Convento Franciscano De Marechal Deodoro Santa Maria Madalena
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O CONVENTO FRANCISCANO DE MARECHAL DEODORO – SANTA MARIA MADALENA MARIA ANGÉLICA DA SILVA (ORGANIZADORAS) MARIA ANGÉLICA DASILVA FERRARE ANA CLÁUDIAMAGALHÃES •JOSEMARY O CONVENTO FRANCISCANO DE MARECHAL DEODORO SANTA MARIA MADALENA THE FRANCISCAN CONVENT OF MARECHAL DEODORO SANTA MARIA MADALENA I. FRANCISCANISMO, QUOTIDIANO, ESPAÇOS E ESTÉTICAS 1 I. FRANCISCANISMO, QUOTIDIANO, ESPAÇOS E ESTÉTICAS 1 O CONVENTO FRANCISCANO DE MARECHAL DEODORO SANTA MARIA MADALENA THE franciscan conVent of marecHAL deodoro SANTA MARIA MADALENA ANA CLÁUDIA MAGALHÃES (ORG.) JOSEMARY FERRARE (ORG.) MARIA ANGÉLICA DA SILVA (ORG.) ALICE JARDIM ÉRICA APRÍGIO FLORA PAIM LOUISE CERQUEIRA LUÍSA ESTANISLAU MARIA MADALENA ZAMBI ROSELINE OLIVEIRA TACIANA SANTIAGO IPHAN CRÉDITOS Presidente da República do Brasil Dilma Rousseff Ministra de Estado da Cultura Ana de Hollanda Presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional Luiz Fernando de Almeida Diretoria do Iphan Andrey Rosenthal Schlee Célia Maria Corsino Estevan Pardi Corrêa Maria Emília Nascimento Santos Coordenação editorial Sylvia Maria Braga Edição e copidesque Caroline Soudant Revisão e preparação Gilka Lemos Versão para o inglês Paula Zimbres Projeto gráfico e diagramação Cristiane Dias Fotos Nelson Kon, Sylvia Braga. Arquivos/Acervos: das autoras, DGEMN, Grupo de Pesquisa Estudos da Paisagem, Iphan, MASEAL e Secretaria de Cultura de Alagoas. Fotógrafos creditados nas imagens. Capa Colunas do adro do Convento de Santa Maria Madalena. Foto de Nelson Kon, 2012. Guarda Detalhe da pintura do forro do coro da igreja. Foto de Alice Jardim, 2010. Frontispício Imagem de vestir. Foto de Nelson Kon, 2012. www.iphan.gov.br | www.cultura.gov.br APRESENTAÇÃO Este livro pretende registrar uma obra de restauração tão monumental quanto o próprio complexo arquitetônico que a recebeu. Trata-se do conjunto conventual franciscano de Santa Maria Madalena em Marechal Deodoro, Alagoas. Os 350 anos de história desse monumento – formado pela Igreja de São Francisco, a Capela da Ordem Terceira e o convento (onde funciona o Museu de Arte Sacra) – dão indício de sua importância. Suas primeiras instalações datavam de meados do século XVII, mas as edificações só começaram a ficar prontas em 1732, para inserir Alagoas entre os estados brasileiros que se beneficiariam de parte do vasto legado franciscano no país. Os frades da ordem de Assis ocuparam o conjunto arquitetônico até o início do século XX. A partir de então o lugar passou a ser transformado para usos diversos: acampamento de soldados, orfanato e até abrigo de refugiados da seca do sertão. Cada mudança de uso desfigurou um pouco de sua estrutura. O abandono e o desgaste pelo tempo completaram o serviço e a Igreja da Ordem Primeira, cujo teto ameaçava ruir, foi interditada no ano de 2000. Agora finalmente todas as atividades, inclusive as litúrgicas, poderão ser retomadas ali. O projeto de recuperação, patrocinado pelo BNDES, a Petrobras, o Iphan e a Telemar, reuniu uma equipe de quase cem profissionais – entre especialistas em restauro, arquitetos, engenheiros, historiadores, pedreiros, marceneiros, pintores e muitos outros profissionais. O desafio em questão exigiu, além de perícia na execução, cuidadoso trabalho de prospecção e pesquisa histórica para fundamentar as cruciais decisões que esse tipo de intervenção envolve, como o leitor verá nas páginas a seguir. Luiz Fernando de Almeida Presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional Agosto 2012 6 O conVento FRANCISCano de marecHAL deodoro – santa maria madaLena SUMÁRIO apresentaçÃO 05 FOREWORD 247 INTRODUÇÃO 09 INTRODUCTION 248 CAPÍTULO I CAPÍTULO II FRANCISCANISMO, QUOTIDIANO, 12 O CONVENTO E A CIDADE DE 76 ESPAÇOS E ESTÉTICAS MARECHAL DEODORO MARIA ANGÉLICA DA SILVA CHAPTER II – THE CONVENT AND THE 279 TOWN OF MARECHAL DEODORO CHAPTER I – FRANCISCANISM, ITS SPACES 250 AND AESTHETICS IN EVERYDAY LIFE A CIDADE, SEU HISTÓRICO E A RELAÇÃO DO 79 CONVENTO NO ÂmbITO DA IMATERIALIDADE DAS DE “LUGARES ERRANTES” A “ESTRELAS FIXAS”: 15 MANIFESTAÇÕES RELIGIOSAS CATÓLICAS OS FRANCISCANOS CHEGAM AO BRASIL JOSEMARY FERRARE FROM “ERRANT PLACES” TO “FIXED STARS”: 251 THE FRANCISCANS ARRIVE IN BRAZIL THE TOWN OF MARECHAL DEODORO, ITS HISTORY 279 AND RELATIONshIP WITH THE CONVENT IN THE sphERE OF CATHOLIC ImmATERIAL RELIGIOUS O CONVENTO NO BRASIL E SUA ARQUITETURA 26 MANIFESTATIONS THE CONVENT IN BRAZIL AND ITS ARCHITECTURE 257 O CONVENTO COMO UMA MICROCIDADE: 106 O CONVENTO E SUAS ESTÉTICAS 57 REPERCUssÕES URBANAS NA ARQUITETURA DO THE CONVENT AND ITS AESTHETICS 270 CONVENTO DE MADALENA ROSELINE OLIVEIRA THE CONVENT AS MICROTOWN: URBAN 291 REPERCUssIONS IN THE ARCHITECTURE OF THE CONVENT OF MADALENA VOZES FRANCISCANAS EM MARECHAL 126 DEODORO: CONTAS DE UM ROSÁRIO URBANO MARIA MADALENA ZAmbI FRANCISCAN VOICES IN MARECHAL DEODORO: 299 BEADS IN AN URBAN ROSARY I. FRANCISCANISMO, QUOTIDIANO, ESPAÇOS E ESTÉTICAS 7 CAPÍTULO III CAPÍTULO IV MATERIALIDADE E RESTAURO 144 SONS DO VAZIO: REPERTÓRIO 216 DO CONVENTO DE SANTA VISUAL DO CONVENTO DE SANTA MARIA MADALENA MARIA MADALENA ANA CLÁUDIA MAGALHÃES ALICE JARDIM E LUísA ESTANISLAU CHAPTER III – THE MATERIALITY 309 CHAPTER IV – SOUNDS OF 335 AND RESTORATION OF THE EMPTINESS: A VISUAL REPERTORY CONVENT OF SANTA MARIA OF THE CONVENT OF SANTA MARIA MADALENA MADALENA CORPO E ALMA NA EXPREssÃO 147 CONVENTUAL BODY AND SOUL IN CONVENTUAL 309 EXPREssION O TRAÇO DAS PALAVRAS 241 FRANCISCANAS: GLOSSÁRIO DE TERMOS DO UNIVERSO O RESTAURO: DA INTENÇÃO AO GESTO 187 CONVENTUAL THE RESTORATION: FROM INTENTION TO 321 ÉRICA APRÍGIO, FLORA PAIM, LOUISE CERQUEIRA, GESTURE LUísA ESTANISLAU E TACIANA SANTIAGO THE TRACE OF FRANCISCAN WORDS: 336 GLOSSARY OF TERMS BELONGING TO THE CONVENTUAL UNIVERSE BIBLIOGRAFIA 340 8 O conVento FRANCISCano de marecHAL deodoro – santa maria madaLena INTRODUÇÃO Este livro é fruto de uma longa trajetória de pesquisa e pretende compartilhar com o leitor um conjunto de reflexões acerca do Convento Franciscano de Santa Maria Madalena, em Mare- À esquerda, porta almofadada da Igreja da chal Deodoro, Alagoas, e seu processo de restauro. Essa recente intervenção faz parte de uma Ordem Primeira. Foto de Nelson Kon, 2012. campanha complexa no sentido de dar prosseguimento à existência da edificação, o que hoje exige, na verdade, que se articulem possibilidades sustentáveis de reúso. Compreendemos, To the left, paneled door in the Church of Ordem portanto, que esse processo deve ser relatado para além das medidas técnicas, pois, pensar na Primeira. Photograph by “sobrevivência” do edifício demanda considerar outros aspectos que ultrapassam sua trajetória Nelson Kon, 2012. de centenas de anos. Como ponto de convergência dos capítulos, está a ideia de abordar o convento e sua história não só como um monumento barroco, “uma caixa dourada”, valiosa por sua arquitetura, sua talha e pinturas. Compreendemos o convento como a construção de uma paisagem sólida que se prolonga até muito além de suas paredes. Também queremos levar o leitor a conhecer um edifício vocacionado para ser um centro de espiritualidade, o que é pouco comum hoje em dia. Por essa razão, o prédio será apresentado como exemplo de uma arquitetura conventual gerada pelo saber franciscano, impregnado dos princípios da simplicidade, despojamento e amorosidade característicos da Ordem, bem como do estilo barroco. Essa comunhão certamente falará das ambivalências da condição humana tão bem reportadas pela arte nesse contexto. Buscamos não tomar o edifício franciscano como uma obra que a priori comunicasse a ideia que mais rapidamente nos vem à mente: a de todo o imaginário da congregação de irmanda- des naturais, do sol à lua, da vida à morte. Entre o franciscanismo e a arquitetura franciscana, constatou-se realmente na Casa de Madalena uma postura de franca adesão à natureza, mas construída com muito cuidado. O primeiro impulso da pesquisa foi, obviamente, consultar documentos. Contudo, o grande cronista da Ordem, frei Jaboatão, já nos lembrava da carência de legado escrito pelos francis- canos. Restou-nos, então, deter nosso olhar sobre o próprio edifício e construir, em paralelo à execução de seu restauro, a documentação que gerou este livro. Esse recurso nos permitiu acessar a arquitetura nas suas entranhas, para oferecer o registro de todo o processo de recuperação, permitindo que o leitor vislumbre o que hoje não está mais disponível in loco, bem como que se conscientize das dificuldades de ler o passado. Pudemos acompanhar a força – ora bruta, ora delicada – das estratégias de conservação, desde o romper das paredes até o paciente preenchimento das lacunas de uma pintura. Além disso, testemu- nhamos as inúmeras dúvidas com que se depara o restaurador, mesmo amparado pelas leis da conservação. 10 O conVento FRANCISCano de marecHAL deodoro – santa maria madaLena Outro recurso usado na pesquisa foi buscar o apoio dos estudos de Germain Bazin e sua “Escola Franciscana do Nordeste”, expressão criada por ele no século passado, que uniu a Casa de Madalena a uma família de mais treze conventos. Por isso, visitamos todos eles em busca de novos dados. Importante também foi pesquisar a longa existência do convento e considerar que, deixando de ser uma casa religiosa no século XIX, jamais cessou de interagir com a comunidade. Assim, inúmeras injunções místicas, ideológicas, éticas, sociais e políticas foram progressiva- mente desvelando o edifício. Ele se revelou uma obra bela, erudita, cuja compreensão paisagís- tica implicou no entendimento de sua inscrição urbana, de suas relações com o meio natural