Universidade Federal Do Rio De Janeiro Centro De
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS MATEMÁTICAS E DA NATUREZA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA DIOGO DA SILVA CARDOSO ARQUIPÉLAGO SOCIOMUSEOLÓGICO REGIONAL: notas sobre a emergência de um circuito de cultura e memória na periferia carioca (RJ) RIO DE JANEIRO 2015 Diogo da Silva Cardoso ARQUIPÉLAGO SOCIOMUSEOLÓGICO REGIONAL: notas sobre a emergência de um circuito de cultura e memória na periferia carioca (RJ) Tese de doutorado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como requisito parcial à obtenção do título de Doutor em Geografia. Orientador: Prof. Dr. Scott William Hoefle Rio de Janeiro (Rio de Janeiro) 2015 CIP - Catalogação na Publicação Cardoso, Diogo da Silva C268a Arquipélago Sociomuseológico Regional: Notas sobre a emergência de um circuito de cultura e memória na periferia carioca (RJ) / Diogo da Silva Cardoso. -- Rio de Janeiro, 2015. 300 f. Orientador: Scott William Hoefle. Tese (doutorado) - Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto de Geociências, Departamento de Geografia, Programa de Pós Graduação em Geografia, 2015. 1. Sertão Carioca. 2. Espaço museológico. 3. Paisagem vernacular. 4. Produção cultural. 5. Desenvolvimento local. I. William Hoefle, Scott, orient. II. Título. Elaborado pelo Sistema de Geração Automática da UFRJ com os dados fornecidos pelo(a) autor(a). À memória dos professores e agitadores culturais da Zona Oeste que, após tanto lutarem pela sua região, foram vencidos pelo cansaço e pela “inércia proposital” do Poder público AGRADECIMENTOS Agradeço ao professor Scott Hoefle pela autonomia e liberdade concedida a mim, condição sem a qual não teria chegado aonde cheguei com esta ação- pesquisa. É o antropólogo mais prudente que já conheci! Agradeço à geógrafa Zeny Rosendahl, pela inestimável luta no campo da Geografia da Religião e por acreditar, assim como Mircea Eliade, que é possível a existência de espaços sagrados mesmo no mundo (pós)secularizado que, com muita angústia, vivemos e sofremos. Agradeço ao professor Mario Chagas, pela coragem de enfrentar a museologia tradicionalista e propor novos horizontes museais para as periferias urbanas. Pretendo, ainda, escutar seus vinis e CDs raros... Agradeço também aos professores Rafael Ribeiro e Pedro Lopes, por suas honrosas presenças na banca examinadora. Agradeço imensamente ao arqueólogo Claudio Prado de Mello, por dar- me a oportunidade de trabalhar no sítio arqueológico Matadouro Imperial (Praça da Bandeira) e de experienciar o rico acervo do Museu da Humanidade e a arquitetura islâmico-medieval que construíste para sediar o IPHARJ, o Museu e a Terra Brasilis. Obrigado à Simone, Eduardo e Elizabeth, por fazerem do laboratório de arqueologia da Linha 4 do Metrô, um recanto de histórias interessantes e de aumento das minhas dúvidas acerca do vasto universo arqueológico. Sou grato aos jovens Lucas Paiva e Alfredo Cruz, por me apresentarem os cristianismos orientais. Com eles, notei que é possível, sim, outras formas de relação com o Eterno, e isso me ajudou a aliviar um pouco a tristeza de ver uma parcela enorme do atual cristianismo ocidental entrar no fosso da irrelevância e da degeneração. Agradeço a minha mãe por ser uma grande mãe, aquela mãe que sempre estende a mão quando preciso. E hoje entendo o seu sofrimento por não termos uma família com F maiúsculo. Te amo! Minha avó é um exemplo de dignidade e lealdade, por isso, és uma preciosidade na minha vida. Junto a ti, Ana, Luana e a mimosa Val completam o time que faz com que eu ainda tenha alguma ligação afetiva com Realengo. Não posso esquecer de citar Lindomar, Vandeler, Fabrício e Inês Pimenta, Claudia Siqueira, José Humberto, Paulo Marcos, Patrícia Lopes, Willian Carboni, Roberto de Regina, Edinho Paiva e outros colegas de jornada que acreditam que posso, de alguma forma, contribuir no terreno movediço da Academia. Tenho que agradecer também a todos que participaram da curta jornada do É COmunitário, principalmente os que me afetaram negativamente. Tenho que agradecê-los porquê, graças a eles, despi-me de todo o romantismo que povoa o campo da produção cultural e do patrimônio, impedindo-nos de fazer uma leitura mais realista das relações de desequilíbrio e desigualdade no campo que produzem agenciamentos egocêntricos e um grau de competição elevadíssimo entre as pessoas. Graças à experiência com os agentes culturais da Zona Oeste, queimei várias etapas do processo de entendimento e agora entendo porque há tantas pessoas resignadas e indispostas a militar nesse meio. Agradeço a Deus por pacientemente me ajudar, a despeito da minha atual letargia espiritual em tempos de angústia existencial e de questionamento sobre a pertinência das instituições religiosas – afinal, vivemos ou não vivemos numa era pós-metafísica? Deus, tu sabes que acredito em ti! E por fim, menciono Lidiane Oliveira, a quem dedico minha vida e, apesar de não conseguir agradá-la constantemente, vale a pena o esforço. Te amo! RESUMO CARDOSO, Diogo da Silva. Arquipélago Sociomuseológico Regional: notas sobre a emergência de um circuito de cultura e memória na periferia carioca (RJ). Tese (Doutorado em Geografia) - Programa de Pós-Graduação em Geografia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2015 O objetivo desta ação-pesquisa é evidenciar o fenômeno museológico de base comunitária na região historicamente conhecida como Sertão Carioca, região esta que, desde os anos 1960, tornou-se alvo de estereótipos e rotulações negativas, e outras estratégias territoriais para consolidar a região como a última frente de expansão urbano-industrial da cidade. A proposta é dar visibilidade às instituições locais que se reorientaram como estâncias museológicas, ou seja, de trabalho com as memórias e culturas locais; e compreender as atividades e eventos dessas instituições no contexto geral da localidade que objetivam revalorizar em termos culturais e turísticos. Esse conglomerado de ilhas de arte- cultura e memória formam o Arquipélago Sociomuseológico do Sertão Metropolitano Carioca, um novo conceito que tento trazer à tona para traduzir parte da nova paisagem cultural que almeja revitalizar a região. A metodologia de ação-pesquisa criou um percurso inusitado, sendo o primeiro momento a experiência com os ecomuseus de Santa Cruz e Sepetiba. Após a imersão ecomuseológica, o segundo momento abarca o É COmunitário, iniciativa que durante um ano e meio (2013-2014), reuniu alguns espaços de cultura dispostos a fomentar o turismo comunitário e o intercâmbio cultural em seus bairros. Esta imersão “total” no universo pesquisado revelou outras situações e caminhos para a compreensão dos modos de produção cultural vigentes, agora ancorados na perspectiva do desenvolvimento turístico de base comunitária. A análise desses dois momentos faz entender o arquipélago sociomuseológico em relevo como um simulacro que abriga agenciamentos estéticos que intentam reorientar o desenvolvimento territorial em bases mais históricas e culturais, criando um novo elo de reencantamento dos lugares e de luta pragmática por acesso a recursos financeiros e por novos canais de visibilidade e protagonismo. Palavras-chave: espaço museológico, paisagem vernacular, turismo comunitário, Rio de Janeiro, Sertão Carioca. ABSTRACT CARDOSO, Diogo da Silva. Arquipélago Sociomuseológico Regional: notas sobre a emergência de um circuito de cultura e memória na periferia carioca (RJ). Tese (Doutorado em Geografia) - Programa de Pós-Graduação em Geografia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2015 The purpose of this action-research is to highlight the museum phenomenon of community-based in the region historically known as Carioca Sertão, this region which, since the 1960s, has become the target of negative stereotypes and labels, and other territorial strategies to consolidate the region as the last front of urban-industrial expansion of the city. The proposal is to give visibility to local institutions that have shifted as museum offices, that is, working with the memories and local cultures; and understand the activities and events of these institutions in the general context of the locality aimed revalue in cultural and tourism assets. This conglomeration of art-culture and memory islands form the Sociomuseological Regional Carioca archipelago, a new concept I try to bring up to translate part of the new cultural landscape that aims to revitalize the region. The action-research methodology created an unusual route, the first time the experience with the eco-museums of Santa Cruz and Sepetiba. After ecomuseological immersion, the second time the covers and community initiative for a year and a half (2013-2014), brought together some culture spaces disposed to promote community tourism and cultural exchange in their neighborhoods. This immersion "total" in the universe researched revealed other situations and ways to understand the current cultural production methods, now anchored in the perspective of tourism development community-based. The analysis of these two moments do understand sociomuseological archipelago in relief as a simulacrum that houses aesthetic assemblages that attempt to redirect the territorial development in more historical and cultural bases, creating a new enchantment link places and pragmatic struggle for access to financial resources and for new channels for visibility and leadership. Keywords: museologic space, vernacular landscape, community tourism, Rio de Janeiro, Carioca Hinterland. LISTA DE