Vedovatojunior Odair M.Pdf
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE ESTUDOS DA LINGUAGEM ODAIR VEDOVATO JÚNIOR KARAJÁ E XAVANTE: PARENTESCO MACRO-JÊ OU CONTATO LINGUÍSTICO? CAMPINAS 2020 ODAIR VEDOVATO JÚNIOR KARAJÁ E XAVANTE: PARENTESCO MACRO-JÊ OU CONTATO LINGUÍSTICO? Dissertação de Mestrado apresentada ao Instituto de Estudos da Linguagem da Universidade Estadual de Campinas, para a obtenção do título de Mestre em Linguística. Orientador: Prof.Dr. Wilmar da Rocha D´Angelis Este exemplar corresponde à versão final da dissertação defendida pelo aluno Odair Vedovato Júnior e orientada pelo Prof. Dr. Wilmar da Rocha D´Angelis CAMPINAS 2020 Ficha catalográfica Universidade Estadual de Campinas Biblioteca do Instituto de Estudos da Linguagem Leandro dos Santos Nascimento - CRB 8/8343 Vedovato, Odair Júnior, 1977- V515k Karajá e Xavante : parentesco Macro-Jê ou contato linguístico? / Odair Vedovato Júnior. – Campinas, SP : [s.n.], 2020. Orientador: Wilmar da Rocha D´Angelis. Dissertação (mestrado) – Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem. 1.Língua karajá. 2. Língua Xavante. 3. Tronco linguístico macro-Jê. 4. Contato Linguístico. I. D´Angelis, Wilmar da Rocha. II. Universidade Estadual de Campinas. Instituto de Estudos da Linguagem. III. Título. Informações para Biblioteca Digital Título em outro idioma: Karajá and Xavante : Macro-Jê origins or language contact? Palavras-chave em inglês: Carajá language Xavante language Linguistic trunk macro-jê Languages in contact Área de concentração: Linguística Titulação: Mestre em Linguística Banca examinadora: Wilmar da Rocha D´Angelis [Orientador] Emílio Gozze Pagotto Mônica Veloso Borges Data de defesa: 24-06-2020 Programa de Pós-Graduação: Linguística Identificação e informações acadêmicas do(a) aluno(a) - ORCID do autor: https://orcid.org/0000-0002-5363-4512 - Currículo Lattes do autor: http://lattes.cnpq.br/119735049782838 BANCA EXAMINADORA: Wilmar da Rocha D’ Angelis Emilio Gozze Pagotto Monica Veloso Borges IEL/UNICAMP 2020 Ata da defesa, assinada pelos membros da Comissão Examinadora, consta no SIGA/Sistema de Fluxo de Dissertação/Tese e na Secretaria de Pós Graduação do IEL. AGRADECIMENTOS Agradeço à Leila e aos meus três filhos, Fiona, Cléo e Santiago, por estarem sempre comigo. E aos meus irmãos, Hugo e Vitor, por nossa amizade. Ao Prof. Wilmar, agradeço muito pela paciência e orientação inigualáveis. A oportunidade de trabalhar ao lado de um professor tão dedicado e um ser humano tão íntegro é realmente especial. Agradeço muito à Juracilda Veiga, por seus conselhos, sua paciência e carinho. O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Brasil (CAPES) – Código de Financiamento-001. Agradeço à CAPES, pela bolsa concedida durante todos esses meses e seu compromisso com a pesquisa no Brasil. Agradeço aos professores e aos funcionários do IEL. Agradeço, em especial, aos funcionários da Secretaria de Pós-Graduação, por sua gentileza e eficiência. Agradeço à colega Beatriz Furlan Toledo por tudo que compartilhamos durante o mestrado e por sua disposição em me ajudar, sempre. E também à colega Juliana Santos, que me ajudou durante toda essa pesquisa com conselhos, dados e motivação. Ao Prof. Emílio Gozze Pagotto, por participar da minha qualificação e também da defesa, além de ter sido um professor que, durante as aulas da graduação, me proporcionou momentos de inspiração para minha jornada acadêmica. Ao Prof. Cláudio André Cavalcanti Couto, por sua atenciosa participação na banca de qualificação e aos professores Angel Corbera Mori (sempre uma presença importante em minha vida acadêmica) e Carolina Coelho Aragon, por aceitarem participar da banca de defesa como suplentes. À Professora Mônica Veloso Borges, agradeço por participar da banca de defesa como titular e por seus textos, através dos quais aprendi muito. A todos aqui citados e aos amigos que conheci durante a graduação e o mestrado, agradeço imensamente. RESUMO Na língua Xavante, um fato se faz notar em relação a outras línguas Jê, especialmente o Xerente, língua irmã do Xavante: onde essas línguas apresentam uma oclusiva velar desvozeada, o Xavante apresenta, em seu lugar, uma oclusiva glotal. Na língua dos seus vizinhos Karajá, uma oclusiva velar desvozeada ocorre na fala feminina, mas não na fala masculina. O Xavante é a única das línguas Jê que não apresenta uma oclusiva velar e o Karajá é a única das línguas Macro-Jê que apresenta marcada diferença entre fala masculina e feminina. Essa particular semelhança poderia ser interpretada, inicialmente, como mero resultado das histórias independentes de cada uma dessas línguas. No entanto, informações históricas sobre migrações dos Xavante atravessando território Karajá no fim do século XVIII permitem que se considere o contato linguístico como possível responsável por essa característica comum. É nessa direção que o presente trabalho se orienta. Como desdobramento dessa análise, pode-se colocar em discussão também, se certas outras características apontadas como de origem genética comum entre o Karajá e outras línguas Macro-Jê, usadas como comprovação do pertencimento da língua Karajá a esse tronco, também não seriam resultado de contato ao invés de origem genética. Palavras-chave: Xavante, Karajá, Macro-Jê, Contato Linguístico, Dialetos de Gênero. ABSTRACT In the Xavante language, an interesting fact can be noted in relation to other Jê languages, especially Xerente, Xavante´s sister language: where those languages present a voiceless velar stop, Xavante has, instead, a glottal stop. In the language of their neighbors, the Karajá people, a voiceless velar stop happens in female speech, but not in the male speech. Xavante is the only Jê language which does not have a velar stop and Karajá is the only language in the Macro-Jê stock presenting a marked difference between male and female speech. This particular similarity could be interpreted, at first, as a mere result of the independent histories of each of the languages. However, historical information on the migrations of the Xavante crossing the Karajá territory during the end of the 18th century allows us to consider linguistic contact as a decisive factor for the existence of this common characteristic. This work aims at exploring these facts. And, as a complementary task, we propose to bring to the discussion whether or not linguistic contact could also be responsible for certain other common features, considered to be of commom genetic origin of Karajá and other Macro-Jê stock languages. Keywords: Xavante, Karajá, Macro-Jê Stock, Language Contact, Gender Dialects. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 – Vocabulário Xavante de Pohl ……………………................................................ 31 Figura 2 – Aldeias Karajá – Comissão Rondon ...................................................................... 60 Figura 3 – Corografia Brasílica ............................................................................................... 63 Figura 4 – Grupo Carajá .......................................................................................................... 74 Figura 5 – Detalhe da “Karte” de Krause ................................................................................ 85 LISTA DE QUADROS Quadro 1 – Prefixos em Karajá e outras línguas Macro-Jê ..................................................... 51 Quadro 2 – Substituição de consoantes em Karajá ................................................................. 53 Quadro 3 – Registros sobre os Karajá e os Xavante ............................................................... 68 LISTA DE MAPAS Mapa 1 – Localização histórica Xavante – Xerente.................................................................18 Mapa 2 – Distribuição dos povos do tronco Macro-Jê............................................................ 22 Mapa 3 – Aldeias Xavante por Maybury-Lewis ..................................................................... 65 Mapa 4 – Movimentação dos Akwén no séc. XVIII ...............................................................69 Mapa 5 – Localização dos Karajá em relação aos Kayapó ..................................................... 83 LISTA DE ABREVIATURAS REL – Prefixo relacional INST – Instrumental NOMLZ - Nominalizador SUMÁRIO I. Introdução ................................................................................................................... 13 II. A importância de uma leitura antropológica e cultural................................................ 15 III. As línguas Xavante e Karajá........................................................................................ 21 IV. Sobre o contato linguístico entre Xavante e Karajá .................................................... 26 V. Falas masculina e feminina em Karajá e a questão da sua origem............................. 32 V.1. Borges 1977...................................................................................................32 V.2. Ribeiro 2012...................................................................................................34 VI. Sobre o pertencimento do Karajá ao tronco Macro-Jê ................................................42 VII. Histórico de contato ....................................................................................................57 VIII. Aspectos Antropológicos e culturais ...........................................................................71 IX. Considerações Finais ...................................................................................................92