18 Anos Da Violência De Gênero Em Telenovelas

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18 Anos Da Violência De Gênero Em Telenovelas Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação XXVIII Encontro Anual da Compós, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre - RS, 11 a 14 de junho de 2019 18 ANOS DA VIOLÊNCIA DE GÊNERO EM TELENOVELAS BRASILEIRAS: um balanço crítico1 18 YEARS OF GENDER VIOLENCE IN BRAZILIAN TELENOVELAS: a critical review Lorena Rúbia Pereira Caminhas 2 Resumo: Este artigo produz um diagnóstico sobre as imagens da violência de gênero presentes em telenovelas nacionais de horário nobre (21h), retomando quase duas décadas (2000 a 2018) dessas produções. Questionando a estratégia de merchandising social como via exclusiva de retratação dessa temática, esta investigação lançou um olhar crítico às novelas, buscando perceber nas narrativas outras situações de representação de agressão contra mulheres. Foram identificadas 18 tramas que abordaram a questão, seja por meio de mensagem educativa, seja por meio da normalização dessas violações. O texto é divido em duas partes: a) construção de uma cronologia histórica que contextualiza as telenovelas selecionadas em meio ao desenvolvimento de políticas públicas e legislações para combate à violência de gênero no Brasil; b) discernimento dos mecanismos narrativos mais proeminentes para representar (diferencialmente) situações de injúrias à personagens femininos, fundamentando imagens dissidentes do sofrimento de mulheres. Palavras-Chave: Telenovela. Violência de Gênero. Sofrimento. Abstract: This paper produces a diagnosis about the images of gender violence present in prime-time (21h) national telenovelas, recovering almost two decades (2000 a 2018) of these productions. Questioning the social merchandising strategy as an exclusive via of representation of this phenomenon, this research critically analyzed the telenovelas, trying to find in these narratives other situations of the portrayal of aggressions against women. It was selected 18 stories that address this issue, through either an educational message or the normalization of forms of violation. This text is divided in two sections: a) construction of a historical chronology that contextualizes the selected telenovelas in the midst of the development of public policies and legislations to combat gender violence in Brazil; b) discernment of the most prominent narrative mechanisms to represent (differentially) the situation of injuries to the female characters, based on dissident images of the suffering of women. Keywords: Telenovela. Gender Violence. Suffering. 1. Introdução Nas últimas quatro décadas acompanhamos na esfera sociojurídica o desenvolvimento e a expansão das discussões e das denúncias do fenômeno da violência de gênero3, que reverberaram para outras importantes instâncias sociais, dentre as quais se destaca a produção 1 Trabalho apresentado ao Grupo de Trabalho Comunicação, Gêneros e Sexualidades do XXVIII Encontro Anual da Compós, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre - RS, 11 a 14 de junho de 2018. 2 Doutoranda em Ciências Sociais pela Unicamp. Mestra em Comunicação Social pela UFMG. Integrante do GEICT/Unicamp. [email protected]. 3 Violência de gênero é uma categoria abrangente que engloba uma miríade de formas de violência sofridas por mulheres e sujeitos feminizados, relacionadas à condição e ao status do feminino. A base para esse tipo de violação são as hierarquias próprias à divisão de gênero, que criam dissimetrias de poder (físico, simbólico, patrimonial, etc.). Neste texto emprego o termo violência de gênero como categoria analítica e descritiva (BANDEIRA, 2014) que compreende situações de agressão contra mulheres. 1 www.compos.org.br www.compos.org.br/anais_encontros.php Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação XXVIII Encontro Anual da Compós, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre - RS, 11 a 14 de junho de 2019 ficcional televisiva. Desde o contexto das amplas mobilizações do movimento feminista nacional na década de 1970 (em especial após caso Doca Street) até a implementação das Delegacias da Mulher em 1985 inicialmente na cidade de São Paulo (primeira política pública para combate às violações contra mulheres), presenciamos o advento e a expansão de narrativas de ficção televisionadas que pretendiam debater esse problema público, com especial atenção para as minisséries Quem Ama não Mata (1982) e Delegacia de Mulheres (1990)4, ambas distribuídas pela Rede Globo de Televisão. Esse intrincado campo social, institucional, cultural e televisivo reflete a notável penetração e crescente expansão das agressões contra mulheres no Brasil, país no qual ocorrem, por dia, 13 feminicídios, 135 estupro e 606 casos de lesão corporal dolosa registrados5. Entretanto, mesmo diante dessa conjuntura alarmante, os avanços legislativos, jurídicos e socioculturais para combate às injúrias motivadas por gênero convivem com a constante relativização e naturalização do sofrimento das mulheres, bem como retrata pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) “Tolerância Social à Violência Contra as Mulheres” de 2014 (discutida mais adiante). É justamente no interior desse contexto multifacetado, imbricado e até mesmo contraditório que se insere a reflexão que desenvolvo neste artigo: a produção de um balanço crítico cujos pilares são a) uma reconstrução conjuntural que parte da retomada dos principais avanços legislativos das últimas quatro décadas para combate à violência de gênero, somada à recapitulação das telenovelas (em especial da Rede Globo) que pretenderam retratar, discutir e educar sobre esse problema público; b) uma sistematização dos mecanismos e das estratégias centrais acionados nas narrativas das novelas para representarem e simbolizarem situações de agressões contra mulheres. É fundamental ressaltar de antemão a alçada crítica desse amplo diagnóstico: seleciono e analiso as histórias novelescas para além da fachada do merchandising social, questionando os núcleos específicos de violência doméstica criados pela própria emissora como a única via através da qual essas violações são apresentadas ao público. Em função disso, o corpus selecionado compreende 18 telenovelas, todas da faixa 4 A primeira foi escrita por Euclydes Marinho, com direção de Daniel Filho e Dennis Carvalho; a segunda foi criada por Patrícia Travassos, Miguel Falabella, Charles Peixoto, Geraldo Carneiro, Luís Carlos Góes e Ronaldo Santos, dirigida por Wolf Maya, Denise Saraceni e Del Rangel. 5 Estatísticas do dossiê “Violência Contra as Mulheres em Dados” da Agência Patrícia Galvão. Acesso em: https://dossies.agenciapatriciagalvao.org.br/violencia-em-dados/. 2 www.compos.org.br www.compos.org.br/anais_encontros.php Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação XXVIII Encontro Anual da Compós, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre - RS, 11 a 14 de junho de 2019 das 21 horas, exibidas entre 2000 a 20186. Todas essas produções apresentaram em seus enredos direta ou indiretamente a violência de gênero: seja por meio de mensagens educativas, encenadas em tramas específicas para essa finalidade; seja por meio da banalização do sofrimento de personagens mulheres, tornando-as alvos preferenciais da agressividade dos homens (como vemos acontecer com as vilãs). Ao fim desse extenso percurso, demonstro uma dissidência nas imagens da violência de gênero7 construída nesses produtos televisivos, escancarando os sofisticados mecanismos de dessensibilização moral para determinadas circunstâncias de sofrimento de mulheres. As telenovelas, como bem sabemos, são importantes atores sociais no contexto brasileiro, principalmente porque dialogam com os dramas da nação (LOPES, 2009; BORELI, 2001), transbordando o universo narrado para o cotidiano de seus telespectadores. Essas narrativas compõem um mundo sensível projetado, que engendra e suprime simultaneamente um a diversidade de moralidades e padrões de conduta sociais, sensibilizando ou dessensibilizando seus espectadores para determinados problemas públicos. A urgência em compreender as imagens da violência de gênero erigidas pelas novelas está associada à sutileza desse fenômeno, que por seu caráter difuso e onipresente consegue estabelecer dinâmicas discrepantes e contrastantes de definir sofrimento e castigo necessário, colocadas em circulação contínua entre o factual e o ficcional. 2. Violência de gênero: do contexto nacional às telenovelas Se quisermos compreender o desenvolvimento do combate à violência de gênero no Brasil, precisaremos nos concentrar no conjunto de legislações desenvolvidas ao longo dos últimos 40 anos no Brasil, desdobramentos das reivindicações do movimento feminista nacional. Na literatura sobre o tema, a exemplo de Pasinato e Santos (2008), Blay (2003) e Bandeira (2014), é lugar comum apontar como principal marco das mobilizações para erradicação das violações contra mulheres o contexto do caso Doca Street, que vai do 6 A escolha desse faixa temporal se baseou na primeira novela a tratar especificamente da violência doméstica: Mulheres Apaixonadas (2003), televisionada em contexto de expansão das Delegacias da Mulher e da criação do Pacto Nacional para Enfrentamento da Violência contra a Mulher. Essa demarcação foi realizada em consonância às autodescrições das novelas encontradas no site Memória Globo (memoriaglobo.globo.com/programas/entretenimento/novelas.htm). Todas as informações sobre as tramas e os personagens também foram consultadas nesse mesmo website. Mantive apenas telenovelas das 21h porque
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