Fundamentos Para Uma Gramática De Funções Aplicada Ao Português
Total Page:16
File Type:pdf, Size:1020Kb
R 4 MARIA JOÃO BROA MARTINS MARÇALO FUNDAMENTOS PARA UMA GRAMÁTICA DE FUNÇÕES APLICADA AO PORTUGUÊS COLECÇÃO CARLOS ASSUNÇÃO CARLOS PREFÁCIO R AO PORTUGUÊS APLICADA DEFUNÇÕES GRAMÁTICA UMA PARA FUNDAMENTOS MARÇALO MARTINS JOÃO BROA MARIA UNIVERSIDADECENTRO DEDE ESTUDOSÉVORA EM LETRAS É V O RA - M M I X LINGUÍSTICA LINGUÍSTICA 4 FUNDAMENTOS PARA UMA GRAMÁTICA DE FUNÇÕES APLICADA AO PORTUGUÊS MARIA JOÃO BROA MARTINS MARÇALO FUNDAMENTOS PARA UMA GRAMÁTICA DE FUNÇÕES APLICADA AO PORTUGUÊS COLECÇÃO LINGUÍSTICA 4 CENTRO DE ESTUDOS EM LETRAS UNIVERSIDADE DE ÉVORA ÉVORA • MIX M Título: Fundamentos para uma gramática de funções aplicada ao Português Colecção: LINGUÍSTICA 4 Autora: MARIA JOÃO BROA MARTINS MARÇALO Prefácio CARLOS ASSUNÇÃO Edição: CENTRO DE ESTUDOS EM LETRAS UNIVERSIDADE DE ÉVORA Depósito Legal: 296792/09 ISBN: 978-972-99292-1-2 Data de saída: Julho de 2009 Tiragem: 200 exemplares Execução Gráfica: BARBOSA & XAVIER, LDA. - Artes Gráficas Rua Gabriel Pereira de Castro, 31-A e C 4700-285 BRAGA Tel. 253 618 263 / 253 263 063 • Fax 253 615 230 e-mail: [email protected] Edição apoiada pela Prefácio Dando continuidade ao seu programa de publicações, o Centro de Estudos em Letras, das Universidades de Trás-os-Montes e Alto Douro e de Évora e do Instituto Superior da Maia, deliberou aceitar a publicação «Fundamentos para uma Gramática de Funções Aplicada ao Português», da Doutora Maria João Martins Marçalo, membro efectivo do referido centro de investigação. Trata-se da sua tese doutoral apresentada à Universidade de Évora, sob a orientação de Salvador Gutiérrez Ordoñez. Tanto na introdução como nos capítulos em que a obra está estruturada dá a Doutora Maria João Marçalo provas claras de conhecimentos da sintaxe funcional de Alarcos através da leitura atenta e rigorosa das obras de Gutiérrez, uma vez que a autora aplica o método funcionalista à sintaxe portuguesa baseando-se nas propostas linguísticas defendidas pelo Académico da Real Academia Española, Salvador Gutiérrez Ordoñez, ao longo de décadas de tra- balho de investigação e muitas publicações sem esquecer de que na base desses trabalhos do ilustre académico espanhol está a teoria sintáctica funcionalista de Emilio Alarcos. Como sabemos, as influências de Alarcos e de Martinet, em Portugal, já estão também patentes nas obras de Jorge Morais Barbosa, fundador do cha- mado funcionalismo português, que por sua vez influenciou as obras de Maria Joana de Almeida Vieira dos Santos e de Isabel Maria do Poço Lopes Pinto, entre outras. A obra, que agora se publica, de Maria João Marçalo, professora auxiliar do Departamento de Linguística e Literaturas da Universidade de Évora, é sem dúvida aquela que melhor consegue analisar os trabalhos da gramática funcio- nalista iniciada, em Espanha, pelo Professor Emilio Alarcos e continuada por Salvador Gutiérrez Ordoñez. 7 O aparato apresentado pela Doutora Maria João Marçalo, ao testar e aplicar a gramática de funções ao Português, resulta numa obra que marcará a influênciado funcionalismo ibérico no Português e por isso mesmo é credora de merecidos encómios pelo seu trabalho inovador, metódico, pleno de rigor e que traz novos contributos para o estudo da sintaxe portuguesa. Parafraseando Secundino Vigón Artos no estudo «Influências do funcio- nalismo alarquiano em Portugal», em Península, Revista de Estudos Ibéricos, n.º 4, 2007, muitas das questões abordadas pela Doutora Maria João Marçalo não são novas, bem pelo contrário, são questões que sempre interessaram à linguística, mas a novidade advém do facto de a mesma se revelar para o português como uma teoria científica coerente, sistemática, regida por crité- rios de rigor e simplicidade, dando uma visão de explicação do objecto língua sumamente adequada e de inegável valor descritivo e explicativo que, tendo já demonstrado os seus frutos na aplicação ao espanhol poderá mostrar-se igual- mente rica e produtiva como postulado teórico para uma descrição pertinente do instrumento de comunicação que é o português. Certamente que os assuntos tratados nesta obra, ensejam a discussão entre os académicos, o que é de louvar, dado que da sua leitura motivos não faltam para tal. A autora faculta a toda a academia uma lufada de ar fresco nos estudos da sintaxe portuguesa, ultimamente dominados pelo generativismo. UTAD, 6 de Julho de 2009. CARLOS ASSUNÇÃO 8 ILLE VOS DOCEBIT OMNIA Nota à presente edição Esta publicação retoma o texto apresentado em provas públicas de doutoramento em Linguística, na Universidade de Évora, em 18 de Março de 2005. Por entendermos que o essencial do texto mantém a sua actualidade e pertinência, apenas se acrescentaram à Bibliografia Geral alguns títulos do campo da Linguística Funcional que têm ulti- mamente vindo a lume. Agradecemos ao CEL - Centro de Estudos em Letras UTAD/ UE, nas pessoas do seu Ex.mo Sr. Director, o Professor Doutor Carlos Assunção, e da Ex.ma Sr.ª Professora Doutora Elisa Esteves, a possi- bilidade que agora nos dá de publicar este trabalho, colocando-o ao dispor de um público mais alargado. A AUTORA 11 Abreviaturas e sinais usados FV: frase verbal ou oração N: núcleo NFV: núcleo da frase verbal ou oração SV: sintagma verbal SN: sintagma nominal Sadj: sintagma adjectival Sadv: sintagma adverbial S: sujeito CD: complemento directo CI: complemento indirecto CC: complemento circunstancial ou aditamento Sup: suplemento ( corresponde ao tradicionalmente designado complemento de regência preposicional) E: enunciado EL: enunciado linguístico EP: enunciado pragmático ATR: atributo CN: complemento de nome CADJ: complemento de adjectivo CADV: complemento de advérbio CCL: complemento circunstancial de lugar CCM: complemento circunstancial de meio CCT: complemento circunstancial de tempo 13 CCF: complemento circunstancial de fim CCC: complemento circunstancial de causa CCCo: complemento circunstancial de concessão CCCd: complemento circunstancial de condição CCMa: complemento circunstancial de matéria CCAg: complemento circunstancial de agente ED (ou ed.): estilo directo EI (ou ei.): estilo indirecto VE: verbo enunciativo VdE: verbo de enunciado T: tema ou base TR: transpositor TOP: tópicos CVE: complemento de verbo enunciativo MO: modificador oracional Sinais usados na visualização sintáctica < > : Insere-se entre ângulos o transpositor que efectua transposição a categoria adjectival [ ] : Insere-se entre parêntesis rectos o transpositor que efectua transposição a categoria nominal / / Transposição a categoria adverbial O elemento à direita da seta determina ou subordina-se ao que fica à esquerda da mesma A seta de dupla ponta indica relação de coordenação, e a unidade de relação, se a houver, será indicada entre parêntesis No extremo de um ângulo situam-se os elementos interdependentes 14 À minha filha, sonho impossível tornado realidade Agradecimentos Em primeiro lugar, agradeço ao orientador deste trabalho, o professor Doutor Salvador Gutiérrez Ordóñez. Sem o seu rigor, acutilante espírito crítico e disponibilidade para me orientar e incentivar ao longo de vários anos, sempre, mesmo quando as dúvidas de percurso ou o desânimo me assaltavam, esta tese não teria sido concluída. Quis o meu percurso académico e peregrinação intelectual que usufruísse dos ensinamentos pessoais de vários mestres antes de começar a trabalhar sob orientação do Professor Salvador Gutiérrez. Cumpre destacar o saudoso Professor Manuel Saraiva Barreto, com quem partilhei as aulas de Fonologia e Morfologia do Português e de Teoria da Linguagem, nesta minha Universidade de Évora e cumpre-me também destacar os seminários de Bernard Pottier, na Sorbonne, os ensinamentos de Eugenio Coseriu, em várias universidades de Espanha, os seminários de Henriette Walter, na École Pratique des Hautes Études, e ainda os de Fernand Bentolila e de Christos Clairis na Université René Descartes, também na Sorbonne. Mas honra-me, sobretudo, dar lugar cimeiro a linguistas insignes como André Martinet e Jorge Morais Barbosa, pela constância da amizade e rigor do saber que sempre me transmitiram. Devo ao grande difusor e impulsionador do funcio- nalismo em Portugal, o Doutor Jorge Morais Barbosa, a honra de ter conhe- cido pessoalmente André Martinet 1, no Colóquio da Sociedade Internacional de Linguística Funcional realizado em Praga, em 1991. 1 Da amizade e dos ensinamentos de André Martinet, continuei a usufruir, privilegiada- mente, visitando-o por diversas vezes e a sua esposa, Jeanne Martinet, em Fontenay-aux-Roses. Aí o escutava, e em vivos diálogos, procurava apreender o seu raciocínio límpido e sempre brilhante. Gostaria de dedicar este trabalho ao inesquecível Mestre que para mim foi André Martinet, mas, consciente das muitas imperfeições de que padece este texto, não me atreverei a tal. 17 Creio que não deve haver trabalho intelectual sem risco, risco de dizer coisas novas, risco de pôr em causa os Mestres, risco de não acertar, risco de duvidar, risco de querer perceber, repensar e criticar até o próprio paradigma teórico em que nos movimentamos e no qual existimos cientificamente. Esta quis ser uma tese arriscada. Ao pedir orientação a Salvador Gutiérrez Ordóñez correu-se o risco de confrontar a teoria com o seu teorizador, sabendo, de antemão, que nem sempre o estudo da obra de autores vivos é bem visto nos meios académicos. Não obstante, em boa hora, vencidas as barreiras do espaço geográfico, foi solicitada orientação para o meu projecto de doutoramento. Sempre a liberdade intelectual, o apreço e respeito pelas minhas dúvidas, críticas e ideias, pautaram a actuação de Salvador Gutiérrez