Universidade Federal Do Rio De Janeiro Instituto De História Programa De Pós-Graduação Em História Comparada
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0 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE HISTÓRIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA COMPARADA FABIO HENRIQUE MONTEIRO SILVA DO CARNAVAL CARIOCA À INVENÇÃO DA CARIOQUIZAÇÃO DO CARNAVAL DE SÃO LUÍS Rio de Janeiro 2014 1 FABIO HENRIQUE MONTEIRO SILVA DO CARNAVAL CARIOCA À INVENÇÃO DA CARIOQUIZAÇÃO DO CARNAVAL DE SÃO LUÍS Tese apresentada para obtenção do título de doutor em História Comparada pelo Programa de Pós-Graduação em História Comparada da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Orientador: Prof. Dr. Álvaro Alfredo Bragança Júnior Rio de Janeiro 2014 2 FABIO HENRIQUE MONTEIRO SILVA DO CARNAVAL CARIOCA À INVENÇÃO DA CARIOQUIZAÇÃO DO CARNAVAL DE SÃO LUÍS Tese apresentada para obtenção do título de doutor em História Comparada pelo Programa de Pós-Graduação em História Comparada da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Aprovada em: ____/____/____ BANCA EXAMINADORA ________________________________________________ Prof. Dr. Álvaro Alfredo Bragança Júnior (PPGHC/UFRJ Orientador) ________________________________________________ Prof. Dr. Frederico Augusto Liberalli de Goes (PPGCL/UFRJ) ________________________________________________ Profa. Dra. Norma Musco Mendes (PPGHC/UFRJ) ________________________________________________ Profa. Dra. Arlete José Mota (PPGLC/UFRJ) ________________________________________________ Prof. Dr.Victor Andrade de Melo (PPGHC/UFRJ) ________________________________________________ Prof. Dr. José d´Assunção Barros (PPGHC/UFRJ) (Suplente interno) ________________________________________________ Prof. Dr. Sérgio Figueiredo Ferretti (PPGCS/UFMA) (Suplente externo) 3 A Marineis Merçon, por quem meu coração continua pulsando como em um desfile campeão, cujo enredo e harmonia são descortinados pelo som da bateria cadenciada pelo eterno andamento da nossa felicidade. 4 AGRADECIMENTOS A feitura de uma tese é um árduo exercício de pesquisa e escrita. Até chegarmos aqui muito samba foi ouvido e muitos carnavais praticados. Aproveitamos para externar nossa gratidão para com aqueles que fazem parte da nossa condição de ser e que, de uma forma ou de outra, contribuíram para que chegássemos até o final dessa empreitada. À minha sublime mãe Iete Monteiro, sempre preocupada com os nossos estudos. Quantas vezes disseste que irias ver as belezas da Cidade Maravilhosa, e viu através dos meus olhos. Esta sim pode dizer que sou o que sou porque me fez ser. Lembro-me com orgulho daquele nosso primeiro dia no Jardim Dom Francisco, aos quatro anos de idade, quando a senhora me levou para dar os primeiros passos no mundo do estudo. Obrigado por me fazer seu último filho, o único da família que não saiu do seu ventre, e sim do coração. Ao meu pai Raimundo, grande folião dos Ritmados. Obrigado por ainda hoje, com seus 86 anos de folia, continuar com seu anel de bamba e nos presentear com sua felicidade diária. Foi contigo que dei os primeiros toques no Bloco os Comentados e hoje tocamos juntos nas melodias da vida. Muito obrigado meu pai. A Marineis Merçon, com quem compartilho tristezas e alegrias, a parte mais importante de mim. Obrigado por me fazer valorizar aqueles que realmente se importam comigo. A Socorro, de quem todos os dias me lembro. Ah, minha irmã, até das palmadas nos pés sinto saudade. Afinal, quando davam oito horas da manhã era o momento de acordar para estudar A Concita, irmã e mãe, que, com naturalidade, cuida de todos da nossa família. Obrigado por me aturar todas as tardes em sua sala. Jamais poderei agradecer pelas inúmeras defesas que fizeste em meu nome. Quando morei só, sempre cuidou das minhas coisas. Muito obrigado minha “irmãe”. Essa conquista é nossa. A Lúcia minha irmã. Sempre irradiando nossa família com sua felicidade. Os nossos sábados regados a cervejão e samba são singulares e maravilhosos. A Júnior, irmão mais próximo cronologicamente, que me viu ser ritmista, sentindo-se orgulhoso quando me tornei mestre de bateria do nosso Bloco. Aquele dia jamais será esquecido, quando, junto com Lúcia, ao ver-me no chão, ergueu sua 5 mão e me tirou daquele quarto. A Afonso, meu único irmão biológico. Sujeito parecido comigo e amante da festa carnavalesca. Lembro-me dos tempos em que passávamos as férias juntos no Anjo da Guarda brincando com nossos carros feitos de lata. Ao tio Wlademir, compositor e amante da folia carnavalesca, que brincou nos Fuzileiros da Fuzarca desde 1937 e, todos os anos se desloca à Madre Deus para ver seu Bloco passar. Obrigado por me contar as estórias do Carnaval do seu tempo. A Eduardo Merçon. Obrigado pela coerência, respeito e admiração mútua. Ao amigo e orientador Álvaro Bragança. Com quem divido as incertezas da tarefa de historiador. Sem a sua minuciosa leitura e direcionamento, essa tese jamais sairia. Valeu. Nós somos nós! A Mariano Lisboa, grande amigo, meu irmão camarada. Jamais terei como externar e agradecer sua bondade e preocupação comigo. Obrigado por me acompanhar na seleção do doutorado e me mostrar as belezas da Cidade Maravilhosa. A Adriana Zierer, jamais poderei esquecer o que fizeste por mim. Obrigado por me mostrar, mesmo sem perceber, que amizade não se constrói como uma relação de vassalagem e sim de igualdade, amor, compreensão e respeito. A Rogério, grande amigo irmão que, nos tempos de infância, quando chegava o Carnaval, sentava junto comigo tocando lata e cantando samba. Saudades dessa época. A Neto, grande amigo irmão. De todos os meus amigos sempre fora aquele que teve as melhores condições econômicas e, por isso, sempre dividiu seus brinquedos comigo. Foi assim que tive meu primeiro time de botão profissional, graças a tua bondade em me presentear com o time do São Paulo. A Denilson, grande amigo irmão dos tempos de Liceu. Agora cuida do órgão que está dentro: o coração. Obrigado por sempre atender aos meus inúmeros pedidos. A Fabio Anderson, grande amigo sempre presente e prestativo. Sujeito de grande valor que jamais se esquece dos amigos, mesmo aqueles distantes. A Jeferson, grande amigo. Sempre pronto a defender quem realmente gosta. Assim o fez naquele dia na Flor do Samba. Valeu meu amigo, sei que contigo sempre poderei contar. 6 Ao grande Clayton, meu primeiro surdo, amigo desde o primeiro ano do Unidos de São Roque. Obrigado pela convivência durante todos esses anos. A Neto Tabajara, um amigo que ganhei na fase adulta, e por quem tenho um grande respeito e admiração. O que dizer de um sujeito bom, que mesmo sem me conhecer pessoalmente não hesitou em ajudar-me quando precisei. Muito obrigado mesmo. A Agostinho Coe, único amigo que fiz no doutorado. Saudades das quartas regadas a Itaipava e gorjão de frango. A Roberta e Neila, únicas amigas que fiz no doutorado. Obrigado pela companhia e por compartilharem das saudades da nossa terra. Aos amigos do Marista, Cristovam, Wilson, Odair, Chicão e Rodrigo. Saudades das nossas conversas. À professora Roselena, muito obrigado por flexibilizar meus horários. A Glenda, quista aluna, sempre prestativa em todos os momentos. Muito obrigado. A Norma e Fred, muito obrigado pelas críticas e direcionamento no momento da qualificação. Professores que, mesmo com um vasto referencial teórico, souberam de maneira simples, apontar os vazios existentes no texto À UEMA, Instituição que incentiva a qualificação dos seus professores. Aos professores José d’ Assunção Barros e Álvaro Bragança, grandes mestres com quem pude aprender muito sobre o ofício do historiador. Aos amigos dos primeiros anos do Bloco Unidos de São Roque. No tempo em que ficávamos horas conversando sobre qual seria nossa reação ao conquistar o primeiro título. Ao seu Riba, fundador da Escola de Samba Correio do Samba, que depois passou a se chamar Unidos de Fátima. Relembro aqui o início da sua entrevista, em que afirmou: “Olha menino, eu nunca dei entrevista, nem gosto disso. Só vou falar contigo porque tu foi mestre de bateria do Unidos de São Roque e porque teu pai é meu amigo de infância”. Obrigado por toda vez que ia perguntar algo, o senhor dizia: “Te cala, menino, deixa que eu falo. Não atrapalha!”. Obrigado por contar sobre o Salgueiro, o Correio do Samba e sobre o Carnaval do passado em nossa São Luís. Ao Seu Paulo, primeiro e único presidente do Bloco Unidos de São Roque. Grande conhecedor das estórias do Carnaval ludovicense. Obrigado por 7 apostar em mim quando, aos 18 anos de idade, bateu o martelo e disse: “O mestre é Fábio e assunto encerrado!”. 8 Eu vou voar nas asas de um carcará alardear que amo você! Favela amor! Favela! Eu sou favelense até morrer! E lá vem ela... Aplausos pra “diva da passarela” abram as cortinas! O show já vai começar! Vejo as bandeirinhas tremulando o “cavaco chorando”, “o mestre” já vai apitar sou do sacavém e bem mais além tenho as bênçãos dos orixás okê arô, ora iê iê ô odô iá, eparrê, kawô linda normalista, na pracinha a gente se encontrou! O nosso mundo ficou mais colorido, um arco-íris de amor! Vem viajar... De “a à z” do rádio a net, vou “curtir” você o teu tempero que apimenta o coração, veio da “mãe áfrica” para o maranhão errante apaixonado, atravessei o mar! Com césar fiz poemas sob o luar! No bumba boi a gente sacudiu, minha menina o mundo inteiro te aplaudiu! Salve... Os artistas do carnaval, o nosso pavilhão, e a força da comunidade! Nessa história de amor, você é a minha cara- metade! Favela do Samba 2013 Abram as cortinas: Favela, o espetáculo é você. Luzian Filho e Josias Filho 9 RESUMO A presente tese tem como enfoque a compreensão das razões pelas quais, durante a década de 1970, o Carnaval de São Luís passou a ser denominado de carioquizado. Prospectando memórias dos bambas do Rio de Janeiro e de São Luís, bem como observando as matérias de jornais dessas duas cidades, demonstramos que o Carnaval é uma festa universal e, por isso, o processo de mudança dessa festividade apresenta muitas similaridades, dentre as quais destacamos: o consciente processo de aceleração do samba, a verticalização das alegorias e as transformações rítmicas.