Sala Do Plenário Do Edifício Da Assembleia Legislativa, Sito Vamos Iniciar a Reunião
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Data: 14 de Novembro de 2000 para a Assembleia Legislativa da RAEM”. Início da reunião: 15 horas Acta: Fim da reunião: 16 horas e 40 minutos Presidente: Srs. Deputados: Local: Sala do Plenário do Edifício da Assembleia Legislativa, sito Vamos iniciar a reunião. nos Aterros da Baía da Praia Grande, Praça da Assembleia Legislativa em Macau. Hoje, no período antes da ordem do dia, houve apenas uma inscrição de intervenção. Agora, tem a palavra o Sr. Deputado Ng Presidente: Susana Chou Kuok Cheong. Vice-Presidente: Lau Cheok Va Ng Kuok Cheong: Obrigado, Sr.ª Presidente. Primeiro-Secretário: Leonel Alberto Alves Caros colegas. Segundo-Secretário: Kou Hoi In As manifestações levadas a cabo pelos desempregados, entre Maio e Julho deste ano, alertaram toda a sociedade para a Deputados presentes: Susana Chou, Lau Cheok Va, Leonel impossibilidade de continuar a aplicar a política laboral adoptada. Alberto Alves, Kou Hoi In, Ng Kuok Cheong, Vitor Ng, Chow Em 29 de Julho passado, a Associação Geral dos Operários Kam Fai David, Anabela Sales Ritchie, Tong Chi Kin, Iong Weng anunciou a suspensão da atribuição de subsídio de desemprego e Ian, Au Chong Kit aliás Stanley Au, Chui Sai Cheong, João adiantou que, após a reunificação, os problemas com a referida Baptista Leão, Leong Heng Teng, Hoi Sai Iun, Philip Xavier, Ho política se tornaram mais evidentes, agravando a situação de Teng Iat, Fong Chi Keong, Vong Hin Fai, Liu Yuk Lun aliás David desemprego. Nestes termos, solicitou que o Governo da RAEM Liu, Kwan Tsui Hang. procedesse à revisão e pusesse em prática a Lei de Bases da Política de Emprego e Direitos Laborais. Solicitou ainda que fosse Deputados ausentes: Cheong Vai Kei e José Manuel Rodrigues. definido um calendário no sentido de proceder a uma redução da mão de obra para 8 ou 9 mil, nos próximos seis meses. Convidados: Florinda Chan, Secretária para a Administração e Justiça; Lídia Luz, Directora dos SAFP; José Chu, Sub-Director Na reunião da AL, datada de 9 de Agosto, ao responder à minha dos SAFP; Vera Ferreira Ribeiro, Chefe do Departamento interpelação oral, o Secretário para a Economia e Finanças Técnico-Jurídico; Fung Soi Tong, Técnico agregado do Gabinete da prometeu a redução da mão de obra importada, de 28 mil para 20 Secretária para a Administração e Justiça. mil (i.é, para um n° inferior a 10% da população activa local), bem como o estudo atempado sobre a população, de forma adequada, do Ordem do Dia: Único. Discussão e votação, na generalidade, da número de quotas atribuídas às diversas empresas. Todavia, até a proposta de lei intitulada “Lei Eleitoral para a Assembleia data, não se verificou, ainda, essa redução, nem a fixação de Legislativa da RAEM” qualquer calendário para esse efeito, nem tão pouco a continuação dos trabalhos da referida publicação. Se bem que o relatório do Sumário:No período de antes da Ordem do Dia, interveio o Sr. Chefe do Executivo e o texto das LAG/2001 estejam, em si, Deputado Ng Kuok Cheong.No período da ordem do Dia, foi repletos de palavras positivas quanto à política de importação de aprovada na generalidade a proposta de lei intitulada “Lei Eleitoral mão de obra, essas palavras pecam por subjectividade e só N.° 35/2000 - 14-11-2000 Diário da Assembleia Legislativa da Região Administrativa Especial de Macau – I Série 2 contribuem para acalmar os ânimos. A execução efectiva da forma geral, os respectivos contratos. referida política reside na fixação de medidas objectivas e fiscalizáveis, dando assim cumprimento aos princípios da Para garantir que o princípio da importação de trabalhadores só publicidade e da igualdade. Pena é que as questões de redução e serve para complementar a insuficiência das forças de trabalho publicação do número de mão de obra importada não tenham sido locais, para assegurar que os trabalhadores qualificados a importar abordadas nos referidos documentos, o que levanta dúvidas sobre o são efectivamente necessários para o território e para assegurar cumprimento das promessas assumidas. também a oportunidade de emprego dos residentes, devem definir-se prioridades por sector, tendo em conta a análise dos No dia 10 de Novembro, quando o Chefe do Executivo recursos humanos e as necessidades de desenvolvimento do respondia às questões dos Deputados, só se limitou a abordar os território. aspectos positivos, sem prometer a adopção de medidas objectivas e fiscalizáveis. Ficou ainda mais no ar a incerteza quanto ao Os sujeitos-alvo da limitação de importação de trabalhadores são objectivo da redução do número de trabalhadores não residentes os quadros técnico-profissionais que Macau não tem condições para 20 mil, ou seja, para um número até 10% da população activa. para formar e de que os investidores precisam. Logo, para além da Quanto à política “win-win” assumida pelo próprio Governo, o importação, é necessário realizar a formação correspondente, sem Chefe do Executivo apontou uma falha, ou seja, a falta do demora. conhecimento sobre a situação social. Relativamente à publicação de uma lista com o número de trabalhadores não residentes por Com vista à selecção de recursos, como também em Macau há empresa e instituição, que não se realizou ainda, o Chefe do oferta de trabalhadores qualificados, a importação deste tipo de Executivo optou por não responder. Posteriormente, o Director dos trabalhadores exige uma avaliação comparativa, baseada em dados Serviços de Trabalho e Emprego reconheceu que a resultantes da análise efectuada aos recursos humanos. política “win-win” tinha sofrido ajustamentos, traduzidos no desaceleramento do ritmo da redução da importação de O Território possui já alguns trabalhadores qualificados e, mão-de-obra. entretanto, surgirão também alguns jovens formados localmente, com habilitações profissionais adequadas. Então, a importação de Os dirigentes do Governo só sabem falar e não sabem agir trabalhadores qualificados deve também obedecer a limitações. adequadamente. Não têm posto em prática as promessas assumidas Portanto, o grande pressuposto do Governo é garantir a sobre a política de emprego, o que constitui uma desilusão para os oportunidade dos qualificados locais no que respeita à obtenção de cidadãos de estrato social mais baixo, cuja situação de desemprego experiência profissional. é já de longa duração e cujos rendimentos são bastante baixos. Uma melhoria profunda, em termos gerais, possibilitará uma Após as manifestações levadas a cabo por desempregados, fiscalização efectiva na especialidade, sem grandes encargos, verificaram-se indícios de retoma da economia. Apesar dos podendo inclusivamente acabar com o emprego ilegal. O Governo dirigentes do Governo só saberem falar e não agir, espero que as deve exigir aos empregadores que contratam trabalhadores contradições sociais existentes sejam moderadas e não agravadas. importados o pagamento de emolumentos, cujo montante poderá Solicito ao Governo que ponha em prática o prometido e aproveito ser utilizado na fiscalização e na reconversão profissional dos para, uma vez mais, expressar as opiniões que já tive oportunidade trabalhadores locais. Para além da diminuição da importação de de manifestar, antes da ocorrência das referidas manifestações. trabalhadores não qualificados, o Governo deve ainda, implementar um plano de reconversão profissional direccionado para os Numa perspectiva macro, é necessário limitar, claramente, o trabalhadores locais, a fim de que as vagas decorrentes da número de mão de obra não residente, diminuindo-o para menos de expiração dos referidos contratos sejam sistematicamente 10% da população activa local. A política de “win-win” só pode ser preenchidas por trabalhadores locais e qualificados. Essas medidas concretizada se se registar crescimento económico e aumento da implicam ter tem conta os sectores e a natureza das funções para os produção. Caso tal não aconteça, a política de “win-win” não passa quais são efectivamente necessários os trabalhadores não de uma medida em que, por via da fiscalização rigorosa, se qualificados, bem como obter informação atempada sobre as datas transferem, proporcionalmente, determinados postos de trabalho de expiração dos seus contratos. ocupados por trabalhadores não residentes para trabalhadores residentes. Contudo, não pode haver lugar a resultados se não O Governo da RAEM deve proceder a uma revisão global no houver fiscalização rigorosa e se persistir o medo de tornar medidas que respeita às medidas de importação de mão de obra, que prejudiquem interesses adquiridos. Actualmente, a maioria dos introduzindo as alterações necessárias. Para conquistar a confiança trabalhadores não qualificados encontra-se nos sectores do dos cidadãos na política de emprego do Governo, é necessário vestuário, construção civil e hotelaria, podendo também definir critérios relativos à autorização da importação de encontrar-se alguns na restauração e na reparação de automóveis. trabalhadores não residentes, respeitando os princípios da igualdade, Quando à proibição total da importação de mão de obra não transparência e justiça. A revisão global e a alteração às medidas de qualificada, nos sectores que não sofrem problemas de importação de mão de obra não residente poderão responder à competitividade externa, e com vista à redução gradual do número dificuldade de obtenção de emprego e poderão ainda criar de trabalhadores não residentes, o Governo deve acabar com o condições para uma concorrência justa e para o desenvolvimento aumento dessa importação de mão de obra e não deve renovar, de económico futuro, tanto para os investidores locais como