Travessuras De Um Narrador Romântico
Travessuras de um narrador romântico Joelma Santana Siqueira Universidade Federal de Viçosa Resumo: A partir de uma breve discussão sobre as teorias do romantismo alemão, o presente artigo propõe uma leitura do romance A moreninha (1844), de Joaquim Manuel de Macedo, como exercício de escrita lúdica, em que se podem observar paralelos entre as travessuras da personagem que dá título à obra e as travessuras do personagem-autor. Palavras-chave: Romantismo, Ironia romântica, A moreninha. No ensaio “Aspectos do romantismo alemão”, Anatol Rosenfeld discute a existência de duas gerações no romantismo alemão: a primeira relacionada ao pré-romantismo e a segunda ao romantismo propriamente dito e que deve muito à primeira. Além da presença de duas gerações que interagem, depreende-se de suas palavras que o romantismo alemão se formou lentamente, mas foi principalmente o pré-romantismo que repercutiu de modo vigoroso no exterior “através de obras goethianas como o romance Os padecimentos do jovem Werther, o drama medieval Goetz von Berlichingen e um fragmento do que mais tarde iria ser o Fausto, para não falar da peça Os bandoleiros, de 1 Schiller”. Observando que há um “certo espírito comum impregnando tanto o Sturm und Drang, como o romantismo alemão”, o crítico esclarece que o 1. ROSENFELD. Texto/contexto I, p. 149. 191 O eixo e a roda: v. 22, n. 2, 2013 romantismo alemão propriamente dito “assemelha-se em certos traços bem mais aos desenvolvimentos posteriores da literatura européia, ligados a Baudelaire, ao 2 simbolismo e à décadence literária
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