Universidade Do Algarve Da Vila Ao Termo. O Território
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UNIVERSIDADE DO ALGARVE DA VILA AO TERMO. O TERRITÓRIO DE LOULÉ NA BAIXA IDADE MÉDIA Cristóvão de Almeida Tese para obtenção do grau de mestrado em: História e Patrimónios Especialidade em História do Algarve Faculdade de Ciências Humanas e Sociais Trabalho efetuado sob a orientação de: Dr. Luís Filipe Oliveira 2016 Da vila ao termo. O território de Loulé na Baixa Idade Média. Declaração de autoria de trabalho: Declaro ser o autor deste trabalho, que é original e inédito. Autores e trabalhos citados estão devidamente citados no texto e constam da listagem de referências incluída. (Cristóvão de Almeida) Copyright em nome de Cristóvão de Almeida. A Universidade do Algarve tem o direito, perpétuo e sem limites geográficos, de arquivar e publicitar este trabalho através de exemplares impressos reproduzidos em papel ou de forma digital, ou por qualquer outro meio conhecido ou que venha a ser inventado, de o divulgar através de repositórios científicos e de admitir a sua cópia e distribuição com objetivos educacionais ou de investigação, não comerciais, desde que seja dado crédito ao autor e editor. 2 Agradecimentos Citando Umberto Eco: “É de mau gosto agradecer ao orientador. Se vos ajudou, não fez mais que o seu dever”. Permitam-me a audácia de discordar de tal vulto das Ciências Sociais. O meu orientador tem imperiosamente lugar de destaque na presente página, que é de gratidão. O trabalho final é fruto de um processo, do qual ele fez parte desde o primeiro dia do mestrado, numa reunião entre alunos e professores, na qual eu lhe transmiti prontamente que seria com ele que iria trabalhar. Devo-lhe a sábia indicação de um caminho a seguir. Devo-lhe uma enorme prestabilidade, com o apoio e acompanhamento devido, sempre que necessário, e a vários níveis. E, sobretudo, devo- lhe muito pela passagem de uma ínfima parte de uma infindável sapiência. A qual tentei beber o quanto pude. Deixo igualmente uma palavra de apreço a todos os que se dedicaram, durante anos, à leitura, transcrição e divulgação das fontes que utilizamos. Sem o seu árduo trabalho, dificilmente teria sido possível conjugar a minha atividade profissional com o necessário tempo passado em arquivos, possibilitando a concessão do presente estudo. No plano mais pessoal, ironicamente, os agradecimentos correm o risco de parecerem ingratos, pela possibilidade de esquecer alguém. No entanto, aquando a escrita desta página especial, alguns nomes sobressaíram, de forma genuína, na minha mente. A tese que aqui se apresenta é o resultado de inúmeras horas de labor, o que adicionado à condição de trabalhador-estudante, me levou demasiadas vezes a um autoinfligido distanciamento dos mais próximos. Neste particular, não posso deixar de referir Paulo Anacleto e João Inácio, duas pessoas que, apesar das conjunturas, nunca estiveram longe, em circunstância nenhuma, pelo que serei sempre agradecido. Por fim, last but not least, a pessoa que mais terá sofrido com o isolamento, a mais próxima de todas. Para agradecer a Rute Freitas adequadamente, seria necessária outra tese. Contudo, posso tentar resumir. Presente desde o dia um de todo o processo atrás referido, ninguém compreenderá melhor os custos mentais e pessoais que foram imprescindíveis para atingir o fim a que me propus. Obrigado pela presença, pela compreensão ímpar, pelo apoio diário e pela paciência. 3 Resumo De provável fundação islâmica, a vila de Loulé lograria ser uma das principais urbes que se afirmariam no panorama algarvio, no período tardomedieval. A maior sem ligação direta com o mar. Contudo, Loulé não era apenas um centro urbano fortificado. Era igualmente a cabeça de um território, com o qual mantinha relações de complementaridade, que permitiram o desenvolvimento da vila, e a sobrevivência das suas gentes. A vila era a face urbana do concelho. O local onde estavam sediados os diversos poderes. Onde quase tudo se decidia, e para onde tudo convergia, sendo a sede de um concelho, de uma paróquia, e de um almoxarifado. No entanto, o termo de Loulé era essencialmente rural e nele habitaria sensivelmente metade da população do concelho. Ao longo da rede viária existente à época, evidenciamos a existência de um par de aldeias, de diversos povoados de menor dimensão, de espaços de povoamento disperso, e de outros exclusivamente reservados, quer para a produção agrícola, quer para a criação de gado. O termo era vasto mas impreciso e muito vagamente definido, sendo certamente maior do que o atual. Na tentativa de delimitá-lo, constatamos a existência de zonas limítrofes partilhadas com os concelhos vizinhos, em particular, com o de Faro, e a coexistência de diversas unidades territoriais centradas em Loulé – político- administrativa, eclesiástica, e fiscal - cada qual com um espaço de jurisdição diferente. Logo, com limites diferentes. Grande parte da organização e da gestão do território em causa era da responsabilidade do poder local. Quer fosse pela definição de espaços comunitários, como os almargens, ou as aduas. Quer fosse pelos esforços efetivados para a proteção das produções agrícolas e de diversos recursos naturais, ou ainda, pelo policiamento dos diversos recantos do termo. Contudo, os poderes régios e eclesiásticos também se fariam sentir na organização do território, ao nível da compartimentação, retalhando o termo em unidades territoriais mais reduzidas, com objetivos distintos, como as vintenas e, já tardiamente, as paróquias rurais. Palavras-chave: Loulé; Vila; Termo; Território; Limites; Rural. 4 Abstract Of probable Islamic foundation, the town of Loulé would succeed to be one of the main cities that would assert themselves in the Algarve panorama, in the late medieval period. The largest without direct connection with the sea. However, Loulé was not just a fortified urban center. It was also the head of a territory, with which it maintained relations of complementarity, which allowed the development of the village, and the survival of its people. The village was the urban face of the county. The place where the various powers were based. Where almost everything was decided, and where everything converged, being the seat of a county, a parish, and a warehouse. However, the Loulé term was essentially rural and would house roughly half the county population. Along the road network that existed at the time, we have shown the existence of a pair of villages, of several smaller settlements, of dispersed settlements, and of others exclusively reserved for either agricultural production or livestock raising. The term was vast but imprecise and very loosely defined, certainly greater than the present. In an attempt to delimit it, we find the existence of border areas shared with the neighboring municipalities, in particular with Faro, and the coexistence of several territorial units centered in Loulé - political-administrative, ecclesiastical, and fiscal - each with is own jurisdiction. Therefore, with different limits. Much of the organization and management of the territory in question was the responsibility of local authorities. Whether it was the definition of community spaces, such as the almargens, or the customs. Whether it was for the effective efforts to protect agricultural productions and various natural resources, or for the policing of the various corners of the term. However, royal and ecclesiastical powers would also be felt in the organization of the territory, at the level of compartmentalization, by shredding the term into smaller territorial units with distinct objectives, such as the vintenas and later, rural parishes. Keywords: Loulé; Village; Term; Territry; Limits; Rural. 5 Índice Introdução ...................................................................................................... 8 Capítulo 1 – A vila de Loulé- o lado urbano …………………………………………………… 13 1.1.- A génese islâmica ………………………………………………………………………………… 14 1.2.- A vila entre meados de Duzentos e o final do século XV ………………………. 17 1.2.1.- O perfil físico ………………………………………………………………………………… 17 1.2.2.- O perfil humano …………………………………………………………………………… 32 1.3.- O papel de centralidade ………………………………………………………………………. 38 Capítulo 2 – O termo – o lado rural ………………………………………………………………. 44 2.1.- A rede viária ………………………………………………………………………………………... 45 2.2.- Os incentivos ao povoamento do termo ……………………………………………… 52 2.3.- A geografia do povoamento ………………………………………………………………… 58 2.3.1.- O litoral ………………………………………………………………………………………… 62 2.3.2.- A serra …………………………………………………………………………………………. 69 2.3.3.- Entre o litoral e a zona serrana – o Barrocal ………………………………… 70 Capítulo 3 – A gestão e organização do território …………………………………………. 81 3.1.- A proteção das produções agrícolas e dos recursos naturais ……………….. 81 3.2.- Os espaços comunitários …………………………………………………………………….. 85 3.3.- As divisões internas conhecidas …………………………………………………………… 90 Capítulo 4 – Os limites do termo …………………………………………………………………… 93 4.1.- A iqlim de al-´Ulyã .................................................................................... 95 4.2.- O concelho de Loulé e a paróquia de S. Clemente ……………………………….. 96 4.3.- Os limites a Norte ………………………………………………………………………………… 98 4.4.- Os limites a Leste …………………………………………………………………………………. 99 4.5.- Os limites a Oeste ………………………………………………………………………………… 104 4.6.- O almoxarifado de Loulé ……………………………………………………………………… 107 Conclusão …………………………………………………………………………………………………….. 110 Anexos …………………………………………………………………………………………………………. 112 6 Fontes impressas consultadas ………………………………………………………………………. 117 Bibliografia …………………………………………………………………………………………………… 119 Bibliografia