar a trabalho de investigadores de excelência à altura dos melhores do mundo, con- qualidade do sistema democrático, os Portugueses são particularmente favorá- tactei uma nova geração que se dedica a acções de voluntariado e que demonstra veis à presença das mulheres na vida política, à criação de novos mecanismos um comovente espírito de entrega ao serviço dos outros. de participação e à maior personalização do sistema eleitoral. Mas, à semelhança do que aqui disse o ano passado, se por toda a parte encontrei sinais promissores, também sinto que não temos conseguido mobilizar os jovens Trata-se de um Estudo efectuado de acordo com os métodos mais adequados para um envolvimento mais activo e participante na vida política. Como esta é e fiáveis de recolha de informação, podendo considerar-se que os elementos uma questão que considero demasiado séria, entendi que não poderia limitar- que contém são fidedignos e correspondem à realidade. Foi esta realidade que ‑me a falar com base em meras suposições. E, como considero que devo prestar o Presidente da República quis conhecer. E é esta realidade que aqui trago ao contas do que fiz, gostaria de partilhar com os presentes nesta sala e com todos conhecimento dos Senhores Deputados, na convicção de que os agentes políticos os Portugueses os resultados de um Estudo* sobre as atitudes e comportamen- não podem alhear-se do pulsar da sociedade e daquilo que os cidadãos pensam tos políticos dos jovens em Portugal, que, por minha iniciativa, a Universidade daqueles que os governam. Católica realizou e que irei em breve facultar aos grupos parlamentares. Verifica- O Estudo mostra ainda outros dados que merecem uma análise séria e uma ‑se que os jovens se distinguem dos outros grupos etários em relação a alguns ponderação profunda: tipos de comportamento, mas não em relação a todos eles. – já em 2004, os Portugueses contavam-se entre os europeus e os cida- Nesse Estudo, que me foi apresentado em Janeiro deste ano, concluiu-se, e passo dãos de países desenvolvidos com uma pior avaliação do funcionamento da a enunciar: democracia; de 2004 para cá, a insatisfação e o pessimismo cresceram de forma sensível; * «Os Jovens e a Política» – UCP/CESOP, Janeiro de 2008. – do ponto de vista do chamado «interesse pela política», os resultados demons- Em todo o caso, o nível de informação dos jovens relativamente à política é tram, e cito textualmente o Estudo, um «baixíssimo interesse dos inquiridos de tal forma baixo que ultrapassa os limites daquilo que é natural e salutar

ROTEIROS entre os 15 e os 17 anos»; numa democracia amadurecida. O alheamento da juventude não pode dei- |

– em termos comparativos, além da Hungria e da Eslováquia, Portugal é o país xar de nos preocupar a todos, a começar pelos agentes políticos. A começar europeu em que os cidadãos dão menos importância à política nas suas vidas; por vós, Senhores Deputados. Se os jovens não se interessam pela política é ANÍBAL CAVACO SILVA CAVACO ANÍBAL – os cidadãos, em geral, mostram maiores níveis de interesse pela política a nível porque a política não é capaz de motivar o interesse dos jovens. Interrogo- INTEIRO PORTUGAL 44 local do que a nível nacional e internacional. ‑me que efeitos daqui resultarão para o governo de Portugal num futuro 45 O Estudo colocou aos inquiridos três perguntas muito simples: qual o número não muito distante. de Estados da União Europeia, quem foi o primeiro Presidente eleito após o Impõe-se, por isso, que diminua aquilo a que os especialistas chamam a «dis- 25 de Abril e se o Partido Socialista dispunha ou não de uma maioria absoluta tância ao poder». Não por acaso, a política local, segundo os elementos daquele no Parlamento. Pois, Senhores Deputados, metade dos jovens entre os 15 e os Estudo, é aquela que mais motiva os cidadãos. Quanto mais próximos estiverem 19 anos e um terço dos jovens entre os 18 e os 29 anos não foi sequer capaz de res- os cidadãos dos centros de decisão, maior será o seu interesse em participar ponder correctamente a uma única das três perguntas colocadas. Repito: metade e intervir. Daí que os centros de decisão tenham de procurar uma «política de dos jovens entre os 15 e os 19 anos não foi capaz de responder a uma única de proximidade» relativamente aos Portugueses. três perguntas simples que lhes foram colocadas. No dia em que comemoramos É isso que tenho feito através dos «Roteiros» e de outras iniciativas que me têm solenemente o 34º aniversário do 25 de Abril, numa cerimónia todos os anos levado a contactar directamente as populações, a conhecer de perto os seus repetida, somos obrigados a pensar se foi este o futuro que sonhámos. anseios, os seus problemas, a sua insatisfação, mas também as suas esperan- Justamente por isso, é meu propósito promover em breve um encontro com ças, a sua crença num País melhor, os inúmeros exemplos de sucesso e de boas representantes de organizações de juventude, tendo por objectivo colher a sua práticas que encontrei na vida empresarial ou académica, ou nos domínios da opinião sobre o distanciamento dos jovens em relação à política e sobre as medi- cultura, da inclusão social, do ambiente e da investigação científica. das que possam contribuir para minorar ou inverter esta situação. Os partidos políticos possuem responsabilidades muito claras no combate ao alheamento dos jovens pela vida pública. No fundo, no combate à indiferença que Senhor Presidente muitos jovens têm pelo futuro do seu País. Tal deve-se, em boa medida, ao facto Senhoras e Senhores Deputados de não ter havido o necessário esforço para a credibilização da vida política. Esse Se estes são os resultados, será mais difícil diagnosticar as causas. Sei que a esforço não dispensa algo de muito simples: ouvir o Povo e falar-lhe com verdade. actividade política, sobretudo nas democracias consolidadas e nas sociedades Vender ilusões não é, seguramente, a melhor forma de fortalecer o imprescindí- desenvolvidas, não ocupa um lugar cimeiro nas preocupações quotidianas dos vel clima de confiança que deve existir entre os cidadãos e a classe política. cidadãos. Simplesmente, mesmo em comparação com os demais países da Do mesmo modo que seria bom acabar com um certo autismo de alguma classe Europa, os resultados obtidos em Portugal não são animadores. política, levando-a a conhecer melhor a realidade do País, deveríamos pôr cobro É natural, é saudável, até, que os cidadãos em geral e os jovens em particular ao pessimismo que muitos dizem ser uma característica singular do povo por- tenham centros de interesse para além da vida política. Tal significa que têm tuguês, desde tempos imemoriais. a democracia como um dado adquirido, que interiorizaram o facto de viverem Na sua vida de todos os dias, os Portugueses interrogam-se sobre o que lhes num regime democrático e agora dedicam a sua atenção a outras realidades. reservará o futuro. Existirão sinais para sermos optimistas? Ou, pelo contrário, os indícios apontam para um futuro sombrio? Esta é a atitude típica daqueles Cerimónia Comemorativa dos 200 Anos que preferem aguardar pelo futuro ou que persistem em tentar adivinhar como da Ordem Militar da Torre e Espada

ROTEIROS será o futuro, em vez de pensar o que devem fazer no presente. |

Em vez de nos interrogarmos tanto sobre o que o futuro nos trará, seria melhor Liga dos Combatentes, 13 de Maio de 2008 que nos concentrássemos sobre o que poderemos trazer ao presente. O futuro ANÍBAL CAVACO SILVA CAVACO ANÍBAL começa agora. O futuro será o que dele fizermos hoje, nas nossas vidas pro- INTEIRO PORTUGAL 46 fissionais e pessoais, nos nossos comportamentos cívicos, nas nossas atitudes Criada no século XV por D. Afonso V, como Ordem da Espada, e restabelecida, faz 47 perante os outros. Ao invés de imaginar o dia de amanhã, em lugar de procurar- hoje precisamente 200 anos, pelo Príncipe Regente D. João, futuro Rei D. João VI, mos sinais nas estrelas de um futuro incerto, construamos hoje mesmo o que a actual Ordem Militar da Torre e Espada é a mais importante das Ordens Hono- queremos para um Portugal melhor. É esse o espírito com que exerço as funções ríficas Portuguesas e aquela em cujo nome figura a própria divisa «do Valor, em que fui investido, precisamente neste hemiciclo, onde jurei cumprir e fazer Lealdade e Mérito». A sua atribuição, que visa distinguir méritos excepcional- cumprir a Constituição Portuguesa. mente relevantes demonstrados no exercício de funções ou de cargos associados Sou Presidente da República porque não me resignei. Porque quis dar o meu à actividade dos órgãos de soberania ou ao comando de tropas em campanha, contributo presente para o futuro das gerações que nos seguem. Não me estende-se, também, a feitos de heroísmo militar e cívico e a actos excepcionais resigno, acima de tudo, porque acredito no meu País e nos seus cidadãos. E, por de abnegação e sacrifício pela Pátria e pela Humanidade. isso, renovo o apelo de há um ano, dirigido a todos os Portugueses, sobretudo No decurso do seu já longo período de existência, a Ordem da Torre e Espada aos mais jovens – não se resignem! Só assim sereis dignos da memória serviu para homenagear os méritos dos Portugueses, dos nossos melhores, do 25 de Abril. daqueles que de forma decisiva contribuíram para a nossa afirmação como País Muito obrigado. livre, soberano e independente. E é possível identificar como linha caracteri- zadora da obra, dos feitos e da postura daqueles que a receberam nestes 200 anos, o fio condutor expresso nas três palavras da sua divisa – o Valor, a Lealdade e o Mérito. Desde que iniciei funções como Presidente da República, nas iniciativas que tenho lançado, em especial nos diversos «Roteiros» que me têm levado a percor- rer o País, é também este tipo de qualidades – o Valor, a Lealdade e o Mérito – que procuro, de algum modo, salientar quando apelo à ambição dos Portugueses e ao seu trabalho em comum com vista a alcançarmos um melhor futuro para um País que é de todos, um País que é também das gerações que nos precederam e das gerações que nos vão suceder. A Ordem Militar da Torre e Espada é, verdadeiramente, a mais excepcional expressão de reconhecimento que Portugal tem dado àqueles que, pelo seu esforço e pelo seu sacrifício, enriqueceram de forma notável a sua Pátria e a Humanidade. Hoje, encontramos aqui, na Liga dos Combatentes, ostentando as insígnias que à altura dos exemplos de cidadania que se encontram nesta sala, exemplos de os identificam como cidadãos merecedores de tão notável homenagem, alguns Valor, de Lealdade e de Mérito.

ROTEIROS dos portugueses de que tenho vindo a falar. São dignos descendentes daqueles Muito obrigado. |

que, há muitos séculos atrás, protagonizaram o começo da aventura que lançou os alicerces de um mundo novo. ANÍBAL CAVACO SILVA CAVACO ANÍBAL É este mundo globalizado, interdependente e competitivo dos nossos dias que INTEIRO PORTUGAL 48 coloca, de novo, exigentes desafios aos Portugueses. Talvez mais do que nunca, 49 a capacidade de realização dos Portugueses será posta à prova em múltiplas áreas. Na ciência, na inovação, na competitividade, na inclusão social, na defesa do património, somos chamados a continuar a História de Portugal, rica em exemplos de querer e de ambição. Uma História feita de trabalho, de sacrifícios, de determinação e coragem. Uma História enobrecida por grandes e pequenos gestos de Valor, Lealdade e Mérito.

Minhas Senhoras e meus Senhores Ao longo dos tempos, as Ordens Honoríficas têm servido, essencialmente, para traduzir o reconhecimento da Nação e do Estado para com os cidadãos que se distinguem pela sua acção em prol da Pátria e em benefício da comunidade. Mas as Ordens Honoríficas Nacionais deverão também constituir um referencial simbólico de primeira linha para estimular o aperfeiçoamento do mérito e as virtudes que visam distinguir. No dia de hoje, em que me associo à homenagem aos condecorados com a Ordem da Torre e Espada, faz todo o sentido chamar a atenção para as insígnias que aqueles orgulhosamente ostentam, pois elas são testemunho de altas virtudes, exemplo de trabalho e modelo de vida para os outros cidadãos. Ao conferir prestígio e dignidade às nossas condecorações, não só se mantêm vivas as grandes tradições nacionais, como se contribui para estimular a vontade de fazer mais e melhor em prol da sociedade. Quero, assim, saudar muito calorosamente a Liga dos Combatentes pela feliz iniciativa de comemorar os 200 anos da Ordem da Torre e Espada e, muito em especial, quero saudar todos os condecorados com esta Ordem aqui presentes, homenageando-os pelos feitos excepcionais que os distinguiram e, também, pelo exemplo que constituem. Faço votos de que todos os Portugueses saibam estar Mensagem Dirigida às Comunidades Portuguesas por Ocasião do Dia de Portugal

Viana do Castelo, 9 de Junho de 2008 PORTUGAL INTEIRO PORTUGAL Nesta celebração do Dia de Portugal, mas também das Comunidades Portugue- 51 sas, quero saudar de forma muito particular todos os Portugueses da diáspora, dirigindo-lhes uma mensagem de estímulo e de reconhecimento. Desde o início do meu mandato, tenho tido a preocupação de realçar o mérito dos Portugueses que vivem e trabalham no estrangeiro, e o importante papel que desempenham na afirmação de Portugal no mundo, que tive a oportunidade de testemunhar em diversas ocasiões. Foi o que aconteceu, há pouco menos de um ano, quando me desloquei aos Esta- dos Unidos da América para visitar as comunidades das áreas de Boston, Fall River, New Bedford e Newark ou, mais recentemente, quando, no Rio de Janeiro e em Maputo, contactei com portugueses que vivem e trabalham no Brasil e em Moçambique. Sabemos que não é de hoje a aventura portuguesa no mundo. Mas, se os Portu- gueses que partiram da sua pátria têm uma história feita de determinação e de engenho, têm também um presente e terão, certamente, um futuro que importa valorizar. Foi com este objectivo que decidi apoiar a criação do «Prémio Empreendedorismo Inovador na Diáspora Portuguesa», que tive a oportunidade de anunciar no ano passado, durante a minha visita à comunidade portuguesa no Luxemburgo. Este prémio pretende reconhecer cidadãos portugueses que, pela sua capaci- dade de empreender e de inovar, se tenham distinguido, quer pela sua acção nos seus países de acolhimento, quer pela sua relação com Portugal. Sei que este é apenas um pequeno contributo. Sei como as gerações de portu- gueses espalhados por todo o mundo têm sido a expressão do espírito empreen- dedor português, da capacidade de assumir riscos, do esforço e da ambição de ir mais além. Mas sei, igualmente, que todos somos necessários para mobilizar esse enorme capital social que a diáspora portuguesa representa. A facilidade de comunicação e a rapidez de transferência de conhecimento, Cerimónias Militares que caracterizam a globalização, configuram um novo desafio para Portugal, e, das Comemorações do Dia 10 de Junho

ROTEIROS simultaneamente, uma nova realidade para a nossa diáspora. |

Se, no passado, muitos partiram sem saber se algum dia teriam a possibilidade Viana do Castelo, 10 de Junho de 2008 de regressar, hoje as distâncias encurtam-se e todos os Portugueses podem estar ANÍBAL CAVACO SILVA CAVACO ANÍBAL bem mais próximos uns dos outros e do seu País. INTEIRO PORTUGAL 52 Por isso, neste Dia de Portugal e das Comunidades Portuguesas, apelo à mobili- Nas comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades, 53 zação desse imenso capital social e humano que são os cinco milhões de portu- evocamos os grandes feitos dos que nos antecederam e as tradições de todo gueses e de luso-descendentes que vivem e trabalham no estrangeiro. um Povo. Os recursos e os conhecimentos dos Portugueses no exterior podem con- Um Povo que, demonstrando uma vontade férrea de afirmação, conquistou a tribuir para uma maior afirmação de Portugal no plano internacional, pulso o seu espaço e demonstrou a tenacidade necessária para o preservar. Um apoiando, por exemplo, a entrada de produtos e de empresas nacionais em Povo que provou a capacidade para transportar a sua cultura mais além, mais do novos mercados. que a sua própria dimensão poderia fazer crer, lançando-se numa assombrosa Por outro lado, Portugal deve saber atrair e acarinhar os Portugueses que, e admirável aventura. estando no exterior, pretendem regressar e, desta forma, contribuir com inves- É este legado, de que nos orgulhamos, que deve ser exaltado e lembrado às novas timentos, formação e experiência para o desenvolvimento económico e social gerações como o lugar onde nos reencontramos como Nação. do País. A verdadeira homenagem que podemos fazer a esta herança é continuá-la, Essa mobilização poderá ser feita com o empenhamento da sociedade civil, enfrentando os novos desafios, conquistando as fronteiras do desconhecido, devendo ser complementada e consolidada através do desenvolvimento de ultrapassando uma vez mais o que parece ser intransponível. mecanismos formais – como, por exemplo, as câmaras de comércio e as novas Nos meus percursos, é esse espírito que, apesar das dificuldades, continuo a redes comerciais, sem esquecer as instituições tradicionais de origem portu- encontrar nos Portugueses, é essa determinação e esse arrojo que, em parti- guesa. Mas, sendo este um desígnio nacional, caberá ainda ao Estado português cular, tenho visto nos jovens, o que me torna confiante e seguro de que a alma e fomentar as relações entre Portugal e as suas Comunidades. o sentir portugueses se mantêm vivos e merecedores do seu passado. Neste Dia de Portugal, não poderia deixar de evocar esse extraordinário génio Por isto, neste dia, homenageamos os que continuam a distinguir-se e a distin- literário, cujo dia também hoje se celebra, Luís Vaz de Camões. A sua obra maior, guir-nos, contribuindo com a sua coragem, inteligência, mérito e esforço para a Os Lusíadas, expressão máxima da nossa língua, nunca teria sido escrita se tam- construção de um país melhor, de um mundo mais seguro, mais próspero, mais bém ele, um dia, não tivesse partido à descoberta de «novos mundos». solidário. Comemorar o Dia de Camões é celebrar a Língua Portuguesa. Também no domí- Daí, também, que tenha pleno sentido associar as Forças Armadas a estas cele- nio da valorização da nossa língua e da nossa cultura, o papel fundamental das brações. comunidades portuguesas não pode ser esquecido. A todos os Portugueses que residem e trabalham no estrangeiro deixo, mais uma Militares vez, uma palavra de apreço e de reconhecimento. Os caminhos da Nação justapõem-se, incontornavelmente, ao percurso das Sei que podemos contar convosco. Podem e devem contar com Portugal. Forças Armadas. Presente nos momentos mais significativos da nossa História, torna-se difícil e uma acrescida capacidade de intervenção, razão pela qual o carácter expedicio- encontrar uma Instituição que tenha contribuído tanto, tantas vezes e com o nário das forças, sendo embora decisivo, não dispensa a vertente da dissuasão

ROTEIROS sacrifício de tantos para a edificação e consolidação da Nação portuguesa. do poder militar. Ao Estado, a quem incumbe a responsabilidade pelas questões |

Hoje, continua a ser assim, em terras longínquas do Afeganistão, onde, simul- de soberania, cabe assegurar condições para a manutenção das capacidades taneamente, se procura combater o terrorismo internacional e o narcotráfico, nacionais de defesa. ANÍBAL CAVACO SILVA CAVACO ANÍBAL auxiliar o desenvolvimento daquele país nas suas capacidades essenciais de Uma política de Defesa Nacional adequada, moderna e eficiente implica orga- INTEIRO PORTUGAL 54 defesa e segurança e proporcionar mais tranquilidade às populações na sua nizar melhor as diferentes responsabilidades, clarificando e ordenando com- 55 vida diária. petências, evitando duplicações e buscando eficácia, racionalidade e economia É assim no Kosovo, garantindo estabilidade, segurança e bem-estar, num de meios. momento de transformação particularmente sensível, onde a oportunidade de As importantes reformas que têm vindo a ser conduzidas no âmbito da Defesa intervenção e a forma de relacionamento com as populações locais assumem Nacional e das Forças Armadas devem prosseguir o rumo já enunciado, no sen- particular relevância. tido da criação de estruturas mais ágeis e eficazes, adequadas às exigências do Foi desta forma no Chade, facilitando a construção da capacidade militar inter- ambiente de segurança, ao cumprimento das missões militares e à satisfação dos nacional necessária para o auxílio humanitário às vítimas nas áreas de conflito, compromissos do País, enquanto membro de várias organizações internacionais e foi-o também, nos céus dos países bálticos, cumprindo a obrigação solidária da de segurança e defesa. defesa do espaço aéreo daqueles membros recentes da Aliança Atlântica. Para a manutenção de um instrumento militar credível, actual e de elevada É assim, também, no Líbano, onde tive o privilégio de estar com os nossos milita- prontidão e capacidade, torna-se fundamental a valorização da profissão res, e a satisfação de verificar, uma vez mais, o modo saudável como os soldados militar, e o respeito pela sua especificidade. As Forças Armadas necessitam portugueses vão disseminando a tradicional forma de ser lusitana. de elementos altamente preparados e motivados, assim como permanen- É extremamente gratificante, não só como Presidente da República e Coman- temente disponíveis para o cumprimento do juramento a que se obrigam dante Supremo, mas também como cidadão, constatar o elevado prestígio e a quando nelas ingressam. Neste âmbito, a reestruturação em curso das consideração de que os nossos militares usufruem em qualquer das missões em carreiras militares deve ser suficientemente apelativa para garantir a per- que estão empenhados, em diversos pontos do globo. manência de quadros altamente especializados na Instituição e a captação A participação nacional nestas missões, que traduz o natural cumprimento do de novos voluntários para preenchimento das necessidades do Sistema de compromisso de solidariedade, concorre directamente para a afirmação de Por- Forças. tugal no mundo e, mais do que isso, concorre para a segurança do espaço em que Igualmente importante é a disponibilização do investimento necessário para vivemos e para a salvaguarda dos valores em que acreditamos. assegurar a operacionalidade da força militar. No cenário de contenção orça- A defesa nacional, actualmente, conhece fronteiras difusas, envolvendo o empe- mental em que vivemos, o melhor aproveitamento das valências e capacidades nhamento das nossas Forças Armadas fora do território nacional, partilhando o existentes nas Forças Armadas, ao evitar a duplicação de estruturas e meios, esforço de contenção dos conflitos para que também as nossas populações sejam permitirá libertar recursos indispensáveis à defesa nacional. protegidas dos seus efeitos. Necessário será, de resto, dar continuidade aos esforços de reequipamento, Infelizmente, hoje em dia, a abrangência e o carácter multifacetado das ameaças melhorando o nível de realização dos planos de aquisição e manutenção de e a incerteza quanto à sua localização tornam necessárias uma maior vigilância equipamentos previstos na Lei de Programação Militar. Cumpridas estas condições, as Forças Armadas estarão mais aptas a fazer face Sessão Solene das Comemorações aos exigentes desafios que actualmente lhe são colocados, e também aos que o do Dia de Portugal, de Camões

ROTEIROS futuro lhes reserva. Refiro-me, em particular, aos decorrentes do Tratado de | e das Comunidades Portuguesas Lisboa, que traz a política comum de segurança e defesa da União Europeia para um novo patamar de cooperação. Viana do Castelo, 10 de Junho de 2008 ANÍBAL CAVACO SILVA CAVACO ANÍBAL Os mecanismos de participação previstos nesta dimensão da construção euro- INTEIRO PORTUGAL 56 peia, designadamente a Cooperação Estruturada Permanente, implicam padrões 57 de esforço elevados em matéria de desenvolvimento de capacidades militares e Celebramos, este ano, o 10 de Junho nesta bela cidade de Viana do Castelo, a que de contributos de forças e meios, e também no que toca ao desenvolvimento de Frei Luís de Sousa chamava a Viana de Portugal. programas comuns sob a égide da Agência Europeia de Defesa. O 10 de Junho é o dia em que Portugal comemora a sua identidade e se revê naquilo que tem de melhor: no seu poeta, Luís de Camões, e na língua em que Militares desde há séculos pensamos e comunicamos; nos seus heróis e naqueles que Ao longo da sua história, independentemente das dificuldades e dos riscos que todos os dias, com mais ou menos notoriedade, fazem com que sintamos orgulho cada missão encerra, as Forças Armadas têm sabido sempre cumprir com honra em continuar a ser uma nação independente. e brio o que a Nação lhes confia, correspondendo de forma exemplar ao que os Há poucos lugares onde a nossa identidade colectiva se imponha com tanta Portugueses delas esperam. nitidez como aqui, nesta região em que Viana do Castelo está situada. A Instituição Militar, fiel depositária de nobres tradições, tem constituído uma Aqui se forjou o galaico-português, matriz da língua-mãe, que hoje partilhamos notável escola de cidadania, transmitindo à juventude valores fundamentais com mais sete Estados lusófonos. como a abnegação e o sacrifício, a coesão, a disciplina e o profissionalismo, mas Aqui teve origem a ideia e a vontade de tomarmos o nosso destino nas nossas também a coragem, a ousadia e o amor à Pátria. mãos e sermos independentes. As Forças Armadas foram, são e serão sempre uma componente estruturante Aqui, sentimos todos que regressamos às nossas raízes. da identidade nacional, valor permanente com a qual a Nação conta e de que o Mas o 10 de Junho, conforme já afirmei em anos anteriores, não pode nem deve Comandante Supremo se orgulha. reduzir-se a um ritual nostálgico e passadista. Exorto-vos, assim, a continuar Portugal. O 10 de Junho deve antes ser uma ocasião para colher da história a inspiração e a confiança de que precisamos para enfrentar o futuro. O 10 de Junho é o momento mais apropriado para afirmar o que podemos e queremos fazer, com base naquilo que fizeram e nos legaram os que vieram antes de nós. Somos um povo que soube erguer-se como Estado independente, afirmar a sua vontade no concerto internacional, criar instituições eficazes e duradoiras, as quais garantiram a sobrevivência da Nação, apesar de todas as vicissitudes por que ela passou. Somos, além disso, um povo que se fez ao mar, andou pelas sete partidas do mundo e por lá deixou uma obra universalmente reconhecida. Estaremos nós, hoje em dia, à altura desse passado? Estarão as nossas instituições, as nossas empresas, a nossa sociedade, a respon- emigrantes portugueses, ou de origem portuguesa, frequentemente apresen- der aos desafios do presente? tadas como exemplo de seriedade por aqueles mesmos com quem trabalham e

ROTEIROS Estaremos nós a aproveitar cabalmente as potencialidades que os antepassados em toda a parte elogiadas pela sua capacidade empreendedora. A facilidade com |

nos legaram, de modo a podermos transmitir às gerações vindouras essa reali- que se adaptam a meios por vezes bem diferentes, mantendo ao mesmo tempo dade e essa promessa, essa vontade e esse destino? uma forte ligação às suas origens, não é, por certo, indiferente ao sucesso de ANÍBAL CAVACO SILVA CAVACO ANÍBAL É sabido que a escassez de recursos naturais nos acompanhou desde o prin- muitos emigrantes. INTEIRO PORTUGAL 58 cípio, determinando, inclusive, sucessivos fluxos migratórios. Há, no entanto, Se o dia de hoje, Dia de Portugal e de Camões, se chama também o Dia das Comu- 59 outro tipo de recursos que, porventura, não estaremos a utilizar tão bem como nidades, é porque se reconhece que elas são, de pleno direito, parte integrante deveríamos. da Pátria comum. No decorrer das viagens que fiz como Presidente da República e dos contactos As comunidades portuguesas de emigrantes são a mais estável representação internacionais que venho mantendo com quem nos visita, tenho verificado que da nossa gente e da nossa cultura além fronteiras, uma cultura que se distingue a ideia de um Portugal que foi à aventura e se cruzou com gentes e culturas as e afirma a sua identidade dialogando com a diferença. mais diversas, longe de ser uma lembrança que já se esfumou no tempo, é, pelo Os nossos militares e as forças de segurança que têm sido chamados a desem- contrário, uma imagem constante, que permanece viva. penhar missões de paz e de interposição em zonas de crise constituem, pela sua Da Europa aos Estados Unidos, da Índia ao Brasil, de Moçambique aos vários actuação, um outro exemplo vivo da facilidade que os Portugueses possuem de Estados do Médio Oriente, perduram não apenas vestígios materiais e espiritu- se integrar. Os muitos elogios que têm recebido são unânimes em registar o ais da nossa presença nessas terras, mas, acima de tudo, um reconhecimento profissionalismo, a disciplina e a bravura desses soldados, mas também a forma generalizado pela capacidade que temos de nos integrar e, ao mesmo tempo, singular como eles se relacionam com as populações locais e que os toma parti- de nos abrir aos outros. Esse universalismo, que se tornou a nossa verdadeira cularmente dotados para servir de mediadores em zonas de conflito. imagem de marca, encontra-se alicerçado na História. Existem, além disso, sinais de que uma nova geração de empresários começa a Portugal não se limitou a andar pelo mundo e a conhecer vagamente outros moldar-se ao mercado global e a criar de raiz, ou a reformular, empresas capa- povos com quem se defrontou ou negociou. zes de competir onde quer que se lhes deparem oportunidades nas respectivas Portugal entendeu-se e misturou-se realmente com os outros, criou raízes fora áreas de negócio. de casa, lançou as bases para novas nações e pontes para o diálogo internacional Portugal tem contribuído activamente para a consolidação do projecto europeu, que hoje tanto reivindicamos. um projecto que é decisivo, não apenas para o desenvolvimento e a concórdia Mas o universalismo português é ainda, na actualidade, um facto bem visível. no Velho Continente, mas também para o desanuviamento internacional e a Um universalismo como aquele de que fala Eduardo Lourenço, quando nos diz afirmação dos valores da paz e do diálogo entre todos os povos. «O Universal não é um espaço, é a universalidade do olhar que o pensa». Aliás, seria Das três vezes que exerceu a Presidência da União, Portugal manifestou sempre estranho que uma experiência tão vasta e tão prolongada de vivência universalista a competência, a diplomacia e o engenho bastantes para que se encontrassem não tivesse deixado marcas na nossa maneira de ser, de estar e de ver o mundo. acordos e decisões assinaláveis. O Tratado de Lisboa representa uma inequívoca vitória da diplomacia e é um Senhoras e Senhores instrumento decisivo para a saída do relativo impasse que ameaçava a constru- Prova cabal da actualidade do nosso universalismo dão-nos as comunidades de ção europeia, após a rejeição do anterior tratado por parte de alguns países. A par da vertente institucional, a última Presidência portuguesa saldou-se igual- Não possuindo, embora, os meios de que outros dispõem, seria contudo um erro mente por importantes avanços no relacionamento externo da União. E esses grave, no mundo altamente competitivo que é o nosso, ignorar ou desprezar

ROTEIROS avanços, em particular as cimeiras com o Brasil, Índia, China, Rússia, Ucrâ- aqueles que de facto temos e que todos nos reconhecem. Urge, pois, investir na |

nia e com a África e a ASEAN, levam todos, bem nítidas, as impressões digitais nossa rede diplomática e consular, dotando-a de capacidades que lhe permitam portuguesas. corresponder cabalmente ao que dela se espera, enquanto activo fundamental ANÍBAL CAVACO SILVA CAVACO ANÍBAL Atrevo-me a pensar que um tal sucesso não seria possível se não fosse a nossa para a promoção e defesa dos nossos interesses políticos, económicos e cultu- INTEIRO PORTUGAL 60 facilidade de interlocução e os laços especiais que nos unem a tantos povos, rais, no apoio às nossas empresas e aos nossos cidadãos, designadamente às 61 em particular àqueles que têm o português como língua oficial e com os quais comunidades portuguesas e luso-descendentes. partilhamos uma profunda afinidade. É necessário aproveitar a influência, apoiar a inserção política e valorizar a O universalismo dos Portugueses é, certamente, um privilégio que herdámos, capacidade empreendedora dos cinco milhões de compatriotas que residem mas é também uma experiência que temos sabido cultivar e um esteio sobre o fora do País. qual podemos e devemos, com realismo, projectar o nosso futuro. É necessário continuar a apoiar a internacionalização das nossas empresas, Todas estas manifestações, e outras de teor idêntico, levam-me a perguntar não só a partir de Portugal, mas também nos países que elas escolhem como se não estaremos a desperdiçar algumas das vantagens que esse recurso nos destino, e em simultâneo reforçar decisivamente a nossa capacidade de captação poderia trazer. de investimentos estrangeiros. Temos, imperativamente, de prosseguir a inserção das nossas universidades e Senhoras e Senhores centros de investigação nas redes internacionais em que hoje se produz o conhe- Num mundo como aquele em que vivemos hoje, nunca será demais realçar o cimento e a tecnologia. valor estratégico que representa, para a nossa afirmação internacional, para o Há que fortalecer e estreitar, ainda mais, as relações privilegiadas que nos ligam futuro das nossas empresas e para o bem-estar económico e social dos nossos aos restantes Estados de língua oficial portuguesa, tirando partido não só dos cidadãos, este capital de simpatia, esta receptividade com que podemos contar conhecidos laços de amizade, mas também da coincidência de interesses e de junto de tantos povos, independentemente das convicções políticas ou religiosas pontos de vista sobre muitos aspectos de política internacional. de cada um e do respectivo grau de desenvolvimento económico e social. A promoção da língua portuguesa é, de resto, o tema central da próxima cimeira Os problemas com que todos os países estão hoje confrontados, pela sua própria da CPLP, a ter lugar em Lisboa, já no próximo mês. Será importante que aí se natureza planetária, apelam a uma maior concertação internacional e a uma definam estratégias de actuação conjunta. Os mais de 200 milhões de falantes busca permanente de consensos aos mais diversos níveis. do português, dispersos um pouco por todo o mundo, já seriam suficientes para Portugal tem dado sobejas provas de uma natural aptidão para promover e justificar uma acção concertada dos oito Estados lusófonos, tendo em vista a facilitar a negociação e aproximação entre povos, quer ao nível regional, quer valorização, no quadro internacional, desse património que é a língua comum. ao nível global. Acresce, no entanto, que, no mundo globalizado em que vivemos, a afirmação Sem a cooperação regional e global entre os Estados, não será possível fazer face internacional de uma língua contribui de forma decisiva para a defesa dos inte- à crescente ameaça que representam as conhecidas assimetrias económicas, resses e valores de quem nela se exprime. sociais e demográficas, ou a desregulação nos mercados, designadamente dos Torna-se igualmente imprescindível que Portugal aprofunde a relação bilateral combustíveis e dos produtos alimentares. que mantém com cada um dos Estados lusófonos. Nas recentes visitas que fiz ao Brasil e a Moçambique, pude uma vez mais testemunhar a vontade e o interesse dos, uma política que tire realmente partido de tudo quanto fomos ao longo que esses países manifestam no reforço das parcerias já existentes, tanto ao dos tempos.

ROTEIROS nível político, como económico, ou cultural. Na sua História do Futuro, Vieira clamava pelas «cousas grandes e raras que |

O facto de nos entendermos na mesma língua e de partilharmos uma História haverá que ver nesse novo descobrimento». Assim nós saibamos, os Portugueses que foi comum durante alguns séculos não é irrelevante. Nem faria sentido os de hoje, honrar a sua memória e acreditar, como ele acreditou, nessa História ANÍBAL CAVACO SILVA CAVACO ANÍBAL Portugueses menosprezarem esse facto, quando por toda a parte ele é subli- do Futuro, a História que desejamos para os nossos filhos. INTEIRO PORTUGAL 62 nhado, com enorme admiração e aplauso. 63 Em política internacional, as amizades contam. No entanto, as relações entre Estados não se constroem, nem consolidam exclusivamente na base da amizade. Esta pode facilitá-las, mas não se substitui ao trabalho necessário à identificação de oportunidades de cooperação e ao esforço empenhado e persistente que a prática dessa cooperação exige.

Portugueses Não ignoro – e tenho-o dito algumas vezes – que o valor atribuído, no plano internacional, ao universalismo português depende em muito do crédito que tiver a nossa política interna. Um país onde as instituições não sejam fiáveis; um país que não cresça e não inove, criando riqueza e oportunidades para todos; um país sem uma escola de onde saiam elites capazes de integrar a sociedade do conhecimento e lidar com as tecnologias mais avançadas; um país que não confia no seu próprio futuro, por muito que possa orgulhar-se do seu passado, dificilmente pode aspirar a uma intervenção relevante no plano externo. Temos de começar por ser exigentes e rigorosos connosco, se queremos que o imenso património que herdámos e de que justificadamente nos orgulhamos se transforme num verdadeiro instrumento ao serviço do progresso e da prospe- ridade do nosso povo. Como sabemos, comemora-se este ano o centenário do nascimento do Padre Antó- nio Vieira. Poucos, melhor do que ele, incarnaram o universalismo português. Missionário e político, fiel aos valores universais e patriota de gema, pensador visionário e hábil diplomata, homem de acção e prosador sublime, Vieira é a prova insofismável de que é possível pensar e fazer um Portugal maior. Ninguém, melhor do que ele, poderá inspirar-nos uma política de horizontes rasga- Tomada de Posse da Comissão Organizadora das Comemorações do Centenário da República

Lisboa, 12 de Junho de 2008 PORTUGAL INTEIRO PORTUGAL As Comemorações do Centenário da República irão ser uma das mais importantes 65 realizações cívicas e culturais que Portugal levará a cabo no futuro próximo. O ano de 2010 avizinha-se e, por isso, há que avançar com rapidez e dinamismo. Mas também com serenidade e, sobretudo, com a elevação que a República de todos nós exige. A Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República tem à sua frente uma tarefa de grande relevância e responsabilidade: conceber e concretizar um Programa que mobilize todos os Portugueses. O Centenário da República deve ser uma celebração de alegria e de festa, sem criar fracturas artificiais ou divisões que não se inscrevem no âmbito específico das Comemo- rações da República. Os méritos de jurista e de gestor do Dr. Artur Santos Silva, a sua cultura huma- nista, as capacidades que demonstrou na coordenação de projectos culturais de grande envergadura, as suas qualidades cívicas e morais asseguram que, sob a sua presidência, a Comissão desempenhará com sucesso a missão que lhe foi confiada. Dos vogais da Comissão, personalidades de reconhecidos méritos, todos con- fiam que irão exercer as suas honrosas funções com independência e espírito de equipa, trabalhando apenas com um objectivo: contribuir para que o Centenário da República seja celebrado com dignidade, unindo os Portugueses em torno de um ideal colectivo que agora celebra 100 anos. Antes de ser uma forma de governo, a República é um projecto de cidadania. É este o sentido com que deve ser celebrada a República: como ideal ético, como modelo das virtudes cívicas de dedicação leal ao País e do governo pelo mérito. É importante que todos os Portugueses se revejam nestas comemorações. Os 100 anos da República devem, de resto, ser um motivo para que nos mobilize- mos em torno de desígnios que são da colectividade como um todo. O pluralismo é um ideal republicano e, por isso, também aqui o pluralismo deve Sessão Solene Comemorativa ser respeitado. A República não representa o triunfo de um grupo sobre outro. dos 175 Anos do Supremo Tribunal de Justiça

ROTEIROS O espírito republicano, porque nasceu justamente para acabar com privilégios, |

não tem proprietários exclusivos nem protagonistas privilegiados. Lisboa, 16 de Setembro de 2008 As Comemorações da República possuem, naturalmente, uma componente his- ANÍBAL CAVACO SILVA CAVACO ANÍBAL tórica, de evocação do passado, de revisitação de uma memória. Mas devem ter, INTEIRO PORTUGAL 66 essencialmente, uma dimensão prospectiva, vocacionada para o futuro. Para Quando uma instituição comemora 175 anos de existência, é usual saudar a 67 além do conhecimento objectivo e desapaixonado de um facto tão marcante da sua história, o seu passado ilustre, os seus pergaminhos de antiguidade. E, de nossa História Contemporânea, existe um labor a realizar na aproximação da facto, o Supremo Tribunal de Justiça percorreu um longo caminho. Fê-lo com sociedade civil às instituições políticas da República, tal como, de resto, é enun- a dignidade que nos permite hoje, neste belo Salão Nobre, saudar todos os que ciado no diploma que criou a estrutura organizativa destas comemorações. o serviram. Em articulação com a Comissão Consultiva, estou certo de que a Comissão Nacio- Mas, além de evocar a memória ímpar do Supremo Tribunal de Justiça, quero nal para as Comemorações do Centenário da República saberá encontrar um aproveitar esta ocasião solene para, de uma forma muito vincada, manifestar o justo equilíbrio entre a vertente histórica e a projecção do futuro, entre a com- meu respeito e o meu apreço pela Magistratura portuguesa. ponente científica e a componente cívica do Programa das Comemorações. O Supremo Tribunal de Justiça reúne o escol dessa Magistratura, tal como fica Mais do que em torno de ideologias ou formas de ver o mundo, é no universo patente na qualidade da sua jurisprudência. Mais do que isso, os seus Juízes Con- dos valores e das virtudes éticas que a República deve ser celebrada, porque é selheiros possuem diferentes visões do mundo, distintas concepções da vida e da aí que reside a sua essência, a sua perenidade. sociedade, o que representa um elemento altamente enriquecedor do trabalho Na qualidade de Presidente da República e de Presidente da Comissão de Honra aqui produzido, o qual, não por acaso, é acompanhado atentamente por toda a das Comemorações do Centenário, saúdo a Comissão que acaba de ser empos- comunidade jurídica, começando pelos outros Tribunais. sada e desejo-lhe os maiores sucessos na execução das tarefas que lhe foram Como referi nesta mesma sala, na cerimónia de abertura do ano judicial, deve- confiadas. mos ter presente que os Tribunais são um pilar essencial do Estado de direito Muito obrigado. democrático e que qualquer ofensa à dignidade e ao prestígio do poder judicial constitui uma ameaça grave para a democracia de qualidade a que aspiramos. Daí, também, a necessidade de escutar atentamente o que dizem aqueles que aplicam as leis e vivem a difícil realidade do quotidiano judiciário. A experiência e a maturidade são, naturalmente, duas qualidades por exce- lência dos magistrados do Supremo Tribunal de Justiça. Alcançar o título de Conselheiro do Supremo Tribunal de Justiça é sinal de méritos excepcionais ou de uma longa carreira de relevantes serviços prestados ao exercício da função jurisdicional. Sendo o Supremo Tribunal de Justiça, nos termos da Constituição, o órgão de cúpula do sistema judiciário, permito-me, Senhor Conselheiro Noronha Nas- cimento, saudar na pessoa de Vossa Excelência todos os magistrados do País. jurídica ao sentido de independência e à discrição e reserva que se exigem Estou certo de que hoje é um dia de festa não apenas para o Supremo Tribunal daqueles que administram a justiça em nome do povo.

ROTEIROS de Justiça, mas para todos os tribunais e para todos os magistrados. Saúdo, assim, o Supremo Tribunal de Justiça, com o respeito e a veneração que |

Na verdade, uma instituição que comemora 175 anos de existência dá à sociedade os seus 175 anos de vida impõem. portuguesa um sinal importante, o sinal da garantia da estabilidade. As leis e os ANÍBAL CAVACO SILVA CAVACO ANÍBAL códigos estão em constante transformação, mas, por isso mesmo, são necessá- INTEIRO PORTUGAL 68 rias instituições que permaneçam. No Supremo Tribunal de Justiça, a memória 69 não é um ornamento do passado, mas um factor de segurança – da segurança jurídica que é essencial para a previsibilidade da actuação dos operadores judi- ciários e para um relacionamento saudável entre a justiça e os cidadãos.

Senhoras e Senhores Vivemos num regime republicano, em que, por força da própria Constituição, os titulares dos órgãos de soberania são temporários. Vivemos também numa sociedade em constante mudança, que sofre transformações profundas a um ritmo muito intenso, até por força de fenómenos que nos ultrapassam, como a globalização ou a integração europeia. No nosso tempo, precisamos, pois, de referências, de instituições sedimentadas e socialmente reconhecidas como modelos. Não tenhamos ilusões: jamais con- seguiremos avançar nas mudanças que consideramos necessárias se dispensar- mos o saber feito de experiência e o enraizamento na realidade da vida. Todas as reformas que empreendermos têm de ser compreendidas pelos cidadãos. Muitas vezes, compete ao poder judicial ser o mediador entre essas reformas e a sociedade. São os juízes que aplicam aos casos concretos, às situações reais da vida, aquilo que foi concebido noutros lugares. Por isso, dos juízes se exige um alto sentido de responsabilidade. Os magistrados dispõem de um imenso poder sobre a vida dos cidadãos e, além disso, gozam de um prestígio social que os torna modelos de comportamento para todos nós. Apelo, pois, aos magistrados para que continuem a estar à altura do seu estatuto, como apelo a todos, começando pelos agentes políticos, para que tudo façam para garantir a dignidade do exercício da função judicial. Ao longo de 175 anos, os Conselheiros do Supremo Tribunal de Justiça foram e são magistrados exemplares, que aliam o seu profundo conhecimento da ordem Cerimónia Evocativa dos 98 Anos da Proclamação da República

Lisboa, 5 de Outubro de 2008 PORTUGAL INTEIRO PORTUGAL Nesta praça, há precisamente 98 anos, foi proclamada a instauração da Repú- 71 blica. Da varanda do edifício da Câmara Municipal, José Relvas anunciou que Portugal mudara de regime. Vivia-se um tempo de esperança. A República repre- sentava o sonho de um Portugal melhor e mais justo. Nos nossos dias, é também com esperança, com sonho e com ambição que deve- mos assinalar o aniversário da República. O 5 de Outubro tem de ser uma fonte de inspiração e de mobilização para todos os Portugueses. Precisamos de nos mobilizar. Precisamos de despertar as ambições colectivas que fizeram de Portugal uma nação livre e soberana. Não escondo que vivemos tempos difíceis. Os Portugueses sabem-no, porque vivem essas dificuldades no seu dia-a-dia. Muitas famílias têm dificuldade em pagar os empréstimos que contraíram para comprar as suas casas. Há idosos para quem a reforma mal chega para as despesas essenciais. Há jovens que buscam ansiosamente o seu primeiro emprego. Há homens e mulheres que perderam os seus postos de trabalho. Nascem novas formas de pobreza e exclusão social e, em paralelo, emergem chocantes disparidades de rendimentos. O que é vivido pelos cidadãos não pode ser iludido pelos agentes políticos. Quando a realidade se impõe como uma evidência, não há forma de a contornar. Portugal tem registado fracos índices de crescimento económico. Afastámo-nos dos níveis de prosperidade e de bem-estar dos nossos parceiros europeus. Ainda não invertemos a insustentável tendência do endividamento externo. Persistem profundas disparidades entre as diferentes regiões. A situação internacional, por outro lado, não é favorável. Ao elevado preço do petróleo e dos produtos alimentares, alia-se o aumento das taxas de juro. A inefi- ciência da regulação e da supervisão dos mercados financeiros, que recentemente emergiu nos Estados Unidos, e a dimensão da crise que lhe está associada são O regime político português encontra-se perfeitamente estabilizado e sedimen- fonte de grandes preocupações à escala global. As economias dos países europeus, tado, as instituições fundamentais do Estado funcionam, o sistema de governo

ROTEIROS nossos principais parceiros comerciais, registam um claro abrandamento. não difere dos que existem nas democracias europeias mais antigas do que |

a nossa. Vivemos um período de estabilidade política e existem condições de Portugueses governabilidade. ANÍBAL CAVACO SILVA CAVACO ANÍBAL É nestas alturas que se vê a fibra de um povo. É certo que podem e devem ser introduzidas alterações pontuais para melhorar INTEIRO PORTUGAL 72 Este é o tempo em que aqueles que servem as instituições da República devem a qualidade da democracia e para aproximar o poder dos cidadãos. É certo que 73 fazer prova do seu real valor e da sua visão de futuro. há muito a fazer pela qualidade dos serviços públicos. Mas não é menos certo Os tempos são difíceis, mas a vontade e o querer dos Portugueses terão de ser de que temos legítimos motivos de orgulho no caminho que percorremos após mais fortes. Temos capacidade para isso – e já o mostrámos ao longo da nossa o 25 de Abril. História multissecular, de que legitimamente nos orgulhamos. As potencialidades existem. Temos que saber aproveitá-las. No passado, acreditámos em nós próprios, não nos resignámos e chegámos A nossa ambição de regressar ao caminho da convergência real com o desen- longe. Mais recentemente, a forma como soubemos instaurar a democracia e volvimento médio da União Europeia e reduzir o desemprego deve permanecer construir uma sociedade civil de pessoas livres é algo que tem de nos motivar. viva. É aqui que devem centrar-se o debate e a agenda política. Como tem de nos motivar a capacidade empreendedora das comunidades por- O reforço da capacidade competitiva das nossas empresas está ao nosso tuguesas e luso-descendentes no estrangeiro. alcance. Há hoje uma nova geração de empresários conhecedores das exigên- Todos temos responsabilidades. Responsabilidades cívicas, deveres repu- cias da globalização, imbuídos de uma cultura de inovação e de excelência. blicanos. Temos empreendedores que se assumem como agentes de mudança, que Responsabilidades para com as gerações que nos precederam – e que temos a sabem que o sucesso das suas empresas não está dependente da protecção do tendência para apenas recordar como heróis do passado, sem nelas pensarmos Estado nem pode construir-se com base na permuta de favores ou copiando como exemplos de presente. modelos obsoletos. Os novos empresários já se aperceberam de que o êxito Temos deveres para com as gerações vindouras. Os nossos filhos, os nossos dos seus projectos depende da sua capacidade para enfrentar a concorrência netos, não nos perdoarão se baixarmos os braços, se não formos capazes de na economia global. fazer as escolhas certas e ultrapassar as dificuldades que Portugal enfrenta. A nossa ambição de melhoria do poder de compra de quem vive do seu trabalho É também a pensar neles, no País do futuro, que devemos ver na República um e de redução dos níveis de pobreza tem, igualmente, de continuar viva. É aqui, modelo inspirador e um estímulo para agir. Portugal pode ser o que quisermos. também, que deve estar a prioridade da agenda política. Possuímos condições geográficas privilegiadas para servir de plataforma entre A aposta na educação e na qualificação dos recursos humanos é consensual a Europa e o Atlântico. entre os agentes políticos, económicos e sociais. À luz de uma cultura de exigên- A História legou-nos um capital de simpatia e de conhecimento nos cinco conti- cia, não cedendo ao facilitismo, iremos certamente aumentar as competências nentes, que temos de saber cultivar. dos nossos jovens. No futuro, a produtividade da força de trabalho irá crescer. A nossa língua é falada por milhões de seres humanos. Havemos de reforçar o conteúdo tecnológico da produção nacional. Temos um vasto património cultural, que devemos preservar e proteger. Somos Sejamos realistas: ainda há muito por fazer, mas com esforço e trabalho seremos uma nação coesa e um Estado uno. capazes. Tenho encontrado por todo o país exemplos que me fazem ter confiança no esperança. Porque há motivos de esperança, há razões para o inconfor- futuro: investigadores que ombreiam com os melhores do mundo, universidades mismo.

ROTEIROS e empresas que cooperam com sucesso, jovens que se dedicam ao voluntariado Falo à luz do compromisso de verdade que assumi desde o primeiro dia do meu |

de uma forma admirável, empresários que apenas esperam que o Estado não mandato. Do mesmo modo que não escondo a verdade dos tempos difíceis que coloque entraves ao seu dinamismo. vivemos, não escondo a verdade da minha confiança num Portugal melhor. ANÍBAL CAVACO SILVA CAVACO ANÍBAL Os trabalhadores portugueses estão determinados em contribuir para o aumento A verdade gera confiança, a ilusão é fonte de descrença. INTEIRO PORTUGAL 74 da riqueza nacional. O clima das relações laborais é mais favorável do que na Sei que somos capazes. Somos capazes de vencer quando os desafios são 75 maioria dos países da União Europeia. Na concertação social, predomina o sen- maiores. tido de responsabilidade dos diversos parceiros. Em nome da República, peço aos Portugueses que acreditem em si próprios, nas suas capacidades. Não se deixem vencer pelo pessimismo ou pelo desânimo. No Portugueses dia-a-dia, na família, nos vossos empregos, nos vossos comportamentos cívicos, Vivemos tempos difíceis, sem dúvida. O futuro é incerto e, em muitos casos, saibam aproveitar as potencialidades que têm e tirem partido dos recursos natu- preocupante. rais e humanos de que o País dispõe. Porque falo sempre verdade aos Portugueses e porque tenho como princípio O tempo é de decisão, de decisão ponderada. E a decisão quanto ao futuro cabe conhecer a realidade do País, escutar os meus concidadãos e ouvir as suas ao comum dos Portugueses. É, pois, no comum dos Portugueses que deposito preocupações, sei bem que muitos atravessam momentos de incerteza perante a minha maior esperança, uma esperança que se alimenta do sonho de uma o futuro. República melhor. Quando o presente é difícil, somos sempre tentados a pensar que o futuro tam- Acredito numa República melhor, porque acredito no nosso Povo. bém o será. Mas, na realidade, o futuro será o que dele fizerem os cidadãos da Acredito na República Portuguesa e orgulho-me de ser Presidente dos cidadãos nossa República. desta República. Os Portugueses já perceberam que não será o Estado a resolver todos os seus Obrigado. problemas. Têm direito a esperar do Estado que faça bem o que lhe compete fazer. Que seja rigoroso e ponderado no uso dos dinheiros públicos e que os impostos sejam justos e razoáveis. O Estado tem de garantir dois valores essenciais, a justiça e a segurança. Deve pro- mover o acesso de todos aos cuidados de saúde, como deve oferecer um ensino de qualidade e uma rede de protecção social que proteja os cidadãos nos momentos difíceis da vida. O Estado nunca pode esquecer aqueles que têm muito pouco, os mais frágeis e desprotegidos, os que se encontram em situação de pobreza.

Portugueses A República é um modelo de virtudes cívicas e éticas. De todos a República exige uma nova atitude, feita de inconformismo e de Mensagem de Ano Novo

Palácio de Belém, 1 de Janeiro de 2009

No início deste novo ano, dirijo a todos os Portugueses, onde quer que estejam, INTEIRO PORTUGAL uma saudação calorosa e os melhores votos para 2009. 77 Quero começar por dirigir uma palavra especial de solidariedade a todos os que se encontram em situações particularmente difíceis, porque sofreram uma redução inesperada dos seus rendimentos. A estes homens e a estas mulheres, que sofrem em silêncio, e que até há pouco tempo nem sequer imaginavam poder vir a encontrar-se na situação que agora atravessam, quero dizer-lhes, muito simplesmente: não se deixem abater pelo desânimo. O mesmo digo aos jovens que, tendo terminado os seus estudos, vivem a angústia de não conseguirem um primeiro emprego: acreditem nas vossas capacidades, não percam a vontade de vencer. Quero também lembrar dois outros grupos da nossa sociedade que são frequen- temente esquecidos e que vivem tempos difíceis. Os pequenos comerciantes, que travam uma luta diária pela sobrevivência. O pequeno comércio deve merecer uma atenção especial, porque constitui a única base de rendimento de muitas famílias. Os agricultores, aqueles que trabalham a terra, que enfrentam a subida do preço dos adubos, das rações e de outros factores de produção. Sentem-se penalizados face aos outros agricultores europeus por não beneficiarem da totalidade dos apoios disponibilizados pela União Europeia. O mundo rural faz parte das raízes da nossa identidade colectiva. A sua preservação é fundamental para travar o despovoamento do interior e para garantir a coesão territorial do País.

Portugueses Não devo esconder que 2009 vai ser um ano muito difícil. Receio o agravamento do desemprego e o aumento do risco de pobreza e exclusão social. Devo falar verdade. A verdade é essencial para a existência de um clima de confiança entre os cida- Sem isso, é pura ilusão imaginar que haverá verdadeiro progresso económico e dãos e os governantes. É sabendo a verdade, e não com ilusões, que os Portu- social, criação duradoura de emprego e melhoria do poder de compra dos salá-

ROTEIROS gueses podem ser mobilizados para enfrentar as exigências que o futuro lhes rios. Sem isso, não conseguiremos pôr fim ao crescimento explosivo da dívida |

coloca. externa. As ilusões pagam-se caras. A crise financeira internacional apanhou a economia portuguesa com algumas Por outro lado, temos de reduzir a ineficiência e a dependência do exterior em ANÍBAL CAVACO SILVA CAVACO ANÍBAL vulnerabilidades sérias. A crise chegou quando Portugal regista oito anos con- matéria de energia. Assim como temos de alterar a estrutura da produção nacio- INTEIRO PORTUGAL 78 secutivos de afastamento em relação ao desenvolvimento médio dos seus par- nal, no sentido de mais qualidade, inovação e conteúdo tecnológico. 79 ceiros europeus. Os dinheiros públicos têm de ser utilizados com rigor e eficiência. Há que prestar Há uma verdade que deve ser dita: Portugal gasta em cada ano muito mais do uma atenção acrescida à relação custo-benefício dos serviços e investimentos que aquilo que produz. públicos. Portugal não pode continuar, durante muito mais tempo, a endividar-se no Para que o nosso futuro seja melhor, para que os nossos filhos e netos não estrangeiro ao ritmo dos últimos anos. Para quem ainda tivesse dúvidas, a crise recebam uma herança demasiado pesada, exige-se a todos trabalho e determi- financeira encarregou-se de desfazê-las. Como é sabido, quando a possibilidade nação, sentido de responsabilidade, ponderação nas decisões e prudência nas de endividamento de um país se esgota, só resta a venda dos bens e das empresas escolhas. nacionais aos estrangeiros. Há que enfrentar as dificuldades do presente com visão de futuro, olhando para Os Portugueses devem também estar conscientes de que dependemos muito além do ano de 2009. das relações económicas com o exterior. Não são apenas as exportações e as importações de bens. São as remessas dos nossos emigrantes, o turismo, os Portugueses apoios da União Europeia, o investimento estrangeiro, os empréstimos externos Conheço os desafios que Portugal enfrenta e quero contribuir para a construção que Portugal tem de contrair anualmente. de um futuro melhor. Para tudo isto, é importante a credibilidade que merece a nossa política interna, Tenho percorrido o País e contactado directamente com as pessoas. as perspectivas futuras do País, a confiança que o exterior tem em nós. Devemos, Tenho procurado mobilizar os Portugueses, apelando à união de esforços, por isso, ser exigentes e rigorosos connosco próprios, cuidar da imagem do País incutindo confiança e vontade de vencer, apontando caminhos e oportunidades que projectamos no mundo. Caso contrário, tudo será mais difícil. que sempre existem em tempo de crise. Não escondo a verdade da situação difícil em que o País se encontra. Tenho insistido na atenção especial que deve ser prestada aos cidadãos mais Mas também não escondo a minha firme e profunda convicção de que há atingidos pelo abrandamento da actividade económica. um caminho para Portugal sair da quase estagnação económica em que tem Tenho apelado ao espírito de entreajuda em relação aos mais desfavorecidos. estado mergulhado. Aos Portugueses, pede-se muito neste ano que agora começa. O caminho é estreito, mas existe. E está ao nosso alcance. Para ele tenho, insis- Mas, na situação em que o País se encontra, especiais responsabilidades impen- tentemente, chamado a atenção. dem sobre as forças políticas. O reforço da capacidade competitiva das nossas empresas a nível internacional Os Portugueses gostariam de perceber que a agenda da classe política está, de e o investimento nos sectores vocacionados para a exportação têm de ser uma facto, centrada no combate à crise. As dificuldades que o País enfrenta exigem prioridade estratégica da política nacional. que os agentes políticos deixem de lado as querelas que em nada contribuem para melhorar a vida dos que perderam o emprego, dos que não conseguem suportar Sessão Solene de Abertura do Ano Judicial os encargos da prestação das suas casas ou da educação dos seus filhos, daqueles

ROTEIROS que são obrigados a pedir ajuda para as necessidades básicas da família. Supremo Tribunal de Justiça, 27 de Janeiro de 2009 |

Não é com conflitos desnecessários que se resolvem os problemas das pessoas. Nesta fase da vida do País, devemos evitar divisões inúteis. Vamos precisar muito ANÍBAL CAVACO SILVA CAVACO ANÍBAL uns dos outros. Esta sessão solene, que todos os anos tem lugar neste magnífico Salão Nobre, INTEIRO PORTUGAL 80 constitui um momento privilegiado para que os diversos protagonistas do 81 Portugueses nosso sistema judicial prestem contas aos Portugueses sobre o estado da Já passámos por outras situações bem difíceis. Não nos resignámos e fomos Justiça. capazes de vencer. Como determina a nossa Lei Fundamental, a Justiça é administrada em nome O mesmo vai acontecer agora. Tenho esperança e digo-o com sinceridade. do Povo. Por isso, é natural que os cidadãos tenham o direito de, em cada ano, Cada um deve confiar nas suas competências, nas suas aptidões e capacidades. receber um balanço da forma como tem funcionado o sistema judicial português. Este é o tempo de resistir às dificuldades, aos obstáculos, às ameaças com que Manter uma relação de verdade com os cidadãos e prestar contas do exercício cada um pode ser confrontado. de funções públicas são dois valores que considero essenciais da nossa cultura Não tenham medo. O futuro é mais do que o ano que temos pela frente. O futuro republicana e democrática. será 2009, mas também os anos que a seguir vierem. A abertura do ano judicial é, pois, um tempo de olhar para o futuro, mas também Acredito num futuro melhor e mais justo para Portugal, porque acredito na von- um momento de balanço. tade e no querer do nosso Povo. Neste contexto, diversas interrogações se podem colocar: no ano que passou, Para todos, Bom Ano de 2009. o nosso sistema judicial funcionou de forma mais eficaz? Foram satisfeitas as legítimas expectativas dos Portugueses quanto ao exercício atempado e ponde- rado da função jurisdicional? A qualidade da legislação produzida aumentou de forma visível? Para o exercício da função judicial, a qualidade da legislação constitui, de facto, um elemento fundamental. É certo que desde há muito que se reconhece que os juízes são muito mais do que a mera «boca da Lei» de que falava Montesquieu. Mas não é menos certo que, pese o seu papel activo e criativo na interpretação e na aplicação da lei aos casos concretos, os magistrados necessitam de leis de qualidade, redigidas numa linguagem precisa e segura, dotadas de soluções normativas harmónicas e consistentes. Para uma Justiça melhor, é necessário legislar melhor. A qualidade da legislação é ainda fundamental num outro plano. A lei deve ser compreensível pelos cidadãos e adequada à sociedade em que vivemos. Infeliz- mente, nem sempre isso acontece. Produz-se por vezes legislação que tem em vista uma realidade que não é a nossa, que não tem em devida conta o País que O diagnóstico precoce, que resulta da avaliação prévia do impacto das leis na somos, o País que queremos e, sobretudo, o País que podemos ser. sua fase de concepção, implica uma estimativa de custos e benefícios, uma audi-

ROTEIROS O Direito não existe para satisfazer interesses de alguns ou para construir ção criteriosa dos interessados, uma avaliação de riscos e um juízo ponderado |

utopias, mas para resolver os problemas dos cidadãos. O Direito existe para sobre a necessidade e adequação das medidas em causa. A avaliação prévia das ultrapassar tensões, não para as aumentar. O Direito tem de resolver os pro- normas permite reforçar a responsabilidade do legislador pela adequação das ANÍBAL CAVACO SILVA CAVACO ANÍBAL blemas reais das pessoas, ao invés de se converter, ele próprio, numa fonte de leis que aprova, minimiza o insucesso de muitas políticas públicas, reduz formas INTEIRO PORTUGAL 82 conflitos. de contestação desnecessária a regimes jurídicos mais controversos. É também 83 Legislar é fazer escolhas, o que implica, não raras vezes, desagradar a alguns. através dessa avaliação que se contabilizam os recursos necessários para a boa Simplesmente, existe uma grande distância entre aquilo que constitui uma legí- aplicação das leis. tima opção política de quem está mandatado democraticamente e aquilo que Por outro lado, a avaliação sucessiva do impacto das leis mais importantes evita representa um elemento artificial de perturbação da vida colectiva. Por isso, que o legislador, depois de aprovar um determinado regime jurídico, se desinte- tenho insistido na necessidade de as leis serem produzidas em estreita arti- resse posteriormente pelos efeitos que o mesmo produz. culação com aqueles que conhecem as realidades em causa, designadamente a Portugal, tal como outros Estados-membros da União, adoptou políticas de qua- realidade judiciária, ou seja, os operadores do Direito. lidade legislativa cuja eficiência deve ser regularmente escrutinada. Tendo-se A perfeição da lei não depende apenas do seu apuro técnico-jurídico, nem legis- registado alguns avanços no âmbito da simplificação de procedimentos, importa lar é um exercício académico. A qualidade das leis decorre, em boa medida, do verificar, no entanto, se muitas das medidas se mostraram adequadas ou se modo como as normas se adequam à sociedade em que vivemos. foram efectivamente adoptadas e executadas. O tema da qualidade das normas jurídicas tem vindo a suscitar a minha cres- cente preocupação, na medida em que toda a lei que seja incerta, mal avaliada Minhas Senhoras e meus Senhores quanto aos seus efeitos ou portadora de normas de duvidosa constitucionalidade Se do legislador se exige um esforço acrescido no sentido de uma maior qua- inquina o sistema de Justiça. lidade das leis, sobre os aplicadores do Direito recaem também particulares A legislação de qualidade aumenta a eficiência das políticas públicas, diminui a responsabilidades. despesa, gera segurança jurídica nas empresas e nos cidadãos e reduz a litigio- Na actual conjuntura de dificuldades colectivas que todos atravessamos, os ope- sidade junto dos tribunais. radores judiciários têm de se consciencializar de que o sistema judicial não vive A consciencialização da importância da qualidade das leis tem levado os Estados à margem da realidade do País, que o mundo dos tribunais não é um universo mais desenvolvidos a introduzir importantes reformas, tendo a União Europeia próprio e fechado, situado fora do tempo que é o nosso. lançado um ambicioso plano com aquele objectivo, como ferramenta jurídica e Esta é, de facto, uma etapa da vida nacional em que a questão dos custos do técnica da Estratégia de Lisboa. O plano implica o desenvolvimento, em todos sistema de justiça merece uma reflexão profunda e actuante. Não me refiro, os Estados-membros, de uma nova cultura e de um novo modelo institucional obviamente, aos custos de funcionamento do aparelho judiciário, o qual, como de perfeição legislativa que, a par da simplificação e boa redacção das normas, todos os sistemas de prestação de serviços públicos, representa um elemento de supõe uma avaliação exigente do impacto das leis de maior relevo, nomeada- despesa para os contribuintes. Refiro-me, isso sim, à necessidade de se ter em mente das que envolvam grandes investimentos públicos ou que procedam a conta os custos materiais e imateriais associados às deficiências e aos atrasos reformas administrativas e judiciárias de grande alcance. na realização da Justiça. Mesmo compreendendo que a Justiça tem ritmos próprios de concretização, dotada de todos os instrumentos que modernizem os métodos de acção e agili- é inquestionável que existem ainda entraves no funcionamento dos tribunais que zem os procedimentos, bem como de um rigoroso sistema de avaliação e acom-

ROTEIROS constituem um dos graves problemas com que o País actualmente se defronta. panhamento dos seus resultados. |

Para a competitividade da nossa economia, para a dinâmica dos agentes econó- O País precisa de uma Justiça que transmita confiança aos cidadãos, que resolva micos, para a credibilização de Portugal no exterior, é fundamental possuirmos de vez os problemas da morosidade no julgamento dos processos e que garanta ANÍBAL CAVACO SILVA CAVACO ANÍBAL um ordenamento jurídico e um sistema judicial susceptíveis de merecerem a um acesso justo dos cidadãos aos tribunais. INTEIRO PORTUGAL 84 confiança dos cidadãos. 85 O sistema financeiro só apoiará o investimento se tiver a garantia de que a Jus- Minhas Senhoras e meus Senhores tiça protegerá os seus créditos, caso tal seja necessário. Como já referi neste Salão Nobre, tenho consciência das dificuldades que os Os empresários têm de saber que a Justiça estará à altura da sua missão no magistrados enfrentam todos os dias no exercício das suas funções. A eles é momento em que, por qualquer motivo, necessitarem dela. devida uma palavra de apreço pelo modo como, em condições tantas vezes Os investidores nacionais e estrangeiros necessitam de saber que Portugal é adversas, lidam com os milhares de processos que todos os anos afluem aos um Estado de direito, em que o incumprimento das obrigações é sancionado nossos tribunais. atempadamente pela lei e pelos tribunais. É justamente por isso que insisto na necessidade de uma cultura judiciária de Os operadores judiciários são também interpelados pela actual situação econó- responsabilidade. Se a confiança dos cidadãos nas instituições é essencial em mica e financeira. Muito provavelmente, essa situação acabará por se projectar todos os momentos, ela torna-se dramaticamente necessária quando atraves- no sistema judicial. A crise económica poderá trazer consigo um aumento de samos tempos difíceis. Como disse recentemente, na mensagem que dirigi aos litigiosidade. Para o relançamento da economia, para o combate a novas e mais Portugueses no início do ano, em 2009 vamos todos necessitar muito uns dos violentas formas de criminalidade, a Justiça tem de ser capaz de fornecer uma outros. No sector da Justiça, os diversos protagonistas irão também necessitar resposta eficaz, adequada e em tempo oportuno. muito uns dos outros. De entre as reformas da área da Justiça operadas em 2008, uma merece, neste Tenho esperança de que os agentes políticos, de um lado, e os operadores judi- contexto, uma especial referência, pela importância de que se reveste na melho- ciários, do outro, saberão estar à altura dos grandes desafios que 2009 e os anos ria do sistema geral da administração da justiça, designadamente, no julgamento seguintes colocam ao nosso País. Aquilo que está em causa, o futuro das gerações mais célere e qualificado dos processos judiciais. Refiro-me à lei de organização vindouras, é demasiado importante para nos dividirmos em torno de controvér- e funcionamento da rede dos tribunais judiciais. Com a criação em vários muni- sias que pouco dizem ao comum dos Portugueses. cípios de juízos especializados nas áreas cíveis, do comércio, da execução e do Neste dia, em que solenemente se procede à abertura do ano judicial, expresso trabalho, dotados de uma nova gestão administrativa e processual, embora em o meu apreço por todos os operadores judiciários: magistrados, advogados, fun- regime experimental, espera-se que os cidadãos e as empresas passem a obter cionários, a quem desejo um frutuoso trabalho para bem do País. uma mais rápida resolução dos seus conflitos e uma atempada execução das Obrigado. decisões proferidas. A nova organização judiciária, que vigorará em pleno a partir de Setembro de 2010, será seguramente um momento decisivo para a Justiça portuguesa, que todos desejamos mais próxima dos cidadãos, mais qualificada e especializada, Economia e Crescimento Sustentável II

manter e desenvolver a para contribuíram anos, dos longo ao que, aqueles todos felicitar por começar de portanto, geral.Gostaria, em Agricultura a para e Rural Desenvolvimento o ciar a importância que esta iniciativa tem tido para a afirmação do Alentejo, para Em 1983, quando a 25 anosatrás. há agricultura nossa da estado o recordar necessário é século, de quarto num sofreu actividade de sector este que transformações enormes as avaliar Para tro, dereflexão,cultura edeentretenimento. mos conseguido? Temos muitos exemplos que nos mostram que a explicação a que mostram nos que exemplos muitos Temos conseguido? mos Como se explica que, apesar das nossas limitações naturais e estruturais, o tenha nossa economia. para a importante contributo um dar a continua modernizado, e eficiente mais muito dispomos, hoje que de florestal e agro-industrial agrícola, sector o que modo tal De mundo. do e Europa da resto o com concorrência em colocaram a que mudanças das altura à mostrou se formularam, então muitos que mistas pessi mais prognósticos os contrariando agricultura, nossa a que dizer hoje Podemos dimensão. enorme de desafios perante portugueses agricultores os colocou Adesão A Europeia. Económica Comunidade da parte fazer para rava particularmente agitada da história da nossa agricultura e já Portugal se prepa- 25 anos, transformar uma pequena feira local num grande acontecimento agro- nestes conseguido, terdes por alegria vossa da compartilhar e certame deste com uma razão suplementar: o prazer de comemorar convosco as bodas de prata Ao aceitar o convite que me foi dirigido para visitar a visitar para dirigido foi me que convite o aceitar Ao Tenho acompanhado, desde há muito, a evolução da Alentejo. do produtos nos e cultura na valores, nos centrado nacional, âmbito de ‑rural OVIBEJA OVIBEJA se iniciou, apenas começava a ser superada uma fase , transformando-a num grande espaço de encon dos 25AnosdaOVIBEJA Sessão Comemorativa Beja, 26deAbril2008 OVIBEJA OVIBEJA e posso bem apre , fi-lo, este ano, este fi-lo, ,

- - - - 91 ECONOMIA E CRESCIMENTO SUSTENTÁVEL 92 ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS níveis, abre, em todo o caso, novas perspectivas aos produtores agrícolas. Tenho como se inverteu, o que, não deixando de suscitar graves preocupações a vários consequentemente, a oferta no mercado mundial. Essa fase não só já terminou, e, produção a desencorajarem de ponto ao baixos, estavam porque parte, em ços agrícolas desceram sistematicamente durante muitos anos, e sobem agora, em largas regiões do mundo. Contudo, poucos parecem lembrados de que os pre consumo de padrões novos a e rendimento de patamares novos a acesso cente cres o e biocombustíveis de produção à incentivo o climáticas, razões por ção Vários factores explicam o que está a suceder: desde logo, as quebras de produ internacional. nível a especulativo aproveitamento algum até, e, agitação forte uma resto, de provocado, tem situação Esta tendência. a manter de sinais dão e acentuada alta em estão base de produtos dos mercados os momento, neste Ora, cional. interna economia mais, vez cada e, economia é também agricultura a Mas que economia,écultura. A do mais é ser.afinal, a agricultura, continuar A queremos que daquilo e somos Não podemos nunca esquecer que nos campos nasceu grande parte daquilo que exercer aactividadeagrícola,florestaleagro-industrial. de responsabilidade a e missão a têm que daqueles contributo o todo entende fiado, outras vezes injusto e até hostil, de uma sociedade urbana que nem sempre vezes, decepcionantes. Sei que é difícil suportar um olhar muitas vezes descon Sei que as condições em que se trabalha na agricultura são duras, incertas e, por distinguir osnossosprodutos. e afirmar sucesso, alcançar conseguimos que em sectores extensiva, pecuária da horticultura e da floricultura, da preservação de raças autóctones e da nossa fruticultura, da segmentos vários de cortiça, da avicultura, da leite, do azeite, do arroz, do tomate, do vinho, do sectores dos evolução a exemplo, de título a apenas Sublinho, conseguido. temos que muito pelo orgulho nosso o afirmar de altura É atitude. de mudar de altura pois, É, europeus. agricultores outros quaisquer como bons tão ser demonstrado têm portugueses agricultores Os antesdemais,aosnossosagricultores. O méritodeve-se, portanto, dade. São esses os grandes factores que têm permitido ultrapassar as dificuldades. reside na capacidade dos agricultores portugueses, no seu esforço e na sua tenaci OVIBEJA , anoapósano,bemotemdemonstrado. ------quando setrata deagricultura. nem sempre a competitividade pode ser o único aferidor do interesse nacional, importância, maior da que Ainda mundial. mercado do contexto no parativas de regadio ou para aqueles segmentos de produção de maiores vantagens com agriculturaparaa simpatia com apenas olhar possamos não que também, Daí, rurais. paisagens das valorização na e património do recuperação na cultura, Daí que se torne imperativo apostar na sustentabilidade dos vários tipos de agri abandono. ao condenada ver-se poderá País do interior do parte boa e sector o deixarão terra. Sem actividades produtivas e sem qualidade de vida, muitos agricultores daexploração de modos diferentes os mantivermos se alcançado ser pode só territorial equilíbrio de desejável grau o que reconhecer para território, do Temos de encarar de frente um dos nossos maiores problemas, o da ocupação e devem sertidosemcontanadefiniçãoeexecução daspolíticas. nais. Todos estes modos de exploração agrícola possuem virtualidades próprias bém uma agricultura gerida por grandes companhias, algumas delas internacio para omercado,umaagricultura empresarialdemercadoe,agora, temostam uma agricultura familiar de complemento de rendimento, parcialmente virada autoconsumo, de minifundiária camponesa agricultura uma de par a Temos, Uma das características do nosso sector agrícola é a sua extrema fragmentação. possam serdevidamentetidasemconta. produtores dos representativas organizações das opiniões as que a modo de profundidade. com E, também, e com a participaçãotempo activa com dos interessados, nós, de todos os entre interessados, discutida, seja que e prioritária como vista seja questão esta que desejo: um exprimo apenas Pela parte, minha depois de2013. ocorrerão só profundos mais efeitos seus os mas francesa, Presidência a sob que o processo de revisão venha a ser concluído no segundo semestre deste ano, Admite-se Comum. Agrícola Política a rever a novo de está Europeia União A Minhas Senhoras emeusSenhores aproveitar estaoportunidade. fundada esperança de que os nossos agricultores possam estar em condições de - - - - 93 ECONOMIA E CRESCIMENTO SUSTENTÁVEL 94 ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS Depois de ter acompanhado de perto as transformações que ocorreram ocorreram que transformações a que de certo as estou anos, 25 nestes perto de acompanhado ter de Depois melhor maneira osproblemasda agricultura portuguesa. da enfrentar para necessitamos que de energia a roubam nos que sentido sem criar em Portugal uma visão comum e mobilizadora, evitando os antagonismos com diálogo e pedagogia, com espírito de abertura e de cooperação, saberemos só que também, sei, Mas agricultores. não ou sejam portugueses, muitos por Sei que estas prioridades e estas preocupações são compreendidas e partilhadas pode serumdanoirreparável para onossopatrimónio. genuinidade dos produtos específicos dase nossas regiões, qualidade cujo desaparecimento a e geral em alimentar segurança a garantir de Temos sociais. e pragas que rapidamente se globalizam, com graves consequências económicas e doenças por ou naturais fenómenos por determinadas estas sejam crises, de gestão de eficazes suficientemente europeus mecanismos criados ser Devem alternativas. verdadeiramente soluções encontrar para oferecer pode agro-florestal sector o que contributo no esperança tenho energéticas, questões das domínio No muitos casos,restaurá-la emelhorá-la. em como, conservá-la, só não para possível for que o fazer devemos e travada em particular na Europa do Sul. A crescente perda de biodiversidade tem de ser Preocupam-me as alterações climáticas e o impacto que as mesmas poderão ter, problemas. O Presidente da República, podem estar certos, dedica grande atenção aos seus futuro. o encaram agricultores os que com incerteza particular a Compreendo o seufuturo. preparar poderão portugueses osonde agricultores serena de reflexão espaço OVIBEJA será, nesta Cidade de Paz, um um Paz, de Cidade nesta será, É com muita satisfação que estou presente neste V Encontro V neste presente estou que satisfação muita com É o reforçodoinvestimento nestasáreas. urgência,de sentido exige,com Ora,isso e inovação. na e conhecimento do ção a transição para um novo modelo de crescimento económico, baseado na utiliza deixa antever não nos permitem outra alternativa que não seja a de aprofundar O desempenho recente da nossa economia e os acrescidos desafios que o futuro Senhores EmpresárioseGestores investigação. contrasta, de resto, com o progresso do investimento público em actividades de e preocupante manifestamente é constatação Esta europeia. média da aquém sectores, o desempenho da inovação empresarial continua a situar-se bastante Em Portugal, nos últimos e anos, apesar em dos alguns progressos observados do presentee,sobretudo,futuro. mento das empresas e das economias europeias no contexto competitivo global posiciona o para determinante questão uma de reconhecidamente, Trata-se, tecnológica. menores custos operativos e mais emprego nos sectores de elevada intensidade serviços, e novosprodutos palpáveisde e termos concretos em resultados guir conse a modo de inovação, de processo do eficiência da aumento o promover da estratégia renovada centro de Lisboa, próprio coloca-se ano questão de facto, saber queDe medidas podem países. os todos a comum objectivo um e peu O reforço da inovação empresarial continua a ser um tema central a nível euro presentes. para a abordagem desta questão e um estímulo aos empresários e gestores aqui contributo excelente um proporcionará hoje de encontro o que de certo Estou ano tem por tema de reflexão a problemática do reforço da inovação empresarial. do VEncontroNacionaldeInovação COTEC Sessão deEncerramento Porto, 2deJunho2008 COTEC , que este que , - - - - 95 ECONOMIA E CRESCIMENTO SUSTENTÁVEL 96 ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS mantido, no geral, em níveis limitados, sobretudo tendo em conta o potencial potencial o conta em tendo sobretudo tenha limitados, níveis se em geral, no empresas mantido, as e nacional científico sistema do instituições as entre cooperação a positivos, exemplos dos apesar que, paradoxal isso, por Parece, ção derelaçõesestáveis eprofícuascomasempresassuas parceiras. cria- a importante, menos não e, incontestável valor de mundiais referências são hoje que portuguesas tecnologias de criação a sido aproximaçãotem desta mercado e das empresas está já a ser traduzida em benefícios reais. O resultado dos interesses de investigadores e das suas instituições com as necessidades do tido de abrir as suas portas ao mercado. E é de notar que esta maior convergência Considero que o sistema científico nacional tem vindo, de facto, a evoluir no sen- ção crescentedosnossosinvestigadores em redescientíficasinternacionais. gressiva internacionalização da investigação nacional, como reflexo da integra pro- à resto, de Assiste-se, empresas. pelas colocados são lhes que problemas dos muitos a resposta dar a passaram portuguesas científicas instituições As dirigido aossectoresprodutivos. científico conhecimento de produção da quer qualificados, investigadores de número do quer significativo aumento um verifica-se investigação, de centros dos competências e capacidades das reforço do e desenvolvimento do par A nhado através dos«Roteirospara aCiência». acompa tenho resultados cujos nacional, científico sistema do instituições das Nas últimas duas décadas, tem-se registado uma profunda evolução na maioria entusiasmo eprofundidadeosprocessosdeinovação. maior com abraçarem não empresas nossas as para justificações principais as como apontadas sido têm financiamento, de capacidade insuficiente da além para certos, parceiros aos e qualificados recursos aos mercados, aos nologias, limitações da procura, tendem a condicionar os níveis de investimento em ino em investimento de níveis os condicionar a procura,tendem da limitações as como assim portuguesa, economia da conjuntural situação a que sabido É das caso no especialmente empresas, das dimensão à associadas dificuldades As da economiaportuguesas. e empresas das estruturais debilidades das resolução na forte aposta uma por tuações conjunturais e de assegurar o potencial de crescimento económico passa flu- de impacto o suavizar de forma melhor a que sabido também é Mas vação. PME , assim como as restrições no acesso ao conhecimento, às novas tec novas às conhecimento, ao acesso no restrições as como assim , - - - - Nos últimos dois Encontros, tive a oportunidade de entregar o Prémio o entregar de oportunidade a tive Encontros, dois últimos Nos mérito. o premiar e exemplos bons os distinguir de importância a sublinhado Tenho Minhas Senhoras emeusSenhores capital tecnológicoedoconhecimento. certamente um retorno positivo adicional nesse apoio à internacionalização do empreendedores, tal como acontece noutras economias europeias. Encontrarão jovens aos caminho o facilitar ao relevante, papel um aqui ter poderão lização internaciona de processos em envolvidas portuguesas empresas grandes As seus mercados. nos mundo do melhores as entre complexos, nem receios sem estar, cionam forte vocação inovadora nascem já com uma dinâmica internacional, e que ambi e tecnológica base de empresas novas as que igualmente, constatado, Tenho prática, pelacriaçãodevaloraccionista. na demonstrado, sucesso, com inovação de redes orquestradoras,em próprias elas são ou integram, se já que de portuguesas empresas de exemplos oportunidade conhecer a tido Tenho empresas. próprias das exterior no situadas se delas competências, muitas de conhecimento e de redes desenvolve de que partir a processo um constitui inovação a que evidente mais vez cada hoje É científicas. instituições nossas das capacidades as e dinamismo o perto de mais conhecer a e iniciativa a tomar a gestores e empresários senhores os isso, por Convido, de asempresassemanteremcompetitivas. de oferta de conhecimento do sistema científico hoje disponível e a necessidade premiados metêmfaladodesta distinção,emboahora promovida pela Portugal. A este propósito, confidencio-vos o sentimento de orgulho com que os em inalcançáveis ou impossíveis afirmavam muitos que resultados atingem que aqueles valoriza Que conquistar. as para riscos enfrentar de e tunidades melhor,fazer e opor diferente identificar fazer de diferente, ver de capacidade PME melhor inovação deproduto.Felicito, vivamente,osgalardoados. à dedicado Prémio, novo um entreguei que satisfação muita com foi ano, Este Inovação. Um prémio que distingue a ambição e a coragem. Que premeia a COTEC COTEC . - - - 97 ECONOMIA E CRESCIMENTO SUSTENTÁVEL 98 ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS Fernando Ferreira, da Austrália, em Austrália, Ferreira,Fernandoda dezenascandidatos,de CarlossãoMattos, de Estadosdos UnidosAmérica,da e Prémio várias do entre escolhidos Portuguesa, Diáspora vencedores na Inovador Empreendedorismo os que anunciar para oportunidade esta Aproveito defronta. Portugal precisadevós. se ainda que com fragilidades persistentes as resolver para gensempresariais aborda novas de nunca, que do mais específicas. necessita, petências Portugal com vossas às e experiência vossa à coloca se urgenteque interpelação uma é irei entregar os respectivos prémios no próximo dia 9 de Junho, nas cerimó nas Junho, de 9 dia próximo no prémios respectivos os entregar irei as empresas, os cidadãos e o Estado. Neste fórum de inovação da inovação de fórum Neste Estado. o e cidadãos os empresas, as entre cooperação de esforço do importância a mais, vez uma saliento, Porisso, na soluçãodosproblemaseconómicosesociaisquePortugal enfrenta. se hoje assumirmos, com atitude de ambição, a nossa responsabilidade conjunta Tenho, por isso, confiança no futuro. Mas sei que esse futuro só será sustentável empresariais. organizações vossas nas e potencialidades vossas nas Acredito zem consigo emmatéria novas deinvestigação oportunidades einovação. E a verdade é que muitos dos problemas que hoje se colocam a nível global tra nosso alcance. ao estão soluções essas que e soluções há que reconheça se que importante é mas desânimo, algum a levar podem economia nossa da desenvolvimento do fase presente a rodeiam que incerteza de factores os e dificuldades as que Sei larga medida,dechoques económicosefinanceirosexternos. Atravessamos actualmente um período de particular incerteza, decorrente, em Senhores EmpresárioseGestores Portuguesas. Comunidades das e Camões de Portugal, de Dia do oficiais nias ex aequo ex , a quem,a ,desde já,saúdoquem a e COTEC , esta , - - - - por « por designados países dos desenvolvimento no inovação da papel do escolha tuna pela ampla participação das empresas associadas. Em segundo lugar, pela opor contribuições das suas congéneres espanhola e portuguesa. Em primeiro lugar, Felicito a Fundação gir umasaudaçãoamiga aSuaMajestadeoReideEspanha,D.Juan Carlos. como o excelente acolhimento nesta bela cidade de Nápoles. Quero também diri 2010, um milhão de novos postos de trabalho. A União Europeia é líder mundial criar,a até venha que estima-se e ano ao cento por 30 de taxa à mundialmente No sector das energias renováveis, o negócio do equipamento eólico tem crescido a melhoriadasuautilização nãopodedeixardeserumaprioridade. economias, nossas das competitividade na e produtividade na essencial factor dade da energia e dos transportes no Produto Interno Bruto. Sendo a energia um apresentar uma forte dependência energética do exterior e uma elevada intensi cas, subsistem, nesta área, muitos problemas. Portugal, por exemplo, continua a Apesar dos passos que têm vindo a ser dados para redefinir as políticas energéti da populaçãoeàgarantia dacoesãosocialesustentabilidade. eficiente da energia, ao cumprimento das metas ambientais, ao envelhecimento utilização à designadamente, associados, comuns, desafios grandes hoje tam Os nossos três países, com uma história e uma cultura de muitos séculos, enfren Estratégia Renovada deLisboa. chamada da âmbito no inovação da e conhecimento do utilização na culdades difi apresentar a continua Europa a registados, progressos os embora Pese hoje enfrentamos. uma útil base analítica e, até, uma fonte inspiradora para vencer os desafios que as trajectórias e as estratégias de desenvolvimento destes países é, certamente, convite para nesta sessão de mais um Encontro participar o agradecer-lhe e Napolitano Giorgio Presidente o saudar por começar Quero BRIC » como um dos temas de reflexão. Conhecer em maior profundidade maior em Conhecer reflexão. de temas dos um como » COTEC Itália pelo sucesso deste Encontro, sem esquecer as IV EncontroCOTEC Europa Nápoles, 27deJunho2008 COTEC Europa, bem ------99 ECONOMIA E CRESCIMENTO SUSTENTÁVEL 100

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS assumir. Existem, já, bons exemplos. É o caso da criação recente do Laborató em devemos que prioridade uma conhecimento é vanguarda de tecnológicas e científicas áreas novo de criação na países nossos os entre cooperação A do conhecimento. áreas noutras e nestas investigação de projectos em consórcios Europa, três países da Urge intensificar o grau de ligação entre os superior, assimcomoemnovas redesdedistribuição. tecnológica intensidade de produtos novos em prestígio, de marcas de criação no assentes mercado de estratégias novas envolvendo truturações, Nas últimas décadas, face à concorrência global, passaram por profundas rees portuguesa, tal como nas economias espanhola e italiana, um peso significativo. Sectores tradicionais, como o do têxtil, vestuário e calçado, detêm na economia nologias. nanotec das área na investigação da domínio no estratégica iniciativa uma para Espanha e Portugal entre acordo um de resultante euros, de milhões 30 de previsto anual investimento um com Portugal, de Norte no criado tigação inves de centro um de Trata-seNanotecnologia. de Internacional Ibérico rio damental apostar, também, nas actividades de permitamcumprimentoqueo eficiente novos dos objectivos ambientais. fun É Mas o problema que se coloca não é apenas o da utilização de tecnologias limpas peias têmumaquotade60porcentodomercadomundial. os centros de investigação dos três países, a integrarem, com o apoio da Desafio, por isso, as empresas portuguesas, espanholas e italianas, assim como entre oscentrosdeconhecimentoeomercado. ligações estabeleçam e países mais ou três envolvam que projectos os giando privile biotecnologia, a e nanotecnologia a energia, de fontes novas as como áreas em conhecimento de produção a intensificar para única oportunidade O novo Programa-Quadro da União Europeia para a investigação constitui uma empresarial eaosistemacientífico. mento de novas tecnologias limpas. Este é um grande desafio colocado ao sector no sector das energias renováveis. No sector da energia eólica, as empresas euro mais integração deconhecimento. COTEC , criando mais organização em rede, mais troca de ideias e clusters produtivos tradicionais dos I&D que permitam o desenvolvi- , na design, COTEC ------

da inovação e internacionalização como forma de rápido crescimento. A Muitas são hoje as empresas portuguesas que procuram, logo à nascença, a via Muito obrigado. da troca regular de experiências entre as pequenas e médias empresas uma inovadoras para condições criar Deveremos empresas. médias e pequenas de rede sua da através iniciativas estas a apoio de exemplo bom um oferece Portugal da disponibilidade a Europeia Comissão à apresentar propósito como tinha que conjunto documento um adoptado foi Lisboa, em Encontro, último nosso No Senhoras eSenhores Este IVEncontro rios. Trabalhando em conjunto, saberemos estar à altura dos desafios do futuro. para empresá nossos também dos talento no e capacidade na Confio riscos. novos enfrentar mas oportunidades, aproveitar para constante adaptação de A globalização irá, cada vez mais, exigir às sociedades e às economias um esforço significado daprioridadeconferidaaoinvestimento nainovação. o este É futuro. do chegada a presente, no antecipar, importante menos é não une, nos que multissecular passado do memória a preservar importante é Se reforço daeficiênciadosnossossistemasnacionaisdeinovação. de novasmedidas de aplicação paraa comum exigir interesse motivosde bons para os países da Europa do Sul. Temos, com justificado sentimento de urgência, COTEC COTEC Europa para colaborar no aprofundamento das políticas de inovação Europa. COTEC Europareforçaestaminhaconvicção. COTEC - 101 ECONOMIA E CRESCIMENTO SUSTENTÁVEL forte forte impulso em matéria de inovação tecnológica, de criação de externalidades tura deste sector à concorrência, realizada na última década, trouxe consigo um aber A conteúdos. de e comunicações de sectores dos industrial e tecnológica novosaosface desafiosoportunidades e associados progressiva à convergência O sector das telecomunicações atravessa, por seu turno, um momento de viragem, gias renováveis. ener às caminho abrindo produção, inteligenteda gestãomais na montante, a em múltiplos sectores de actividade, tanto do lado do consumo de energia como, conduzir a uma redução significativa das emissões de gases compoderá efeito decomunicação estufa e informação de tecnologias às recurso maior um lado, outro Por comunicação. e informação de tecnologias integram que pamentos damental melhorar o comportamento, em matéria de energia e CO e energia de matéria em comportamento, o melhorar damental fun é lado, um Por solução. da parte e problema do parte simultaneamente, constituem, comunicação e informação de tecnologias as perspectiva, Nesta gética. apostando nas tecnologias limpas, nas energias renováveis e na eficiência ener desenvolvimento, de modelo nosso do descarbonização a representa que fio Temos de ser capazes – Estado, empresas e cidadãos – de estar à altura do desa próximas gerações. das futuro o sobre profundíssimas repercussões terão – delas ausência a ou – presente do decisões As dias. nossos dos central questão uma verdade, na é, global aquecimento O Climáticas». Alterações as e Comunicação e Informação Tecnologiasde «As Congresso: este para escolhido tema o com Congratulo-me ções eoseuimpactonaEuropanoMundo. comunica das sector pelo vividas transformações profundas as acompanhado tem discussão de fórum este edição, oitava décima sua a Cumprindo cipantes. parti os todos saúdo Comunicações, das Congresso um mais de abertura Na do CongressodasComunicaçõesAPDC Lisboa, 11deNovembro2008 Sessão deAbertura 2 , dos equi dos , ------103 ECONOMIA E CRESCIMENTO SUSTENTÁVEL 104

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS o mesmo não se tem verificado nas regiões de menor densidade. Nestas, cons Nestas, densidade. menor de regiões nas verificado tem se não mesmo o acesso, de tecnológicas plataformas diversas de disponibilização na traduziu se concorrencial ambiente o populacional, densidade maior de regiões nas Se, da modernizaçãotecnológica,inovação edaconcorrência. grandes centros populacionais ou pólos industriais, têm beneficiado dos efeitos foralocalizados dos os especialmente empresas, e consumidores os todos nem que e atingidas foram metas as todas nem que contudo, reconhecer, que Há epreçosmaisbaixos. serviço do mercado traduziu-se em ofertas alargadas e inovadoras, maior qualidade de Para novosem e tecnologias serviços. e produtos consumidor,o liberalizaçãoa novas em infra-estruturas, novas em investimento o Incentivou tecnológico. positivas nos sectores adjacentes, e de criação de emprego de elevado conteúdo velocidade, qualidade de serviço epreçodas comunicações. velocidade, qualidadedeserviço intervenção eficaz no sentido de reduzir as assimetrias nas condições de acesso, uma para públicas políticas das instrumentos os mobilizar isso, por Importa, a desigualdadeeexclusão social. tuar ou agravar assimetrias de desenvolvimento, exacerbando, paradoxalmente, perpe para contribuir próprio, ele pode, não digitais tecnologias às acesso do difusão de processo O País. do interior do despovoamento do problema grave Tenho defendido ser necessária uma atenção acrescida dos poderes públicos ao se defrontam,originando,amédioprazo, novos focos deexclusão social. si severos problemas sócio-económicos e demográficos com que algumas regiões cado que põe em causa a coesão nacional. Se não for combatida, agravará os já de A discriminação negativa no acesso às comunicações constitui uma falha de mer estímulo o ser de deixar à concorrência. pode não caminho o E tecnológicas. plataformas novas às acesso de igualdade de condições garantam públicos poderes os que exige conhecimento do e informação de sociedade na plenamente entrem sas empre as e cidadãos os que para digitais vias novas das social importância A áreas em localizadas elas estejam urbanas oururais. compra, de poder digital menor exclusão de de zonas tendência das uma há isso, que do grave Mais inexistente. tata-se que a é oferta mais limitada e a concorrência muito reduzida ou mesmo - - - - e europeu,queraumaescala global.Desejoatodosumóptimotrabalho. ção na superação dos grandes desafios que enfrentamos, quer no plano nacional de mercado, e para o reforço do papel das tecnologias de informação e comunica buto para o progresso do sector das comunicações, num quadro Tenhode a certeza sãde que este concorrênciaCongresso dará, mais uma vez, um importante contri maturação, quer, irreversível. ainda, pelasuanatureza virtualmente de períodos longos pelos quer tecnológico, progresso rápido pelo quer turas, É conhecida a forte incerteza associada aos investimentos em novas infra-estru trabalhadores econsumidores. sector, com reflexos profundos nos operadores e nos investidores, tal como nos neste mudanças grandes de período um afirmei, antes como Atravessamos, cumprimento deregras deequidadenoacessoaoconsumidor. do através concorrência, sã e verdadeira de condições operadores os todos a garantam regulação de mecanismos os que casos, nestes Importa, actividade. sua a desenvolver pretendam aí que operadores os todos a abertas e comum utilização de redes de regiões algumas dotar permitir irá débito alto de cação comuni de infra-estruturas de construção na municípios alguns de aposta A e empresasaosmercados. populações ligaçãodas de alternativas novas constituir preciso É existentes. já de novas desigualdades territoriais. Não basta reforçar as acessibilidades físicas autarquias em inovação e conhecimento, e será significativo o risco de acréscimo Sem estas novas redes, será prejudicada a rentabilidade dos investimentos das determinante nesteprocesso. naturalmente,papel velocidadetenderão, um alta assumir de novasa redes As de empregos, e constituem um importante factor de desenvolvimento regional. distribuição a e económicas actividades das localização a condicionam viárias, redes as que modo mesmo do digitais, comunicações de redes as Actualmente, princípio dauniversalidade. o salvaguardar a forma por equidade, de condições em nacional território do garantindoexiste, cobertura não a simplesmente ou limitada, é concorrência a As políticas públicas e a regulação devem actuar especialmente em áreas onde - - - - 105 ECONOMIA E CRESCIMENTO SUSTENTÁVEL Esta Semana Global do Empreendedorismo que agora se inicia é uma iniciativa competências. necessárias as vida, da longo ao também e cedo, volver,desde essa atitude nos mais jovens e, mais do que isso, dar-lhes formação para desen empreendedor, nasce despertar geral,se que em não há porque, e Finalmente, sário para chegar ao sucesso. aprendizagemintegrantede processo do fracassovezes, muitas parte neces é, Refiro-me, especialmente, ao estigma do insucesso. Precisamos de aceitar que o Segundo, é preciso aliviar a pressão social que recai sobre os empreendedores. dades decompreensãoecontrolodosriscos. capaci as como assim ambição, a e ousadia a estimular que isso, por Há, ções. compensa maiores de hipótese com própria iniciativa pela remunerado, mal nação. Ainda poucos trocam a previsível estabilidade de um emprego, ainda que Primeiro, combater a nossa tendência psicológica para o conformismo e a resig Temos, noentanto,váriosdesafiospara vencer. condições decontextopara asiniciativas eactividadesempreendedoras. de autonomia e de realização pessoal. E reflectindo, de resto, uma melhoria das projectos empresariais próprios, também como forma de atingir um maior grau encetar e riscos assumir de crescente vontade uma Portugal,a em Assistimos, volver efrutificar. altera profundamente, o empreendedorismo ganha novas razões para se desen obsoleto e em que o funcionamento dos mercados e das relações de trabalho se mais vez cada torna se vida a para emprego de conceito o que em tempo Num dos países,enãoapenasnodomínioeconómico. progresso do peças-chave são que de amplo, mais vez cada aliás nhecimento, reco Noiniciativa. a empreendedor,e criatividadeespírito gerações,a o novas um movimento que visa despertar, estimular e mobilizar, em especial junto das É com o maior gosto e com um vivo interesse que me associo a este movimento, da SemanaGlobaldoEmpreendedorismo2008 Lisboa, 17deNovembro2008 Mensagem porOcasião ------107 ECONOMIA E CRESCIMENTO SUSTENTÁVEL 108

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS contribuirão para umPortugal maisconfianteeempreendedor. que terá lugar entre nós. Desejo que tenham o maior sucesso. Estou certo de que Felicito as entidades organizadoras pelo conjunto das actividades do Programa dos jovens portugueses. procuradopromovertenho junto parte, minha pela também que, esses valores vencer, de e construir de vontade a perseverança e a autoconfiança, a como tes importan tão valores enaltecer para oportunidade excelente uma de Trata-se valor.negóciode de criação modelos e em aplicação sua inovadorasda ideias e das transformador poder do mais, vez cada cientes, eles Todos países. quenta que abrange milhões de jovens e que decorre, em simultâneo, em mais de cin de mais em simultâneo, em decorre, que e jovens de milhões abrange que - - tuosa trocadeexperiênciasquea fru- a aprofundando si, entre contactos estabelecer para espanholas e guesas portu empresas médias e pequenas às oportunidade novamente dá-se Agora, minha visitadeEstadoaEspanha. ibérico, o qual acontece na sequência do que teve lugar em 2006, por ocasião da sucesso. Temos de perceber que o êxito representa, como diria o poeta espa poeta o diria como representa, êxito o que perceber de Temos sucesso. ao chegar para necessário aprendizagem de processo do integrante parte são revezes os que aceitar Temosde empreendedorismo. do paralisação de mento ele um é que o insucesso, do estigma o sob ainda vivem sociedades nossas As organizações empresariais. a ousadia, a capacidade de controlo dos riscos e a iniciativa dos indivíduos e das criatividade, a promover ao mérito, do e trabalho do valores os premiar e lar Neste contexto, instituições como a como instituições contexto, Neste a fibra deumempreendedor. alturasatravessamos,nas que É aquela resignação. como a difíceis, e vêse que Os nossos agentes económicos têm de recusar a tendência para o conformismo ao nível dosinvestigadores edamentalidadedo espíritodosempresários. situam se que barreiras muitas ainda há também mas certo, por burocráticos, entravesinovação.Existem à colocam se ainda barreirasque das impacto o zir redu e empreendedora cultura uma fortalecer necessário é tal, Para Europa. da económico crescimento no essencial papel um desempenham inovação a e empreendedorismo o sublinhado, tenho repetidamente como dias, nossos Nos Quero ainda felicitar a conhecimento recíprocoentreosagentes económicosdaPenínsula Ibérica. dos vindos de Espanha, cuja presença é um sinal da de importância um melhor Inovação, permitindo-me deixar uma palavra de especial apreço para os convida Começo por saudar, naturalmente, os participantes neste Encontro da Rede COTEC do IIEncontrodaRede PMEInovação Portugal pela organização deste segundo Encontro Museu doOriente,20deNovembro2008 COTEC COTEC Cerimónia deEncerramento temfavorecido. têm um papel essencial, ao estimu ao essencial, papel um têm PME PME ------109 ECONOMIA E CRESCIMENTO SUSTENTÁVEL 110

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS esforços e de vontades. Daí o mérito desta Rede de de conjugação uma de sempre depende sucesso O sozinho. vence ninguém é um factor-chave para vencer na sociedade do conhecimento. Nos dias, nossos cooperação a próprios, nós em acreditar de capacidade da e trabalho do Além sucesso nãodesisteàprimeira. que encontramos nesse caminho não nos devem fazer desistir. Quem procura o Porém, novos e talvez maiores desafios se colocam. É necessário aproveitar aproveitar necessário É colocam. se desafios maiores talvez e novos Porém, positivo. altamente é percorrido caminho o e válidas mantêm-se criação sua à desde a primeira hora. Após cinco anos de existência, as razões que presidiram Estiveram também no rumo certo as empresas premiadas pela premiadas empresas as certo rumo no também Estiveram rumo certo. no está se que de indicador um é membros cem de mais a alargamento seu O nhol Antonio Machado, « Machado, Antonio nhol prática no seio das empresas, têm sido temas centrais assumidos pela assumidos centrais temas sido têm empresas, das seio no prática A promoção da cultura de inovação e, não menos decisivo, a potenciação da sua inovação emnovos sãoconvertidos benseserviços. em investimentos os que com eficiência na fragilidades há ainda que Sabemos próprios. nós a colocámos que metas das mesmo e Europeia, União da metas Investigação, Desenvolvimento e Inovação, Portugal ainda está muito longe das da domínios nos década última da longo ao verificada recuperação da Apesar Senhores EmpresárioseGestores no mundo. Portugueses dos empreendedora capacidade a distinguir mais, vez uma Empreendedorismo Inovador na Diáspora Portuguesa, galardão que pretende, É, pois, com satisfação que anuncio o lançamento da segunda edição do Prémio estratégias, confiandonassuascapacidades. definir de e oportunidades identificar de riscos, correr saber de capazes foram obstáculos, dos e crises das falar a limitarem se de lamentarem, se de invés Ao O êxito destas empresas demonstra que é possível vencer e atingir os objectivos. pelas dificuldades. abater deixam se não e sucesso o alcançar pretendem incerteza, de tempos em que, aqueles todos para inspiração de fonte são exemplo, seu pelo quais, um caminho que se faz caminhando faz se que caminho um PME Inovadoras da ». As dificuldades As ». COTEC COTEC COTEC , as as , .

fio na fio Con portuguesa. economia da competitividade a para contributo precioso um será esforço deste intensificação A anos. cinco últimos nos desenvolvido lho traba ao continuidade dar e abrandar não nunca, que mais hoje, importa Mas condicionalismos deordemeconómica,educacionalecultural. da competitividade. Sabemos bem que este é um processo muito complexo, com para sensibilizar as empresas portuguesas para a inovação como factor central seguido com atenção as suas iniciativas, as quais têm contribuído positivamente e apoio meu o todo dado tenho-lhe Assembleia-Geral, da Presidente de lidade O trabalho realizado pela realizado trabalho O vista amercadoscadavez maisglobais. dores a transformar esse capital de saber em de produtos valor,e serviços com empreende os apoiar sobretudo importa conhecimento, novo criar de Além Portugal. em anos, últimos nos gerado, conhecimento de potencial o melhor também já possui, a da como instrumento de competitividade e de crescimento é uma missão prioritária inovação na apostem empresas mais vez cada paraque condições de criação A para oPaís. Muito obrigado. que caracteriza todasassuasiniciativas. COTEC COTEC . Estou certo de que, com o capital de informação e conhecimento que e nos seus associados para atingirmos este desígnio fundamental desígnio paraeste atingirmosassociados seus nos e COTEC COTEC saberá desempenhar essa missão com a excelência é de verdadeiro interesse nacional. Na qua Na nacional. interesse verdadeiro de é - - - - 111 ECONOMIA E CRESCIMENTO SUSTENTÁVEL Desenvolvimento e Coesão Social III ou produtosalimentaresdiariamente recolhidos. a promover redes de entreajuda e cooperação com vista a partilhar bens doados competências de gestão nas instituições particulares de solidariedade social ou novas desenvolver a dedicam se que voluntários de organizações com Privei gerando receitasprópriasadicionais. e riqueza criando produtos, de comercialização e produção da através ciência defi com pessoas de social exclusão à combate o promovem que instituições empreendedoras», «organizações por designei então que o também, Lembro, que de envelhecimento e estava aseralvo. desertificação de processo o inverter que conseguiu Alentejo, do confins nos esquecida inovador comunidade, pequena uma carácter Lembro pelo especialmente que evidenciavam. observar, de oportunidade tive que práticas boas das algumas impressionaram me que confessar Devo de profundasdesigualdadessociais. pobreza associadas aos factores que identificam Portugal como uma sociedade da expressões várias as e social exclusão de formas novas pelas colocados fios desa aos responder a estavam geral em cidadãos os e cívicas associações as solidariedade, de instituições as como modo o avaliar foi objectivos dos Um hoje sedesignaporterceirosector, odaeconomiasocial. que no práticas boas das difusão a e identificação a central preocupação como a inclusão social, realizei as jornadas do «Roteiro» dedicado a este tema, assumi para cívico compromisso um para lancei que desafio do sequência na Quando, desde oiníciodomeumandato comoPresidentedaRepública. destaque especial dado tenho que a área uma de Trata-se Social. Inovação de É com particular satisfação que abro oficialmente este I Congresso Internacional Fundação CalousteGulbenkian,30deMaio2008 do ICongressoInternacional Sessão deAbertura de Inovação Social - - 117 DESENVOLVIMENTO E COESÃO SOCIAL 118

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS processo detransição dosindivíduosdavidaactivapara aaposentação. Valori o flexibilizem que inovadoras soluções a recorrendo activo, envelhecimento do princípio do promoção a defendi sala, mesma nesta e tempo, muito há Não de respeitopelapessoahumanaqueelerevela torna-seintolerável. humano que este fenómeno representa é manifesto, mas a indignidade e a falta capital de desperdício O profissional. actividade uma retomarem para idosos trabalhadores que são muito novos para serem aposentados, mas já demasiado resultante do recurso a reformas antecipadas ou do desemprego de milhares de envelhecimento associado à pressão para a inactividade precoce, em especial a problemas que tardam em ser superados. Aponto, como exemplo, o problema do a alargue se sociais respostas geraçãode nova essa que entanto, no urgente, É respostas sociaisquerompecomasformastradicionais deintervenção. identificadas, e a compreender como se está a desenvolver sociais uma nova geraçãonecessidades de a resposta na ter poderá social inovação a extraordinário que o impacto perceber a ajudou que experiência uma também, foi, Mas abundam nonossopaísequeatodosdevem envergonhar. a sociedade portuguesa para as situações de pobreza e exclusão social que ainda Foi uma experiência inesquecível, que contribuiu, estou convencido, para alertar solidários. mais ser podermos para responsáveis mais ser a obriga nos que persistente mento e o risco de pobreza são mais elevados. Esta é a realidade, uma realidade rendi de distribuição de desigualdades as onde Estados-membros galos entre Os estudos das instituições europeias, recentemente divulgados, colocam Portu construção deumfuturomaiorjustiçaecoesão. sociedade e aos cidadãos a responsabilidade cívica e solidária que lhes cabe na à devolvermos de como bem social, intervenção de e empreendedorismo de novasde aparecimento incentivarmos o de necessidade formas a Daí soluções. novas de precisamos desafios, novos e problemas Paranovos Estado. do acção na exclusivamente, quase centradas, rendimento do redistributivas políticas as e assistencialismo o entre dicotomia velha da libertarmos nos de tempo É Eis umclaro exemplo deinovação social,queurge concretizar. profissionais. carreiras suas das longo ao acumulados experiência a e mentos parabenefício paracom e conheci assim, sociedadeos zar-se-ia, apróprios, os - - - - mismo nasendadofuturo. dina- maior e equidade maior com Portugalsolidário, e justo mais socialmente um construir a ajudar irão nos inquietude vossa a e iniciativa de capacidade transmitir-vos o meu apoio, o meu estímulo e a minha convicção de que a vossa A cultura do conformismo e da resignação prejudica a inovação. Por isso quero a resoluçãodosproblemas. capacidade de, em conjunto, conseguirmos mobilizar as ideias e os recursos parana mais mas voluntarioso, que ainda isolado, acto no tanto está não solução A e promover asnovas respostaspara asnovas necessidadessociais. partilhar possam organizações e actores que em redes estruturar cooperação, de cultura uma desenvolver tempo, mesmo ao e, social inovação de práticas boas das monitorização e avaliação,difusão de plataformas criar importante É princípios. mesmos pelos nem lógica mesma regepela se não social inovação a mas dade, adversi da e sobrevivência da desafios pelos vezes quantas competição, pela Sabemos que a inovação tecnológica e organizacional é catalisada pelo mercado, temos pelafrente. nível das diferentes instituições e comunidades sociais é uma tarefa a crucial que generalizados processos em identificadas já práticas boas as Transformar social. inovação a sustentada, e eficiente mais promover,forma e de difundir a através da convergência de esforços dos diversos agentes sociais, possamos vir cional, é mais um contributo que me é grato assinalar. Tenho esperança de que, A criação do Fórum de Inovação Social, que decorrerá deste I Congresso Interna grupos de cidadãos visando concretizar o princípio da responsabilidade social. de iniciativas surgirem ver compensador especialmente é perspectiva, Nesta - - 119 DESENVOLVIMENTO E COESÃO SOCIAL de Lisboa e dos seus dirigentes, de entre os quais me permitirão que destaque que permitirão me quais os entre dirigentes,de seus dos e Lisboa de Islâmica Comunidade da pacificadora e equilibrada actividade a vocamente, inequi- junta-se, razões estas A encontro. que explicações primeiras as tituem cons sempre para marcou nos que e recebemos que islâmico cultural legado o e Islão o com permanente relacionamento de história longa A joio. o e trigo o separar saberem Portugueses os de circunstância a explicam que razões Há matriz cristã. sua à renunciar sem religiões, de convivência na harmoniosa queremos que mensagemuma é Esta paraIslão. paraEuropa, a toda Europa uma importante do paz de mensagem a aprender soubemos Portugal, em que, sublinhar tante Sabemos todos que o Islão é uma religião de paz e de harmonia. Por isso, é impor àincompreensãomútua. que abreportas mesma terra mas de portas fechadas ao nosso vizinho. Ora, é o desconhecimento aliás, pode ser uma atitude que revela mera indiferença, pode significar viver na No entanto, estou convicto de que não basta que sejamos tolerantes. A tolerância, de convivência entrefiéisdeváriasreligiões. ções que cada um abraça. Portugal pode mesmo ser apontado como um exemplo Tantos anos vivendo em comum ensinaram-nos a respeitar as crenças e as tradi os muçulmanosdeoutras nacionalidadesqueresidementrenós. todos como tal liberdade, em fé sua a Vivem comum. bem o para portugueses, outros os como trabalham, e colectiva vida na Participam muçulmanos. serem e portugueses serem entre escolher de têm não muçulmanos portugueses Os do culto. exercício livre ao indispensáveis condições as religiosas confissões as todas a oferecer procura e plena religiosa liberdade a garante português Estado O manos, saúdotodaacomunidadeislâmicaresidenteemPortugal. muçul- fiéis os acolhem se 1985, desde que, em Lisboa, NaCentralde Mesquita Cerimónia Comemorativa do40ºAniversário daComunidadeIslâmicadeLisboa Lisboa, 22deJunho2008 - - - 121 DESENVOLVIMENTO E COESÃO SOCIAL 122

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS E tem ainda buscado, incessantemente, dar a conhecer os propósitos de tolerân dos seus membros e promovido a sua plena integração na sociedade portuguesa. que avisadamente foi fixado nos seus estatutos, defendido a identidade cultural fundaram oficialmente, a Comunidade Islâmica de Lisboa tem, de acordo coma o muçulmanos quinze 1968, de ano distante já no que, em momento o Desde e AbdoolKarimVakil. falecido, já infelizmente Mamede, Valy Suleiman presidentes dos figuras as Assalamu Aleikum.QueaPaz estejacomtodosvós. aqui, nestamorada detodososmuçulmanos, mesintoempaz. também convicção: com digo-o Lisboa, de Islâmica Comunidade da honorário Vem no Alcorão que um dos nomes do Paraíso é «Morada da Paz». Como membro todos oshomens,afinal. Como esperanças. e alegrias mesmas às aspiramos incertezas, e ansiedades mesmas as partilhamos iguais, somos porém, diverso.Interiormente, modo de orar ou diferentes vestes usar podem hindus ou judeus muçulmanos, cristãos, certa: é coisa Uma conhecer. por muito fazer, por muito efeito, com há, Ainda o conhecimentomútuo. promovermos aproveitar,para de dever o temos que oportunidade, uma mais A celebração do 40º aniversário da Comunidade Islâmica de Lisboa oferece-nos Porque oconhecimentoécondiçãodeentendimento. Conheçamo-nos uns aos outros, eis o primeiro mandamento da vida em comum. e tribos,paraquevosconheçaisunsaosoutros.»–dizoAlcorão. aprender a conhecer o outro. « para aberto coração o ter devem homens os todos que e Deus de bênção uma é humana diversidade a muçulmanos, os para que, Alcorão no claro bem Fica cia, sabedoriaejustiçadoIslão. Ó homens! Por certo (…) vos fizemos como nações - como atitude de vida de cada um –, contribui decisivamente para que, na socie ou – concretiza se que em institucionais formas diferentes nas voluntariado, O para ambicionamos que sociedade os nossosfilhos. da construção pela equilibrado, mais desenvolvimento um por lutar e adversidade à resistir permite nos que força que nos fez construir o que construímos e chegarmose construímos que o construir fez nos que soberanos século ao força Portugal, de força da muita advém que Portugueses dos ânimo deste É pessoas ebensemcasodenecessidade. de socorro o e protecção a apoio, o assegurar de e carenciados; e débeis mais dos felicidade a e cultura a conforto, o dignidade, a para contribuir de social; exclusão de situações as contra lutar de e inclusiva sociedade uma promover de social; intervenção de inovadores modelos estruturar de eficaz cialmente espe meio um e consciência de apelo um voluntariado no vêem nós de muitos que Significa Portugueses. dos carácter no e portuguesa sociedade da valores nos confiança renovada uma justifica que positivo, muitíssimo indicador um É dade, osofrimentoeadebilidadedosseusconcidadãos. infelici a atenuarpara competência, com mas preço sem contribuem, e outros dos serviço ao tempo seu do parte doam actividades, e organizações múltiplas São muitos milhares de pessoas, de diferentes idades e condição social, que, em tariado orientadopara asolidariedadesocial. volun ao especial, em e, voluntariado ao Portugueses dos crescente dedicação Sinto que o apelo que tenho feito não tem sido em vão. É possível constatar uma em Portugal, deumasociedademaisjusta. consolidação, na inigualável papel um atribuo lhe porque e social inovação de factor um organizada voluntária acção na reconheço Porque portuguesa. dade Tenho sublinhado, em diversas ocasiões, a importância do voluntariado na socie da LigadosBombeirosPortugueses Sessão SolenedeEncerramento Pombal, 26deOutubro2008 do CongressoNacional XXI - - - - - , 123 DESENVOLVIMENTO E COESÃO SOCIAL 124

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS da equidade; para que se atenuem as desigualdades e se alarguem as oportu as alarguem se e desigualdades as atenuem se que para equidade; da dade que somos, exista mais justiça e maior apego à decisão segundo o princípio dos Portugueses. generalizado sentimento ao resto, de correspondendo, assim agradecimento, de e estímulo de palavra uma voz, viva de deixar-lhes, como bombeiros, dos Compete ao Presidente da República não só contribuir para a dignificação social dacolectividade. ao serviço de uma forma muito singular e eficaz de congregação de dedicações individuais Trata-seoperacionais.estruturas suas das modelo o e bombeiros dos missão a e voluntariadoespírito o o merecem reconhecimentoespecial conjunto, seu no entre de porque, Congresso deste trabalhos os encerrar a convosco hoje Estou tariado nosBombeiros. para, neste ano de 2008, presidir à Comissão de Honra do Ano Nacional do Volun Liga da convite o aceitar fizeram me que formais razões foram não também E ramento do40ºCongressoNacional daLigaPortugueses. dosBombeiros Não é por mera deferência protocolar que presido a esta sessão solene de encer Senhoras eSenhoresCongressistas e liderança esclarecida. dade por um futuro colectivo sustentável, suportada em pensamento estratégico solidário. e altruísta mérito de e verdade fala quem de Exemplo público. serviço do exercício no demonstrar devem que responsabilidade pela e exemplo pelo quer livre, e segura inclusiva, e justa sociedade uma de objectivo do efectiva assunção na quer voluntário, do espírito do imbuída genuinamente postura que valorização, estímulo e apoio. A quemdo exerce mais cargos públicosmuito é – exigível uma realizam o concretamente quantos todos a e – voluntariado do significado ao deve soberania de poderes exerce quem assim, ainda Mas, diversos sectoresemqueestesemanifestaeconcretiza. nos voluntariado, o activamente apoiar e valorizar,estimular isso, por devem, Os titulares dos órgãos de soberania e, em particular, os representantes políticos adversidade. à face segurança maior de sentimento um exista que para também, e, nidades; Responsabili- - - - um milhãodeportugueses. estamos a falar: aquelas Associações agregam, com vínculo associativo, mais de que de universo o presente termos importante é E Liga. da associadas são sas - portugue Voluntários Bombeiros de Humanitárias Associações 436 as Todas rios eprofissionaisoscorposprivativos debombeiros. voluntá- bombeiros os englobando assim regionais, e distritais federações vas estatutariamente as entidades que detêm os corpos de bombeiros e as respecti congrega que Portugueses Bombeiros dos Liga a é existência, de anos 78 Com dasrelativas aosincêndiosflorestais. muito emparticular operações, suas das preparação a acompanhado Tenho bombeiros. de corpos de titulares entidades outras e Voluntários Bombeiros de Humanitárias ções Associa muitas com República da Presidência da contactos os frequentes São o quefaçotambémàAssociaçãoNacional Profissionais. dosBombeiros Associação Portuguesa dos Voluntários,Bombeiros que aproveito para saudar, tacto próximo com a Liga dos Bombeiros Portugueses e com a muito mais jovem Tenho seguido de perto a realidade dos nossos bombeiros. Tenho mantido con a suacomponentedevoluntariado. assim, ainda fragilize, não se que essencial parece-me pois civil, protecção da profissional componente a nós entre reforça se que em momento no tunidade Este desafio de transmissão de um testemunho de valores adquire especial opor mais jovens. a assumirem-no como algo que devem, com sentido de missão, legar às gerações Sublinho publicamente a importância deste património e desafio os bombeiros tituem umsólidopatrimónio colectivo dehumanidadeenobrezamoral. perseverança e de construção de um espírito de corpo saudável e confiantecons de coragem,solidariedade, de de altruísmo, de esforço, exemplode seu o e ses, Os valores do voluntariado, personalizados em cada um dos bombeiros portugue de pessoasebensumdosesteiosdadimensãoéticanossasociedade. socorro face à adversidade, os bombeiros constituem um garante da segurança e protecção na e riscos dos prevenção na ajuda, de missão permanente sua Na se feriram irremediavelmente. ou vidas suas as perderam socorro, e protecção de missão sua da desempenho no que, bombeiros os todos a homenagem sentida uma mais, de antes Presto, ------125 DESENVOLVIMENTO E COESÃO SOCIAL 126

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS século do Portugal no persistem que exclusão e pobreza de situações as atenuar para contribuirão que colectivos, interesses de organização da desporto, do mação, São sinergias possíveis nas áreas do apoio social, da cultura, da educação e for já desempenhamcomoagentes deprotecçãocivil. bombeiros de corpos seus os que papel do paraalém colectiva, utilidade maior da missões e serviços novos e funcionamento de sinergias desenvolver podem concentrados do Estado e até com entidades privadas e de solidariedade social, potencial. Em articulação entre si, com os municípios, com outros serviços des Em conjunto, estas Associações Humanitárias constituem uma rede de enorme proximidade. de relações de única experiência uma de detentoras são e guesa, portu municipalista tradição feliz à associando-se municipal, implantação de base uma têm Voluntários Bombeiros de Humanitárias Associações as Todas Portugueses.dos Bombeiros Liga da Honorário Associado de título no investidos criteriosamente pouco há ambos Lisboa, de Bombeiros Sapadores de Regimento o com conjunto em to-a e que no passado dia 21 comemorou solenemente o seu 140º aniversário. Felici- beiros Voluntários deLisboa,aprimeira aserinstituídaemPortugal, em1868, potencial e que se organizem para dar sequência a propostas, a fazer às Admi às fazer a propostas, a sequência dar paraorganizem se que e potencial este desperdicem não que Humanitárias Associações das Direcções às Peço da sociedadedoconhecimento. como Presidente da República, ter chegado o momento de, em nome dos Por dos nome em de, momento o chegado ter República, da Presidente como Entendo, Bombeiro. do vigor,Social Estatutoem 1987,entradaprimeiro em do a desde anos vinte decorridos são e Bombeiros nos Voluntariado do Nacional Ano o como 2008 de ano este consagrou Portugueses Bombeiros dos Liga A Senhor PresidentedaLigaPortugueses dosBombeiros assistir aevoluções muitopositivasnestedomínio. com persistência e com espírito construtivo, tenho a certeza de que poderemos Associações Humanitárias de Bombeiros Voluntários. Com sentido de realismo, no sentido de viabilizar um aproveitamento mais integrado e eficaz da rede das social, sector do e privadas entidades às como bem locais, e central nistrações Permitam-me que hoje felicite especialmente a Associação Humanitária de Bom XXI e para preparar o País para enfrentar com mais confiança os desafios ------de MembroHonorário daOrdemLiberdade. título o concedo quem a Portugueses, PaísBombeiros atravésmeu dos Liga da do bombeiros dos serviços os distingo integram, se eles que em entidades das uma cada em nem bombeiros, dos um cada de pessoa na fazer podendo o Não moção daliberdade. pro da e social justiça da humano, ser do dignificação da prol em civilização, da valores dos defesa na traduzem se que relevantes, altamente serviços São Portugal.de bombeiros os todos por prestados serviços os distinguir tugueses, - 127 DESENVOLVIMENTO E COESÃO SOCIAL concertação social. concertação da valorização a defendido, tenho muito promover,há e de quadro como desse concretização efectiva pela zelar cumpre-me República, da Presidente Como para além damera representaçãodos interessesdostrabalhadores. Está, pois, reservado aos sindicatos um protagonismo institucional que vai muito que têmrepresentação. com o Estado à nos participação organismos comunitários e internacionais em interlocução da empresa, na social diálogo ao concertação da colectiva, ciação sobre a qual se estrutura a sua actividade, dos processos reivindicativos à nego matrizda basilar princípio um é direitos, seus dos defesa à vista com lhadores, traba dos associação livre de e sindicatos de constituição livre de garantia A nosso País. do política e social organização da pilares dos um via, essa por e, democrático regime do fundadoras opções das resultado o é dias, nossos nos apresenta se como tal sindical, movimento O portuguesa. democracia da história na mental funda marco um foi e liberdade da defesa movimento de esse reflectiu 1976 de A consagração do princípio da liberdade e do pluralismo sindical na Constituição e dopluralismo narepresentaçãodostrabalhadores. sindical liberdade da defesa pela marcado Paísficou seu o ambicionavampara Portugueses os que democracia de tipo do e sociedade de modelo do torno em Nem todos estarão lembrados de como, há mais de trinta anos, o debate nacional crático emPortugal. demo- regime do consolidação a para decisivos contributos de e sucessos inegáveis de também mas dificuldades, muitas de anos trinta Foram história. de décadas três estas construíram que aqueles todos e filiados sindicatos os e associações as federações,dirigentes, as Felicitoseus fundação. os sua da rio Quero começar por felicitar a União Geral de Trabalhadores pelo 30º aniversá “Os DesafiosdoMovimento Sindical” Conferência Internacional Lisboa, 27deOutubro2008 - - - - 129 DESENVOLVIMENTO E COESÃO SOCIAL 130

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS orgulho, para esse relançamento e, com a participação e o empenho dos dife dos empenho o e participação a com e, relançamento esse para orgulho, me que de contributo, um Dei seguinte. década na relançado ser a veio lidades virtua- suas as sobre debate o 70, de década da final no social, concertação de Depois de várias tentativas, sem êxito, de criação de mecanismos institucionais Europa Comunitária. na portuguesa integração da sucesso o para decisiva também foi experiência uma palavra reconhecida pelos nossos parceiros europeus. Eles sabem que essa ter a dia, em hoje habilita-nos, social concertação de portuguesa experiência A dirigentes orgulhar-se detalcontributoedaqualidadedoseudesempenho. seus os protagonistas,podendo desses um foi Trabalhadores de Geral União A tos contribuíram para consolidarumapolíticadediálogo social. econcertação não esquecer. Por isso entendo que é merecida e justa a homenagem a todos quan sobre questões centrais para o progresso do nosso País, capital esse que importa convergência de e diálogo de cultura de confiança, de capital um Construiu-se e segurança notrabalho. higiene de condições as ou profissional formação a mínimo, salário o trabalho, de condições as rendimentos, de políticas as como vastas tão matérias visando consensos, expressos em quase duas dezenas de instrumentos de concertação, construir possível foi Social, e Económico Conselho do e de Social Permanente Concertação Comissão da funcionamento de anos vinte destes longo Ao de ummodelogovernação edesenvolvimento queurgiaestabilizar. fundamental requisito como sociais parceiros os entre diálogo o titucionalizar Governo,do como bem estabeleceramins- que de sentido no compromisso um patronais, e sindicais confederações das comum vontade da resultou Acordo mentos de maior alcance alguma vez produzidos em sede de Esse concertação. instru dos um como qualificar ouso que 1990, de Social e Económico Acordo o seguiu-se sociais, e económicas políticas das domínio no concertação de órgão um de 1989, de revisão pela operada constitucional, texto no consagração À um ambientesocialfavorável aodesenvolvimento donossoPaís. criar se para tudo, de acima mas, português, sindical movimento do história a A partir de então, foram alcançados objectivos de extrema relevância não só para Social. Concertação possívelcriar,foi sociais, parceiros rentes PermanenteConselho o de 1986, em - - - cial de adaptação e superação destes novos desafios. Não vale a pena iludir a rea É deste balanço que eu retiro a convicção de que possuímos um enorme poten em demos nós direcção aofuturo. todos que gigante de passo um foi que décadas, perceberemos então últimas duas das além pouco vai que período num aconteceu isso tudo que pensarmos se Contudo, consigo. traz tecnológica revolução a que ral estrutu mudança profunda a com ainda, mais e, mercados, dos e economias das globalização progressiva pela impostas condições novas às adaptação de de recuperação do atraso económico do País, de integração no espaço europeu, simultâneos processos com lidar fácil tarefa é não que reconhecer de Temos força para enfrentaropresenteemaior convicçãopara construirofuturo. mos, como o fizemos, e retirar dessa experiência os ensinamentosQuanto mais complexos são os desafios, mais precisamos de olhar para oque que fize- nos dão mais próprios valoresdapessoahumana. pelos respeito sem e ética sem desregulação uma instituições das cionamento evitando, designadamente, que possa ser transposta para o direito e para o fun mutações trabalho, do estas valorização e dignidade que da salvaguarda de para quadro num ocorram decisiva é sindical movimento do intervenção A relações laborais. nas incerteza da aumento inegável um com e desregulação a para tendência acrescida uma com migratórios, fluxos dos densificação na expressa trabalho, das mercadorias em geral, assistimos hoje a uma crescente mobilidade do factor A par da reconhecida mobilidade dos capitais, do conhecimento, da tecnologia e dimensão transnacional. uma assumir a passou trabalho de mercados dos problemas dos âmbito o que inquestionável é nacional, essencialmente contexto num tenha man se trabalho de condições das normativo quadro do definição a que Ainda mais relevantes,colocadospeloprocessodeglobalização. ou tão outros, juntaram se que a europeia, integração pela colocados desafios regulação, e a partilha de soberania em domínios extremamente sensíveis foram de formas novas de e instâncias novas de emergência a concorrência, da sões A abertura das fronteiras e da economia portuguesa ao exterior, as novas dimen E nem por isso os obstáculos e as dificuldades se afiguram hoje de menor monta. ------131 DESENVOLVIMENTO E COESÃO SOCIAL 132

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS Estou Estou convicto de que o movimento sindical irá dar mais uma prova da sua matu nossa vontade colectivadevencer. da prova numa obstáculo cada oportunidade, numa ameaça cada transformar lidade, nem esconder as dificuldades por que todos passamos, mas é necessário Aqui deixo omeureconhecimentoevotos deumfelizaniversário. pero, maisdignoesocialmentejusto. compromisso dos trabalhadores portugueses para com um Portugal mais prós do viva prova uma seja existência de anos trinta seus destes celebração a Que rem detodosnós. do seu empenho e do sentido de responsabilidade que os tempos difíceis reque A União Geral de Trabalhadores já deu provas bastantes da sua disponibilidade, ambicionamos para Portugal. todos que desenvolvimento de objectivos os com consentâneas mais soluções ponsável e construtiva para a identificação dos problemas e para a definição das res forma de contribuir ao experiência, sua da e conhecimento seu do ridade, - - - - ilícita eaotráfico desereshumanos. É decisiva a ajuda desses países para o combate à imigração ilegal, à exploração origem, que não podem ficar despojados dos seus melhores recursos humanos. de países dos social e económico desenvolvimento o para efectivamente buam des de acolhimento. Mas temos também de lutar para que as migrações contri É primordial a integração harmoniosa e sustentável dos imigrantes nas socieda comospaísesdeorigemdeve serpartilhado dosfluxos migratórios. vista como um problema, mas como uma oportunidade de desenvolvimento – que ser deve nãoimigraçãolegal europeus,a paísesoutrosmuitos Portugal Parae falarclaro –PortugalImporta precisadaimigração para crescereconomicamente. das políticasdeintegração. Associações de Imigrantes, que têm feito um trabalho notável na concretização as estruturas do Alto-Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural e as Neste final de 2008, Ano Europeu do Diálogo Intercultural, saúdo especialmente de fora daprópriaUnião. da União Europeia que abriram as portas a maior percentagem de estrangeiros mento e integração dos imigrantes e das minorias étnicas. Portugal é dos países acolhi de políticas as apoiam e cultural diversidade a respeitam Portugueses Os vida. de condições melhores estrangeiro no buscar é que o bem conhecem Sei que esta mensagem corresponde ao verdadeiro sentir dos Portugueses, que que queremoscadavez maisjustaeinclusiva. portuguesa, sociedade na plena integração sua a para contribuir para faremos tudo e nós entre bem-vindos muito São País. do desenvolvimento o para buem contri portugueses, vida de modo pelo e lei pela respeito no e, sustento seu o Oriundos em ou Portugalnão dos países que falam a língua portuguesa, obtêm e reconhecimentoatodososimigrantes. No Dia Mundial do Migrante, que hoje se assinala, deixo uma palavra de respeito Palácio deBelém,18Dezembro2008 do DiaMundialMigrante Mensagem porOcasião - - - - 133 DESENVOLVIMENTO E COESÃO SOCIAL 134

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS Um felizNatal eumbomanode2009–sãoosmeusvotos. dentes noestrangeiro. condições de vida de todos quantos vivem em Portugal e das suas famílias resi Uns e outros, com o seu trabalho, contribuem diariamente para a melhoria das discriminações. sem e deveres de e direitos de igualdade em acolhem, os que portugueses os todos a também deixo-o E imigrantes. os todos a agradecimento meu o Deixo entre unseoutrosnuncaassumidasdecontra osoutros. colaboração na concebidas ser de têm quais as integração, e migração de ticas Portugal sabe que a paz e a segurança no século XXI reclamam adequadas polí- - cidadãos. estes a imposta foi que situação da excepcionalidade a reconhecer consciência das nossas preocupações. Mais do que um dever de Estado, é um imperativo de ser dispensado. Os que tudo deram ao serviço de todos nós têm de estar no topo deve lhes que tratamento no prioridade impõe Nação da serviço ao deficientes ficaram que aqueles com para homenagem de preito o e gratidão de dívida A e naalma,opreçopelodever cumprido. políticas e sociais, também é feita de sacrifícios e dor, muitos sofrendo, no corpo que se inserem, difícil seria ignorar que a guerra, a par das suas consequências Sendo inquestionável a importância do papel dos militares para a sociedade em das Nações, no respeito pelosvaloresedireitoshumanos. sustentado desenvolvimento ao necessárias condições das promoção a a este facto, teremos de reconhecer a importância que a segurança assume para palmente através de um maior investimento na segurança global. Paralelamente lidades, continua a ser essencial para garantir a segurança dos Estados, princi NesteMilitar,Instituição a contexto, novasconvenientementeàs rea adaptada que adeploram. daqueles intenções boas das e vontade boa da despeito a impor-se, a temente países mais desenvolvidos, mas, fora destas regiões, a guerra continua frequen entre guerras das redução de tendência uma promover a vindo têm Estados dos interdependência a e democracia a que certo É humanidade. da história na presentes mais fenómenos dos um é brutalidade, sua a toda com guerra, A de na dignificaçãodosex-combatentes quetantoderam aoserviço Portugal. É com muita satisfação que regresso a uma Casa que muito tem feito no apoio e ção emNovembro de1993. Armadas desde a minha última presença nesta sede, aquando da sua inauguraForças das Deficientes dos Associação pela percorrido caminho o foi Longo dos Deficientesdas Forças Armadas Lisboa, 19deDezembro2008 Visita àAssociação - - - - 135 DESENVOLVIMENTO E COESÃO SOCIAL 136

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS A Associação dos Deficientes das Forças Armadas é fruto do empenho e da ini da e empenho das do Deficientes fruto dos é Associação Armadas A Forças digno dasuahistórianemmerecedordoseufuturo. estoicismo, as agruras desse tempo. Um país sem memória é um país que não é e carácter com suportam, hoje ainda e vidas suas das melhor o sacrificaram Pátria pela juventude, sua na que, àqueles especial respeito um deve País O merecem eimpediradegradação dasuacondiçãosocial. reconhecidamente Armadas Forças das deficientes os que apoio adequado o assegurar contudo, Importa, Portugal. em vivem se que tempos os difíceis São do e reabilitação apoio social. da protésica, e medicamentosa médica, assistência da as quanto sensíveis tão áreas em Armadas, Forças das deficiente do ficidade especi a reconhecer de Nação da política vontade a materializou erguido vindo a ser concretizado ao longo do tempo. O edifício legislativo entretanto tos, acarretou os mais elevados custos para o resto das suas vidas. Muito tem ou mui para que, exemplarentrega uma com País,voluntariamente ao prestaram mobilizados, cidadãos, os que serviço o reconhecer cabe Estado Ao lhe confiaram. das Forças Armadas tem sabido cumprir bem a missão que os seus fundadores Deficientes dos Associação a que dúvidas, para margem sem afirmar-se, Pode sional deGaia,hojeconsiderado umareferênciaanível europeu. para Deficientes e no contributo para a criação do Centro de Reabilitação Profis riado Nacional de Reabilitação, no processo de criação da Federação de DesportoSecreta do institucionalização na desempenhou Armadas Forças das cientes Defi dos Associação a que preponderante papel o relevar de também Gostaria militares falecidosemriscodepobrezaeexclusão social. dos familiares aos apoio no também mas Armadas, Forças das deficientes dos determinante, não só como instituição votada à reabilitação e integração social papel um assumindo vem Armadas Forças das Deficientes dos Associação A também, osdeficientessobreviventes daIGrande Guerra. encontravam, se que em social situação difícil na antecedentes encontrando reira e jovensda Pátria, mobilizados ao serviço não constituía um caso isolado, África. A situação de carência em que esses portugueses viviam, militares de car de Guerra na País do serviço ao mutilados militares de conjunto um de ciativa ------União, e,sobretudo,comSaúde. A todos, os meus sinceros votos de um Santo Natal e de um ano de 2009 com Paz, As minhasfelicitaçõeseomeumuitoobrigado. Ordem daLiberdade. da Honorário Membro de título o concedendo-lhe liberdade, da promoção da e social justiça da humano, ser do dignificação da prol em civilização, da valores dos defesa permanente na traduzidos Armadas, Forças das Deficientes dos Associação pela prestados serviços relevantes os distinguir Portugueses, dos nome em de, momento o chegado ter República, da Presidente como Entendo, sua integração plenanasociedade à e Armadas Forças das Deficientes dos reabilitação à apoio desinteressado e combateresultou um importante à exclusão social, traduzido num empenhado Portugal no campo do apoio ao cidadão com deficiência. Da sua meritória acção lável, como pioneira de algumas das mais importantes iniciativas realizadas em A Associação acabou de completar um percurso de 34 anos, um percurso assina melhoria dascondiçõesdevidadosseusfamiliaresdeficientes. à necessárias acções as desenvolverem Armadas, Forças das Deficientes dos Associação a com concertadamente para, esforços maiores os envidam que e tos pessoais. São, ainda hoje, as famílias que enfrentam as maiores dificuldades que viram, de um momento para o outro, cair por terra os seus sonhos e projec Foram as famílias quem, desde a primeira hora, providenciou o amparo daqueles linha da frente no apoio à reabilitação e à inclusão social dos seus entes queridos. na sempre estiveram que elas Armadas. Foram das Forças deficientes dos lias Quero dirigir uma palavra de muito apreço e profundo reconhecimento às famí doEstado. dosváriosdepartamentos concertada mais vulneráveis de pobreza e exclusão social, o prosseguimento de uma acção situações das par a requerendo, prioridade, principal a constitui lhecimento, enve natural o agravadacom fortemente debilitada, saúde uma a apoio O das. das deficientes os afectam que Arma problemas Forças principais os Conheço - - - - - 137 DESENVOLVIMENTO E COESÃO SOCIAL jas provas do seu carácter, do seu querer e do sentimento solidário que nos pode Na nossa história mais recente ou mais longínqua, os Portugueses deram sobe é estreito,masexiste,como afirmeijánoutra ocasião. ultrapassarde capazes seremos que Acredito caminho O difíceis. tempos estes também comesperança eambição ostemposfuturosquedesejamosconstruir. para que encaremos com verdade e firmeza os tempos difíceis que vivemos, mas suficientes razões são intensidade e dimensão sua A ilusões. de alimenta se não realidadeA «novosdos pobres», cujaincidência maiorcentrosnosé urbanos, já conseguem traduzir. social, dão-nos uma outra expressão da realidade que os números nem sempre que as organizações cívicas nos vão transmitindo ou os relatos da comunicação As cartas que diariamente chegam à Presidência da República, os testemunhos económica efinanceira temvindoaassumir. crise actual a que social dimensão a para alertando vão nos que mas revelam, dificilmente poderíamos imaginar. São dramas que as estatísticas nem sempre que familiares e pessoais dramas com diariamente confrontados somos Hoje comunicação socialcomoos«novos pobres». na identificados já são Estes conquistado. julgava se que vida de estilo um de esboroar o ou emprego um perderem representa que choque do refeitos mal ções particularmente difíceis. Homens e mulheres que sofrem em silêncio, ainda palavra de solidariedade, em especial para aqueles que se encontram em situa uma Portugueses aos Novo,dirigi Ano de Mensagem minha na Recentemente, seja maiscoesa,solidária,justaedesenvolvida. portuguesa sociedade a que para contribuir de sentido no desenvolver a vindo têm que trabalho pelo reconhecimento meu o expressar e presentes aqui dade Quero começar por saudar todos os representantes das instituições de solidarie do IVCongressodaConfederaçãoNacional das Instituições deSolidariedade Sessão SolenedeAbertura Fátima, 30deJaneiro2009 - - - 139 DESENVOLVIMENTO E COESÃO SOCIAL 140

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS meiro lugar, os mais frágeis: as crianças, com especial incidência as que vivem que as incidência lugar,especial meiro com frágeis:crianças, mais as os pri em afectam, sociais vulnerabilidades Essas desvalorizadas. ou ignoradas A sociedade portuguesa apresenta vulnerabilidades sociais que não podem ser Mulheres Juristas. de Portuguesa Associação pela e família da direito do área da juristas trados, magis inúmeros por sublinhado já foi como incompreensão, dessa exemplo o bem é divórcio do lei nova A somos. que País o conta em tendo não nossa, é não que realidade uma de parte que legislação vezes muitas produz se tugal Há bem poucos dias, na sessão de abertura do ano judicial, afirmei que em Por osPortuguesesção, alertei emdevidotempo. Das previsíveis consequências sociais e das profundas injustiças da sua aplica a aumentar com a nova lei do divórcio aprovada pela Assembleia da República. associada a situações de divórcio. Dizem-me, também, que esses casos tenderão está pobres» «novos de casos dos maioria a que de informação a recolho dade, solidarie de instituições de dirigentes com mantido tenho que contactos Dos neste domínio,nemsempretemoscaminhadonadirecçãoadequada. que, de certeza a Tenho familiares. laços dos progressiva dissolução a nidade ­‑ moder de sinal um é Não função. essa exercem frágeisdificilmente tão que se instituição familiar vem atravessando, esses laços ou já não existem ou revelam- a que dificuldades às face Porém, económicas. crises das efeitos destes alguns amortecer para contribuíam que familiares laços os eram Tradicionalmente porque nãodizê-lo,defomeecarênciaalimentar. e, excessivo endividamento de desemprego, de situação numa caídos outro, para momento um de vêem-se, económico, desafogo algum de posição uma de usufruído tendo que, daqueles número o aumenta porque principalmente Os períodos de crise económica tendem a acentuar as vulnerabilidades sociais, social dosgruposmaisdesfavorecidos ou,mesmo,socialmenteexcluídos. escolarização e um inegável défice de oportunidades que favoreçam a ascensão na distribuição do rendimento, elevada taxa de risco de pobreza, baixos níveis de social muito frágil, com níveis de coesão muito baixos: desigualdades acentuadas estrutura uma temos que revelam internacionais organizações de estudos Os que nãodeixe deacompanharopresentecomalgumaapreensão. ainda confiança, com futuro o encaro dificuldades. superar isso as a Por ajudar ------raç o jvm os vr s us xettvs soae o o e bem- seu o ou escolares expectativas suas as ver possa jovem ou criança manter as condições mínimas de bem-estar. É necessário garantir que nenhuma de reforçar a nossa atenção e o nosso empenho para que essas crianças possam ches, nos jardins-de-infância, nas escolas e nos cre Nas esperança. de capital maior nosso o reside simultaneamente, nelas, e fraco, mais elo o são Elas atenção. maior nossa a merecer devem crianças As adoençaedeficiência. suportar de têm prolongada, forma de que, os e idosos, os monoparentais, famílias em capacidade de criarmos melhores oportunidades para que essas pessoas pessoas podem que de confiança essas a sentirem de e que auto-estima sua a recuperar para possam oportunidades melhores criarmos da também de Vive dádivas. capacidade de e apoios de só vive não social solidariedade A pessoa, cadafamília,caso aquepretendemosacudir. dade. Mas mais é importante que o façamos no respeito pela dignidade de cada os escassos recursos geridos pelas instituições públicas e privadas de solidarie É importante fazer chegar ao maior número de cidadãos em situação de carência possam virarevelar-se. Temos de estar preparados para fazer face a situações de emergência social que vidamento asfixiante. para atenuar os efeitos do desemprego, da quebra dos rendimentos ou do endi bem as prioridades, aumentar a eficiência na criação de bem-estar e contribuir É importante assegurar os meios materiais indispensáveis à acção social, definir aos problemas. resposta na eficácia maior e acção à proximidade mais social, solidariedade à dores dessa vontade. Só assim poderemos conferir uma dimensão mais humana As organizações cívicas e as instituições de solidariedade devem ser os catalisa desígnio comum. pretextos para dividir, é urgente descobrir forças para nos unir em torno de um arranjar que do Mais Portugueses. dos solidária força a mobilizar urgente É para elascorresempremaisdepressaeporvezes deformairrecuperável. Tenho a certeza que há ainda muito a fazer por estas crianças e jovens. O tempo Este éomelhorinvestimento quepoderemosfazernofuturodonossoPaís. de vidafamiliar. ‑ estar, material e emocional, afectados por uma alteração das suas condições condições suas das alteração uma por afectados emocional, e material estar, ateliers de tempos livres, temos - - - - 141 DESENVOLVIMENTO E COESÃO SOCIAL 142

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS um Portugal maisjustoesolidário. Em nenhuma circunstância podemos abandonar a nossa ambição de construir facilmente superar asdificuldades. capacidade de mobilizar os recursos das comunidades, para que possamos mais vossa a competência, vossa a dedicação, vossa a com convosco, conto isso Por Esta éalutapeladignidadequenãopoderemosperder. e aoseupaís. empresas suas às comunidades, suas às famílias, suas às úteis ser a continuar Saúde, Educação, CiênciaeCultura IV cento do total. Em média, os Portugueses viverão mais seis anos um milhão e 300 mil habitantes e os idosos representarão, nessa altura, 32 por e o actual índice de Se projectarmos as actuais tendências para quarenta anos mais tarde, em em tarde, século mais do meados anos quarenta para tendências actuais as projectarmos Se 65 emaisanosrepresentará cerca de18porcentodototal. tórico: cerca de 10 milhões e 600 mil habitantes. Nessa altura, a população com No final desta década, a população portuguesa deverá atingir o seu máximo his de sermerecedoresumaatenção redobrada. Os cenários e os números são por demais conhecidos, mas nem por isso deixam sua abrangência. tiva, nunca é demais retomarmos o debate sobre o envelhecimento em toda a exige, que mudança procuradas.Nestadevemser nele de que perspec oportunidades das também e processos dos levanta, que problemas dos desafio, desse dimensões das conscientes e informados suficientemente estejam ses identificados e avaliados. Duvido que a opinião pública e os cidadãos portugue devidamente ser longe de estão impactos e contornos cujos desafio um senta des em que vivemos, o envelhecimento, enquanto fenómeno estrutural, repre cada um de nós, trata-se da concretização da lei da vida, mas, para as socieda Paraenvelhecimento. o – ano este para tema do escolha pela Congratulo-me afectam anossasociedade. encontrar melhores soluções para os problemas que, neste particular domínio, possamos que para emergido têm dele que contributos inestimáveis os como prestígio. Atestam-no a valia das personalidades que nele têm participado, assim inegável um conferido tem-lhe mundo, no e Portugal em saúde, da problemas debate desenvolvidos neste Fórum ao longo dos últimos dez anos, em torno dos do e reflexão da qualidade A FórumSaúde. do de edição Gulbenkian uma mais Quero começar por felicitar a Fundação Calouste Gulbenkian pela iniciativa de XXI a população portuguesa ver-se-á reduzida em cerca de de cerca em reduzida ver-se-á portuguesa população a do Fórum GulbenkiandeSaúde Lisboa, 8deAbril2008 Sessão deAbertura - - - - - 147 SAÚDE, EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E CULTURA 148

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS actuais actuais 108 para 243 idosos por cada 100 jovens. Ou seja, a manterem-se as actu dos passando meia, e vezes duas quase por multiplicado será envelhecimento flexíveis de transição da vida activa para a velhice, soluções que permitam uma mais soluções construímos não Porque activo? envelhecimento do princípio o e aprendizagem ao longo da vida. Pela mesma lógica, porque não reconhecemos se educação de falamos Hoje inicial. e formal ensino do tempo ao confinar podem não aprendizagem a e educação a que hoje reconhecemos entanto, no E, difícil qualqueradaptaçãooucapacidadedegestão desseciclo devida. torna que invariável tão cadência uma a sucedem-se inactivo ócio do tempo o do nosso ciclo de vida. O tempo da formação, o tempo do trabalho e, por último, a juventude, aidadeactiva,ouvelhice resultadeumaconcepçãomuito rígida sistema de valores e os modelos de organização social. A forma como encaramos nosso o repensar a mais, de antes obriga-nos, envelhecimento do fenómeno O não devemos tomá-lasapenascomoumnúmero,custoou encargo. criação de riqueza e de bem-estar. É precisamente por se tratar de pessoas que a para contributo seu do prescindir a ou ignorar a autoriza nos que inactivas estatisticamente pessoas de falar a estarmos de facto o Nãoé futuro. parao tas por- novas abrem nos que soluções das parte como também considerar as de impedir deve nos que idosas mais pessoas de falar a estarmos de facto o é Não para obem-estardasnovas gerações. fardo um como ou ameaça uma como visto ser deverá não envelhecimento O reflexão maisalargada. uma propor-vos quero Mas importância. sua naturalmente,a reconheço, e tiva perspec insistência. Compreendo essa alguma abordados com temas sido têm longevidade da acrescidos custos dos decorrente saúde de nacionais sistemas os sistemas de pensões, a sua sustentabilidade financeira, ou a pressão sobre os centrado, quase exclusivamente, nos custos do envelhecimento. O impacto sobre tem-se preocupação a social, comunicação de órgãos nos e pública opinião Na mento enovas soluçõesnaafectaçãodosrecursosdisponíveis. envelheci o encarar de formas novas gerações próximas das exige que guesa, portu social e demográfica estrutura da profunda alteração uma de Trata-se um terçodototaldapopulaçãoportuguesa. ais tendências, a população com 65 e mais anos representará, em 2050, cerca de - - - - ser no futuro. Num tempo em que se exige maior flexibilidade ocupacional, maior mismo. Não é necessariamente verdade nas sociedades de hoje, nem o devendo no âmbito das sociedades com fraca mobilidade profissional e de limitado dina porventura, verdade, trabalhador.jovemseria Tal um para liberto trabalho de Estabeleceu-se a ideia de que cada cidadão reformado representa mais um posto mais oconhecimentoeaexperiência. valoriza se que em sociedades nas paradoxal quase entanto, no torna-se, rias, agráe industriais - sociedades nas predomina que físico esforço do perspectiva do descanso merecido esforço desenvolvido durante a vida um activa. Sendo uma visão compreensível, na corresponde lhe que entendemos e trabalho de Tradicionalmente, assimilamos a velhice aoesgotamento dopotencialdaforça parceiros europeus. e de voluntariado que se verificam em Portugal, em comparação com os nossos de progressão muito grande, atendendo aos baixos níveis de participação cívica dariedade social, se bem que tenha de reconhecer que temos ainda uma margem sinto orgulho ao ver milhares de voluntários a trabalhar em instituições de soli que Confesso carenciados. cidadãos de número maior um a acessíveis tornem os e serviços melhores prestem organizações essas materiais, recursos mos mes- os com que, para contributo um ser pode reforma, à passados entretanto riado e como o aproveitamento da experiência de muitos quadros de empresas, volunta do papel o destacar a vindo tenho cívicas, organizações das caso No organizacional e,mesmo,derentabilidade. eficiência e se tal não poderá contribuir para um défice de identidade, de cultura venescimento dos seus trabalhadores se traduz sempre num ganho efectivo de No caso das empresas, questiono-me sobre se a obsessão sobre o contínuo reju cívicas eculturais. caso das instituições de solidariedade social –, ou mesmo para as organizações o é como – civil sociedade da organizações as para jovens, mais trabalhadores os para empresas, as para útil muito ser poderia que capital um perdiçamos des- anos os todos que concluiremos facilmente activa, vida sua da longo ao cidadão um por acumuladas competência na e experiência na pensarmos Se indivíduo representa? cada que potencial ao ajustada aprendizagem e lazer trabalho, de combinação - - - - 149 SAÚDE, EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E CULTURA 150

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS século novos estilos de vida e de não continuarmos a tentar enfrentar os problemas do vamos transitando e preparando cada uma delas. Estamos a falar da criação de Quando hoje já se fala da 4ª idade, é urgente repensarmos a 3ª e as formas como e aprendizagem. lazer parcial, tempo a actividade de combinatórias possíveis nas diversificado mais e dilatado mais processo um como reforma a para trabalho de mercado do transição a encarando actividade, da prolongamento como envelhecimento em urgentepensarmos isso, por É, activa. vida longoda ao diferenciados, mais e lineares menos vez cada tornarem se profissionais os carreiras de as e facto trajectos o compreendermos e anteciparmos convém perspectiva, Nesta destruição dosexistentes. ou libertação da dependente menos ficar a tende trabalho de postos novos de criação A questionada. mais vez cada é ideia aquela social, inovação da vância rele a entender para capacidade maior exige se que em também mas lerada, adaptabilidade para enfrentar sistemas tecnológicos onde a obsolescência é ace A mudança abrupta de estilo de vida, a falta de reconhecimento pela sua utili sua pela reconhecimento de falta a vida, de estilo de abrupta mudança A doença. da propriamente que do social integração de falta da e inactividade da mais muito resulta saúde de sistemas os sobre populacional envelhecimento pelo exercida pressão da parte uma que propósito, a esquecer, não Convém idosos, de hojeeamanhã. nossos dos milhares de bem-estar o e vida de qualidade a melhorar poderemos sentido, nesse passos dados forem se que, de convencido Estou favorável ao seudesenvolvimento. agentes económicos, sociais e culturais, assegurando o Estado uma envolvente das organizações, da capacidade de concertação estratégica entre os diferentes e empresas das dinamismo do cidadãos, dos iniciativa da resultasse inovação responder aos estímulos e desafios que o futuro nos coloca. Seria bom que essa para capacidade maior de e social inovação mais de verdade, na Precisamos, trar umpoucomaisdeatenção edecarinho. sua relação com os profissionais de saúde como um refúgio onde se tenta encon dade, o isolamento ou o vazio dos afectos, levam milhares de idosos a conceber a XXI comassoluçõesdoséculo XX . - - - - Muito obrigado. seja, emPortugal, encarado numaperspectivamaisamplaeconstrutiva. de Saúde darão um contributo importante para que o desafio do envelhecimento Estou certo de que a reflexão e o debate que terão lugar neste Fórum Gulbenkian que nãosejam,aomesmotempo,humanamentedignificantes. fundamental: não basta encontrar soluções técnica e economicamente eficazes melhores soluções para os problemas que suscita. Coloca-se, aqui, um requisito as encontrar para e consequências suas as decerto, enfrentar para prepararmo-nos ajudará, a dimensões suas as todas em envelhecimento o Repensar e centralizada. tarmos da dependência do Estado e pela claustrofobia da regulação burocrática por escassez de espírito empreendedor, pela dificuldade que temos em nos liber iniciativa, de falta por mais seja Talvezavança. não País o que leis de falta por é não domínios, outros tantos em como Neste, modalidades. essas a recorrem organizações as e agentes os isso por nem mas soluções, dessas algumas mite per já laboral legislação nossa a parecer, possa que surpreendente mais Por gamento davidaactivadevidamenteremunerado, terãodeservalorizadas. prolon ao tempo, de bancos aos trabalhoparcial, ao tempo planeado a recurso tes da iniciativa dos organismos públicos e de decisão política. Soluções como o legiados de inovação social, sem que para isso fiquemos eternamente dependen A ideia de envelhecimento activo pode constituir-se como um dos domínios privi - - - - - 151 SAÚDE, EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E CULTURA mável doshabitantesdaRegiãoAutónomaMadeira. cada paragem desta cidade, tão antiga quanto bela, mostra bem a vontade indo em encontramos que progresso O terra. sua na permanecem quando mesmo longe,mais ir sempre querem madeirenses os que de sinal um Funchalsão do nuamos a encontrar no povo da Madeira. A modernização e o desenvolvimento É esta mesma vontade de chegar mais longe que, ao fim de cinco séculos, conti do Atlântico Sul. aérea travessia primeira a realizarem a levaria os seguinte, ano no que, épico nacional sobre o Atlântico, que terminou no Funchal de ensaio ao e vooserviu Cabral, Gago Coutinho e Ortins de Bettencourt a fazerem o primeiro Sacadura aviadores os levou que longe, mais ir de vontade Da vontades. de e homens de fixação e destino de local um foi Funchalde o Zarco, Gonçalves Joãotempos os Desde passagem. de terra uma apenas foi não Funchal o Mas pelo nomedeSissi. Maximiliano do México, e a imperatriz Isabel da Áustria, que ficou imortalizada Por aqui passaram personagens como Napoleão Bonaparte, o futuro imperador Cook. James ou Cadamosto de Luís Colombo, Cristóvão navegadores:grandes passaram aqui Por multissecular. História sua da momentos diversos mente, natural recordamos, cidade, como Funchal do instituição a comemorarmos Ao Descobrimentos. dos domínios vastos nos instituída ser a cidade primeira a sido ter de orgulhar-se Funchalpode o isso, que do Mais História. de séculos NãoFunchal, existemmuitascidadesque,comoo sepossamorgulhardecinco eregressamaoFunchalaqui vêm, comsaudadespartem eàMadeira. que Todosos terra. desta saudades tinha pessoal, nota uma permitida é me Se ções dos500anosdacidadedoFunchal. comemora- destas âmbito no reeditada foi hora, boa em que, Atlânticase Ilhas As Saudades da Terra – assim se chama a obra que Gaspar Frutuoso dedicou às Câmara MunicipaldoFunchal,15deAbril2008 dos 500AnosdaCidadedoFunchal Sessão SoleneComemorativa raid inter - - - - 153 SAÚDE, EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E CULTURA 154

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS entre uma memória de cinco séculos e uma modernidade que é motivo de orgu O que torna o Funchal uma cidade tão singular é, precisamente, este cruzamento presente eumaesperança defuturo. de certeza uma inscreve se nele quando passado o celebrar sentido pleno faz só Mas festa. de ocasião uma dúvida, sem é, História de anos 500 Comemorar para saudar as autoridades locais pelo esforço que têm colocado na preservação a diversos pontos do País. É algo que, também, hoje me traz à Madeira. Aproveito minha preocupação com a salvaguarda do nosso património, que me a tem Daí levado memória. de obrigação hoje é passado longo esse valorizar e Respeitar sionar pelolastrodoseupassado,massem,tão-pouco, oenjeitar qualidades, o Funchal soube erguer-se ao longo de 500 anos, sem se deixar apri estas Com além. mais chegarmaior, de ser vencer,desejo de orgulho trabalho, de vontade é sim, isso existe, que O séculos. cinco de destino neste enigmático de existe nada fundo, no que, percebermos para regionais autoridades das ção realiza de capacidade a e empenho o para empresários, seus dos aventura de Basta olharmos para a vitalidade da sociedade civil madeirense, para o espírito partida. de terra uma de invésagorachegada, ao Funchaltorna de terra o uma que o decifrar de capazes seremos realidade, a perto de mais observarmos se Agora, é um ponto decisivo para que os estrangeiros descubram Portugal. Mas, O Funchal foi um ponto decisivo para que os Portugueses descobrissem o Mundo. eterno retornodaHistória. visitantes de todas as partes do globo. Dir-se-ia que há algo de enigmático neste extraordinária de construir, no meio do imenso Atlântico, uma capital que atrai de tudo, ser homenageados. Ao longo de cinco séculos, revelaram a capacidade saudar muito vivamente os cidadãos do Funchal. São eles que merecem, acima Nesta ocasião, que é um acto de festa mas também uma cerimónia solene, quero Minhas Senhoras emeusSenhores terra quedeixasaudadesemtodososaconhecem. águas da baía do Funchal tornou-se um dos mais expressivos exemplos de uma nas reflecte se ano, novo cada de início no que, cor de explosão A fascinante. combinação numa aqui, entrelaçam-se, futuro o e passado o exuberância, sua pela fascina Naturezaque uma de manto o Sob madeirenses. os todos para lho . - - - múltiplas ediversificadas iniciativas. grama destas Comemorações, que se prolongam por todo este ano de 2008, com pro rico e vasto o para contribuíram que os todos isso, por Felicito, Funchal. do cidade da instituição a foi que História nossa da alto momento esse morar come de patriótica obrigação a Temos grandeza. desta efeméride uma mente No entanto, é nosso dever, até perante as gerações vindouras, assinalar devida conhecemos. todos que algo é lusitana marítima epopeia na desempenhou Funchal do dade ci- a que papel O História. na inscrito bem está Portugueses Descobrimentos aos deu Madeira a que contributo O Humanidade. da destinos nos indelével marca uma deixou que aventura nessa mundo, do partidas sete às levou nos que jornada Uma caminho. um iniciou se aqui porque também mas anos, 500 çar pela cidade do Funchal. Não apenas porque este ano se comemoram os seus Esta minha visita à Região Autónoma da Madeira teria, naturalmente, de come seu futuro, bemcomoosdesafioseproblemasqueenfrentamnoseupresente. ao quanto madeirenses dos ambição a melhor conhecer propósito meu também é E Região. nesta feito sido tem que muito o perto de conhecer Quero Ao longo dos próximos dias, irei percorrer as ilhas da Madeira e de Porto Santo. Minhas Senhoras emeusSenhores dirigido, também,atodososPortugueses. mas República, da Presidente ao relativamente homenagem de e boas-vindas de acto um como gesto esse Interpreto distinguir-me. quiseram que com chal, Fundo cidade da Ouro de Medalha agradeçoa honraque maior a com pois, É, acolhedora, sempre,defacto,comvontade deregressar. deondeseparte ção, terem contribuído para fazer do Funchal uma cidade ainda mais atraente e desta edilidade, podem orgulhar-se de, com o vosso dinamismo e a vossa ambi Vossa Excelência, Senhor Presidente da Câmara, bem como todos os vereadores acompanham estedesejodeedificarofuturosemsacrificarpassado. Funchal, do centenário quinto o comemoram que em ano neste madeirenses, os todos que de certo Estou precederam. nos geraçõesque das recebemos que percam de vista este imperativo de preservar para as próximas gerações aquilo nunca que a apelo um fazer para e cidade da histórico-cultural património do ------155 SAÚDE, EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E CULTURA 156

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS Muito obrigado. desígnio colectivo quesechama Portugal. um de nome em luta de e trabalho de vida, de anos 500 estes pertencem vós A madeirenses. os todos Funchal, do cidade na saudando, terminar de Gostaria partes domundoseencontrassempartes econhecessem. várias as que para tiveram Portugueses Descobrimentos os que relevância a e História nossa a melhor pouco um conhecer a ficar visitam nos que geiros Lisboa passa a contar com um espaço que permite aos Portugueses e aos estran salas doMuseu. as todas com alimentado bem sairá espírito nosso o que de certo estou mas bacalhau, encontraremosaqui não por Já dignidade. nova uma e função nova uma com renasce Alcântara de doca da seguiu o sonho que hoje vemos tornado realidade, o antigo Armazém Frigorífico Pela mão da Fundação Oriente, que durante os seus vinte anos de existência per Portugueses. pelos cabo a levada orgulhosamente globalização, de experiência primeira a foi que aquela testemunham que arte de peças de conjunto notável um hoje estar reunidopara aqui Encontra-se Oriente. do convite Museu do o inauguração na presente aceitei que satisfação, grande com isso, por Foi, E, também,osquevirãodepoisdenós». isso. que do mais merecem nós de antes vieram que Os história. boa uma a zir redu- se de pena sob inspiraçãoparafuturo, de o fonte uma deveser História a Pessoa, gem do globo foi suficientemente remota para todos os que, como dizia Fernando da aventura marítima portuguesa. Oriente, Ocidente, Norte e Sul, nenhuma para Pude encontrar, naquele espaço, provas da intensa troca de culturas resultante cursor daglobalização. veículo de ligação de inúmeras culturas, e, mais do que isso, enquanto país pre como Portugal de papel do confirmação da organizadores, seus dos entender no Tratava-se, Moderno. Mundo do definição na Portugueses Descobrimentos à presença portuguesa no mundo nos séculos nos mundo no portuguesa presença à Em Junho de 2007, inaugurei, em Washington, uma grande exposição dedicada . Disse, na altura, que «para qualquer país, qualquer «para que altura, na Disse, Bojador». do além «passaram Inauguração doMuseuOriente que será possível contemplar nas contemplar possível será que iguarias XVI Lisboa, 8deMaio2008 e XVII e à importância dos dos importância à e - - - - 157 SAÚDE, EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E CULTURA 158

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS e a China assumem o seu lugar no contexto internacional e têm hoje uma rele uma hoje têm e internacional contexto no lugar seu o assumem China a e entre culturas remotas. Assistimos a uma nova pontes vaga fazendo que une, vem nos do Oriente. que A muito Índia o e separa nos hoje ainda que o conhecer Permitirá Oriente. o e Ocidente o entre cultural estreitamento um permitirá Oriente do Museu O História. na extingue se não espaço deste função a Mas do MuseuOriente. ParabénsFundaçãoà parabénse Oriente, inauguraçãopela Lisboa de cidade à são diferentes. que os rejeitar ou ignorar a vezes, tantas levam, nos que medos os forma derrotar de melhor a afinal, é, outro do conhecimento o que e progresso do fonte grande a é Conhecimento o que hoje sabemos nunca, que do melhor Talvez lizações, mutuamenteenriquecedor, emquePortugal teve umpapelsingular. unicamente do passado, mas sim do presente e do futuro de um encontro de civi aqui no Museu do Oriente, já este espaço teria dado bons frutos. Mas não se trata estrangeiros,e portugueses visitantes, pelos imagemrecolhida a apenas, essa, Fosse Conhecimento. difundiu e procurou produziu, que nação uma coragem, de país um empreendedor, Portugal um era Descobrimentos dos Portugal O hoje reunidanestebelíssimoespaço,eximiamenterecuperado. colecção a construiu anos, vinte de longo ao que, com perseverança pela dino, Dr.o Presidente, Monjar seu Carlos do pessoa na FelicitoFundaçãoOriente, a os nossosparceirosasiáticos. certamente, palco de inúmeras iniciativas que nos permitirão conhecer melhor vância impossível de ignorar. Este espaço cultural que é agora inaugurado será, - - - ­‑que mesmo nos influenciar aqueles que o ouviam. Ele conhecia bem o poder do discurso. Disse- Lucas Pires foi um homem político que soube, como poucos, usar a palavra para pensar lúcidoeinteligente. do chave a ninguém, como detêm, pacífico, génio um natureza, por possuem, e humor de sentido profundo um têm que Aqueles riso. no purificadora virtude Quando revejo a sua imagem sorridente, não posso deixar de pensar que há uma bordante, oseurisoespontâneo. inteligência superior, a vastidão da sua cultura humanista, a sua sua simpatiaa trans cativava: nos que muito havia Pires, Lucas Francisco em que, Recordo tico, fruiunaplenitudeoseutempo. dimensões da sua vida e, sobretudo, como as homem de família, académico e polí todas em que, e intensamente viveu Pires Lucas Francisco que Sabemos amado pelosdeusesdoOlimpo. dúvida, sem foi, –, vida a perdeu quando dir-se-ia, simbolicamente regressava, a Coimbra– sua a esqueceu jamais que cosmopolita, tuguês pelos deuses. Estou certo de que concordarão comigo se vos disser que este por Diz-nos a intemporal sabedoria grega que aqueles que partem cedo são amados para tudoaquiloquetinhapara dar. pouco demasiado tempo, pouco concedido foi quem a homem um de memória a guardo dele E privei. ele Com Pires. Lucas Francisco Doutor o bem Conheci O verbo era-lhe fácil, mas nunca fútil, e estava sempre ao serviço das suas convic em muitoscasos,perigoso. Não emFrancisco Lucas Pires. não há barreiras à sedução, convencer. Tamanho poder sobre os homens seria, já onde aí, para ouvintes seus dos consciência a alcançar munido, assim de, e Dominava essa capacidade única de, para cada ideia, encontrar a melhor palavra das coisasepessoas». «só por dentro de uma língua vamos directamente ao coração ao directamente vamos língua uma de dentro por «só ao DoutorFrancisco LucasPires Cerimónia deHomenagem Coimbra, 31deMaio2008 a que a Atenas Lusa - - - - 159 SAÚDE, EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E CULTURA 160

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS ou à retórica vazia. Por vezes, é certo, também o colocava ao serviço das suas pai ções e do seu pensamento generoso, sem concessões ao populismo oportunista casaco depelesdaEuropasem tersequerroupainterior». necessário realizar e sem o qual nos era arriscávamos, como disse então, que a prolongado e árduo esforço o para Portugueses os alertar a adesão, da antes anos dez de cerca hora, primeira na obrigou-o, pragmatismo seu O reais davidapolíticaportuguesa. intensa mas nem por isso menos prática de alterar profundamente as condições A sua intervenção política foi sempre reflectida, porque assentava numa vontade clarividência epelalucidezcomquetravou essecombate. pela talento, pelo muito deve-lhe Portugal Europa. na país nosso do interesses dos e comunitário futuro nosso do defesa na apaixonada e permanente acção uma Europeu, Parlamento do vice-presidente e deputado como depois, e, são ade da antes ainda teve, Pires Lucas Francisco convicção, essa a Fiel Europa. colectivodevir do Portugalinteiro por da parte fazemos que de e europeu ser é de maior sentido o que de a convicção: uma momento, primeiro o desde çou, Abra europeia. integração a inspirou que mote o afinal pragmatismo, e utopia pais fundadores da Europa, ser um visionário que soube combinar sabiamente os como tal de, lucidez a teve também Mas europeia. ideia pela Apaixonou-se tadora. Francisco Lucas Piresfê-lo,singularmente,comarazão ecomapaixão. impõe. Podendo fazê-lo de dois modos: ou com a razão fria, ou com a paixão arreba Cadahomem tem o dever de abraçar os desafios que a história do seu tempo lhe dedicou àEuropa. ele que palavra a com Sobretudo, Pires. Lucas Francisco de palavra a com tro encon um para convocados depois, anos ser,dez a continuamos isto, tudo Por a suaprópriaexpressão. a sua compreensão pelos outros na quem crê, mas não se encerra na sua crença. Por isso, sempre tolerante, fundou Homem de convicções seguras, soube ser-lhes fiel. Escolheu a autenticidade de Sentia-se neleumasinceridadeefusiva,algo dequehojetantotemos falta. verdade. a e sentimento o sempre transparecia discurso seu do elegância Na rando, aomenosnoquelherespeitava, que dizer, de ponto exage Chegou ao decerto Benfica. seu pelo paixão a como xões, «fortaleza «fortaleza das próprias convicções» «só osgolosnostornamfluentes». , segundo «vestir o ------democrático exige, de novo por palavras que nos legou, comum viver nosso o Porque política. acção sua da ser de razão a encontrou Foi nesse projecto duradouro de um Portugal europeu que Francisco Lucas Pires encontrar osentidodanossapermanência. Pires, LucasFrancisco disse-nos podemos, europeus, faz nos passo, mesmo do através do mundo» que mais cedo se fez ao largo» geografia» sua a que do vasto mais ser a apresentava a sua visão como Ministro, é o domínio em que país» do permanência própria à peito pre maisdoqueopassado». Visionário, como poucos, para Lucas Pires o século o Pires Lucas para poucos, como Visionário, mais depovos,gruposeindivíduosnãoquaseexclusivamenteEstados.» comunidade uma produzindo garantias, suas e direitos dos consolidação uma Pires: Recordo uma frase sua que ilumina o pensamento europeu de Francisco Lucas preendeu a Europa como a realização de um projecto genuinamente humanista. com económicos, intuitos com Estados de associação uma como que do Mais tura. Sonhou,verdadeiramente, umanova Europa. aber de e tolerância de liberdade, de ideal um vislumbrar soube sempre Pires Por entre a roupagem tantas vezes burocrática da Europa real, Francisco Lucas como entendia que – portuguesa cultura da importância a vincou que português Um europeu decorpoealma,sempreconvicto,genuíno, sempre entusiasta. um e português um tudo, de Foi,acima português? europeu um antes, foi, ou peu euro português Teráum raízes. sido suas as caso, qualquer em Nuncaesqueceu, Europa, a Europa,afinal,quelhefaziateresperança numdestinocolectivo comum. dessa imagem a sedutor e acessível discurso num traduzir mente, incessante Procurou, europeia. ideia da pedagogo grande um também, Foi, base nocidadão». palavras,uma próprias suas as Parausar democraticamentepaz. construir em a e estrutural.unidade essência Uma sua a fosse pluralismo o se e solidária e aberta unidade de modelo um fosse União «uma certa ideia comum sobre o que somos» que o sobre comum ideia certa «uma «A politização e a democratização da União só podem, de resto, impelir a impelir resto, de podem, só União da democratização a e politização «A . A cultura europeia, justamente. Aí, nessa singularidade que, , e fomos nós que . A cultura, disse-o no momento em que que em momento no disse-o cultura, A . porque, afinal, porque, «unidade política e democrática, com democrática, e política «unidade «carregámos uma cultura comum , ou seja, aquilo seja, ou , XXI «que o futuro valha sem «somos o país europeu país o «somos só seria europeu se a se europeu seria só «Portugal continua «que diz res diz «que ------161 SAÚDE, EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E CULTURA 162

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS amam enosadmiram. ComoFrancisco Lucas Piresofoi.Brilhantemente. Temos, em suma, o dever de sermos dignos de nós próprios e daqueles que nos não obstante,somos. que, aquilo e ser devemos que sabemos que aquilo entre distância momento, a encurtar cada a de, dever o temos que exemplo, pelo assim, Aprendemos, «Põe quantoésnomínimoquefazes.»(Fernando Pessoa) inspiradora deumpoetamaior: ordem a seguindo encontrou, Pires Lucas que e procuramos que sentido o Eis existencial àrememoração. sentido um dar de dever o têm saudade com recordam o que aqueles isso, Por A vida de Francisco Lucas Pires é, sem dúvida, uma vida plena de ensinamentos. difíceis. uma de e castreja longa tradição de cultura resistência que sempre da serviu a nossa causa nos memória momentos a guarda-se Portucalense, Terra da No Minho de terra eternamente vestida de verde, entre a serra e o mar, núcleo colectiva. da nas vinca, palavras de memória da D. III, preservação Afonso a importância vindouros.» dos mento conheci ao chegassem e firmes tornassem se mortais dos actos os que para escrita da remédio o encontrou-se homens, dos memória a instável é «Porque mento, masterra dememóriaviva. esqueci- de terra é não esta que demonstrar para sentia, decerto que temor o vencendo rio, o próprio ele cruzar de teve Bruto, Júnio Décio general, seu O Nada piorlhespoderiaacontecer. acreditavam, perderia a memória do seu passado, da sua família e da sua pátria. lendário Rio do Esquecimento. o Quem com se atrevesseconfundiram a e passar conquista para de a outrademanda margem,sua da fim no encontraram nos roma soldados os que água de Encontramo-nosmargenscurso nas o Lima, do ram nestascomemorações. do seu presidente, toda a colaboração prestada e todo o entusiasmo que coloca Agradeço a todos os vianenses e, em particular, à Câmara Municipal, na pessoa a primeira hora éPortugal. Dia de Portugal e das Comunidades tivessem lugar nesta bela cidade que desde Neste ano histórico para Viana do Castelo, julguei por bem que as celebrações do caminho-de-ferro aVianadoCastelo. do chegada da anos 130 os ainda, comemoramos, E II. Maria D. de decreto por cidade, a elevação sua da anos 160 os Comemoramos III. Afonso D. por gado outor Castelo, do Viana de Foral do anos 750 os 2008, em Comemoramos, Câmara MunicipaldeVianadoCastelo,9Junho2008 Sessão SolenedeBoas-VindasporOcasião Esta passagem notável do Foral de Viana do Castelo Castelo do Viana de Foral do notável passagem Esta das ComemoraçõesdoDiadePortugal - - - - 163 SAÚDE, EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E CULTURA 164

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS um exemplo do português do mundo, aquele português que aproximou global aproximou que português aquele mundo, do português do exemplo um como culturas, e homens entre mediador foi Brasil no que VejoÁlvares, Diogo Várioscostumesseuseváriasleis.» Váriasnações,quemandamváriosReis, Maresdividem,ondeseapousentam «(…)asváriaspartesqueosinsanos enfrentando,naspalavraspartiu, deCamões, figura daqui a outros, DiogoRelembro tantos de como que, vianense o Álvares, da península europeiaeaceitouodesafiodadistânciadodesconhecido. canto um a confinar-se recusou que Portugal um de memória a também Nesta cidade virada ao Sul, debruçada para o mundo que descobrimos, guarda taleiramente oDiadePortugal, deCamõesedasComunidades. hospi acolhendo mundo, ao e mar ao aberta cidade Castelo, do Viana pois, Eis, recordação ouumasaudade. vianense – as memórias, peças que guardam carinhosamente no seu cofre uma ourivesaria da próprias tão jóias nessas íntimas, mais recordações as servam pre se que com vigor mesmo o com Portugal de memória a defende-se Aqui cadeia queéumelovivo entregerações. indestrutíveis como os cordões de ouro que a mãe minhota lega a sua filha fios numa tempo, no ligam nos que fios encontramos Esquecimento, do Rio do dora sem perderem as amarras da memória. Em Viana, guardiã da memória, vence universal destino um aceitam que aqueles premeia vivemos que em mundo O pública homenagem àfiguradosMártires. singulardeFreiBartolomeu nenses quiseram que repousasse para sempre nestas terras, prestei hoje mesmo português, que escolheu Viana do Castelo para viver os últimos dias e que os via Em cumprimento de um dever nacional de reconhecimento para com este grande dos interessespátrios. defensor pertinaz grandes, os perante verdade da arauto firme mas humilde Mártires, dos Bartolomeu Frei de memória a ainda guarda-se irmandades, e confrariasdas romagens romarias, das invocações,e e devoçõesNo das Minho mente ospovos. ‑ se - - - - - Havemos devoltar aViana,algumdia. Em breve, certamente. Emorreatodoomomento.» Quempáraperde-lheojeito, «(…)écomoovento, Mas amemória Vencemos denovo oRiodoEsquecimento. Renovámos arecordaçãodoquesomoseodesejopodemosser. Neste DiadePortugal, Portugal veio aViana. Assim cantouAmáliaRodriguesaspalavras dePedro HomemdeMello. Ómeuamordealgumdia» «HavemosdeiraViana, 165 SAÚDE, EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E CULTURA pelo Júri. Podemos todos imaginar que não terá sido uma tarefa difícil, de tal tal de difícil, tarefa uma sido terá não que imaginar todos Podemos Júri. pelo conhecer a dadas tempo, devido em foram, decisão tal uma de razões As nos. lusófo países vários dos provenientes especialistas de júri um por tomada decisão da sequência na Antunes, Lobo António escritor ao Silva, da Lula Presidente o com entregar, de prazer grato o hoje, tenho, que Prémio este É de tonalidadesquehabitamoespaçodalusofonia. diversidadefacetado da culturas,territórios, de de de verde modos mundo e o multi espelho interior,um seu no desenvolvem se que literaturas diversas as As melhores provas da vitalidade e do dinamismo da nossa língua são, de resto, excepção. de literárias criações em transforma e renova se que viva, língua uma global, escala à comunicação de veículo um de além ser, a continua português o que A projecção internacional dos escritores distinguidos com este Prémio mostra a culturas tãodiversas comoaquelasemquesetransmite. durecida, trabalhada por séculos de História, flexível o bastante para se moldar car a vocação universal da língua portuguesa, uma língua suficientemente ama Ao darem o nome de Camões a este Prémio, os seus fundadores souberam vin cada umdosnossoscidadãos. de sensibilidade diversa a exprime se e nações nossas das uma cada de tidade iden a afirma e forma se que em língua tempo, mesmo ao e, mundo do cantos quatro nos comunicação de língua enquanto Português do potencialidades as aos valores universais. Dificilmente uma outra personalidade evocaria melhor tempo, mesmo ao e, raízes às apego o melhor incarnaria alguém Dificilmente Camões é,elepróprio,tambémumsímbolo. exprimiu numaLínguaqueéhojepatrimónio deoitoEstadossoberanos. se vez alguma que maior o porventura Poeta, um de nome o leva que Prémio um entregar para povos, outros com encontro seu do e mundo ao Portugal de abertura da símbolo Jerónimos, dos Mosteiro magnífico neste aqui, Estamos Cerimónia deEntregadoPrémioCamões Mosteiro dosJerónimos,25deJulho2008 - - - - - 167 SAÚDE, EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E CULTURA 168

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS universalidade. entregamos o Prémio Camões, continuam a enriquecê-la e a testemunhar a sua hoje quem a Antunes, Lobo António como que, àqueles e maiores nossos aos Só uma política séria e de promoção preservação da língua faráportuguesa jus Agora, portuguesa. língua é precisopassardaspalavras aosactos. da valorização e promoção da serviço ao meios ‑ o reconhecido internacionalmente e vasto é maneira continuar a ser, sobretudo, um espaço dinâmico de criação cultural e de produ deve e é, passado; do evocação de nostálgico espaço um é não que demonstra lusofonia a livros, seus Atravésdos língua. nossa da projecção à dado tem que Todos nós, os falantes do português, lhe estamos gratos pelo enorme contributo As Conclusões da inerentes, étambémumatarefaeresponsabilidade. ção no mundo, em termos que permitam aos nossos povos colher os benefícios Não podemos, no entanto, esquecer que a projecção do português e a sua afirma literário atribuído aumaobra emlínguaportuguesa. prémio prestigiado mais o celebramos que e regozijo de é momento o que Sei Minhas Senhoras emeusSenhores uniformização acelerada. em vozmundo uma num possui própria que espaço um conhecimentos, de ção bar doséculo histórias são um exemplo claro da pujança da língua portuguesa neste deal suas sua das arquitectura sofisticada da a mostras dá que de invenção originalidade a e A escrita complexidade. sua a toda em humano ser o mente, simultanea e, portugueses dos comum o retratam personagens suas As um autoruniversal. tanto a nível nacional, como, sobretudo, a nível internacional, o consagram como de imprensa e os trabalhos académicos que lhes são dedicados, os prémios que, críticas as romances, seus dos edições e traduções as sucedem-se parte, a toda obraavolumadosua tem-se a décadas, diversificado.três e quase há Desde Por António LoboAntunes. nos objectivos claros, que implicam o compromisso de todos no reforço dos dos reforço no todos de compromisso o implicam que claros, objectivos nos XXI VII . Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da curriculum literário de de literário CPLP fixam- - - - - Muito obrigado. Lispector: «Eupensoesintoemportuguês,sóestalínguamesatisfaria.» tinuar a dizer, no futuro, com as palavras e a sinceridade com que o dizia Clarice Só uma verdadeira política da língua portuguesa permitirá a cada um de nós con - 169 SAÚDE, EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E CULTURA no campo da visão. Em dois anos, a Fundação marcou já de forma notável o âmbito miados e o contributo dos respectivos trabalhos para a melhoria da saúdeEste Prémio mundialpretende ser uma marca de distinção que celebre a qualidade dos pre - sabilidade socialqueéuma referênciaeumahonra para Portugal. euros à causa da luta contra a cegueira, o fundador deu um exemplo de respon de milhões 500 de cerca doar Ao Prémio. este atribui que instituição da dador repercussões mundiais sem evocar a memória de António Champalimaud, fun- Não seriapossível, deresto,regozijarmo-nos comestebrilhanteêxito eassuas seria deesperar, darplenaexpressãoàambiçãoeaosonhodofundador. em muito, à Presidente da Fundação, que Drª tem Leonor sabido, Beleza, como do maior prémio pecuniário do mundo na área da saúde. Esse prestígio deve-se, mio de Visão da Fundação Champalimaud não reside apenas no facto de se tratar Pré do consolidado, já prestígio, o que salientar justiça Julgoelementar de ser o melhorentreosmelhores. qual candidataram, decidindo se que os todos entre importante mais científico avançoo avaliarseleccionar coube e quem a renome, merecido de sonalidades Saúdo, também, o Presidente e cada um dos membros do júri internacional, per gação científicaqueospremiadostêmvindoaconduzir. cegueira, será um impulso determinante por paracerto o progresso da investi mio, que é o maior galardão mundial no âmbito da oftalmologia e do combate à Pré Este êxito. seu do integrante parte são e resultado este paracontribuíram Hopkins, Johns Universidade na que, aqueles todos saudar igualmente Quero o entendimentodosprocessosdafisiologiavisão. King-Wai Yau, que partilham o Prémio pelo sucesso das suas investigações para Quero, em primeiro lugar, felicitar os laureados, os cientistas Jeremy Nathans e Jerónimos, meassocioàentrega doPrémioChampalimauddeVisão2008. dos Mosteiro do Claustro do cenário magnífico neste que, gosto muito com É de VisãodaFundação Champalimaud Mosteiro dosJerónimos,9deSetembro2008 Cerimónia deEntregadoPrémio - - - - - 171 SAÚDE, EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E CULTURA 172

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS A aposta na Ciência deve estar centrada na solução dos problemas reais das pes uma crescentelongevidade doscidadãos. e vida de qualidade da melhoria consistente uma permitido têm doenças, das ciências biomédicas, não só para o tratamento mas, sobretudo, para a prevenção igualdade de oportunidades logo à nascença. Os avanços científicos na área das individual. Tem também implícita uma ambiciosa dimensão social de justiça e de O combate às doenças congénitas não tem unicamente uma função de bem-estar dependência. e desigualdade de importantes factores atenuar ou eliminar para tribuindo con- degenerativashereditárias, doenças e de controlo do genéticae da campo no horizontes rasgam que científicas afectam.doençasdescobertas aque São das origens as sobre e visão da mecanismos os sobre conhecimento melhor um internacional. Este ano, são distinguidos trabalhos de investigação que trouxeram ‑ da sua intervenção. No ano passado, o primeiro da atribuição do Prémio, distinguiu- reconhecem e estimulam esse esforço são, por isso mesmo, dignas da nossa nossa da dignas mesmo, isso por são, esforço esse estimulam e reconhecem e o de seu Visão, Prémio a como Champalimaud que, Fundação As instituições modo, nãoseriampossíveis. outro de que, bem-estar de e inclusão de níveis geram doença a e sofrimento o prevenir ou aliviar para científica investigação na trabalham que os Todos científica nacional. oriundo de uma entidade privada, constitui também um estímulo à investigação investigação ededesenvolvimento. EstePrémio,com oméritoadicionaldeser vocaçõesde paramuitas actividades novas e as despontar fazer de Precisamos são cruciaisaonossofuturocolectivo emerecemreconhecimento público. muito estudo e de sacrifícios diários para romper as fronteiras do conhecimento, As mulheres e os homens da Ciência, aqueles que enveredaram por uma vida de para osonhodedescobrir, deinventar edeinovar. gerações novas as convocar de e científica cultura a promover de forma uma cientistas na abertura das novas vias do conhecimento. Essa valorização é, aliás, dos papel o valorizar de o é sociedade da e Estado do cimeiros deveres dos um Logo, Ciência. da contributo o sem social bem-estar há não E cientistas. sem Ciência Nãohá Prémio. deste atribuição relembraa nos bem muito como soas, sea obra do Sistema Aravind, cuja actuação tem um impacto social de relevância - da vida. dádiva a plenamente fruir possa pessoa cada onde solidário, mais e feliz mais mundo um de construção na esperança nossa da depositárias e gratidão 173 SAÚDE, EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E CULTURA Memória». Muitopassadoemuita históriaecadavezmenos Senãoomar «Somosumpaíspequeno epobrequenãotem Conforme escreve ManuelAlegre, fonte não só de inspiração literária e artística, mas também de riqueza nacional. De alguma forma, o mar faz parte da nossa identidade e constituiu sempre uma significativamente intituladoDozeNaus. acontecia em outras obras de Manuel Alegre, as páginas deste seu último livro, admira, por isso, que o mar continue a marcar presença e a inspirar, tal como já admiráveisescreverammais Nãopáginas das algumas portuguesa. história da «Da minha língua vê-se o mar» é capazdesefazeraomaislongínquodosoceanos. tempo, mesmo ao que, povo um e natal torrão ao agarradopovo um nós de fez versos exprimem o essencial daquilo que fomos e somos ainda hoje, daquilo que enraizaram profundamente se na séculos, nossa maneirados de longo ser ao e de sentir.que, Algunssentimentos dos dos seus alguns com e história nossa a com identificam se mais que das uma dúvida, sem é, Alegre Manuel de obra A político, foiigualmenteumnotável trovador: el-reiD.Dinis. também um político, a receber um prémio com o nome de alguém que, além de é que poeta, um ser de coincidência feliz a sublinhar de ainda gostaria parte, res, praticamente desde o aparecimento dos seus primeiros versos. Pela minha leito tantos de junto conheceu ela que êxito o sobretudo, e, apreciada muito da qualidade do livro premiado. Todos sabemos quanto a obra do poeta é de há respeito a Júri do representante do palavras as ouvir de acabámos nós Todos ficado muitoespecial,quemeapraz aquiregistar. A atribuição do Prémio D. Dinis ao poeta Manuel Alegre reveste-se de um signi Cerimónia deAtribuição doPrémioLiterárioD.Dinis , dizia Vergílio Ferreira. Foi, de facto, no mar que se Casa deMateus,12Setembro2008 - - 175 SAÚDE, EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E CULTURA 176

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS multipliquem, tantoanível regionalcomoanível nacional. divulgação das artes e das letras. Oxalá os exemplos como este prevaleçam e se na dinamismo o com conjugar pode se histórica herança à fidelidade a como de exemplo bom um sido tem Mateus de Casa a décadas, últimas das longo Ao portuguesa. cultura pela feito tem ela quanto tudo por e êxito Dinis D. Prémio pelo o representa que Albuquerque, de Fernando Eng.º o presidente, seu do pessoa na Mateus, de Casa Fundação à parabéns meus os apresentar finalmente, Quero, de umPortugal fielàsuaHistória. construção na empenhado cidadão o e poeta o respeitam cidadania, da e dade Tanto os seus leitores, como todos aqueles que acreditamos nos valores da liber tuguesas. por cultura da e língua da prol em feito tem obra sua a que muito pelo e mio, Quero, por isso, felicitar vivamente Manuel Alegre, antes de mais, por este Pré elamentarnaPátriaa seutempo,pôdeobservar comum. deles, um cada que desgraças as fossem que maiores por causa, verdadeira Alegre, para quem Portugal sempre representou, mais do que um destino, uma Manuel próprio o e Pessoa Fernando Garrett, Almeida Camões, como Poetas o povo admira esenterealmentecomoseus. pelo menos enquanto houver poetas a escrevê-la e a declamá-la, em versos que firmemente convicto de que a memória daquilo que fomos não se há-de apagar, estou contrário, Pelo risco. em esteja passado desse memória a que –, Alegre Manuel perdoe me que – entanto no creio, afirmar. Não de ocasião vezes mas lhar e para o qual não devemos olhar de forma nostálgica, conforme já tive algu Temos, realmente, um passado notável, um passado de que nos podemos orgu - - - - - primeiro lugar, pelospaísescommaiores problemas. forte aposta na educação básica e universal e este desafio terá de ser ganho, em uma sem consegue se não tal Ora, doença. a sobre informação à acesso o tar importante quanto aumentar a facilidade de acesso aos medicamentos é aumen Tão iliteracia. a é pública saúde da inimigos principais dos um lado, outro Por acções prioritáriasdaParceria entreosdoiscontinentes. das uma como saúde em a identifica que 2007, UE-África, Conjunta Estratégia a de Lisboa, final no aprovar, possível sido ter de facto pelo Congratulo-me e quedeve mobilizartodaacomunidadeinternacionalpara lhefazerface. assumida ser deve que pública saúde de crise de situação uma é Esta décadas. últimas nas registados desenvolvimento, de e saúde de termos em positivos, Infelizmente, temos assistido, em alguns casos, a uma regressão dos resultados ção dapobrezaedepromoçãododesenvolvimento. redu de paraesforços fundamental os contribuição uma assim, é, pobres mais irreparáveis em termos de capital humano. A melhoria da saúdeperdas das acarretam populações inadequados saúde de cuidados a e potável água de falta à higiene, de falta à nutrição, má à devidas prematuras mortes as e doenças As dos Objectivos deDesenvolvimento doMilénio. devendo, por isso, assumir uma posição de destaque no âmbito da prossecução nantes para o crescimento económico, o desenvolvimento e a redução de determi pobrezasectores dois são Mesa-Redonda, desta temas Saúde, a e Educação A pusemos emproldeummundomaispacífico,prósperoejusto. pro nos que a metas as alcançarmos para todos de empenho Necessitamosdo essencial querepresentamosObjectivos deDesenvolvimento doMilénio. civil, enquanto parceiros empenhados em reforçar e concretizar o compromisso tiva de reunir líderes mundiais e representantes do sector privado e da sociedade Começo por felicitar o Senhor Secretário-Geral das Nações Unidas por esta inicia os Objectivos deDesenvolvimento doMilénio Sede dasNaçõesUnidas,25deSetembro2008 Encontro deAltoNível sobre - - - - - 177 SAÚDE, EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E CULTURA 178

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS Por isso, Portugal assume a educação como uma prioridade no quadro do desen em favor dapaz. veículo um é e produtividade melhoraa escolha, de capacidade a reforçar ao e, liberdade, a promove desenvolvimento, do instrumento enquanto educação, A será aapostadecisivapara ociclo inverter viciosodapobrezaedoença. aumentar os recursos canalizados para a educação. É minha convicção que esta em inadiável urgência uma isso, por Existe, mulheres. as e raparigas as para sobretudo barreira, importante uma ser a continuam educação da custos Os sentes asprioridadesdos pre tendo saúde, de básicos cuidados aos populações generalizadodas acesso de condições de criação a para também, Contribuímos, serviços. dos técnica países parceiros, quer em termos do financiamento, quer ao nível da capacidade No domínio da saúde, investimos na sustentabilidade dos sistemas de saúde dos distância. à ensino no exemplo por tecnologias, das papel do promoção a e profissional e técnico ensino o esquecer sem adultos, de alfabetização a incluindo básica, Timor-Leste, têmsidodireccionadosprioritariamentepara oapoioàeducação em e portuguesa oficial língua de africanos parceiros nos particular em ração, volvimento sustentável e da luta contra a pobreza. Os nossos esforços de coope vimento doMilénio. as metas definidas, para estes domínios, no quadro dos Objectivos de Desenvol Termino sublinhando o compromisso do meu País com o esforço a que obrigam Minhas Senhoras emeusSenhores ODM . - - - - Portugal como Nação livre e soberana. A vitória que aqui alcançámos,aquigraçasa vitóriaque soberana. A ePortugal Naçãolivrecomo destinodedisputou-se 1385,oAgosto de de 14 Jorge,dia Sãono planaltodeNo carece sermitificado. Para quenão mais, a batalha deAljubarrotaéumfeito de talformaimportante tas, falsear os factos ou vê-los numa perspectiva desajustada aos nossos tempos. Interpretação que agora abre de as suas portas Centro alimentar nacionalismos passadis do nem Aljubarrota de Batalha Fundação da propósito é não Mas Jorge é um dos lugares de memória mais emblemáticos da História de Portugal. São de Campo O iniciativa. esta com congratulo me que isso por justamente É recursos naturais ouosseusmonumentos. AnossaHistóriaédetodosnós. facções. O passado de uma nação é um bem colectivo, tão colectivo como os seus tentativa de apropriação, seja pelo próprio Estado, seja por quaisquer grupos ou parcelares da realidade. Mais ainda, a História não deve ser objecto de qualquer concepções de mundo, do subjectivas visões de ideologias, de serviço ao estar pode não História A própria. consigo honesta será assim só pois isenta, e tiva Não é isso que queremos para a Nação portuguesa. A História tem de ser objec- dos factospretéritos. sado imaginado muitas vezes não tem qualquer correspondência com a verdade pas um de lendária quase reconstrução de há que aquilo nações, das História Já alguém disse que todas as nações são guração desteCentro. inau à associo me que satisfação particular com é isso, por e, funções actuais minhas as exercer de antes ideia da desenvolvimento o acompanhei e Apoiei a luzdodia. visse ela que permitiram que enfim, e, patrocinaram a que iniciativa, esta ram Centro de Interpretação, e todas as pessoas, empresas e instituições que lança este por responsável Aljubarrota, de Batalha Fundação a felicitar por Começo Inauguração doCentrodeInterpretação «comunidades imaginadas» da BatalhadeAljubarrota São Jorge,11deOutubro2008 . De facto, na - - - - 179 SAÚDE, EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E CULTURA 180

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS uma batalha difícil, que começou com um impetuoso ataque dos exércitos cas exércitos dos ataque impetuoso um com começou que difícil, batalha uma venceram e travaram aqui que dos memória da altura à estar saber de Temos História étãorica. nossa a que em glórias das prisioneiros ficar podemos Não futuro. de sentido com celebrado ser de tem passado o ocasiões, várias em afirmado tenho Como seu destino.Portugal renasceucomoNação nestescamposquenoscircundam. melhorforma para aspiraçõesas dosPortugueses serema donos senhores e do a culminou Aljubarrota identidadecolectiva e abriu-nos as portas à épica aventura dos Descobrimentos. nossa militar,a técnica consolidou de e heroicidade de combinação notável uma Muito obrigado. se jogou ofuturo dePortugal. antepassados, num final de uma tarde de Agosto em que, numas escassas horas, hoje inauguramos será uma iniciativa de sucesso, tal como o tiveram os nossos que Aljubarrota de Batalha da Interpretação de Centro o que de certo Estou dos nossosjovens. cívica formação a para decisivo contributo um representa que de o batalha Aljubarrota, pela gerações novas das interesse o despertar-se-á modo, Deste entretenimento. de e educação de síntese como concebido foi que projecto um desenvolvendo tecnologias, novas das partido tirar soube Interpretação de tro Cen O batalha. a desenrolou se como melhor conhecer possível será Agora, é umimperativo decidadania,umdever deportugalidade. Aljubarrota Conhecer espaço. deste abertura a oportuna mais ser poderia Não Supremo, eaqueprestominhahomenagem. Comandante o ser orgulho me que de Armadas, Forças nossas das atitude a caracterizou sempre que espírito o esse também É presente. hora da sidades Soubemos vencer. É com esse mesmo espírito que temos de enfrentar as adver de Camões. batalha», «fera a lugar teve Aqui audácia. bravurae com responder soubemos que a telhanos, «com mortes, gritos, sangue e cutiladas» e sangue gritos, mortes, «com de que falava Camões. E culminou-a da da culminou-a E Camões. falava que de guerra» «incerta , nas palavras do poema do palavras nas , - - - Mas ViladeReisabequenão podeesperar. Esabeoquetemafazer. poderes públicosaograve problema dodespovoamento dointerior. dos acrescida atenção uma exigem identidade nossa da defesa a e territorial coesão A harmonioso. mais e humano mais desenvolvimento num apostar de responsabilidade a assumir de tem todo, seu País,no o que convicção minha É dosespaçosruraisdesertificação eoagravamento dos desequilíbriosregionais. O interior está despovoado, como nunca esteve. Vila de Rei sabe o que significa a O interior do País está, como sempre, mais longe dos investimentos e do emprego. como osvilarregenses e,emparticular, asuainfatigável Presidentesabem. Por isso, hoje, muito é possível. Mas o muito que é possível continua a ser difícil, definitivamente quebrado. em Março de 1995, a que, como Primeiro-Ministro, me associei. O isolamento está nicação. Recordo o marco que foi a inauguração da nova ponte sobre o rio Zêzere, Anos passados, o concelho de Vila de Rei está mais bem servido de vias de comu o isolamento. quebrar primeiro sem feito ser podia pouco realidade: a escapava ninguém A precisamente nomeiodotodonacional. encontravam se que aqueles atingia que isolamento um ser por esse, lamento iso injusto e estranho Que vinham. poucos Aqui nenhum. lado passagempara de ponto era não central, posição sua da apesar Rei, de Vila tempos, Nesses estar nocentrodePortugal e,aomesmotempo,estarlonge detudo? Os vilarregenses decerto se questionaram durante muitos anos: como é possível tive oprivilégiodetestemunharessamudança. eu e muito mudou Rei de Vila de deixou,concelho o Pires o Cardoso que Desde que todasasterras devem aosseusfilhos. Dez anos depois, encontramo-nos em Vila de Rei para lhe prestar a homenagem Em Outubrode1998,Portugal viu,compesar, ogrande partir escritor. Em Outubrode1925,esteConcelhoviunascerJosé CardosoPires. Inauguração daBibliotecaJoséCardosoPires Vila deRei,26Outubro2008 - - 181 SAÚDE, EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E CULTURA 182

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS uma existência,comofoiasua, quesempreserecusouavénias easubmissões. constituirapropriaçãodepoderem abusivatemiapóstumas.Homenagens que Essa capacidade nunca lhe faltara. Até escreveu, em tempos, sobre aspalavras para transmitir oquepensava. homenagens José diferente de si. De um Cardoso Pires que, pela primeira vez, não encontrava Temporariamente recuperado, emocionou os Portugueses com a estória de um comunicar. de impossibilidade a comunicador: um de drama supremo o mesmo enfrentou vida, da final No reencontrada. liberdade a para sentido um de busca a com e liberdade de falta a com vida, sua da longo ao debateu-se, Pires Cardoso José Nós, sabemoscomo somos. portugueses, se critica. identidade e da autenticidade, é-se tanto mais crítico quanto mais se ama o que talvez porque levou essa relação a sério. Como deve ser. Aí, no terreno único da origens, suas as com e País o com difícil relação uma teve Pires Cardoso José e comigopróprio». ele, disse livro, Cada tugueses. os sobre Por- sobre e reflexão Portugal profunda e sistemática obra,uma sua a joso e autêntico nas ideias que transmitia, José Cardoso Pires levou a cabo, com Narrador do social e do humano, rigoroso no uso da palavra e da imagem, cora traduzida emváriaslínguas. do século do agora, é também falarsobretudo de Joséaqui, Cardoso cultura Pires, um de dos grandes falar romancistas Mas portugueses terra. desta povo do junto vivas mais e antigas mais tradições as para remete Rei de Vila em cultura de Falar o acessoàculturadireitosdohomem. éumdosmaisimportantes isso, Por tem. humano ser o todo que potencialidades das desenvolvimento de A cultura local também atrai os forasteiros. Mas a cultura é, sobretudo, um meio a belezadestasterras. desconhecem ainda que portugueses muitos cá atéchamem e conhecidos bem Para que os seus bons ares, as águas puras e as pessoas acolhedoras sejam mais torne mais atractiva. Tem de se dar a conhecer todas as de virtudes Vila de Rei. se virtude a que Importa virtude. a está meio no que diz popular sabedoria A XX , cuja obra se projectou igualmente no teatro e no cinema, e está e cinema, no e teatro no igualmente projectou se obra cuja , «é uma busca da minha identificação com o País o com identificação minha da busca uma «é - para sempre,oespíritodeumgrande escritorportuguês. parte do espólio literário legado pela família de José Cardoso Pires. Aqui luzirá, boa doravante, acolherá, se Aqui desenvolvimento. de primordial fonte como Na Biblioteca Municipal de Vila de Rei revela-se a aposta da autarquia na cultura Portugal eosPortugueses. profundamente amar de forma sua a Foi osso». ao até «ir dizia, como de, capaz dições, na aguda inteligência com que pretendia destruir mitos, na sensibilidade um grande escritor e um português inteiro, na sua insubmissão, nas suas contra foi recordamos hoje que Pires JoséCardoso O homenagem. desta caso o é Não - 183 SAÚDE, EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E CULTURA com inúmeras publicações. com cursos de especialização e linhas de investigação nacionais e prestigiadas, internacionais,instituições com profissionais, e académicos de corpo relevante O trabalho da Bioética, cada vez mais exigente, conta hoje em Portugal com um tornando-se global. continentes, os todos a expandido tenha se que e – ambiental e animal médico, bio planos nos – vida da domínios diferentes aos estendido tenha se Bioética a que justifica se assim Só Homem. do vida de condições das melhoria a para contribuam poderes novos os e saberes novos os que garantir ao e humanas e acompanhar o progresso biotecnológico, ao ponderar as suas implicações ao desenvolvimento, sociais de factor um como mais vez cada confirma-se Bioética A factor nãoapenasdeprogressodosaber, masdedesenvolvimento humano. como ética reflexão da necessidade a reconheceram humanista, espírito de e que hoje aqui homenageamos, numa postura exemplar de humildade intelectual entrave ciência um de representasse homens vida Os à científico. progresso ao Desenganem-se, pois, aqueles que recearam que o surgimento da ética aplicada ciência eaéticaqueoconhecimentoprogrideserhumanosedignifica. a entre intersecção na é apenas que afirmando originário, desígnio seu ao fiel cimento científico e a ponderação ética. Hoje, como ontem, a Bioética mantém-se Enquanto ética aplicada à vida, a Bioética pressupõe a articulação entre o conhe da humanidade. bem do prol em científico-tecnológico, progresso o orientar devem que valores dos acerca reflexão uma de par democratização a da ciência, espírito da no fica cientí cultura uma promover significa Portugal em Bioética da pioneiro ser E frente, abrircaminhos,rasgar horizontes. homenageadas, destaca-se, antes de mais, hoje o seu pioneirismo. Ser pioneiro é ir à personalidades das méritos distintos e muitos dos reconhecimento No aos PioneirosdaBioéticaemPortugal Palácio deBelém,4Novembro2008 Homenagem - - - 185 SAÚDE, EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E CULTURA 186

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS Mobilizou destacadas personalidades portuguesas, em diversos domínios aca domínios diversos em portuguesas, personalidades destacadas Mobilizou Mãe‑Filho. home nossa a prestamos hoje que a personalidades das directa intervenção por impulso recebeu e início seu o teve realizado sendo vem e foi que o Tudo e assumindotambémapresidência daSociedadePortuguesa deFarmacologia. Farmacologiainvestigaçãoem de Portugal, escola em prestigiada cionalmente e Terapêutica da Faculdade de Medicina do Porto, a mais importante e interna Farmacologia,da Farmacologiadomínio de no Instituto do Director sido tendo Walteractividade sobretudo Osswaldcientífico-profissional desenvolveusua a tuguesa dedicadaàBioética. por instituição primeira da a criação para profissionais, e científicos démicos, Relação da Precoce Intervenção de Unidade a criado também tendo natais, Neo Intensivos Cuidados de Unidade a desenvolveu e fundou onde Barreto, Nesteâmbito, foi Director dos Serviços de Neonatologia da Maternidade Bissaya desde operíododagravidez. cursor da atenção devida aos problemas da relação mãe-filho, a detectar e tratar sional uma acção preponderante no cuidado dos mais pequenos, tendo sido pre profis vida sua da longo ao exerceu pediatra, médico enquanto Biscaia, Jorge presença emtodososmandatos doConselhoNacional deÉtica. marcante sua Portugal,a Em destaca-se vida. da ciências das ética à dedicados e a assumir numerosas e prestigiadas funções em diversos organismos mundiais Foi neste contexto de profundo em envolvimento questões relativas às ciências de Oncologia. Nacional doConselho a vice-presidência a Saúde, sobre de Reflexão Conselho do Saúde, de Cuidados em Investigação da Fomento de Comissão da dência presi a Tecnologia, e Ciência de Superior Conselho do presidência a como saúde, à aplicada investigação da e saúde da domínio no nacional âmbito de drático da Faculdade de Medicina do Porto, desempenhou funções relevantes Cate Professor como docente, actividade sua da decurso no Serrão, Daniel da Espada,eLuís Archer, jáanteriormenteagraciado. Biscaia, Walter Osswald, que agraciamos com a Grã-Cruz da Ordem de Sant’Iago JorgeSerrão, Daniel «pioneiros»: de designação a merecem bem que e nagem, médicas que veio a introduzir o estudo da Bioética na Universidade do Porto, Porto, do Universidade na Bioética da estudo o introduzir a veio que médicas ------O seu interesse e o seu empenho pelo domínio da Bioética, a que viria a dedicar- dedicação epelovosso magníficoexemplo decidadania. Aos homenageados, dirijo um muito obrigado pelo vosso pioneirismo, pela vossa àComunidadeeaoMundodainterdependênciavida. pertença cidadãos. A Bioética converteu-se numa ética cívica, numa consciência da nossa de debate na sociedade portuguesa, que passou a interpelar e a envolver todos os comum referencial um hoje é Bioética a personalidades, quatro estas a Graças dos especialistas. mente o seu futuro e de a difundirem na sociedade, para além do círculo restrito institucional estruturarem de desenvolverem, a de também mas Portugal, em Estas quatro personalidades tiveram o mérito de não só introduzirem a Bioética Nacional deÉticapara asCiênciasdaVida,aquemaistardeveio apresidir. Integrou o grupo de intelectuais que esteve na base da constituição do Conselho Ciência. da Europeia Fundação a e Europa da Conselho o como Portugal, representou que em internacionais fóruns muitos nos activo participante um tornando-se Foi a partir deste âmbito de actividade que enveredou pelo domínio da Bioética, em Portugal. molecular genética em investigação a promovido tendo Humana, Molecular Genética de Investigação de Centro o coordenou e Ciência de Gulbenkian tuto Insti do Molecular Genética de Laboratório o dirigiu e criou Catedrático, sor e filósofo por formação, destacou-se sobretudo no domínio da Genética. Profes LuísArcher, biólogoagraciadas,sendo hoje personalidades às associamos que com osseuscolaboradores, trouxe recentementepara Portugal. a sua actividade neste domínio, está à frente da Cátedra Mais tarde, criou o Gabinete de Investigação em Bioética. Hoje, testemunhando Europeia para aProtecçãodoEmbriãoeFeto. para a Humanização e Qualidade dos Serviços de Saúde ou à Comissão da União ‑se em exclusividade, eram já manifestos quando presidiu à Comissão Nacional UNESCO de Bioética, que, - - - 187 SAÚDE, EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E CULTURA nacional. dos, do lado português, em toda a região, foi garantir a integridade do território ergui castelos de malha importante a também mas Espanha a só não avista se onde de terra, esta a destinou História a que papel o séculos, dos longo Ao dores, quelhevem onomedeGuarda. historia mesmos os ainda dizem daí, É Leão. e Castela de vizinhos reinos dos ameaças eventuais perante nacional, independência recente ainda então a der sobretudo criar aqui, nas alturas da serra, a principal das fortalezas para defen Dizem os historiadores que o objectivo do rei D. Sancho, ao fundar esta cidade, foi trutor depontesentreasnossasculturas, queelefoiavidainteira. contraímos para com o excelente tradutor dos nossos poetas e o incansável cons assegurar-lhe que não o esqueceremos, nem deixaremos de honrar a dívida que família de Ángel Campos Pámpano os mais sentidos pêsames. Quero, sobretudo, Quero, por isso, em nome dos Portugueses e em meu nome pessoal, endereçar à entre osnossosdoispovos. todos sentimos pelo notável trabalho que desenvolveu em prol da aproximação que admiração a e saudade a connosco está só já cerimónia, esta durantegear Infelizmente, do vencedor a quem deveríamos ter entregue o prémio e homena também seencontram ligadas aoPrémioEduardoLourenço. que e festiva data sua nesta Guarda da cidade à visita de estão que Espanha, Gostaria igualmente de saudar as autoridades regionais e académicas da vizinha mio quefoientreguedurante estacerimónia. Lourenço, cujo nome foi dado à Biblioteca que acabámos de inaugurar e ao Pré Eduardo Professor o especial em muito associados, estão lhe forma alguma de que aqueles todos e habitantes Câmara,seus da Presidente os todos Senhor do saudar, de Guarda, gostaria a pessoa para na significado de cheio tão Nestedia Faz hojeanosqueorei D.Sancho I,em1199,atribuiu foral aestacidade. Sessão SoleneComemorativa do DiadaCidadeGuarda Guarda, 27deNovembro2008 ------189 SAÚDE, EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E CULTURA 190

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS de se modernizar e vencer o isolamento, sem no entanto abdicar da sua sua da abdicar entanto no sem identidade. isolamento, o vencer e modernizar ambição se justa de sua da altura à símbolo um Lourenço, Eduardo de figura na reconhecer,tudo, de acima Soube, fronteira. da lado outro do amizades var culti Soube conhecimento. no apostar Soube exigem. tempos novos os que A cidade da Guarda compreendeu perfeitamente as profundas transformações representa. valor ao empenho no diálogo e na cooperação transfronteiriça que este Prémio outros, por mais pequena que dos fosse a uns distância a separá-los,sabiam poderá dar nada o devido ou pouco que povoados entre muro um constituía nha Espa e Portugal entre fronteira a como modo do recorda se ainda quem Só das populações. sabe o alcance de uma aposta, tão expressiva como esta, na valorização cultural defronta se ainda País do interior o que com dificuldades as conhece quem Só e nodomíniodasculturas edascomunidadesibéricas. ou instituições com intervenção relevante e inovadora no âmbito da cooperação mio, igualmente com o nome do escritor, destinado a galardoar personalidades pré entregandoum e Lourenço Eduardo de nome o com biblioteca randouma Prova disso é a forma como ela comemora hoje o seu feriado municipal, inaugu meiras cidadesadar-secontaeperceberoalcance. Desta mudança, a vários títulos histórica, a Guarda foi sem dúvida uma das pri as relaçõesatodososníveis. fundamente e com quem estamos apostados em dialogar, cooperar e fortalecer geografia ligoua nos quem pro sempre a separarammas nos duranteséculos, inimigos, mas sim aliados, gentes de quem as circunstâncias políticas e militares vasto, que é o espaço europeu. Das alturas da serra da Estrela, já não se avistam mais horizonte agoranum cruzam se caminhos nossos os que Todossabemos consolidam secularesafinidades,tanto geográficas comoculturais. hoje lugar a um amistoso e crescente relacionamento, em que reaparecem e se que no passado opuseram as populações de um lado e de outro da combates fronteira, dão os mesmo ou desconfianças, As mudaram. entanto, no tempos, Os tugueses depermaneceremumpovo independente. A Guarda simbolizou, acima de tudo, a vontade indomável e altaneira dos Por dos altaneira e indomávelvontade a tudo, de acima simbolizou, Guarda A ------para que os seus habitantes possam, enfim, usufruir do desenvolvimento e do bem- Faço votos para que a cidade consolide a renovação cultural, em mais boa hora iniciada, e filhos seus dos um com ilustres. reencontro este por Guarda a pois, Felicito, dades edesafiossemelhantes. como ponte estendida às regiões que com ela confinam e que enfrentam dificul mas independência, da avançada fortaleza e fronteiras das vigia como não já a Guarda se revê, no momento em que pretende reafirmar a sua singularidade, Não surpreende, por isso, que Eduardo Lourenço seja a personalidade em quem nos afastaram, anóseàvizinhaEspanha, domundodealém-Pirenéus. com Portugal em pano de fundo, tentando perceber as razões que durante séculos escritossobre a cultura e a realidade europeias – é ainda e sempre uma reflexão Mesmo quando Eduardo Lourenço reflecte sobre a Europa – e são muitos os seus detecta naobra dosprincipaisescritoreseartistas. se este como tal português, ser de modo o identidade, nossa a sobre décadas Da mesma forma, a ele se deve a mais profunda e insistente reflexão das últimas Pessoa, AnterodeQuental,Luís deCamõesetantosoutrosautoresportugueses. Fernando sobre páginas melhores das algumas exemplo, por devem, se ele A história, otemadeeleiçãodasuaescrita. geiro, Eduardo Lourenço teve sempre em Portugal, na nossa cultura e na nossa que deixara para trás. Pode mesmo dizer-se que, vivendo desde então no estran Felizmente para nós, ele foi também alguém que nunca deixou de pensar naquilo cosmopolita dacultura edohumanismo. mundo o mundo, outro um para cedo saiu que alguém facto de foi Lourenço Eduardo Brasil, no e Europa na reconhecido intelectual ensaísta, Professor, do queseestivesseemcasa.» quando sai de casa, sai mesmo para outro mundo. Mas pensa no que deixou, mais mesmo: si a referindo-se entrevista, numa disse, próprio Ele projecta para lá das fronteiras, mas que nem por isso fica menos preso às raízes. plo acabado do homem cujos horizontes não se confinam ao torrão natal e que se Eduardo Lourenço, que nasceu nesta região e aqui passou a infância, é o exem Muito obrigado. ‑estar queasuaanteriorcondição deisolamentolhesnegou portantotempo. «Um português, português, «Um - - - 191 SAÚDE, EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E CULTURA Em segundo lugar, pela forma persistente e continuada como o como continuada lugar,e segundo persistente Em forma pela repetidas vezes. eu próprio, enquanto Presidente da República, tenho feito questão de sublinhar domínios, o papel do associativismo e da livre iniciativa dos cidadãos, conforme Em primeiro lugar, pela importância de que se reveste hoje em dia, em todos os o poetaCasimirodeBrito,umasaudaçãomuitoespecial. É por isso que uma associação de escritores como o como escritores de associação uma que isso por É ticas eliterárias. maneira específica de interpretar o mundo, a originalidade das suas obras artís sua a outras as com partilha e afirma que em medida exacta na enriquece, se particular cultura cada onde aberto, e diversificado espaço um hoje é nidade huma da cultural património O isolados. sobreviver podem não indivíduos, os como tal povos, os e literaturas as línguas, as actual, mundo no que, afirmar Talvez se tenha tornado já um lugar-comum, mas nem por isso é menos verdade congéneres estrangeiros. seus os e portugueses escritores os entre intercâmbio o para e internacional, como nacional nível a tanto letras, nossas das divulgação a para contribuído que o que É com muita satisfação que me associo a esta cerimónia de entrega dos prémios Quero, antes de mais, dirigir ao dirigir mais, de antes Quero, publicados em2007. qual seprocura promover amaioraproximação entreospovos. do através diálogo nesse literatura nossa da presença a reforçando relevante, É por isso também que o trabalho da secção portuguesa do portuguesa secção da trabalho o que também isso por É todas asculturas, nosmereceamaiorconsideração. entre relações das estreitamento o e expressão de liberdade da intransigente defesa a particular em humanismo, do essenciais valores os genético código PEN Clube Português decidiu atribuir aos melhores trabalhos literários trabalhos melhores aos atribuir decidiu Português Clube dos PrémiosLiteráriosdoPENClubePortuguês PEN Clube, na pessoa do seu actual Presidente, actual seu do pessoa na Clube, Lisboa, 15deDezembro2008 Cerimónia deAtribuição PEN Clube, que tem no seu no tem que Clube, PEN PEN tem sido tão tão sido tem Clube tem Clube - - 193 SAÚDE, EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E CULTURA 194

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS A todoseles,eaospresentes, desejoumasboasfestaseumfeliz2009. para tantosleitoresedeprestígio para onossopaís. que continua a nhecimento ser aos motivoescritores e à sua arte, de satisfação atribuídos pelo anualmente Prémios os entregues são que em momento neste isso, por Quero, cipal dasformascomosomosuniversalmente conhecidos. traduzir na língua que nós falamos aquilo que verdadeiramente somos e a prin porque eles nasceram aqui e são dos nossos, mas, sobretudo, porque souberam apenas Não Pessoa. Fernando de e Camões de pátria a sempre será Portugal identidade colectivadecadapovo. da antigas mais expressões das uma também literaturaconstitui a Noentanto, ser originalediferente. é qualidade de marca principal a onde subjectivo, trabalho e um individual genuinamente definição, por é, escritores dos trabalho o que sabemos Todos Minhas Senhoras emeusSenhores livros seus estes tiveram que sucesso o publicados em2007. futuro, no alcançar, a continue tana, apresento os meus sinceros parabéns e desejo que o seu trabalho literário San Helena Maria e Camacho Francisco estreantes aos como assim Rocha, Jaime romancista ao Jonas, Daniel e Pereira Moura Hélder poetas aos Pires, Machado António e Martins Pina Professores Aos caloroso. modo de felicitar quero eu que eles a é e louros, os cabem que premiados aos é Naturalmente, ros, trabalhos damaiorqualidadeedeprojecçãoporvezes internacional. nos alvores danacionalidadeequecontinuahojeaproduzir, emtodososgéne da vitalidade e do pulsar da nossa literatura, uma literatura cuja origem se perde demonstraçãoconcreta uma obrasrepresentam Estas prémios. dos atribuição pela responsáveis júris dos representantes pelos apresentadas e sessão nesta nhecimento e de homenagem aos autores das obras que já foram mencionadas Estou aqui a convite da Direcção do Direcção da convite a aqui Estou PEN Clube Português, deixar aqui uma palavra de público reco PEN , e vim associar-me a este acto de reco de acto este a associar-me vim e , - - - - - de prestaraquiaminhahomenagem. também, gostaria, eu quem a e anos, vinte agora fez deixou nos que Namora, Este Prémio tem por patrono um outro grande escritor, o romancista Fernando Minhas Senhoras emeusSenhores escrever. a continuar certeza com vai que obras as para maior, ainda ou sucesso, igual desejar-lhe e Cláudio, Mário a parabéns sinceros meus os dar isso, por Quero, capacidade deserenovar, através desucessivasgerações. um romance onde a literatura portuguesa demonstra toda a sua vitalidade, a sua mais em associados, assim, ficaram, presente o e passado O inspiração. colher vai agorapremiado livro o que – Castelo-Branco Camilo – cultura nossa da res Tal como acontecera em obras anteriores, é também a uma dessas figuras maio modo deseresentir. nosso o artisticamente exprimiram melhor que aqueles especial em passados, ante nossos aos comum, História nossa à atenção enorme uma histórias, suas das original aspecto ao associa, peranteque também escritor estamos um Mas tividade têmcréditosfirmadosanível nacionaleinternacional. Estamos perante um escritor consagrado, um escritor cujo trabalho e cuja cria livros quepublicou,praticamente emtodososgéneros literários. sendo foi galardoado não deixam dúvidas quanto à qualidade dos romances e dos outros que com prémios de diversidade a e número O si. por falam guas, O interesse do público pela sua obra, assim como as traduções em diversas lín livro premiado,mastambémajálonga carreira desucessoMário Cláudio. É uma homenagem a que me associo com todo o prazer, tendo em conta não só o para lhe entregar a merecida distinção que o júri lhe atribuiu por unanimidade. Estamos aqui, hoje, para homenagear o vencedor do Prémio Fernando Namora e Casino doEstoril,2deFevereiro2009 doPrémioFernando Namora Cerimónia deAtribuição - - - - 195 SAÚDE, EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E CULTURA 196

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS empresarial umadimensãoderelevo nodomíniodacultura. dimensão sua à associar sabido tem como empenhada forma pela Parabéns Parabéns peloPrémioFernando Namora. de parabéns. rário que distingue os nossos melhores escritores, o Casino Estoril está também lite prémio um a nome seu o atribuindo homem, deste memória reavivara Ao mais profundodanossaidentidade:aLínguaeCultura portuguesas. souberam prestigiar o nosso país e enriquecer aquilo que é, porventura, o lastro Não podemos votar ao esquecimento estas pessoas que, como Fernando Namora, dizendo quetinhamorrido«umdosmaisconhecidosescritoresportugueses». notícia, a deu morte, sua Janeiroda de dia 31 1989, em de Times, York New The jornal o E mundo. o todo por pouco um traduzidos, foram Muitos público. do junto êxito ter a continuando televisão, à e cinema ao adaptados foram Alguns dos do século passado. Os seus contos e romances cativaram milhões de leitores. dade a sua experiência de médico e a vida das nossas aldeias e cidades, em mea Autor de uma vasta obra de ficção, Namora soube traduzir com rara sensibili rara com traduzir soube Namora ficção, de obra vasta uma de Autor - - - que aíestariaomeiodecomunicação dofuturo. proclamar ao muitos, de espanto para decerto hesitou, não orador o domínio, nesse também Pioneiro fios. sem telegrafia a inovador: tema um sobre rinha jovem um de Geografia exposição ma de à de ciedade assistiu oficial Lisboa de So da Portugal Sala a que em 1902, em ocasião, aquela exemplo, por Recordo, cas queGago Coutinhoaquiproferiu. científi conferências muitas das ecos os ainda sentem-se histórico local Neste Portugueses desenvolveram. tudo da história dos Descobrimentos e, em particular, da técnica náutica que os es ao vida longa sua da anos dedicou que oficial distinto um de multifacetada imagem a dão nos quais os espólio, seu o e biblioteca sua a recolhida aqui Foi cional Gago Coutinho,amemóriadogrande cientista. Interna Prémio do atribuição atravésda anualmente, celebra, se que anos, 57 É na Sociedade de Geografia de Lisboa, de que o homenageado foi sócio durante são docontributodeGago Coutinhopara aCiênciaeCultura portuguesas. dimen- a toda apreciar possamos que para privilegiado local o é encontramos to mais do que a travessia do Atlântico Sul. A instituição centenária em que nos É justo,noentanto,afirmarqueGago Coutinhomereceserrecordado pormui co voo. navegadorcomo fama a alcançar aviãoveioa de úni sábio-marinheiro num de O Almirante Gago Coutinho foi um português de singular destino: o nosso gran gosto aestacelebração. o todo com associo-me português, como tudo, de acima e, Lisboa de Geografia de Sociedade da Honra de Presidente como República, da Presidente Como anos sobreoseunascimento. 140 completam se que em dia no Coutinho Gago Almirante do figura insigne a A Sociedade de Geografia de Lisboa tomou a louvável iniciativa de homenagear Sociedade deGeografiaLisboa,17Fevereiro2009 ao AlmiranteGagoCoutinho Cerimónia deHomenagem ------197 SAÚDE, EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E CULTURA 198

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS geográfica secular que temos diante de nós» de diante temos que secular geográfica mesmo o ser considerando geógrafo,engenheiro do papel o destacar a nós entre primeiro o foi Coutinho geográfica. Gago engenharia de curso um de Portugal, em criação, de proposta a –, ciência como geografia da promoção à vinculada estatutariamente instituição – Lisboa de Geografia de Sociedade da sócios aos apresentou Coutinho Gago 1920, em sala, nesta Ainda geógrafo, realizada em Timor nos últimos anos do século engenheiro como obra primeira sua A exactidão. de prodígios realizou tares, geodésicos etopográficos, fixou fronteiras. Commeiosrelativamente rudimen Em Timor, em Moçambique, em Angola, em São Tomé, efectuou levantamentos onde estava esempre soubequalera oseudestino. soube sempre ele Coutinho: Gago Almirante ao reconhecida unanimemente técnica é a de saber onde se está com precisão infinitesimal. Eis uma qualidade qualidade melhor sua A posicionamento. do domínio no especialista um tudo, Esta profunda ligação ao espaço de língua portuguesa, que marca o seu tra seu o marca que portuguesa, língua de espaço ao ligação profunda Esta Democrática deTimor-LesteeaRepúblicadaIndonésia. República a entre fronteira da demarcação na proveito, grande com utilizada, uuss s a aoia cbse s vse frao a osr a acaso, ao pousar, a forçados vissem se e acabasse gasolina a por- se aeronautas tugueses: dos móbil verdadeiro o claro deixou travessia, da mático dra mais momento o descrevendo Cabral, Sacadura bordo, de diário seu No Mas nuncasefora tãolonge novoo científico. aviação. da pioneiros outros por completados sido tinham já valia igual de tos Fei arrojado. foi navegados, dantes nunca ares vencendo empreendimento, O inventiva deumgrande homemdeciência. não é menos verdade que esse voo foi a expressão culminante da sabedoria e da Sul, Atlântico do aérea travessia da memória a muito em ultrapassa Coutinho Sendo bem verdade que, como comecei por referir, o legado do Almirante Gago português. fala que mundo do unidade a homenagear também isso, por é, Coutinho Gago Almirante o hoje Recordar tiveram. aí aeronautas os que recepção triunfal a demonstra o como irmãs, pátrias as entre fraternidade a avivou Brasil, do cia Atlântico Sul. O inspirado voo, realizado no ano do do centenário da independên- travessia na evidenciada também foi cientista, como e militar como jecto . O engenheiro geógrafo é, sobre é, geógrafo engenheiro O . XIX «necessário à tarefa à «necessário , foi recentemente - - - - - «(…) oraid deCoutinhoeSacadurafoi matematicamenterealizado». disse: o bem Dumont, Santos brasileiro o aviação, da pioneiro grande O tífico. cien- prodígio um a assistiu-se humana, aventura da além para modo, Deste destino. seu ao precisão absoluta com chegaram aviadores os dotados, Assim Navegação olocalpreciso ondeseencontravam. de Diário no registar Coutinho navegadorGago ao permitiam –, electrónica ra forma apurados que, em três minutos – e isto sem computador e sem calculado Sistema que também incluía métodos inéditos de cálculo e de pré-cálculo de tal que gostava dechamar astrolábiodeprecisão . e aperfeiçoou. Sistema composto pelo famoso sextante a de horizonte artificial, Gago Coutinho serviu-se de um sistema integrado de navegação aérea que criou a distânciaaté aoobjectivo quetinhamtraçado. e Sacadura Cabral sempre souberam exactamente onde estavam e qual o rumo e recção e distância ao ponto de destino. Pois, ao longo do caminho, Gago Coutinho di da e momento cada em posição da exacto conhecimento do depende vegação na A seguido. rumo ao quanto antecipada certeza com realizada foi travessia A ções quepermitiram umpassodegigante nahistóriadaaviação. antes se lembrara de as usar. Tratava-se, afinal, de inovações científicas. Inova ninguém que é certo o Mas talvez. Manhas, estrelas». pelas e Sol pelo orientam – simplicidade proverbial sua da nota oo o possível? foi Como nário, nomomentoemqueaaeronavegação dava osprimeirospassos. tudo terminar ingloriamente. Como de costume, não falharam. Feito extraordi- de pena sob falhar, podiam não Coutinho Gago imperturbável do cálculos Os Atlântico, umminúsculopenedocomduzentosmetrosdecomprimento. do imensidão descobrir,na de tiveram tanque, no esgotar-se a gasolina a com lento, demasiado e pequeno avião num superfície, à referências quaisquer de beneficiar sem horas onze de mais após Aí, Paulo. São e Pedro São de penedos cluindo tudo, in a própria vida, naquele voo entre a aarriscar Cidade da Praia, em Cabo Verde, os levou e os que científica demonstração uma portanto, Foi, marítima». navegação a que precisão mesma da susceptível é aérea navegação a que é, isto oceano, do meio no

Ns ã fms heróis» fomos não «Nós «ficaria por demonstrar aquilo que pretendíamos provar, provar, pretendíamos que aquilo demonstrar por «ficaria «Usámos de manhas de geógrafos, que se que geógrafos, de manhas de «Usámos

epio Gg Cuih, dando Coutinho, Gago explicou – - - - - -

199 SAÚDE, EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E CULTURA 200

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS O homem de ciência que homenageamos ensinou-nos que, para termos con termos para que, ensinou-nos homenageamos que ciência de homem O serenamente asuavidaedoseucompanheirodeviagem. confiou nele que ponto tal a desenvolveu, que científico método no Acreditava matemático. e racional positivo, espírito um era Coutinho Gago Almirante O Presto homenagem àmemóriadeumgrande Português. Coutinho. a mais profunda lição Eis do eminente engenheiro vamos. geógrafo que onde foi o Almirante para Gago e estamos onde saber de precisamos nós, em fiança - ameaças de dimensão planetária. E não falo apenas das doenças infecciosas, doenças das apenas falo não E planetária. a dimensão de correspondem ameaças riscos grandes Os nacional. sequer, ou, local estritamente perspectiva numa pública saúde de falar possível é não já global, mundo No e para aprocura emconjuntodesoluções para problemascomuns. experiências de troca a para oportunidade uma e Estados os entre cooperação a para privilegiado terreno um constitui médica profissão da universalidade A Comunidade deLínguaPortuguesa. valorizados, é merecida uma palavra de reconhecimento a todos os Médicos da esforço constante, muitas vezes com riscos pessoais nem sempre devidamente seu Pelo cidadãos. dos generalidade da conhecido é não labor cujo e discrição a preferem que aqueles por praticado vezes muitas é Medicina da melhor O aos problemaseàsnecessidadesdaspopulações. responder para diário esforço seu no encontram saúde de profissionais os que dificuldades as muitas São mental. e físico cansaço e trabalho de penosas zes ve tantas condições em actualização, em sempre vastos, conhecimentos exige e máxima responsabilização de nível um determina Medicina da exercício O tos quenovas situaçõesdepobrezairãoternosistemasaúde. efei os preocupam-me e pobreza a e doença a interligaçãoentre da consciente penhados em minorar o sofrimento e melhorar o bem-estar das pessoas. Estou exclusão social e sei bem como os profissionais da saúde estão diariamente em da problemas aos dado tenho que atenção a conhecida É interesse. grande te, pessoalmen desperta-me, e oportunidade maior da é – Futuro?» que Saúde, à O tema deste Congresso – «Os Médicos e o Desenvolvimento Humano. O Direito V CongressoNacional doMédicoInterno. Portuguesa, que coincide com o XIV Congresso Nacional de Medicina e com o Língua de Médica Comunidade da Congresso III do organização pela nário, Basto seu do pessoa na Médicos, dos Ordem a felicitar por começar Quero da ComunidadeMédicadeLínguaPortuguesa Sessão deAberturadoIIICongresso Lisboa, 19deFevereiro2009 - - - - - 201 SAÚDE, EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E CULTURA 202

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS tatuto de referencial ético que acarreta responsabilidades cada vez maiores. vez cada responsabilidades acarreta que ético referencial de tatuto exercer,a começam que em momento es do um adquirem médicos partir os A complexo. mais ainda é médico bom um Ser difícil. e longo é médico a chegar para percorrido caminho O comum. bem pelo primordial interesse o fissão: pro sua da espírito o vivo manter saibam que para médicos jovens aos Apelo melhor foifeitoporquemasantecedeu. de que o continuar venham que novas pessoas de e médicos mais de sitamos Neces - governantes. dos parte da cuidadosa muito atenção uma exige sionais O corpo médico tem de ser continuamente renovado. Essa renovação de profis de formaprioritáriaaoqueé,reconhecidamente,importante. enfrentar. responder e colectivas necessidades as identificar isso, por Importa, inovação útil e adequada à resolução de problemas que outros terão também de a promover para capacidade sua a for maior quanto maior tanto será tuguês Estou convicto de que o prestígio desta Comunidade de Médicos que falam Por no contributopara odesenvolvimento científicoetécnicodaMedicina. ímpar posição uma língua, mesma a falamos que os todos conferir,a pode nos Julgo que se poderá, inclusivamente, falar de uma cultura médica lusófona, que problemas quesãodetodos. perante certa resposta uma é pessoas, de milhões muitos de saúde pela sável respon- colectivamente e continentes vários abraçandoPortuguesa, Língua de mana e técnica do mais elevado nível. A existência de uma Comunidade Médica hu cooperação de exemplo um dar a continue comuns, História uma e Língua uma partilhando reúne, se aqui que comunidade vasta a que fundamental É promoção dasaúde,bemcomodeprevenção dasdoençaseseutratamento. e defesa de estratégias de concretização e definição na central papel um dicos mé aos Caberá importância. particular assume saúde de profissionais entre por uma crise económica também ela global, que a cooperação interdisciplinar agravado saúde, à ameaças das globalização de quadro neste É cunscreviam. cir se habitualmente que a contexto do fora doenças de emergência à e globo do áreas muitas em pobreza da aumento ao mundo, do regiões entre fosso do agravamento um a desejável, sido teria que do contrário ao hoje, Assistimos res ligados aodesenvolvimento eàpressãodemográfica. que tendem a propagar-se com rapidez cada vez maior. Falo também dos facto ------Muito obrigado. em particular, osmeuscalorososvotos desucessopessoaleprofissional. que, dentro de alguns momentos, jovens médicos irão proferir. Para eles, muito de que jamais perderão de vista as nobres palavras do Juramento de Hipócrates certeza na êxitos, maiores os desejo Congresso, neste participantes os todos A colocada emcausa. ser deverá nunca que e médico-doente relação na decisiva é que confiança a populações às e médicos aos garantem que princípios são mal » fazer «não de primado o e humana vida da intransigente defesa A profissão. da exercício ao As Ordens aqui reunidas têm o dever de impor os mais exigentes padrões éticos pria equelhesconfereorespeitodaspopulações. pró social força uma médicos aos dá que moral capital esse justamente é Mas - 203 SAÚDE, EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E CULTURA Portugal na Europa e no Mundo V

Aquele que hoje recebe a chave de Maputo é também o jovem alferes recém- alferes jovem o também é Maputo de chave a recebe hoje que Aquele confundem. e entrelaçam se pessoal vida a e pública vida a que em homem um Portuguesa,República da Presidente ao de ferida percurso no ocasiões há mas con distinção uma de naturalmente, Trata-se, Maputo. de cidade da chaves as recebo hoje que com emoção profunda a julgo, explicam, escritas, deixei que palavras, Estas ser…». podia não pé a e descobrir a novo continente um havia confiante, natureza por é juventude a Mas económica… audácia de dose certa dois contos, façanha conseguida com um empréstimo do Montepio Geral e uma nante». «Comprei um automóvel um automóvel para conhecer umaterra quelogo ofascinou. comprar recursos, poucos com de, ousadia a teve anos, muitos há que, ‑casado Como escrevi na minha floral quenosdeixava extasiados.Chamava-se, então,RuaPrincesa Patrícia. poruma rua cheia de jacarandás, que descia em direcção ao mar, numa explosão zes. O nome da nossa filha surgiu da predilecção que minha Mulher e eu tínhamos Aportámos a esta cidade em 16 de Novembro de 1963 e aqui passámos dois anos feli 1ª classe donavio ondeeu,como alferesmiliciano,tinhadireitoaviajar. na bilhete um comprar permitiu-lhe liceu de professora como poupado tinha Infante D. Henrique eu e a minha Mulher decidimos casar. Onze dias depois, embarcávamos no navio paraÁfrica, mobilização minha chegouda Quando notícia anos. a durantedois Moçambique em permaneci obrigatório, militar serviço do cumprimento Em danossa própriavida. Maputo fazparte ligada. profundamente encontra se familiar e pessoal memória nossa a que a a minha Mulher, porque Moçambique e, em particular, a sua capital, são lugares Trata-se de uma distinção que muito me honra e comove, como também comove Maputo. de cidade chavesda as recebo que com emoção a esconder posso Não , com destino a Moçambique. O dinheiro que a minha Mulher Autobiografia do ConselhoMunicipaldeMaputo Renault Dauphine , «a descoberta da África Oriental foi fasci Maputo, 24deMarço2008 , em segunda mão, por vinte e Sessão Solene - - - 209 PORTUGAL NA EUROPA E NO MUNDO 210

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS De igual modo, África mantém o fascínio dos seus mistérios. Para se deixar des deixar se Para mistérios. seus dos fascínio o mantém África modo, igual De nos odoresesaboresintensos,Maputomantém-seigualasiprópria. central na geografia dos meus afectos. Na beleza das ruas, no calor das pessoas, emoção com que aqui estou mantém-se intacta, nesta cidadea Mas que ocupadesloquei. um me lugar aqui que vez primeira na conheci que daquela diferente muito cidade uma é Maputo soberana. e livre nação uma hoje é Moçambique gueses, muitoobrigado. PortuPortugaldos de e nome Em Estado. de Chefe seu do Portugal,pessoa na homenageia Maputo de Municipal Câmara a distinção, esta conceder-me Ao reconhecendo nelaogarante dasuaidentidade própria. rejuvenescimento desta cidade, ao mesmo tempo que acarinha a sua memória, e reabilitação na colocado tem Vossapreside que Excelência a executivo o empenho que ao homenagem prestar sem intervenção esta concluir quero Não Senhor PresidenteemeucaroAmigo uma interpelaçãodecoragem. também mas humildade, de lição uma é África ousadia. nem audácia, sem país neste prosperar ou conhecer poderão que julgam que aqueles Desenganem-se rito de aventura e risco que Moçambique tem de ser descoberto nos nossos dias. Foi, como disse, uma ousadia própria da juventude. Mas é com esse mesmo espí comprado comaajudaconfiantedeumainstituiçãobancária. décadas atrás, um casal muito jovem viajou pela África Oriental, num automóvel algumas há que, com descobrir.audácia as mesma de A audácia a tiveram que os para imensas oportunidades de futuro, de país este a acesso de portas res des que Moçambique encerra. Maputo representa, sem dúvida, uma das melho destes lugares, que aqui viessem em busca da beleza e das imensas potencialida descoberta da experiência a partilhassem compatriotas meus os que Gostaria superfície donossoplaneta.Áfricaéumensinamentodehumanidade. somos do que uma pequena partícula no Universo, uma poeira efémera na imensa humanos. A cada passo, África e o seu passado milenar recordam-nos que mais não tidão dos territórios é uma lição de humildade para a ambição majestosamente desmedidao seu caminho, nem sempre generoso dospara com os sereshomens. A vas prossegue Natureza a Aqui, respeitemos. a que mais, de antes cobrir,exige, África ------leais amigos. e bons – Moçambique em encontrei sempre que melhor o Municipal, Conselho ainda, um significado muito particular, por envolver, na figura do Presidente do encerra, que gesto Um gesto. vosso o sensibilizado, profundamente agradeço, Mulher,minha de no permitido, é me se e, pessoal nome meu em também Mas 211 PORTUGAL NA EUROPA E NO MUNDO da esforço de coordenação e concertação político-diplomática, desde logo no quadro intensaactividadeumatico,cooperação amplomúltiplosde um em domínios e polí nível a relacionamento excelente um Portugal, e Moçambique entre Existe, económicos entreosnossosdoispaíses. laços dos e empresariais relações das fortalecimento ao caminhos novos mos abrir de e mutuamente revisitarmos nos de oportunidade óptima uma como Vejo-a portugueses. e moçambicanos responsáveis altos e empresários entre contactos os estreitarem se de e Portugal, em e Moçambique em actualmente faz se que o conhecer a dar melhor de proporciona, Seminário este que dade, oportuni à atribuo que importância enorme a certamente, estranharão, Não todos osparticipantes. de presença a igualmente, agradeço, e Saúdo iniciativa. oportuna desta zação Ministro da Indústria e Comércio de Moçambique e felicitar o felicitar e Moçambique de Comércio e Indústria da Ministro Senhor do participação à particular muito saudação uma dirigir ainda, Quero, e empresarial. relações entre Portugal e Moçambique, designadamente no domínio económico honra e que atesta de forma eloquente a importância que atribui ao reforço das Armando Presidente do Guebuza na sessão de presença encerramento a deste Seminário, saudar num gesto por que a todos nos comece que Permitam-me Apoio ao Investimento e a e Investimento ao Apoio relacionamento entreasduas regiões. no significativo avanço um permitiu 2000, ano no Europeia, União da tuguesa por Presidência da decurso no realizada Cairo, do Cimeira a Europa-África, político diálogo o institucionalizar Ao africanas. preocupações as deixou suscitar de nunca Portugal internacional, quadro no como europeu, quadro No uma línguacomumedevisãomuitocoincidentedo mundoedofuturo. CPLP . Partilhamos de uma indesmentível proximidade histórica e cultural, de e EncontroEmpresarialMoçambique-Portugal AICEP , na pessoa dos seus Presidentes, pela organi pela Presidentes, seus dos pessoa na , Maputo, 24deMarço2008 Seminário Económico CPI /Centro de de /Centro - - - - - 213 PORTUGAL NA EUROPA E NO MUNDO 214

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS o Desenvolvimento da África Austral ( Austral África da Desenvolvimento o globalizado dos nossos dias. A integração de Moçambique na Comunidade para mundo no proporcionam lhe se que oportunidades as como tal enfrenta, país o As autoridades moçambicanas têm demonstrado conhecer bem os desafios que mico esocial,todosgostaríamos dever sustentadoerobustecido. econó desenvolvimento de matéria em fazer a haverá ainda que muito do luz à sobretudo que, percurso um trata-se, de E transição também, pós-conflito. de desempenho notável, que coloca Moçambique entre os maiores casos de sucesso o início da década, a uma taxa média da ordem dos oito por cento. Trata-se de um mento estrangeiro e um fluxo substancial de ajuda externa, tem crescido, desde investi de projectos importantes atraído tem que moçambicana, economia A imprimir sãointernacionalmentereconhecidas. que tem vindo a realizar e a própria gestão macroeconómica que tem procurado A estabilidade política e social de que Moçambique tem desfrutado, as reformas condições para beneficiardestenovo quadroderelacionamento. África e a Europa. E penso que países como Moçambique estarão em entre singulares relacionamento no histórico passo um de facto, de tratou, se que Julgo climáticas. ciência e sociedade da informação, e o combate à imigração ilegal e às alterações Objectivos de Desenvolvimento do Milénio, a cooperação em matéria de energia, dos concretização a ainda, contempla, que E mundiais. mercados aos África de acesso do melhoria à e agendaintegraçãoregional à de governação,apoio o ou boa da e Humanos Direitos dos defesa a segurança, da e paz da promoção a quanto importantes tão matérias abrange que esse Plano 2010. até concretas medidas com Acção de Plano um definido foi cidadãos, nos positivo impacto claro com palpáveis, resultados de máximo um assegurar de propósito o Com prioridades daEuropaedeÁfricafaceaosdesafiosquetêmpelafrente. parceria. Uma estratégia que reflecte, em pé de igualdade, as preocupações e as efectiva em vez primeira pela elaborada Conjunta, Estratégia uma adoptou se Aí portuguesa. Presidência sob Lisboa, em passado, Dezembro em realizada Europeia-África, União Cimeira II na precisamente, ocorreu, que o namento, ‑se a necessidade de ajustar os objectivos e os instrumentos do nosso relacio A Europa, África e o mundo sofreram, entretanto, grandes alterações. Colocava- SADC ) e a forma como tem sabido gerir sabido tem como forma a e ) - - - ao peso no total do investimento português dirigido ao conjunto dos conjunto ao dirigido português investimento do total no peso ao respeito diz que no quer absolutos, valores em quer positiva, menos sido tem directo estrangeiro em Moçambique, o facto é que a tendência dos últimos anos guês olha para Moçambique com renovado entusiasmo. A resposta pronta e pronta resposta A entusiasmo. renovado com Moçambique para olha guês portu investimento o que de confiante estar para motivos bons resto, Vejo,de empresarial. e económica cooperação de ciclo novo um de limiar no estar poderemos parte, a novos abrindo-se parte que, de e horizontes voltarinflectir-se possa a quadro Estou convencido, no entanto, de que existem condições favoráveis para que esse e Timor‑Leste. sar de uma presença significativa de Portugal no Portugal de significativa presença uma de sar ape E, potencial. seu do aquém bastante ainda estão Moçambique e Portugal entre comerciais trocas as apreciável, crescimento um de apesar que, Julgo do PresidenteArmandoGuebuza. no Centro Cultural Português, na companhia, que tanto me honra e sensibiliza, gica, é o objectivo da exposição «Portugal Inovação» que inaugurarei de seguida, designadamente nos domínios onde é mais visível a aposta na inovação tecnoló Promover o conhecimento da realidade actual do tecido empresarial português, para ainovação epara ainternacionalização. orientada crescentemente empresarial classe uma de e portuguesa economia da dinâmicos mais sectores dos vários de nível, alto mais ao representativa, é que e Moçambique, a Estado de Visita nesta acompanha me que membros Algumas dessas empresas integram a comitiva empresarial de mais de quarenta biotecnologia, energiasrenováveis. de aplicações tecnológico: e científico conteúdo forte de áreas em global, vocação com deles muitos rios, empresá de e empresas de geração nova uma surgido Temcaracterizava. as tradicionalmente que padrão do mais vez cada afasta se que exportações, das composição na visível bem é que o rapidamente, mudar a está portuguesa mia balização, temvindoaexperimentargrandes mudanças.Aestrutura daecono Portugal, para poder responder, justamente, aos desafios da integração e da glo internacionais sãoexemplos muitoclaros. financeiras instituições nas e multilaterais organismos nos participação sua a , tecnologias de informação e comunicação, e informação de tecnologias software, ranking do investimento investimento do PALOP ------

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ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS Muito obrigado. todos desejamospara orelacionamentoentrePortugal eMoçambique. outros que permitiu perspectivar permitirão consolidar essa nova dinâmica que Quero crer que os contactos empresariais que este Seminário proporcionou e os e Portugal, asnossasempresaseosnossoscidadãos. que julgo que ainda há muito que podemos e devemos fazer juntos, Moçambique do legado histórico um activo comum, valorizando-o em benefício mútuo. E é aí fazer saibamos que pois, Importa, História. sua da refém é país nenhum Mas histórico. legado nosso do parte fazem unem nos que afinidades das Muitas Minhas Senhoras emeusSenhores Ilustres Convidados Senhores Ministros Senhor Presidente com osAcordosagora assinados,cujarelevância mepermitosublinhar. sucede mesmo O indicação. promissora e clara uma é acompanha me que rial numerosa em que se baseou o processo de constituição da delegação empresa - direitos humanos, pela liberdade e pela democracia, bem como a defesa do do defesa a como bem democracia, pela e liberdade pela humanos, direitos pelos respeito o está eles Entre mundo. o com relacionarem se de forma sua a e identidade sua a molda que valores de conjunto um partilham que nações Duas soberania. sua da orgulhosas e livres nações duas entre cooperação na dia, cada a consolida, se histórico lastro longo cujo particulares, muito dade proximi uma de e afecto de laços por ligados estão Moçambique e Portugal Senhor Presidente exprimir, SenhorPresidente,anossa profundagratidão ereconhecimento. nos honrar com a sua visita: como em sua própria casa. Não posso deixar de lhe que vez cada de Portugal, em sinta se que espero eu como sentir faz-nos nado proporcio tem nos Presidente, Senhor Excelência,Vossa que hospitalidade A muito intensodasnossasvidas. período um marcaram que e anos dos longo ao falando fui lhe que de lugares os família minha à conhecer a dar melhor para privado, período um de Visita esta anteceder fazer quis vez, Desta casados. de vida nossa da anos primeiros à Mulher, minha a com regresso, que ção Permitam-me uma nota pessoal. Não escondo que é sempre com particular emo ração queunemosnossosdoispaíses. coope de e amizade de laços dos aprofundamento ao atribuo que importância a traduz que o portuguesa, oficial expressão de africano país um a República, Esta é também a primeira Visita de Estado que realizo, enquanto Presidente da Primeiro-‑Ministro. de qualidade na então oficial, visita última minha dezoito a desde decorridos anos Moçambique, a regresso que especial muito satisfação uma com É vite quemefezpara efectuarapresenteVisitadeEstadoMoçambique. Quero começar por agradecer ao Presidente Armando Guebuza o honroso con pelo PresidentedaRepública deMoçambique , onde vivemos os vivemos onde Índico», do «Pérola Maputo, 24deMarço2008 Banquete Oferecido - - - - - 217 PORTUGAL NA EUROPA E NO MUNDO 218

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS tividade e do progresso. A seriedade dos esforços que vem desenvolvendo e os e desenvolvendo vem que esforços dos seriedade A progresso. do e tividade competi da desafios os vencer a e – Governo seu do objectivos dos importante mais o como resto, Vossade que sublinha, – sempre Excelênciapobreza da tro do que está ainda por fazer, Moçambique está determinado a erradicar o espec manter ao longo do dia de hoje com as autoridades moçambicanas, que, apesar de oportunidade tive já que conversas pelas mim, para claro absolutamente É da da África Austral ( nio externo, de que são exemplo a inserção na Comunidade de Desenvolvimento A estes resultados na frente interna soma-se uma crescente afirmação no domí com sentidasolidariedade. e perto muito de acompanhou – sempre como – Portugal que e pessoas mil 60 de cerca desalojaram que cheias, recentes as como natureza, a impondo vem lhe que flagelos dos despeito a isto E sócio-económico. desenvolvimento de e caminho, nem atingir resultados que fazem dele um exemplo de boa governação Sem paz e sem democracia não teria sido possível a Moçambique percorrer este que tocaàreduçãopara metade,até 2015,dosíndicesdepobreza. no particular em Milénio, do Desenvolvimento de Objectivos os cumprir para exclusão fazem de Moçambique um dos Estados africanos mais bem colocados à e pobreza à combate do domínio no políticas de adopção a tempo, mesmo Ao destino deinvestimento. atractivo um como imagem sua a reforçando crescimento, de taxas notáveis Moçambique a propiciado tem saúde, da e educação da domínios nos damente o estímulo à actividade empresarial e a valorização infra-estruturas, do capital humano, das designa melhoria a com conjugada macroeconómico, plano no e público sector no reformas de programa ambicioso um de implementação A nómico. sócio-eco domínio no alcançou que progressos nos e estabilidade de clima no reflectem se dividendos cujos conquista uma democracia, a e nacional ciliação Ao longo de mais de década e meia, Moçambique soube consolidar a paz, a recon volvimento. princípio da igualdade entre os Estados e do direito ao progresso e ao desen ao e progresso ao direito do e Estados os entre igualdade da princípio da União Africana e das Nações Unidas, e o impulso que Moçambique tem pro tem Moçambique que Naçõesimpulso das o e e Africana Unidas, União da curado imprimiràNova Parceria para oDesenvolvimento deÁfrica( SADC ), ), a assunção de responsabilidades acrescidas no quadro NEPAD ). ------justamente, nessa nova dinâmica de relacionamento. Pretende constituir constituir ao ir para pensada foi Pretende e portuguesa empresarial actualidade da mostra uma relacionamento. de dinâmica nova nessa justamente, inscreve-se, Excelência,Vossa de companhia na Português, Cultural Centro no inaugurar de honra a tive pouco há que Inovação», «Portugal exposição A bilateral. relacionamentonosso ao dinâmica nova uma conferir e futuro o para olhar de comum determinação nossa a bem ilustra Bassa Cahora de processo do Cahora Bassa –, graças ao empenho político de ambas as partes. A conclusão cooperação, nossa da expansão resolvido e que foi um fortalecimento ao propício mais ser ria O actual contexto do relacionamento entre Portugal e Moçambique não pode Senhor Presidente desafios quetêmpelafrente. aos face África de e Europa da prioridades e preocupações as igualdade, de pé passado, em Lisboa, com a adopção de uma Estratégia Conjunta que reflecte, em Congratulamo-nos, em particular, com os resultados alcançados em Dezembro Cimeiras entreaEuropaeÁfrica. de realização2007, à e 2000 em Europeia,União da portuguesasPresidências dois continentes. Daí a importância que atribuímos, no exercício das duas últimas vezmaisintensoparceriaumade cada mais diaeabrangente a entrenossosos cada diálogo um de necessidade a impõem hoje de dias nos confrontamos nos Temos a convicção de que a dinâmica da globalização e os desafios com que todos tinente AfricanonoquadroEuropeueinternacional. são portuguesa, Portugal assume-se como um interlocutor privilegiado do Con Pela sua tradição e pelas suas especiais ligações aos países africanos de expres Senhor Presidente continuar areforçar. queremos que avaliopositivo,mas que globalmente apoio como Um civil. dade Portugal, tem envolvido estruturas de Estado, empresas e organizações da socie a respeito diz que no que, apoio Um propósito. seu este porto bom a levar para necessita que de apoio o falte lhe não que merecem alcançou que resultados de grande complexidade – o da Hidroeléctrica de – o da Hidroeléctrica complexidade dossier de grande - - - - 219 PORTUGAL NA EUROPA E NO MUNDO 220

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS internacional, pelo seu grau dimensão de modernização e sua competitividade, e pelo pela conhe que, portuguesas empresas de crescente número um há De do facto, encontro que ser do possam moçambicano. os mercado interesses aos váriosramos dasartes. ligados moçambicana, cultura da florescentes nomes de presença a constatar que têm em comum o facto de se expressarem na língua portuguesa. É-me grato cipação de inúmeros especialistas, escritores, músicos, professores e estudantes, quio subordinado ao tema «Português, Língua Global», que contará com a parti O Centro Cultural da Universidade Eduardo Mondlane acolhe amanhã um Coló continentes. quatro em soberanos, Estados outros seis com partilhamos que património esse portuguesa, língua da enriquecimento e defesa pela feito têm que muito pelo moçambicano povo ao e Moçambique a homenagem igualmente Presto Senhor Presidente do ciclone queassolourecentementeaquelaregião. de Moçambique, tanto mais quanto aí se vive um momento difícil, consequência mesmo apoio, que o programa da minha visita incluísse uma passagem pela Ilha que e a criação de uma Vila do Milénio, no Lumbo. Quis, de resto, em sinal deste está na base de projectos como o peração com Moçambique e o apoio que nos merece a visão pluridisciplinar que Quero sublinhar, ainda, a importância que tem, para Portugal, a política de coo- assinados durante estaVisita. já Acordos os atestam mesmo Isso negócio. de oportunidades promissoras e Vossa Excelência quis honrar com a sua presença, permitirão identificar novas que Portugal,e de Externo Comércio e InvestimentoAgência o parapela e que Económico, promovido pelo Centro de Promoção de Investimento de Moçambi que os contactos que aqui vão manter, designadamente no quadro do Seminário de certeza Tenhoa sentido. nesse indicação clara uma são economia, nossa da dinâmicos mais sectores dos alguns representando Visita, nesta acompanha me que empresarial delegação da nível o e natureza A país. deste economia na participação sua a reforçar para posicionadas bem particularmente moçambicana, estão e africana realidade da e mercado do possuem que cimento cluster de cooperação para a Ilha de Moçambi - - - - - e Moçambique. peridade crescente do Povo irmão de Moçambique e às relações entre Portugal pros à Guebuza, Dai Luz da Maria Drª Senhora da e Guebuza Armando dente Presi do saúde à brinde num acompanhem me que todos a pedindo Concluo, sentido. para fazer juntos. Quero, aqui e agora, reiterar-lhe o meu empenho pessoal nesse nova e promissora dinâmica no relacionamento entre dois países que tanto têm Acredito firmemente que estão criadas as condições para que se inaugure uma Senhor Presidente que nospermitaalcançaressepropósito. possa dar um importante contributo para a definição de uma estratégia comum desenvolver a reflexão Colóquio a no que Espero mundo. no falada mais língua quinta de estatuto seu o com consentânea mais língua, nossa da internacional afirmação maior uma de favor em conjunto trabalho um impõem comuns ses interes nossos Os Portuguesa. Língua de Países dos Comunidade a integram que países os estratégicaparagrandetodos valia de iniciativa uma Trata-sede - - - 221 PORTUGAL NA EUROPA E NO MUNDO via para atingir o ideal de «liberdade, unidade, justiça e progresso», inscrito no inscrito progresso», e justiça unidade, «liberdade, de ideal o atingir para via única a que compreenderam que presentes, aqui hoje deles muitos políticos, quadrantes os todos de dirigentesmoçambicanos, coragemdos e clarividência Não poderia encontrar melhor local para prestar a minha sincera homenagem à progresso dopaís. do e desenvolvimento do serviço ao colocado activo um e moçambicana dade socie- na enraizado valor um hoje é democracia a que segurança, com dizer, Podemos democrático. sistema do consolidação de e pública vida na cidadãos dos participação da aumento de regulares, eleições de quadro num afirma se social e económico desenvolvimento cujo país um hoje é Moçambique mações. Desde então, o país e a sociedade moçambicana conheceram profundas transfor tarde, arealizaçãodasprimeiras emMoçambique. eleiçõesmultipartidárias em 1992, do Acordo Geral de Paz, o qual, por seu turno, permitiria, dois anos mais representou um importantíssimo passo no caminho que conduziria à assinatura, A adopção da Constituição de 1990, introduzindo o Estado de direito democrático, muito perto. de sempre acompanhei sabido, é como evolução, e génese cuja paz, de ciações nego as termo bom a levar de necessidade na externamente, e interna das, era, então, a prioridade central do país. Todas as atenções estavam concentra- A da na conquista Oficial, de paz qualidade Primeiro-Ministro. e da democracia Visita em estive, aqui quando anos, dezoito há face, fazer que tinha que a les Os desafios com que Moçambique hoje se defronta são muito diferentes daque dos laçosqueunemPortugalda natureza muitoparticular eMoçambique. cana. Trata-se de um gesto que muito me sensibiliza e que interpreto como reflexo Magna Assembleia, expressão, por excelência, do vigor da democracia moçambi e aos ilustres Deputados, o honroso convite que me foi feito para me dirigir a esta Mulembwé, Dr.Eduardo Presidente, Senhor ao agradecer por começar Quero da AssembleiaRepública deMoçambique Maputo, 25deMarço2008 Sessão Solene - - - - 223 PORTUGAL NA EUROPA E NO MUNDO 224

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS valores em que ela assenta, enquanto factores de um desenvolvimento econó desenvolvimento um de factores enquanto assenta, ela que em valores de quadro Democraciado da e mérito o reconhecido hoje é nunca, que do Mais nacional. reconciliação da e democracia da paz, da através seria fundamental, texto seu mento político, interesses e objectivos convergentes e utilizamos a mesma língua relaciona excelente um comum, História longa Temosuma duradouros. e dos profun são unem nos que laços Os bem. conhecem-se Moçambique Portugale Minhas Senhoras emeusSenhores Ilustres Deputados Senhor Presidente regular exercício doseudireitodeexpressãoeleitoral. eleitoral e a própria sociedade civil, no seu conjunto, que se vem habituando ao cargoseu a têm que instituições as políticos, administraçãoa partidos os bleia, adquirida pelos diferentes órgãos de soberania, entre os quais esta douta Assem tica, cujo sucesso poderá contar com o contributo que representa a experiência democrá vida sua na marcante etapa uma mais certo, estou Será, Provinciais. ral, que incluirá a realização, pela primeira vez, de eleições para as Assembleias Sei que Moçambique irá dar início, dentro de algum tempo, a um período eleito sistema democrático. do Estado de direito do e equilíbrio à de preservação poderes que caracteriza o promoção à toca que no imprescindível função uma desempenha executivos, um papel fundamental. O Parlamento, enquanto órgão fiscalizador da acção dos qualidade democrática e a Assembleia da República assume, nesta perspectiva, da aperfeiçoamento no desempenhar a papel um têm Estado do organismos e actores os Todos evolução. constante em projecto um e permanente desafio um é sociedade, qualquer em e país qualquer em democracia, da construção a que vista de perder fazer contudo, devem, nos não alcançados sucessos Os estabilidade democrática queopovo moçambicanosoubeconquistar. de e paz de clima do tributárias dúvida, sem são, cidadãos os todos de saúde à e educação à acesso de condições das melhoria na e país do humano capital do A prioridade ao combate à pobreza e à exclusão, a ênfase colocada na valorização mico justoesocialmenteequitativo. ------nismo e uma influência crescentes na cena internacional, de que é exemplo a sua Moçambique um reconhecido exemplo. A estes resultados soma-se um protago políticas e macroeconómicas e do esforço de todos os moçambicanos, fazem de reformas de plano ambicioso um de fruto social, desenvolvimento de índices aos toca que no alcançados progressos os e anos dez últimos dos crescimento fios a que tem que fazer face, no mundo globalizado em que vivemos. O ritmo de Moçambique temmostrado estar atento e preparado para responderaosdesa mais favoráveis aoaprofundamentodanossacooperação. ser poderiam não bilateral político relacionamento nosso do desenvolvimento O actual contexto interno de Portugal e de Moçambique, bem como o estádio de defesa dosinteressesquepartilhamos. na internacional, nível a concertação cooperaçãobilaterala sua e a reforçar de suas complementaridades e pôr Portugueses e Moçambicanos a discutir formas identificar os sectores em que ambos os países poderão tirar maior partido das dar a conhecer melhor a realidade de Portugal e de Moçambique, contribuir para Pretendo, com esta visita, a primeira como Presidente da República, conhecer e fazer maisemelhor, emconjunto. podemos que acredito alcançado, foi que daquilo prejuízo Sem comuns. resses países, uma parceria reforçada, baseada no respeito mútuo e em valores e inte Acredito, firmemente, no interesse estratégico que reveste, para os nossos dois as adversidades queofuturopossareservar. ultrapassar a ajudar vospara e moçambicano povo do sofrimento o minimizar para pudermos que o tudo faremos sempre que assegurar-vos Quero midade. cala esta a face fazer a moçambicanas autoridades as auxiliar para momento, especial a zona centro de Moçambique, tendo-se prontificado, desde o primeiro em afectaram que cheias das consequências as angústia profunda com seguiu Portugal recentemente, Ainda irmãos. povos particular,de forma própria uma Quando a tristeza bate à porta dos Moçambicanos, os Portugueses sentem-na de somos equepotenciamarelaçãodefuturoqueremosconstruir quem definem que Valores solidariedade. e entreajuda de sentido profundo um e desenvolvimento, ao e progresso ao direito pelo democracia, da e paz da o mesmo respeito pela dignidade da pessoa humana, pelos valores da liberdade, para nos relacionarmos com o mundo que nos rodeia. Partilhamos, além disso, . - - - - 225 PORTUGAL NA EUROPA E NO MUNDO 226

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS Portugal, por seu lado, também tem conhecido um período de aceleradas mudan de referência,comoaUniãoAfricanaeasNações Unidas. assunção de responsabilidades acrescidas no seio de organizações multilaterais agentes económicos estão atentos a esta realidade, apostando na internacio na apostando realidade, esta a atentos estão económicos agentes prioritários na nossa cooperação bilateral com Moçambique. Portugal e os seus consideramosque sectores também, São, conjunto. em abordar querem África e Europa a que áreas das algumas são informação, da sociedade e ciência gia, ener de matéria em cooperação a climáticas, alterações às e ilegal imigração à combate o Milénio, do Desenvolvimento de Objectivos dos concretização A vel edeumdesenvolvimento maisequitativo esustentável, àescalamundial. vector indispensável da promoção de uma ordem internacional mais justa e está um mais, vez cada será, estratégica parceria sua da aprofundamento o e outra da uma necessitam África e Europa a respeito: esse a dúvidas tenhamos Não uma basesólidapara enquadrar anossacooperação futura. e continentes nossos os entre relacionamento no tionávelqualitativa mudança inques uma constitui frente, pela têm que desafios aos face África de e Europa parceria, e que reflecte, em pé de igualdade, as preocupações e as prioridades da A adopção de uma Estratégia Conjunta, pela primeira vez elaborada em efectiva nossas convicções,nãoteriasidopossível levaresseobjectivo abomporto. Moçambique,particular,partilhamascomo que, em parceiros dosafricanose, entre os dois continentes. No entanto, sem a contribuição empenhada dos nossos gal considerou indispensável levar a cabo para promover uma maior aproximaçãosado, constituiu o corolário de um intenso esforço político-diplomático que Portu A II Cimeira União Europeia-África, que teve lugar em Lisboa, em Dezembro pas- União Europeia,em2000e2007. se da tenham realizado no decurso das duas últimas Presidências portuguesas Europa. Não nos deve por isso surpreender que cimeiras entre a Europa e África nas, assumindo-se, com orgulho, como um interlocutor privilegiado de África na quadro internacional, Portugal nunca deixou de suscitar as preocupações africa- afirmar a vocação africana da sua política externa. No quadro europeu, como no paraalargado mais campo um e oportunidades novas proporcionado tem peia Euro União na participação sua da aprofundamento o político, campo No ças. integração na Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral ( SADC ) e a ------de 220 milhões de pessoas espalhadas por quatro continentes. Para além da da além Para continentes. quatro por espalhadas pessoas de milhões 220 de A nossa língua é hoje um património comum a oito Estados soberanos e a mais no quetocaadefenderepromover naesfera alínguaportuguesa internacional. mas, sobretudo, porque traduz o sentimento de uma responsabilidade partilhada temas escolhidos e pela qualidade dos intervenientes e das instituições envolvidas, dos riqueza pela só não estratégica, importância de iniciativa uma de Trata-se Moçambique, mastambémdeoutrosespaçosdalusofonia. de e Portugal de apenas não oriundas ensino, e investigação cinema, música, literatura, da designadamente áreas, diversas de personalidades de ticipação par a com contará que Colóquio Camões. Instituto pelo e Pedagógica sidade Univer pela Mondlane, Eduardo Universidade pela parceria, em organizado, um Colóquio subordinado ao tema «Português, Língua Global», oportunamente de abertura de sessão na participar de oportunidade a ainda terei manhã, Esta Senhoras eSenhoresDeputados Senhor Presidente ções, emtodososdomínios. são sinal claro de uma vontade partilhada no sentido do reforço das nossas rela empresarial, e oficial nível a Visita, minha esta durante assinados Acordos Os namento entreosnossosdoispaíses. relacio no histórico marco um moçambicano, Estado o para Bassa Cahora de de que deram exemplo as negociações do acordo de reversão da Hidroeléctrica mica consentânea com o empenho político e o espírito de amizade e cooperação dinâ nova Uma países. dois nossos os entre investimento de fluxos aos e ciais comer trocas das volume ao toca que no dinâmica nova uma perante estamos economia portuguesa. A sua presença e motivação dão-nos razões para crer que da dinâmicos mais sectores dos alguns de representativa e topo, de decisores Acompanha-me nesta visita uma ampla delegação empresarial, constituída por portugueses. um destino prioritário para um número crescente de empresas e investimentos contexto, neste sido, tem lusófona, África a particular em e África, dias. nossos inovação, como forma de responderem aos desafios da concorrência global dos na e tecnológico e científico desenvolvimento no parcerias, suas das nalização ------227 PORTUGAL NA EUROPA E NO MUNDO 228

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS Muito obrigado. bicano, nestaCasadeuma Democracia tãoduramente conquistada. tunidade de partilhar algumas reflexões com os representantes do Povo Moçam Um Presidente que vos agradece, mais uma vez, a honra que constitui esta opor desafios queofuturonospropõe. os encarar devemos que com esperança da e legou nos passado o quanto tudo alturade à permitiráestar nos que caminho o esse é que convencido memente fir está porque respeitam, e estimam se que irmãos, países dois entre estreita que no coração, um Presidente profundamente empenhado numa relação mais Não é segredo para ninguém que Portugal tem um Presidente que traz Moçambi Minhas Senhoras emeusSenhores Ilustres Deputados Senhor Presidente globalizado dosnossosdias,desafiosaquetodostemosresponder mundo o traz nos que desafios aos face trunfo um dela fazendo internacional, contexto no língua nossa a mais vez cada afirmarmos para seguir a caminho o tre de 2008. O desafio que lanço, desde já, é que reflictamos, em conjunto, sobre constituindo, por isso, um poderoso instrumento de afirmação dos nossos valo Presidência Portuguesa da gico vital para todos nós, posso confirmar que será essa uma das prioridades da Por entendermos a valorização da língua portuguesa como um interesse estraté própria dasrestanteslínguasemqueMoçambiqueseexprime. dignidade a com par de vai portuguesa língua da estatuto o que particular,em quadro num ocorre realidade esta que esquecer devemos Nunca portuguesa. língua da vitalidade e enriquecimento o para oral, tradição da ou música da ao povo moçambicano pelo muito que têm feito, através do cinema, da literatura, Quero aproveitar esta oportunidade para prestar homenagem a Moçambique e res, dosnossosinteressesedanossaformadeabordarmosomundo. organizações internacionais como a União Europeia, a União Africana, a Comu Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, o português é falado em diversas nidade Ibero-Americana das Nações, o Mercosul, a União Latina ou a ou Latina União a Mercosul, o Nações, das Ibero-Americana nidade CPLP , que assumiremos a partir do segundo semes UNESCO . ------, ou Pessoa, com Craveirinha e Pepetela, com Drummond de Andrade, Baltazar Andrade, de Drummond com Pepetela, e Craveirinha com Pessoa, ou Camões com dialogamos onde espaço, vasto um criar de capazes fomos Brasil, o e Portugal com e países, estes Com Timor-Leste. de como assim africanos, Por livre escolha dos povos, o português é hoje a língua oficial de vários Estados nascimento ecrescimento,enquantonaçõessoberanas eindependentes. nosso no históricos percursos distintos dos cultural diversidade da espelho um guesatem um valor intrínseco acrescido. É um elemento de união, mas também Pelo facto de ser uma língua comum a diferentes países e culturas, a língua portu veículo deprogresso. especial destaque, não só enquanto elemento de comunicação, mas também como dificultado a percepção da sua real importância. Neste contexto, a língua merece entanto,imaterialidadefactores,nocujaoutros muitos tem, em assenta mento desenvolvi o facto, De produtiva. capacidade sua a ou naturais recursos seus os Nos nossos dias, reconhece-se que as fontes de riqueza de um país não são apenas Minhas Senhoras emeusSenhores de EstadoaMoçambique. fação que estou aqui, hoje, a inaugurar este Colóquio, no âmbito da minha Visita nos une, resulta de um imperativo de cidadania. É, por isso, com particular satis que paraelo deste projecção a debatere alcance portuguesa, o oficial língua de países dos artistas e intelectuais escritores, entre encontro um de realização A são umagarantia deêxito destagrande iniciativa cultural. juntou aqui todos a que comum objectivo o e oradores dos diversidade e dade quali a discussão, em tema do relevância a que de certo Estou encontro. neste organização conjunta deste Colóquio. Quero ainda saudar todos os participantes pela Camões, Instituto o como bem Pedagógica, Universidade da e Mondlane Eduardo Universidade da Reitores Magníficos os calorosamente Felicito Sessão deAberturadoColóquio “Português, LínguaGlobal” Maputo, 25deMarço2008 - - - - 229 PORTUGAL NA EUROPA E NO MUNDO 230

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS dezenas de novos escritores e poetas, de artistas plásticos e pintores, que afir que pintores, e plásticos artistas de poetas, e escritores novos de dezenas Lopes ou Alda Espírito Santo. A estes poderíamos acrescentar muitas e muitas A língua é, também, uma ferramenta de combate às desigualdades sociais, um sociais, desigualdades às combate de ferramenta uma também, é, língua A fluidas. mais tornam-se pessoas as entre relações as e atenuam-se fronteiras as encurtam-se, distâncias as idioma, um de comum compreensão da Através ou comoprimeira línguaestrangeira. senta para os povos que a utilizam como língua materna, como segunda língua, repre portuguesa língua a que potencial o assumindo possuímos, que riqueza esta valorizar para estratégia melhor a sobre reflectirmos de tempo assim, É, marcado pelauniformizaçãoepadronizaçãodas culturas. mais vez cada tempo num conhecem, a que os e utilizam a que os singulariza que distintivo traço um competitiva, vantagem uma como valorizada ser deve língua a dias, nossos dos globalizado mundo No lusofonia. da universal valor língua, mais respeitados seremos no mundo e maior será o reconhecimento do seu ensino como língua estrangeira. Quanto melhor cultivarmos o uso da nossa o fomentando relevo, de lugar um atribuam lhe outros muitos que determinar pode posição essa que e países de número grande num privilegiada posição uma ocupa idioma determinado um que significa global» «língua de conceito O e anossacapacidadeestratégica àescalainternacional. deintervenção fidelidade às raízes. Mas também como forma de afirmarmos a nossa presença é algo que todos devemos aproveitar. Desde logo, por um dever de memória e de de uma língua ser partilhada por muitos milhões de pessoas, à escala planetária, facto O colectiva. obrigação uma constitui portuguesa língua da salvaguarda A nossa responsabilidade como agentes políticos, económicos, sociais e culturais. a grande muito é grandioso, tão património um e mundo vasto tão Peranteum portuguesa. espalhadas em todo o mundo. Existem hoje dezenas de línguas crioulas de base Africana. É ainda largamente falado nas numerosas comunidades de emigrantes União na e Mercosul no Europeia, União logo na desde oficial, estatuto possuir de além ocidental, mundo no falada mais terceira a e mundo no falada mais língua quinta a é Português o nativos, falantes de milhões 220 de mais Com matriz com astonalidadesprópriasdasuadiversidade cultural eterritorial. mam a língua portuguesa nos vários quadrantes da cultura, enriquecendo a sua - - condição para se conseguir uma via aberta para a mobilidade das pessoas. Dar- primeira a ainda, representa, e comerciais relações nas comunicação de meio Abracemo-lo, pois,comentusiasmoepersistência. concertada. for actuação nossa a se sucesso terão só que concretas acções de que corresponde a um interesse estratégico conjunto e cujo resultado depende desafio um aqui Temos pertencemos. que a internacionais organizações nas língua nossa da utilização da caso o É comum. interesse um partilham que dos Actos concretos que necessitam, muitas vezes, entre de Esta uma concertação com defende-se mas palavras, actos concretos. de faz-se língua a disse, Como portuguesa. Foi uma iniciativa concreta que a CPLP estendeu a todos os países de expressão queesteprojectotemproporcionadoaograndeportuguesa, público. língua em veiculadas cultura e ciência informação, à acesso o para contributo, o constato que satisfação enorme com É Rosário. Costa da Lourenço Professor Doutor Politécnica, Universidade da Reitor Magnífico pelo homenagem, prestar quero que a profissionalismo um com gerido, hoje é que esse Fundo âmbito do projecto de criação de um Fundo Bibliográfico de Língua Portuguesa. no Honwana, Bernardo Luís presente, aqui amigo bom meu e Moçambique de Justiça e de algumas dezenas de milhares de livros ao então Ministro da da Cultura Ministro ao jurídica biblioteca uma de entrega a foi Primeiro-Ministro, de Um dos pontos altos da Visita que efectuei a Moçambique em 1989, na qualidade faladoe escrito. do português ou língua oficial, se promova eficazmente o conhecimento e o domínio correcto veis, para que, no plano interno de cada um dos países em que é língua materna palpá iniciativas concretas, realizações precisas São basta. não palavra a vra, que sejam, é tempo de passarmos das palavras aos actos. Para a defesa da pala Todos sabemos que a língua portuguesa tem belas palavras. Mas, por mais belas Minhas Senhoras emeusSenhores cimento, incluindo omeiodigital. que tenha presença em todos os meios que hoje reflectem a interacção e o conhe- procurar isso, por Devem, comum. língua da projecção maior numa interesse ‑ lhe impulso e dinâmica é uma responsabilidade de todos os países que têm têm que países os todos de responsabilidade uma é dinâmica e impulso lhe - - - 231 PORTUGAL NA EUROPA E NO MUNDO 232

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS Muito obrigado. de trabalho produtivo. ção da palavra. Por isso, saúdo mais uma vez esta iniciativa e desejo-vos um dia A realização deste encontro é, ela própria, um desses momentos de concretiza - entre o Norte e o Sul. Transcorridos vinte anos desde o Apelo de Madrid, que Madrid, de Apelo o desde anos vinte Transcorridos Sul. o e Norte o entre a promoção de políticas assentes num relacionamento mais estreito e solidário para o conhecimento dos actuais problemas da interdependência global e para Norte-Sul, Centro o Mundiais, Solidariedade a e Interdependência a para peu Euro Centro do contributo valioso o reconhecer justiça elementar mais da É Minhas Senhoras emeusSenhores possam viver deformadignaeempaz. cidadãos os todos que em inclusiva, e justa mais sociedade uma de construção na mobilizemos nos que a e democracia, da e liberdade da humanos, direitos dos defesa a reforcemos que obrigama Globo, do regiões as todas grassamem hoje ainda que males motivos, variados mais pelos perseguição a e pobreza a injustiça, a desigualdade, A empenhada. e persistente acção uma nós todos de exigir a continua que desígnio um é livre mais e justa mais sociedade uma de No entanto, o caminho percorrido não nos deve fazer esquecer que a promoção meu tributo. o prestar quero anos, 60 últimos dos longo ao papel, cujo a Europa, da Conselho o como Internacionais, Organizações também mas civil, sociedade e dos indivíduos e o bem-estar das comunidades. Para tal contribuíram Governos na busca de políticas Homem, económicas e sociais que do respeitem e promovam a dignidade direitos básicos mais dos violações das repúdio no humana, vida da valor do consciência na configurada humanos, direitos dos protecção da valor do afirmação crescente uma por marcadas foram décadas últimas As favor dadefesadosdireitosdo Homem. de homenagearsão notáveis os contributos deKofi deSimone Annane em Veil do Prémio Norte-Sul, do Conselho da Europa, associando-me, deste modo, à deci entregade cerimónia nesta participo que especial satisfaçãomuito uma com É doPrémioNorte-Sul2008ConselhodaEuropa Assembleia daRepública,1deAbril2008 Cerimónia deAtribuição - - 233 PORTUGAL NA EUROPA E NO MUNDO 234

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS que mantivemos, eu próprio tive o privilégio de beneficiar do seu parecer, sem internacionais, como aquele que afligiu, recentemente, o Quénia. Nos encontros de intervenção e conciliação, fundamental para a resolução de variados conflitos empenho na definição e prossecução dos Objectivos do Milénio, a sua capacidade exigem, também eles, respostas concertadas a um nível cada vez mais abran mais vez cada nível um a concertadas respostas eles, também exigem, que desafios perante coloca-nos global interdependência crescente a facto, De a realidadeinternacional. mantêm plenamente relevantes, como se encarrega de nos lembrar, a cada dia, se que preocupações são estas Norte-Sul, Centro do 1989, em criação, à levou Permitam-me que releve o seu papel na luta contra a contra luta na papel seu o releve que Permitam-me Humanidade. da bem-estar do e paz da busca permanente na determinação da símbolo o bem é Annan Kofi Secretário-Geral, notável um foi que de Unidas, Nações das causas grandes às dedicada vida uma com e Paz da Nobel Prémio nosso reconhecimento. presente em todas as suas acções, constitui fonte de inspiração e merece todo o humana, dignidade pela militância perseverante e contínua Esta frágeis. mais pública, na defesa de uma sociedade mais justa e mais atenta aos seus elementos retirar a força e a convicção necessárias a quem dedica uma vida soube inteira Veilà causa Simone sofrimento, do e adversidade Da imigrantes. dos e idosos dos crianças, mulher,das da direitos dos particular em humanos, direitos dos A vida da Senhora Simone Veil é um notável exemplo do empenho na promoção permanente valorizaçãodoHomem. na assente justo, mais e melhor mundo num esperança nossa a reforça e nós taram as suas responsabilidades. A sua acção constitui um exemplo para todos acei e compreenderam cedo ano deste Norte-Sul Prémio do laureados dois Os todos somoschamados acontribuir. qual o para e congrega todos a que desígnio um de Trata-se solidárias. mais e justas mais sociedades de edificação a medida, larga em assenta, que nele É um padrão de desenvolvimento mais equilibrado e sustentável a nível mundial. globalização proporciona. É pela afirmação e partilha destes valores que se forja a que oportunidades das preparados paramenos perantetirar aqueles partido solidariedade a e Outro pelo estiverrespeito possíveislhes o não subjacente se gente. serão dificilmente concertadas respostas que entanto, no bem, Sabemos SIDA , o seu inesgotável seu o , - - - ram assuasvidaseovalordoseuexemplo. orienta quais pelos ideais dos grandeza a sublinhar de atravésdelas, e, tempo nosso do figuras grandes duas estas distinguir de Prémio, deste concessão a com dá, nos que oportunidade a Norte-Sul Centro ao agradecendo Concluo, internacional dosnossosdias. agenda a integram que questões as sobre inteligente, conhecedor,e pre lúcido - 235 PORTUGAL NA EUROPA E NO MUNDO a maisgrata memória. pessoalmente, guardo, que de e 1986, em honraram, nos que com aquela ou troca de visitas ao mais alto nível, como a que Vossas Majestades agora efectuam, a contribui muito que para objectivo um futuro, o para voltada relação uma de base a histórico legado seu deste fazer em apostados estão Suécia a e Portugal país deVossas Majestades. de «Lúcio-perca receita a 1894, a 1856 de longoperíodo no Portuguesa Coroa da Estocolmo, em gastronómicas. Deve-se, afinal, ao nosso Embaixador Sotto Maior, representante, Carls Israel Ruders, e também – não resisto a referi-lo – algumas peculiaridades dor António de Castro Feijó e a compilação de cartas do Conselheiro de Legação sublinhar. É o caso do acervo literário, de que são exemplo as obras do Embaixa constante, nos deixaram um legado de amizade e proximidade que cumpre, hoje, sempre nem intensidade de embora que, culturais e comerciais diplomáticos, Entre uma data e outra, a História do nosso relacionamento foi feita de contactos em 1974. Abril, de Revolução da resultante democrático regime o consolidar e afirmar necessário foi quando estar, a voltaria Como connosco. esteve Suécia a sivo, o sob fazia se deci e difícil ano nesse E, nacional. projecto alianças um de sobrevivência da prisma das e amizades das apoios, dos contabilidade a que em ano Um restaurar. de acabara que independência uma de reconhecimento internacional pelo e manutenção pela combate no estava que envolvido Portugal, para importante ano um Foi institucionalizou. se relacionamento o do a o qual marco partir nosso em constitui 1641, países, dois os entre nossos Paz de Acordo do celebração a e diplomáticas relações de estabelecimento O a Portugal. Vossasacolhemos grandeprazerque com É Estado de Visita nesta Majestades à la Soto Maior» de SuasMajestades osReis daSuécia , ainda hoje presente nos livros de culinária do Palácio daAjuda,5deMaio2008 Banquete OficialemHonra - - 237 PORTUGAL NA EUROPA E NO MUNDO 238

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS A excelência do nosso relacionamento bilateral reflecte-se, também, numa comu Majestades de actividade. domínios os todos em cooperação maior uma de potenciadora povos, os entre aproximação a para contributo seu pelo como económicas, vantagens óbvias suas pelas só não prioritária, atenção uma merecer a área outra é turismo O grama daVisitadeVossas Majestades. pro no incluído renováveis, energias sobre empresarial seminário do sentido o esse É oportunidades. das partido tirando comercial, e económico namento relacio o nosso diversificarmos e intensificarmos de momento o Chegou,pois, bilidade políticafavorece. tável. Trata-se de um rumo que obriga a reformas de grande alcance, que a esta susten desenvolvimento no tecnológica, inovação na pessoas, das qualificação na decisiva aposta uma de necessidade a impõe lhe que desenvolvimento, de paradigma seu do alteração profunda numa envolvido país um hoje Portugalé da médiaeuropeia. acima crescimento de taxas com dinâmica, e saudável economia uma novo, de Como resultado de profundas e exigentes reformas estruturais, a Suécia é hoje, nós. todos para inspiração de fonte uma é modernização, e desenvolvimento de oportunidade numa transformando-as passado, século do final do sidades adver as enfrentou povo seu o que com coragem A mundial. nível a social, e A Suécia apresenta um dos mais elevados graus de desenvolvimento económico nidades einteressescomuns. afi de feitas sólidas, bases em assente está Suécia a Portugale entre relação A Majestades une todosquantos,comoVossa Majestade,nelaseexprimem. continentes, dessa língua que Pessoa considerava a cinco sua Pátria,nos como matriz partilham, que connosco que pessoas de milhões 200 de mais os entre VossaMajestade incluir possamos que com fazem que e Brasil, o próximo, tão está nos que país esse a Sílvia Rainha a Majestade Sua unem que laços os ses: Permitam-me uma referência a algo que é particularmente caro aos Portugue aos caro particularmente é algoque a referência Permitam-meuma ------prosperidade dasrelaçõesentreosnossosdoispaíses. à e Suécia, da Povoamigo do Sílvia, Rainha a e Gustavo Rei o Majestades Suas de saúde à brinde num mim a juntem se que todos a peço Suécia, a e Portugal unem que laços dos estreitamento um para significativa forma de contribua Fazendo votos para que a Visita de Estado que Vossas Majestades hoje iniciaram volvimento eobem-estardosnossospovos. dadeiro desafio está em saber aproveitá-las, contribuindo, assim, para o desen ver O oferecem. nos relação nossa da consolidação na empenho o e Europeia União à comum pertença nossa a que oportunidades as inúmeras pois, São, Majestades União Europeiadofuturo. da funcionamento de modelo do consolidação e definição a para contribuirá medida, larga em que, e Lisboa de Tratado do implementação à – esperamos o assim – ligados desafios os frente pela terá que exigente, Presidência Uma 2009. em Europeia, União da Presidência sua a para Suécia pela estabelecidas vista. Gostaria, neste contexto, de sublinhar o apoio do meu país às prioridades de pontos de identidade uma verifica se que em temas os múltiplos sendo cia, No quadro da União Europeia, o nosso relacionamento é marcado pela excelên dosnossosdois países, umaatenção muitoespecial. parte por merece, que Continente um África, em designadamente mais-valia, uma formas de adensar a nossa cooperação onde a nossa experiência possa constituir justo e mais pacífico. Esta identidade de propósitos recomenda que procuremos auxílio ao desenvolvimento, ao apego, em suma, à edificação de um mundo mais Unidas, a um mesmo empenho nas missões de paz e segurança, à prioridade no nhão de valores que conduz a uma frequente confluência de posições nas Nações - - - 239 PORTUGAL NA EUROPA E NO MUNDO procura activamenteadiversificação dasuaeconomia. país dotado de importantes recursos, que vem Um gerindo de mundo. forma exemplar, do e social que e económico desenvolvimento de níveis elevados mais dos um e dinâmica e sólida economia uma com Noruegamoderno, A país um é gias queacomunhãodeinteressesproporciona. fazer,de capazes somos que de daquilo siner das tirandoconjunto, em partido exemplo o são património do requalificação a ou marinha, vida da e ambiente do protecção a científica, investigação a como diversas tão áreas em existem já que parcerias várias As cultural. e científico empresarial, económico, nios domí nos traduzarelações se nossas político das mento aprofundamento num relaciona de nível esse que garantir países, os ambos para é, desafio o Hoje, de apoios,nacenainternacional. troca e posições de comunhão frequente numa reflecte se que e desfrutamos que de político relacionamento de nível excelente o para contribuíram muito que factores são Europeu Económico Espaço ao pertença a e fundadores, são Unidas, o seu papel activo na Organização do Tratado do Atlântico Norte, da qual O empenho responsável de ambos os países no seio da Organização das Nações variados domínios. mais nos cooperação e entendimento de pontes construir sabido têm separa, Desde então, Portugal e a Noruega, ultrapassando a distância geográfica que os credenciais, comoChefedaLegação, naentãoKristiania,hojeOslo. apresentava Embaixador primeiro nosso o seguinte, ano no Logo norueguesa. Nação jovem a reconhecer a países primeiros dos um 1905, em foi, Portugal dois nossos os unem que laços países. dos reforço o para contributo tantíssimo impor- um como vemos que Portugal,Visita a uma realizam que Estado de É com grande prazer que acolhemos Vossas Majestades nesta primeira Visita de SuasMajestades osReis daNoruega Palácio daAjuda,27deMaio2008 Banquete OficialemHonra - - - 241 PORTUGAL NA EUROPA E NO MUNDO 242

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS principais exportações e justifica, a meu ver, meu a justifica, e penetra e exportações visibilidade principais maior uma hoje produzem têm conduzido a uma alteração sensível da estrutura das nossas empresas nossas das muitas que daquilo tecnológica sofisticação de grau o e qualidade sustentável.A desenvolvimento no e inovação na cidadãos, seus dos Portugal, respondendo ao repto da globalização, está empenhado na qualificação fonte de enormes oportunidades, uma é no Mar quadro o de umsomos, desenvolvimentoque do sustentável.definição na peso seu do lá Para Mar. o com têm Portugal e a Noruega são duas nações próximas, no que toca à relação que man- nos fluxos turísticosentreosnossosdoispaíses. verifica se hoje que positiva tendência da consolidação pela pugnar pois, mos, Deve povos. os entre entendimento melhor de e aproximação de meio outro excelência, por é, económicas, vantagens das além para turismo, o Também deindividualidadesculturaiscom aparticipação dePortugal edaNoruega. Vossas Majestades um seminário literário, que terá lugar amanhã, e que contará de programa no incluir de decisão a saudar quero perspectiva, Nessaperação. factor facilitador da maior importância quando se trata de estimular a nossa coo um é Nações duas nossas das História da e cultura da mútuo conhecimento O Majestades nossas relaçõeseconómicasecomerciais. esse salto qualitativo que ambos pretendemos que venha a marcar o futuro das novas oportunidades de negócio e de investimento e, deste modo, contribuir para identificar permitirão portugueses empresários e empresas as com manterão que contactos os que de certo dizer.Estou de acabo que o compreendem e tos Majestades é exemplo eloquente de que os empresários noruegueses estão aten Vossas acompanha que empresarial delegação da diversidade e dimensão A mento atractivos emmercadosterceiros. investi de parceiros portuguesas empresas das fazem que continentes, cinco Finalmente, a História legou-nos uma rede de contactos e de conhecimentos nos para umpaíscomoaNoruega. as actividades ligadas ao mar, que fazem dele um pólo de investimento atraente privilegia áreas de desenvolvimento, como o turismo, as energias renováveis, ou no mercado norueguês. Porção dos produtos portugueses outro lado, Portugal - - - - - Muito obrigado. relações entreosnossosdoispaíses. das prosperidade à e Noruega da amigo Povo ao Sonja, Rainha a e Harald Rei o Majestades Suas de saúde à brinde num mim a juntem se que todos a Peço danossacooperação. queseabremaofortalecimento tam asoportunidades nos liga à Noruega, juntos saibamos também chegar à Terra Nova que represen bacalhau, marca ainda hoje, tão fortemente, a mesa dos Portugueses, e que tanto atravésdo Terraque, Novaessa a chegámos juntos como que, para Façovotos passaria aserchamado deTerra Nova. fizeram escala na Gronelândia e terão chegado à Península do Labrador e ao que ras e de uma rota noroeste para a Ásia. A História diz-nos que, ainda nesse ano, Tinham por missão navegar para além da Gronelândia, em busca de novas ter Jonnome Sklop. seu de norueguês, um era principal piloto O Homem. Martins Cristiano I e, pelo menos, dois nobres portugueses, João Vaz Corte-Real e Álvaro Almirantesdois de navios.seguiam três bordo Compunham-na A I. Cristiano e Em 1472, saía de Bergen uma expedição marítima promovida pelos Reis Afonso V Majestades decurso destaVisita,constituamumcontributonessesentido. do meio servação marinho, bem como os contactos políticos que terão lugar no nós. Faço votos para que o Seminário dedicado às questões das pescas e da pre uma vez, tudo aponta para as vantagens de uma cooperação mais estreita entre mais onde, domínios dois são ambiente do preservação a e marítima política A - - - 243 PORTUGAL NA EUROPA E NO MUNDO regras internacionais. das, tendo em vista uma economia mais aberta e competitiva, no respeito pelas tui o reconhecimento das ambiciosas reformas que têm vindo a ser desenvolvi consti Comércio do Mundial Organização à adesão recente sua A económico. crescimento de assinaláveistaxas anos, últimos nos experimentado, tem e cial A Ucrânia é um país com importância estratégica numa região de enorme poten e odinamismocomquePortugal eaUcrânia encaram oseurelacionamento. domínios da defesa e do combate à criminalidade organizada, reflecte o interesse Relaçõesentrenossososdoispaíses, Acordos como bemdeCooperação de nos Vossade Visita assinatura,da A ocasião por Excelência,Memorandoas do sobre Senhor Presidente do EstadodedireitoedosDireitosHumanos. devem servir de inspiração a todos os que pugnam pelos valores da democracia, Ucrânia democrática. A coragem e a capacidade de liderança de que deu provas Vossade papel o eloquente plo uma de Excelência consolidação e edificação na O caminho da Democracia é feito de perseverança e determinação. Disso é exem Europeia. memória e que marcou a primeira Presidência portuguesa do Conselho da União beleceu relações diplomáticas com a Ucrânia, um momento de que guardo grata Em Janeiro de 1992, exercia eu as funções de Primeiro-Ministro, Portugal esta Estado independenteedemocrático. referendo em que o povo ucraniano afirmou a sua vontade de se constituir num do sequência na Ucrânia, a reconhecer a países primeiros dos um foi Portugal do relacionamentoentreosnossosdoispaíses. Oficial a Portugal, que vejo como um importantíssimo contributo para o reforço Visita primeira sua nesta Excelência Vossa acolho que prazer grande com É do PresidentedaRepública daUcrânia Palácio daAjuda,23deJunho2008 Banquete OficialemHonra - - - - - 245 PORTUGAL NA EUROPA E NO MUNDO 246

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS que produz, numa aposta em sectores tecnologicamente avançados, na diversi de desenvolvimento, assente na qualificação dos seus cidadãos, na excelência do Portugal vive, por seu turno, um processo de ajustamento a um novo paradigma Presidências de 2000 e de 2007, bem como no âmbito da âmbito no como 2007,bem de e 2000 de Presidências nossas das ocasião por designadamente Europeia, União da quadro no prova, A Ucrânia sabe que tem, em Portugal, um país amigo. Disso mesmo temos dado os nossospaíses. entre ligação de elo um e mais-valia inegável uma constituindo integração, de capacidade notável uma de provas dar souberam costumes, seus os e cultura social, económico e cultural do meu país. Sem esquecerem as suas raízes, a sua progresso o para dando vêm trabalhar e residir Portugalparaescolheram que ucranianos os que contributo ao gratidão de homenagem uma prestar Quero Senhor Presidente dos doispaíses. cultural e paisagístico património rico do e social realidade da mútuo mento conheci melhor um e afinidades de consolidação a favorecendo ucranianos, e Transportes Aéreos vêm, por seu lado, facilitar os contactos entre portugueses sobre Acordo o e Turismo do área na Cooperação de Acordo do ratificação A nizar aediçãode2012. evidenciar, quando a Ucrânia se prepara para, em conjunto com a Polónia, orga igualmente permito me que valor um constitui 2004, em Futebol, de Europeu A experiência de Portugal e das nossas empresas na realização do Campeonato ção alimentar. distribui a ou renováveis energias as informação, de tecnologias obras as públicas, as e transportes os como áreas em portuguesas empresas das lidade qua reconhecida a Presidente, sublinhar,Senhor permito-me contexto, Nesse ceria entreosnossosdoispaíses. oportunidades de negócio e de investimento, bem como novos domínios de par dro da Visita de Vossa Excelência, Senhor Presidente, permita identificar novas qua no amanhã, lugar terá que Económico Seminário o que para votos Faço ficação demercadosenainternacionalizaçãodassuasempresas. recente Cimeira deBucareste. NATO , desde logo na logo desde , ------países. dois nossos os entre cooperação de e amizade de relações das reforço ao e nia Ucrâ da amigoPovo do prosperidade Yushchenko,à Senhora Yushchenko, da Victor Presidente do saúde à brinde num mim a juntem se que todos a Peço Minhas Senhoras emeusSenhores e, porvezes, difícil,masessencialaoseudesenvolvimento económicoesocial. contam com Portugal para a consolidação desse desiderato, um percurso longo que sabem ucraniano povo o e Ucrânia A democráticas. transições das tória Vossapor iniciado vizinhos, países os Excelência, exemploum constitui his- na democracia, da estabilidade das instituições políticas e da boa convivência com da direito, de Estado do consolidação a para curso em reformas de processo O - 247 PORTUGAL NA EUROPA E NO MUNDO Lisboa, da VII Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da em realização, da véspera na acontece Portugal a VossaExcelência de visita A e àsmetastraçadas noquadrodos Objectivos deDesenvolvimento doMilénio. alcançados por Cabo Verde no que toca às suas prioridades de desenvolvimento Estaremos, assim, a contribuir para a consolidação dos extraordinários avanços Verde. Cabo para estruturantes áreas em reforçada acção uma prevê driénio, Verde. A estratégia definida em conjunto pelos dois países, para o próximo qua Cabo cooperaçãode de parceiros principais dos um Portugalser de orgulha-se comunidade cabo-verdiana emPortugal. ção ção bilateral, na nossa pertença comum à diálogo político, nos resultados alcançados em diversas áreas da nossa coopera A excelência do nosso relacionamento está bem patente na intensidade do nosso Senhor Presidente deobjectivos edeinteresses. na partilha nasce de uma língua comum e de um vasto património de afectos, e que se afirma de profunda e fraternal amizade. Uma amizade alicerçada na cumplicidade que laços ligam nos qual ao país um de Estado de Chefe do visita a também é Mas aos quenossãomaispróximos. reservam se que estima a e respeito o confiança, a com acolhemos que e bem, Trata-se, desde logo, da visita de um amigo que nos conhece e que conhecemos para todososportugueses. significado particular um assume que honrae nos muito que Visita tugal.Uma Por- a Oficial Visita nesta acompanha, os que delegação à e Esposa sua à como É para mim um motivo de grande satisfação recebê-lo, Senhor Presidente, bem valorização da língua portuguesa como activo fundamental para a prossecução e promoção A global». futuro comum, património Portuguesa: Língua «A tema do PresidentedaRepública deCaboVerde Palácio deQueluz,21Julho2008 CPLP Banquete OficialemHonra e na presença de uma importante CPLP , que terá como - - 249 PORTUGAL NA EUROPA E NO MUNDO 250

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS cia. Estou certo de que, em conjunto com os nossos parceiros da parceiros nossos os com conjunto em que, de certo Estou cia. as comunidades imigrantes por vezes experimentam. Quero, contudo, assegu contudo, Quero, experimentam. vezes por imigrantes comunidades as Não ignoramos, até pela experiência da diáspora portuguesa, as dificuldades que noutros sectoresdasociedade,queroaquisublinharehomenagear. e música na cultura, na artes, nas como bem país, nosso do desenvolvimento o de uma numerosa comunidade cabo-verdiana em Portugal, cujo contributo para A qualidade e intensidade das nossas relações manifesta-se também na presença mos identificaramelhorformadealcançaresteobjectivo. A prioridade que vem sendo atribuída por Cabo Verde ao crescimento econó crescimento ao Verde Cabo por atribuída sendo vem que prioridade A Senhor Presidente no rumoquetraçaram. o firme apoio de Portugal, com a nossa amizade e empenho para prosseguirem êxitos. Poderão Vossa Excelência e o povo cabo-verdiano continuar a contar com Quero felicitar as autoridades cabo-verdianas e o povo de Cabo Verde por estes realizando. dimento Médio, no início de 2008, espelham bem os progressos que o país vem em Dezembro de 2007, e a promoção de Cabo Verde à categoria de País de Ren Do mesmo modo, a adesão de Cabo Verde à Organização Mundial do Comércio, mas tambémdaformacomoencara osdesafiosdoseudesenvolvimento. rigor que Cabo Verde colocou na concretização desta opção estratégica do país, Presidência portuguesa, em 2007, constituiu o reconhecimento da seriedade e do da decurso no Europeia, União a com especial» «parceria uma de aprovação A do seurelacionamentoexternoedasuainserçãonosmercadosmundiais. almente atravessa. Uma nova fase marcada por importantes progressos no plano Cabo que desenvolvimento de fase nova da actu Verde oportunidades e desafios os abordar de oportunidade tivemos manhã, esta mantivemos que encontro No Senhor Presidente que residamlegalmente emPortugal. cabo-verdianos cidadãos os todos a activa cidadania uma de exercício pleno o garantirpara fazer a continuará tudo Portugal que Presidente, Senhor rar-lhe, dos nossos interesses num mundo globalizado exige determinação e persistên CPLP , sabere- , - - - - - de CesáriaÉvora. «Paraíso do Atlântico», de que fala Manuel de Novas e que canta a voz universal Cabo-Verdiano e ao futuro dos laços de fraternal amizade que unem Portugal e o Povo do prosperidade à Pires, Barreto Adélcia Dona Senhora da e Pires Pedro Peço a todos que se juntem a mim num brinde à saúde e bem-estar do Presidente dades. ÉesteocasodaparceriaentrePortugal eCaboVerde. complementari fortes possuímos quais os com integração de espaços e países bal passa, cada vez mais, pelo desenvolvimento e consolidação de parcerias com Neste quadro, a nossa capacidade de vencer os desafios da competitividade glo desafioscivilizacionais. cam-nos, atodos,importantes Factores como a crise alimentar e o aumento dos preços dos combustíveis colo mundial. economia da evolução à quanto incerteza de tempos hoje Vivem-se Senhor Presidente científico etecnológicooudasenergiasrenováveis. e das infra-estruturas, mas também no domínio da inovação, do desenvolvimento interesses, para consolidar a nossa cooperação empresarial no sector do turismo convergêncianossa da de como aproximam, bem nos culturais que e humanos Estou seguro de que saberemos, em conjunto, tirar partido dos laços históricos, condições devidadaspopulações. das melhoria a para e emprego de criação a para económica, diversificação e sença na economia cabo-verdiana constituirá um contributo para o crescimento pre sua da reforço O potencialidades. suas nas acreditam e país o conhecem país é já hoje o principal parceiro comercial de Cabo Verde. As nossas empresas nosso O realidade. esta a atentos estão económicos agentes seus os e Portugal fazer deCaboVerde umdestinoatractivo para oinvestimento estrangeiro. A estabilidade política, social e económica é, de resto, factor determinante para apontado comoumexemplo deboautilizaçãodosrecursospúblicos. hoje exclusão,seja à país e o combatepobreza que ao àcom aliada fazem mico, - - - - 251 PORTUGAL NA EUROPA E NO MUNDO explorar. haver,por mostra muito dinâmica, ainda, relativamente de apesar países, dois nossos os entre comercial relacionamento do profundidade e dimensão a que Mas julgo que ainda nos situamos aquém das nossas potencialidades, tanto mais de capitais portugueses, com vários exemplos particularmente bem sucedidos. empresas de significativa já presença uma com Conta exterior. no português investimento do destino de mercado maior 4º o É Leste. de e Central Europa A Polónia tornou-se, entretanto, o principal parceiro económico de Portugal na captação de de capacidade forte numa e notável económico desempenho num reflectido tem se que e 2004, em Europeia, União à adesão sua na modo, algum de nou, culmi que país, do económica e institucional política, transformação de cesso pro profundo do sucedida bem gestão a interesse, grande com acompanhado, tenho E europeia. construção na e multilaterais instituições nas desempenhar a veio cedo que activo papel o e democracia, a e liberdade a com Oriental e tral Tenho bem presente o contributo da Polónia para o reencontro da Europa Cen multissecular. dência, que resistiu e perdurou através das maiores atribulações da sua história indepen e identidade sua à apego fortíssimo o Impressiona-me polaca. Nação pela e Polónia pela especial muito admiração uma sinto que confessar Devo os todos de presença participantes. a agradeço e Saúdo debate Empresários. do Senhores e os entre Polónia-Portugal Comércio do Câmara da contributos os contou com que iniciativa, excelente desta organização pela externo comércio e mico. Querotambémfelicitarasagências deinvestimento polacaeportuguesa Lech Kaczynski pela sua presença, que muito nos honra, neste Seminário Econó Presidente ao agradecimento particular um dirigir por começar de Gostaria IDE . “Relações Económicas Polónia-Portugal” Varsóvia, 2deSetembro2008 Seminário - - - - - 253 PORTUGAL NA EUROPA E NO MUNDO 254

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS energias renováveis. Algumas dessas empresas integram a comitiva empresa comitiva a integram empresas dessas renováveis.Algumas energias de vocação global, em áreas de conteúdo forte científico e tecnológico – aplicações Tem surgido uma nova geração de empresas e de empresários, muitos deles com longo dacadeia devalor. ao tradicionais exportações das posicionamento próprio no caracterizava,e as tempo muito durante que especialização de padrão do mais vez cada afasta se está a mudar rapidamente, o que é bem visível na estrutura das exportações, que económica como em muitas outras áreas. A estrutura da economia portuguesa des mudanças e a realizar um importante conjunto de reformas, não só na esfera Para poder responder a esses desafios, Portugal tem vindo a experimentar gran numa escalasemprecedentes. a que temos assistido nas últimas décadas traz consigo desafios e oportunidades desafios da integração europeia. E todos sabemos que a crescente globalização os bem conhece Euro, do área da fundadores países dos um tornou se e bros, Portugal, que aderiu, na década de 80, a uma Comunidade de dez Estados-mem tas doespaçodaUniãoEuropeia. economias em rápida mutação e que, geograficamente, ocupam fronteiras opos também, mas, comunitários, parceiros de condição sua na próximos muito ses melhor conhecimento do que se faz actualmente na Polónia e em Portugal, paí um para contribuírem ao ainda, mais E, polacos. e portugueses responsáveis altos e empresários entre contactos dos estreitamento um proporcionarem ao logo, Desde países. dois nossos os entre económicos laços dos reforço o para representam Empresariais Encontros os e Seminário este que oportunidade a negócios possam materializar-se. Por isso mesmo, não posso deixar de sublinhar de os e estabeleça se comunicação oportunidades a divulgadas, mais sejam bilateral cooperação as que para condições as proporcionar damentalmente, fun importa, Mas culturais. e políticos económicos, agentes dos vontades as articulada mais forma de mobilizar perspectiva, nessa importante, Torna-se único europeu. mercado o é que capitais e pessoas serviços, bens, de circulação de liberdade de espaço grande esse a comum pertença nossa da partido pleno tirar remos Sem levarmos adiante um processo de descoberta mútua, dificilmente pode dificilmente mútua, descoberta de processo um adiante levarmos Sem software , tecnologias de informação, robótica e comunicação, biotecnologias, ------Muito obrigado. Dziêkujê. Mais doquedeboasintenções oudebonitaspalavras, otempoédeacção. mútuo. benefício em concreto, em terreno, No oportunidades. e interesses explorar e determinante para que os empresários polacos e portugueses possam identificar contributo um dêem Seminário deste trabalhos os que de expectativa fundada É com essa convicção que irei terminar. Mas não sem antes vos transmitir uma fazer muitomaisdoqueaté agora. conjunto, em devem, e Podem Portugal. a oferecer a muito seguramente, tem, Portugal e as empresas portuguesas têm muito a oferecer à Polónia. E a Polónia e decriatividade empresarial. sua pequena dimensão, múltiplos centros de excelência tecnológica e científica ao investimento exterior e às novas tecnologias e que apresenta, não obstante a favorável e aberta economia Uma desenvolvido. altamente financeiro sistema um e infra-estruturas excelentes cultural, herança vasta uma com acolhedor, e moderno país um século, deste Portugal o bem ilustram que empresas São durante apróxima semana.Convidotodosavisitá-la! público ao aberta permanecerá que e perto, bem aqui Ciência, e Cultura da cio gal – Global Technology» –, mostra essa que inauguraremos de seguida no Palá- mostra do desenvolvimento e inovação hoje produzidos no nosso país – «Portu significativa uma trouxemos que referir sector,devo último deste propósito A automóvel edasTecnologias deInformaçãoeComunicação. comunicações, do equipamento habitacional, do sector energético, da indústria e transportes de infra-estruturas das caso o ser creio como polaca, economia da desenvolvimento de fase actual à associadas cooperação de e investimento de necessidades das muitas de encontro ao ir para posição boa em colocam as Empresas cuja capacidade, conhecimento, prestígio e experiência internacional e para ainternacionalização. inovação a para orientada crescentemente empresarial classe uma de e guesa - portu economia da dinâmicos mais sectores dos vários de nível, alto mais ao rial que me acompanha nesta Visita de Estado à Polónia, e que é representativa, - 255 PORTUGAL NA EUROPA E NO MUNDO de que desfrutam os nossos dois países. Um relacionamento ao qual a pertença político relacionamento excelente o para contribuiu muito proximidade Esta Senhor Presidente de nãotermosmedo,comoelenospediu. das fronteiras tempo. A Europa do presente não seria a mesma sem o seu histórico apelo ao lho e de alegria. João Paulo II marcou os nossos corações, mas também o nosso Portugal, aos Portugueses e a Fátima constituem, para nós, um motivo de orgu- a ligaçãoJoãoPapa cuja seu esse Paulo como II, adoptaria recentemente, Mais a Polónia. à haverásem nunca Europa há, não que e de certeza na euro-atlântica,integração liberdade pela luta sua à apoio no ou – Madeira da Ilha na tempo algum da independência, em 1918, liderada pelo Marechal Pilsudski – que viveu, aliás, proclamação na 1863-64, de Insurreição na Polónia da lado ao esteve Portugal nico, ouDamiãodeGóis. Glogow,como falarampaíses grandesdois nomes nossos dos Miechow, Copér que de Laços marítima. epopeia nossa da início ao remontam que comerciais e económicos políticos, laços por ligado encontra se Portugal que a país Um contribuiu aacçãodeVossa Excelência. assumiu o seu lugar na União Europeia e na Aliança Atlântica, para o que muito desafios da consolidação democrática, do desenvolvimento económico e social e para visitar a Polónia, um país parceiro e amigo. Um país que soube dirigiu enfrentar me os Excelência Vossa que convite o aceitei que prazer grande com Foi pensado, bemcomoaminhaMulheretodadelegação quenosacompanha. dis sido tem me que acolhimento o e proferir de acaba Presidente, Senhor cia, Vossaamáveispalavrasque agradecer,as Excelên Quero sensibilizado, muito , como o sucesso da Europa do futuro depende da nossa capacidade pelo PresidentedaRepública daPolónia Varsóvia, 2deSetembro2008 Banquete Oferecido fim - - - 257 PORTUGAL NA EUROPA E NO MUNDO 258

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS camente próximos, sãoatributos inestimáveis. seu mercado e a vocação como paraplataforma paraservir mercados geografi localização geográfica, a qualificação dos seus recursos humanos, a dimensão do Por seu lado, a Polónia é um país estável, com notáveis taxas de crescimento.guês, fazemdeleumparceironatural para apenetração nessesmercados. A sua mantém nos cinco continentes, designadamente com os países que falam portu vel, como resulta da Exposição que hoje inaugurámos. Os laços privilegiados que apostando na qualificação humana, na inovação e no desenvolvimento sustentá Portugal está envolvido na reformulação do seu paradigma de desenvolvimento, Senhor Presidente simboliza. Europeia União a que reconciliação da valor o também mas custado, tem lhe tanto que soberania, à apego seu o perceber fácil é país, este visita e Polónia da História a conhece quem para Aliás, europeu. projecto o para dinâmica e activa conta, forma de dão contribuir pretende que sondagens confiante, Nação uma as de revelador é todas que de europeia, integração de projecto polaca ao população da maciço apoio O semelhantes. são que objectivos europeus, nossos os valores e ideais mesmos os partilhamos que de certo Estou sido possível alcançaresteresultado. tivesse que para Presidente, Senhor Excelência,Vossa de papel o agradecer e entre 27 Estados soberanos. Quero, aliás, aproveitar esta ocasião para sublinhar É isto que visa o Tratado de Lisboa, o qual reflecte um esforço de compromisso cidadãos. seus dos anseios aos responder de e internacional cena na voz sua a que exige uma Europa mais forte, mais ágil e mais coesa, mais capaz de afirmar – disso sinal um bem são acontecimentos últimos os e – época numa Vivemos do Tratado deLisboa. celebração na e Lisboa de Estratégia da desenvolvimento no Social, Coesão de sas presidências do Conselho da União Europeia, no nosso empenho na Política novos Estados-membros da União Europeia, na forma como exercemos as nos Schengenespaço o abrir permitiu recentemente que iniciativasa aos em como mento. O nosso apego a uma verdadeira integração europeia está bem espelhado comum à União Europeia e à e Europeia União à comum NATO trouxe novas oportunidades de desenvolvi de oportunidades novastrouxe - - - - - dois países. Mulher, ao Povo amigo da Polónia e à prosperidade das relações entre sua os nossos de e Kaczynski Lech Presidente do saúde à brinde num mim a juntem se que todos a peço que espírito nesse É relações. nossas das futuro no crença a e aproxima nos que o celebrar para momento o é Polónia à visita minha Esta Senhor Presidente ciar-me, edocursodelínguaseslavas, naUniversidade deLisboa. a criação da Cátedra de Português, na Universidade de Cracóvia, a que irei asso- Registo, a esse título, com satisfação, o aumento dos fluxos turísticos bilaterais, culturais. e humanas geográficas, realidades respectivas das mútuo cimento conhe pelo igualmente, passa, países dois entre cooperação da sucesso o Mas deinvestimentonovas e detrocascomerciais. oportunidades identificar permitirão polacos autoridades e empresários os com contactos os que de certo Estou serviços. seus os e produtos seus os conhecer a paradarem ou investirem, nele para oportunidades procuram Outros país. neste sucesso de aposta sua a consolidar pretendendo Polónia, na negócios têm já deles tos Mui portugueses. empresários de delegação importante uma Acompanha-me com dinamismoecapacidadedeiniciativa, aosdesafioseoportunidades. respondendo, comercial, e económica relação nossa a intensificar pois, Urge, - - 259 PORTUGAL NA EUROPA E NO MUNDO tunidades nas respectivas áreas de negócios, aproveitar a agenda de contactos agendade a negócios, aproveitar de áreas respectivas nas tunidades opor deparem lhes se que quer onde competir em apostam que empresários nossos dos projectos os apoiar premente mais ainda torna-se contexto, Neste trajectória deconvergência comaUniãoEuropeia. uma de recuperação a mínimo, no comprometendo, insustentável, dinâmica aumento das nossas o exportações, desequilíbrio externo tende a assumir uma transaccionáveisbens no de e produção na – decisiva e vital – aposta uma Sem encargo anual líquido que deverá, já este ano, ultrapassar cinco por cento do ciado ao aumento dos custos de financiamento da dívida externa, traduz-se num estruturais. O crescente grau de endividamento da economia portuguesa, asso Todos conhecemos a actual situação económica do País e as nossas debilidades a mesmanosoferece. que oportunidades das e globalização da partido tirar vez, uma mais de, capaz mundo, ao aberto país de vocação nossa a pleno em assumamos que vital É vantagensesta éumadasnossasmaisimportantes comparativas. hoje, de o é que competitivo altamente mundo Nodesperdiçar. de luxo ao dar podemos nos não que culturais e económicos interesses nossos dos projecção a para potencial um representam conjunto, em que, factores são continentes cinco nos deixou nos História a que simpatia de e conhecimento de legado o e provas dar sabido temos que de mediação de e interlocução de capacidade A dias dehoje. nos inestimável activo um português», «Universalismo o chamei que a daquilo estratégico valor o sublinhei Portugal, de Dia no intervenção última minha Na Senhores ConselheirosEconómicos. dos e Embaixadores Senhores dos presença a saudar por como Polónia,bem à Estado de Visita minha margemda à Seminário, deste organizaçãogeiros pela Quero começar por felicitar o Senhor Ministro de Estado e dos Negócios Estran “Europa CentraledeLeste” Varsóvia, 3deSetembro2008 Seminário Diplomático PIB - - - . 261 PORTUGAL NA EUROPA E NO MUNDO 262

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS União Europeia deve ser relembrado em prol da promoção dos nossos interes nossos dos promoção da relembradoprol deveser em Europeia União da Conselho) (do portuguesas Presidências três as caracterizou que sucesso O nosso sectorprodutivo. empresas, assim como da captação de investimento externo, para robustecer o nossas das internacionalização de necessidade da conscientes estamos Todos contribuído para valorizaraimagem donosso paísnoexterior. têm que sucesso de iniciativas as conhecer a dar oferece, diáspora nossa a que lhe permitam corresponder cabalmente ao que dela se espera, enquanto activo que capacidades de dotando-a consular, e diplomática rede nossa na timento inves o importante é como também, Sei, capitais. diferentes nas esforço, deste vosco colaboram, começando pelos Conselheiros Económicos, são a face visível con que aqueles todos e Embaixadores, Senhores os que de consciente Estou e anossacultura. língua nossa a disseminar para país, nosso o para turísticos fluxos dos reforço o e estrangeiro investimento de captação a exportações, nossas as promover para empresários, nossos dos internacionalização de esforços os apoiar para tamos, o interesse que a nossa cultura suscita e a imagem favorável de Portugal, Em suma, é fundamental que rentabilizemos o capital de simpatia de que desfru na imagem donossopaísenoaprofundamentodasrelaçõesbilaterais. investigação científica e tecnológica pode também repercutir-se positivamente formação dos seus recursos humanos. A cooperação nas áreas de formação e de tecnologia. É reputada, na grande maioria dos países desta região, a qualidade e e dos nossos Centros de Investigação nas redes internacionais de conhecimento e É também essencial que nos empenhemos na inserção das nossas Universidades região, deve merecer, umreiterado danossaparte, esforçodepromoção. O interesse pela língua portuguesa, que sei existir na maior parte exprime. dosse nela quem paísesde valores e interesses destados defesa a para decisivamente contribui língua uma de afirmação a que sabido É portuguesa. língua a ver promo de capacidade nossa da também, depende, externa projecção nossa A deixar cairnoesquecimento. não urge que e dividendos tirar permite nos hoje, que, iniciativa uma de cante Schengen aos novos Estados da União Europeia constitui um exemplo bem mar espaço do abertura a para português contributo o região, nesta que, Creio ses. ------Europa. ele contribuirá para a promoção e defesa dos nossos interesses nesta região da que de certo Estou Seminário. organizaçãodeste pela Congratulo-me, isso, por interesses dePortugal epara oseudesenvolvimento económico. rios e com o empenho e determinação de todos, contribua para a projecção dos de investir numa Política Externa ambiciosa e eficaz que, com os meios necessá estando na linha das preocupações que acabo de exprimir, reflectindo a intenção semelhante à que já promoveu relativamente aos países da África Austral, como Negóciosdos Estrangeiros,e Estado de Ministro VejoSenhor do iniciativa esta tanto necessita. País o que de retorno geraro de capazes menos porventura públicas despesas investimento que, atentos os recursos envolvidos, estará muito longe de outras um de Trata-se cidadãos. nossos aos e empresas nossas às apoio no culturais, e económicos políticos, interesses nossos dos promoção a para fundamental - 263 PORTUGAL NA EUROPA E NO MUNDO assumir, comconfiança,asuainserçãonummundoglobalizado. caminho para obter os melhores resultados. Um projecto que permita à Europa cada Estado-membro e que permita à União falar a uma só voz quando esse é o constitua numa real mais-valia face à defesa isolada dos interesses se nacionais de que projecto Um oportunidades. novas das partido tirar permita lhes que anseios, e preocupações suas às eficácia com responda que interesses, seus os social e económico. Um projecto em que os nossos cidadãos se revejam, que sirva e da equidade, que seja um garante da paz, da estabilidade e do desenvolvimento Defendemos um projecto europeu assente nos valores da democracia, da justiça o início,defensoresempenhadosdoprocessodealargamento. desde fomos, mesmo, isso Por Leste. do e Centro do membros seus dos gração inte- plena a sem sentido faria não Europeia União a que entendemos Sempre Excelência emblemático. sinal um constitui 2009, de Janeiro em Euro, ao adesão próxima sua a que de e parceiros seus os todos de admiração a suscita que sucesso de grau um com Na frente externa, cumpriu o objectivo da adesão à União Europeia e à e Europeia União à adesão da objectivo o cumpriu externa, frente Na europeu. país outro qualquer em paralelo sem económico crescimento de ces bases de uma economia de mercado e aberta dinâmica, capaz de produzir índi as e democráticas instituições as consolidou Eslováquia a interno, domínio No percorrido desdeentão. caminho o sido tem exemplar como soberanas, nações das concerto ao tou-se jun Eslováquia exemplar,a processo um de seguimento no anos, quinze Há dos, eupróprio,minhaMulhereadelegação quenosacompanha. dente, me acaba de dirigir, bem como a forma calorosa como temos sido recebi Agradeço, muito sensibilizado, as palavras que Vossa Excelência, Senhor Presi pelo PresidentedaRepública Eslovaca Bratislava, 4deSetembro2008 Banquete Oferecido NATO - - - - , 265 PORTUGAL NA EUROPA E NO MUNDO 266

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS sidade de diversificação de mercados para as suas empresas, que a constituição progressos registados no seu aparelho produtivo deixam adivinhar uma neces padrões de consumo, abrindo campo a um incremento das trocas comerciais. Os seus dos equivalente evolução uma antever faz social e económico volvimento de mercado, constituindo um atractivo pólo de investimento. O seu rápido desen A Eslováquia, por seu turno, é um caso de sucesso na transição para a economia mais faladanoMundo,património demais250milhõespessoas. tórico de projecção universal, que nos deixou também a terceira língua europeia com excelentes pontes de contacto nos cinco continentes, fruto de um legado his internacionalizada, crescentemente economia uma de Dispomos sustentável. desenvolvimento no humanos, recursos dos qualificação na tecnológica, vação ino na assente desenvolvimento de paradigma num empenhado Portugalestá nossas relaçõeseconómicasecomerciais. tico se reflicta num número cada vez mais alargado de sectores, desde logo nas Dispomos, assim, das bases para que a excelência do nosso relacionamento polí mais variadasáreas. as abrangem bilaterais Acordos Os Internacionais. Organizações nas pectivas res candidaturas às mútuos apoios de historial significativo um já possuem e uma comunhão de valores e de interesses. Os dois países são, hoje, parceiros na As relações políticas entre Portugal e a Eslováquia são excelentes, facilitadas por Senhor Presidente depende ofuturodosseuscidadãos. objectivos, permitindo que a União se concentre nas questões concretas de que Vemos o Tratado de Lisboa como um contributo essencial para assegurar estes credibilidade àposiçãodaUniãonacenainternacional. garanta que Comum Segurança de e Externa Política uma de tempo; nosso do desafios aos face fazer para necessários meios dos Europa a dote que Lisboa, salvaguarde a equidade na construção do Mercado Único; de uma Estratégia de que Coesão, de Política uma de União; à pertença de sentimento do promotor alargado,Schengen espaço um de defesa nossa a ditar a Forameles sidências. NATO Foram estes os princípios pelos quais Portugal norteou o exercício das suas Pre e na União Europeia, onde assumem, frequentemente, posições comuns, posições frequentemente, assumem, onde Europeia, União na e ------Povo amigo daEslováquia eaofuturodasrelaçõesentreosnossosdoispaíses. Mulher,sua Gasparovicde Ivan e Presidente do pessoal felicidade e saúde à ao ao abrem se reforço dos laços que nos unem, peço a todos que se juntem a mim num brinde que oportunidades das altura à estar saberemos que de Certo mais longe oconhecimentoeacooperação. iniciativas permitam aproximar os nossos povos e estimular a vontade de levar e um Concerto de Fado da cantora Mariza, portugueses, que nos artistas acompanha. e Espero que tendências estas novas revela que Contemporânea Arte de das línguas eslovaca e portuguesa, bem como a inauguração de uma Exposição povos. Oprograma daminhaVisitainclui olançamentodoprimeirodicionário os entre aproximação na indispensável vertente uma é cultural dimensão A Senhor Presidente mentaridades queexistem. comple evidentes das e cultural e histórico património do riqueza da partido tirando caso neste países, dois nossos os entre turísticos fluxos os como bem Urge, ainda, estimular a cooperação entre instituições científicas e académicas, tuirá, umestímuloeexemplo. certamente, operameslovacoque mercado consti no portuguesas empresas das sucesso O actuação conjuntaemmercadosterceiros. o volume das trocas comerciais e a constituição de parcerias, tendo em vista uma gueses, em explorar oportunidades para incrementar os fluxos de investimento, tactos que aqui manterá reflecte o interesse domeu país, dosempresários portu con programade o e acompanha me que empresarial delegação importante A a penetração emmercadospróximos. cução junto dos seus vizinhos fazem da Eslováquia uma plataforma natural para de parcerias facilita. Finalmente, a posição geográfica e a capacidade de interlo - - - - - 267 PORTUGAL NA EUROPA E NO MUNDO de trabalho, em que países como o Brasil e a Índia não têm um lugar permanente, métodos seus dos reforma Segurançauma de sem Conselho um ter a nuarmos razoávelSerátransparente. conti mais actuação sua a tornar e NaçõesUnidas das órgãos nos representatividade maior uma assegurar devemos Segundo, mandatos quelhesãoconfiados. dos clareza a para contribuirmos e missão; sua a cumprirem para necessários meios dos disponham Unidas Nações as que para pugnar devemos Primeiro, deve assentarempressupostosmuitoclaros. tes e pôr em prática os valores e os princípios que defendemos. A nossa actuação Para que as nossas palavras não se reduzam a vã retórica, temos de ser coeren base umasNações Unidascoesaseeficientes. por tendo efectivo, multilateralismo um apoiar em empenhado está Portugal vimento sustentável. desenvol- do e Humanos Direitos democracia,dos da paz, da fundamentais res interdependente, só instituições multilaterais fortes poderão promover os valo enquanto Presidente do Conselho da União Europeia. Num mundo globalizado e Francesa, República da Presidente do intervenção a subscrevo isso, por bém são o fórum em que essa responsabilidade colectiva melhor se corporiza. Tam- Unidas Nações As colectiva. responsabilidade uma implicam globais Desafios des, mastambémdedesafiosàescalaglobal. Vivemos uma época de aceleração histórica. Um tempo de grandes oportunida soberanos eiguais,quisermosqueelassejam. Estados-membros enquanto que, aquilo serão Unidas Nações as Mas dentes. evi tão foram nunca prossecução sua na Unidas Nações das centralidade a e o fizermos determinará o nosso destino comum. A relevância destes propósitos tentável dos nossos povos, é a nossa responsabilidade partilhada. A forma como sus desenvolvimento o como bem internacional, segurança a e paz a Garantir 63ª SessãodaAssembleiaGeraldasNaçõesUnidas “Responsabilidade Partilhada,Destino Comum” Nova Iorque,24deSetembro2008 ------269 PORTUGAL NA EUROPA E NO MUNDO 270

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS Humanos que subscrevemos. Esta é uma Organização que deve ter bem pre bem ter deve que Organização uma é Esta subscrevemos. que Direitos Humanos sobre declarações das cumprimento o garantir devemos Terceiro, eventualmente maisabrangentes. soluções perante abertura nossa da prejuízo sem casos, logonestes desde não, que Seguramente estatuto? esse com representação tem não África que em e de princípios, os compromissos assumidos e a Estratégia Conjunta Estratégia a e assumidos compromissos os princípios, de de partida no aprofundamento do diálogo entre os dois continentes. A comunhão zação das Cimeiras do Cairo e de Lisboa entre a União Europeia e África, pontos Foi essa convicção que nos levou, com os nossos parceiros africanos, à concreti África deve continuaramerecerumaatenção prioritária. dasNaçõesvida pelosideaisdaCarta Unidas. particular,Em azuis. deramque a incluindodaqueles, portugueses, memória à da Paz das Nações Unidas, gostaria de prestar homenagem a todos os capacetes No ano em que comemoramos o 60º aniversário das Operações de Manutenção Kosovo, noAfeganistão, noChadeenaRepúblicaCentro-Africana. Unidas e os que integram, actualmente, missões em Timor-Leste, no Líbano, no portugueses que participaram em mais de vinte missões lideradas pelas Nações ticipação em Operações de Paz. Permitam-me que recorde os largos milhares de Portugal tem-se empenhado neste esforço conjunto. Desde logo, através da par Senhor Presidente cidadãos eospovos queosintegram. os mas Estados, os são não acções suas das últimos destinatários os que sente decorreu o recente processo eleitoral naquele país. As eleições legislativas tive Neste contexto, permitam-me que saúde o povo angolano pelo civismo com que zarem emnomedestesobjectivos. equilibrada. Há, por isso, que apoiar os esforços que os Estados africanos reali e pacífica justa, mais internacional ordem uma de edificação a para essenciais objectivos são internacionais mercados nos africanas economias das gração inte a e saúde à e educação à acesso o sustentável, desenvolvimento o paz, A o comércioeaintegração regional. paz e a segurança, o desenvolvimento, a boa governação e os Direitos Humanos, a como matérias em cooperação na assente parceria, renovada uma ilustram UE -África -África ------‑Representante doSecretário-Geral dasNações Unidas. acumuladas. Damos, por isso, o nosso firme apoio ao Plano de Acção do Alto- do Acção de Plano ao apoio firme nosso o isso, por Damos, acumuladas. tensões as superem mútua compreensão a e própria, identidade pela e tural cul diversidade pela respeito o tolerância, a onde e conflito o sobre prevaleça ximar povos, culturas e religiões é instrumental para um mundo onde o diálogo apro para Civilizações das Aliança da naturalvocação a que acredita Portugal nação econfiança. São mandatos que muito nos honram e que pretendemos exercer com determi valores. de e cultural comunhão na assente política, cooperação da referência e caber-nos-á, em breve, a presidência da Cimeira Ibero-Americana, verdadeira Portugal assumiu recentemente a presidência da Comunidade das Democracias língua oficialoudetrabalho de organizações internacionais. mação que deverá conduzir a que o português se constitua, cada vez mais, como mais falado no mundo, ligando Estados e povos nos cinco continentes. Uma afir- internacional desse bem que partilhamos – a língua portuguesa, o quinto idioma volvimento. Permitiu, ainda, a definição de uma estratégia comum de afirmação membros na promoção da paz, da democracia, dos Direitos Humanos e do desen seus dos determinação a confirmou Portuguesa, Língua de Países dos nidade A recente Cimeira de Lisboa, na qual Portugal assumiu a Presidência da Comu as Nações Unidas. como globais, organizações de ou Africana, União a e Europeia União a como Estados-membros, seus os integram se que em regionais organizações das operacional parceiro como responsabilidades crescentes assumido tem dade Comuni Esta político. apoio forte um prestado tem lhe que Portuguesa, gua Paísesdos Comunidade da Estados-membros Lín- dos de um é Guiné-Bissau A muito podebeneficiarcomotrabalho daComissãopara aConsolidação da Paz. sau, Portugal está empenhado em contribuir para a estabilização de um país que Guiné-Bis a para Contacto de Internacional Grupo do co-presidente Como cia. Quero tambémfelicitaraGuiné-Bissau,quehojecomemora asuaindependên nova etapa dereconciliaçãonacionaledesenvolvimento políticoeeconómico. Saúdo, igualmente, o acordo político no Zimbabué, que desejamos marque uma repercussõespolíticasregionais. com importantes Angola, em democracia da consolidação a para profundo significado um ram ------271 PORTUGAL NA EUROPA E NO MUNDO 272

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS progresso daHumanidade e daafirmaçãodosDireitosHumanos. O desenvolvimento económico não é um fim em si mesmo. É um meio na via do Senhor Presidente sobre ofuturoregimeclimático pós-2012. Dezembro do próximo ano, as negociações de um Acordo global e transparente em Copenhaga, em concluir, de sentido no esforços congregar pois, Importa, vida humanaeaprosperidadeeconómica,merecem nossamaioratenção. a para cruciais costeiras, zonas e ilhas mares, oceanos, Os Avançados. Menos como os Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento ( Desenvolvimento em Insulares Estados Pequenos os como conjunta, urge apoiar os mais vulneráveis aos efeitos das alterações climáticas, comum». Neste desígnio, é crucial o respeito pelos direitos humanos e pelas liber Estratégia Global é fundamental para o sucesso no combate contra da este implementação «inimigoA ameaça. uma ser a continua terrorismo o feito, tenha se muito então, desde Embora, era. nossa na testemunhou Mundo o que actos infames mais dos um de vítima foi Iorque Nova que desde anos Passaramsete Senhor Presidente ( gresso publicado pelo Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas irreversível para as gerações vindouras, como atesta o último Relatório de Pro fios colocados pelas alterações climáticas. Não actuar agora implicará um legado Garantir um desenvolvimento sustentável exige que enfrentemos juntos os desa e àsInstituiçõesdeBrettonWoods. exige uma parceria global reforçada, cabendo um papel central às Nações Unidas pobreza a e fome Alimentar.Segurançaa contra de luta Global A Crise a sobre Nível Alto de Trabalho de Equipa da criação a registamos que apreço com É níveis depobrezasãomaismarcantes. os onde África, a desenvolvimento ao ajuda da parte maior a destina Portugal possibilidades, suas das limite no Contribuindo Milénio. do Desenvolvimento Mas muito mais é necessário. Reiteramos o nosso firme apoio aos Objectivos de pobreza extrema. Também neste domínio, muito se tem dito e algo se tem feito. Outro «inimigo comum», mais lento mas igualmente destrutivo, é o da fome e da dades fundamentais,cujapromoçãocontribuipara prevenir oterrorismo. IPPC ), muito justamente galardoado com o Prémio Nobel da Paz. Nesta acção Nesta Paz. da Nobel Prémio o com galardoado justamente muito ), SIDS ) e os Países os e ) - - - Obrigado. para que asdecisõessejamaceitesportodos. tamos que é essa a melhor forma de garantir o sentido de justiça que é essencial mente dos que constituem a maioria dos que integram esta Casa, porque acredi Candidatamo-nos em nome da representação equitativa dos Estados, designada Organização naprossecuçãodestes objectivos. tentável e dos Direitos Humanos» Direitos dos e tentável Candidatamo-nos Unidas, quehámuitodefendemoseaConstituição Portuguesa consagra. Nações das valores e princípios dos luz à lida ser deverá candidatura nossa A bro nãopermanentedoConselhodeSegurança para obiénio2011-2012. Em devido tempo, no ano 2000, Portugal apresentou a sua candidatura a mem ter estadoligado deformadirecta. de honra a Portugaltem que a resultado um É breve. em iniciem se namentais reforma do Conselho de Segurança, permitindo que as negociações intergover isso, saudaroconsensoverificado nestaAssembleia-Geral sobreoprocessode por Quero, eficácia. e representatividade democraticidade, sua da reforço ao regeneração,de capacidade sua à ligado estreitamente está Organização desta sucesso O destino. seu o mãos nossas nas Está Unidas. Nações as somos Nós Senhor Presidente mento derefugiados. esforço a que o meu país procurou responder triplicando a sua quota de acolhi das para os Refugiados. Impõe-se, neste caso, um continuado esforço colectivo, Uni Nações das Alto-Comissário pelo desenvolvido trabalho notável o nhece reco refugiados. Portugal dos humanitária situação a refira Permitam-meque presente queadignidadedapessoahumananãoénegociável. sempre Tenhamos Homem. do Direitos dos Universal Declaração da versário ani- 60º o condignamente celebrar permitindo-nos democracia, da promoção na marco um constitui Protocolo o que entender nosso É adoptar. a chamada será Assembleia esta que Culturais, e Sociais Económicos, Direitos dos cional Interna Pacto ao Facultativo Protocolo do impulsionador o sido tem Portugal «ao serviço da paz e da estabilidade, do desenvolvimento sus desenvolvimento do estabilidade, da e paz da serviço «ao e porque acreditamos no papel central desta central papel no acreditamos porque e ------273 PORTUGAL NA EUROPA E NO MUNDO para a preservação dosinteressesedavontade dopovopara deMalta. a preservação instrumental portugueses, militares pelos prestado apoio o enaltece Nisa, de numa carta do no solo, às forças insurrectas. A gratidão por este gesto está bem documentada apoio, o e a francesas navais forças poderosas das acesso do bloqueio o meses, 15 durante asseguraram, Nisa, de Marquês Vice-Almirante pelo dados coman Portuguesa, Armada da navios quando 1798, Popular,em Insurreição heróica da tempo ao Malta, de História na presente, novo de estaria Portugal património cultural edavivência quotidianadosmalteses. Regentes de Malta, sendo relembrados por um legado que faz parte, até hoje, do proeminentes mais dos foram Fonseca da Pinto Manuel e Vilhena de Manoel por ter sido relativamente curta, é menos conhecida, já os Grão-Mestres António Soberana e Militar de Malta. Se a regência do Grão-Mestre Luiz de Vasconcelos, Ordem da destinos altos os diferentes, períodos em assumiram, portugueses Três Europa. da História a com confundem-se Malta e Portugal entre laços Os Senhor Presidente desse objectivo. notávelVossaa de Primeiro-Ministro, acção de funções as favorExcelênciaem exercíamos ambos que em tempo testemunhar,ao pude próprio Eu Europeia. quem muito fica a dever o sucesso do processo de integração de Malta na União a convicto europeísta o Excelência, Vossa de pessoa na hoje, recebe, Portugal dois países. nossos os unem que relações excelentes das mesma consolidação a a que para para contribua votos fazendo Portugal, a Malta de de Estado Oficial de Chefe Visita um primeira nesta acompanha o que comitiva a e Mulher sua Presidente, Senhor Excelência, Vossa acolhemos que prazer grande com É Congresso Nazionale Maltês que, em 1799, à partida do Marquês Palácio daAjuda,12deNovembro2008 Banquete OficialemHonra do PresidentedeMalta - 275 PORTUGAL NA EUROPA E NO MUNDO 276

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS Malta é hoje um membro da Zona Euro, uma economia dinâmica, com assina com dinâmica, economia uma Euro, Zona da membro um hoje é Malta queremos para onossorelacionamento. ‑nos uma afinidade que nos cabe reafirmar no presente, em nome do futuro que evocativa da memória do Almirante Marquês de Nisa, por ocasião das comemo O descerramento, por Vossa Excelência, no passado mês de Setembro, da placa Tenho acompanhado as iniciativas culturais levadas a cabo pela Embaixada de lidades culturais. vantagensas rea respectivas nossas das conhecimento melhor ao económicas incremento dos fluxos turísticos entre os nossos dois países, permitindo somar logo,Desde países. os entre solidária e estreita mais relação atravésuma de do O conhecimento mútuo dos povos é condição essencial para o desenvolvimento tunidades eestabelecerparceriasentreasnossasempresas. com a presença de empresários dos nossos dois países permita identificar opor conta que e iniciou se hoje que Seminário o que paraFaço votos farmacêutica. produção a ou infra-estruturas de construção a Informação, de Tecnologias as renováveis, energias as como mútuo, interesse de áreas em designadamente económicos, agentes nossos os entre cooperação a fomentar que assim, Há, pretendam internacionalizarassuasactividades. empresários cujos países para atraente particularmente aspecto um constitui cinco continentes, em particular nos países de língua oficial portuguesa, algo que legado histórico, de um notável capital de relacionamentoseu do e riqueza de da conhecimento fruto nos lado, outro por Dispõe, sustentável. desenvolvimento no tecnológica, inovação na cidadãos, seus dos qualificação na assente mento, Portugal está envolvido numa profunda alteração do seu modelo de desenvolvi cia geoestratégica. plataforma política, económica e empresarial numa região de grande importân valiosa uma rentável,investimento de destino um crescimento, de taxas láveis liação, progresso e desenvolvimento que é a União Europeia. O passado deixou- Hoje somos, de novo, parceiros, no quadro desse magnífico projecto de reconci Excelência muito nossensibilizou. que gesto um foi Malta, a portuguesa frota da chegada da anos 300 dos rações ------prosperidade do Presidente Edward Fenech-Adami, da Senhora Mary Fenech- Fenech-Adami,Mary SenhoraEdward da Presidente do prosperidade É nessa convicção que peço a todos que se juntem a mim num brinde à saúde e pelas novas viasdecooperação bilateral quepermitirá inaugurar. rica que resulta de ser a primeira de um Chefe de Estado de Malta, mas também histó relevância pela apenas não relacionamento, nosso no marco importante um certo, estou constituirá, Portugal a Excelência Vossa de Oficial Visita Esta Senhor Presidente entrada emvigor, tão cedo quantopossível. sua a assegurar que há necessidade, óbvia sua Faceà objectivo. desse secução pros a para essencial instrumento um é ratificaram, já países dois nossos os numa real mais-valia face aos desafios do nosso tempo. O Tratado de Lisboa, que Portugal e Malta partilham a crença numa Europa forte e coesa, que se constitua Europa. melhor e mais de precisamos que de dúvida em pôr pudessem quantos a posta Os dias que temos vivido constituem, pelas más razões, é verdade, a melhor res Senhor Presidente cionamento. rela nosso do cultural dimensão a encerra que potencial do inequívoco sinal um é resposta Esta maltesa. sociedade a toda de e Excelência Vossa de parte Portugal em Malta e quero agradecer o caloroso aplauso que têm merecido por Muito obrigado. países eaofuturodasnossasrelações. ‑ Adami e do Povo amigo de Malta, bem como à amizade entre os nossos dois dois nossos os entre amizade à como bem Malta, de amigo Povo do e Adami - - - - 277 PORTUGAL NA EUROPA E NO MUNDO Unidas tenderãoaver asualegitimidade crescentementepostaemcausa. representatividade mais próxima da realidade e dos equilíbrios de hoje, as Nações Há que assumir as consequências que resultam da constatação de que, sem uma lienáveis doserhumano. construção de um sistema internacional centrado no respeito pelos valores ina na inspirar-nos deverá progresso importante Este políticos. e cívicos direitos dos dignidade mesma a culturais e sociais económicos, direitos aos conferiu que e promotores dos um foi Portugal que de Culturais, e Sociais Económicos, mos com a adopção do Protocolo Facultativo ao Pacto Internacional de Direitos assinalá que Humanos, Direitos dos Universal Declaração da aniversário 60º o marcou passou que ano O Unidas. Nações as reformar que há logo, Desde isso, inadiáveis. mica e financeira. As mudanças ao nível da nossa governação colectiva são, por estruturas internacionais de coordenação, decisão e supervisão política, econó actuais das fragilidades e insuficiências as evidência em pôs passou que ano O compromissos colectivamenteassumidos. multilaterais representativas e respeitadas, capazes de garantir e fazer respeitar acção concertada a nível internacional. Uma concertação que exige instituições Este é um tempo de desafios, a que não será possível dar resposta eficaz sem uma Minhas Senhoras emeusSenhores paz edeprosperidade. de votos sinceros meus os Estado de Chefes vossos aos transmitam que ‑lhes Também eu desejo a todos vós e às vossas famílias um feliz Ano de 2009 e peço- Diplomático acreditadoemPortugal. Corpo do nome em Sé, Santa da Apostólico Núncio Senhor o Reverendíssima Exa. Sua dirigiu me que votos os e palavras as agradecer por começar Quero Cerimónia deApresentaçãoCumprimentos deAnoNovo peloCorpoDiplomático Palácio deQueluz,12Janeiro2009 - - - 279 PORTUGAL NA EUROPA E NO MUNDO 280

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS O possível impacto da crise económico-financeira nos países mais carenciados mais países económico-financeira nos crise da impacto possível O Doha. de negociações de ciclo do conclusão rápida a seria confiança de sinal claro Um proteccionistas. tentações a cedência a com ou isoladas, soluções de confiança. de procuraa com responder-lhes seria incorrer poderíamos que em erro maior O sinais de precisam cidadãos nossos os contexto, presente No financeira. especulação da dos que do real economia próximasda mais interesses res, dos investido- e aforradores consumidores, dos interesses os proteger para chada apetre melhor supervisão numa e transparente e eficaz mais regulação numa dos nossos dias. Uma nova arquitectura financeira mais representativa, assente sária revisão da arquitectura financeira internacional, adaptando-a à realidade neces a cabo a levar para oportunidade uma também encerra crise a Porém, que oMundoatravessa, nemoâmbitodassuasimplicaçõesgeoestratégicas. Ninguém pode, com segurança, prever a duração da crise económica e financeira Minhas Senhoras emeusSenhores aceites portodos. forma de garantir o sentido de justiça que é essencial para que as decisões sejam os Estados no Conselho de Segurança, porque acreditamos que é essa a melhor todos de equitativa representação da nome em igualmente, Candidatamo-nos, consagra. Portuguesa Constituição a que e defendemos muito há que Unidas, Nações das valores e princípios dos luz à lida ser deverá 2011-12 biénio o para A candidatura de Portugal a membro não-permanente do Conselho de Segurança eficientes. e coesas representativas, mais tornando-se internacional liderança de centros estruturasas que imperioso é multilaterais emergênciaà adaptem se novosde demonstra, o presente momento o Como Segurança. de Conselho do nentes perma membros os entre representados estar não a continuem emergentes países outros e Latina América a Africano, Continente o que aceitável é Não voz nasestruturas degovernação global. os grandes problemas que afectam o Mundo sem que biliões de cidadãos tenham ralismo efectivo. Entendemos, no entanto, que dificilmente poderemos abordar Portugal está e continuará empenhado em contribuir para o reforço do multilate - - - - É absolutamente necessário, neste momento, que o conflito dê lugar a um cessar- humanitárias. implicações graves suas as com e Gaza de Faixa na vive se que situação a com preocupação forte minha a exprimir de deixar posso não texto, con Neste conflitos. de resolução na e preventiva diplomacia na civilizações, e Mas o combate ao extremismo implica, também, a aposta no diálogo entre povos poderão ajudar-nosavencer estabatalha. de informações mais eficiente e instituições multilaterais mais fortes e eficazes partilha uma reforçada, cooperação uma só vez, uma Mais justo. mais mundo valores, povos ou religiões e constituem um sério obstáculo à construção de um que o alimenta. As suas manifestações não conhecem fronteiras, não respeitam Outro desafio crucial do nosso tempo é a luta contra o terrorismo e o extremismo ser escutada,aEuropadeve sercapazdedaroexemplo. tugal revê-se inteiramente nas decisões da União Europeia nesta matéria. Para nas tecnologias limpas, nas energias renováveis e na eficiência energética. Por de desenvolvimentocarbonodo redução decisiva numa aposta alicerçado numa e modelo novo um necessário É futuro. o hipotecar de direito o temos Não e dadevastaçãodosnossosrecursosnaturais. responsável.logo,e desde nada caso, o alteraçõesÉ das climáticas, poluição da o nosso planeta e que nos impõem uma acção internacional concertada, determi Esta crise não nos pode fazer esquecer as outras ameaças que impendem sobre Minhas Senhoras emeusSenhores promover apazeestabilidade. indispensávelpara instrumento um mas civilizacional, e imperativomoral um só não é pandemias de e pobreza de privações, de livre mundo um Construir em matéria deObjectivos deDesenvolvimento doMilénio. assumidos compromissos dos cumprimento do afastassem se financeiro, tema crise, economias capazes de mobilizar enormes recursos para estabilizar o sis da pretexto o com que, inaceitável Seria preocupação. especial uma merece o futurodepazedesenvolvimento económicoesocialaquetêmdireito. garantir,palestinianos, de e capazes israelitas decisões a as tomar coragemde dições para um diálogo político frutuoso. É fundamental que as partes tenham a ‑fogo permanente, que permita prestar auxílio aos que dele carecem e criar con - - - - - 281 PORTUGAL NA EUROPA E NO MUNDO 282

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS estatuto delínguaoficialdas Nações Unidas, que dehámuitojustifica. o – UE da internacional mais língua terceira a e nativos falantes de número em mundial língua quinta a – portuguesa língua à reconhecido ver para junto con em trabalhar de compromisso do através Unidas, Nações das bleia-Geral Portugal entende que o Mundo precisa, mais do que nunca, de uma União Euro Minhas Senhoras emeusSenhores do século peia capaz de assumir um papel de liderança na abordagem dos grandes desafios integram a que países oito dos Governo de e Estado de Chefes pelos Uma assumida prioridade mandato. meu do prioridade uma constituindo vem esta que sabido É da LínguaPortuguesa. global. Para tal necessita de estar na vanguarda da inovação científica e tecno e científica inovação da vanguarda na estar de necessita Paratal global. A União Europeia pode e deve reforçar a sua influência na condução da agenda tuguesa ( envolvida no exercício da especialmente Presidência da Comunidade estar dos Países de irá Língua Por portuguesa diplomacia a que em ano um será 2009 Minhas Senhoras emeusSenhores saberão darcontinuidadeaoreforçodoprojectoeuropeu. sueca Presidência a depois, e, Europeia União da checa Presidência a que de seguro Estou difícil. momento num Europa da liderança a e colectivo peso o voz, a com contar poder de mundo o para importância a e europeia integração da vantagem a foi demonstrou internacional crise presente a que algo há Se anseios dosseuscidadãoseaoquedelaespera orestodomundo. aos corresponder para europeia capacidade a forma dessa reforçando Lisboa, em que espero, sinceramente, seja possível o consenso em torno do Tratado de Instituições, desde logo por via das eleições para o Parlamento Europeu. Um ano Este será um ano crucial para a União Europeia. Um ano de renovação das suas internacional. macia preventiva, da luta contra o terrorismo e da defesa do primado do direito diplo da civilizações, e povos entre diálogo do promoção da desenvolvimento, do agenda da ambiental, protecção da Humanos, Direitos dos defesa da lógica, CPLP XXI CPLP . ), que tem como prioridade a promoção e afirmação internacional e confirmada num encontro que promovi à margem da Assem ------Permitam-me uma saudação muito a particular três Estados da A todosvós eàsvossas famílias,osmeusvotos deumexcelente anode2009. uma nova era deprosperidadeglobal.Éesteomeudesejopara 2009. incertezas do presente e fazer de 2009 um marco na edificação dos alicerces de Acredito que agindo de forma colectiva e responsável poderemos ultrapassar as Minhas Senhoras emeusSenhores tico edacooperação entreacomunidadedepovos ibero-americanos. do Estoril será mais uma importante etapa no aprofundamento do diálogo polí terá como tema a inovação e as novas tecnologias. Estou seguro de que a Cimeira que Ibero-Americana, Cimeira XIX a ano, do final no ainda, acolherá, Portugal salmente partilhados. democracia e dos Direitos Humanos possam ser, cada vez mais, valores univer- da valores os que para esforços os todos envidando Democracias, das nidade Em 2009, Portugal continuará a assegurar o exercício da Presidência da Comu internacional. comunidade da parte por positiva, muito globalmente avaliação uma mereceu os seus sistemas democráticos, através da realização de eleições cuja condução consolidados viram terminou, que ano no que, –, Moçambique e Guiné-Bissau CPLP – Angola, - - 283 PORTUGAL NA EUROPA E NO MUNDO da partilha edacomunhãocomosoutros. da partilha desejo o liberdade, a humano, ser no existe essencial e profundo mais de que o veis, festejámos a queda de um muro que também nos agredia, porque agredia memorá- dias Nesses lado. outro do estavam que aos mãos as estendiam que aqueles estivemoscom todos Muro, o derrubar a sentimos nos todos 1989, Em fíceis daHistóriarecentedestacidade. que o Presidente Kennedyimortais aqui proferiu, num dos momentos mais di palavras as usar para berlinenses, fomos todos anos, vinte precisamente Há de acreditarqueumdiatodosviveriam emliberdadeedemocracia. deixaram nunca Berlim de cidadãos os sentido, sem muro um por Separados fazem dacapitalAlemanhaumacidadeúnicaetão singular. que cosmopolita espírito o e viver de alegria a sempre cultivou momentos, res pio nos Mesmo desânimo. pelo vencer deixou se nunca Berlim de povo O plo. No tempo difícil em que vivemos, seria bom que nos lembrássemos deste exem em comum. percorreram se que caminhos vida, de projectos ideias, separar pessoas, gose ami famílias, dividir liberdade, a amordaçar procuram estes quando muros, derrubar de capazes homens existem que mas homens, os separar de pazes ca- muros existem mostraramnão anos, que vinte Mundo precisamente ao Há da Europa. História da longo ao destacaram se sempre berlinenses Os povo. seu do carácter o e força a tudo, de acima Admiro, passado. do adversidades as cer ven soube como extraordinário modo pelo arquitectura, sua da imponência pela História, sua da grandeza pela emociona nos que cidade uma é Berlim Não escondoqueécomemoçãoregressoaBerlim. como umsinaldereconhecimentoquesedirige atodooPovo português. Agradeço as palavras de Vossa Excelência, Senhor Burgomestre. Interpreto-as na CâmaraMunicipaldeBerlim Cerimónia deBoas-Vindas Berlim, 3deMarço2009 - - - - - 285 PORTUGAL NA EUROPA E NO MUNDO 286

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS Muito obrigado. todossomoscidadãosdaesperança.em Berlim, se abrem para que os homens convivam entre si. Portas que nos lembram que, que Portas as mas dividia, que Muro o mais é não Berlim de símbolo grande O quer ver repetido. mável de um povo. Berlim soube erguer-se e superar um passado que ninguém indo força a vale quanto ver de capazes somos irradiam daqui que e nascem nos seus centros de investigação, no arrojo dos movimentos artísticos que aqui modernidade, surpreendente de edifícios novos seus nos cidade, desta ragem pa cada em porque confiança, com futuro o olhar também pode Berlim Mas nidades. do huma as ciências, as longo ao que, paracontributo deu artes, séculos, as dos orgulhar-se pode como recente, passado deste orgulhar-se pode Berlim poderei esquecer. jamais que únicos acontecer.Forammomentos de acabara que do sequências Estive no Conselho Europeu em que, pela primeira vez, foram avaliadas as con capacidade devencer asadversidades. sua pela e valores seus pelos afirme se que resigne, se nem medo, tenha não que outros, aos abra se que Europa uma Berlim, de espírito do exemplo seja que queremos que Europa Uma Europa. nova uma nascia e Mundo o mudava Muro, do queda a com Porque, Europa. a particular,para em e, Mundo o para representavaisso que do e visitara,existia antes mais que não dividida, cidade a que de aperceber-me ao senti que emoção a recordo respeito, diz me que No são autênticaspáginasdeverdadeira História. tiveram o privilégio de o testemunhar, directamente ou através de imagens que quantos todos de vida a marcou que Tenhoúnico momento esse presente bem - - - - a confiança dos nossos cidadãos, sem a qual nenhuma recuperação será possível. será recuperação nenhuma qual a sem cidadãos, nossos dos confiança a coesão económica e social e apostando numa visão cadoÚnico,derecusando tentaçõesfuturo. proteccionistas, reforçandoSó mecanismosos da assim garantiremos Vencê-lo pressupõe actuar de forma concertada, preservando as conquistas do Mer A presente crise económica e financeira constitui um teste para a União Europeia. permitiram alcançar. das e Presidências alemã, portuguesa em 2007, que tantos resultados positivos coesa ficou bem patente na articulação de que demos prova durante o exercício e forte mais Europeia União uma de construção na comum empenho nosso O mais emelhorEuropa. exigem e europeu projecto do vantagens as provam hoje de adversidades As Senhor Presidente que nãoseresignaram àsadversidades. dos exemplo o nós de exigem que difíceis, batalhas a chamados somos que em momento esperanças,num as todas de símbolo cidade, esta a retorno que com as consequências do que ocorrera. Será, por isso, fácil de compreender a emoção avaliaramse que em Europeu Conselho primeiro no Participei distante. sonho Estive em Berlim, como Primeiro-Ministro, quando a queda do Muro parecia um nhada rumoàLiberdadeeDemocracia plena. cami própria sua na determinante apoio um devia Portugal quem a mesmo o era Muro derrubava o que país o afirmava. E se que Democracia a e Liberdade também, o nosso continente. Para os Portugueses, era, mais uma vez, a vitória da Esta Visita tem lugar vinte anos após a queda do Muro que dividia esta cidade e, a mim,àminhaMulheredelegação quenosacompanha. dispensado, sido tem nos que acolhimento caloroso o como bem Presidente, agradecer,Quero palavrasas sensibilizado, muito Vossade Excelência, Senhor Banquete OferecidopeloPresidente da República Federal daAlemanha Berlim, 3deMarço2009 - - 287 PORTUGAL NA EUROPA E NO MUNDO 288

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS mente positivaqueosempresários alemãesfazemdonossomercado. extrema avaliação a confirmam efectuados estudos Os alemã. chancela a têm cedor de Portugal. Alguns dos maiores investimentos estrangeiros em Portugal Hoje, somos aliados e parceiros. A Alemanha é o segundo maior cliente e forne laços entreosdoispaíses. dos reforço o para contribuindo e permanecendo ali deles Portugal,alguns em acolheram se que alemães os foram muitos século, último o durante Europa a assolaram que conflitos os Durante Descobrimentos. nossos dos tempo ao nossos dos um alemão foi como Alemanha, da imperatrizes duas portuguesas foram alemães; de ajuda a com fez-se Lisboa de conquista A multissecular. e rica é relacionamento nosso do história A bem. conhecem-se Alemanha a e Portugal Senhor Presidente se opõemàrápida entrada emvigor doTratado deLisboa. mais premente. É imperioso que se ultrapassem rapidamente os obstáculos que ainda perspectiva, nessa torna-se, institucional impasse actual superaçãodo A dificuldades eapetrechar-se para melhortirardasoportunidades. partido cidadãos e na cena internacional, uma Europa que terá sabido aprender com as tade, emergiu uma Europa ainda mais forte e credível perante os seus próprios Só apostando numa visão de futuro poderemos concluir que, passada a tempes da membros Comunidade dosPaíses deLínguaOficial Portuguesa. oito dos cinco encontram se onde e próximo particularmente sente se Portugal que de continente um é Köhler.África Presidente do África, para Iniciativa à homenagem particular uma prestar de propósito, a Gostaria, dade einimigos dasegurança edodesenvolvimento económicoesocial. interesse político. A miséria e o desespero são factores de conflito e de instabili de pobreza. Por razões humanitárias, por razões de equidade, mas, também, por Uma visão de futuro implica, ainda, sermos capazes de dar resposta às situações nossos quadros,dainvestigação científicaetecnológica. dos formação da empresas, nossas das competitividade da energético, regime nosso do alteraçõesdemográfico, insuficiências das lhecimento climáticas, das Uma Uma visão de futuro implica enfrentar a crise sem esquecer os desafiosdo enve . Era particularmente vasto o comércio de artigos e de ideias, de artigose de comércio o vasto Eraparticularmente soberanos. - - - - - com um inestimável promotor das relações entre os nossos dois países. Trata- países. dois nossos os entre relações das promotor inestimável um com Portugal conta, na residentes vasta na Comunidade Alemanha, de portugueses pelo Mundo,quetantosprémiosereconhecimentotemmerecido. espalhada portuguesa contemporânea arquitectura a sobre homenagear,e de cinematográfica do realizador Manoel de Oliveira, que o Festival deBerlim acaba os povos. Portugal traz a Berlim duas exposições, respectivamente sobre a obra entre aproximação na valor inegável de vertente outra é cultural dimensão A pode aindasermelhorada. Vamos trabalhar nessesentido. é já o quarto maior país de origem dos turistas que nos visitam, mas esta situação nova campanha de promoção turística de Portugal, a nível mundial. A Alemanha uma assinalam eventosque dois em participar de oportunidade terei Amanhã, tactos entreosseuspovos. A dinâmica das relações entre as Nações alimenta-se, em larga medida, dos con Senhor Presidente de nósumparceironatural para apenetração emdiferentesmercados. quem a História deixou um legado de relações com outros países e povos que faz aposta na formação, que cria, inventa e dissemina novas tecnologias. Um país a que Alemanha, na incluindo estrangeiro, no investe que país um hoje, Somos, e àprosperidadedasrelaçõesentreosnossosdoispaíses. saúde do Presidente Horst Köhler e de sua Mulher, ao Povo amigo da Alemanha sente enofuturo.Énesseespíritoquepeçosejuntem amimnumbrindeà pre no concretas, realizações de através alimentá-la a e une nos que amizade longa a valorizar a continuar saberão países dois nossos os que de certo Estou Senhor Presidente origem. de terra sua da cultura a e tradições as vivas manter de deixar sem país, deste desenvolvimento o para contribui que integrada, bem comunidade uma de ‑se - - 289 PORTUGAL NA EUROPA E NO MUNDO As estratégias de recuperação e as reformas que será necessário introduzir no problema. do parte como não e solução, da parte como percebida ser de tem global, nível a crise da efeitos os potenciar a ajudou que interdependência, A reconhecida interdependência económicaentreospaíses. de era numa seja, ou globalização, da lugar,era segundo na Em ocorre porque mercado. de das economias nofuncionamento vital um papel desempenha financeiro sistema o porque e mundo, do economia maior a América, da Unidos tados Es dos financeiro sistema no epicentro seu o teve lugar,porque primeiro Em mir umadimensãoglobal. Apesar da sua origem localizada, esta crise dificilmente poderia deixar de assu- perder devistaaherança quedaí irá emergir. sem mas efeitos, seus os imediato, mitigar, exigente: no particularmente safio de um enfrentam económicos agentes os e políticos decisores os crise, Faceà quências plenassão,ainda,imprevisíveis. conse cujas e clara é não extensão cuja social, tecido próprio o e económica actividade a financeiro, sistema o sobre efeitos com global, crise uma Vivemos Luso-Alemã edetodasasempresasparticipantes. Comércio de Câmara da Empresariais, Associações das representantes dos presença a igualmente, agradeço, e Saúdo Seminário. deste organização pela Quero felicitar a rência deimprensaconjuntaquerealizámos. confe na Köhler, Presidente pelo proferidas ontem palavras nas igualmente, expressa, bem Estado, de Visita minha esta a associadas empresariais vidades acti às atribuem alemãs autoridades as que importância a reflecte que gesto um de Trata-se Federal. Presidência da Chefe Senhor do e Alemanha da mia Econo da Ministro Senhor do presença a agradecer por começar de Gostaria e EncontrosEmpresariaisAlemanha-Portugal DIHK – Deutscher Industrie und Handelskammertag Seminário Económico Berlim, 4deMarço2009 e a AICEP ------

291 PORTUGAL NA EUROPA E NO MUNDO 292

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS equidade socialdignaderegisto. uma e global escala à competitividade notável uma forte, economia uma com país um é resultado O dirigentes. seus dos muitos de clarividência pela e povo plo de superação de múltiplas dificuldades e tensões, pela perseverança do seu exem um sido tem reunificação, sua da ano 20º comemorao que Alemanha, A ternacionais. in- relações das estabilidade e solidez gravea paramais ainda carácter de porventura crises, novas a porta a abrir a estaremos fizermos, não o Se vel. desigualdades às combate sustentá- crescimento do empregoe de criação da terrorismo, ao do e sociais questões as sobretudo, mas, internacional, financeiro sistema do governação e não arquitectura da destacaria quais reformulação a dos apenas prazo, médio de metas e desafios os vista de der per de luxo ao dar-nos referi, já como podemos, não Mas financeiros. dos as minimizar merca nos confiança ser a restaurar e crédito deverá de escassez da geral, consequências em decisores dos e governos, dos ridades financeiro sistema o abalou que mundial continuam a fazer-se sentir nos mercados, pelo crise que uma das prio da choque de ondas das efeitos Os ro domodelodeintegração eafirmaçãodaEuropa. um risco para o funcionamento do Mercado Interno e, por essa via, para o futu Representam nefastas. perigosamente combater,porque a manifestações São impensáveis até hábempoucotempo. pareceriam que financeiro e económico nacionalismo de manifestações gema ori dar a começam nacionais políticos decisores os veiosubmeter crise actual a que a pressões as entanto, No vantajosa. institucionalmente perspectiva, posição numa nesta encontram-se, Europeia União da Estados-membros Os entrepaíses. estreita coordenaçãodepolíticasenaconcertação numa baseada dificuldades actuais às resposta uma de vantagens as reservas sem assumam se que isso, por Exige-se, políticos. termos em perigosa, como económicos, termos em contraproducente, tão resposta uma seria nacionais economias das abertura de grau o implícita, ou explícita forma Restringir,de as crisesoriginais. mo, que a História ensinou trazerem consequências bem mais nefastas do que funcionamento dos mercados deverão rejeitar novas formas de proteccionis de formas novas rejeitar deverão mercados dos funcionamento ------bastante atractiva. lado, outro por é, produção na competitividade/preço relação A jovens. manos hu recursos de qualificação na informação, de processamento no tecnologias, novas de utilização na e investigação na técnico, nível Ao procurem. o que ros estrangeiinvestidores os para respostas boas tem Seminário, neste referidas já experiências e apresentações nas patente bem ficado terá como Portugal, queremos consolidarereforçar. tativos dos seus investimentos na nossa estrutura produtiva. É um cenário que quali efeitos lugar,pelos meiro sobretudo, mas, consecutivos), anos quatro há pri o (ocupando investidos montantes pelos apenas não importante papel um nio do investimento externo. No que diz respeito a Portugal, a Alemanha ocupa A Alemanha regista, igualmente, uma posição internacional de relevo no domí produtiva portuguesa. a Alemanha tem-se afirmado como um parceiro de excelência para a estrutura particular, inovação. Neste e conhecimento qualificados, recursos tecnológica, intensidade elevada com factores de incorporação na exigentes internacional, tabelecer. Devem ser parcerias que integrem sistemas produtivos de dimensão depende, também, da qualidade das parcerias que as empresas conseguem es cura dinâmica, diferenciados e com capacidade de penetração qualificada, mas pro- transaccionáveis,de serviços e bens produzirem para empresas suas das Uma pequena economia como aberta a depende portuguesa muito da ambição destino aomercadoalemão. com portuguesas exportações nas acrescentado valor maior de produtos dos darepresentatividade aumento gradual um verificando-se tecnológica, dade intensi alta e média com produtos de concentração interessante uma existe Alemanha, a e Portugal entre comerciais fluxos nos que, constatar é talvez, te, importan mais fornecedor.Ainda como quer cliente, como lugar,quer gundo se o ocupa Alemanha a países, dois nossos os entre comerciais relações Nas do seusectorexportador. tagens de uma integração plena na economia mundial, nomeadamente através cionando-se como motor da economia europeia e servindo de exemplo das van mundial, com tecnologia inovadora e produtos de reconhecida qualidade, posi Um paísquetemsabidomanter-senavanguardadaindústriatransformadora ------293 PORTUGAL NA EUROPA E NO MUNDO 294

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS melhor conhecimentodoquesefazactualmentenaAlemanhaeemP um para contribuírem ao ainda, mais E, alemães. e portugueses responsáveis altos e empresários entre contactos dos aprofundamento um proporcionarem ao representam, Empresariais Encontros os e Seminário este que tunidade opor- a sublinhar de deixar posso não sentido, Nesse investimento. de e cial Penso que ainda há espaço para ampliarmos o nosso relacionamento comer relacionamento nosso o ampliarmos para espaço há ainda que Penso Muito obrigado. das denegóciooportunidades ainda por explorar. partido tirem e decooperação áreas novas identifiquem portugueses e alemães empresários os paraque contribuído tenham Seminário deste balhos tra os que de expectativa na fundada confiança, palavrade uma Terminocom realiza, dentrodepoucosdias,emBerlim. se que Mundo, do maior a Turismo, de Internacional Feira próxima na tante impor participação uma com contará português turístico sector O turismo. o com relacionados portugueses serviços e produtos promovidos serão e tural desta tarde, onde, teráa partir lugar um programa e cul de animação artística portuguêsgrupo–,propriedade umCentroComercial visitarem – deAlexa o a presentespropósito,oferta.Convido,osnossatodosa pequena mostra dauma nacionais, assimcomoosresponsáveis doTurismo dePortugal, efoiorganizada dirigentesAcompanham-meprincipaisosempresasdasVisitaturísticas nesta simples fruiçãocultural oupaisagística. de motivos por nacional território o percorrem mais que os alemães turistas os São país. nosso no bem sentem-se alemães visitantes Os investimento. de to relevante para Portugal, tanto ao nível dos fluxos turísticos, como em termos No que se refere ao sector do Turismo, a Alemanha é um mercado emissor mui internacionalização. a e inovação a qualidade, a para orientada crescentemente uma empresarial classe de nível, alto mais ao representativa, é acompanha me que comitiva A or tugal. - - - - - além-fronteiras. trabalham e vivem que portugueses os entre que do País nosso ao dedicação de e Pátria nossa à amor de exemplos melhores encontrar difícil é E capazes. Portugal somos todos nós que o amamos e que lhe damos o melhor de quePovo. como somos define nos que aquilo para estrangeiro no vivem que portugueses sublinhar perante todos os nossos compatriotas a importância do contributo dos exterior.no vivem que ainda, luso-descendentes Pretendo, os e portugueses os merecem me que admiração a e respeito o assinalar gesto, este com Pretendo, daAlemanha. com osportugueses ano, ainda que com três dias de antecipação, quis celebrar o terceiro aniversário estrangeiro. Foi assim, nos dois primeiros anos, no Luxemburgo e no Brasil. Este sidente da República Portuguesa na companhia dos portugueses residentes no Pre como posse de tomada minha da aniversários os celebrar querido Tenho agradecer-lhes, daAlemanha,queagradeço. étambémavós, aosportugueses e a admiração que têm pelos portugueses residentes na Alemanha e, por isso, ao apreço o bem Portugalreflecte de Estado de Chefe ao dar quiseram que mento trata O todos. a agradecer pública, forma de para, oportunidade a Aproveito ridades deOsnabrück. hospitalidade com que fomos recebidos pelo Senhor Burgomestre e pelas auto magnífica à dever a igualmente ficamos que mas contribuiu, muito próprio ele momentos que aqui vivemos jamais os esqueceremos. Momentos para os quais os porque razão, a toda ele Tinha cidade. esta visitasse que parasugestões ras Parlamento Europeu, o meu amigo Hans-Gert Pöttering, a quem devo as primei Permitam-me que comece por destacar a presença, entre nós, do Presidente do nidade Portuguesa residentenaAlemanha. acompanha estamos hoje aqui, em nos Osnabrück, entre que compatriotas, com a comitiva Comu a e Mulher minha a eu, que emoção particular uma com É Encontro comaComunidadePortuguesa Osnabrück, 6deMarço2009 Residente naAlemanha - - - - - 295 PORTUGAL NA EUROPA E NO MUNDO 296

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS Neste grande país que é a Alemanha, tal como, aliás, por todo o Mundo, encon Mundo, o todo por aliás, como, tal Alemanha, a é que país Nestegrande Alemanha nãoéexcepção econstituiumexemplo para todos. respectivas sociedades de acolhimento. A Comunidade Portuguesa residente na nas integradas plenamente encontram se Portuguesas Comunidades as como Nas minhas deslocações ao estrangeiro, tenho tido a oportunidade de constatar encontrar soluções que garantam o bem-estar e a prosperidade económica e socialquetodosdesejamos. económica prosperidade a e bem-estar o garantam que soluções encontrar e difícil momento este ultrapassar saberemos todos, de solidariedade da e nho empe- do através que, de certo Estou momento. do adversidade à resignem se Quero, por isso, deixar-vos uma palavra de esperança, incentivar-vos a que não ção dasautoridadesalemãsemvencer asdificuldadesqueaqui sevivem. dade Portuguesa aqui residente. E constatei, também, o empenho e a determina meus interlocutores, inúmeras palavras de apreço e consideração pela Comuni Nos encontros que mantive nesta minha Visita de Estado à Alemanha, ouvi, dos os seusefeitos. muito minorarpara alcance meu ao estiver que o tudo farei que e de situação esta perto acompanho que saibam que Quero solidariedade. de testemunho um deixar quero todos A Alemanha. na residem que luso-descendentes e ses portugue alguns afecta também crise esta que de ciente Estou país. nosso o O mundo vive hoje uma crise económica e financeira que a todos atinge, incluindo Caros Concidadãos nidades Portuguesas. melhor integração, mas também para a melhor defesa dos interesses das Comu nas sociedades vós que vos acolheram. Esse envolvimento contribuirátodos não só para uma de envolvimento do aprofundamento ao incentivo de palavra uma deixar pois, Quero, residência. de países dos cívica vida na participação de grau do medida, boa em também, depende social integração da sucesso O e ummotivo deorgulhopara todososPortugueses. exercício de profissões liberais. Estes casos de sucesso constituem um estímulo ao cívica participação da científica, investigação à cultural vida da mundo académico, ao empresarial vida a desde domínios, variados mais nos destacam se e afirmam se aqui que portugueses de sucesso, de casos inúmeros tramos - - - - - e seiquePortugal podecontarconvosco. respeito diz nós todos a Portugal de futuro O determinante. importância uma importante para a vida económica portuguesa. Neste momento difícil, ele assume muito foi sempre emigrantes nossos dos contributo o que sabido bem fazer.É o de capazes sintam se quantos todos de investimento o com ainda, Contamos, para promover anossaterra comoumdestinoturísticodeexcelência. portugueses, serviços e produtos de exportações as aumentar possamos que com a vossa acção para projectar o nosso país, com a colaboração de todos para Portugal necessita, hoje mais do que nunca, da ajuda da sua Diáspora. Contamos Caros Concidadãos Usem-na, semprequepuderem,eestimulemoutrosa fazê-lo. mundial. verdadeiramente língua uma como consagrada Portuguesa Língua a nós. Conto, pois, convosco para a concretização desta legítima aspiração de ver todos de acção a e apoio o exige Estados, de esforço um unicamente ser pode tuguesa, que une Portugal aos outros países de expressão oficial portuguesa, não como língua mundial. Este objectivo de promoção internacional da Língua Por valor seu o e importância sua a reconhecida ver de tempo é que Entendemos pelos cinco cantos do globo. É a terceira língua europeia mais falada no Mundo. A Língua Portuguesa é falada por mais de 200 milhões de cidadãos, espalhados a valorizaçãoeprojecçãointernacionaldonossopaís. também fundamental para a valorização do estatuto da Língua Portuguesa, para é mas Comunidades, nossas as imperativocom paraum é estrangeiro.Este no Portuguesa Língua da ensino do promoção na empenhar se que tem Portugal orgulhamos. nos todos que de portuguesa, cultura da realizações nas rever-se a e Camões de língua da uso o cultivar a continuem que e avós, e pais vossos dos terra à origem, de terra vossa à ligação essa jamais percam não que isso, por Peço, que semantémvivo nanossaLínguaeCultura. nosso país, até ao mais recôndito lugar onde resida um português. Esse espírito dade», esse espírito que nos une e que nos acompanha, para lá das fronteiras do portugali de «espírito por designado tenho que ao apelar novo, de hoje Quero, Caros Concidadãos - - 297 PORTUGAL NA EUROPA E NO MUNDO 298

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS essa terra ondetudocomeçou. A todos vós peço que não esqueçam nunca Portugal, a nossa terra, a vossa terra, o seucrescimentoeprosperidade. para contribuindo e país nosso do internacional projecção a apoiando Cultura, Peço a todos vós que continuem a promover Portugal, a nossa Língua e a nossa cívica epolíticareforçaroslaçosqueunemaPortugal.a suaparticipação Portugueses residentes no estrangeiro e os luso-descendentes possam aumentar É meu firme propósito continuar a fazer o que estiver ao meu alcance para que os promover asualigação aoPaís. de responder às necessidades desses mesmos portugueses e de tudo fazer para altura à estar que tem estrangeiro no trabalham e vivem que portugueses dos um Portugaliludamos: nos não Mas sente legitimadoparaque se apoio pedir o Anexos para poder defendereficazmenteosinteressesdonossopaís. comunitária, decisão para de eficiente, processo no garantir efectiva influência partido do Tratado, adaptando-se a uma nova arquitectura institucional de forma melhor o tirar para preparar-se deve que para Portugal, desafio um também É tuições europeias. e convergência de esforços entre os líderes dos Estados-membros e das insti política determinação exige sucesso seu O europeus. líderes dos política tade von à desafio grande um e oportunidade grande uma é Lisboa de Tratado O sociais eacrisedosmercadosfinanceirosexigem maisintegração europeia. e económicas dificuldades Asactuais global. nomundo daEuropa a influência gurança, as alterações climáticas, a exclusão social. Mas também para reforçar ticular aos problemas que os cidadãos enfrentam, como o desemprego, a inse- mais eficaz. Desde logo, para responder aos desafios do nosso tempo, em par Agora, há que preparar a boa do aplicação a Tratado, tornando União Europeia Projecta aEuropanoMundo. dos DireitosFundamentais.Estabelece aCarta do energia, ambiente, dapolíticaexterna,segurança edadefesa. da domínios nos nomeadamente políticas, novas as Aprofunda Reforça ademocraticidade eatransparência dasinstituiçõesdaUniãoEuropeia. Estado dedireito,igualdade,DireitosdoHomem. democracia, liberdade, humana, dignidade da valores os consagra Tratado O passo emfrentenaconstruçãodeumaEuropamaisunidaesolidária. um representa portuguesa, Presidência sob Lisboa, em assinado Tratado O e social. económico progresso de e paz de termos em europeia, construção de projecto ao devem Europeus os quanto lembrar para dia um Europa, da Dia no Faço-o Acabo deprocederàratificação doTratado deLisboa. da Ratificaçãodo Tratado deLisboa Palácio deBelém,9Maio2008 Declaração porOcasião - - - 303 ANEXOS 304

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS de Lisboa. Tratado do ratificação de acto o especial, forma de marcar, quis isto, tudo Por melhor para osPortugueses. gal. A União Europeia é uma âncora estratégica decisiva para garantir um futuro O sucesso do projecto europeu faz parte dos interesses fundamentais de Portu - ção dos seus propósitos extraí a conclusão de que me encontrava perante um perante encontrava me que de conclusão a extraí propósitos seus dos ção modera da e palavras suas das serenidade da e Outubro, de 6 a Bento, São de Palácio no ele com Encontrei-me multirracial. democracia numa país daquele Africano tinham chegado a um ponto em que já era irreversível a transformação em que as negociações entre o Governo da África do Sul e o Congresso Nacional Em princípios de Outubro de 1993, Nelson Mandela visitou Portugal, numa altura um pretéritoimperfeito,plenodeódioediscriminação. o desejo de que rapidamente fossem saradas as feridas dos tempos do mio a que alguém pode aspirar, simbolizou o sonho de uma África do Sul unida e entre Mandela e De Klerk, do Nobel da Paz, porventura o mais prestigiante pré partilha, A Paz. da Nobel Prémio o com galardoados seriam ambos 1993, em e, Klerk, De Frederik Presidente do ordem por 1990, em libertado seria Mandela homens decausas. dos firmes convicções as abalar de capazes são cadeia de anos vinte nem que mesmo nos momentos mais difíceis passados em Robben Island. Eis a prova de renúncia aos princípios por que combatera e em que nunca deixara de acreditar,da troco a condicional liberdade da oferta a aceitar recusaria depois, décadas o que lhe valeu ser condenado, em 1964, à pena de prisão perpétua. Mais de duas sul-africana, política vida na Direito, de estudante de tempos seus os desde ‑se, empenhou- Mandela racial, segregação de iníquo regime um sob viveram que osoutros.Epelosoutros,seusirmãos do podersófazsentidopara servir pelo seu desapego ao poder pelo poder. Porque, para Nelson Mandela, o exercício nente Africano pela integridade de carácter e pelo desapego ao poder. Sobretudo, Conti imenso no destacou se que estadista, de modelo um também é Mandela os sereshumanosfossemiguais,emdignidadeedireitos. todos onde país num viver de esperança a perdeu nunca cativeiro, de décadas de longo ao que, liberdade pela indomável combatente um é Mandela Nelson “Nelson Mandela,UmGigantedoNossoTempo” Revista VIS Artigo deOpinião à O , 3deJulho2008 apartheid - - - , 305 ANEXOS 306

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS dos quais 27 passados na prisão. Percorreraum prisão. na passados 27 quais dos do lamento ou de vingança e ter a lucidez de optar pela via da negociação para o desmante- recriminação de ódio, de sentimentos de liberto apresentar-se e passara que por sofrimento o perdoar podia extraordinárias humanas qualidades e moral minha na Escrevi que otinhammantidoemcativeiro. aqueles com e passado o com contas procuravaajustar não que visionário, um ressentimentos nem desejos de vingança. Um homem que olhava para a frente, quaisquer deixado tinham não cárcere de anos vinte de mais quem a homem como lembro na minha na lembro como nhado com os seus parceiros europeus na condenação do ali manter se Portugal de intenção firme a expressei qual do decurso no 1988, de Outubro W.em Pieter Botha, Presidente o com mantive que trabalho de tro de Portugal com as autoridades sul-africanas, que envolveu também um encon Aquela reunião com Mandela, em Lisboa, culminou um processo de negociações para usaraspalavras quedãootítuloàsuaautobiografia. transformações pacíficas no sentido da liberdade e da democracia. Orgulho-me de realização a para decisivo estímulo um ser pode – Europeia União da bros mem dos caso, neste – Estados dos concertada acção a ponto que até mostrar devemos também E Mandela. Nelson de caso o foi como marcaram, nos mais que daqueles sobretudo, e, cruzaram connosco que daqueles testemunho dar devemos que julgo pública, vida de décadas algumas de fim ao Mas, passado. ser deve que passado um a regressar pretendo não episódios, estes evocar Ao cordiais, mesmodepoisdedeixarasfunçõesPrimeiro-Ministro. relações mantive ele com e República, da Presidente como vezes, duas tugal Pordepois Visitou Bento. São em também 1989, em vez primeira pela conheci dados, com coragem e determinação, pelo seu sucessor, Frederik De Klerk, que ser a vieram passos Tais sul-africanos. os todos entre reconciliação da via na passos novos dar a incentivando-o e políticos presos outros de e Mbeki Govan que eu lhe enviara,mal a uma carta manifestando de satisfação pela libertação reagira 1987, em antes, Já difícil». muito foi ele com diálogo meu o e bilidade inflexi e dureza de postura uma exibiu Botha Pieter Presidente «o escrevi, aí , recusando a violência.» Na altura, tinha 75 anos de vida, de anos 75 tinha altura,Na violência.» a recusando apartheid, Autobiografia Política Autobiografia Autobiografia Política Autobiografia : «Só um homem com uma estatura estatura uma com homem um «Só : , «não correu nada bem». Como bem». nada correu «não , longo caminho pela liberdade pela caminho longo apartheid . O encontro, - - - - - , dade desempre.Asimplicidadedosgigantes. simplici mesma a com poder o abandonou regime, novo um paratransição de funções como Presidente da África do Sul. Após ter liderado um difícil processo assumiu que desde intacta permaneceu Mandela Nelson de moral estatura A livre edemocrática. do pequeno contributo que possa ter dado para fazer da África do Sul uma nação - 307 ANEXOS Regional. Governo do Presidente o e Regional Legislativa Assembleia própria a ouvir de teria Açores dos Legislativa Assembleia da caso no mas meiro-Ministro, Pri o nem República da Assembleia a ouvir de precisa não constitucionais, termos nos República, da Presidente o República, da Assembleia da caso No do queosprevistospara adissolução daAssembleiaRepública. audição e consulta no que toca à dissolução da Assembleia Regional dos Açores Quer isto dizer que o a da sujeito estaria Presidente República mais deveres de sentações parlamentares eoPresidentedoGoverno Regional. repre e grupos seus os Legislativa, Assembleia a também ouvir República da O diploma em causa pretende agora consagrar o dever adicional de o Presidente nela representados. partidos os e Estado de Conselho o ouvidos República, da Presidente pelo vida Nos termos da Constituição, a Assembleia Legislativa Regional pode ser dissol váriosdirigentesEm devidotempo,alertei políticospara estaquestão. nosso sistemapolíticoprevistosnaConstituição. dente da República, pondo em causa o equilíbrio e a configuração de poderes do Estatuto da Madeira, restringe o exercício das competências políticas do Presi inovandoque, Açores Estatutodos ao tiva relação em vigorem ao relação em e Trata-se, acima de tudo, da norma relativa à dissolução da Assembleia Legisla denatureza político-institucional. sérias reservas suscitam me normas outras que Portugueses aos comunicar entanto, no Devo, à AssembleiadaRepública. dos Açores. Nesse sentido, irei devolver, nos termos da lei, o respectivo diploma Político-Administrativo Estatuto do revisão a aprovou que decreto do normas várias de inconstitucionalidade pela pronunciou-se Constitucional Tribunal O sobre oEstatuto Político-Administrativo Palácio deBelém,31Julho2008 Comunicação aoPaís dos Açores - - - - - 309 ANEXOS 310

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS debate parlamentar regional e, por outro, porque pode fragilizar politicamente um de centro no República da Presidente o colocar pode porque lado, um Por consequências negativas noprocessodedesignaçãodoRepresentante. Mas, se aquela audição tiver por objecto o próprio órgão colegial, podem emergir sidente daRepública. desempenhei as funções de Primeiro-Ministro e que tenciono manter como Pre quando Madeirapráticaparasegui a – aliás e que paraAçores República os da Representantes os nomeei quando mandato, meu do início no fiz, que isso Foi Não se questiona a audição da Assembleia Regional na pessoa do seu Presidente. República ouvirtambémaAssembleiaLegislativa daRegião. da Presidente o de obrigação a acrescenta Açores dos Estatuto novo o aprova Sobre exactamente o mesmo assunto, o decreto da Assembleia da República que exonerado peloPresidentedaRepública,ouvidooGoverno. e nomeado é Representante o que Constituição, da consta como tal estipula, se sobre o Estatuto do Representante da República nas Regiões Autónomas no qual No passado dia 10 deste mês foi o publicada uma Lei da Assembleia da República com conexo ponto outro um anterior. para atenção a chamar igualmente, Devo, osPortugueses.isso queconsiderosermeudever alertar por É República. da instituições das funcionamento normal o afectaria e tido, Semelhante prática desfiguraria o equilíbrio de poderes, tal como este tem exis dos pelaConstituiçãodaRepública. competências dos órgãos de soberania que não sejam expressamente autoriza às limites e obrigações impor a vir se Açores, Político-Administrativodos tuto que poderia ser invocado no futuro, de, por lei ordinária, como é o caso do Esta precedente, o aceitar político, sistema nosso o alicerça que poderes, de dência Entendo que é perigoso para o princípio fundamental da separação e interdepen nelarepresentados. o PresidentedaRepúblicajáouve ospartidos lativa e dos seus grupos parlamentares porquanto, nos termos constitucionais, O mesmo se pode dizer relativamente à audição autónoma da Assembleia Legis Presidente daRepública. pelo ouvido aí é e Estado de Conselho no assento tem ele quanto preensível A audição autónoma do Presidente do Governo Regional é tanto mais incom mais tanto é Regional Governo do Presidente do autónoma audição A ------República Portuguesa. res e as competências dos órgãos de soberania consagrados na Constituição da Mas é indispensável que essa alteração se harmonize com a separação de pode 2004. de constitucional revisão da resultante autonomia de avançado modelo o concretizar visa Açores dos Político-Administrativo Estatuto do alteração A vigência, deve serexaminadacomtodoocuidado. ficação de normas jurídicas constantes do Estatuto, ao ponto de eternizar a sua Facepetri de caracterizapossibilidade que a modernos, tempos os incerteza à dosdeputadosdoparlamento nacional. lativa superveniente legis iniciativa de poder ao excessivas restrições implica Açoriana Legislativa Assembleia da iniciativa da objecto sido tenham que normas às República da Por outro lado, a limitação dos poderes de revisão do Estatuto pela Assembleia ção previstonaConstituição. ultrapassandodecisão, audi de direito simples do regulamentação a muito em de poderes seus os restringe envolvidos, soberania de órgãos os para cria que vinculações pelas que, qualificada» audição de procedimento «o lado, um Por tantes doEstatuto. Considero, ainda, que merecem reponderação outras normas inovadoras cons perfil adequado. o Representante da República e dificultar a escolha de uma personalidade com - - - - - 311 ANEXOS que medida não seria preferível manter-se, ainda que como alternativa residual, em ponderar deveria legislador o fraca, mais parte da desprotecção a agravar não para que, considero efeitos, respectivos seus os modular para e divórcio do casamento, do regime o sobre dispor para liberdade inteira Possuindo 4. menores. por arrastamento, adensar a desprotecção que indirectamente atingirá os filhos como, bem fragilidade, essa agravar omissão, por ou acção por lei, a devendo não débil, mais posição numa encontra se – mulher a regra, em cônjuges– dos um que em situações múltiplas subsistem onde contemporâneo, Portugal no matrimonial vida da realidade da consideração da completo por abstrair não uma maior igualdade entre cônjuges aos mais diversos níveis, importa, todavia, paratendência uma actualmente existe que de pressuposto do lei Partindoa 3. – geralmente, amulher–,bemcomo,indirectamente,dosfilhosmenores. protecção do cônjuge ou do ex-cônjuge que se encontre numa situação mais fraca conduzir,pode paraimplicações suas as designadamente indesejáveluma des- dos em linha de conta alguns dos efeitos a que o novo regime jurídico do divórcio 2. Assim, tenho como altamente aconselhável, a todos os títulos, que sejam leva bleia daRepública. Assem- à Deputados Senhores dos parte por ponderação nova uma justificam gravidade,sua ter,pela poderão que, que prático,consequências ções plano no do divórcio actualmente vigente em Portugal e contém um conjunto de disposi- 1. O Decreto nº 232/X introduz uma alteração muito profunda no regime jurídico seguintes fundamentos: pelos apreciado, novamente seja mesmo o que solicitar e diploma referido o do nº 1 do artigo 136º da Constituição da República Portuguesa, não promulgar bleia da República, que aprova o Regime Jurídico do Divórcio, decidi, nos termos Assem- da 232/X, nº Decreto o lei, como promulgado ser para Tendorecebido, a propósitodadevolução dodiplomaquealtera Mensagem àAssembleiadaRepública oRegime JurídicodoDivórcio - 313 ANEXOS 314

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS incluindo patrimonial. Assim, por exemplo, numa situação de violência domés níveis, diversos mais aos vantagens daí retirar possa sobretudo, e, divórcio o os deveres conjugais previstos na lei possa de forma unilateral e sem mais obter 6. Na verdade, é no mínimo singular que um cônjuge que viole sistematicamente intencional. incumprimento seu ao divórcio, de processo do quadro no sanção, qualquer previsto no artigo 1672º do Código Civil, embora não associando, estranhamente, legislador, como é natural e desejável, mantém o conjunto dos deveres conjugais o quanto necessária mais tanto parece cônjuges, dos um de culpa na fundado subjectivas, causas por divórcio do manutenção à quanto ponderação Essa 5. definitiva. e absoluta forma de termo põe se agora que a culposo, divórcio do regime o a recusa no divórcio por mútuo consentimento. Doravante, à mulher vítima de vítima mulher Doravante,à consentimento. mútuo por divórcio no recusa a negocial»,«poder seu cônjugeoutro alegaçãodo a culpa designadamente da ou o salvaguardar para detém actualmente que possibilidades algumas conjugais 7. Noutro plano, são retiradas à parte mais frágil ou alvo da violação dos deveres desuscitaradevidaponderaçãodecerto, dosSenhores Deputados. conjunto de efeitos a que, na prática, o novo regime poderá conduzir, não deixará, lar.do Este seio no mulher uma por desenvolvido trabalho do monetário valor o tribunais nossos os contabilizarão critérios que de luz à saber de problema o de muito mais difícil contabilização e prova. A este propósito, sempre se coloca como as contribuições em espécie que a mulher deu para a economia comumescolheram que são familiar e matrimonial modelo ao alheio completamente é só de vida, terá grandes dificuldades em satisfazer. O novo regime do divórcio não sua ainda direitos de crédito sobre a sua ex-mulher e que esta, dada a sua opção faltas reiteradas aos deveres de respeito, de fidelidade ou de assistência, ele pos buiu financeiramente para as despesas familiares, é possível que, após anos de montantes financeiros. Se, por comum acordo do casal, apenas o marido contri reiteradamente actos de violência conjugal, pode exigir praticado do outro ter o de pagamento apesar demarido, o 1676º, artigo do 2 nº do redacção nova pela da vontade da vítima de maus-tratos. Mais ainda: por força do crédito atribuído não é rara em Portugal –, é possível aquele obter o divórcio independentemente que realidade uma – anos dos longo ao mulher a agride marido o que em tica, - - - dadas para avidaemcomum. no seio do qual são ou podem ser contabilizadas todas e quaisquer contribuições divórcio corresponde também, até certo ponto, a um novo modelo de casamento, de modelo novo o casamento, do extinção da momento no «surpresa» absoluta nova e distinta, podendo mesmo gerar-se situações de autêntica «imprevisão» ou cia conjugal efamiliarnãoestar suficientemente adaptadaaumarealidadetão saber se o crédito de compensação agora criado é renunciável. Além de a vivên de a nomeadamente questões, inúmeras aberto em todavia ficando – cônjuge outro o sobre crédito de direitos gerar de susceptíveis são familiar e conjugal vida da encargos os para dadas contribuições as que implica que o presunção, essa a termo pôr vem grandealcance, paradigmade alteraçãode uma duzindo comunhão de vida que o casamento consagra. O novo regime do divórcio, intro- do outro qualquer compensação por todas as contribuições dadas no quadro da exigir de direito ao renuncia cônjuges dos um cada que de presunção a existe Códigodo – 2 Civil nº artigo 1676º, do termos nos vigenteprecisamente, mais – actualmente regime no Deputados, Senhores dos conhecimento do é Como 9. deveres aos de respeito,solidariedade,coabitação,entreoutros. violações graves mais às submissão de e pessoal dependência de situações perpetuar cônjuges,pode entre igualdade a promover de invés ao regime, novo o casos-limite, Em unilateralmente. divórcio o requerer cônjuge reiterada de deveres conjugais sob a ameaça de, se assim não proceder, o outro violação uma a poderácônjugesujeitar-se débil um mais plo, economicamente sobre a própria vivência conjugal na constância do matrimónio. Assim, por exem projectar-se a vir poderá divórcio do jurídico regime novo o lado, outro Por 8. conjugais lesadapeloex-cônjuge. ou,enfim,àparte deveres de violação pela culpada não parte à frágil, mais parte à desfavorável claramente modo um de sempre mas 1792º, artigonovo no disposto do termos nos responsabilidades, apuramentoreemergedas do mas momento monial no matri vínculo do subsistência de efeitos para existir de deixa conjugal: vida da todo de desaparece não culpa rigor,a bom em que, pelo ex-cônjuge do culpa a provar de ter-se-á acção nessa óbvio, é como E, inerentes. daí psicológicos até e financeiros custos os todos com ex-marido, seu o contra responsabilidade de maus-tratos, por exemplo, só restará a via de, após o divórcio, intentar uma acção - - - 315 ANEXOS 316

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS permite-se agora que unilateralmente ponha termo à relação conjugal, sem qual afecto, esse desapareceu que entenda cônjuges dos um que Sempre afecto. de espaço novo como casamento do pelo concepção uma a corresponde divórcio gizada do regime casamento do global filosofia a que vez uma matrimónio, do «contabilística» visão desta emerge que paradoxo o salientar se de deixar pode não casamento, de modelo novo deste adopção a admitir-se a Mesmo 10. o da comunhão geral de bens), consubstancia, por assim dizer, uma «revoga uma dizer, assim por consubstancia, bens), de geral comunhão da o saber,(a escolhido foi que daquele diverso regime um partilha agorana impor tra a vontade manifestada por ambos os nubentes no momento do casamento, se segundo o regime da comunhão de adquiridos». A circunstância de, mesmo con celebradona sido tivesse casamento o se pode, receberia que do mais receber partilha, cônjuges dos nenhum divórcio de caso «em qual o segundo 1790º, artigo no disposto contratual,o liberdade à e privada autonomia à restrição de implica que aquilo por controverso, extremamente também é último, Por 12. maisdébil. prejuízo daparte poderá levar a grandes demoras no ressarcimento dos danos, de novo em claro tribunal em litigância da aumento O consensuais. não divórcios dos aumento diminuição do número de divórcios por mútuo consentimento e um correlativo damentam (v.g., «orientações educativas mais relevantes»). Não é de excluir uma ponsabilidades parentais e aos inúmeros conceitos indeterminados que as fun res às refere se que no quer patrimoniais, aspectos aos refere se que no quer o inverso, até pelo aumento dos focos de conflito que o legislador proporcionou, pós-conjugal, existindo boas razões para crer que se irá processar exactamente e conjugal litigiosidade a diminuir fará não divórcio de causa como culpa da 11. É ainda possível afirmar, com algum grau de certeza, que o desaparecimento mente deve projectar. ideal casamento o que vida de comunhão à desconformes algo desconfiança cônjuges,pelos interiorizada ser contabilística» «visão gerando-se de situações poderá dizer qual delas irá prevalecer. Existe uma forte probabilidade de aquela práticaa apenas e contribuições, suas das «conta-corrente» uma manter a lado estimu é cônjuges dos um cada que em «contabilística», dir-se-ia outra, uma conviva lado seu a que pretende-se casamento, do «afectiva» visão desta par a Ora, conjugais. deveres de violações eventuais de ou culpa da avaliação quer ------Aníbal CavacoSilva O PRESIDENTEDA REPÚBLICA 20 deAgosto de2008 vendo-o para esseefeitoàAssembleiadaRepública. devol 232/X, nº Decreto do apreciação nova solicitar Portuguesa, República da Constituição da 136º artigo do 1 nº o com acordo de decidi, termos, Nestes ambos escolheram casar. que em bens de regime do termos nos direito teria que a aquilo que do menos rendo unilateralmente o divórcio e conseguindo que na o partilha outro receba conjugais que deu causa ao divórcio pode prevalecer-se desta disposição, reque deveres dos violador cônjuge o exemplo, Por acordo. comum de estabelecido foi que daquele distinto regime um bens de partilha da momento no impondo limitação que sempre virá beneficiar um dos cônjuges em detrimento do outro, uma consubstancia isso, que do mais E, livre. opção uma de retroactiva» ção - - 317 ANEXOS interesses própriosdeumdos cônjuges emfavor davidaemcomum. dos satisfação à excessiva renúncia havido tenha que em casos aos norma da 5. É certo que a nova redacção, ao contrário da versão original, limita a aplicação cação dalei. apli de momento no magistrados, dos particular em judiciários, operadores dos a actividade dificultará concretização cuja rigorosos, pouco juridicamente indeterminados, e vagos conceitos a recorrer por preceito, do interpretação à quanto dúvidas as lado, outro por agravando, casamento, do tabilística» «con visão a mantém 1676º artigo do 2 n.º do redacção nova a efeito, Com 4. si complexo. de já texto um de interpretativas dificuldades as pontos alguns em adensaram alterações tais Todavia, promulgação. a submetida originariamente versão à relativamente alterações sofreu promulgar entendi agora que Decreto O 3. familiar econjugal nonossopaís. tos matrimonial e pós-matrimonial, de acordo com uma análise realista da vida casamento, mas tão-só a necessidade de proteger a parte mais fraca nos o contex sobre ideológica concepção qualquer base por tiveram não dúvidas Tais 2. aprovado. as dúvidas suscitadas a propósito da adequação das opções acolhidas no regime de afirmar, em mensagem enviada a essa Assembleia, são diversas e profundas que aprovou a alteração ao regime jurídico do divórcio. Como então tive ocasião devolução, sem promulgação, à Assembleia da República do Decreto n.º 232/X, 1. O Decreto n.º 245/X foi aprovado por uma expressiva maioria, na sequência da Constituição, aseguintemensagem: da 133º artigo do d) alínea na prevista faculdade da uso no Assembleia, essa a dirigir entendi divórcio, do jurídico regime o altera que 245/X, n.º República da Assembleia da Decreto o lei, como publicado ser para promulgado, Tendo a propósitodapromulgaçãododiplomaquealtera Mensagem àAssembleiadaRepública o Regime JurídicodoDivórcio - - - 319 ANEXOS 320

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS 7.Torna-se impor patrimoniaisavaliar problemático«prejuízos igualmente os deste teorenvolve semprearenúnciainteressespessoais. compromisso um de assunção a pessoal, natureza de deveres de conjunto um voluntário da sua autonomia privada, e implicando o mesmo o cumprimento de casamento um contrato livremente celebrado por pessoas adultas, no exercício que a renúncia àqueles pode dar lugar a um direito de crédito. De facto, sendo o e casal do comuns interesses os com contraditórios são cônjuges dos próprios interesses os que de ideia a casamento ao inerente vida de comunhão a com compaginável pouco resulta mais, do Além claro. inteiramente é não próprios 6. O que seja, todavia, a renúncia «de forma excessiva» à satisfação de interesses cuja opiniãonestamatéria nãodeveria tersido ignorada. Juristas, Mulheres de Portuguesa Associação a como entidades, ou nalidades Famíliada Direito em radoresespecialistas por judiciários, outraspor e perso 10. Em particular, sublinhe-se o entendimento manifestado pelos próprios ope Assembleia equecolheram ecoem amplossectoresdasociedade. essa a enviada mensagem na manifestar de ocasião tive como menores, filhos dos e mulher da desprotecção a novodo aspectos outros particular em regime, múltiplos a quanto dúvidas as afastam não aprovadas agora alterações As 9. adquiridos. de comunhão da regime do impositiva aplicação à devido patrimoniais termos em prejudicado altamente partilha, na ser, pode divórcio o provocou não que cônjuge o que em bens, de geral comunhão da regime no celebrado sido ter casamento o de caso no emerge que injustiça profunda a ainda Saliente-se 8. das responsabilidadesparentais. exercícioao regrasrelativamente foram alteradasas passo, mesmo do quanto, mente sobre os filhos menores do casal, o que se afigura tanto mais problemático designada terceiros, sobre projectar-se a tenderá resultante daqui giosidade liti A comum. em vida à termo pôr unilateral forma de decide que e – outros ou respeito de fidelidade, de – conjugais deveres sistematicamente violou que cônjuges dos um de benefício em ocorrer pode pagamento tal mais, Para nial. ízos patrimoniais o importantes»), que induzirá a conflitualidade pós-matrimo dos ex-cônjuges ao pagamento de montantes necessariamente elevados («preju tantes» e, mais gravemente ainda, o seu ressarcimento, até porque obrigará um ------cação donovo regimejurídicododivórcio. quanto à conveniência da adopção de mecanismos de acompanhamento da apli convicção profunda minha a República da Assembleia à devermanifestar meu ser institucional, lealdade e consciência de imperativos por entendo, novo regime, do aprovação da torno em reunida maioria expressiva a obstante Não parentais. responsabilidades das exercício ao assim, bem e, adquiridos, de comunhão da casaram em comunhão de bens e agora são sujeitos inelutavelmente ao regime que os para nomeadamente partilha, da momento no bens de regime ao tivas rela normas das aplicação à associada litigiosidade a acrescerá isto tudo A 14. dos processosdedivórcio. lias nos contextos matrimonial e pós-matrimonial e, inclusivamente, no desfecho funcionamento dos tribunais como, o que é mais grave, na estabilidade das famí próprio no só não nefastos, efeitos terá litigiosidadade de aumento tal Um 13. posição maisfragilizada. terão de sujeitar-se os ex-cônjuges, designadamente os que se encontram numa que a suplementares financeiros e pessoais custos inerentes os com distinto, foro para e subsequente momento para remetida agora divórcio, do torno em litigiosidade crescente uma de expectativa a dificuldades estas a Acresce 12. negativa para umlargo conjunto dapopulaçãofeminina». revelou-se apreço em diploma do constante ora ao semelhantes regimes zidos a mesma Associação que «A experiência de outros países em que foram introdu acautela «os direitos das mulheres vítimas de violência doméstica». Acrescenta não e mulheres» e homens entre facto de igualdade com sociedade «uma de ficcionada» social realidade numa «assenta divórcio do jurídico regime novo o ção Portuguesa de Mulheres Juristas aos diversos grupos parlamentares, de que 11. Vale a pena recordar a afirmação, constante do parecer enviado pela Associa Aníbal CavacoSilva O PRESIDENTEDA REPÚBLICA 21 deOutubro2008 - - - - - 321 ANEXOS órgãos de governo próprio, o artigo 234º da Constituição, vincula o Presidente o vincula Constituição, da 234º artigo o governopróprio, de órgãos porquanto a norma constitucional específica sobre a dissolução e demissão dos posta para o artigo 114º do Estatuto, de audição dos órgãos de governo regional, pro redacção da constante obrigação, a com sucede que o justamente é Ora, 4. pela ConstituiçãodaRepública». autorizados expressamente sejam não que soberania de órgãos dos petências com- às limites obrigaçõese Político-Administrativoimpor a vir se Açores, dos Estatuto do caso o é como ordinária, lei por de, futuro, no invocado ser poderia que precedente, o aceitar político, sistema nosso o alicerça que poderes, de cia interdependên e separação da fundamental princípio o para «perigoso seria que País ao assinalar dever meu ser entendi tempo, devido Em Portugueses. 3. As minhas objecções de fundo são conhecidas dos Senhores Deputados e dos 8 deOutubro2007. em Açores, dos Legislativa Assembleia na discursar palavrasao as proferi que retomar para portuguesa», democracia da frutuosas mais criações das «uma um Estado unitário, como sempre valorizei as autonomias das regiões insulares, tuição da República, que consagra o modelo autonómico regional no quadro de Consti a cumprir fazer e cumprir de compromisso o assumi só não facto, De 2. expurgado dediversas inconstitucionalidadesqueantesoafectavam. agora Estatuto, presente no concretizado e Portuguesa República da tituição Cons na acolhido autonómico modelo o negativo sobre juízo qualquer reflecte 1. Quero começar por afirmar que a não promulgação do diploma em apreço não seguintes fundamentos: os com diploma, aquele promulgar não Portuguesa, República da Constituição da 136º artigo do termos nos decidi, Açores, dos Autónoma Região da trativo aprovaque terceiraRepública, a da Estatutobleia do revisão Político-Adminis Assem da 246/X nº Decreto o lei, como promulgado ser para recebido, Tendo Mensagem àAssembleiadaRepública apropósito do Estatuto Político-Administrativo dosAçores da devolução dodiplomaqueaprova arevisão ------323 ANEXOS 324

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS consta precisamente do artigo 69º, nº 1 do Estatuto, o que confirma a incongru nas assembleias legislativas das regiões autónomas. É também, de resto, o que representados partidos os e Estado de Conselho o tão-só ouvir a República da exercício dos poderes dos diversos órgãos de soberania é realizado no quadro da o causa: em posta ser pode não que essencial, regra numa assenta governo de 9. Considero que o funcionamento da democracia portuguesa e do nosso sistema Parlamento Regional. do dissolução de presidenciais poderes dos exercício ao aplicável ser entende que constitucional norma uma expressamente, indicar, ao inferior,normativa interpretar a letra da Constituição, sem credencial para o efeito, através de fonte pretender de ponto ao vai intolerávelprecedente, um criar lador,de além para 8. Ao inovar nesta matéria, em relação a versões anteriores do Estatuto, o legis distintos dosdaLeiFundamental daRepública. alteração de e emissão de procedimentos e regras possui qual a ordinária, lei simples por compressão ou alteração de susceptível é não Constituição, nossa das competências dos órgãos de soberania, tal como se encontra desenhado na exercício o qual o segundo princípio o precisamente, mais português, Estado do político-institucional arquitectura da fundamentais princípios de violação a possibilidade de impor tal vinculação ao Presidente da República seria admitir 7. Antes de qualquer apreciação de natureza jurídica sobre a matéria, admitir a decisivos davidapolíticaregional. momentos nos ouvidos foram sempre próprio governo de órgãos os que lado, Legislativa dos Açores foi dissolvida pelo Presidente da República, e, por outro Assembleia a jamais autonomia, de anos trinta em que, aliás, referir-se, Deve governo. de sistema nosso do configuração à respeito diz que no República da regional, mas sim uma questão de princípio e de salvaguarda dos fundamentos 6. O que está em causa, naturalmente, não é uma questão de relevo da autonomia regionais. órgãos os com destes e si entre soberania de órgãos dos relacionamento são um de quadro no inadmissível e grave precedente um criar significaria prevê, especificamente e expressa Constituição a que daquelas além para entidades, 5. Impor ao Presidente da República, através de lei ordinária, a audição de outras ência doreferidoartigo 114ºdomesmoEstatuto. - - vel do ponto de vista do normal funcionamento das instituições da República. da instituições das funcionamento normal do vista de ponto do vel inadmissí manifestamente é que o Constituição, da margem à feita soberania de órgão um de poderes de limitação uma trata-sede República, da Presidente ao relativamente ocorre que do semelhança À Constituição. na ocorridas tanto excepcionais ou para adaptar preceitos do Estatuto a mudanças de fundo entre entendam ser absolutamente necessárias para, por exemplo, enfrentar situações que alterações introduzir de impedidos ficarão República da Assembleia à dos Deputa os estatutária, revisão de processo um curso em esteja que Sempre nacional. coesão a para problemas graves criar poderá que «hiper-rigidez» de carácter um pois, adquirirá, Açores dos Político-Administrativo Estatuto O 15. assembleia representativa detodososcidadãosportugueses. cando de uma competência que a Constituição lhe atribui e lhe impõe enquanto da República procedeu a uma inexplicável autolimitação dos seus poderes, abdi Assembleia a Estatuto, do 140º artigo do 2 nº do norma atravésda facto, De 14. de soberania. órgãos os e regionais órgãos os entre relacionamento o dificultar poderá que rigidez de grau um adquirindo regionais, deputados pelos fixado normativo objecto seu o ter a passará República, da lei uma embora sendo Estatuto, O 13. sejam alteradas eque,comotal,constemdasuapropostaderevisão. Parlamentares, as normas que a Assembleia Legislativa da Região pretenda que Grupos ou alterar,poderáDeputados apenas seus República dos iniciativa por 12. Decorre desta disposição que, em futura revisão do Estatuto, a Assembleia da Região AutónomadosAçores. da Político-Administrativo Estatuto do revisão de processo ao respeita que no tar o poder de iniciativa legislativa dos seus Deputados e Grupos Parlamentares, artigo 140º do Estatuto, através da qual a Assembleia da República decidiu limi- do 2 nº do norma à também estendem-se princípio de objecções minhas As 11. cionamento detodasasinstituiçõesdaRepública. fun normal o para prejuízo grave com soberania, de órgão outro qualquer de ou presidenciais competências as ordinária lei por condicionar legítimo seria doravantefundamental, princípio este a desvio um admitido fosse acaso Se 10. ordinária. legislação da fortuita contingência da mercê à ficar podendo não Constituição, - - - - - 325 ANEXOS 326

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS 27 deOutubro2008 Aníbal CavacoSilva O PRESIDENTEDA REPÚBLICA da RepúblicaPortuguesa. que decidi não o promulgar, em cumprimento do meu mandato como Presidente nº 2 – que colocam em sério risco aqueles equilíbrios político-institucionais, pelo enfermava, continuaa possuirduasnormas–asdoartigo 114ºedoartigo 140º, 17. Odiplomaemcausa,aindaqueexpurgado deinconstitucionalidades deque unitário queacolhenoseuseioossistemasautonómicosinsulares. Estado um de contexto no incontornáveis, e claras constitucionais normas por funcionamento da República Portuguesa como um sistema democrático, regido ao imprescindíveis são Ambos outro. por regionais, órgãos os e soberania de entre os diversos órgãos de soberania, por um lado; o equilíbrio entre os órgãos equilíbrio o República: nossa da fundamentais equilíbrios dois preservar de 16. Na chamei ocasião oportuna, a atenção dos Portugueses para a necessidade no futuro? forma o poder de iniciativa secundária dos deputados que venham a ser eleitos internacional, será prudente e razoável a Assembleia da República onerarfinanceira de crise tal actual a demonstra o como incerteza, grande de tempo Num papel aexercer nestabatalha pelaqualidadedademocracia. e hoje a ele regresso, pois considero que a comunicação social tem também um dade da nossa democracia. Tenho abordado esse tema em diversas intervenções A isenção e o pluralismo da comunicação social são valores essenciais da quali realidade nacionaleinternacional. a com portugueses muitos de contacto de instrumentos principais dos um é e variados mais públicos aos chegar permite rádio A massas. de comunicação de meio outro nenhum porventura, como, cidadãos os entre contraditório de e dagem dos mais diversos temas. A rádio permite a criação de espaços de diálogo A rádio tem um radioeléctrico. ritmo próprio, que espaço favorece a o reflexão e a profundidadepercorre na abor que o tudo a atentos estar de pois, Temos, é inquestionável que a informação radiofónica possui uma elevada credibilidade. Tal não sucede por acaso. Além das naturais funções de lazer e de entretenimento,mativo maiscredível. os com nicação Social», a primeira grande investigação sobre a relação dos Portugueses Comu de Meios dos Recepção de No«Estudo rádio. pela veiculada informação na confiam Portugueses os que concluem conhecem, bem todos que recentes, trabalhos contrário:Pelo comunicação. de meio enquanto importância perdeu Nos nossos dias – e ao contrário do que muitos por vezes supunham –, a rádio não forma muitocalorosa. de e distância, palavraà vossaudar que possa compreendem isso, por e, falada da importância a conhecem ninguém, que do mais rádio, da profissionais Os imagem. a e física presença a superar podem sentidas, são e ditas são quando sobretudo palavras, as que julgo Real, Vila em convosco estar não de Apesar Radiodifusão. Portuguesade organizadora,Associação entidade a a como bem Radiodifusão, de Nacional Congresso XI neste participantes os todos Saúdo , a maioria dos inquiridos considerou a rádio como o meio infor meio o como rádio a considerou inquiridos dos maioria a media, ao XICongressoNacionaldeRadiodifusão Palácio deBelém,14Novembro2008 Mensagem dirigida - - - - 327 ANEXOS 328

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS sereno e objectivodebate sobre este assunto, um um debate para o qual os lançar meios de comu de temos fáceis, populismos a ou demagogia à ceder Sem caloroso apreço. mais e maior meu o merece isso, por também E, Portugueses. dos confiança a A rádio tem sabido manter a isenção, a qualidade e o pluralismo. Por isso, merece sabilidade edefirmedefesadasuaindependêncialiberdade. meios de comunicação e dos seus profissionais, exige-se uma atitude de respon dos parte Da jornalística. actividade da livre exercício no indirectamente, ou Da parte dos poderes públicos, existe um dever essencial: não interferir, directa jornalistas apressõesilegítimas. dos imunidade a social, comunicação de meios dos independência a mativo, infor pluralismo o pressupõe e exige regime um de democraticidade A ticos. polí agentes pelos ou formais instituições pelas apenas passa não regime um nicação terão de ser necessariamente convocados. Porque a democraticidade de - - - - importante apoioealentoquesemprevos dão. importante o familiares e filhos vossos aos agradecer queremos também Portugal.Mas de nome em fazem que sacrifícios pelos País do apreço o exterior segurança no destacados de agentes e militares aos expressar gesto, este com Queremos, os vossos filhosefamiliarespróximos. sição de presépios. Eu e a minha Mulher quisemos partilhar este momento com Hoje, inauguramos no Palácio de Belém a árvore de Natal e a já tradicional expo motivo deelogiogeneralizado. são populações as com proximidade e amizade de laços estabelecer para dade capaci vossa a e altruísta, e profissional desempenhar.digna, conduta vossa A a chamados foram que missões as perigosas vezes, muitas e, complexas, São cia deSegurança Pública. Aérea – e também da Guarda Nacional Republicana, além de elementos da Polí Força da e Exército do Marinha, da – Armadas Forças nossas das militares de mundo, o todo por espalhados operações de teatros em presença, a para ções ignoradas. Exigem um combate firme, e constituem uma das principais motiva As actuais ameaças à segurança e ao desenvolvimento dos povos não podem ser de apoioàpaz. e humanitárias militares operações nas participar a e terrorismo o combater para internacional comunidade da esforços nos «presente» dizer a levam nos que razões das exemplo trágico um são Bombaim em atentados recentes Os daPazArmadas pelovosso desempenhoaoserviço edosDireitosHumanos. reconhecimento do Presidente da República e Comandante Supremo das Forças É com um sentimento de profunda gratidão que vos falo, transmitindo o público nistão, Iraque, Kosovo, Líbano,Timor-Leste,ounoMarMediterrâneo. de paz no exterior do território nacional, em pontos tão distantes como o Afega internacionais missões nas envolvidos portugueses os todos a hoje, Dirijo-me, Mensagem dirigidaaosMilitareseAgentes de SegurançaemMissãonoEstrangeiro Palácio deBelém,5Dezembro2008 - - - - - 329 ANEXOS 330

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS A todos vós quero, em meu nome e no de todos os Portugueses, expressar pro expressar Portugueses, os todos de no e nome meu em quero, vós todos A e deumbomAnoNovo. Aproveito esta ocasião para vos enviar os meus calorosos votos de um feliz Natal lutarem porumPaís maispróspero. cá, de lado no de, e familiar núcleo do estabilidade a assegurarempróximos de são vos que àqueles cabe que responsabilidade pesada a esquecemos não E do nomedePortugal palcosdacenainternacional. nosmaisimportantes prestígio o para contributo vosso pelo sincero apreço e reconhecimento fundo - revisão doEstatuto vaiestarimpedida decorrigiroqueagora sefez. nova uma a futuro, no chamada, seja que República da Assembleia outra Uma A situaçãoagora criadanãomaispoderá sercorrigida pelosdeputados. Mas oabsurdonãosefica por aqui. Trata-se deumasoluçãoabsurda,comofoi sublinhadoporeminentesjuristas. de Conselho o Estado, oGoverno RegionaldosAçoreseaprópriaAssembleiadaRegião. e representados nela partidos dos além para ouvir, que terá ParaRepública da Presidente o Açores, Legislativados Assembleia dissolvera de Estado. Conselho o e representados nela partidos os ouvidos República da Presidente Nos termos da Constituição, a Assembleia da República pode ser dissolvida pelo Legislativa dosAçoresdoquepara adissolução daAssembleiaRepública. Assembleia da dissolução à toca que exigênciasno mais a sujeito estar a passa De acordo com uma norma introduzida no Estatuto, o Presidente da República políticas doPresidentedaRepúblicaprevistasnaConstituição. competências das exercício o ordinária, lei por restringe, grave: muito dente prece um introduz República da Assembleia pela aprovado agora Estatuto O O queestáemcausaéosuperiorinteressedoEstadoportuguês. Não étão-poucoumaquestãodemaioroumenorrelevo daautonomiaregional. Este nãoéumproblemadoactualPresidentedaRepública. neste processo. causa em está que o compreendam Portugueses os que importante muito É por mimtinhamsidosuscitadas. que objecções duas as deputados, dos maioria pela foramacolhidas, não é, Isto qualquer alteração. sem República da Assembleia pela confirmada 19, dia passado no foi, vetada, mim por sido tinha que Açores, dos Estatuto do revisão a aprovou que lei A Declaração relativa àpromulgaçãodoEstatuto Político-Administrativo dosAçores Palácio deBelém,29Dezembro2008 - 331 ANEXOS 332

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS que asobjecçõesdoPresidente daRepúblicatinhamtodaarazão deser? vindas dos mais variados quadrantes, terem apelado a que o fizesse, considerando Por que é que a Assembleia da República não alterou o Estatuto apesar de vozes, maiorias existentesacada momento. pelas aprovada ordinária legislação contingênciada da mercê à ficar pode não O exercício dos poderes do Presidente da República constantes da Constituição o normalfuncionamentodasinstituiçõesdaRepública. Presidente da República por lei ordinária, abala o equilíbrio de poderes e afecta agoraprecedente o que isso por É exercícioo limitar de do poderes dos aberto, pretação daConstituiçãopara o exercício dospoderes presidenciais? Será normal e correcto que a Assembleia da República imponha uma certa inter confere? lhe Constituição a que poderes os exercer deve ele como forma a República da Presidente ao imponha soberania de órgão um que correcto e normal Será de soberania. Está também em causa uma questão de lealdade no relacionamento entre órgãos que isso. do mais muito É jurídico-constitucional. questão uma de apenas trata se não E tos essenciaisquealicerçamonossosistemapolítico. O que está em causa é uma questão de princípio e de salvaguarda dos fundamen solvida enãoprevejo quesurjamrazões para ofazernofuturo. dis foi nunca autonomia, de anos 30 em Açores, dos Legislativa Assembleia A da República. Presidente actual do problema qualquer causa em está não disse, Como hipotecados para sempre. foram matéria, nesta República, da Assembleia à deputados dos poderes Os tendam quesejamalteradas. pre regionais deputados os que normas aquelas alterar poderão só futuro, no segundo a qual os deputados do parlamento nacional, que venham a ser eleitos disposição uma aprovou República da Assembleia actual a que dizer isto Quer feita peloparlamento dosAçores. bleia da República de alterar as normas que não tenham sido objecto de proposta Isto porque foi acrescentada ao Estatuto uma disposição que proíbe a Assem a proíbe que disposição uma Estatuto ao acrescentada foi porque Isto - - - - - Como PresidentedaRepública,fiz,emconsciência,oquedeviafazer interesses nacionais. impedir que interesses partidários de ocasião se sobrepusessem aos superiores Nunca ninguém poderá dizer que não fiz tudo o que estava ao meu alcance para alcance para defenderossuperioresinteressesdoEstado. meu ao estava que o tudo fiz não Açores, dos Estatuto pelo criado precedente grave o com confrontado que, dizer vez alguma poderá ninguém nunca Mas que aquilo digo. cumpro eu e Constituição a cumprir de compromisso o Assumi Assim, promulgueihojeoEstatuto Político-Administrativo dosAçores. dias. oito de prazo no promulgá-lodeverá este República, da Presidente pelo vetado Nos termos da Constituição, se a Assembleia da República confirmar um diploma A serassim,aqualidadedanossademocracia sofreuumsériorevés. lhi, restampoucasdúvidasquantoaisso. afirmações feitasao longo do processo e pelas informações que em privado reco das e comportamentos dos análise Pela República. da Assembleia da decisão a para partidárias meramente razões apontaram que vozes as várias Foram na resoluçãodosgraves problemasqueafectamavidadaspessoas? Principalmente, quando a atenção dos agentes políticos devia estar concentrada . - 333 ANEXOS que vigora desde 1976,écontrário aosprincípios constitucionais. prática sistemática de fraudes ou ilícitos eleitorais; ou concluir-se que tal regime, à azo dado tinha termo pôr pretende agorase que a regime vigência,o de anos tura, ocorresse uma de duas situações: verificar-se que, ao fim de mais de trinta porven se, admitir-se poderia só agoraproposta alteração a contexto, Neste 4. é obrigatório. em o que presencial voto da República, a para Presidência eleições do nas que permitido, é correspondência por voto o que em República, da Assembleia a para eleições nas dodobro, em cerca elevada, mais é significativamente torais revelador: a participação dos eleitores residentes no estrangeiro extremamente em actos elei dado um aliás, Existe, referência. de internacionais tituições ins de estudos em evidenciado sido tem e atravésporta-voz, Eleições, seu do de Nacional Comissão a como independente entidade uma por tempo, devido em alertado, foi como tal abstenção, a promover irá que elemento um titui cons Janeiro, de 30 de 95-C/76, nº Decreto-Lei do revogação da decorrente estrangeiro, no residentes cidadãos dos presencial voto do exclusividade A 3. entre Portugal eassuascomunidadesespalhadaspeloMundo. aproximação maior uma garantir para fazer tudo de Portugueses os perante assumi sempre desde que compromissos a correspondem imperativosTais 2. cívica epolíticadetodososcidadãos. dentes no estrangeiro com o País e contribuir para um aumento da participação resi Portugueses dos laços os fortalecer nacionais imperativos Constituem 1. com osfundamentosseguintes: orgânica, lei aquela promulgar não República, da Constituição da 136º artigo do termos nos decidi, República), da Assembleia a para Eleitoral (Lei Maio de 16 de 14/79, nº Lei à alteração quinta décima à procede que República, da bleia Assem da 261/X nº Decreto o lei, como promulgado ser para recebido, Tendo Mensagem àAssembleiadaRepública apropósito da devolução dodiplomaquealteraaLeiEleitoral para aAssembleiadaRepública ------335 ANEXOS 336

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS 6. Por outro lado, a Constituição não impõe a presencialidade do voto nas elei nas voto do presencialidade a impõe não Constituição a lado, outro Por 6. emigração nuncaforam contestadospelasdiversas forçaspolítico-partidárias. voto por correspondência. Pelo contrário, os resultados obtidos nos círculos da do através praticados eleitorais ilícitos verificados foram nem fraude de ções situa- de ocorrência a demonstra não décadas três de mais de experiência A 5. Programa do Governo, no seu capítulo relativo à «Valorização das Comunidades nossas comunidades no estrangeiro. Assim, não foi certamente por acaso que o das necessidades as pleno em satisfazer de incapaz é esta que concluir forçoso torna-se consular, rede nossa da dimensão a justamente, conta, em Tendo 10. estrangeiro relativamente aoPaís. criando um sentimento negativo de afastamento dos Portugueses residentes no rede consular e para a redução do porte pago no envio de publicações periódicas,da reestruturação a para destaque com controvérsia, profunda suscitado têm contexto em que algumas medidas num com incidênciasurge nasapreço comunidades em emigrantesdecreto o que conta em ter lado, outro por Importa, 9. a manifestaçãodeumlaçocívico,políticoeafectivo comPortugal. tros para exercerem um direito fundamental que é, no caso em apreço, também obrigaria milhares de pessoas a percorrerem centenas ou milhares de quilóme qual o presencial, exercíciovoto do ao inerentes dificuldades paraas atenção a representativas da diáspora e por cidadãos, a título individual, todos chamando organizações por feitos apelos os numerosos sido têm sentido, mesmo No 8. demente essedesejoparticipativo dosnossos compatriotas». mais a participação cívica e política da comunidade portuguesa, onerando gran ainda afastar irá (…) presencial voto «o que afirmou dirigiu, me que carta em que, e audiência, em recebi recentemente que Portuguesas, Comunidades das zar, a qual, não por acaso, foi objecto da firme oposição do Conselho Permanente 7. Não se vislumbram, pois, motivos para a alteração que agora se pretende reali a Suécia,Austrália, osPaíses Baixos ouaNova Zelândia. a Noruega, o Luxemburgo, a Espanha, a Itália, o Reino Unido, a Suíça, a Bélgica, Irlanda, a Dinamarca, a Canadá, o Áustria, a Alemanha, a outros, muitos entre presencialidade do voto e admitem o voto por correspondência,da podendoe citar-se,pessoalidade da princípios os claramente distinguem que desenvolvidos países diversos de linha na situando-se República, da Assembleia a para ções - - - - que o Programa do XVII Governo Constitucional, no capítulo relativo às «Insti relativoàs capítulo no GovernoConstitucional, XVII do Programa o que alheia no processo eleitoral e assegura o sigilo do voto». Importa notar, todavia, vontade de intervenção não a garante candidato, do escolha a faz que eleitor próprio o é que atesta presencial voto o «só porque voto, do presencialidade da de Lei nº 562/X salienta que só em situações excepcionais se deve afastar a regra 14. Não pode deixar de se assinalar que a Exposição de Motivos do citado Projecto residentes noestrangeiro. para eleitores específicos cidadãos círculos os dois de prevêexistência se a vas pois nestas existe um círculo nacional único, ao passo que nas eleições legislati paralelo com a situação que ocorre nas eleições para o Presidente da República, qualquer tem não presencial voto do obrigatoriedade a apreço, em caso No 13. que actualmentevigora. postal voto de modelo o que do intensa mais até forma uma de eleitoral rência transpa a ameaçar pode que o Consulares, Trabalhadores dos Sindicato pelo inviolabilidade das urnas situadas fora dos consulados, tal como foi sublinhado da garantia da o como problemas outros, entre colocam-se, dias, três durante decorra votação a que prevê se como que, mais tanto desiderato, tal alcançar permita sistema novo o que seguro é não 562/X, nº Lei de Projecto do Motivos de Exposição na afirma se como tal sufrágio, de processo no rigor» e parência 12. Além disso, se o objectivo proposto é alcançar uma maior «fiabilidade, trans em queseaproxima oactoeleitoral. efectiva, adequada e atempada multiplicação dos locais de voto, num momento garantiruma permitam que dados existem não países, outros a Relativamente permitem o exercício do direito de voto fora das instalações oficiaisnão portuguesas.autoridades respectivas as –, numerosas portuguesas comunidades com dimensões grandes de países em concretamente, e, – países alguns em que de conta dão que oficiais informações recebidas sido têm que porém, Sucede, 11. e emsedesdomovimento associativo português. acolhimento de países dos autoridades pelas disponibilizadas oficiais talações ins- em nomeadamente consulares, secções e postos os não que locais noutros realizar possa se voto o que admite diploma novo o que acaso por é não modo, ordem a minorar a deslocação física dos utentes aos postos consulares». De igual Portuguesas», alude ao recurso «às tecnologias da informação e comunicação em - - - - 337 ANEXOS 338

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS 3 deFevereiro de2009 Aníbal CavacoSilva O PRESIDENTEDA REPÚBLICA que tem permitido o exercício do direito de voto por parte dos Portugueses resi de fraudes eleitorais – o que não é o caso – justificariam a alteração de um modelo ocasiões, creio que só razões muito ponderosas ligadas à verificação sistemática diversas em salientado tenho como jovens,tal dos especial em muito cidadãos, os todos de política participação a promover necessário mais vez cada torna se tecnologias, novas às recurso com até que, em tempo num síntese, Em 15. que «prepareaintroduçãodorecursomeioselectrónicosdevoto». político» sistema do «modernização uma defende Democrática», Vida e tuições devolvendo-o para osdevidosefeitosàAssembleia daRepública. Assim, e pelas razões atrás anunciadas, entendi não promulgar o Decreto emigrantes eàsualigação aPortugal, sejaquantoaomomentoemqueocorre. nº 261/X, dos política participação à refere se que no efeitos e conteúdo seu ao quanto 18. A medida que agora se pretende introduzir afigura-se, pois, inoportuna, seja para afiabilidadedosufrágio. cinco continentese,emsimultâneo,agarantia dequedaínãoexistirá umrisco dos pontos vários votoem de locais exigedos mesma multiplicação a a quando tempo o disponível para a introdução consideravelmente de uma mudança limita desta natureza, sobretudo eleitoral acto do aproximação a que Acresce 17. lugar eleiçõeslegislativas. dário alargado, tanto mais que a mesma é introduzida num ano em que irão ter interparti consenso um de sufrágio,objecto de fosse procedimentos com nada 16. Seria aconselhável que uma alteração deste alcance, numa matéria relacio dentes noestrangeiro. - - - da Universidade de Lovaina e estando a sua conclusão prevista para meados do um estudo que apresentar identifique tais indicadores, a encontrando-se a sua realização a cargo comprometeu-se Europeia Comissão a documento, Nesse da União. Estados diversos nos comunicação de meios dos «real» pluralismo o concreta, foram ainda identificados os indicadores capazes de aferir, de forma objectiva e Union» European the of States Member the in pluralism Media – Document Working Staff «Comission documento o respeito, este a citar-se, devendo comunitárias, instituições estudo nas em encontra se que relevância tal uma aliás, possui, matéria Esta 3. imprensa edeinformação. de liberdades as para ameaça uma representar limite, no possa, concentração sua a que impedir a e social comunicação de garantirmeios pluralismoa dos o tendentes medidas de aprovação a questionada ser pode não sentido, Neste 2. ou cruzadas. impedir a sua concentração, designadamente através de participações e múltiplas social comunicação de órgãos dos independência a e liberdade a assegurar deve Estado o que 38º, artigo seu do 4 nº no Constituição, a ainda Determina se informaredeserinformado. nos termos do artigo 37º da Constituição, compreende o direito de informar, de democrático, em articulação com a liberdade de expressão e informação, a qual, 1. A liberdade de imprensa representa um valor fundamental do Estado de direito da República,nãopromulgar aquelediploma,comosfundamentosseguintes: meios de comunicação social, decidi, nos termos do artigo 136º da Constituição dos concentração não da e pluralismo do Lei a aprova que República, da bleia Assem da 265/X nº Decreto o lei, como promulgado ser para recebido, Tendo da nãoconcentraçãodosmeiosdecomunicaçãosocial devolução dodiplomaqueaprova aLeidopluralismoe Mensagem àAssembleiadaRepública apropósitoda [SEC(2007)32], o qual refere expressamente que não não que expressamente refere qual o [SEC(2007)32], - 339 ANEXOS 340

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS sector, uma harmonização de regras no espaço europeu, não devendo contribuir- no investimentos dos internacionalização crescente da efeito por até selhável, estabilidade das disposições que regem esta actividade, como é altamente acon transparência da titularidade dos meios de comunicação. Ora, a não e só informativo deve pluralismo existir o este, como sensível tão domínio num garantir, a ao Direito Comunitário ou ficar aquém das medidas nele consignadas com vista 6. A lei agora aprovada poderá, assim, vir, a breve trecho, revelar-se desconforme ser emitidas. a venham curso, em discussões das e trabalhos dos sequência na que, nitário vaguardando, no nº 3 do artigo 21º, a aplicação das disposições de Direito Comu 5. Não por acaso, o presente diploma evidencia a sua própria precariedade, sal justifique apremênciadaemissãodeumdiplomadestanatureza. que social comunicação da pluralismo de défice um países, noutros sucederá porventura que contráriodo ao nós, entre existir parecendo não problemática, esta debater e estudar a encontra se Europeia União a que em momento num social comunicação da sector no profundidade desta e alcance deste alteração uma introduzir pretendido haja se que logo, desde questionável, é Assim, 4. Co-ordination ofMediaAffairs». 7. Além do mais, deve atender-se ao facto de, justamente em virtude da importân de comunicaçãosocial. nacionais grupos dos competitividade de perda paraa desnecessariamente ‑se corrente ano, segundo a informação oficial disponibilizada pela muito vastodeproblemas. conjunto um suscita independência, a e pluralismo o para riscos dos riguação ave a sobre lei, presente da 21º e 20º artigos dos normas das articulação A 8. caso, justificando-se,assim, umesforçoadicionalpara alcançar taldesiderato. presente no sucedeu não que o plural, e interpartidário consenso um de objecto ser politicamentedevam informação de liberdade à atinentesmatérias as que especial dever de rigor e independência no exercício da sua missão. Daí, também, um impendaentidade esta sobre que Daí comunicaçãosocial. daregulação de maioriamuito ampla –dois terços dos Deputados –da lei respeitante àentidade ção impor, em norma específica, o artigo 168º, nº 6, alínea a), a aprovação por uma cia desta matéria para a salvaguarda do Estado de direito democrático, a Constitui «Task Force for ------conseguem captarmaiores audiências. bar por se sancionar aqueles que, pelo seu mérito e pela qualidade da sua oferta, abstracto, uma maior «influência», não é menos certo que desta forma pode aca em corresponderá, audiência maior uma a que certo é Se público. do parte por receptividade sua a ser,afinal, social comunicação de meio dado um de ência» «influ da indiciário critério o de facto o ainda questionar poderá se Sempre 12. mais, ocarácterdestediploma. inoportuno vez uma atesta, que o comunitário», direito pelo adoptados ser a vierem que dade, ao afirmar «sem prejuízo dos [indicadores de pluralismo e independência] precarie- própria sua a assume 21º artigo do norma a ainda, lado outro Por 11. problemas para ofuturodacomunicação socialemPortugal. pressupostos,gravesemergirpoderãoreconhecimentoaosquanto privado, do um acréscimo de intervenção pública, quanto aos objectivos, e uma dependência de referência – e, logo, de padrão de controlo. Desta paradoxal convergência entre meio»(artigoinstrumento 20º),o aferição de deixarápadrão poderservirde de vados reconheçam ou não como credível. Se acaso deixar de ser «reconhecido no controlo – no fundo, o alicerce de todo o edifício fiscalizador – é aquele que os pri tal efectuar para recorre que a instrumento o simplesmente, empresas; as sobre nesteparticular, objectivootem aumentar de controlo o entidadesdas públicas 10. Emerge aqui, de facto, um paradoxo que deve ser salientado. O presente diploma, de mercado. contraproducentesefeitos até para transparência maior uma de fim o alcançar ter poderá e sector no problemas graves criará que o aferição, de meios tais de fiabilidade a reconhecer de deixarem a audiência maior com empresas as levar poderá regime deste aplicação própria a contrário, Caso televisão. na e rádio na audiências, as e escrita, imprensa na edição, por média circulação a um reconhecimento generalizado dos instrumentos de aferição que irão medir obtido ter se após aplicada ser devesse só género deste medida uma que Daí bilidade dealgunsmeiosaferiçãoactualmenteutilizados. grandesector,no instabilidade fia da torno em consenso existe não porquanto criar pode densifica, não diploma do 2º artigo o que indeterminado, conceito deste uso o Ora, meio». no reconhecidos aferição de através«instrumentos dos 9. Desde logo, a quantificação das percentagens referidas no artigo 20º será feita - - - - 341 ANEXOS 342

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS e de independência em face do poder. Ao invés, a circunstância de uma dada dada uma de circunstância a invés, Ao poder. do face em independência de e capacidade de influência pode decorrer justamente da sua marca de pluralidade «influente». E o facto de ser «influente» não significa menor independênciaextremamente – tal ser pode publicação uma audiência, escassa com que Ainda encontrase paraOra,ideias e demonstrada.independência. destas a nenhuma pluralismo o para risco um a necessariamente equivale influência maior a que essenciais: (1) a de que maior audiência é sinónimo de maior influência; (2) a de ponderação. O presente de diploma, nos seus objecto artigos 20º e ser 21º, parte de deveria duas ideias que base de pressuposto um de decorre isto Tudo 15. decisório decontornosdifíceisavaliar eaté de escrutinar publicamente. toriais»), o que, no fundo, acabará por conferir à entidade reguladora um poder edi orientações das «diversidade directores», e jornalistas dos independência da salvaguarda de «mecanismos opinião», de correntes diversas das confronto assentam igualmente em conceitos indeterminados («existência de expressão e Ao que acresce que as possibilidades de defesa concedidas às empresas visadas consiste «omeio»eemquesematerializa o«reconhecimento»? dade completa, necessitando de ser «reconhecidos pelo meio». De resto, em que dos por procedimentos técnicos que, nesta fase, ainda não possuem uma fiabili e algo intangível (a «influência») através de padrões quantitativos que são aferi Na verdade, o presente diploma pretende aferir um elemento qualitativo, difuso da aceitaçãopelosprópriosvisados. trumento de medição que não se especifica qual seja e, mais ainda, que depende riguação dos poderes de influência»: todo o seu funcionamento assenta num ins 14. Aqui reside, de facto, uma das debilidades estruturais do mecanismo de «ave- funcionamento destesistemadeaveriguações serãopostosemcausa. o todo e credibilidade a toda – prevê expressamente 21º artigo o que hipótese uma – fidedignos são não aferição de instrumentos os que provar conseguir lesivo para a própria fiabilidade dos meios de aferição. Assim, se uma empresa iráempresa uma demonstrar êxitoo possui não que atribuem),lhe que é como fundo, (no mercado de lógica numa absurdo lado, um por é, que o – denciam evi aferição de meios os que sucesso o têm não que demonstrar cabendo-lhes prova», da ónus do «inversão uma modo, algum de será, sucesso, maior de sas 13. O ponto é tanto mais delicado quanto o que se prevê, relativamente às empre ------blica, nãopromulgar oDecretonº 265/XdaAssembleiaRepública. Repú da Constituição da 136º artigo do termos nos decidi, motivos, estes Por meios decomunicaçãosocial. dos independência a e pluralismo próprio o incluindo relevo, de públicos ses domínio da vida económica, o que pode pôr em causa a prossecução de interes desenvolverempúblicas num entidades actividades demais e Estado o de dade possibili a veda como possibilidade, essa inteiro por veda formulada, está que em termos nos 13º, artigo no prevista acesso de restrição a Simplesmente, 20. domínio davidaeconómicaeempresarial. ou outras entidades públicas tenham a necessidade imperiosa de intervir neste Estado o sectores, noutros ocorreu que do semelhança à que, de possibilidade a liminarmente excluir de é não social, comunicação de meios dos pendência 19. Ora, na actual conjuntura económica, e até para salvaguardar a própria inde 82º daLeiFundamental. artigo pelo salvaguardada propriedade de sectores dos coexistência a estando públicas, entidades demais e vedadosEstado económica ao actividade de tores 18. Importa ter presente que, nos termos da Constituição, não devem existir sec sas dessesectordevem, emregra, serdatitularidadedeentidadesprivadas. diploma, sem prejuízo de se reconhecer, como sempre sustentei, que as empre presente do 13º artigo no definida públicas, entidades de parte por social ção comunica de actividades a acesso ao restrição a ponderada ser 17.ainda Deve se aferepelonível deadesãoqueaquelesuscitajuntodopúblico. cutível: o de que a maior ou menor independência de um meio de comunicação dis- pressuposto um de partindo –, comunicação de meios dos independência 16. Em síntese, o diploma em causa pretende alcançar um objectivo saudável – a ou outrospoderes. político poder ao face independência maior logo, e, solidez maior conferir-lhe mente que ela seja menos independente – o sucesso que possui pode justamente empresa ter uma grande aceitação por parte do público não significa necessaria Aníbal CavacoSilva O PRESIDENTEDA REPÚBLICA 2 deMarço2009 ------343 ANEXOS Passos da Agenda 346

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS 24 a26deMarço2008.VisitaEstado aMoçambique. do Brasil, Arlindo Chinaglia. em audiência,oPresidentedoCongresso Dia 13•OPresidentedaRepúblicarecebe, MARÇO 2008 de EstadoaMoçambique. Drª MariaCavaco SilvarealizamumaVisita Dias 24a26•OPresidentedaRepúblicae 348

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS do CongressoIbéricoPoder Judicial. em audiência,aComissãoOrganizadora Dia 10 • O Presidente da República recebe, dos 25AnosdoTribunalConstitucional. preside àSessãoSoleneComemorativa Dia 09•OPresidentedaRepública Saúde –«OTempo daVida». 10ª EdiçãodoFórum Gulbenkiande preside àcerimóniadeabertura da Dia 08•OPresidentedaRepública Portugueses –CGTP-IN. Confederação Geral dosTrabalhadores recebe, emaudiência,adirecçãoda Dia 04•OPresidentedaRepública na AssembleiadaRepública. a SimoneVeil eaKofi Annan, Prémio Norte-Sul doConselhodaEuropa naCerimóniadeEntregaparticipa do Dia 01•OPresidentedaRepública ABRIL 2008 1 deAbril2008.PrémioNorte-SuldoConselhodaEuropa. Encontro InformaldeChefes Estado. da RepúblicaàÁustria,porocasião do Dias 29e30•VisitadoPresidente Senado daAustrália, AlanFerguson. recebe, emaudiência,oPresidentedo Dia 28•OPresidentedaRepública da à SessãoComemorativa dos25Anos • OPresidentedaRepúblicapreside de Almeida. da RepúblicaàFundação Eugénio Dia 26•VisitadoPresidente Aniversário do25deAbril. na CerimóniaComemorativa doXXXIV naAssembleiadaRepública, participa, Dia 25•OPresidentedaRepública de SãoTomé ePríncipe,Patrice Trovoada. em audiência,oPrimeiro-Ministro • O Presidente da República recebe, Moroz. do Parlamento daUcrânia, Alexandre recebe, emaudiência,oPresidente Dia 21•OPresidentedaRepública da Madeira. República àRegiãoAutónoma Dias 14a19•VisitadoPresidenteda Meglena Kuneva. a Política deDefesadoConsumidor, audiência, aComissáriaEuropeiapara • OPresidentedaRepúblicarecebe,em Comércio eIndústriaÁrabe-Portuguesa. em audiência,adirecçãodaCâmara de Dia 11•OPresidentedaRepúblicarecebe, OVIBEJA . 14 a19deAbril2008.VisitaàRegiãoAutónomadaMadeira. 349 PASSOS DA AGENDA 350

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS 29 e30deAbril2008.EncontroInformalChefesEstado, Áustria. 25 deAbril2008.SessãoSolenenaAssembleiadaRepública. de SuasMajestadesosReisdaSuécia. Dias 05e06•VisitadeEstadoaPortugal Republicana. do 97ºAniversário daGuardaNacional naCerimóniaComemorativaparticipa Dia 03•OPresidentedaRepública MAIO 2008 5 e6deMaio2008.VisitaEstado dosReisdaSuécia. 351 PASSOS DA AGENDA 352

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS alusiva aoacto. Lisboa, proferindoumaintervenção o DecretodeRatificação doTratado de Dia 09•OPresidentedaRepúblicaassina Oriente, emLisboa. preside àinauguração doMuseu 12 deMaio2008.Encontro « Dia 08 •OPresidentedaRepública Os Jovens eaPolítica» , PaláciodeBelém. 8 deMaio2008.MuseudoOriente. Nacional deFreguesias– em audiência,adirecçãodaAssociação Dia 14 • da OrdemTorre eEspada. Cerimónia Comemorativa dos200Anos • OPresidentedaRepúblicapresideà Thomas F. Stephenson. dos EstadosUnidosdaAmérica, recebe, emaudiência,oEmbaixador Dia 13•OPresidentedaRepública promovido peloPresidentedaRepública. Dia 12•Encontro«OsJovens eaPolítica», Senador EduardoFrei. o ex-PresidentedaRepúblicado , recebe, emaudiência, Dia 16•OPresidentedaRepública e CaldasdaRainha. República aosConcelhosdoCadaval Dia 15•DeslocaçãodoPresidenteda O Presidente da República recebe, ANAFRE. Prémio Pessoa 2007àhistoriadora nacerimóniadeentregaparticipa do Dia 26•OPresidentedaRepública Informação eComunicação. a Ciência,dedicadaàsTecnologias da Dias 19e20•4ªJornada doRoteiropara à FinaldaTaça dePortugal emFutebol. Dia 18•OPresidentedaRepúblicaassiste 19 deMaio2008.4ªJornadadoRoteiroparaaCiência,Almada. 26 deMaio2008.PrémioPessoa 2007. 27 deMaio2008.VisitaEstado dosReisdaNoruega. no 10ºaniversário doseufalecimento. ao DoutorFrancisco Lucas Pires, preside àSessãodeHomenagem Dia 31•OPresidentedaRepública Pöttering.Europeu, Hans-Gert audiência, oPresidentedoParlamento • OPresidentedaRepúblicarecebe,em de Inovação Social. noCongressoInternacional participa Dia 30•OPresidentedaRepública de SuasMajestadesosReisdaNoruega. Dias 27e28•VisitadeEstadoaPortugal e investigadora IrenePimentel. 20 deMaio2008.4ªJornadadoRoteiroparaaCiência,Braga. 353 PASSOS DA AGENDA 354

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS 3 deJunho2008.Escola daApelação. 2 deJunho2008.5ºEncontroNacionalInovação COTEC. Assembleia Geral da 5º EncontroNacional deInovação eà preside àSessãodeEncerramento do Dia 02•OPresidentedaRepública nafasefinaldoEuro-2008. participa a SelecçãoNacional deFutebol que Dia 01•OPresidentedaRepúblicarecebe JUNHO 2008 em audiência,adirecçãodaCâmara • OPresidentedaRepúblicarecebe, de Loures. Agrupamento Apelação,doConcelho Associações Juvenis dasEscolasdo noEncontrocomas participa Dia 03•OPresidentedaRepública COTEC Portugal. recebe, emaudiência,oex-Primeiro- Dia 05•OPresidentedaRepública da República de Chipre, Marios Garoyian. audiência, oPresidentedoParlamento • OPresidentedaRepúblicarecebe,em André CastilhodosSantos. da Administração Pública,Dr. Gonçalo confere posseaoSecretáriodeEstado Dia 04•OPresidentedaRepública Inaugural da a Saragoça, por ocasiãodaCerimónia Dia 13•VisitadoPresidentedaRepública Centenário daRepública. Organizadora dasComemorações do confere posseaosmembrosdaComissão Dia 12•OPresidentedaRepública da República. do Castelo,presididaspeloPresidente Comunidades Portuguesas, emViana do DiadePortugal, deCamõesedas Dias 09e10•CerimóniasComemorativas Nacional, àqualpreside. reunião doConselhoSuperiordeDefesa na • OPresidentedaRepúblicaparticipa Ordem dosMédicosDentistas. recebe, emaudiência,adirecçãoda Dia 06•OPresidentedaRepública de Timor-Leste,Dr. MariAlkatiri. ‑Ministro daRepúblicaDemocrática audiência, umadelegação do • OPresidentedaRepúblicarecebe,em dos Técnicos OficiaisdeContas. Dia 16•OPresidentedaRepública EXPO 2008 . CDS-PP . o Centro de Acolhimento para Refugiados Dia 20•OPresidentedaRepúblicavisita dos ProfessoresdeHistória. em audiência,adirecçãodaAssociação Dia 19 • O Presidente da República recebe, Sindical dosJuízes Portugueses. em audiência,adirecçãodaAssociação Dia 18 • O Presidente da República recebe, Dr. HenriquedoNascimento Rodrigues. em audiência,oProvedor deJustiça, Dia 17•OPresidentedaRepúblicarecebe, Assembleia MunicipaldePortalegre. recebe, emaudiência,osmembrosda 13 deJunho2008.EXPO 2008,Saragoça. 9 e10deJunho2008.ComemoraçõesdoDiaPortugal, VianadoCastelo. 20 deJunho2008.Centro deAcolhimentoparaRefugiados,Bobadela. Parlamento Europeu. da Conferência deLíderesdosParlamentos da UniãoEuropeia,porocasião almoço aosPresidentesdosParlamentos • OPresidentedaRepúblicaofereceum Loures. na Bobadela, Português para osRefugiados,situados e oseuEspaço«Criança»,doConselho UE , dosPaíses Candidatos edo 355 PASSOS DA AGENDA 356

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS 22 deJunho2008.MesquitaLisboa. de Lisboa. 40º Aniversário daComunidadeIslâmica nasComemoraçõesparticipa do Dia 22•OPresidentedaRepública Dr. LuísMoreno. Alberto Interamericano deDesenvolvimento, em audiência,oPresidentedoBanco • OPresidentedaRepúblicarecebe, 20 deJunho2008.MuseudosCoches. 28 deJunho2008.AudiênciaPapal,Vaticano. 27 deJunho2008.EncontroCOTEC Europa, Nápoles. Dia 26•OPresidentedaRepública Victor Yushchenko. Presidente daUcrânia eSenhora de Dia 23•VisitaOficiala Portugal do o Papa XVI. Bento em audiência,porSuaSantidade Drª MariaCavaco Silva sãorecebidos, Dia 28•OPresidentedaRepúblicaea do IVEncontroda naSessãodeEncerramentoparticipa Dia 27•OPresidentedaRepública Bin Humaid. Saudita, SheikhMohammadBinSaleh Conselho Consultivo doReinodaArábia recebe, emaudiência,oPresidentedo em Nápoles. COTEC Europa, do Partido Social Democrata – recebe, emaudiência,adirecção Dia 08•OPresidentedaRepública ‑Ministro deMarrocos,AbbaselFassi. recebe, emaudiência,oPrimeiro- Dia 05•OPresidentedaRepública Fronteira eao Paço DucaldeVilaViçosa. aos concelhosdeAlterdoChãoe Dia 04•VisitadoPresidentedaRepública Enfermeiros. em audiência,adirecçãodaOrdemdos Dia 01 • O Presidente da República recebe, JULHO 2008 audiência, adirecçãodoSindicato dos • OPresidentedaRepúblicarecebe,em Sua AltezaoAga Khan. em audiência,seguidadealmoço, Dia 10•OPresidentedaRepúblicarecebe de Pequim. nosJogosparticipante Olímpicos recebe aSelecçãoOlímpicaPortuguesa Dia 09•OPresidentedaRepública 11 deJulho2008.Escola deSargentosdoExército,CaldasdaRainha. PSD . de Lima. Sousa eTâmega eaoConcelhodePonte República àregiãodosVales doAve, Dias 17e18•VisitadoPresidenteda da AssembleiaRepública. e oslíderesdosGruposParlamentares recebe oPresidente,osVice-Presidentes Legislativa, oPresidentedaRepública Dia 16•Por ocasiãodofinaldaSessão Bruto daCosta. Económico eSocial,Prof.DoutorAlfredo em audiência,oPresidentedoConselho Dia 14 • O Presidente da República recebe, Caldas daRainha. a EscoladeSargentos doExército nas Dia 11•OPresidentedaRepúblicavisita Jorge Taiana. Estrangeiros daArgentina, em audiência,oMinistrodosNegócios • OPresidentedaRepúblicarecebe, Magistrados doMinistérioPúblico. 357 PASSOS DA AGENDA 358

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS 18 deJulho2008.VisitaaoVale doAve. em audiência,oPresidentedaRepública • OPresidentedaRepúblicarecebe, José Ramos-Horta. República Democrática deTimor-Leste, recebe, emaudiência,oPresidenteda Dia 24•OPresidentedaRepública regional. eleições para a AssembleiaLegislativa Açores, comvistaàmarcaçãodadata das Legislativa daRegiãoAutónomados políticos representadosnaAssembleia recebe, emaudiência,ospartidos Dia 22•OPresidentedaRepública da RepúblicadeCaboVerde. Dia 21 25 deJulho2008.EntregadoPrémioCamões. •VisitaOficialdoPresidente 31 deJulho2008.Encontro Governo da Conferência deChefesEstadoe nostrabalhosparticipa daVII Dia 25•OPresidentedaRepública da PiedadeDiasdosSantos. República deAngola, Fernando em audiência,oPrimeiro-Ministroda • OPresidentedaRepúblicarecebe, Hugo Chávez. daVenezuela,Bolivariana Tracking –AOdisseiadoTalento. noEncontroStar participa Dia 31•OPresidentedaRepública Fonseca. Língua Portuguesa, EmbaixadorLuís Executivo daComunidade dosPaíses de do InfanteD.Henrique,oex-Secretário condecora, com aGrã-CruzdaOrdem Dia 30•OPresidentedaRepública ao escritorAntónioLoboAntunes. cerimónia deentrega doPrémioCamões na • OPresidentedaRepúblicaparticipa em Lisboa. Países deLínguaPortuguesa, realizada CPLP –Comunidadedos Star Tracking Star , Lisboa. recebe, emaudiência,adirecção da Dia 09•OPresidentedaRepública Cavaco SilvaàEslováquia. Presidente daRepúblicaeDrª Maria Dias 04e05•VisitadeEstadodo a Varsóvia eaCracóvia. Cavaco SilvaàPolónia, deslocando-se Presidente daRepúblicaeDrªMaria Dias 02a04•VisitadeEstadodo SETEMBRO 2008 a Feira deAgosto, emGrândola. • OPresidentedaRepúblicainaugura Continuados da Misericórdia de Odemira. inaugura aUnidadedeCuidados Dia 27•OPresidentedaRepública AGOSTO 2008 27 deAgosto2008.Feira deAgosto,Grândola. Dia 15•OPresidentedaRepública Natural doDouroInternacional. República aTrás-os-Montes eaoParque Dia 12•DeslocaçãodoPresidenteda Champalimaud deVisão2008. na cerimóniadeentrega doPrémio • OPresidentedaRepúblicaparticipa Fundação AristidesdeSousaMendes. recebe, em audiência, o Primeiro ‑ Ministro 359 PASSOS DA AGENDA 3 de Setembro de 2008. Concerto em Varsóvia. 2 de Setembro de 2008. Museu da Insurreição, Varsóvia.

4 de Setembro de 2008. Visita de Estado à Eslováquia. 2 de Setembro de 2008. Visita de Estado à Polónia.

de São Tomé e Príncipe, Joaquim Rafael Dia 29 • O Presidente da República Branco. recebe, em audiência, o Vice-Presidente • O Presidente da República visita a da Comissão Europeia, António Tajani. Escola Secundária D. Dinis, em Lisboa. • O Presidente da República recebe, em Dia 16 • O Presidente da República audiência, a direcção da Confederação preside à Sessão Comemorativa dos Geral dos Trabalhadores Portugueses – 175 Anos do Supremo Tribunal de Justiça. CGTP-IN. Dia 18 • O Presidente da República efectua Dia 30 • O Presidente da República uma visita ao exercício militar «Felino 08», recebe, em audiência, a direcção da no Regimento de Infantaria 10, Confederação Nacional das Instituições em Aveiro. de Solidariedade. • O Presidente da República participa na cerimónia de entrega dos Prémios Gazeta 2007 do Clube dos Jornalistas. Dias 22 a 25 • Visita a Nova Iorque, por ocasião da Abertura da 63ª Assembleia

Geral da Organização das Nações AGENDA DA PASSOS Unidas. 361

5 de Setembro de 2008. Exposição «Café Portugal». Bratislava. 5 de Setembro de 2008. Centro Histórico de Bratislava. 22 de Setembro de 2008. Encontro com o Secretário-Geral da ONU. Outubro 2008 Dia 01 • O Presidente da República e Ansião e inauguração do Centro de recebe, em audiência, a direcção do Interpretação da Batalha de Aljubarrota. Partido Social Democrata – PSD. Dia 17 • O Presidente da República Dias 03 e 04 • 1ª Jornada do Roteiro inaugura a exposição «Portadores da para a Juventude, dedicada ao tema Luz» da Missão Paralímpica Portuguesa «Autonomia dos Jovens e Associativismo». Pequim 2008 e assiste à Cerimónia de Dia 05 • Cerimónias comemorativas do Assinatura de Protocolo EPIS do Concelho Dia da Implantação da República. de Odivelas. Dia 08 • O Presidente da República Dia 26 • O Presidente da República recebe, em audiência, uma delegação preside à Sessão de Encerramento do CDS-PP. do 40º Congresso Nacional da Liga Dia 10 • O Presidente da República dos Bombeiros Portugueses. recebe, em audiência, o Grupo de Líderes • O Presidente da República inaugura a

12 de Setembro de 2008. Parque Natural do Douro Internacional. Empresariais do Brasil – LIDE. Biblioteca Municipal José Cardoso Pires, Dia 11 • Deslocação aos Concelhos de em Vila de Rei. Albergaria-a-Velha, São João da Madeira Dia 27 • O Presidente da República

4 de Outubro de 2008. 1ª Jornada do Roteiro para a Juventude, Porto. PASSOS DA AGENDA DA PASSOS 363

25 de Setembro de 2008. Bolsa de Nova Iorque. 5 de Outubro de 2008. Comemorações da Proclamação da República. 4 de Outubro de 2008. Exposição no Palácio de Belém. 364

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS Comércio noBrasil. Conselho dasCâmaras Portuguesas de recebe, emaudiência,umadelegação do Dia 28•OPresidentedaRepública União Geral de Trabalhadores. da comemoração do30ºAniversário da do Movimento Sindical»,porocasião Conferência Internacional«OsDesafios preside àSessãodeAberturada 11 deOutubro2008.CentroNegóciosAnsião. 26 deOutubro2008.40º CongressoNacionaldaLigadosBombeirosP 26 deOutubro2008.BibliotecaMunicipalJoséCardosoPires,VilaRei. 11 deOutubro2008.CentroEscolar deAlbergaria-a-Velha. ortugueses. em audiência,aDrªGraça Machel. Dia 13•OPresidentedaRepúblicarecebe, da RepúblicadeMaltaaPortugal. Dia 12•VisitaOficialdoPresidente Comunicações. para oDesenvolvimento das promovido pelaAssociaçãoPortuguesa « Comunicações, subordinadaaotema 18ª Edição do Congresso das preside àSessãodeAberturada Dia 11•OPresidentedaRepública Profª DrªSlavica Djukic-Dejanovic. da AssembleiaNacional daSérvia, recebe, emaudiência,oPresidente Dia 06•OPresidentedaRepública Associação EmpresarialdePortugal. recebe, emaudiência,adirecçãoda Dia 05•OPresidentedaRepública já agraciado com idênticadistinção. homenageia oProf.DoutorLuís Archer, o Prof.DoutorWalter Osswald,e o Dr. Jorge Biscaiae o Prof.DoutorDanielSerrão, da OrdemdeSantiago daEspada condecora com aGrã-Cruz Dia 04•OPresidentedaRepública Teresa Gonçalves Ribeiro. dos AssuntosEuropeus,DrªMaria confere posseàSecretáriadeEstado Dia 03•OPresidentedaRepública Novembro 2008 TIC eAlterações Climáticas», 4 deNovembro de2008.HomenagemaosPioneirosdaBioéticaemPortugal. 11 deNovembro de2008.CongressodasComunicações. 365 PASSOS DA AGENDA 366

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS do IIEncontrodaRede naSessãodeEncerramentoparticipa Dia 20•OPresidentedaRepública Lisboa». «Arte está presentenainauguração da Dia 19•OPresidentedaRepública Luís Simões. Logístico Carregado II,doGrupo preside àinauguração doEntreposto Dia 17•OPresidentedaRepública do Mar2008. e noEncerramento dasJornadas do AnoLectivo daEscolaNaval naSessãoSolenedeAbertura participa Dia 14 da COTEC •OPresidentedaRepública Portugal. PME 19 deNovembro de2008.Inauguraçãoda«ArteLisboa». Inovação para aGlobalizaçãoda nareuniãodoIIIConselho participa Dia 21•OPresidentedaRepública inaugura onúcleo-sede doMuseude Dia 24•OPresidentedaRepública Bailado, ocoreógrafo ArmandoJorge. fundadores daCompanhiaNacional de Tchaikovski, econdecora umdos assiste aobailadoQuebra-Nozes,de Dia 22•OPresidentedaRepública Estrangeiros. e oMinistrodeEstadodosNegócios oPrimeiro-Ministro que participam para umencontro eumjantar, em o PresidentedaFederação daRússia • OPresidentedaRepúblicarecebe COTEC Portugal. Novas. Dia 28-VisitaaoConcelhodeTorres a BibliotecaMunicipaldeMeda. • OPresidentedaRepúblicainaugura Solene doDiadaCidade. Eduardo LourençoepresideàSessão inaugura, naGuarda,aBiblioteca Dia 27•OPresidentedaRepública Fernández Vara. Estremadura deEspanha,Guillermo em audiência,oPresidentedaJunta da • OPresidentedaRepúblicarecebe, de Timor-Leste,XananaGusmão. ‑Ministro daRepúblicaDemocrática recebe, emaudiência,oPrimeiro- Dia 26•OPresidentedaRepública das MisericórdiasPortuguesas. inaugura, emLisboa, asededaUnião Dia 25•OPresidentedaRepública de DeputadosEspanha,José Bono. em audiência,oPresidentedoCongresso • OPresidentedaRepúblicarecebe, Sines eCasadeVasco daGama. 20 deNovembro de2008.EncontrodaRedePMEInovação. 25 deNovembro de2008.UniãodasMisericórdiasPortuguesas, Lisboa. 27 deNovembro de2008.BibliotecaEduardo Lourenço,Guarda. 24 deNovembro de2008.CasteloSines. 368

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS recebe osmembrosdadirecção Dia 04•OPresidentedaRepública a Feitoria Inglesa,noPorto. Drª MariaCavaco Silvavisitam • OPresidentedaRepúblicaea da Maia. • VisitaaoParque deCiênciaeTecnologia em Matosinhos. Eléctricos para parqueseólicos, Transformadores eFábrica deGeradores uma delegação da Dia 09•OPresidentedaRepúblicarecebe estrangeiro. de segurança destacadosemmissõesno presença dosfilhosdemilitareseagentes Presépios doPalácio coma deBelém, deNatala Árvore eaExposiçãode a DrªMariaCavaco Silvainauguram Dia 05•OPresidentedaRepúblicae Nacional, àqualpreside. reunião doConselhoSuperiordeDefesa na • OPresidentedaRepúblicaparticipa Portugueses. • OPresidentedaRepúblicainaugura Software, emCoimbra. inaugura asnovas instalaçõesdaCritical Dia 12•OPresidentedaRepública Nacional daAgricultura. CAP • Visitaà Canaveses. Dia 03•VisitaaoConcelhodeMarco Dezembro 2008 –Confederação deAgricultores EFACEC –Fábrica de CNA –Confederação Armadas. a AssociaçãodosDeficientes das Forças Dia 19•OPresidentedaRepúblicavisita cumprimentos deBoas-Festas. do Governo, quelheapresentam o Primeiro-Ministroeosmembros • OPresidentedaRepúblicarecebe Boas-Festas. apresentam cumprimentosde da AssembleiaRepública,quelhe Líderes dosGruposParlamentares o Presidente,osVice-Presidentese Dia 18•OPresidentedaRepúblicarecebe Portuguesa de Autores. Literários do na cerimóniadeentrega dosPrémios • O Presidente da República está presente Portuguesa. de EmbaixadoresFalantes daLíngua oferece umalmoçoconstitutivo doGrupo Dia 15•OPresidentedaRepública D. Henrique. a Grã-CruzdaOrdemdoInfante 100º aniversário, agraciando-o com Manoel deOliveira, porocasiãodoseu presta homenagem aocineasta Dia 13•OPresidentedaRepública Plus, emOliveira doBairro. a Fábrica dePainéis Fotovoltaicos • OPresidentedaRepúblicainaugura Misericórdia deVouzela. a UnidadedeCuidadosContinuadosda PEN Clube,naSociedade Solar Dia 20 de Angola, Dr. AssunçãoAnjos. Relações ExterioresdaRepública recebe, emaudiência,oMinistrodas Dia 30•OPresidentedaRepública da OrdemdosMédicosVeterinários. em audiência,oConselhoDirectivo • OPresidentedaRepúblicarecebe, anual dosprocessosdeindulto. o MinistrodaJustiça para apreciação Dia 22•OPresidentedaRepúblicarecebe provenientes detodo opaís. para vítimasdeviolênciadoméstica, técnicos eutentesdecasasabrigo ‑se, noPalácio comdirigentes, deBelém, 19 deDezembro2008.AssociaçãodosDeficientesdas Forças Armadas. •OPresidentedaRepúblicareúne- 5 deDezembro2008.ExposiçãoPresépios,PalácioBelém. 3 deDezembro2008.PaçosdoConselho,MarcoCanaveses. 3 deDezembro2008.ParqueCiênciaeTecnologia daMaia. 3 deDezembro2008.VisitaàEFACEC. 369 PASSOS DA AGENDA 370

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS 12 deDezembro2008. Fábrica dePainéisFotovoltaicos, Oliveira doBairro. 27 deJaneiro2009.Abertura doAnoJudicial. Conselho dasComunidadesPortuguesas. os membrosdoConselhoPermanente do Dia 07•OPresidentedaRepúblicarecebe por ocasiãodoSeminárioDiplomático. recepção aoCorpoDiplomático Português, • O Presidente da República oferece uma Pedro Pires. o PresidentedaRepúblicadeCaboVerde, • OPresidentedaRepúblicarecebe Brasil, CelsoAmorim. o MinistrodosNegócios Estrangeiros do Dia 05•OPresidentedaRepúblicarecebe J aneiro 2009 30 deJaneiro2009.Congresso daCNIS,Fátima. das InstituiçõesdeSolidariedade. 4º CongressodaConfederação Nacional preside, emFátima, àaberturado Dia 30•OPresidentedaRepública Judicial. à Sessão Solene de Abertura do Ano preside, noSupremoTribunaldeJustiça, Dia 27•OPresidentedaRepública China, Yang Jiechi. Exteriores daRepúblicaPopular da em audiência,oMinistrodasRelações Dia 21•OPresidentedaRepúblicarecebe, de EmbaixadoresIbero-americanos. oferece umalmoçoemhonra doGrupo Dia 19•OPresidentedaRepública dos Países deLínguaPortuguesa. Conselho EmpresarialdaComunidade recebe, emaudiência,anova direcçãodo Dia 16•OPresidentedaRepública o InstitutoPortuguês doSangue. Dia 14•OPresidentedaRepúblicavisita Diplomático acreditadoemPortugal. os cumprimentosdeAnoNovo doCorpo Dia 12•OPresidentedaRepúblicarecebe 371 PASSOS DA AGENDA 372

ANÍBAL CAVACO SILVA | ROTEIROS 13 deFevereiro de2009.2ªJornada doRoteiroparaaJuventude, QuintadoConde,Sesimbra. Assembleia Legislativa da recebe, emaudiência,oPresidenteda Dia 09•OPresidentedaRepública de Paiva eAnadia. República aosConcelhosdeCastelo Dia 06•DeslocaçãodoPresidenteda República. Comemorações doCentenárioda da ComissãoNacional para as recebe, emaudiência,umadelegação Dia 04•OPresidentedaRepública ao escritorMárioCláudio. do PrémioLiterário Fernando Namora preside àSessãoSolenedeEntrega Dia 02•OPresidentedaRepública Fevereiro 2009 Dia 16 • O Presidente da República recebe, Associativismo Juvenil: eCultura». Arte a Juventude –«Autonomia, Dias 13e14•2ªJornada doRoteiropara «A Evolução deDarwin». Gulbenkian, aexposiçãointitulada inaugura, naFundação Calouste Dia 12•OPresidentedaRepública em audiência,umadelegação doCDS-PP. Dia 10 • O Presidente da República recebe, de Portugal, Dr. VítorConstâncio. em audiência,oGovernador doBanco •OPresidentedaRepúblicarecebe, Dr. MiguelMendonça. Região AutónomadaMadeira, 12 deFevereiro de2009.Exposição"AEvolução deDarwin". 6 deFevereiro de2009.Oliveira doArda,CastelodePaiva. 14 de Fevereiro de 2009. 2ª Jornada do Roteiro para a Juventude, Barcarena. em audiência, o Presidente da Comissão març0 2009 Europeia, Dr. José Manuel Durão Barroso. Dias 03 a 06 • O Presidente da República Dia 17 • O Presidente da República e a Drª Maria Cavaco Silva realizam preside à Sessão Solene Comemorativa uma Visita de Estado à República Federal dos 140 Anos do Nascimento do da Alemanha, deslocando-se a Berlim, Almirante Gago Coutinho. Munique e Osnabrück. Dia 18 • O Presidente da República encontra-se com os Embaixadores dos

países asiáticos acreditados em Lisboa. 3 a 6 de Março de 2009. Visita de Estado à Alemanha. Dia 19 • O Presidente da República está presente na Sessão de Abertura

17 de Fevereiro de 2009. Homenagem a Gago Coutinho.. do III Congresso da Comunidade Médica de Língua Portuguesa. Dia 25 • O Presidente da República recebe, em audiência, a direcção da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses – CGTP-IN. Dia 27 • O Presidente da República recebe, em audiência, o Presidente do Governo Regional dos Açores, Dr. Carlos César.

13 de Fevereiro de 2009. 2ª Jornada do Roteiro para a Juventude, Tramagal. PASSOS DA AGENDA DA PASSOS 375 Coordenação Casa Civil da Presidência da República

Fotografias Luís Filipe Catarino e Gonçalo Santos (fotos das páginas 360 e 361)

Design gráfico Teresa Olazabal Cabral Tipo de Letra: MayeurText e Flama de Mário Feliciano

Acompanhamento de edição am edições / antónio alves martins

Da presente edição fez-se uma tiragem de 3.000 exemplares em papel Munken Lynx certificado pelo “Forest Stewardship Council”, (papel produzido por métodos respeitadores do ambiente)

Acabou de imprimir-se em Abril de 2009 nas Oficinas Gráficas da Imprensa Nacional-Casa da Moeda

ISBN 978-972-27-1802-8

Depósito Legal 291456/09