Leituras E Meditações De UM Grande POETA José Jeronymo Rivera

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Leituras E Meditações De UM Grande POETA José Jeronymo Rivera Dezembro/2013 Janeiro/2014 ANO VIII n° 55 UM SENHOR CONTISTA A POESIA Anderson Braga Horta MADURA DO onheci Hélio Pólvora em 1959, com que folheava o amoroso presente. no Rio de Janeiro. Conhecimen- Assim como o namoro “deu certo” —eu PARAENSE to literário apenas. Estreara ele e Célia continuamos juntos a varar es- Cem livro no ano anterior, com Os Galos tes dois pedaços de século—, a aproxi- ANTONIO MOURA da Aurora. Sucesso imediato, superior- mação literária só fez progredir. Hélio Salomão Sousa mente merecido. Tenho o livro até hoje, continuou publicando, e vieram mais e quase tão novo quanto no dia em que mais contos, e novelas, e crônicas, dois o ganhei da namorada. Não por falta romances, e ainda poesia e ensaio. ara descobrir o que se produz de poesia no Brasil nos últi- de manuseio, é claro, mas pelo cuidado Continua na página 3 mos anos, é necessário olhar para outras fronteiras; e, aci- ma de tudo, indagar o que se espera da poesia no momento Pem que a questiona. Não adianta questioná-la esperando que ela seja construída com fl uência idêntica a de outras épocas. Cada po- eta fl ui a poesia do seu próprio tempo. Se alguma idiossincrasia é KORI BOLIVIA E A notada na poesia de alguma época – que pode ser a época atual − é porque no homem presente existe a prática de alguma idiossincra- ROSA ADORMECIDA sia a ser captada. Do Norte, chega a contribuição de Antonio Moura. Poeta Pedro Shimose pronto, de fazer inveja. Se alguma postura for exigida da poesia bra- sileira vindoura, não há dúvida de que a poesia do futuro é a que ori Yaane Bolivia Carrasco Dorado nas- Antonio Moura constrói agora. Nela não há idiossincrasias, rasgos ceu em La Paz (Bolívia), em 22 de agosto ou manchas que a macule. de 1949. Assina seus livros com seus no- O livro “A sombra da ausência”, de 2009, pela Lume Editor, Kmes próprios – Kori Bolivia – que mais parece um é um milagre na poesia brasileira produzida recentemente. Não é à pseudônimo. É, pode-se dizer, uma escritora bilín- toa que Antonio Moura, que iniciou na poesia em 1996, com o livro gue. Escreve em espanhol e em português com a “Dez”, vem merecendo acolhida em outras línguas. “Rio silêncio”, de mesma soltura. Não há muito tempo, li sua poesia 2004, seu terceiro livro, além de traduzido para o inglês por Stepan em português, cuja qualidade sou incapaz de julgar. Tobler, acaba de ser saudado pela revista Tride Magazine. Ele informa Boliviana residente em Brasília desde os anos 70 fala, que, além de estar prevista a publicação de novo título para breve, também, inglês, francês e italiano. Desta forma, so- também está programada uma seleção de sua produção para este ano ma-se ao grupo de escritores bolivianos que, além do numa edição em catalão, com tradução de Joan Navarro, com título espanhol, adotaram outro idioma para expressar-se já defi nido como “Após o dilúvio e outros poemas”. Além de estar literariamente: Emeterio Villamil de Rada e Diomedes de Pereyra, o inglês; Adolfo sendo traduzido para o espanhol por Victor Sosa, poeta já lançado Costa du Rels, o francês, e Ruth Cárdenas, o italiano. no Brasil e que merece ser reconhecido. Continua na página 5 Continua na página 3 LEITURAS E MEDITAÇÕES DE UM GRANDE POETA José Jeronymo Rivera premiado poeta e ensaísta Anderson Braga Horta traz-nos mais uma vez neste Proclamações o fruto de suas acura- das leituras e meditações no âmbito de nossas letras, prosseguindo assim o valioso trabalho já desenvolvido em A Aventura Espiritual de Álvares de Azevedo, Erotismo e Poesia, Testemunho & Participação, Criadores de Mantras e Sob Oo Signo da Poesia, entre outros. Continua na página 5 2 Associação Nacional de Escritores Jornal da ANE DEZEMBRO – 2013 / JANEIRO – 2014 “AMOR A ROMA”, AMOR EM ROMA Soneto Danilo Gomes do Mês uma conversa telefônica, comentei com o ses que me perdoassem. O escritor, editor e comenda- escritor Afonso Ligório Pires de Carvalho dor Victor Alegria que me perdoasse, bem como seu que eu iria conhecer Portugal, viajando para filho editor Tagore Alegria. E cá eu sou devoto de Eça NLisboa em breve. Com seu apurado instinto de vete- de Queiroz, Almeida Garrett, Alexandre Herculano, rano jornalista, o editor do Jornal da ANE sugeriu-me Sophia de Mello Breyner Andresen (seus belos versos que escrevesse um artigo sobre novidades literárias marinhos ilustram o Oceanário de Lisboa), Agustina portuguesas. Tarefa difícil para um pobre cronista, Bessa-Luís e tantos outros autores lusíadas. acostumado a lidar com as miudezas do cotidiano. Contudo, aceitei a missão do meu antigo mestre de *** Jornalismo no CEUB. Embarquei para Lisboa no dia Neste artigo, enfoco o livro de Pedro Rogério. 7 de outubro deste ano de 2013, pelas asas da TAP Cuidarei do romance de Edilma Neiva em próxima Portugal, no avião batizado com o nome, sabem de oportunidade, lembrando que o volume traz “ore- quem?, de...Pedro Álvares Cabral,vejam só! lhas” do jornalista e escritor JB Serra e Gurgel e pre- Adentramos, digamos assim, o Aeroporto fácio do ministro Ubiratan Aguiar, também escritor Juscelino Kubitschek, aqui na nossa Brasília, eu, mi- e acadêmico. nha mulher Jeanete, meu filho Rodrigo e minha nora Tive o prazer e a honra de escrever as “ore- Danielle, nós quatro a caminho de Lisboa e Fátima. lhas” do novo livro de Pedro Rogério Couto Morei- À ESPERA Ali, encontramo-nos com três jornalistas e escrito- ra, que tem como subtítulo “Diário de viagem em res que tomavam o mesmo destino, Lisboa, naquela companhia de Afonso Arinos e Cyro dos Anjos”. Batista Cepelos tarde. Refiro-me ao mineiro Pedro Rogério Moreira Permitam-me transcrever meu texto, sob o título de e aos cearenses Wilson Ibiapina e sua mulher, Edilma “Indulgências plenárias”: Com sua voz assustadinha e doce, Neiva. Aguardando o embarque, passamos a uma boa “Sem rodeios bizantinos e sem os salamale- prosa,recordando casos. Pedro Rogério (que também ques da etiqueta, digo logo que gostei muito da lei- Doce como um trinar de passarinho, iria a Bruxelas e Paris), momentos antes havia saca- tura deste novo livro de Pedro Rogério Moreira, pela Ela me disse que esperá-la fosse, do da pasta seu novo livro, “Amor a Roma”, amor em intermitente evocação de Cyro dos Anjos e Afonso Fosse esperá-la à beira do caminho. Roma”, que tinha acabado de sair, naquele dia, pela Arinos de Melo Franco, pela erudição bem dosada Thesaurus Editora. Fez amável dedicatória e me disse: e sem afetação, pelo humor, pela modéstia telurica- “O primeiro exemplar, saído agora do “forno”, é seu!” mente mineira, pelo quê de romance na trama real Mas o tempo da espera prolongou-se, É de justiça lembrar que Pedro Rogério que entrelaça a personagem Chiara com seus ena- Prolongou-se demais! E eu tão sozinho! Moreira, membro da Academia Mineira de Letras morados. Que bela viagem! Foi um prazer flanar, (sucessor de seu pai Vivaldi Moreira na cadeira ancorado nas páginas de Cyro e Afonso Arinos, pelo Passou o dia. Veio a tarde e trouxe, nº 38) já havia publicado os livros “Hidrografia delicioso diário de Pedro Rogério nas vias da Roma Trouxe marulhos de amor, de ninho em ninho. sentimental”, “O almanaque do Pedrim”, “Jornal imortal, sedutora, única. E mais Assis e Nápoles. amoroso I”, “Jornal amoroso II” e “Bela noite para Tudo intercalado com gentes, feitos e coisas da nossa voar” (enfocando JK). Minas Gerais, até da querida roça mineira. Pela con- Desespero. O silêncio me tortura. *** cepção, urdidura e estilo,este livro é um marco na Mas, de repente, alvoroçado, escuto nossa literatura de jaez confessional, fundindo emo- Um farfalhar de folhas na espessura. Pouco depois, Edilma Neiva ofereceu-me ção e memorialística. Pena que o livro é de belo con- seu livro “Ciclos da Vida”, recém-saído pela Gráfica teúdo mas de poucas páginas – e isso me faz lembrar Charbel (do Fausto Salim) e há pouco tempo lança- a certeira observação de Fernando de Castro: “Mas E ela chega e tão linda, de maneira do. Mais uma gentil dedicatória ao “companheiro de esse é um problema dos bons livros: quando menos Que, só para gozar este minuto, velhas jornadas”. se espera, eles acabam.” Aproximando-se de Roma O combinado com o editor Afonso Ligó- e a vivenciando, o jornalista Pedro Rogério Moreira Eu a esperara a minha vida inteira! rio Pires de Carvalho foi por água abaixo, descam- volta a tocar o esplendor de uma beleza legendária e bou Tejo abaixo. A caminho de Portugal e lá na boa imortal. E o romeiro de Minas distribui, como me- (Seleção de Napoleão Valadares) terra eu cuidaria, em primeiro lugar, de literatura morialista, indulgências plenárias Urbi et Orbi. Ave, brasileira,com os dois livros a tiracolo. Os portugue- Roma Eterna!” Associação Nacional de Escritores Jornal da ANE no 55 – dezembro de 2013/ janeiro de 2014 SEPS EQS 707/907 Bloco F – Edifício Escritor Almeida Fischer Editor Conselho Editorial CEP 70390-078 – Brasília – DF Afonso Ligório Pires de Carvalho Anderson Braga Horta Telefone: (61) 3244-3576 – Fax: 3242-3642 (Reg. FENAJ nº 286) Danilo Gomes E-mail: [email protected] Revisão Programação Visual 25a DIRETORIA 1° Tesoureiro: Marco Coitelli 2013-2015 2° Tesoureiro: Eugênio Giovenardi José Jeronymo Rivera Cláudia Gomes Diretora de Biblioteca: Thelma Rocha Pinheiro Presidente: Kori Bolivia Diretor de Cursos: Wílon Wander Lopes 1° Vice-Presidente: José Carlos Brandi Aleixo Diretor de Divulgação: Jacinto Guerra Composição e impressão: Centro Editorial e Multimídia de Brasília. 2° Vice-Presidente: Fontes de Alencar Diretor de Edições: Afonso Ligório SIG. Qd. 8 - Lote 2356 - CEP: 70610-480 / Brasília - DF - (61) 3344-3738 Secretário-Geral: Fabio de Sousa Coutinho Conselho Administrativo e Fiscal: Alan Viggiano, www.thesaurus.com.br 1ª Secretária: Maria Célia Nacfur Anderson Braga Horta, Danilo Gomes, José Jeronymo Rivera, 2º Secretário: Ariovaldo Pereira de Souza José Santiago Naud, Napoleão Valadares e Romeu Jobim.
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