Unirio Narrativa Dos Ameríndios

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Unirio Narrativa Dos Ameríndios UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO - UNIRIO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEMÓRIA SOCIAL MARIANE APARECIDA DO NASCIMENTO VIEIRA NARRATIVA DOS AMERÍNDIOS: Disseminação de uma visão do contemporâneo. Rio de Janeiro 2017 MARIANE APARECIDA DO NASCIMENTO VIEIRA NARRATIVA DOS AMERÍNDIOS: Disseminação de uma visão do contemporâneo. Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Memória Social da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, como requisito parcial para a obtenção do grau de Mestre em Memória Social. Linha de Pesquisa: Patrimônio e Memória. Orientador: Prof. Dr. Amir Geiger. Rio de Janeiro 2017 MARIANE APARECIDA DO NASCIMENTO VIEIRA NARRATIVA DOS AMERÍNDIOS: Disseminação de uma visão do contemporâneo. Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Memória Social da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, como requisito parcial para a obtenção do grau de Mestre em Memória Social. Aprovada em: ____/____/____ BANCA EXAMINADORA Prof. Dr. Amir Geiger – Orientador – UNIRIO Prof. Dr. José Ribamar Bessa Freire – Avaliador – PPGMS/UNIRIO Prof. Dr. Thiago de Niemeyer Matheus Loureiro – Avaliador – PPGCS/UFRRJ. Aos ameríndios. AGRADECIMENTOS Ao CNPq, pela bolsa concedida ao longo dos vinte quatro meses do mestrado, que propiciaram a dedicação integral na elaboração da dissertação. Ao programa de Pós-Graduação em Memória Social, na figura de seus funcionários que tão bem atenderam minhas demandas, principalmente à Ercília e Fátima que souberam preencher com as melhores conversas as esperas entre as aulas. Ao corpo docente que me desafiou a percorrer o campo da interdisciplinaridade de forma instigante. Em especial, as professoras Andrea Lopes e Edlaine Gomes pela incursão na subalternidade e Regina Abreu nos percalços do patrimônio imaterial e aos professores, Leonardo Munk, Javier Lifschitz e Ricardo Saltztrager, nas discussões que me fizeram refletir no direcionamento da minha pesquisa. Aos colegas de turma que tornaram a experiência como mestranda muito mais enriquecedora. À Carolina Dardi, Jéssica Hipólito, Renata Curado e José Ignácio Gomez, cujas trocas de ideias me trouxeram mais insights que qualquer texto acadêmico. Aos professores José Ribamar Bessa Freire e Thiago de Niemeyer Matheus Loureiro pelas sugestões e críticas no exame de qualificação. Ao meu orientador Amir Geiger, todo o agradecimento não expressará minha dívida acadêmica e pessoal, por desafiar minha persona museológica e expandir meu universo cognitivo. As ausências e fraquezas são de minha inteira reponsabilidade, fico devendo um trabalho à altura da sua orientação. Aos meus pais, Marilene e José, por apoiarem sempre as minhas escolhas e ao meu irmão, Márcio, pela cumplicidade. As amigas e amigos, especialmente Flávia, Mayara, Kallema e Victória por entenderem as ausências e escutarem atentamente as minhas angústias e debates delirantes. Ao Pedro, pela paciência e estímulo, compartilhando as euforias nos territórios percorridos. RESUMO A presente dissertação parte de uma proposta imaginativa: e se o índio tivesse colonizado o português? Por se tratar de um trabalho produzido em contexto interdisciplinar, ele transita e produz territórios, se apropriando de conceitos e narrativas como ferramentas metodológicas equivalentes. Partindo das experiências museológicas de curadoria compartilhada com povos e populações indígenas, e a extensão desse tipo de processo ao cinema e à internet, percebe-se que há uma autoralidade em transformação, uma curadoria ou autodocumentação que provoca também processos cismogênicos, redefinições de ‘coesões’ e ‘identidades’. Esses efeitos são de contemporaneidade, e podem ser aplicados também sobre as renarrativações e performances da condição histórica colonial - os “roteiros do descobrimento” alegorizados de diversos modos nas culturas 'nacionais' - e propiciar também uma releitura dos arquivos, dos documentos da descoberta no Quinhentos, considerando-os como outras tantas performances nas quais é possível reencontrar os 'pontos de bifurcação' para outras memórias e histórias compossíveis. A indigenização dessas tecnologias dissemina uma narrativa minoritária. Mais que um exercício analítico, destacamos um diálogo intercultural. Palavras-chave: Narrativas; Ameríndios; Contemporâneo. ABSTRACT The present dissertation starts from an imaginative proposal: what if the Indian had colonized the Portuguese? Because it is a work produced in an interdisciplinary context, it transits and produces territories, appropriating concepts and narratives as equivalent methodological tools. Starting from the museological experiences of shared curation with indigenous peoples and populations, and the extension of this type of process to the cinema and to the internet, one can perceive that there is a changing authorality, a curation or self-documentation that also provokes schismogenic processes, redefinitions of 'cohesions' and 'identities'. These effects are contemporaneous, and can also be applied to the re-naratives and performances of the colonial historical condition - the "routes of discovery" allegorized in various ways in the "national" cultures - and also provide a re-reading of the archives, 'In the Five Hundred, considering them as so many performances in which it is possible to rediscover the' bifurcation points' for other memories and with-possibilities stories. The indigenization of these technologies spreads a minority narrative. More than an analytical exercise, we emphasize an intercultural dialogue. Key-works: Narratives; Native Americans; Contemporary. SUMÁRIO INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 1 Capítulo 1 – Narrativas do contemporâneo ..................................................................................... 9 1.1 Museus ................................................................................................................................. 14 1.1.1 Indígenas no Museu ...................................................................................................... 20 1.1.2. Museus Indígenas ......................................................................................................... 26 1.2. Cinema ................................................................................................................................ 33 1.2.1 Curadoria compartilhada no Vídeo nas Aldeias ............................................................ 38 1.2.2 O índio como personagem ............................................................................................ 44 1.3. Internet ................................................................................................................................ 48 1.4. Digressão ou aproximação: fabricação de territórios.......................................................... 61 Capítulo 2 – Memória incorporada ou atos de performance ......................................................... 63 2.1. Memória e Performance Ameríndia ............................................................................... 69 2.2. A língua silenciada e a escrita como suporte .................................................................. 77 2.3. Patrimônio e Memória .................................................................................................... 88 Capítulo 3 – A performance da América ....................................................................................... 96 3.1 Performance da América ..................................................................................................... 98 3.1.1 A aventura além-mar e a Imagem do Novo Mundo .................................................... 101 3.1.2. O projeto colonial e a colonialidade ........................................................................... 112 3.2 A performance na memória ............................................................................................... 123 3.2.1 Ruídos da falta de alteridade ....................................................................................... 126 3.2.2 Os ameríndios e a relação com o poder....................................................................... 132 CONCLUSÃO ............................................................................................................................. 135 REFERÊNCIAS .......................................................................................................................... 139 ANEXOS ..................................................................................................................................... 156 INTRODUÇÃO Quando o português chegou Debaixo duma bruta chuva Vestiu o índio Que pena! Fosse uma manhã de sol O índio tinha despido O português. Oswaldo de Andrade, Achado de Vespúcio. A presente dissertação foi imaginada e escrita enquanto um território e, por isso, essa introdução antes de sê-la num sentido clássico, se constitui enquanto um mapa para transitar entre as ideias apresentadas. As ideias que os capítulos problematizarão não são alheias às discussões acadêmicas em curso, o que pretendemos mostrar é o potencial dessas ideias para mudar nossa visão de mundo, ao nos conectarmos com uma rede indigenianizada. Tal rede nos permite vislumbrar o que teria sido se ‘o índio tivesse despido o português’ e quais territórios podemos criar e nos apropriar para nos aproximar dessa realidade. A narrativa dos ameríndios aparecerá como diversas possibilidades
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