Crianças E Telenovelas-Diálogos Silenciados Arquivo
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Universidade do Estado do Rio de Janeiro Centro de Educação e Humanidades Faculdade de Educação Katia de Souza e Almeida Bizzo Crianças e telenovelas: diálogos silenciados Rio de Janeiro 2009 Katia de Souza e Almeida Bizzo Crianças e telenovelas: diálogos silenciados Dissertação apresentada, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre, ao Programa de Pós-Graduação em Educação, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Área de concentração: Educação. a a Orientadora: Prof . Dr . Rita Marisa Ribes Pereira Rio de Janeiro 2009 CATALOGAÇÃO NA FONTE UERJ/REDE SIRIUS/BIBLIOTECA CEH/A B625 Bizzo, Katia de Souza e Almeida Crianças e telenovelas: diálogos silenciados / Katia de Souza e Almeida Bizzo, 2009. 146 f. Orientadora: Rita Marisa Ribes Pereira. Dissertação (Mestrado) – Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Faculdade de Educação. 1. Televisão e crianças Teses. 2.Televisão e crianças – Aspectos psicológicos - Teses. 3. Telenovelas – Teses. I. Pereira, Rita Marisa Ribes. II. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Faculdade de Educação. III. Título. CDU 371.687-053.2 Autorizo, apenas para fins acadêmicos e científicos, a reprodução total ou parcial desta dissertação. ______________________________________ ______________________ Assinatura Data Katia de Souza e Almeida Bizzo Crianças e telenovelas: diálogos silenciados Dissertação apresentada, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre, ao Programa de Pós-Graduação em Educação, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Área de concentração: Educação. Aprovada em 28 de outubro de 2009. Banca Examinadora: _____________________________________________ Profª. Drª. Rita Marisa Ribes Pereira (Orientadora) Faculdade de Educação da UERJ _____________________________________________ Profª Drª Vera Maria Ramos de Vasconcellos Faculdade de Educação da UERJ _____________________________________________ Profª Drª Carmem Sanches Sampaio Faculdade de Educação da UNIRIO Rio de Janeiro 2009 DEDICATÓRIA Ao meu pai, Sylvio (in memoriam), por ter me ensinado a perceber as crianças com olhos de quem tem muito que aprender com elas. Foi assim que ele me olhou e me ensinou a olhar. Com ele também aprendi a compreender o ser humano com sentimento de compaixão, no sentido de compartilhar a vida. Não teria como falar da relação com as crianças sem resgatá-lo nas minhas lembranças e nas minhas vivências. Foi com a presença dele, ainda viva na minha memória e nos meus sentimentos, que eu despertei para o valor da infância, do diálogo, da compreensão, da perseverança e da felicidade, ingredientes fundamentais para esta pesquisa. AGRADECIMENTOS À Rita Ribes, pela oportunidade de conviver durante a pesquisa com uma pessoa responsável, compromissada, competente e, acima de tudo, parceira. É um modelo de ser humano digno que ensina, não só na teoria, mas com atitudes, que a vida e a arte não se separam durante um trabalho profissional ético e humanizador; agradeço por ter acolhido as minhas angústias, dificuldades e dúvidas no decorrer do processo; e agradeço pela atenção dedicada a esta pesquisa, com a sua constante participação e com o seu olhar cuidadoso em todas as etapas deste trabalho. Aos integrantes do Grupo de Pesquisa Infância, Mídia e Educação (GPIME), pelo constante apoio, pela possibilidade de troca de conhecimentos, pela parceria nos estudos e nas pesquisas de campo e pela amizade construída nestes quase três anos. Falo, sem dúvida, de um grupo escolhido com muito cuidado pela nossa orientadora e, portanto, composto por pessoas íntegras, competentes, amigas e parceiras de trabalho. A experiência do Mestrado não teria tido tanto valor se eu não estivesse em contato com pessoas tão especiais. À Universidade do Estado do Rio de Janeiro e ao Programa de Pós-Graduação em Educação, pela oportunidade e pelos investimentos lançados para a apresentação de trabalhos durante a pesquisa, que muito contribuíram para o melhor desenvolvimento da mesma. Às coordenadoras e professoras das instituições educacionais que abriram suas portas para o estudo de campo, apesar do tema polêmico, propiciando o contato com as crianças, interlocutores deste trabalho, sempre dispostas a viabilizarem os encontros da melhor forma possível, através da parceria, da compreensão e da flexibilidade em suas rotinas escolares. Às crianças, sujeitos da minha pesquisa, que me receberam com alegria e dispostas a contribuir com suas falas. Estas representam o sentido deste trabalho e confesso que propiciaram os momentos mais gratificantes de todo o processo. Estar com as crianças e ser recebida por elas de forma carinhosa e acolhedora encheram de vida e sentimentos cada palavra escrita. À Delfina, minha terapeuta, orientadora de outros campos da vida, pelo suporte emocional, pelo cuidado e por me fazer perceber portas onde eu não via mais saídas. A sua contribuição foi fundamental para que eu guiasse meus estudos com clareza, perseverança e objetividade. À Angélica, minha mãe, por ter me apoiado durante todo o percurso, mesmo passando por cima de suas próprias convicções, por não entender o porquê da minha escolha profissional. Sem o seu apoio, tanto no campo do afeto, como também no campo financeiro, eu não poderia ter concluído mais esta etapa da minha vida. À minha sogra, Ilna, mãe do meu ex-marido, e a minha madrasta, Katia, por terem ficado com os meus filhos sempre que precisei, para estudar, viajar ou trabalhar, mesmo que isso significasse mudar as suas rotinas de vida e seus compromissos. Aos meus amigos, pela compreensão e pela força, apesar da minha ausência em suas vidas, durante esta jornada. Aos meus filhos, Leonardo e Thiago, por toda a felicidade que me proporcionam e pelo que me ensinam diariamente na nossa convivência, através da troca de sentimentos, palavras e atitudes. Por eles e através deles eu ampliei o meu desejo de buscar a proximidade com diferentes infâncias e investir em estudos sobre educação. Foi na alegria vivenciada nos momentos de comunhão com eles que encontrei força e inspiração para concluir este trabalho. Ao Cesar, meu namorado, parceiro, amigo e amante, sempre presente, me dando força e me apoiando; por ter demonstrado a sensibilidade de perceber que os momentos em que eu mais me distanciava eram os momentos em que eu mais precisava de sua aproximação, me acolhendo, me ajudando, ora falando, ora silenciando. Assim, sem exceção, ele sempre fez. Agradeço pelo seu olhar com admiração enquanto eu estudava e pela sua atenção no que eu tinha a dizer sobre a pesquisa; pelo seu desejo de assistir às minhas apresentações; pela sua vibração, torcida e acalanto. Talvez a pesquisa se finalizasse mesmo sem o seu apoio, mas eu não teria sido tão feliz nesse processo e, certamente, não teria escrito com tanto desejo, tranqüilidade e investimento, como eu pude fazer ao contar com a sua presença. Enfim, a todos que eu não mencionei, mas que de alguma forma contribuíram para o desenvolvimento deste trabalho, tanto no campo profissional, como no social e no afetivo, por cada olhar, cada gesto fraterno, acolhedor ou compreensivo; cada crítica ou olhar de reprovação e até pelas situações que me fizeram perder o chão; por todas as situações vividas na interação com o outro e com a vida, eu agradeço a oportunidade de crescer, me desenvolver e produzir este trabalho. Finalizo com uma saudação que, apesar de estar em moda, devido à telenovela da Rede Globo, “Caminhos da Índia”, já a utilizo desde criança, por ter aprendido com meu pai e assim ser saudada em todos os cartões que ele me enviou. Uma saudação que significa muito na minha vida e, portanto, quero compartilhar neste trabalho: NAMASTÊ! (O Deus que habita em mim saúda o Deus que habita em você). ...Crianças são especialmente inclinadas a buscarem todo local de trabalho onde a atuação sobre as coisas se processa de maneira visível. Sentem-se irresistivelmente atraídas pelos detritos que se originam da construção, do trabalho no jardim ou em casa, da atividade do alfaiate ou do marceneiro. esses produtos residuais elas reconhecem o rosto que o mundo das coisas volta exatamente para elas, e somente para elas. Neles, estão menos empenhadas em reproduzir as obras dos adultos do que em estabelecer entre os mais diferentes materiais, através daquilo que criam em suas brincadeiras, uma relação nova e incoerente. Com isso as crianças formam o seu próprio mundo de coisas, um pequeno mundo inserido no grande. Dever-se-ia ter sempre em vista as normas desse pequeno mundo quando se deseja criar premeditadamente para crianças e não se prefere deixar que a própria atividade – com tudo aquilo que é nela requisito e instrumento – encontre por si mesma o caminho até elas. “Canteiro de Obras” Walter Benjamin RESUMO BIZZO, Katia de Souza e Almeida. Crianças e telenovelas: diálogos silenciados. 2009. 146f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2009. Este trabalho tem como objetivo convidar o leitor a aguçar o olhar e a escuta para os diálogos que as crianças estabelecem a partir do que assistem nas telenovelas brasileiras, tendo como premissa o fato de que elas assistem a estes programas, porém pouco conversam sobre eles, principalmente com pessoas de outras gerações. A necessidade de refletir sobre esses diálogos é apontada pelas leituras de mundo que as crianças elaboram a partir dessa recepção em relação constante com suas vivências singulares e coletivas. A pesquisa em questão foi realizada com dois grupos focais, formados por crianças de dois ambientes escolares