Pau-De-Arara, Cabeça-Chata

Total Page:16

File Type:pdf, Size:1020Kb

Pau-De-Arara, Cabeça-Chata t Quinta-feira, 31 de outubro de 1996 O GLOBO OPINIÃO* 7 Pau-de-arara, cabeça-chata JOSÉSARNEY pois, o cearense "cabeça-chata", o "arataca", o "pau- vidão". Acabada esta, iniciou-se, com a ajuda da ser mar Cavalcanti, Manuel Diegue Júnior, Glauber Ro­ de-arara", o "paraíba". Hoje, finalmente, nordestino ca impiedosa naquelas vastas regiões, a corrente mi­ cha, Ariano Suassuna, Ferreira Gullar, Dias Gomes, história do homem é a história da discri­ é sinal de atrasado, provinciano. gratória que iria substituir a escravidão, sob outras Barbosa Lima Sobrinho... ao lado de Guimarães Ro­ minação. Desde que surgiu na face da Ter­ Eu fui presidente da República e senti na carne o capas. Esse sistema, com a industrialização, vigorou sa — mineiro, mas garimpeiro da mesma fonte. Pois ra, apareceram meios e modos de segregar, peso dessa discriminação. Não perdoavam que um e foi mantido. Hoje, com a modernização, o proces­ bem, agora surge a tentativa de destruição destes Aí.d e excluir, de separar. Este sentimento con- homem do Nordeste, um "pau-de-arara", pudesse so de desemprego estrutural, com a liberação de nomes numa manifestação racista e segregacionis- : funde-se com o sentimento de egoísmo, de ódio, de ocupar aquele posto. No fundo, esse sentimento co­ mão-de-obra, os desempregados, em sua maioria ta. "A subliteratura do regionalismo"—assim se ata­ Í superioridade, e é a negação do próprio homem: meçava nos grandes líderes políticos que tinham vi­ nordestinos, foram expulsos para a periferia das ca — e por aí saem esses reacionários sem nenhuma ^Amai-vos uns aos outros", foi a sentença cristã da sibilidade e espaço nos editoriais de ai- ^^^^^^ ,^^____ grandes cidades, onde se localizam es- contribuição dada ao país, por esnobásmo puro, mo­ * revolução moral, mas, também, social. guns jornais que jamais deixavam de mmi^~mT. ^^^^^^ ses cinturões de miséria, de menores dismo e brilhareco buscando apontar essa área co­ 1 A discriminação é de tal modo monstruosa que falar no "provinciano", o "nortista", o famintos e desamparados, da prostitui­ mo secundária. E haja demolição do que de melhor jgerou a mais odiosa das violências: a escravidão. "Ribamar", enfim, nas designações que ção, da droga, da violência e da contra­ possui a literatura brasileira. Um mundo dividido entre senhores e escravos. O nada mais eram do que esse sentimen­ A maior e mais venção. E essa gente, então, em sua si­ Quando se fala na discriminação do negro, do mu­ '. Brasil é um país de convivência, mas é, também, um to amoral, de que nem o presidente da tuação de gueto, passa a ser alvo ainda lato, do antigo "crente", omite-se esta grande discri­ f. país de discriminação. Um tipo de preconceito que República era poupado. forte vertente maior do sentimento da discrimina­ minação que existe no país: a discriminação regio­ .. não significa exclusão, mas desenvolve uma barrei­ Ouvi de um amigo sulista ter ficado ção. nal, discriminação do povo sofrido do Nordeste. 0 ra entre as pessoas. As mais graves discriminações, surpreso ao assistir a um show de Elba da literatura Edson Queirós, grande amigo que ti­ Brasil nunca entendeu o problema nordestino. Quis todos sabemos, são aquelas que envolvem questões Ramalho quando a viu começar sua ve e grande empresário nordestino, desmoralizá-lo, ligando-o à indústria da seca e para •«• de raça, de religião e de convicções ideológicas. Mas apresentação cantando o "Hino do nacional é o disse-me uma vez, com um pouco de ele fechou os ouvidos e os olhos. existem discriminações que são tão graves quanto Nordeste", no qual flui essa amargura v revolta e muito de desencanto: "Vou Como é difícil trabalhar por aquela região! E, con­ " estas, que estão crescendo no Brasil: as discrimina- ressentida e libertária de toda uma re­ regionalismo ter que ter um pé no Sul, pois indus- tudo, ali está localizado o maior problema do país, * ções regionais. O preconceito sempre tem um mo­ gião sofrida e injustiçada. Respondi- mmmmm^m^ m^^^mmi trial nosso que não estiver ali será um com todos os ingredientes de ser uma dor de cabeça tivo mais profundo e quase intrinsecamente ligado à lhe: "Pois fique sabendo que este é o falido amanhã. Quem ficar somente no que não passará e que poderá atingir a unidade na­ ^ pobreza. Os negros, os índios, gente considerada de sentimento que se generaliza não só ali, mas no Nor­ Nordeste morrerá." cional. l segunda classe. te e no Centro-Oeste também." 0 Nordeste contribuiu de todas as formas para a Há uma nuvem de fumaça cobrindo a visão dos No Brasil, o preconceito que se processa contra 0 Brasil sempre foi um país de estrutura social in­ formação da nacionalidade. No setor cultural, ele problemas nordestinos. Não temos ouvidos que nos * os nordestinos tem origem na pobreza. Gente pobre, justa e desintegrada. As áreas pobres funcionaram deu excepcional contribuição. A maior e mais forte ouçam. Os interlocutores sumiram e acham que tra­ . gente inferior, gente de êxodo, gente sem raízes. Aos em relação ao Sul como fornecedoras de mão-de- vertente da literatura nacional é o regionalismo. tar do Nordeste é coisa para mordomos, problemas -nordestinos foram atribuídos qualificativos que ti- obra barata. Um pouco assim como a África funcio­ Graça Aranha, José Lins do Rego, Graciliano Ramos, da criadagem, e não para o dono da casa. Será que •' nham conotação pejorativa. Primeiro, "baiano", que nou em relação à Europa. Dizia Alceu Amoroso Uma, José Américo de Almeida, Jorge Amado, Josué Mon- todas as esperanças estão perdidas? "\ envolvia toda gente que era do Norte, e os provér­ no prefácio ao "Minha formação", de Joaquim Na- tello, João Ubaldo Ribeiro, Raquel de Queirós, Jorge bios ultrajantes: "Baiano bom já nasce morto." De­ buço, que "o Brasil era o café, e o café era a escra- de Lima, Manuel Bandeira, Ascenso Ferreira, Valde- JOSÉ SARNEY é presidente do Senado. .
Recommended publications
  • Machado De Assis E Oliveira Lima
    LEITURAS ENTRE ACADÊMICOS: MACHADO DE ASSIS E OLIVEIRA LIMA Ao cair da tarde, depois das quatro, encontrava-se invariavelmente o autor em casa do seu antigo editor, na livraria Garnier, onde tem sua sede um círculo, diria um cenáculo se não fosse franco a todas as opiniões e aberto a todas as idéias. Estes "five o'clocks" intelectuais já se tornaram mesmo uma tradição, pois que datam de meio século. Machado de Assis, que lhes ficou de todo tempo fiel, serviu de traço de união entre épocas diferentes e gerações também diferentes. O depoimento é do historiador e diplomata Oliveira Lima, mas também poderia ser validado por um Joaquim Nabuco, um Euclides da Cunha, um Graça Aranha, entre outros. Machado de Assis, já reconhecido entre seus pares como o grande mestre da literatura brasileira, de certa forma oficializou esse círculo da livraria Garnier com a criação da Academia Brasileira de Letras, em 1896. Na passagem do século XIX para o XX, as relações entre o velho Machado e os escritores em início de carreira ou em plena maturidade concretizavam-se a partir de artigos na imprensa, conferências, ou cartas, quando mais de um colega se encontrava em serviço diplomático no exterior. O caso de Oliveira Lima, membro da ABL desde 1897, não seria diferente: o diplomata, que passou a maior parte da sua vida fora do Brasil, trocou cartas e livros com Machado. Seis das cartas do romancista ao historiador, depositadas no acervo da Oliveira Lima Library, na Catholic University of America (Washington), foram transcritas por Antonio Dimas, em 1977.
    [Show full text]
  • Restaurado Prêmio Literário Nacional Pen Clube Do Brasil 2011
    REGISTROS RESTAURADO PRÊMIO LITERÁRIO NACIONAL PEN CLUBE DO BRASIL 2011 Este ano, ao completar 75 anos de fundação, o PEN Clube do Brasil restabeleceu seu tradicional Prêmio Literário, um dos mais antigos e prestigiosos certames brasileiros, criado em 1938. Agora, em sua nova fase, será oferecido anualmente a escritores que tenham publicado obra nas categorias Poesia, Ensaio ou Narrativa. Nesta edição, excepcionalmente, será permitida a inscrição de livros publicados entre 1º de janeiro de 2009 a 31 de dezembro de 2010. As editoras também poderão inscrever livros de seus autores. Os escritores inscritos concorrerão à primeira colocação em cada categoria e receberão troféu denominado “PEN”, especialmente concebido e executado pelo escultor Cavani Rosas, além de valor em dinheiro e certificado. Eis alguns escritores que, ao longo das décadas passadas, conquistaram o Prêmio do PEN Clube do Brasil: Gastão Cruls ■ Gilberto Amado ■ Brito Broca ■ Antonio Callado ■ Jorge Amado ■ Antonio Candido ■ Dalcídio Jurandir ■ Miécio Tati ■ João Guimarães Rosa ■ Carlos Drummond de Andrade ■ José Condé ■ Fernando Sabino ■ Marques Rebelo ■ Álvaro Lins ■ Cyro dos Anjos ■ José Paulo Moreira da Fonseca ■ Cassiano Ricardo ■ Augusto Meyer ■ José Cândido de Carvalho ■ Dalton Trevisan ■ Josué Montello ■ Nelson Werneck Sodré ■ Rubem Fonseca ■ Homero Homem ■ Octávio de Faria ■ Otto Maria Carpeaux João Cabral de Melo Neto ■ Herberto Salles ■ Eugênio Gomes ■ Adonias Filho ■ Nilo Aparecido Pinto ■ Raymundo Magalhães Jr ■ Emílio Moura ■ Macedo Miranda ■ Autran Dourado ■ Waldemar Lopes ■ Fausto Cunha ■ Alceu Amoroso Lima ■ Érico Veríssimo ■ Odylo Costa Filho ■ Orígenes Lessa ■ Pedro Nava ■ Ledo Ivo ■ Afonso Arinos de Mello Franco ■ Permínio Asfora ■ Alphonsus de Guimaraens Filho ■ Stella Leonardos ■ Antonio Carlos Vilaça ■ Murilo Rubião ■ Pedro Calmon ■ Guilherme Figueiredo ■ Mauro Mota ■ J.
    [Show full text]
  • Na Imprensa Republicana Da Primeira Hora - Um Estudo Das Liberdades E Censuras Observadas Pelo Jornalista Olavo Bilac
    ANPUH – XXV SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA – Fortaleza, 2009. 'Balas e sustos' na imprensa republicana da primeira hora - um estudo das liberdades e censuras observadas pelo jornalista Olavo Bilac Marta Eymael Garcia Scherer* Resumo: A história da imprensa no Brasil foi marcada por contradições entre dispositivos reguladores da censura e supostas liberdades de expressão. Este trabalho analisa a imprensa brasileira no período dos primeiros anos republicanos através das crônicas de um dos jornalistas mais atuantes da época: Olavo Bilac. Apesar de ser mais conhecido como o grande poeta parnasiano, Bilac escreveu durante 20 anos para jornais e revistas, legando relatos minuciosos da vida de imprensa de então, que nos falam do cerceamento explícito do governo, da falta de seriedade dos jornalistas, da autocensura e do jogo de interesses dos proprietários dos jornais. Eram as condições de trabalho que os homens de letras dispunham e que moldaram o fazer jornalístico desde sempre, num eterno jogo de poder e disputa entre o interesse do público e os mandos e desmandos de governantes, poderosos e proprietários. Palavras-chave: Olavo Bilac, Imprensa, República 'Bullets and frights” in the early time of the republican press - a study of the expression freedom and repression observed by the journalist Olavo Bilac Abstract: The history of the press in Brazil was marked by contradictions between repression and the supposed freedom of expression. This work analyzes the Brazilian press in the period of the early republican years through the chronicles of Olavo Bilac: one of the most active journalists of that period. Bilac writing during 20 years for newspapers and magazines.
    [Show full text]
  • Print 106 . DISCURSO DE POSSE DO
    DISCURSO DE POSSE DO ACADÊMICO MARCO MACIEL E DISCURSO DE RECEPÇÃO DO ACADÊMICO MARCOS VILAÇA - . " ._-..- .~- : .' ".,~ .. ' ACADEMIA 8RASrtEIRA DE LETRAS 2004 DISCURSO DE POSSE DO ACADÊMICO MARCO MACIEL E DISCURSO DE RECEPÇÃO DO ACADíMCIO MARCOS VILAÇA ACADBMIA BRASILBIR.A DB LETR.AS 2004 Cadeira 39 Academia Bruileira de Letras Patrono F. A. de Vamhagen........(1816-1878) Oliveira Uma (1867-1928) "_ Alberto de Faria (1865-1931) Rocha Pombo (1857-1933) Rodolfo Garda (1873-1~9) Elmano Cardim (1891-19'79) Otto l...IU'a Resende (1922-1992) Roberto Marinho (I9(M..2003) ""'''­ Mo=Mad<1 Eleito em 18.12.2003 e f'l!Cebido em 3.5.2004 arco Maciel tomou posse no dia 3 de maio de 2004, passando a ocupar a cadeira 39, que pertenceu a M Roberto Marinho, falecido em 6 de agosto de 2003. Nacerimônia, nosalão nobre do PetitTrianon, Marco Maciel foi recebido pelo acadêmico Marcos Vinidos Vilaça. Advogado e professor de Direito Internacional na Universidade Católica de Pernambuco, Marco Maciel foi vice-presidente da República, por duas vezes; presidentedaCâmarados Deputados;ministro da Educação; ministro-chefe da Casa Civil da Pre­ sidência da República; deputado estadual; deputado federal, também por duas vezes; governador de Pemambuco; e atualmente exerce seu terceiro man­ dato de senador. Membro da Academia Pernambucana de Letras e da Academia Brasileira deCiêndas Políticas, Marco Maciel tem quatro livros publicados, além de plaquetes com discursos e palestras versando espe­ c::ialD'\ente sobre educaçlO, cultura e questões ins­ titucionais. Discurso de posse do acadêmico Marco Maciel a imortal peça Dúflogo das Cannelitas, o sempre lembrado escritor francês George Bernanos- tão ligado ao Brasil pelo N tempo emque viveuno interior deMinas Gerais, durante a ocupação de seu país pelas tropas alemãs - fez a superiora do Convento diur estas sábias palavras: "0 que chamamos acaso talvez seja a16gica de Deus".
    [Show full text]
  • CONSTITUIÇÃO DOS ESTADOS UNIDOS DO BRASIL XII — Explorar, Diretamente Ou Mediante Autcrrização Ou Concessão, Os Serviços De Telégrafos, De Radiocomunicação
    ESTADOS UNIDOS DO E3PASIL pp 11A OHO t SEC ANO LXXXV -- N.° 214 CAPITAL FEDERAL. QUINTA-FEIRA, 19 DE SETEMBRO DE 1946 ATOS DA ASSEMBLÉIA CONSTITUINTE A Mesa da Assembléia Constituinte promulga a Con..,tituição tivas, plebiscito das populações diretamente interessadas e apro- dos Estados Unidos do Brasil e o Ato dai Disposições Cons'itu- vação do Congresso Nacional. cianais Transitórias, nos têrmos dos seus arts. 218 e 36, respectiva- Art. 3.° Os Territórios poderão, mediante lei especial, cons- mente, e manda a Vidas as autoridades, às quais coubet o conheci- tituir-se em Estados, subdividir-se em novos Territórios ou volver a mento e a execução dêsses atos, que os executem e façam executar .participar dos Estados de que tenham sido desmembrados. e observar fiel e inteiramente como nêles se contém. Art. 4 0 O Brasil só recorrerá à guerra, se não couber ou se malograr o recurso ao arbitramento ou aos meios pacíficos de Publique-se e cumpra-se em todo o território nacional.! solução do conflito, regulados por órgão internacional de segurança, de que participe; e em caso nenhum se empenhará em guerra de Rio de Janeiro, 18 de setembro de 1946, 125.° da conquista, direta ou indiretamente, por si ou em aliança com outro Independência e 58.° da Rpública. Estado. FERNANDO DE MELLO VIANNA Art. 5.° Compete à União: Presidente I — manter relações com os nstaaos estrangeiros e com Men celebrar tratados e convenções; GEORGINO AVELINO II — declarar guerra e fazer a paz; 1.° Secretário III — decretar, prorrogar e suspender o estado de sítio; IV — organizar
    [Show full text]
  • O Romance-Folhetim Francês No Brasil: Um Percurso Histórico
    O romance-folhetim francês no Brasil: um percurso histórico Yasmin Jamil Nadaf Instituto Cuiabano de Educação, Cuiabá, Brasil Resumo: Texto que busca resgatar e divulgar o percurso histórico do romance-folhetim da França, seu país de origem, ao Rio de Janeiro, cidade que representava o núcleo intelectual do Brasil oitocentista. Interessa-nos apontar a sua acolhida na imprensa carioca, bem como a assimilação dessa escrita pela ficção brasileira no mesmo período. Palavras-chaves: Romance-folhetim francês; Ficção brasileira; História e Crítica. Abstract: This paper aims to rescue and disclose the history of the roman-feuilleton of France, its country of origin, to Rio de Janeiro, a city that represented the intellectual core of the nineteenth Brazil. The author shows its welcome in the Rio de Janeiro’s press, as well as the assimilation of fiction written by the Brazilians in the same period. Key Words: French roman-feuilleton; Brazilian fiction; History and Criticism. O ROmance-fOlHeTIm: sua ORIgem na FRança A imprensa francesa do século XIX reservava o rodapé da página do seu jornal, geralmente a primeira, a escritos de entretenimento – artigos de crítica, crônicas e resenhas de teatro, de literatura, de artes plásticas, co- mentários de acontecimentos mundanos, piadas, receitas de beleza e de cozinha, boletins de moda, entre outros assuntos. Esse espaço a quem davam o nome de Feuilleton, que para nós traduz-se em Folhetim, nasceu da necessidade de gerar prazer e bem-estar aos leitores ou ouvintes de jornais, cansados de verem os enfadonhos reclames oficiais ocuparem as páginas dos periódicos. Isto, em decorrência da autoritária medida de Na- poleão I de restabelecer a censura à imprensa e aos livros que se haviam acostumado a respirar livremente durante a Revolução Francesa.
    [Show full text]
  • Redalyc.A Morada Da Língua Portuguesa
    Red de Revistas Científicas de América Latina, el Caribe, España y Portugal Sistema de Información Científica Niskier, Arnaldo A morada da língua portuguesa Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas em Educação, vol. 22, núm. 85, octubre-diciembre, 2014, pp. 1115-1130 Fundação Cesgranrio Rio de Janeiro, Brasil Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=399534056011 Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas em Educação, ISSN (Versão impressa): 0104-4036 [email protected] Fundação Cesgranrio Brasil Como citar este artigo Número completo Mais informações do artigo Site da revista www.redalyc.org Projeto acadêmico não lucrativo, desenvolvido pela iniciativa Acesso Aberto A morada da língua portuguesa 1115 PÁGINA ABERTA A morada da língua portuguesa "Livros são papéis pintados com tinta." - Fernando Pessoa Arnaldo Niskier* Resumo Temos raízes latinas muito sólidas, o que não foi suficiente para que o Acordo Ortográfico de Unificação da Língua Portuguesa, assinado em 1990, alcançasse a unanimidade desejável. Em Lisboa há um movimento sincronizado para colocar em dúvida as razões lexicográficas das pequenas mudanças propostas. A escritora Lygia Fagundes Telles, falando na Academia Brasileira de Letras, pediu que liderássemos uma cruzada favorável à língua portuguesa. Devemos melhorar o atual índice de leitura (2,4 livros por habitante) e ampliar significativamente o número de bibliotecas públicas em todo o País. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de 1996, é muito sóbria em relação aos cuidados com a nossa língua. De nada adianta ensinar a ler e a escrever sem a garantia da permanência dos alunos nas escolas, lugar de "leitura crítica" e interpretativa do que lhe chega por intermédio da imagem e do som.
    [Show full text]
  • O Sino E O Relógio
    O SINO E O RELÓGIO UMA ANTOLOGIA DO CONTO ROMÂNTICO BRASILEIRO COM TEXTOS DE Franklin Távora Bernardo Guimarães Fagundes Varela Apolinário Porto Alegre J. F. de Meneses Visconde de Taunay Nísia Floresta Joaquim Norberto de Sousa e Silva Maria Firmina dos Reis Corina Coaracy Escolástica P. de L. ORGANIZADA POR João Manuel Pereira da Silva Martins Pena Hélio de Seixas Guimarães & Vagner Camilo Justiniano José da Rocha Gentil Braga Flávio d’Aguiar Josino do Nascimento Silva Francisco de Paula Brito Casimiro de Abreu José de Alencar Joaquim Manuel de Macedo Luís Guimarães Júnior Machado de Assis & dois autores anônimos Para estabelecer o texto desta edição, atualizamos a grafia das palavras e a pontuação, optando pelas formas mais correntes. No entanto, não foram corrigidas as colocações pronominais ou concordâncias que indicavam opções estilísticas dos autores. Er- ros evidentes de composição tipográfica foram retificados. As citações de textos em línguas estrangeiras são feitas con- forme aparecem nos textos-base. As notas das edições originais tomadas como referência pa- ra transcrição dos textos foram mantidas e vêm indicadas por [N.E.O.]. As notas incluídas pelos organizadores e pelos editores estão indicadas por [N.E.]. SUMÁRIO PARTE I – FANTÁSTICO O SINO ENCANTADO Franklin Távora 27 O PÃO DE OURO Bernardo Guimarães 35 A GUARIDA DE PEDRA Fagundes Varela 67 O BAÚ Anônimo 77 MANDINGA Apolinário Porto Alegre 81 O PUNHAL DE MARFIM J. F. de Meneses 95 PARTE II – HISTÓRICO CAMIRÃ, A QUINIQUINAU EPISÓDIO DA INVASÃO PARAGUAIA EM MATO GROSSO
    [Show full text]
  • Secretaria Da Fazenda: Um Século De História / Manuel Correia De Andrade - Recife : Secretaria Da Fazenda Do Estado De Pernambuco, 1991
    MANUEL CORREIA DE ANDRADE SECRETA,RIA DA FAZENDA: Urn Seculo de Historia RECIFE SECRET ARIA DA FAZENDA DO EST ADO DE PERNAMBUCO 1991 Foto da Capa: EDMOND DANSOT Capista: JÚ~.:O GONÇALVES Equipe de Pesquisa: MARCOS ROBERTO NUNES COSTA IVIARIA Nf,SARÉ DA SILVA DE ALBUQUERQUE NEIDE M/.RIA MELO DE OLIVEIRA Coordenação: Benes Alencar Sales Carlos Eduardo Pinto Carvalheira Fernanda Cornils Manoel Rodrigues Quintas Neto Widja Maia de Brito Agradecimento pela Orientação da Normalização Bibliográfica: MIRIAM CUNHA DE AQUINO - Professora do Depto. de Biblioteconomia da UFPE. Governador do Estado de Pernambuco JOAQUIM FRANCISCO DE FREITAS CAVALCANTI Vice-Governador CARLOS ROBERTO GUERRA FONTES Secretário da Fazenda HERALDO BORBOREMA HENRIQUES Secretário Adjunto IVO DE LIMA BARBOZA Instituto de Administração Fazendária - IAF DALVA AMÉLlA ALVES ARRAES Diretoria de Administração Geral - DAG JESUS MIGUEL DE PAULA CAVALCANTE Diretoria de Finanças do Estado - DFE LlVINO TAVARES NETO Diretoria de Administração Tributária - DAT GERARDO DE QUEIROZ SAMPAIO Diretoria de Sistemas e Métodos - DSM JOÃO MACÊDO FILHO ANDRADE, Manuel Correia de, 1922 - Secretaria da Fazenda: Um século de história / Manuel Correia de Andrade - Recife : Secretaria da Fazenda do Estado de Pernambuco, 1991. XII - 192 p. 1 Pernambuco - História ­ Secretaria da Fazenda I Secretaria da Fazenda 11 Título SUMARIO pags. Apresentacao '" .... IX INTRODUCAO A CAMINHADA DOS CEM ANOS .. 7 1 .1 De Provincia a Estado .... .... .... .... ... 9 1 .2 As Dificuldades da Transicao .... .... .. 17 1.3 0 Periodo de Dominio de Rosa e Silva ....... 25 1 .4 A Reorganizacao do Sistema Oligarquico .. .., 35 1.5 A Era Getuliana ....................... 45 1 .6 A Democracia Restaurada .... .... .... .. 57 1.7 Do Periodo Autoritario a Nova Republica .
    [Show full text]
  • Discurso Proferido Pelo Deputado , Em
    Discurso proferido pelo Deputado Gonzaga Patriota (PSB/PE), na Sessão de 10/11/2005 Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputados, 180 anos do Diário de Pernambuco No último dia 07 de novembro, o Diário de Pernambuco, o mais antigo jornal da América Latina, completou 180 anos. O DP, como é popularmente conhecido, dispõe hoje de um dos mais avançados parques gráficos do país, cuja rotativa off-set, uma goss newline, imprime 70 mil exemplares por hora, com fotos e anúncios coloridos recobrindo suas páginas. A rotativa, uma estrutura de 400 toneladas, funciona ativada por sistema informatizado. Quando surgiu, idealizado por Antônio José de Miranda Falcão, o Diário era impresso em rudimentar prelo de madeira. A pequena folha, de 4 páginas, medindo 24 ½ por centímetros, declarava-se, no seu primeiro editorial, um simples “Diário de Anúncios”. Miranda Falcão, que dirigiu o DP por 10 anos, foi o impressor do jornal de Frei Caneca, o Typhis Pernambucano, órgão de propaganda 48 7 da Confederação do Equador, movimento revolucionário ocorrido, em 1824, no D 53 Recife. 8 45 Em 1835, o Comendador Manuel Figueiroa de Faria adquire o 1 Diário. Sob o comando de Figueiroa, o DP vive momentos de grandes transformações, chegando, em meados do século XIX, a rivalizar, por seu conteúdo *145853D748* editorial e acabamento gráfico, com os periódicos da corte. A família Figueiroa 1 conduziu os destinos do jornal durante 65 anos. O Conselheiro Rosa e Silva, então Vice-Presidente da República, assume o seu controle em 1901. Nessa fase, o jornal é envolvido por agitada disputa política, sofrendo, inclusive, empastelamento, o que se repetiria em 1945.
    [Show full text]
  • Novas Perspectivas Sobre As Práticas Editoriais De Monteiro Lobato (1918-1925)
    Cilza Carla Bignotto Novas perspectivas sobre as práticas editoriais de Monteiro Lobato (1918-1925) Tese apresentada ao Curso de Teoria e História Literária do Instituto de Estudos da Linguagem da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) como pré-requisito para a obtenção do título de Doutor em Letras na área de Literatura Brasileira. Orientadora: Prof.ª Dr.ª Marisa Philbert Lajolo Universidade Estadual de Campinas 2007 Universidade Estadual de Campinas Instituto de Estudos da Linguagem Tese de Doutorado Autora: Cilza Carla Bignotto Orientadora: Prof.ª Dr.ª Marisa Philbert Lajolo Tese apresentada ao Curso de Teoria e História Literária do Instituto de Estudos da Linguagem da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) como pré-requisito para a obtenção do título de Doutor em Letras na área de Literatura Brasileira. Banca Examinadora: Prof.ª Dr.ª Marisa Philbert Lajolo - Presidente Prof. Dr. João Luís Cardoso Tápias Ceccantini Prof.ª Dr.ª Marisa Midore Deaecto Prof.ª Dr.ª Regina Zilberman Prof.ª Dr.ª Tania Maria de Luca Campinas, 2007 Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca do IEL - Unicamp Bignotto, Cilza Carla. Novas perspectivas sobre as práticas editoriais de Monteiro Lobato B486n (1918-1925) / Cilza Carla Bignotto. -- Campinas, SP : [s.n.], 2007. Orientador : Marisa Philbert Lajolo. Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem. 1. Lobato, Monteiro, 1882-1948. 2. Livros - História. 3. Editores e edição. 4. Literatura Brasileira. 5. Direitos autorais. I. Lajolo, Marisa. II. Universidade Estadual de Campinas. Instituto de Estudos da Linguagem. III. Título. Título em inglês: New perspectives on Monteiro Lobato’s publishing pratices (1918-1925). Palavras-chaves em inglês (Keywords): Lobato, Monteiro, 1882-1948; Books - History; Publishers and publishing; Brazilian Literature; Copyright.
    [Show full text]
  • Redalyc.Between Diplomacy and Letters: a Sketch of Manuel De Oliveira Lima's Search for a Brazilian Identity
    História (São Paulo) ISSN: 0101-9074 [email protected] Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho Brasil ENSLEN, Joshua Alma Between diplomacy and letters: A Sketch of Manuel de Oliveira Lima's Search for a Brazilian Identity História (São Paulo), vol. 24, núm. 2, 2005, pp. 243-259 Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho São Paulo, Brasil Available in: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=221014793010 How to cite Complete issue Scientific Information System More information about this article Network of Scientific Journals from Latin America, the Caribbean, Spain and Portugal Journal's homepage in redalyc.org Non-profit academic project, developed under the open access initiative Between Diplomacy and Letters: A Sketch of Manuel de Oliveira Lima’s Search for a Brazilian Identity Joshua Alma ENSLEN* “A história varia segundo o ponto-de-vista de quem a escreve.” Alexandre Gusmão, Secretário d’El Rei ABSTRACT: Manuel de Oliveira Lima as an important diplomat of the First Republic in Brazil reflects on an individual, national, and universal plane the convergence of politics and literature. His writing demonstrates an explicit attempt to construct a national identity that emanates not only between literature and diplomacy, but also between the personal and the historical, as well as, the foreign and the national. This paper analyzes brief examples of his criticism, personal correspondence, and fiction that demonstrate the convergence of these fields. KEYWORDS: Manuel de Oliveira Lima; Brazilian national identity; literature and diplomacy. Throughout modern history, certain enfranchised figures like the litterateur-diplomat have emerged in relief expressing the power to serve as interlocutors between the potentially distant poles of politics and literature.
    [Show full text]