Antologia Da Ficção Portuguesa Contemporânea Antologia Da Ficção Portuguesa Contemporânea
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ANTOLOGIA DA FICÇÃO PORTUGUESA CONTEMPORÂNEA ANTOLOGIA DA FICÇÃO PORTUGUESA CONTEMPORÂNEA SELECÇÃO, PREFÁCIO E NOTAS BIOBIBLIOGRÁFICAS DE JACINTO DO PRADO COELHO (COM A COLABORAÇÃO DE ÁLVARO SALEMA) PRESIDÊNCIA DO CONSELHO DE MINISTROS SECRETARIA DE ESTADO DA CULTURA Título ANTOLOGIA DA FICÇÃO PORTUGUESA CONTEMPORÂNEA Instituto de Cultura Portuguesa Secretaria de Estado da Cultura Presidência do Conselho de Ministros © Instituto de Cultura Portuguesa Direitos de tradução, reprodução e adaptação reservados para todos os países 1 ª edição –1979 Composto e impresso Ofi cinas Gráfi cas da Minerva do Comércio, Lisboa Maio de 1979 Í N D I C E Advertência ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... 6 Prefácio ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... 8 RAUL BRANDÃO ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... 14 AQUILINO RIBEIRO ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... 18 MÁRIO DE SÁ-CARNEIRO ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... 24 IRENE LISBOA ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... 30 JOSÉ DE ALMADA NEGREIROS ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... 37 FERREIRA DE CASTRO ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... 43 JOÃO DE ARAÚJO CORREIA ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... 49 JOSÉ GOMES FERREIRA ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... 54 VITORINO NEMÉSIO ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... 58 JOSÉ RÉGIO ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... 62 JOSÉ RODRIGUES MIGUÉIS ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... 68 TOMAZ DE FIGUEIREDO ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... 72 DOMINGOS MONTEIRO ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... 76 BRANQUINHO DA FONSECA ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... 83 MANUEL MENDES ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... 90 MIGUEL TORGA ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... 95 JOAQUIM PAÇO D’ARCOS ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... 101 ANTÓNIO PEDRO ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... 106 SOEIRO PEREIRA GOMES ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... 110 ALVES REDOL ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... 115 MANUEL DA FONSECA ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... 122 FAURE DA ROSA ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... 127 JOSÉ MARMELO E SILVA ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... 136 VERGÍLIO FERREIRA ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... 143 MÁRIO DIONÍSIO ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... 149 MANUEL FERREIRA ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... 156 FERNANDO NAMORA ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... 160 JORGE DE SENA ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... 167 RUBEN A. ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... 171 CARLOS DE OLIVEIRA ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... 178 MARIA JUDITE DE CARVALHO ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... 182 AGUSTINA BESSA-LUÍS ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... 189 URBANO TAVARES RODRIGUES ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... 194 JOSÉ CARDOSO PIRES ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... 199 FERNANDA BOTELHO ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... 203 AUGUSTO ABELAIRA ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... 209 DAVID MOURÃO-FERREIRA ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... 213 ORLANDO DA COSTA ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... 218 NUNO BRAGANÇA ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... 224 OLGA GONÇALVES ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... 230 HERBERTO HELDER ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... 234 DINIS MACHADO ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... 238 JOÃO PALMA-FERREIRA ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... 243 MARIA GABRIELA LLANSOL ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... 248 MARIA ONDINA BRAGA ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... 255 ANTÓNIO REBORDÃO NAVARRO ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... 260 ÁLVARO GUERRA ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... 266 MARIA VELHO DA COSTA ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... 270 YVETTE K. CENTENO ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... 275 ALMEIDA FARIA ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... 281 A D V E R T Ê N C I A Esta antologia, destinada essencialmente pelo Instituto de Cultura Portuguesa aos cursos e leitorados de português no estrangeiro, pretende dar a quem se inicia na nossa língua uma série de textos de alguns dos escritores mais representativos, e por isso sempre presentes numa biblioteca portuguesa e vivos na leitura comum. Respondendo a uma lacuna do ensino de literatura portuguesa no estrangeiro, vamos, ao mesmo tempo, ao encontro da curiosidade do lusófi lo incipiente, portador de um simples impulso de simpatia por Portugal e talvez de mera imagem criada em acasos de turismo ou num breve contacto com homens ou notícias de cá. Este livro cultiva e responde a esse estímulo. Levando trechos de grandes escritores da nossa língua, dá através deles um quadro da fi cção contemporânea em seus múltiplos aspectos, correntes, estilos, ideologias. Os autores seleccionados representam valores sobejamente comprovados por obra publicada e pelo interesse da crítica e, já, em muitos casos, da história literária. Outros ainda podiam caber nesta antologia, decerto, mas limites razoáveis de espaço reduziram a escolha a uma informação primeira, que tal é o destino didáctico deste volume. Os perfi s que acompanham cada nome representado contêm um mínimo de informação e de sugestão sobre os seus valores e vidas. Assim, o conhecimento crítico e histórico que está no destino escolar da antologia deve ser guiado e completado pelo professor. 6 Tão-pouco nos pareceu conveniente sobrecarregar o texto com comentários que teriam de ser vastos e minuciosos para iluminarem completamente as naturais obscuridades – a começar pelas da língua – que cercam os primeiros contactos de um estrangeiro com a mensagem escrita de um país a conhecer. Este livro, aliás, destina-se principalmente a romanistas e a estudiosos já algo iniciados na língua e nas coisas de Portugal. 7 P R E F Á C I O Bem o sabemos: uma antologia não passa duma proposta: esta é uma de várias escolhas possíveis, igualmente legítimas, igualmente válidas. Procurando apresentar algumas das melhores páginas da fi cção portuguesa contemporânea (donde todos os riscos inerentes a um gosto necessariamente subjectivo), tentámos ao mesmo tempo apoiar-nos em critérios histórico-literários, não esquecendo a função didáctica que uma antologia pode assumir. Quer dizer: partindo dum conceito de contemporaneidade (o que se produz no nosso século e principalmente depois de 1930, quando tinham vinte anos os homens que hoje contam setenta), seleccionámos o que nos pareceu mais representativo quer duma evolução quer duma diversidade de temas, tendências, técnicas, linguagens. Foi assim que «recuperámos» Raul Brandão, nascido em 1867, dezoito anos antes do segundo entre os mais velhos: Aquilino Ribeiro, nascido em 1885, e único, nesta selecção, da década de 80. As razões já o leitor as adivinha. Raul Brandão, o grande precursor, é uma presença cada vez mais viva na modernidade portuguesa: Álvaro Manuel Machado defi nia recentemente com justeza o papel que ele desempenha, tal como hoje o encara a crítica responsável: «proustiano antes (e mais profundamente) dos fi ccionistas da Presença, neo-realista antes (e mais profundamente) do neo-realismo, surrealista pela importância dada ao onírico antes da tentativa surrealista, experimentalista (e mais ousado e livre de teorias rigidamente intelectualistas) antes do experimentalismo ligado ao nouveau roman ou ao estruturalismo franceses». Aquilino Ribeiro, esse, embora menos «moderno» que Brandão, é uma das personalidades mais fortes e castiças, tornadas tutelares, da nossa prosa narrativa. No seu caso, como em muitos outros, atendemos 8 simultaneamente ao valor literário da obra e ao prestígio alcançado e mantido pelo escritor. Fazendo a posteriori um balanço, para ajuizarmos dos resultados duma escolha em parte intuitiva, verifi camos que fi guram nesta antologia, além dos dois autores citados: 1) cinco escritores nascidos na década de 1890, dois dos quais representantes do Primeiro Modernismo, Mário de Sá-Carneiro e Almada Negreiros, sendo os outros três Irene Lisboa, Ferreira de Castro e João de Araújo Correia, único sobrevivente deste grupo; 2) doze escritores nascidos na década de 1900-1909: José Gomes Ferreira, José Régio, José Rodrigues Miguéis, Vitorino Nemésio, Tomás de Figueiredo, Domingos Monteiro, Branquinho da Fonseca, Manuel Mendes, Miguel Torga, J. Paço d’Arcos, António Pedro e Soeiro Pereira Gomes; predominam neste lote homens da geração da Presença, isto é, do chamado Segundo Modernismo, com seu pendor para a análise psicológica e laivos dostoievskianos; mas já aparecem, na fase terminal da década, expoentes do Neo-Realismo