Mário Faustino
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MIRES BATISTA BENDER O HOMEM E SEU TEMPO NA POESIA DE MÁRIO FAUSTINO PORTO ALEGRE 2008 DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO-NA-PUBLICAÇÃO(CIP) BIBLIOTECÁRIO RESPONSÁVEL: Rafael Bertoglio CRB-10/1608 B458h Bender, Mires Batista O homem e seu tempo na poesia de Mário Faustino / Mires Batista Bender. – Porto Alegre, 2008. 169 f. Dissertação (Mestrado em Literaturas Brasileira, Portuguesa e Luso- africanas) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Letras, Programa de Pós-Graduação em Letras. Porto Alegre, BR-RS, 2008. Orientadora: Profa. Dra. Gínia Maria de Oliveira Gomes. 1. Faustino, Mário, 1930-1962; 2. Literatura brasileira : poesia : crítica e interpretação; 3. Modernidade; 4. Mito. I. Título. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL INSTITUTO DE LETRAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LETRAS ÁREA: ESTUDOS DE LITERATURA ESPECIALIDADE: LITERATURAS BRASILEIRA, PORTUGUESA E LUSO- AFRICANAS LINHA DE PESQUISA: LITERATURA, IMAGINÁRIO E HISTÓRIA O HOMEM E SEU TEMPO NA POESIA DE MÁRIO FAUSTINO MIRES BATISTA BENDER ORIENTADORA: PROFA. DR. GÍNIA MARIA DE OLIVEIRA GOMES Dissertação de Mestrado em Literaturas Brasileira, Portuguesa e Luso-Africanas, apresentada como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. PORTO ALEGRE 2008 Dedicatória: Ao meu Amado marido, André – rei sol. Astro dos dias brancos. Senhor das noites azuis.* Sem o qual a lua não brilharia e não haveria razão para a poesia. 3 AGRADEÇO Ao beija-flor que voou pela janela do meu escritório e pousou neste trabalho. – Obrigada pela viagem! À minha orientadora, Gínia, que se revelou “Ariadne”, a que desvenda os mistérios e encontra a saída. Esposa mitológica de Dionisio, que dele ganhou o diadema tornado constelação. Por me oferecer seus mapas (astrológicos e outros), guiando-me para que eu chegasse confiante ao que era meu objetivo desde o início. À Lilia Silvestre Chaves, que me mostrou “o norte”. Sua atenção, delicadeza e simpatia me trouxeram mais gosto por viajar e pesquisar. À tranquilidade que ela transmite naquele falar ondulante de belenense do Grão Pará e à acolhida no interior de sua casa, sua biblioteca, sua família... Ao filósofo Benedito Nunes, “o sábio da Estrela”, por me receber em sua morada com tanta atenção e gentileza. Por me abrir as portas de seus arquivos para realizar minha pesquisa e por dividir comigo seu conhecimento sobre a vida/obra do meu poeta e suas experiências no contato pessoal com ele. Mas, especialmente, por conservar, após anos de reflexão filosófica sobre os homens e o mundo, aquele olhar límpido e confiante, que guardarei na memória. À Márcia Atena Ivana, por me dar um exemplo de ser mestra e pessoa. Mecenas de presença amiga e sorriso claro, que com seu gesto combativo e protetor, imita a divindade grega e romana da atividade inteligente, guardiã das artes e da literatura. Sua alma grandiosa elimina todas as dúvidas de que realmente vale a pena. Ao poeta-professor Volnyr Santos, amigo querido, sábio das palavras e das lições de ser melhor. Sua inquietante chamada às idéias e ao conhecimento define, para mim, quem Faustino nomeia “poeta perigoso”. À professora Ana Mello, pela acolhida sempre carinhosa e por reascender em mim o amor pela poesia e pela busca apaixonada. À professora Ana Tetamanzi, que numa aula de sábado, na Especialização, levantou-se e lançou: “sinto que o mês presente me assassina!”. Não era culpa dos alunos, era de um poeta do norte. Fiquei curiosa e quis saber quem era aquele versejador surpreendente e extraordinário. Ao professor Homero Araújo, que tão instigantes questionamentos me propôs sobre a obra de Mário Faustino, que foi impossível continuar em qualquer rumo, antes de respondê-los. Ao professor Antônio Sanseverino, que com sua visão de biologista me mostrou que a poesia é tão grande para dentro quanto é para fora. Ao professor Luiz Augusto Fischer, cujo interesse por literatura, história, crítica, poesia, música, cartografia... Enfim, pela divulgação da cultura e da língua escrita, falada, cantada ou dicionarizada, bastaria para merecer o nome-adjetivo, que lhe deram. Ao professor Paulo Guedes por me oferecer solução a importante enigma, quando patenteou: “todo mundo pode procurar dentro de si mesmo o que quer encontrar, e o que está dentro de cada um é a humanidade inteira!” (Na aula inaugural do Curso de Letras da UFRGS em 21 de março de 2007 – dia internacional da poesia). Aos professores de literatura e línguas da graduação na PUCRS, Vera Müller, Silvana Silveira, Vera Pereira, Dileta Martins, Alice Moreira, Conrado Chagas, Cristina Perna, e em especial às professoras Maria Luisa Baethgen Oliveira – a Malu – e Ana Maria Tramunt Ibaños, dinda querida, por me iniciarem na paixão pelo estudo e ensino das letras. Às professoras Maria Eunice Moreira, Ana Maria Lisboa de Mello e Márcia Ivana de Lima e Silva, integrantes da banca, por entenderem que este trabalho merecia sua apreciação e análise. A José Canísio Scher, prova de que a eficiência não prescinde de simpatia e acolhimento. À UFRGS e à CAPES, pela oportunidade de realizar meu projeto intelectual. Aos funcionários da Biblioteca de Ciências Sociais e Humanidades (BSCSH) e ao pessoal do Antonio’s, por sempre me receberem com um sorriso no rosto. Aos amigos que fiz durante o Mestrado. Eles sabem quem são e eu sei que serão meus queridos para sempre. Ao colega Renato Dias de Mello, pelas longas conversas sobre poesia, artes plásticas e solidariedade, matérias em que é mestre e inventor. A todos os meus familiares, que aqui faço representar no carinho e eterna gratidão à mamãe, “dona Dina”, precioso exemplo de bondade e conciliação. Às auto-denominadas “BFFs” (Best Friends Forever), Daniela Espíndola, Luciane Tavares, Márcia Viegas e Samantha Molina, por fornecerem combustíveis – o fluido e o emocional – para eu continuar navegando, e aos amigos que sempre tiveram uma palavra de incentivo ao esforço desta pesquisa, Cléia Cleonice, Marcelo Lisbôa, Su e Rafa Mosele, Letícia Fauri e Marcelo Ghignatti. Aos amigos motociclistas que se encontram no hornetonline, por garantirem o sorriso do meu easy rider enquanto eu preparava este trabalho. Ao meu amado marido, André Bender, a alma mais generosa que já encontrei, por ser a minha medida de tempo e amor. Aquele em quem tudo começa e termina... Ou se eterniza. Motivo E agora que sou poeta, escrevo por toda parte, nos muros de minha mente, nas folhas do mamoeiro e nas bolhas de sabão. A lua redonda e branca está toda rabiscada e as areias da praia repassam minhas palavras às ondas que lêem o chão. Por isso que sou poeta. Pra deixar por esse rio a minha alma perdida, toda uma esteira de sonho e o toque da minha mão. De Lilia Silvestre Chaves, a quem agradeço, entre milhões de outras coisas, o verso emprestado* na dedicatória. RESUMO Este trabalho tem como objetivo analisar a poesia de Mário Faustino, para observar a sua integração ao contexto da modernidade, principalmente através do aproveitamento que faz de elementos do discurso mítico. A partir da releitura que elabora dos mitos clássicos – manifestações do pensamento coletivo –, o autor expressa o sentimento de sua época, definindo um lirismo que une intimismo e visão social. O estudo observa, dentro deste enfoque, a forma que o poeta dá ao tratamento dos principais temas por ele eleitos e aspectos de sua busca pela renovação poética. Com este fim, a pesquisa examina o texto poético deixado por Faustino, valendo-se também da sua escrita ensaística sobre poesia, para buscar perceber, através de seus estudos críticos, as reflexões que o encaminharam em seu processo criativo de poesia. Dentro dos limites da análise temática, esta pesquisa busca seguir o método descritivo-exegético usando como fontes livros, revistas, jornais, trabalhos acadêmicos e periódicos em meio eletrônico, bem como entrevistas pessoais ao maior estudioso da obra do poeta, Benedito Nunes, e à sua única biógrafa, Lilia Silvestre Chaves. Darão aporte teórico ao trabalho, os estudos sobre poesia moderna de Walter Benjamin, Hugo Friedrich, Theodor Adorno e Alfredo Bosi, assim como as pesquisas sobre o ofício dos poetas, de João Cabral de Melo Neto e T. S. Eliot; dos mitos literários por Pierrre Brunel e Pierrre Grimal e os estudos de Benedito Nunes sobre a poética faustiniana. Através da análise da obra de Mário Faustino, este estudo observa como o poeta tira proveito de sua temática para promover o retorno ao tempo mítico, época em que o homem e a natureza eram perfeitamente integrados, para tentar harmonizar o homem hodierno com o seu tempo. Tal exame chega a constatar que sua obra apresenta o encontro da poesia com o discurso mitológico como um recurso de que o poeta se apropria para propor uma reação ao cotidiano reificador da modernidade. Palavras-chave: poesia, lirismo, modernidade, mito, crítica poética. ABSTRACT This research is aimed at analyzing Mário Faustino’s poetry, to observe its insert in the modern milieu, mainly through its incorporation of elements from mythic discourse. From the point of view of his reinterpretation of classic myth – gathering of collective thought – the author expresses his feelings about the time he lives in, and succeeds in determining a lyric that assembles intimism and society’s analysis. The present work observes, from that focalization, the treatment which the poet dispenses to his major themes, and still, his search for revitalization in poetry. For this purpose, this work investigates Faustino’s poems and his essays about poetry, pursuing to find in his critical texts, some indication of his creative process. Considering the limits of thematic analysis, this research aims to accomplish an interpretative-descriptive mode, consulting books, magazines, newspapers, academic papers and periodical publications on electronic ambience, as well as, personally interviewing the main interpreter of the poet’s work, Benedito Nunes, and his only biographer, Lilia Silvestre Chaves.