Encarte 3 - Análise Da Unidade De Conservação
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Plano de Manejo do Parque Nacional do Itatiaia Encarte 3 - Análise da Unidade de Conservação 3 - ENCARTE 3 - ANÁLISE DO PARQUE NACIONAL DO ITATIAIA Neste encarte encontram-se descritos os dados gerais do Parque Nacional do Itatiaia (PNI), bem como as análises dos fatores bióticos e abióticos e os fatores relativos às atividades humanas presentes ou não dentro do Parque. São apontadas as atividades que são desenvolvidas atualmente na UC e a infraestrutura disponível. 3.1 - INFORMAÇÕES GERAIS 3.1.1 - LOCALIZAÇÃO E ACESSO O Parque localiza-se na Serra da Mantiqueira, entre os estados Minas Gerais (MG) e Rio de Janeiro (RJ), próximo da divisa com o Estado de São Paulo. Seus limites alcançam parte dos municípios de Itatiaia e Resende, no RJ, e de Itamonte e Bocaina de Minas, no MG (Figura 3-1). Figura 3-1 – Principais vias de acesso apartir das principais capitais para se chegar ao Parque Nacional do Itatiaia. A sede do PNI encontra-se no município de Itatiaia no RJ e distante aproximadamente 10 km da Prefeitura Municipal. Atualmente o ingresso ao PNI é feito por dois acessos principais, uma pela Parte Baixa1, caracterizada pela região de Itatiaia, e outra pela Parte Alta2 na região da Garganta do Registro entre os estados do RJ e MG (ver Figura 3-2). A principal via de acesso é a BR-116 (Rodovia Presidente Dutra) para visitantes vindos do Rio de Janeiro e São Paulo. Partindo-se da capital do Estado do Rio de Janeiro o percurso 1 Parte Baixa: divisão utilizada atualmente pela gestão da Parque, porém sem delimitação específica, abrange as áreas do Posto 1, Centro de Visitantes, Mirante do Último Adeus, Serrinha, Três Picos, Abrigo Macieiras, Maromba. 2 Parte alta: divisão utilizada atualmente pela gestão da Parque, porém sem delimitação específica, abrange as áreas do Planalto, Posto 3, Abrigo Rebouças, Morro do Couto, Pedra do Camelo, Pedra Cabeça de Leão, Picos das Agulhas Negras, Abrigo Massena. 3-1 Plano de Manejo do Parque Nacional do Itatiaia Encarte 3 - Análise da Unidade de Conservação é feito pela BR-116 até a saída para a BR-485 (Estrada do Parque Nacional) em Itatiaia. Na BR-485 o visitante percorre cerca de 8,5 km até a sede na UC. A distância total da capital do Rio de Janeiro até Itatiaia de 181 km é percorrida em cerca de 2 horas e meia (veja Quadro 3-1). Outra opção é partir da capital do Estado de São Paulo seguindo pela BR-116 até o acesso à cidade de Itatiaia. Em Itatiaia deve ingressar à BR-485 onde o visitante percorrerá cerca de 8,5 km até a sede na UC. Neste caso a extensão de 273 km é percorrida em cerca de 3 horas. Figura 3-2 – Divisão ilustrativa da Parte Baixa e Parte Alta adotadas no diagnóstico da Revisão do Plano de Manejo do Parque Nacional do Itatiaia. O acesso à Parte Baixa é feito pela BR-485, com seu início na rodovia BR-116, na altura do Município de Itatiaia. O percurso pela BR-485 é de aproximadamente 8,5 km. A Parte Alta pode ser acessada de três formas. A primeira partindo de Engenheiro Passos- RJ, seguindo a estrada Rio - Caxambú (BR-354) até a Garganta do Registro, por cerca de 25 km. A Garganta do registro também pode ser acessada partindo de Itamonte-MG, percorrendo 20 km da BR-354 Deste ponto segue-se por estrada não pavimentada BR-485 por aproximadamente 14 km até o Posto Marcão, também denominado Posto 3 (P3). A terceira forma é pela estrada de Vargem Grande, no Município de Itamonte-MG, por estrada não pavimentada. No Quadro 3-1 exemplifica as principais distâncias entre as duas entradas oficiais. Quadro 3-1 – Principais distâncias entre as duas entradas oficiais do Parque, Posto 1 e Posto 3. A primeira parte da lista é composta das principais metrópoles, São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Em seguida os municípios e distritos nas quais se hospedam os visitantes do Parque, ou por serem localidades referenciais para o acesso ao Parque. Tempo Tempo Distância até Distância até UF Estimado Estimado Procedência Posto 1 Posto 3 (carro) (carro) São Paulo SP 274 km 3h 23 min 297 km 3h 47min Rio de Janeiro RJ 180 km 2h 15min 227 km 2h 55 min 3-2 Plano de Manejo do Parque Nacional do Itatiaia Encarte 3 - Análise da Unidade de Conservação Tempo Tempo Distância até Distância até UF Estimado Estimado Procedência Posto 1 Posto 3 (carro) (carro) 431 km (BR-383) 5h 54 min 481 km (BR-383) 6h 16min Belo Horizonte MG 489 km (BR-381) 5h 54 min 459 km (BR-381) 5h 37min 452 km (BR-040) 6h 5min 494 km (BR-040) 6h 28min Itatiaia RJ 7,6 km 13min 52,5 km 51min Itatiaia - Penedo RJ 16,1 km 19 min 63,2 km 59min Resende RJ 20,9 km 26 min 68,1 km 1h 5min Resende - Engenheiro MG 17,9 km 18 min 38,3 km 39min Passos Itamonte MG 59,6 km 48 min 29,4 km 31min Fonte: Google Maps (http://maps.google.com/maps?ct=reset) Os principais pontos de chegada de ônibus ao Posto 1 são o Terminal Rodoviário de Resende, também conhecido como Rodoviária Graal, localizado a aproximadamente 24 km, na Rodovia Presidente Dutra e o Terminal Rodoviário Jorge Miguel Jayme, do Município de Itatiaia, localizado a, aproximadamente 5 km. O terminal de Itatiaia foi reinaugurado em setembro de 2011 depois do abandono da obra em 2007 (Prefeitura Municipal de Itatiaia, 2011). Para chegar à Parte Alta do Parque, a Viação Cidade do Aço faz o trajeto Resende (rodoviária) – Caxambu, onde o visitante deve descer na Garganta do Registro, e seguir caminhando até o Posto 3. A partir de maio de 2012 o Aeroporto de Resende/Agulhas Negras, localizado a aproximadaemtne 25 km do Posto 1, passou a operar voos comerciais. Os aeroportos principais mais próximos do PNI são: o Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro/Galeão - Antonio Carlos Jobim (Rio de Janeiro, RJ), localizado a aproximadamente 178 km do Posto 1; e o Aeroporto Santos-Dumont (Rio de Janeiro, RJ), localizado a aproximadamente 184 km do Posto 1. Um pouco mais distante encontram-se: o Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos - Governador André Franco Montoro (Guarulhos, SP), localizado a aproximadamente 238 km do Posto 1; e o Aeroporto de Congonhas (São Paulo, SP), localizado a aproximadamente 281 km do Posto 1. 3.1.2 - ORIGEM DO NOME E HISTÓRICO DE CRIAÇÃO Itatiaia é um nome da língua Puri, que significa “pedra cheia de picos” ou “pedra pontiaguda”. Acredita-se que a etnia dos índios Puri, representou a primeira ocupação de grupos humanos na região onde se localiza hoje o PNI. Pelo menos durante algumas centenas de anos antes de 1500, eles viveram nas altitudes mais baixas do vale do Rio Paraíba do Sul. O nome descreve bem o que os nativos viam à distância quando olhavam para a Mantiqueira. É provável que subissem as montanhas apenas esporadicamente, por causa do frio e dos terrenos acidentados (Drummond, 1997). O Parque foi o primeiro parque nacional brasileiro, criado pelo Decreto Federal nº 1.713, de 14 de junho de 1937. Esta categoria de área protegida estava prevista pelo Código Florestal de 1934, e foi o Conselho Florestal Federal, instituto surgido também a partir da mesma legislação, que indicou o local que passou a merecer o status de Parque Nacional. O decreto de criação do PNI se baseava em conhecimento direto da região pelos funcionários do Ministério da Agricultura. Lá estava localizada uma Estação Biológica, que foi criada em 3-3 Plano de Manejo do Parque Nacional do Itatiaia Encarte 3 - Análise da Unidade de Conservação 1927 devido a relevância biológica, geológica, hídrica e científica, o que foi mencionado como antecedente e justificativa para o estabelecimento do parque nacional (Barros, 1952; Drummond, 1997). A primeira proposta para a criação de parques nacionais no Brasil foi feita, em 1876, pelo engenheiro André Rebouças, apenas quatro anos após ter sido criado o Parque Nacional de Yellowstone, nos Estados Unidos da América, o primeiro no mundo. Ele sugeriu a criação de dois parques nacionais: um na região do Guaíra, em Sete Quedas, e outro no Araguaia, na Ilha do Bananal. A intenção era preservar um patrimônio natural de valor inestimável e atrair visitantes ricos para visitá-lo (Dean, 1996; Pádua, 2002; Franco & Drummond, 2009). Rebouças esteve na Serra da Mantiqueira, em 1878, acompanhado de seus alunos da Escola Politécnica do Rio de Janeiro, do que resultou o livro “Ao Itatiaia”, em que ele defende o convívio e a contemplação da natureza como atividades fundamentais para o bem-estar físico e mental do homem. A criação de um parque nacional na região do Itatiaia foi primeiramente sugerida pelo botânico sueco Alberto Loefgren. Em conferência realizada na Sociedade de Geografia do Rio de Janeiro, em 1913, o naturalista suíço Joseph Hubmayer defendeu o estabelecimento de um parque nacional no Itatiaia pelo inesgotável potencial da área para a pesquisa científica, pela conveniência de sua localização entre os centros mais populosos do país e pelas opções de lazer que oferecia. Estavam presentes na conferência e apoiaram a proposta o Barão Homem de Melo, Orville Derby e o já referido Alberto Loefgren, cientistas reconhecidos e que já haviam visitado e realizado estudos no local (Barros, 1952; Drummond, 1997; Teixeira & Linsker, 2007). Em terras anteriormente destinadas à formação de núcleos coloniais agrícolas e concedidas pelo governo, em 1914, ao Jardim Botânico do Rio de Janeiro, foi estabelecida primeiro uma área de reserva florestal no Itatiaia e depois, em 1929, a Estação Biológica do Itatiaia, administrada pelo Jardim Botânico do Rio de Janeiro.