Letícia Gregorio Canelas Escravidão E Liberdade No
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS LETÍCIA GREGORIO CANELAS ESCRAVIDÃO E LIBERDADE NO CARIBE FRANCÊS: A ALFORRIA NA MARTINICA SOB UMA PERSPECTIVA DE GÊNERO, RAÇA E CLASSE (1830-1848) CAMPINAS 2017 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS A Comissão Julgadora dos trabalhos de Defesa de Tese de Doutorado, composta pelas Professoras e Professores Doutores a seguir descritos, em sessão pública realizada em 21/09/2017, considerou a candidata Letícia Gregorio Canelas aprovada. Prof. Dr. Robert Wayne Andrew Slenes Profa. Dra. Hebe Ma. da Costa Mattos Gomes de Castro Profa. Dra. Keila Grinberg Profa. Dra. Maria Helena Pereira Toledo Machado Prof. Dr. Ricardo Figueiredo Pirola A Ata de Defesa, assinada pelos membros da Comissão Examinadora, consta no processo de vida acadêmica da aluna Aos meus pais, Maria e Wilson, pela força e amor incondicional. À Rita e ao Pajé, por tudo e muito mais. AGRADECIMENTOS A realização deste trabalho de pesquisa somente foi possível com o apoio financeiro do CNPq por meio da bolsa de estudos concedida pelo Programa de Pós-graduação em História – IFCH / UNICAMP. Ademais, o Programa de Doutorado com Estágio no Exterior da CAPES permitiu-me viver na França durante um ano, período no qual realizei minhas pesquisas nos arquivos franceses. Ao meu orientador, Robert Slenes, admiração e um agradecimento especial. Foi um grande privilégio ser orientada por este mestre durante a pesquisa de doutorado. Bob, em nossas reuniões de orientação, que duravam de três a quatro horas, compartilhou seus conhecimentos com generosidade, precisão e toneladas de valiosas indicações bibliográficas. Na França, tive a sorte de usufruir a coorientação de Myriam Cottias, essencial para que esta pesquisa se efetivasse. Sou imensamente grata a sua receptividade e generosidade ao compartilhar seus conhecimentos sobre a história do Caribe Francês. Agradeço ainda aos outros pesquisadores e professores ligados ao CIRESC (Centre International de Recherches sur les Esclavages – EHESS), em especial Céline Flory e António de Almeida Mendes e, ainda, Jean Hébrard (Centre de Recherches sur le Brésil Colonial et Contemporain - EHESS), que contribuíram com discussões e sugestões sobre meu trabalho. Agradeço ao Projeto STARACO (Status, Race et Couleurs dans l’Atlantique de l’Antiquité à nos jours), coordenado por António de Almeida Mendes e Clément Thibaud, pelo financiamento e oportunidade de participar do encontro realizado na Casa de Velázques (Madri), em junho de 62014 (Université d’Été: “Droits des minorités de “race” et de couleur”). Agradeço às pesquisadoras martinicanas Jessica Pierre-Louis e Laetitia Bechet pelas boas conversas e sugestões sobre a Martinica e sua história. A pesquisa de doutorado de Jessica Pierre-Louis, finalizada depois de nossos encontros, tornou-se referência essencial para a minha pesquisa. Aos funcionários dos Archives Nationales d’Outre Mer, em Aix-en-Provence, agradeço pela atenção, conhecimento preciso e paciência. A minha estadia em Paris somente foi possível com a imensa ajuda de amigos muito queridos: Alice Vilella e Hidalgo Romero; Guido de Sena e Giulia Manera. Com Giulia, ainda tive a oportunidade de discutir diversas questões sobre gênero e sobre a história das mulheres. No Departamento de História da Unicamp, tive a oportunidade de conviver com outros mestres, historiadores e historiadoras com os quais aprendi muito sobre nosso ofício. Presto homenagem especial em memória ao professor Marco Aurélio Garcia. Agradeço aos professores ligados ao Cecult, especialmente Lucilene Reginaldo, Cláudio Batalha, Michael Hall, Silvia Hunold Lara, Rodrigo Camargo de Godoi, Fernando Teixeira da Silva, Ricardo Pirola e Sidney Chalhoub. Estes dois últimos compuseram a banca de qualificação dessa tese e me contemplaram com comentários precisos e animadores sobre o andamento de minha pesquisa. Robert Slenes, Silvia Lara, Cláudio Batalha, Sidney Chalhoub e Fernando Teixeira acompanharam minha vida acadêmica de perto desde a graduação ou mestrado e se tornaram mais do que mestres respeitados e admirados. No Cecult, agradeço ainda ao apoio sempre essencial de Flávia Peral. Agradeço aos colegas das linhas de pesquisa em História Social da Cultura, do Trabalho e da África, pelas oportunidades de compartilhar leituras, ideias e o gosto pela história social. Agradeço à Iacy Maia Mata e Eric Brasil por compartilharem ideias e o interesse pela história caribenha. À Iacy Mata, agradeço ainda pela atenção e orientações dadas desde a elaboração do projeto desta pesquisa. Este trabalho de pesquisa se beneficiou de encontros e seminários que pude participar durante minha trajetória de pesquisa, dos quais destaco alguns a seguir. Agradeço aos organizadores e organizadoras do Encontro Escravidão e Liberdade no Brasil Meridional, do qual pude participar de sua sétima edição em Curitiba, 2015, e voltei para casa inspirada pela riqueza das comunicações e conferências apresentadas. Agradeço Cristiana Schettini Pereira e Gláucia Fraccaro pela oportunidade de participar do simpósio temático “Mundos do trabalho: trabalho de mulheres, relações de gênero e organização social” (ANPUH, 2017) e a todos e a todas participantes pelos trabalhos e discussões inspiradoras, especialmente Fabiane Popinigis, Daniela Magalhães da Silveira e Lerice de Castro Garzoni. Agradeço o financiamento e a oportunidade propiciada pelo Afro-Latin American Research Institute (Hutchins Center, Harvard University), para participar do “Seminário Mark Claster Mamolen de Teses na Área de Estudos Afro-Latino-Americanos”, especialmente ao professor Alejandro de la Fuente. Agradeço também aos comentários singulares e valiosos dos professores Sidney Chalhoub, Marial Iglesias Utset, Tamar Herzog e George Reid Andrews. Aos doutorandos e doutorandas, de diversos lugares, que participaram desse seminário no Hutchins Center, agradeço por compartilharem seus estudos em andamento, suas ideias extraordinárias, comentários generosos e momentos etílicos: Cláudia Bongianino, Emma Banks, Fernanda Bretones Lane, Chloe Ireton, Paola Ravasio, Dayana Façanha, María Camila Díaz Casas, Andrew Walker, Bruno Rodrigues de Lima, Alain El Youssef, América Nicte-Ha López Chávez, Edward Shore e Laura Correa Uchoa. Agradeço ao trabalho sempre importante dos funcionários da Biblioteca Otávio Ianni (IFCH – Unicamp). Faço um agradecimento especial ao Daniel Hatamoto, funcionário responsável pelos trâmites burocráticos do Programa de Doutorado em História (IFCH - Unicamp), pela disposição sempre solícita e paciente. Agradeço, ainda, ao Benedito e seu Luís, responsáveis pela copiadora do IFCH, amigos e artistas da reprodução de textos. Nestes quase vinte anos em Campinas, muitos deles ligada à Unicamp, conheci pessoas incríveis que acompanharam não apenas minha trajetória acadêmica, mas também política e feminista. Agradeço às mulheres de luta, que se tornaram grandes amigas, Pilar Guimarães, Mariana Sombrio, Daniele Motta, Juliana Jodas, Brunaz, Helena Rizzatti, Thamires Sarti, Aline Tavares, Mariana Cestari, Gláucia Fraccaro, Luiza Sandler, Ieda Cruz, Luciana Palharini, Coraci Ruiz, Arminda Prado, Livia Tiede e muitas outras cujos nomes encheriam esta página. À Lívia Tiede, amiga e companheira de longa data, agradeço também pelo carinho e atenção, especialmente nos momentos finais da escrita desta tese. Agradeço aos amigos e amigas do grupo “Jararacas” que, apesar das pauladas na cabeça, seguimos firmes com humor e crítica sob a saraivada golpista. A todos amigos e amigas que se tornaram praticamente família depois de todos estes anos, minha profunda gratidão pelo apoio direito ou indireto, pelas boas conversas e momentos etílicos. Agradeço especialmente Simone e Uassyr, vizinhos para sempre. À minha família, não sei nem como agradecer. Agradeço pelo apoio, pela força, pela compreensão, paciência e amor: aos meus pais, Maria e Wilson; aos meus sogros, Maró e Pedro; aos meus irmãos amados, Marta e João Paulo; às cunhadas-irmãs, Ruth, Marina e Alessandra; aos cunhados, Tadeu, Luís e Filipe; dó Rita e vó Silvina; às tias Lucinda e Cida; à Luciane, prima guerreira. Agradeço à alegria, ao amor e à fofura das sobrinhas, Laura, Cecília, Beatriz, Clara, Luísa e Francisca. Por fim, o maior agradecimento de todos, ao companheiro, inspiração e amor da vida toda, Paulo José, mais conhecido como Pajé, e à Rita, filha e companheira de várias aventuras, que nasceu quando eu entrei no mestrado em história e, agora, já começa a ganhar o mundo com sua autonomia. Obrigada! RESUMO Na Martinica, principal colônia francesa no Caribe, depois de São Domingos/Haiti, na primeira metade do século XIX, as mulheres afrodescendentes estavam em maior número nas lavouras, há indícios de que elas que cultivavam as roças de víveres — cuja produção era a segunda em maior quantidade de terras e de escravos, depois da cana-de-açúcar —, trabalhavam como costureiras, lavadeiras, domésticas, marchandes, eram essenciais às suas famílias, atuavam como lideranças em suas festas e rituais. Contudo, em todo o Caribe Francês, ao tratar da questão da alforria, várias fontes produzidas entre os séculos XVIII e XIX exprimiram um esteriótipo segundo o qual a maioria das liberdades concedidas nas colônias foram acordadas às mulheres escravizadas que eram “concubinas dos brancos” e aos filhos dessas relações. E alguns historiadores que abordam esta questão reafirmam essa mesma conclusão. Porém, nenhum estudo demonstrou de fato a expressividade dessa situação, a não ser a aparente