O Romance-Folhetim Francês No Brasil: Um Percurso Histórico

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O Romance-Folhetim Francês No Brasil: Um Percurso Histórico O romance-folhetim francês no Brasil: um percurso histórico Yasmin Jamil Nadaf Instituto Cuiabano de Educação, Cuiabá, Brasil Resumo: Texto que busca resgatar e divulgar o percurso histórico do romance-folhetim da França, seu país de origem, ao Rio de Janeiro, cidade que representava o núcleo intelectual do Brasil oitocentista. Interessa-nos apontar a sua acolhida na imprensa carioca, bem como a assimilação dessa escrita pela ficção brasileira no mesmo período. Palavras-chaves: Romance-folhetim francês; Ficção brasileira; História e Crítica. Abstract: This paper aims to rescue and disclose the history of the roman-feuilleton of France, its country of origin, to Rio de Janeiro, a city that represented the intellectual core of the nineteenth Brazil. The author shows its welcome in the Rio de Janeiro’s press, as well as the assimilation of fiction written by the Brazilians in the same period. Key Words: French roman-feuilleton; Brazilian fiction; History and Criticism. O ROmance-fOlHeTIm: sua ORIgem na FRança A imprensa francesa do século XIX reservava o rodapé da página do seu jornal, geralmente a primeira, a escritos de entretenimento – artigos de crítica, crônicas e resenhas de teatro, de literatura, de artes plásticas, co- mentários de acontecimentos mundanos, piadas, receitas de beleza e de cozinha, boletins de moda, entre outros assuntos. Esse espaço a quem davam o nome de Feuilleton, que para nós traduz-se em Folhetim, nasceu da necessidade de gerar prazer e bem-estar aos leitores ou ouvintes de jornais, cansados de verem os enfadonhos reclames oficiais ocuparem as páginas dos periódicos. Isto, em decorrência da autoritária medida de Na- poleão I de restabelecer a censura à imprensa e aos livros que se haviam acostumado a respirar livremente durante a Revolução Francesa. Com o citado perfil eclético, o Folhetim chegou até a Revolução Bur- guesa, em 1830, quando o esperto proprietário do jornal francês La Presse, Émile de Girardin, de olhos voltados para a popularidade que o mesmo vinha conquistando junto ao público leitor de jornais, associou-se a um co- lega, Dutacq, do jornal Le Siècle, para lançar, nesse rodapé, a ficção em par- Yasmin tes. Girardin foi imitado logo de saída pelo sócio, que a partir de 5 de agos- Jamil to de 1836 lançou no folhetim do seu jornal, em fatias seriadas, o primeiro Nadaf clássico da picaresca espanhola Lazarillo de Tormes, de autor anônimo. O resultado foi um grande sucesso. A fórmula continua amanhã ou con- tinua num próximo número que a ficção em série proporcionava ao folhetim 120 alimentava paulatinamente o apetite e a curiosidade do leitor diário do jornal e, obviamente, como resposta, fazia aumentar a procura por ele, proporcionando-lhe maior tiragem e, consequentemente, barateando os seus custos. O jornal democratizava-se junto à burguesia e saía do círculo restrito dos assinantes ricos. De feuilleton variétés, como se apresentava o rodapé, passou também a feuilleton-roman, cujo reinado se estendeu, na França, até o começo do sé- culo XX, fabricando escritores e obras que levaram o público ao delírio da expectativa e, às vezes, ao exagero da comoção, rompendo com os limites geográficos de sua produção, conquistando adeptos, plagiadores, traduto- res e fiéis leitores. Foi o império de Eugène Sue (1804–1857), Alexandre Du- mas (1802–1870), Ponson du Terrail (1829–1871), Paul Féval (1817–1887), Xavier de Montépin (1823–1902), e Émile Richebourg (1833–1898), para as- sinalar apenas os de maior projeção porque a lista é muito extensa. E para lembrar somente alguns dos seus romances-folhetins de grande prestígio, citamos Les mystères de Paris e Le juif errant, de Sue, Comte de Monte Cristo e Les trois mousquetaires, de Dumas, Les drames de Paris, de Ponson du Terrail, Les mystères de Londres, de Féval, La porteuse de pain, de Montépin, e La fau- vette du moulin, de Richebourg. Balzac foi o primeiro a produzir a ficção para o rodapé. Fabricou sob encomenda para Girardin a obra La vieille fille, em 1836; depois, em 1837, Frédéric Soulié escreveu Mémoires du diable para o Journal des Débats; e, em 1838, entre maio e junho, Alexandre Dumas, já conhecido romancista e dramaturgo, publicou em Le Siècle o romance Le capitaine Paul. Este últi- mo, devido a sua bem elaborada construção textual fragmentada, que se tornará o carro-chefe do romance-folhetim, proporcionou: ao jornal, um Letras, Santa Maria, v. 19, n. 2, p. 119–138, jul./dez. 2009 aumento de 5.000 novas assinaturas no curto espaço de três semanas; ao autor, um rendoso contrato como colaborador exclusivo naquele veículo de imprensa; e à literatura, o marco inicial de uma nova ficção batizada com o nome de romance-folhetim. Essa nova escrita despontou com uma estrutura discursiva individu- alizada. Nascida do jornal, e para ele, era fato, portanto, a sua submissão a uma estrutura de montagem destinada a se apresentar no mercado a O romance- título de mercadoria, como muito bem lembrou Walter Benjamin (1993, folhetim p.45–46) no ensaio Paris, capitale du XIXe siècle, ao se referir ao entrelaça- francês mento da arte e da cultura às forças de uma mentalidade moderna que se no Brasil: voltava para a produção e o panorama industrial. Havia que se respeitar, um percurso de um lado, o espaço gráfico, comercial e ideológico do seu impressor e, de histórico outro, as exigências do público consumidor que a cada dia se alargava da reduzida classe abastada para a ascendente e numerosa burguesia. 121 Em termos técnicos, o “corte” do capítulo e a “sucessividade” na narra- tiva firmavam-se, desta forma, como os elementos básicos iniciais a serem atendidos para o êxito de um romance-folhetim.1 Ligados ao jogo verbal da sedução, esses elementos estruturais reme- tem-nos à velha fórmula discursiva da esperta Xerazade, aquela das Mil e uma noites, que enganava e encantava o poderoso sultão Xeriar com suas infindáveis estórias, interrompidas no momento mais empolgante do des- fecho, em troca de sua sobrevida, ou melhor, de mais uma noite de vida. Aqui, numa versão atualizada, Xerazade se transformou no jornal e no au- tor que, através do romance-folhetim, passaram a construir teias infinitas para as suas sobrevivências: o primeiro, para a garantia do sucesso de assi- natura dos seus exemplares, buscando um aumento cada vez maior, e o se- gundo, para a manutenção do seu próprio sustento. Atente-se para o fato de que o escritor desse gênero ganhava por linha escrita, o que o levou a tornar a estória a mais longa possível. O rendimento numérico transfor- mou-se num lugar-comum na escrita do romance-folhetim e, como conse- quência, os escritos dessa natureza apresentavam-se tão “inchados” que no instante da sua transposição para os livros resultaram em coleções de quatro, seis, oito e até doze volumes com páginas quase intermináveis. Os temas, comuns à longa trajetória do gênero, contribuíram para esse “espichamento”. Eram estórias de amores contrariados, paternida- des trocadas, filhos bastardos, heranças usurpadas, todas elas seguidas de 1 Para o conhecimento dos elementos estruturais do romance-folhetim recomendamos a leitura de BORY, Jean-Louis. “Premiers éléments pour une esthétique du roman-feuilleton”. In: __. Tout feu, tout flamme. Paris: Julliard, 1966. Letras, Santa Maria, v. 19, n. 2, p. 119–138, jul./dez. 2009 duelos, raptos, traições, assassinatos e prisões. Núcleos de novelos narra- tivos geradores de idas e vindas, e de muita tensão, testados e aprovados anteriormente com êxito pelo melodrama, e que neste modo de romance foram acrescidos de um recheio extraído do próprio habitat e dos conflitos da vida doméstica do público consumidor elevando ainda mais sua carga emotiva. Dentre os primeiros autores que se dedicaram com êxito ao romance seriado, atingindo um expressivo sucesso de público, encontram-se Eugè- ne Sue e Alexandre Dumas. O sucesso do primeiro deveu-se à publicação Yasmin de Les mystères de Paris (1842–43) e Le juif errant (1844–45) e, do segundo, de Jamil Les trois mousquetaires (1844) e Comte de Monte Cristo (1845). Estas obras de- Nadaf finiram o perfil de excelência para o romance-folhetim, bem como as duas tipologias específicas do gênero, e que compreenderam a vertente realista, com base nos dramas do cotidiano, e a vertente histórica, evocando o pas- 122 sado e os tempos cavalheirescos, na trilha de Walter Scott. A esses autores somaram-se outros nomes de sucesso, garantindo ao gênero um espaço de glória na imprensa francesa até a carnificina de 1914, quando ele deixou de existir nas páginas dos periódicos. Mas até o final de sua trajetória, o romance-folhetim conservou a repercussão do período do seu aparecimento, ou seja, a conexão autor-editor de jornal via indústria folhetinesca, e a paixão e euforia da parte do público leitor ou ouvinte que nas últimas décadas podia ainda regalar-se em colecionar os textos dos seus autores preferidos que vinham impressos em fascículos semanais, revistas semanais ou mensais, ilustradas. Ao mesmo tempo em que se difundiu na França, países como a Inglater- ra, Portugal e Brasil acolheram calorosamente a nova receita de literatura em série. A cópia seria mais do que prevista, afinal a Paris oitocentista ditava a moda e a cultura ao mundo. Do citado romance de Eugène Sue, para ilustrar, colhemos as seguintes imitações: “Mistérios” de Londres, de Berlim, de São Petersburgo e também os de Lisboa, de Camilo Caste- lo Branco (CARPEAUX, 1993, p. 164). No Brasil, foram publicados nos jor- nais de Recife, “Mistérios do Recife” (1875) e “Os mistérios da rua Aurora” (1891–93), de Carneiro Vilela; e no Rio de Janeiro, “Os mistérios do Rio de Janeiro”, de José da Rocha Leão (terceira edição em fascículos em 1881), e “Mistério da Tijuca” (1882), de Aluísio Azevedo, no periódico Folha Nova (TINHORÃO, 1994).
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