ENTRE COMÉDIAS E CONTOS a Formação Do Ficcionista Machado De Assis (1856-1866)
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE ESTUDOS DA LINGUAGEM DEPARTAMENTO DE TEORIA E HISTÓRIA LITERÁRIA RODRIGO CAMARGO DE GODOI ENTRE COMÉDIAS E CONTOS A formação do ficcionista Machado de Assis (1856-1866) Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Teoria e História Literária, Área de concentração em Literatura Brasileira, do Instituto de Estudos da Linguagem da Universidade Estadual de Campinas, desenvolvida sob orientação do Prof. Dr. Jefferson Cano. CAMPINAS 2010 1 Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca do IEL - Unicamp Godoi, Rodrigo Camargo de. G547e Entre comédias e contos : a formação do ficcionista Machado de Assis (1856-1866) / Rodrigo Camargo de Godoi. -- Campinas, SP : [s.n.], 2010. Orientador : Jefferson Cano. Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem. 1. Assis, Machado, 1839-1908 – Crítica e interpretação. 2. Teatro. 3. Contos. 4. Política. 5. Crítica teatral. I. Cano, Jefferson. II. Universidade Estadual de Campinas. Instituto de Estudos da Linguagem. III. Título. tjj/iel Título em inglês: Between comedies and short stories: the formation of the writer Machado de Assis (1856-1866) Palavras-chaves em inglês (Keywords): Machado de Assis, 1839-1908 – Critic and interpretation; Theater; Short story; Politics; Theatrical criticism. Área de concentração: Literatura brasileira. Titulação: Mestre em Teoria e História Literária. Banca examinadora: Prof. Dr. Jefferson Cano (orientador), Prof. Dr. Sidney Chalhoub, Profa. Dra. Silvia Cristina Martins de Souza, Profa. Dra. Orna Messer Levin (suplente), Profa. Dra. Lúcia Granja (suplente). Data da defesa: 12/02/2010. Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Teoria e História Literária. 2 3 RESUMO Este estudo investiga, por meio de uma perspectiva histórica, os anos de formação do ficcionista Machado de Assis que, seguramente impelido pelo grande sucesso da estética teatral realista entre a jovem intelectualidade fluminense, a época reunida em torno do Teatro Ginásio Dramático, primeiro experimentou expressar-se por intermédio do teatro. Assim sendo, serão analisados neste trabalho, além de suas comédias, seus escritos críticos, suas traduções/imitações dramáticas, bem como sua atuação como censor do Conservatório Dramático Brasileiro. Contudo, a partir dos sinais patentes de enfraquecimento da “escola realista” frente à emergência dos gêneros teatrais ligeiros e musicados e da pouco calorosa recepção crítica de suas comédias encenadas, observaremos como Machado de Assis é impelido a traçar novos rumos para seu projeto literário, intensificando a produção de seus primeiros contos. Mas, comédia ou conto, a ficção machadiana deste período é profundamente marcada pelos princípios políticos liberais visivelmente presentes em sua produção jornalística. Palavras-chave : Machado de Assis; Teatro; Crítica teatral; Conto; Política. 5 ABSTRACT This study investigates, through a historical perspective, the Machado de Assis’ years of formation. Surely impelled for the great success of the realistic theater between the young intellectuality of Rio de Janeiro, by that time congregated around the Teatro Ginásio Dramático, he also tried to express itself by the stage. Thus, the objects of this work, beyond Machado’s comedies, will be his critical writings, his translations and imitations of French comedies, as well as his performance as censor of the Conservatório Dramático Brasileiro. However, from the signals of weakness of the “realistic school” in front of the great success of popular sorts of theater and the disappointing reception of his staged comedies, we could observe how Machado de Assis will be impelled to trace new routes for his literary project, intensifying the writing of short-stories. But, comedy or short-story, the Machado’s fiction of that period was deeply marked by politics principles, those evident mainly on his journalistic writings. Keywords : Machado de Assis; Theater; Theatrical criticism; Short story; Politics. 6 AGRADECIMENTOS Nessa manhã quente de 23 de Dezembro, exausto pelo trabalho intenso dos últimos quatro meses, seria muito difícil ser justo com todos os que de algum modo contribuíram para a realização deste trabalho. Assim, de antemão, peço perdão aos que dentre eles não forem aqui diretamente mencionados. Primeiramente agradeço a Capes pelo financiamento da pesquisa. A bolsa de estudos, que me possibilitou dedicação exclusiva ao trabalho, foi fator determinante para a obtenção dos resultados apresentados nesta dissertação. Entretanto, possivelmente esta dissertação não existiria não fossem as aulas memoráveis sobre história e literatura do Prof. Dr. Artur José Renda Vitorino, em seu curso de Brasil Império na Licenciatura em História da Faculdade de Ciências e Letras de Bragança Paulista. Artur, aí está um dos resultados, muito obrigado! Ainda na galeria dos professores que fazem a diferença em nossas vidas, gostaria também de me referir a D. Célida Maria Garcia Vasconcellos, minha professora de história da quinta e sexta séries, outra grande responsável, ao lado do Artur, por eu ter definitivamente abandonado as exatas e escolhido esta carreira. Cursando os créditos da pós- graduação, fui aluno por dois semestres consecutivos do Prof. Dr. Antonio Arnoni Prado, a quem agradeço, especialmente pelos Seminários Avançados sobre a obra de Antonio Candido. No mestrado, e antes dele, no decorrer de 2007, quando ainda preparava o projeto ao mesmo tempo em que freqüentava, na qualidade de aluno ouvinte, suas aulas de literatura brasileira no IEL, tive o privilégio de contar com a orientação do Prof. Dr. Jefferson Cano. Deste modo, sou imensamente grato ao Jefferson pelas leituras atentas, pelas observações sempre instigantes, enfim, pela disponibilidade com a qual sempre se apresentou nesses primeiros anos de trabalho, visto que outros já estão por vir. Sou também muito grato à leitura e aos apontamentos decisivos feitos pelo Prof. Dr. Sidney Chalhoub e pela Profa. Dr. Sílvia Cristina Martins de Souza por ocasião do exame de qualificação do mestrado, e, antecipadamente, aos que serão feitos na defesa. Quando comecei a pesquisa, até a conquista da bolsa de estudos, trabalhava, em múltiplas funções, na Editora da Universidade São Francisco. Assim, sou grato ao Renato Kirchner, na ocasião o “meu chefe”, por permitir, sem reservas, que meus horários fossem constantemente ajustados para que freqüentasse cursos, palestras e congressos na Unicamp e fora dela. Da Edusf dedico também um “salve” aos amigos Isaac Romagnolli Jr., Cinthia Steigleder, Orlando Bernardi e Adriel Moura Cabral. 7 Igualmente digo que Nicole Juliani e Angela Cristina de Oliveira são incentivadoras e amigas que saíram da graduação para o resto da vida. Ana Cristina do Canto Lopes Bastos, Daniela Magalhães da Silveira, Samuel Sarachinni de Oliveira, Débora Cristina Bondance Rocha, Valéria Cristina Bezerra e Rodrigo Soares de Cerqueira, além de grandes amigos, foram grandes interlocutores em diferentes momentos da pesquisa. Sou igualmente grato a Marcela dos Santos Abreu por compartilhar comigo as crônicas da Revista Popular . Já Joana Andrade, Ligiane Freitas e Renata Suthoff mesmo às vezes de longe, estiveram sempre por perto. A “machadiana” Mariana da Silva Lima, seu marido Rafael e o pequeno Vicente, assim como sua mãe Dalva e avó Odete, também foram incríveis ao me hospedarem em Niterói, quando recentemente precisei consultar os originais de Machado de Assis na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. Aproveito, por conseguinte, para agradecer aos funcionários da Biblioteca Nacional, e, sobretudo, aos funcionários da Biblioteca do Instituto de Estudos da Linguagem e do Arquivo Edgar Leuenroth, ambos da Unicamp, onde realizei a maior parte da pesquisa. Além disso, não poderia deixar de mencionar a importância de projetos como o “Gallica”, da Biblioteca Nacional Francesa, e o “Catálogo de Obras de Teatro Osório Mateus (séculos XVIII e XIX)”, da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Por meio desses arquivos digitais tive acesso a periódicos e volumes originais indispensáveis à pesquisa, tanto franceses como portugueses, felizmente ou infelizmente, sem sair de Bragança Paulista ou Campinas. Quanto à minha família, seriam necessárias páginas e páginas de agradecimentos. Por ironia, ou simplesmente fatalidade, meu pai, Arcílio Godoy, foi-se cedo demais, um tanto quanto cedo demais. Desde então, tive e pude contar com a ajuda de muitos dos meus familiares que, a exemplo do tio Milton, do Seu João e da Dona Zefa, meus avós paternos, estiveram sempre ao meu lado, seja apoiando ou mesmo financiando meus estudos, cursos, livros, etc. No entanto, sempre, mas principalmente nesses últimos e, em algumas ocasiões, bem difíceis, vinte e cinco anos, foi sem dúvida minha mãe nosso porto seguro. Forte, como as mulheres da minha família costumam ser, e ainda muito jovem, a D. Maria Camargo teve de ser pai e mãe, não somente do autor desta dissertação, mas também de sua irmã, Eliane Godoy. Tenho a ligeira impressão de que a senhora se saiu bem, mãe. E é à senhora a quem dedico este trabalho. Já os meus sobrinhos, Luis Phelipe e Maria Cecília, são um capítulo todo à parte: Pronto Lu! O tio “Rodligo” acabou e amanhã, finalmente, irei te visitar. 8 Senhores, venho em nome de Dionísio, a quem devo de todo a inspiração como poeta, e vos expor pretendo, com franqueza e completa liberdade, as minhas queixas íntimas, pessoais, permitidas, sem dúvida, ao poeta. As minhas ambições são muito claras: quero o