Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9 Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas

Secretaria de Estado da Educação do Paraná Diretoria de Políticas Programas Educacionais

Programa de Desenvolvimento Educacional-PDE

UNIDADE DIDÁTICA

Titulo: A contribuição da erva na historia do Paraná

Autor: Valentin Hoinatz de Andrade

Disciplina/Área: História do Paraná

Escola de Colégio Estadual Dr. Décio Dóssi EFM implementação do projeto e sua Rua Largo da Amoreira, 65 Bairro localização: Eucaliptos

Muncípio da Escola: Fazenda Rio Grande- Paraná

Núcleo Regional da Área Metropolitana Sul Educação:

Professor Orientador: Profª Drª Maria José Menezes Lourega Belli

Instituição de Ensino Universidade Tecnológica Federal do Superior: Paraná

Relação interdisciplinar:

Resumo: A economia da erva mate sempre permeou a história do Paraná, das comunidades indígenas aos nossos dias, envolveu todas as classes sociais, desde a produção à comercialização. A atividade ervateira contribuindo para abrir novos espaços, explorar regiões e os empresários do mate acabaram participando do processo de emanciapação do Paraná, o que acabou imprimindo um sentimento paranista na identidade do paranaense. o sentimento paranista . Com a economia ervateira, a elite intelectual como Vitor Ferreira do Amaral e Nilo Cairo criaram a Universidade Federal do Paraná. A vinda de imigrantes acarretou maior dinamismo na extração e comercialização da erva mate, a medida que trouxe e consolidou novos hábitos, técnicas e costumes. Movimentou a economia do Paraná por aproximadamente 80 anos, projetando o Estado na economia internacional a medida que concorreu com outros produtos como o chá da China e o cacau. Muitas empresas surgiram em torno da exploração da erva mate, porém poucas perseveraram nesse ramo haja vista a crise de 1929 que levou muitas empresas à falência, o que afetou os investimentos industriais e relações de trabalho. A fábrica Matte Leão fundada em 1901 em Curitiba garantiu espaço no mercado interno e externo superando muitos dos desafios de época e atendendo as demandas de um mercado cada vez mais exigente.

Palavras- Chave: Erva mate, Matte Leão, economia, Universidade, urbanização.

Formato do material Unidade didática didático:

Publico Alvo: Aluno do 9º ano e Professores do Colégio Estadual Dr. Décio Dóssi.

Valentin Hoinatz de Andrade

A contribuição da erva mate na história do Paraná: Os alunos interagindo com a história

Produção didático-pedagógica apresentada à Secretaria de Estado da Educação - SEED, como requisito parcial de participação no Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE, segundo período do Plano Integrado de Formação Continuada em parceria com a UTFPR, sob a orientação da professora Drª Maria José Menezes de Lourega Belli

Curitiba - PR 2013 1. Apresentação:

HISTÓRIA E MEMÓRIA: EXPERIÊNCIAS EM SALA DE AULA.

A motivação em desenvolver esta proposta de trabalho passa primeiramente em convidar o aluno a participar das aulas de História e se integrar como membro da turma por meio das relações ensino-aprendizagem. Deste modo, destaca-se o sentimento de pertencimento em um grupo que no dia-a-dia escolar realizará estudos sobre a contribuição da erva mate na história do Paraná.

Nesta perspectiva o professor em sala de aula estabelecerá compromissos em desenvolver conteúdos por meio de recursos didáticos e metodológicos. O acordo de trabalho coletivo criará condições favoráveis e necessárias para o desenvolvimento do plano de ensino que passará a contar com a participação dos educandos seja para discuti-lo, efetivá-lo e até mesmo modificá-lo. Este processo em transformar o saber ensinado em saber aprendido supera a prática da simples transposição didática do saber erudito que consta nas ementas.

No espaço escolar ocorre o envolvimento de grupos de trabalho integrados em um conjunto de experiências que materializam o saber acadêmico, o saber prévio que o aluno apresenta e o saber desenvolvido pelo professor num contínuo processo pedagógico comprometido em promover a autonomia deste aluno. Por meio deste ambiente de aprendizagem, os sujeitos participam propondo e desenvolvendo atividades que os capacitem em relacionar as suas memórias individuais com o contexto social ,aonde ocorre e se efetiva a memória coletiva.Nestas variadas formas discursivas às representações sociais são entendidas e criadas, sedimentando uma topografia cultural.

Deste modo, a construção do conhecimento passa pela coesão e motivação do grupo que é estimulado a interagir com várias formas de narrativas, de modo a gerar um espaço de circulação e criação do conhecimento.

O desafio é tornar o ensino de história um espaço de fronteira, um lugar em que seja claramente definido os sujeitos e suas contribuições Estas demarcações não tem o sentido de separação professor e aluno, conhecimento erudito do conhecimento escolar, mas uma definição nas formas de como se dará às participações destes referências de modo a criar um lugar de encontro e recriação.

O ensinar e aprender a história exige dos atores a prontidão de percorrer a produção historiográfica com uma postura indagadora a fim de buscar problematizar e identificar os significados que emergem nesta aproximação dialógica. Deste modo, o ensino de história é um lugar de fronteiras conectadas no próprio processo de formação da memória coletiva .

Vivenciar estas experiências possibilita vitalizar o passado, suscitar indagações sobre o que é dito e seus múltiplos sentidos, o quê pode ou não pode ser dito e sobre a presença do silêncio como gerador do esquecimento. Transitar por estas preocupações abre a possibilidade em se demarcar caminhos de investigação e interpretação. O objetivo é tornar a produção em sala uma contribuição que venha a se agregar ativamente na ação continuada em tecer uma complexa rede de conhecimentos reveladora de formas culturais onde memória e história conectam-se.

Nesta perspectiva, o professor terá o importante papel de instigar o seu aluno a compreensão de sua própria história já que este sujeito possui uma memória histórica coletiva de seu ambiente social. Entretanto, pretendemos motivar o aluno para uma compreensão do espaço, enquanto paisagem que se modifica através das práticas sociais.

Por essa razão, a presente produção didática, tem a pretensão de trabalhar o conteúdo, definido pela proposta curricular segundo as DCEs ( Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná, 2008) os conteúdos devem estar relacionados a varias metodologias, o que propõe a realizar ações diferenciadas para o conhecimento e motivação de nossos educandos, tornando as aulas mais atrativas, prazerosas dando importância e valorizando as visitas à parques, museus, instituições, monumentos, na tentativa de solucionar a problemática da desistência, evasão e reprovação.

Neste processo vitaliza-se a prática da pesquisa em dois sentidos. No primeiro momento o material pedagógico objetivará a investigação, o desenvolvimento e produção do conhecimento. Neste momento, já ocorre a apropriação das fontes e reapropriação pelo desenvolvimento das questões norteadoras. O resultado desta caminhada esta comprometida em criar um segundo momento, o da participação ativa dos alunos que com suas trajetórias indagadoras irão gerar novas conexões permitindo autonomia e conhecimento continuado.

Professora Maria José e Valentin

Objetivos:

Objetivo geral

Contextualizar o debate e ampliar a compreensão sobre o papel e importância da erva mate no desenvolvimento histórico do Paraná e o impacto no cotidiano da sociedade e do espaço paranaense.

Objetivos específicos

 Demonstrar a influência da erva mate na formação do Paraná, no seu contexto histórico econômico e cultural.  Analisar o cotidiano dos paranaenses durante o auge da produção ervateira.  Identificar as relações de trabalho na produção do mate desde o cultivo, colheita, beneficiamento e comercialização.  Levantar indicativos sobre os impactos provocados pelas atividades extrativistas no nosso Estado, e como foi se alterando as paisagens paranaenses e a realidade social das comunidades envolvidas.

2. Ações previstas:

1º momento: Será elaborado e apresentado aos alunos uma avaliação diagnóstica.

2º momento: Construção dos conceitos em sala de aula.

3º momento: Será disponibilizado aos alunos material didático para leitura sobre a erva mate nas comunidades indígenas, desenvolvimento do Paraná, simbolismo, cultura e legado, a UFPR.

4º momento: A fábrica Mate Leão e a sua história. Os alunos deverão participar de entrevistas, palestras, e farão uma visita ao museu do Mate e à Fábrica Mate Leão, além de conhecer fotos, objetos e curiosidades transmitidas pelas gerações.

5º momento: Os alunos terão aulas expositivas bem como análise de filmes, documentários, mapas e dados gráficos, numa concepção geográfica, histórica, política e econômica de tempo e espaço paranaense.

6º momento: Corresponde a uma pesquisa na qual o aluno buscará identificar e compreender os aspectos econômicos, políticos e culturais que definiram as características da sociedade paranaense, da qual ele faz parte.

7º momento: Para concluir o trabalho, os alunos farão uma exposição na Feira de Ciências do colégio, apresentando enquetes, maquetes, chás, chimarrão e outros.

8º momento: Os aluno deverão desenvolver uma auto avaliação buscando analisar o seu envolvimento nas atividades propostas e o conhecimento por ele adquirido.

3. Desenvolvimento:

Atividade 1- Pesquisa diagnóstica

Nome: ______Idade: ______

1-Você gosta de estudar história?

( ) sim ( ) depende do assunto ( ) não

2-Sobre a história do Paraná você tem:

( ) tem estudado ( ) pouca coisa ( ) nada

3- A história do Paraná faz parte da sua vida?

( ) concordo ( ) relativamente ( ) não concordo

4-A erva mate faz parte da nossa história?

( ) já sabia ( ) ouvi alguma coisa ( ) não sei sobre

5-Considerando os seus conhecimentos responda: a UFPR foi criada a partir do estimulo da economia da erva mate?

( ) verdadeira ( ) duvidosa ( ) falsa/discordo 6-A fábrica Matte Leão é uma empresa paranaense que explorou a erva mate e contribuiu para o desenvolvimento industrial, urbano e social do Paraná.Lendo esta afirmação responda:

( ) conheço essa história ( ) ouvi falar ( ) desconheço

7-Você sabia que a fábrica Mate Leão, instalada em nossa cidade, foi adquiria em 2007 pela Coca-Cola.

( ) já sei ( ) ouvi comentários ( ) não sabia

8-Pela sua informação o mate-chimarrão é originário de qual estado?

( ) Rio Grande do Sul ( ) Santa Catarina ( ) Paraná

9-Na sua família tomam chimarrão?

( ) sempre ( ) as vezes ( ) nunca

10-O chimarrão é uma bebida natural que ajuda a combater o colesterol, o diabetes e é digestivo. Esta afirmação é:

( ) verdadeira ( ) tenho duvida ( ) falsa

11-A erva mate contribuiu para abrir estradas, formar vilas, industrializar e comercializar o Paraná. Esta afirmação é:

( ) verdadeira ( ) tenho duvida ( ) falsa

12-O uso do mate faz parte do nosso patrimônio cultural?

( ) sim ( ) não ( ) em parte

13-Com base em suas informações sobre a história do Paraná cite 3

Contribuições da erva mate para o desenvolvimento do Paraná.

______

14 – A pesquisa diagnóstica buscou levantar os conhecimentos adquiridos por você e agora desejamos registrar sua contribuição através de colocações, dúvidas e curiosidades. Desta forma, é possível rastrear e mapear os caminhos para que se efetive o compromisso em desenvolver democraticamente o processo de produção do conhecimento. ______

Após a realização da pesquisa o professor deverá tabular os dados para categorizar as respostas dos alunos considerando o que seus alunos conhecem sobre o tema proposto. No final da implementação do projeto, a pesquisa diagnóstica ganhará novas preocupações, já que o aluno terá a oportunidade de avaliar o seu próprio envolvimento no processo de aprendizagem.

Atividade 2 - Construção dos conceitos em sala de aula.

Relações de trabalho:

Nas comunidades indígenas o trabalho na extração e preparo da erva-mate era realizado por todos os membros da tribo em caráter familiar de subsistência e sem grande impacto no meio ambiente. Envolvia as famílias da comunidade e lhe atribuíam um sentido vital e mitológico

Nas comunidades de exploração de mercado, as relações de trabalho se davam dentro de um contexto de exploração e de mercado. Nessa segunda fase de exploração e dinâmica da economia ervateira, o trabalho e a produção aconteciam numa nova ótica de mercado, com uma expectativa de lucro e desenvolvimento em busca do progresso. Nesse contexto as atividades eram realizadas por todos os membros da família e da comunidade, homens e mulheres, jovens e velhos, ricos e pobres, crianças e todos desempenhavam alguma função, porém, a obtenção de resultados e lucros era distinta conforme o poder de atuação, domínio e controle de produção. Nesse contexto mão de obra infantil era adotada sem sofrer restrições.

O processo produtivo foi adquirindo maior complexidade para atender as exigências e demanda de mercado. Em razão disso, foi surgido e se ampliando as técnicas e tecnologias que foram assim aprimorando o produto “erva-mate” como mercadoria de mercado lucrativo. É importante salientar que foi nesse período, com essa atividade produtiva de mercado que surgiu no Paraná as primeiras noções e organizações de classe operária na indústria e no comércio, haja vista, que o trabalho de extração, beneficiamento e comercialização da erva mate exigia trabalho em série e diferenciado, formando assim, categorias trabalhistas e sociais.

Nas comunidades modernas e industrializadas, o trabalho e a produção passam a ser automatizados e as relações de trabalho são impactadas pelas dinamicidades econômicas e políticas em um mercado globalizado, que cada vez mais tem exigido mão de obra especializada e trabalhadores- funcionários submetidos às estratégias da economia globalizada. As grandes fábricas do ramo se articularam numa visão de mundo de interdependência internacional. A fábrica Matte Leão, no caso, foi se adequando as exigências de um mercado internacional, que lhe exigiu um duro enfrentando concorrencial. Nestas disputas acabou por transferir a fábrica para a Coca Cola. Como em todo processo produtivo, há trabalho, produção, lucro, impacto e alterações ambientais e sócio-culturais.

Atividade 3 - A erva mate das comunidades indígenas

Os povos indígenas, primeiros habitantes do Paraná, já utilizavam a erva mate como bebida e alimentação e a consideravam como uma planta sagrada, planta que sustenta, como remédio e como alimento. Entre outras, as maiores tribos eram os Guaranis, Kaigangs e Xetás. O trabalho era realizado por todos os membros da comunidade, os homens trabalhavam no cultivo, poda, colheita e transporte e as mulheres e crianças faziam o trabalho mais leve, na parte de beneficiamento. Com a chegada dos padres jesuítas, foram adotando novas formas e técnicas, adotando outras dinâmicas de produção e consumo. No século dezesseis, os padres jesuítas tentaram proibir a produção o uso, pois, consideravam como uma planta maléfica com propriedades afrodisíacas. Apesar da proibição, a produção e utilização do mate continuaram. No entanto no século dezessete os próprios padres começaram a incentivar o seu uso, pois quem a usava no chimarrão e no chá se afastavam do álcool.

“ILEX PARAGUARIENSIS” é o nome científico da erva-mate, usada pelos índios Guaranis antes da chegada dos europeus. Muitos ervais nativos ficavam próximos da mata de araucárias, a outra planta do brasão do Paraná” (Gazeta do Povo-especial erva mate, 27 novembro 2013)

Os índios que habitavam no Paraná, mascavam a erva caa verde, os kaingang a chamavam de cangoy- planta que sustenta, alimenta, estimula e cura. A palavra cangoy se transformou em congonha, e assim a erva mate passou a ser conhecida. Os índios achavam que ela tinha o dom de aumentar e facilitar a respiração, curar o estomago e reanimar os velhos.

Imagem 1 Pé de erva mate nativa. Foto:Valentin Hoinatz de Andrade

Atividades propostas a) Complementando as informações sobre a erva mate no contexto indígena, acesse o link http://www.youtube.com/watch?v=2RoDG5yMfMg para conhecer a lenda indígena da origem da erva mate e iniciar seus estudos. b) Em grupos realizem uma pesquisa sobre os fundamentos históricos e culturais da nossa região e as informações do uso do mate desde os indígenas aos nossos dias. c) Após realizada a pesquisa de fundamentação e dados obtidos fazer uma apresentação e debate para toda a turma.

Fica a dica:

O professor pode organizar com os alunos um concurso de poesia e paródias sobre o mate/chimarrão, para ser apresentado e exposto no final de todos os trabalhos.

Atividade 4 - A erva mate e a redefinição da paisagem paranaense.

A partir das reduções jesuíticas os ervais foram se alastrando para o interior do Paraná, devido ser uma economia crescente que foi conseguindo espaço no mercado interno e externo. Com essa atividade ervateira o Paraná foi se estruturando, abrindo estradas e ferrovias como, por exemplo, a primeira ferrovia Curitiba- Paranaguá e a segunda ferrovia que ligou Guaira a porto Mendes, ao longo das margens do Rio Paraná; surgindo vilas e cidades.

Imagem 2 - Pé de erva nativa.– Foto Valentin Hoinatz de Andrade.

Os moinhos e locais de beneficiamento da erva mate se estabeleciam nas cidades emergentes ou nos seus arredores, ai também se desenvolvia o comércio e consequentemente a burguesia ervateira passou a exigir das autoridades melhoramentos como ampliação dos caminhos, vias, saneamento, comércio, escola e estrutura de cidade para suprir as necessidades da população local, que se constituía em caráter predominantemente urbano.

Com a chegada dos imigrantes no Paraná houve um novo dinamismo na prática de exploração do mate, se envolveram na atividade ervateira e contribuíram muito para o desenvolvimento do Paraná, no uso de recursos, em novas técnicas tais como construção, transporte, produção e comércio. Toda essa contribuição ajudou a formar características e delineando assim a identidade da sociedade paranaense.

A economia ervateira se organizou com caráter urbano, diferentemente da pecuária em que os fazendeiros se concentravam no interior. A produção da erva mate e a criação de gado foram duas economias que coexistiram simultaneamente, porém tinham áreas de atuação, características e interesses distintos, uma para o interior e outra urbana.

A partir da estruturação do extrativismo da erva mate, houve a ascensão econômica que vai proporcionando o surgimento de fábricas, indústrias, organizações comerciais, despertando assim um olhar de progresso e de desenvolvimento para o Paraná. A erva mate também contribuiu muito para a emancipação política do Paraná, da província de São Paulo. A atividade econômica ervateira tinha necessidade de escolaridade e formação para a comunidade, isso contribuiu para a construção de escolas e até futuramente a criação da universidade em 1912.

A importância que da erva-mate teve no desenvolvimento econômico do Paraná é inegável. Ao termos uma economia estável pudemos pleitear nossa emancipação política da província de São Paulo. Esta atividade também propiciou o desenvolvimento de uma infraestrutura de transporte com hidrovias, estradas e ferrovias. A Universidade Federal do Paraná não foi fundada por ervateiros, mas, o historiador Ruy Wachowicz afirma que foi graças ao dinheiro que a erva-mate trouxe ao estado que a instituição pode ser criada. É vasto o legado deixado pela planta que é consumida pelos indígenas há muitos séculos. Agora é preciso reavaliar as potencialidades do produto para que seja possível torná-lo, mais uma vez, uma alavanca para o desenvolvimento do Paraná. (Gazeta do Povo- especial erva mate, 27de novembro de 2013)

A erva mate vai fazendo parte da cultura e da identidade do povo paranaense. Portanto, além de sua contribuição econômica, a erva mate criou laços culturais, patrimoniais, tradições, costumes e hábitos revelando assim a identidade natural e social do povo paranaense. No campo da cultura foi onde houve maior influência, pois se tratando de uma economia de mercado, realizada nas vilas e cidades com caráter urbano, exigia escolaridade e cultura de seu povo para atender o dinamismo e as expectativas das fábricas e mercado. Foi nesse contexto que contribuiu e fundamentou a criação da universidade do mate – UFPR.

Imagem 3 -Cuia de chimarrão, tradicionalismo no Paraná e Sul. Foto: Valentin Hoinatz de Andrade. A criação da Universidade do Mate se deu com a união e esforço da elite intelectual e política paranaense representada nesse momento por Vitor Ferreira do Amaral e Nilo Cairo, apoiados pela expressiva economia ervateira e criadores de gado da região. Nessa época a sociedade paranaense buscava uma identidade característica cultural, burguesa e urbana, e a superação da perda do território do Contestado. Isso representou o despertar da consciência política e da importância da ciência dentro dos princípios e fundamentos do positivismo.

A erva mate foi e continua sendo muito importante no Paraná, pois com ela o Estado cresceu e no auge da economia da erva mate, muita gente ganhou dinheiro e ficaram ricas como os vários barões do mate: Manoel Antônio Guimarães, Barão e depois Visconde de Nacar; Ildefonso Pereira Correia, Barão do Cerro Azul; Família Fontana; Agostinho Ermelino de Leão Junior- Matte leão, entre outros. Tanto é que a erva era considerada o “ouro verde”. Hoje ainda restam em Curitiba alguns solares dos barões.

A erva mate inspirou muitas músicas e poesias que revelam a cultura do Paraná e do sul do Brasil. O nosso Chimarrão não se trata apenas de uma bebida comum, mas algo que envolve também o sentimento regionalista das pessoas, pois está ligado a historia, aos feitos e ao modo de viver de muitas pessoas. A erva mate relacionada aos hábitos, costumes e tradições faz parte da nossa história, foi e continua sendo presente no dia a dia de nossa gente, em vários lares, nas rodas de chimarrão e chás, pois além de tantas vantagens e benefícios continua representando e reafirmando nossa cultura.

Com a Proclamação da República e adoção do federalismo pela constituição de 1891, as províncias passaram a ser chamadas de Estado e ganharam mais autonomia. Nessa época somou-se a expressão da economia ervateira com a busca de uma identidade característica e representativa para o Paraná que precisava se projetar política e socialmente no cenário nacional. Nesse contexto as elites das regiões, como o Paraná, elaboraram discursos para organizar novas estratégias de ação em busca da superação das dificuldades apresentadas pelo novo contexto institucional. Dentre os discursos construídos na época o regionalismo foi tema de debate em várias instancias. O regionalismo no Paraná, denominado paranismo, teve como principal representante, Romário Martins, que exaltou o mate e o pinheiro como símbolos do Paraná na construção da identidade do povo paranaense. “A partir da década de 1920, buscou-se agregar a sociedade paranaense- os nativos e os de origem imigrante- não sem tensões, pela exaltação da terra e pela criação de uma simbologia vinculada à natureza e à produção agrícola: o mate, a araucária, o pinhão. Os paranistas procuraram construir uma história a partir de características naturais e simbologias lendárias, criando um passado comum aos habitantes do Paraná” (NAXARA. Marcia Capelari- Paisagens Identitárias e sentimentos de pertencimento, Ed. UFPR)

Imagem 4 - Pinheiro Araucária - Símbolo do Paraná

Foto: Valentin Hoinatz de Andrade

Em 1910 o brasão do Estado do Paraná, numa versão de Alfredo Andersen, era representado com um ramo de pinheiro e um ramo de erva mate, fazendo parte, portanto, do simbolismo do Paraná. O brasão faz parte do acervo do Departamento Estadual de Arquivo Público do Paraná.

Nesse contexto, os intelectuais criaram instituições quem apontavam um novo projeto para o Paraná. Entre essas podemos citar: (1900) O instituto Histórico e geográfico paranaense; (1912) Universidade do Paraná e (1927) O centro paranista.

Atividades propostas a) Além da contribuição econômica e cultural, a erva mate estimulou o surgimento e crescimento de cidades. Relacione as cidades fundadas no auge da economia ervateira, enfatizando ano da fundação, economia,população e aspectos culturais. b) Em parceria com seus pais e avós, pesquise e resgate as músicas e poesias sobre a erva mate e analisar as formas com que retratam o contexto paranaense. c) Identifiquem através das imagens os símbolos do paranismo no contexto paranaense. d) Com o auxílio do texto e das imagens, confeccionem uma história em quadrinhos sobre os vários aspectos de contribuição da erva mate na história e no progresso do Paraná.

Obs: Para complementar sua pesquisa você pode acessar o link: http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/especial-erva-mate/., acesso em 28/11/13.

Fica a dica:

O professor pode organizar uma exposição dos trabalhos confeccionados pelos alunos, bem como os resultados das pesquisas, ficando os estudantes encarregados de monitorar e dar explicações aos demais alunos interessados.

Atividade 5 - Matte Leão

A fábrica Matte Leão Junior & Cia S.A, fundada em 09/05/1901, por Agostinho Ermelino de Leão Junior em Curitiba foi a que mais prosperou e soube se adequar aos desafios e exigências do mercado nas várias fases. Essa empresa paranaense contribuiu para o progresso do Paraná no uso de seus recursos e possibilidades econômicas que o Paraná possui. Estimulou o trabalho, indústria e comércio no ramo empresarial crescendo junto com a gente paranaense. Estabeleceu sua matriz em Curitiba na avenida presidente Getulio Vargas 253 e com filiais e agencias no Rio de Janeiro, Paranaguá, São Mateus do sul, Leonópolis (município de Guarapuava), Jacarezinho, Inácio Martins, União da vitoria, Tibagí e Porto Amazonas. Sua atividade principal era: produtores, industriais, e exportadores de erva mate, café, madeiras cerradas e laminadas, caixas e caixotes e cabos de vassoura. Mas a especialidade era: marcas de matte: Matte leão, Sara, Arminio, Dolores, Delia, Manon e popular, chimarrão Cysne.

Enquanto outras empresas faliram ou migraram para outras atividades diante do declínio da economia ervateira, a Matte Leão sempre se articulou, se redimensionou, enfrentou desafios e exigências de mercado, adequando-se com criatividade e criando novos mercados.

Imagem 5 - Antiga fachada da fábrica Matte Leão na Avenida Getúlio Vargas, Curitiba.

Fonte Valentin Hoinatz de Andrade.

A empresa Matte Leão, no final do século XX passou a enfrentar novos desafios como a política de internacionalização da economia desenvolvida pelo governo federal. A abertura de mercado seja pelas privatizações ou pela entrada de novas empresas afetou a economia paranaense desencadeando uma desnacionalização como foi o caso das fábricas: Prosdócimo, Todeschini e Matte Leão.

Em 2007 foi adquirida pela Coca-Cola Brasil e hoje esta instalada na Fazenda Rio Grande, região metropolitana de Curitiba, são 110 anos de dedicação exclusiva aos chás, sendo líder absoluta no mercado, produzindo e comercializando mais de 100 produtos. A matte leão é uma empresa que se modernizou atendendo as exigências ambientais e segue princípios autossustentáveis, está constituída numa área de 110 mil metros quadrados, com 20 mil metros de área construída, sob os princípios da bioarquitetura causando o menor impacto ao meio ambiente. Possui mais de mil funcionários capacitados e envolvidos no processo de produzir com qualidade aos consumidores do Brasil e do exterior. Atividade proposta:

a) Identificar os aspectos econômicos, políticos e culturais que definiram as características da sociedade paranaense, da qual você faz parte. b) Visita a Fábrica Matte Leão, na Fazenda Rio Grande. Junto ao seu professor, organizem um roteiro para a pesquisa de campo, que deve constar: - agendamento da visita; - perguntas para a entrevista com o representante da empresa; - fazer fotos e vídeos para apresentação no colégio. - convidar um representante da empresa para prover uma palestra no colégio para outras turmas. -você pode complementar sua pesquisa acessando o link: http://www.leaoalimentosebebidas.com.br/2013/historia.php.

Fica a dica:

O professor pode organizar uma pesquisa de campo ao museu do mate e/ou a Fábrica da Matte Leão. A sugestão é que o professor estimule os alunos para que eles mesmos se mobilizem e organizem as etapas dessa atividade.

Atividade 6 - Imagens e representações

Fontes iconográficas

No século XX a historiografia passou por transformações e passou a usar muitas outras fontes históricas para auxilio dos historiadores, tais como, imagens, filmes, crônicas, relatos de viagens, obras de arte, museus, monumentos, vestígios de civilizações, arqueologia, relatos orais e escritos, fotografias, entre outros. Estes indícios e auxílios deram novos significados fazendo com que a historiografia deixasse de ser baseada somente em fontes escritas e documentários. O conceito de fonte histórica vem se ampliando e se transformando tanto para pesquisadores como para professores de história e estudantes. Nessa nova visão de historia, a partir da década de 80, historiadores, professores e estudantes são considerados como sujeitos da historia e produtores do conhecimento histórico.

...O contato com as fontes históricas, facilita a familiarização do aluno como forma de representação das realidades do passado e do presente, habituando-se associar o conceito histórico à analise que se origina e fortalece sua capacidade de relacionar baseado em uma situação dada(SCHMIDT; CAINELLI, 2004, p. 94).

O professor deve estar atento para tratar as fontes iconográficas com as devidas distinções, respeitando as fronteiras, as características próprias de cada linguagem. E, este caso, é muito importante não confundir uma representação do real com o real em si. Uma fotografia como fonte histórica, por exemplo, deve ser analisada como uma produção, fruto do trabalho de um sujeito que seleciona, recorta ações , ângulos, cores, objetos e, utilizando-se de recursos tecnológicos fotografa não o que se vê, mas como vê. Portanto, uma fotografia é fruto de determinado contexto e condições técnicas de produção. Ela traz em si lacunas, silêncios, recortes, evidências. Como toda fonte histórica, é uma representação do real, e não a verdade absoluta da História, o espelho fiel da realidade. (FONSECA,2009,P 189 e 190)

O caderno pedagógico de historia do Paraná nos orienta sobre a importância da educação patrimonial para as novas gerações pois através de fotografias, vídeos, museus, monumentos, praças e instituições podemos ensinar a historia de uma pessoa, de grupo ou de povo que faz parte da nossa cidade e da nossa historia.

Imagens para a serem analisadas pelos alunos e posteriormente produzirem uma dissertação sobre o conteúdo apresentado:

Imagem 6 Imagem 7. Fonte: Museu do mate. Selos de embalagens para comercialização da erva mate Foto Valentin Hoinatz de Andrade Fonte Museu do mate Foto Valentin Hoinatz de Andrade.

Imagem 9 Imagem 8 Fachada lateral da antiga fábrica Matte Leão. Antiga fachada da fábrica Matte Leão, avenida Getúlio Foto Valentin Hoinatz de Andrade Vargas. Foto: Valentin Hoinatz de Andrade

Figura 10

Monumento em homenagem a Nilo Cairo, fundador e Figura 11 professor da Universidade do Paraná. Placa em homenagem a Victor Ferreira do Amaral, Foto: Valentin Hoinatz de Andrade fundador e professor da Universidade do Paraná. Foto: Valentin Hoinatz de Andrade

Imagem 13 Fachada da Universidade Federal do Paraná. Imagem 12 Foto: Valentin Hoinatz de Andrade. Monumento em homenagem ao Dr. Plínio Monteiro Tourinho, fundador e professor da Universidade do Paraná. Foto: Valentin Hoinatz de Andrade

Atividades propostas:

a) Agora em parceria com seus pais, avós e com o auxílio de um dicionário, pesquisem e descrevam o significado das palavras relacionadas à atividade ervateira: “Barbaquá”, “carijó”, “canchear” ou “malhada”, “barricas”, “bruacas”, “aporreadores”

b) A partir da analise das fontes- imagens apresentadas e descritas escreva uma narrativa histórica comentando o que você sabe sobre os conteúdos de cada uma das imagens apresentadas. No final desse exercício, cada um deverá socializar a sua narrativa histórica com o grupo.

Fica a dica:

Partindo das análises e descrições dos grupos o professor fará uma interação pedagógica enfatizando as relações de trabalho inerentes nos Meios de produção e as relações de trabalho representadas nas imagens.

Atividade 7 - Exposição dos trabalhos para a comunidade:

Para concluir o trabalho, você e seus colegas farão uma exposição na Feira de Ciências do colégio. Para essa atividade reúnam todo o material produzido através dos estudos e atividades realizadas. Apresentem os resultados em enquetes e maquetes, demonstração de produtos como chá e chimarrão. Trazer convidados para relatar experiências e palestrantes. Para essa etapa dos trabalhos vocês deverão envolver professores e demais alunos, convidar os familiares para participarem e prestigiarem suas produções.

Avaliação Diagnóstica No final da implementação do projeto, a pesquisa diagnóstica ganhará novas preocupações, já que o aluno terá a oportunidade de avaliar o seu próprio envolvimento no processo de aprendizagem. A proposta do aluno em se auto avaliar fará com que reflita sobre o seu desempenho e envolvimento o que promove um processo de aprendizagem continuada.

Orientações metodológicas

A proposta de trabalho com este material didático, pretende desenvolver comprometimento, autonomia, aprendizagem continuada através das atividades propostas. O estudo da história da erva mate estimulará o aluno para que saia da sala de aula, o material de pesquisas, visitas, entrevistas e fotografias, bem como a organização de dados e apresentações, serão elaborados e organizados pelos próprios alunos. Ao final de cada unidade ou tema, seja feito apresentações e exposições para outras turmas e séries, inclusive exposição na “feira de ciências” ou “feira do conhecimento”, conforme as escolas organizem. É importante termos sempre bem claro e definido em nossos objetivos e práticas pedagógicas que quando os alunos projetam, organizam e executam juntos, eles se comprometem com o processo de aquisição e produção do conhecimento que é meta dos estudantes e professores no ambiente escolar. No início de cada ação/atividade, os alunos terão aulas expositivas bem como análise de filmes, fotos, documentários, mapas e dados gráficos, numa concepção geográfica, histórica, política e econômica de tempo e espaço paranaense. Fotos da erva mate, da fábrica Matte Leão, UFPR; filme em cd sobre a colheita produção e beneficiamento da erva; documentários como a lei nº 12.236- lei da erva mate. Metodologia: discussão dos textos básicos em aulas dialogadas. Apresentação pelos alunos dos dados, resultados e pesquisas para o tratamento do estudo sobre a erva mate e sua contribuição na história do Paraná.

Avaliação: centrada na efetiva participação dos alunos nas atividades, debates e apresentações das pesquisas e trabalhos realizados.

3. Recursos Didáticos /Pedagógicos

Meios audiovisuais, vídeos, fotos, figuras, cartazes e internet.

Pesquisas bibliográficas, seminários, palestras e mesa redonda.

Materiais: cartolinas, tinta guache, cola, tesoura.

CRONOGRAMA DOS TRABALHOS A SEREM DESENVOLVIDOS

Considerando que durante o terceiro período o professor deverá programar as atividades que propôs neste projeto a ser desenvolvido na escola, é necessário organizar o cronograma de ações para a realização e socialização das atividades previstas, bem como o acompanhamento das mesmas da equipe pedagógica, direção e professora orientadora da IES.

Os trabalhos a serem desenvolvidos são: leituras e atividades, projetos, intercambio e visita, análise de imagens e filmes referentes ao assunto, desenvolvidos por alunos do nono ano do ensino fundamental do Colégio Estadual Dr. Décio Dossi.

ATIVIDADE/MESES fev mar abr mai jun jul ago

Apresentação da Unidade Didática à x coordenação e direção do colégio.

Apresentação das ações/atividades para x os alunos.

Desenvolvimento das ações/atividades x x x x x da Unidade Didática (pesquisa diagnóstica, conceitos, textos, atividade, projeto, intercâmbio e visita)

Análise e descrição das imagens. x x

Organização dos materiais e produção x x para feira do conhecimento

Relatório das atividades realizadas x x

Organização dos materiais para x x subsidiar a organização do artigo final.

Referências

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NORA,Pierre.Entre Memória e História:A Problemática dos Lugares.In:Projeto História n.10.Revista do Programa de Estudos Pós- Graduados em História do Departamento de História.São Paulo,1993.

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SCHMIDT, Maria Auxiliadora M.S. Histórias do Cotidiano paranaense. Curitiba, Ed.Letraviva, 1996.

SCHMIDT, Maria Auxiliadora; CAINELLI, Marlene. Ensinar História, São Paulo: Scipione, 2006

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO. Caderno Pedagógico de História do Paraná: Representações, memórias, identidades, impressora do Brasil. Curitiba, 2008. http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/especial-erva-mate