Caio Fernando Abreu E O Cinema: O Processo De Adaptação De Morangos Mofados
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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO SOCIAL FABIANO GRENDENE DE SOUZA CAIO FERNANDO ABREU E O CINEMA: O PROCESSO DE ADAPTAÇÃO DE MORANGOS MOFADOS Porto Alegre 2010 FABIANO GRENDENE DE SOUZA CAIO FERNANDO ABREU E O CINEMA: O PROCESSO DE ADAPTAÇÃO DE MORANGOS MOFADOS Tese apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Doutor em Comunicação, pelo Programa de Pós- graduação da Faculdade de Comunicação Social, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Orientador: Prof. Dr. Carlos Gerbase Porto Alegre 2010 FABIANO GRENDENE DE SOUZA CAIO FERNANDO ABREU E O CINEMA: O PROCESSO DE ADAPTAÇÃO DE MORANGOS MOFADOS Tese apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Doutor em Comunicação, pelo Programa de Pós- graduação da Faculdade de Comunicação Social, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Aprovada em_____de__________________de_____. BANCA EXAMINADORA Orientador: Prof. Dr. Carlos Gerbase – PUCRS ______________________________________________ Prof. Dr. Michel Marie – Paris 3 – Sorbonne Nouvelle ______________________________________________ Prof. Dr. Renato Luiz Pucci Jr. – UTP _____________________________________________ Prof. Dr. Luís Augusto Fischer – UFRGS _____________________________________________ Prof. Dr Cristiane Freitas Gutfreind – PUCRS ______________________________________________ À Maria Clara, que terá 25 anos em 2022. À Gabi, minha pessoa-eu desde os meus 25. Aos meus pais, sempre pais-heróis, independente da minha idade. AGRADECIMENTOS Ao Gerbase, por acreditar no trabalho e em mim, mas também por Inverno, Deus-ex machina e Os replicantes. Ao Michel Marie, pela acolhida parisiense e por me mostrar o travelling de Tout va bien. À Cristiane Freitas, que só faltou comprar minha passagem para Paris. E foi lá brindar no Le Reflet. Ao Renato Pucci, por mais de dez anos de troca intelectual. Muito bom receber os emails dominicais, falando de Bordwell, ciência e futebol. Ao Glênio, pelos livros e pelo amor incondicional ao cinema brasileiro. Ao Vicente Moreno, não só por capturar as imagens e as músicas deste trabalho, mas por tudo. Ao Dudu, que sempre me substitui, mas que é insubstituível. Ao Milton, pelos raccords do cinema e da vida. Aos meus colegas da Teorema – escrever sobre cinema sempre! A todos que passaram pela Clube Silêncio. A toda minha família. Ao amigos. Keta, Martinha, Sid, todos. A todos que estão indo para a última estrada da praia. Aos colegas professores. A quem eu me esqueci. À Lúcia e a todos da Secretaria do PPGCOM. À CAPES: foi graças à bolsa PDEE que esta pesquisa foi realizada. Tô te explicando Prá te confundir Tô te confundindo Prá te esclarecer Tô iluminando Prá poder cegar Tô ficando cego Prá poder guiar (Elton Medeiros e Tom Zé, Tô) RESUMO A pesquisa se concentra no processo de adaptação de contos de Caio Fernando Abreu para o roteiro de um filme de longa-metragem. Tendo como objetivo a elaboração de um roteiro a partir do livro “Morangos mofados” (ABREU, 1982), a tese segue uma metodologia elaborada em seu percurso: a abordagem da obra do autor sob o ponto de vista cinematográfico, o exame das adaptações de seus escritos para o cinema, e a reflexão sobre filmes com narrativas multifacetadas. Os estudos ancorados na análise de obras literárias e audiovisuais são um preâmbulo para a apresentação do processo criativo, dividido em três instâncias: os primeiros embates com o material a ser adaptado, o roteiro em si, e a reflexão sobre sua criação. CAIO FERNADO ABREU E O CINEMA: O PROCESSO DE ADAPTAÇÃO DE MORANGOS MOFADOS mescla teoria e prática, oferecendo um viés particular sobre a questão da transposição da literatura para o cinema, mais especificamente sobre a adaptação de contos para o formato de longa metragem. Palavras-chave: Cinema. Adaptação Literária. Caio Fernando Abreu. Roteiro. Narrativa. ABSTRACT The research focuses on the process of adapting of short stories by Caio Fernando Abreu for a feature film screenplay. Aiming to develop a screenplay from the book "Morangos mofados” (ABREU, 1982), the thesis follows a methodology refined during its development: the analysis of the author's work in a cinematic sense, an examination of previous Abreu’s film adaptations, and the reflection about movies with parallel narratives. The studies are anchored in the literary and audiovisual criticism and act as a prelude to the presentation of the creative process, divided into three steps: the first encounters with the material to be adapted, the scriptwriting itself, and the cogitation upon its creation. CAIO FERNADO ABREU E O CINEMA: O PROCESSO DE ADAPTAÇÃO DE MORANGOS MOFADOS blends theory and practice, offering a particular approach on the issue of the transformation of literary texts onto film, more specifically upon the adaptation from short stories into a feature film. Keywords: Film. Literary adaptation. Caio Fernando Abreu. Screenplay. Narrative. SUMÁRIO INTRODUÇÃO 13 PARTE I: CAIO FERNANDO ABREU E O CINEMA 1. PALAVRAS, IMAGENS E REFÚGIO: O CINEMA NA OBRA FICCIONAL DE CAIO FERNANDO ABREU 32 1.1. OVELHAS NEGRAS E A NOUVELLE VAGUE AMERICANA 34 1.2. PEDRAS DE CALCUTÁ: CULTURA POP, CURTAS PRONTOS E DITADURA 39 1.3. UM TRAILER DE MORANGOS MOFADOS 52 1.4. PELA NOITE ESTILIZADA 55 1.5. OS DRAGÕES, OS CLICHÊS E OS SAPATINHOS VERMELHOS 64 1.6. ONDE ANDARÁ DULCE VEIGA? ONDE ANDARÁ A REALIDADE? 73 2. REFERÊNCIAS, OPINIÕES E CONFISSÕES: O CINEMA NAS CRÔNICAS E NAS CARTAS DE CAIO FERNANDO ABREU 92 2.1. Crônicas de lá e daqui: tudo é cinema 93 2.1.1. A morte, a minha turma e as minhas musas 93 2.1.2. Encantado por natureza 97 2.1.3. Cinema, amor e dor 100 2.1.4. Comparações: o cinema explica o mundo 103 2.1.5. Estranho no paraíso 104 2.1.6. O Brasil não é só verde anil 106 2.2. AS CARTAS E O CINEMA: MENTIRAS SINCERAS ME INTERESSAM 108 2.2.1. Os primeiros filmes do inquilino solitário 109 2.2.2. Do dramalhão ao experimental: uma tela democrática 113 2.2.3. A vida a 24 quadros por segundo 118 2.2.4. Eu sou o cinema 120 2.2.5. As divas, os mitos e as frangas 124 2.2.6. O problema do cinema brasileiro é o seguinte 126 3. MANEIRAS E MANEIRAS DE ADAPTAR: CAIO FERNANDO ABREU NAS TELAS 130 3.1. AQUELES DOIS: ADAPTAÇÃO COMO CONSTRUÇÃO NARRATIVA 131 3.1.1. Saul: passado trágico e solidão 133 3.1.2. Raul: o desencontro com Clara 137 3.1.3. Raul e Saul: oxigênio no meio do deserto de almas 139 3.1.4. A repartição: a maioria silenciosa 146 3.2. ONDE ANDARÁ DULCE VEIGA?: ADAPTAÇÃO COMO EXPLOSÃO FORMAL 151 3.2.1. O jornalista, sua ex-mulher, a cantora e seu amante 152 3.2.2. Como filmar Dulce Veiga? como filmar Márcia Veiga? 156 3.2.3. A paisagem interior do traumatizado 160 3.2.4. A apropriação do noir e o diálogo com o cinema 167 3.2.5. Dos anos 1980 para cá: arte e cultura do espetáculo 174 3.3. DAMA DA NOITE: ADAPTAÇÃO COMO JUNÇÃO DE TEXTOS DÍSPARES 176 3.4. SARGENTO GARCIA: ADAPTAÇÃO COMO AFIRMAÇÃO DE POSTURA 183 3.5. PELA PASSAGEM DE UMA GRANDE DOR: ADAPTAÇÃO COMO EXERCÍCIO DE MISE EN SCÈNE 189 PARTE II – A CRIAÇÃO DO ROTEIRO DE MORANGOS MOFADOS 4. DE MAX OPHULS A TODD HAYNES: UM PASSEIO PELA NARRATIVA PLURAL 193 4.1. O PRAZER E CONFLITOS DE AMOR: AS LEIS DO DESEJO DE MAX OPHULS 193 4.2. AINDA ORANGOTANGOS E BARRIL DE PÓLVORA: TUDO NUM DIA SÓ 202 4.3. GUERRA CONJUGAL E A NARRATIVA INTERCALADA: TREVISAN, GENET E CUNNIHGHAM NA MESMA PRATELEIRA 210 4.4. SHORT CUTS: O MODELO DO FILME-CORAL CONTEPORÂNEO 223 4.5. CÓDIGO DESCONHECIDO E 71 FRAGMENTOS DE UMA CRONOLOGIA DO ACASO: OS CORAIS SOMBRIOS DE HANEKE 232 4.6. PARIS NO VERÃO E L’ÂGE DES POSSIBLES: O FILME-CORAL SOPRADO DO CORAÇÃO 241 4.7. 32 CURTAS SOBRE GLEEN GOULD E NÃO ESTOU LÁ: A MÚSICA ILUMINA A NARRATIVA 248 5. IT´S SHOW TIME, FOLKS: ESCREVENDO O ROTEIRO DE MORANGOS MOFADOS 256 5.1. UMA LEITURA CINEMATOGRÁFICA DO LIVRO 256 5.1.1. Diálogo 256 5.1.2. Os sobreviventes 257 5.1.3. O dia que Urano entrou em Escorpião 258 5.1.4. Pela passagem de uma grande dor 259 5.1.5. Além do ponto 261 5.1.6. Terça-feira gorda 262 5.1.7. Sargento Garcia e Aqueles dois 263 5.1.8. Fotografias 263 5.1.9. Pêra, uva ou maçã? 264 5.1.10. Natureza viva 265 5.1.11. Caixinha de música 265 5.1.12. O dia que Júpiter encontrou Saturno 266 5.1.13. Morangos mofados, o conto 268 5.1.14. Ideias e conclusões a partir da primeira releitura do livro 269 5.1.15. A primeira escaleta: a primeira vez que o filme foi até o fim 270 5.1.16. O roteiro vem com trilha sonora! 272 5.2. ROTEIRO DE MORANGOS MOFADOS – O FILME 274 5.3. REFLEXÕES SOBRE A ADAPTAÇÃO 366 5.3.1. A permanência do tempo: o passado é uma roupa que não ficou pra trás 368 5.3.2. A construção dos personagens: mudanças até o último dia 372 5.3.3. A estrutura: a liberdade embalando cenas da vida 375 5.3.4. Um making of do roteiro: conto a conto, as decisões, citações e a presença do cinema 381 5.3.4.1. Os contos da espinha dorsal: os vértices da narrativa 389 CONSIDERAÇÕES FINAIS 396 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 403 FILMOGRAFIA 414 APÊNDICE A 435 APÊNDICE B 441 APÊNDICE C 443 13 INTRODUÇÃO Caio Fernando Abreu escreveu para o amanhã.