Ernesto Che Guevara

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Ernesto Che Guevara Ernesto Che Guevara CHEguerrilha diário da bolívia Tradução de João Pedro George l i s b o a : tinta‑da‑china MMIX © 2009, Edições tinta‑da‑china, Lda. Rua João de Freitas Branco, 35A, 1500‑627 Lisboa Tels: 21 726 90 28/9 | Fax: 21 726 90 30 E‑mail: [email protected] © 2006, Ocean Press, Centro de Estudios Che Guevara e Aleida March Fotografias © Aleida March e Centro de Estudios Che Guevara Título original: El Diario del Che en Bolivia Tradução: João Pedro George Revisão: Tinta‑da‑china Capa e composição: Vera Tavares Sobrecapa: adaptação do cartaz promocional do filme Che — Guerrilha 1.ª edição: Abril de 2009 isbn 978‑972‑8955‑94‑6 Depósito Legal n.º 290637/09 Índice Nota Introdutória 7 Diário da Bolívia 11 Comunicados Militares 273 Glossário 295 Nota Introdutória o dia 9 de Outubro de 1967, aos 39 anos de idade, Ernesto NGuevara de la Serna morreu assassinado pelo exército boli‑ viano. Fora capturado dois dias antes, e com ele uma agenda verde, onde registara os acontecimentos e as reflexões sobre a actividade diária da guerrilha, desde havia aproximadamente um ano. O diário foi confiscado pelos militares, mas logo em 1968 foi tornado público, por vias não inteiramente esclarecidas. Falta‑ vam‑lhe no entanto algumas páginas, que os serviços de informa‑ ções bolivianos tinham conseguido manter inacessíveis e que são agora editadas pela primeira vez. Evidentemente, Che foi redigindo estes textos em circuns‑ tâncias extraordinariamente adversas e é de supor que não tivesse a intenção de os publicar, pelo menos não sem antes os submeter a uma revisão. Assim se explicam alguns trechos de interpretação ambígua, bem como uma ou outra palavra impossível de decifrar. Em relação a este último caso, todas as ocorrências foram assina‑ ladas com parênteses rectos em branco. Na edição castelhana, os textos foram inteiramente cotejados com os fac‑símiles do diário, o que permitiu algumas correcções sobre a edição original de 1968. No final do livro inclui‑se o conjunto de comunicados que Che dirigiu à população boliviana (apenas o primeiro foi efectiva‑ mente divulgado), bem como um pequeno glossário, para o qual se remete sistematicamente através de numeração. [7] Mapa da Bolívia mostrando as zonas da guerrilha n Bolívia América brasil do Sul peru bolívia Lago Titicaca Caranavi Chapare Guaqui La Paz Cochabamba Santa Cruz Oruro Vallegrande Catavi Puerto Oceano Pacífico Sucre Suárez Potosí Camiri Tarija Villazón Yacuiba paraguai chile Salta argentina zona de operações da guerrilha Santa Cruz Cochabamba Peña Colorada Samaipata Mizque El Filo Vallegrande Florida Moroco Jagüey Rosita Pucará Cabezas La Higuera Abapocito Rio Grande Masicuri Abapó Alto Seco Rio Grande Puerto Camacho Muchiri Ñancahuazú Vado del Yeso El Espino Acero Iripití Caraguatarenda Itai Base Ipitacito Camp Gutiérrez El Pincal Iquira El Mesón Ticucha Lagunillas Taperillas Monteagudo 0 10 20 30 km Muyupampa 1966 Novembro 7 de Novembro Hoje começa uma nova etapa. Chegámos à fazenda durante a noi‑ te. A viagem foi óptima. Assim que entrámos, convenientemente disfarçados, por Cochabamba, Pachungo [1] e eu estabelecemos os contactos e viajámos de jipe, em dois dias e em dois veículos. Ao chegarmos perto da fazenda, parámos as viaturas e só uma é que se aproximou, para não levantar suspeitas num proprietá‑ rio vizinho1, que tem espalhado o boato de que a nossa actividade talvez se dedique à produção de cocaína. Dado curioso, o inefável Tumaini [2] é indicado como o químico do grupo. Quando ia em direcção à fazenda, na segunda viagem, Bigotes [3], que acabava de saber a minha identidade, quase caiu por um despenhadeiro, deixando o jipe encalhado na borda do precipício. Caminhámos cerca de 20 quilómetros e, quando passava já da meia‑noite, che‑ gámos à herdade, onde há três trabalhadores do partido. Bigotes mostrou‑se disposto a colaborar connosco [4], inde‑ pendentemente daquilo que o partido deliberar, mas mostrou‑se também leal a Monje [5], pelo qual tem respeito e, ao que pare‑ ce, estima. Segundo ele, Rodolfo [6] está na mesma disposição, o mesmo acontecendo com Coco [7], mas é preciso conseguir que o partido se decida a lutar. Pedi‑lhe que não informasse o partido até à chegada de Monje, que está de viagem para a Bulgária, e que nos ajudasse. Acedeu a ambas as coisas. 1 Ciro Algarañaz Leigue era o proprietário da herdade El Pincal, a mais próxima da‑ quela que fora utilizada como primeira base da guerrilha. (N. da edição original) [17] ernesto che guevara 8 de Novembro Passámos o dia na manigua1, a escassos cem metros da casa e pró‑ ximo de uma ribeira. À nossa volta, agitava‑se uma espécie de yaguasas2 muito incomodativas, embora não piquem. Até agora encontrámos as seguintes espécies: a yaguasa, o jején3, o mariquí 4, o mosquito e a carraça. Bigotes desencalhou o seu jipe com a ajuda de Algarañaz e ficou de lhe comprar algumas coisas, como porcos e galinhas. Planeava escrever e dar informações sobre as peripécias, mas deixo‑o para a próxima semana, altura em que esperamos receber o segundo grupo. 9 de Novembro Dia sem novidades. Juntamente com Tumaini, fizemos uma ex‑ ploração seguindo o curso do Rio Ñacahuazú (na realidade, um riacho)5, mas não chegámos à sua nascente. Corre por margens estreitas e a região, aparentemente, é pouco frequentada. Com a disciplina adequada, pode‑se estar ali muito tempo. Durante a tarde, uma forte chuvada obrigou‑nos a abandonar a manigua e a procurar abrigo na casa. Arranquei seis carraças do meu corpo. 1 Terreno pantanoso coberto de plantas tropicais. (N. do t.) 2 Insecto pequeno da zona, muito frequente quando o tempo está nublado. (N. do t.) 3 Nome dado a várias espécies de mosquitos de pequenas dimensões que abundam nas Antilhas e na América do Sul. (N. do t.) 4 Insecto de cor amarela e asas grandes. (N. do t.) 5 Também conhecido como Ñancahuasú, Ñacahuasú, Ñacahuasu, Ñacahuazú, Ña‑ cahuazo… (N. da edição original) [18] diário da bolívia 10 de Novembro Pachungo e Pombo [8] saíram em exploração com um dos compa‑ nheiros bolivianos, Serafín. Chegaram um pouco mais longe que nós e encontraram a bifurcação do riacho, um pequeno desfila‑ deiro que parece estar em boas condições. No regresso, ficaram a mandriar na casa e o motorista de Algarañaz, que vinha trazer os homens com umas compras que lhe tinham feito, viu‑os. Dei‑lhes uma grande descompostura e decidimos mudar de manhã para a manigua, onde iremos montar o nosso acampamento fixo. Tu‑ maini deixar‑se‑á ver, porque já o conhecem, e fingirá ser mais um dos empregados da fazenda. A situação está a deteriorar‑se rapi‑ damente; veremos se nos permitem trazer, pelo menos, os nossos homens. Com eles estarei tranquilo. 11 de Novembro Dia sem novidade, passado num novo acampamento, do outro lado da casa, onde dormimos. A praga é infernal e obriga uma pessoa a proteger‑se na rede com um mosquiteiro (que só eu possuo). Tumaini foi visitar Algarañaz e comprou‑lhe algumas coisas: galinhas, perus. Parece que da parte dele ainda não há grandes sus‑ peitas. 12 de Novembro Dia sem nenhuma novidade. Quando fazíamos uma breve explo‑ ração para preparar o terreno destinado ao acampamento, che‑ garam os seis do segundo grupo. A zona escolhida fica a uns cem metros do princípio do fosso, sobre um montículo, e lá perto há [19] ernesto che guevara Em cima: Che com um fuzil na margem do Rio Ñacahuazú. Em baixo: Guerri‑ lheiro cruzando o rio. [120] diário da bolívia 7 de Abril Embrenhámo‑nos na zona do riacho, levando a vaca sobreviven‑ te, já que a outra foi sacrificada para ser secada ao sol. Rolando permaneceu na emboscada do rio com ordem para disparar con‑ tra tudo o que mexesse; não aconteceu nada durante todo o dia. Benigno e Camba seguiram o trilho que nos deverá conduzir a Pirirenda e informaram ter ouvido uma espécie de motor de uma serração, num estreito próximo do nosso riacho. Enviei Urbano e Julio com uma mensagem para Joaquín. Não regressaram durante todo o dia. 8 de Abril Dia de poucas novidades. Benigno foi e voltou ao seu trabalho sem que o tivesse terminado e diz que amanhã tão‑pouco conseguirá acabá‑lo. Miguel foi procurar uma passagem que Benigno vira a partir do alto e ainda não regressou. Urbano e Julio voltaram com Polo. Os guardas tomaram o acampamento e estão a percorrer os montes para explorar a zona; passaram pelo elevador vindos da parte de cima. Joaquín informou‑ ‑nos sobre estes e outros problemas no documento anexo (d. xix). Tínhamos três vacas, com os seus vitelos, mas uma fugiu‑nos. Restam‑nos agora quatro animais, dos quais um ou dois serão aba‑ tidos para serem secados ao sol com o sal que ainda nos sobra. 9 de Abril Polo, Luis e Willy saíram com a missão de entregar uma nota a Joaquín e ajudá‑los a regressar, para que depois se coloquem num lugar secreto, a montante do riacho, o qual será escolhido por [121] ernesto che guevara Ñato e por Moisés Guevara. Segundo Ñato, há bons lugares, em‑ bora próximos do riacho, a uma hora e picos da nossa posição ac‑ tual. Miguel chegou; segundo o que conseguiu perceber da explo‑ ração que realizou, a passagem vai dar a Pirirenda e é preciso um dia para a percorrer, com mochila, razão pela qual disse a Benigno para suspender o que estava a fazer, já que para terminar precisaria de, pelo menos, mais um dia. 10 de Abril Amanheceu e durante a manhã não houve grandes acontecimen‑ tos, além dos nossos preparativos para abandonar as imediações do riacho, sem deixar vestígios da nossa passagem, e atravessar de‑ pois a passagem que Miguel descobriu, para irmos dar a Pirirenda‑ ‑Gutiérrez.
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