A Frelimo, O Marxismo E a Construção Do Estado Nacional 1962-1983

Total Page:16

File Type:pdf, Size:1020Kb

A Frelimo, O Marxismo E a Construção Do Estado Nacional 1962-1983 A FRELIMO, O MARXISMO E A CONSTRUÇÃO DO ESTADO NACIONAL 1962-1983 Luís de Brito A FRELIMO, O MARXISMO E A CONSTRUÇÃO DO ESTADO NACIONAL 1962-1983 A FRELIMO, O MARXISMO E A CONSTRUÇÃO DO ESTADO NACIONAL 1962-1983 Luís de Brito www.iese.ac.mz TÍTULO A Frelimo, o Marxismo e a Construção do Estado Nacional 1962-1983 AUTOR Luís de Brito EDIÇÃO IESE COORDENAÇÃO EDITORIAL KAPICUA MAQUETIZAÇÃO ELOGRÁFICO FOTOGRAFIA DA CAPA Ricardo Rangel – CDFF IMPRESSÃO CIEDIMA, LDA NÚMERO DE REGISTO 9994/RLINICC/2019 ISBN 978-989-8464-44-6 TIRAGEM 500 exemplares Maputo, 2019 ENDEREÇO DO EDITOR Avenida do Zimbabwe, 1214, Maputo-Moçambique [email protected] www.iese.ac.mz Tel.: +258 21 486 043 Nota prévia O presente livro é uma versão ligeiramente editada da tese de doutoramento, especialida- de de Antropologia e Sociologia do Político, submetida pelo autor, em 1991, na Universidade de Paris VIII, com o título “A Frelimo e a Construção do Estado Nacional em Moçambique – o sentido da referência ao marxismo (1962-1983)”. Embora o texto tenha sido redigido há trinta anos, a linha de análise nele estabelecida mantém-se ainda hoje válida em termos históricos e, ao mesmo tempo, ajuda a compreender o rumo que tomaram os posteriores desenvolvimentos políticos, sociais e económicos no país. Índice Introdução 9 O Moçambique colonial 13 Dependência colonial e integração regional 13 Exportação de mão-de-obra e economia de serviços 15 A estrutura da economia colonial 20 O Estado Novo 22 Os limites do “nacionalismo económico” 22 Trabalho forçado e culturas obrigatórias 25 Um sistema social bloqueado 27 A formação da Frelimo 31 A constituição da Frelimo 32 No norte, os Makonde 38 No sul, os Assimilados 41 Anticolonialismo e nacionalismo 44 A luta pela independência 47 Que luta? 47 A preparação da guerra 51 Uma guerra difícil 53 Lutas de poder 55 As “Zonas Libertadas” 62 A Frelimo, o Marxismo e a Construção do Estado Nacional – 1962-1983 7 Marxismo e libertação 67 A CONCP 68 A revolução 71 O mal-entendido 74 Um discurso e!caz 77 Moçambique independente: o novo espaço político 79 Que independência? 80 A Frelimo no poder 82 O novo campo político 87 Que marxismo? 90 Os militares 96 As cidades 99 A cidade no discurso da Frelimo antes da independência 100 “O Povo Organizado” 102 A cidade, espaço privilegiado do poder 104 A “Operação Produção” 110 O campo 115 A política de aldeamento 115 O Estado e a economia rural 123 O campesinato “cativo” 133 Conclusão 137 Anexo I – Tabelas Estatísticas 147 Bibliogra!a 151 1. Livros e artigos publicados 151 2. Trabalhos e documentos não publicados 155 3. Documentos da Frelimo e do Governo 158 A – Publicados 158 B – Não publicados 161 4. Estatísticas 164 5. Jornais e revistas 164 8 A Frelimo, o Marxismo e a Construção do Estado Nacional – 1962-1983 Introdução A evolução política da Frelimo desde 1984, data da assinatura do acordo de Nkomati com a África do Sul, das primeiras tentativas de negociar com a Renamo o !m da guerra em Moçambique e dos primeiros contactos do governo moçambicano com o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial, criou um certo embaraço aos numerosos investigadores que vinham analisando e teorizando a “transição socialista” em Moçambique1. De facto, como explicar a falência da “experiência socialista” moçambicana, a aplicação de um “programa de ajustamento estrutural” a partir de 1987, o abandono do “marxismo-leninismo” no 5º Congresso da Frelimo (1989) e a elaboração de uma nova Constituição (1990) prevendo o estabelecimento de um sistema político multipartidário? Hoje, torna-se claro que as explicações destes autores sobre as di!culdades que a Frelimo teve que enfrentar desde a independência, invocando por um lado factores externos como a situação internacional desfavorável e mais particularmente a acção de desestabilização econó- mica, política e militar promovida pelo regime sul-africano e, por outro lado, factores inter- nos como os “erros” da Frelimo, particularmente em termos de política rural, mas também o surgimento de uma camada burocrática usando a sua posição dentro do aparelho estatal para bloquear a acção da liderança revolucionária do partido, não são su!cientes para dar uma interpretação consistente da realidade do processo moçambicano. Sem entrar nos detalhes da crítica dessas obras, muitas vezes muito ricas do ponto de vista da informação que contêm, sublinhamos aqui apenas um aspecto que as mesmas têm em comum: são formulações que seguem e reproduzem as análises presentes nos textos o!ciais 1 Ver, por exemplo, os artigos recentes de John Saul (1990) e Dan O’Meara (1991). Para uma revisão dos principais trabalhos sobre Moçambique publicados na década de 1980, ver Penvenne (1985) e Cahen (1988a e 1988b). Introdução 9 da Frelimo. Por outras palavras, esses autores – marxistas, engajados e solidários da Frelimo2 – assumem as construções e a ideologia do discurso o!cial, os mitos sobre os quais esse discurso assentava, participando assim do trabalho de legitimação próprio de qualquer discurso de po- der3. A simpatia que sentiam pelos revolucionários moçambicanos que tinham lutado contra o colonialismo português e seus aliados ocidentais, e que depois se engajaram na “construção do socialismo” numa região da África onde as potências brancas da Rodésia e da África do Sul eram dominantes – uma luta que merecia ser apoiada – não só os impedia de ter um olhar crí- tico sobre o processo moçambicano, como não os ajudava a desenvolver uma atitude de vigi- lância cientí!ca su!ciente para evitar as armadilhas do discurso o!cial. Em contrapartida, há muitos outros trabalhos (geralmente não publicados) sobre tópicos que, apesar de não envol- verem directamente uma interpretação sobre a natureza da experiência histórica da Frelimo, fornecem informações importantes sobre os diferentes aspectos da realidade económica e social moçambicana. Nesta categoria, conta-se um grande número de relatórios de pesquisa produzidos pelo Centro de Estudos Africanos (CEA) da Universidade Eduardo Mondlane4. Para além disso, ainda no CEA, foram realizadas investigações colectivas e individuais sobre a história da Frelimo e a luta armada. Estes trabalhos, embora baseados numa abordagem que não questiona o discurso o!cial, trazem, no entanto, novas informações sobre o período da luta pela independência, material muito útil desde que inserido numa problemática outra que a imposta pela versão o!cial da história da Frelimo e pela experiência das “zonas libertadas”5. Finalmente, entre os poucos trabalhos críticos, que não fazem parte da problemática domi- nante da “transição socialista”, mencionamos os de Christian Ge"ray e Michel Cahen, que abriram novos caminhos na análise da história recente de Moçambique: o primeiro com o seu estudo sobre a organização social das comunidades camponesas de Eráti (província de Nampula) prolongado por uma pesquisa na mesma região sobre a dinâmica local da guerra, e o segundo com uma série artigos de análise sobre a natureza do poder moçambicano. Neste estudo, analisamos o signi!cado da referência ao marxismo na luta de libertação e na construção do Estado em Moçambique, sendo a hipótese inicial que a Frelimo era – e permaneceu após a independência um movimento fundamentalmente nacionalista. Assim, a questão de analisar qual foi o papel do marxismo na experiência da Frelimo. Para responder a 2 A maioria deles trabalhou em Moçambique como cooperantes após a independência. 3 Esta corrente é representada, entre outros, por autores como Allen Isaacman, Barry Munslow, John Saul, Christine Verschuur, Marluza Lima, Philippe Lamy, German Velasquez, Joseph Hanlon, Bertil Egero, Dan O’Meara. 4 Esses trabalhos constituem uma parte importante da numerosa “literatura cinzenta” que existe em Mo- çambique. Ver na bibliogra!a a secção sobre as obras e documentos não publicados 5 Ver na bibliogra!a os textos da O!cina de História / CEA (incluindo o boletim Não Vamos Esquecer!), assim como os de João Paulo Borges Coelho, Aquino de Bragança e Jacques Depelchin, Isabel Casimiro, Teresa Cruz e Siva, José Guilherme Negrão e Alexandrino José. 10 A Frelimo, o Marxismo e a Construção do Estado Nacional – 1962-1983 esta questão, decidimos concentrar a atenção no período que vai desde a criação da Frelimo, em 1962, até ao seu 4º Congresso, em 1983. O uso desta cronologia, embora não correspon- da exactamente ao período durante o qual a Frelimo se reivindicou o!cialmente do marxis- mo-leninismo (1977-1989), justi!ca-se por três motivos: em primeiro lugar, não podemos compreender como e por que razão a Frelimo chegou ao marxismo sem estudar o processo da sua formação e os con#itos por que passou durante os primeiros anos da sua existência; em segundo lugar, porque o marxismo esteve de facto presente na orientação da Frelimo muito antes de ser reivindicado como doutrina o!cial, em 1977; !nalmente, porque o abandono do “marxismo-leninismo” pela Frelimo só ocorreu o!cialmente no 5º Congresso (1989), quando o país já estava em bancarrota desde 1984 e o partido já tinha embarcado no caminho da libe- ralização económica e solicitado a adesão de Moçambique ao Fundo Monetário Internacional e ao Banco Mundial. Na nossa abordagem, rejeitamos a análise baseada na simples oposição entre discurso e prática, preferindo uma análise da função social do discurso marxista na história recente de Moçambique, a !m de compreender a dinâmica da formação e exercício do poder inde- pendente. Para isso, o estudo desenvolve-se em três linhas principais: por um lado, tentamos mostrar quais eram as condições sócio-históricas particulares em Moçambique que levaram o grupo de liderança da Frelimo a produzir um discurso político cuja referência teórica era o marxismo; por outro lado, exploramos, para além das representações o!ciais, qual o conteúdo real da política seguida pela Frelimo em nome do marxismo e da construção do socialismo; por !m, analisamos a evolução dos con#itos internos entre diferentes grupos, como o grupo dirigente se formou durante essas lutas e por que meios construiu a sua hegemonia no seio do movimento independentista e, depois, no Estado independente.
Recommended publications
  • Mozambican Foreign Minister Pasc
    Meets Press on Arrival FBIS.AFR.88-083 MB28t2l0 Maputo DomesticService in Portuguese 29 April 1988 t.5-6 1030GMT 28 Apr 88 that his meetings with [Text] MozambicanForeign Minister Pascoal Mocumbi Minister Mocumbi also said ioday categoricallyrejected any attempt to link the PortugueseGovernment offrcials-notably, with his MozambicãnGovernment with the death of bandit Portuguesecounterpart; the secretaryof state for coop- ringleaderEvo Fernandesin Lisbon last week. Pascoal eration;and PresidentMario Soares-will also serveto Mocumbisaid in a statementto Portuguesejournalists in analyzemultilateral relations between Portugal and the Lisbon this morning that attemptsto connectFrelimo five Portuguese-speakingAfrican countries.Mozambi- with terrorist actions such as this one only seek to que is the áctingcoordinator of the Portuguese-speaking damagegood understandingand cooperationbetween African countries. Mozambiqueand Portugal,because Evo Fernandeswas a Portuguesecitizen. Minister Mocumbi was scheduledthis morning to receivethe ambassadorsof the five Portuguese-speaking He said that Frelimo has never resortedto terrorism countriesaccredited in Lisbon. He will hold his first sincethe anticolonial armed struggle. Minister Mocumbi meetingwith PortugueseForeign Affairs Minister Joao said the deathof Evo Fernandeswas, "a terroristaction de Deus Pinheiro this afternoon.He is expectedto be againstan agentof terrorism,and clarificationcan only receivedin audienceby PresidentMario Soaresafter- còmefrom expert Portugueseauthorities specializing in
    [Show full text]
  • Malangatana, Nationalist Movements and Modern African Art in Mozambique: an Introduction to “Artes Plásticas E Movimento Nacionalista Em Moçambique”
    MARIO PEREIRA Malangatana, Nationalist Movements and Modern African Art in Mozambique: An Introduction to “Artes Plásticas e Movimento Nacionalista em Moçambique” Malangatana Ngwenya (1936-2011) was the most important painter from Mozam- bique and one of the most prominent artists of his generation from Africa. His celebrated artistic career, beginning in the late 1950s, spanned six decades in a country that experienced constant, intense and profound historical change. Malangatana and the arresting, colorful images he created were integral, active participants in these transformations. Indeed, the figure of Malangatana and the power of his art, especially his paintings, enjoyed the rare ability to commu- nicate ideas, dreams, emotions and meanings far beyond the studio space and international art galleries. He touched so many so deeply that Mia Couto could describe him, after his death, as the soul of the country. Despite (or perhaps because of ) his artistic greatness, which was recognized almost immediately in Mozambique, his instant fame, which quickly spread to a number of other African countries, his prolific artistic production in a variety of media over the course of a lifetime, which was collected and exhibited throughout Africa, Europe and America, critical art historical and theoretical scholarship on Malangatana and his images remains relatively underdeveloped.1 When the David Winton Bell Gallery at Brown University held a major retrospective exhibition of his work in 2002, it provided visitors with the unique experience of viewing in the United States representative works from throughout Malangatana’s career.2 The breathtaking exhibition featured canonical early works, such as 25 de Setembro, Juízo Final and Monstros Grandes Devorando Monstros Pequenos, and the presence of the char- ismatic artist at the opening.
    [Show full text]
  • Casa Dos Estudantes Do Império 50 Anos | Testemunhos, Vivências, Documentos
    CASA DOS ESTUDANTES DO IMPÉRIO 50 ANOS | TESTEMUNHOS, VIVÊNCIAS, DOCUMENTOS FICHA TÉCNICA TÍTULO CASA DOS ESTUDANTES DO IMPÉRIO 50 ANOS – TESTEMUNHOS, VIVÊNCIAS, DOCUMENTOS EDITOR UCCLA ‑União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa DIREÇÃO Vítor Ramalho, Secretário ‑Geral da UCCLA COORDENAÇÃO Rui D’Ávila Lourido EDIÇÃO Anabela Carvalho Maria do Rosário Rosinha REVISÃO de TEXTOS Filomena Nascimento Isabel Patrício Renato Costa TRANSCRIÇÃO das GRAVAÇÕES Ana Leonor Pereira, Ana Rita Ribeiro, Andreia Martins Marujo, Carmen Frade, Hugo Rodrigues, Joelma Bondo, Raquel Carvalho CASA DOS FOTOGRAFIAS Anabela Carvalho Américo Simas (CML ‑DMC) ILUSTRAÇÕES ESTUDANTES Carlos Brito DESIGN GRÁFICO e PAGINAÇÃO Catarina Amaro da Costa ISBN DO IMPÉRIO 978­‑989­‑96607­‑6­‑2 IMPRESSÃO Imprensa Municipal TIRAGEM 500 exemplares Abril 2017 Os textos incluídos nesta obra são transcrições das intervenções feitas pelos participantes nas diversas sessões da homenagem à Casa dos Es‑ tudantes do Império, realizadas entre 2014 e 2015. Estas intervenções foram gravadas através de meios audiovisuais e posteriormente editadas para­efeitos­de­publicação.­A­presente­edição­segue­a­grafia­do­Acordo­ Ortográfico,­exceto­nos­casos­em­que­os­autores­quiseram­manter­a­an‑ tiga­grafia Organizador: UCCLA ‑ União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa Apoios: CML – Câmara Municipal de Lisboa; Camões – Instituto da Coo‑ peração e da Língua; Fundação Calouste Gulbenkian CASA DOS ESTUDANTES DO IMPÉRIO 50 ANOS | TESTEMUNHOS, VIVÊNCIAS, DOCUMENTOS Prefácio A Casa dos Estudantes do Império (CEI) foi criada em 1944 pelo regime colonial para, num único espaço, melhor controlar todos os estudantes universitários vindos das ex‑colónias portuguesas que, salvo em Goa, não possuíam instituições de ensino superior e que tinham assim que continuar a frequência universitária em Portugal.
    [Show full text]
  • Modern Referential Buildings from the Urban Landscapes of Mozambican Colonial Cities
    International Conference Optimistic Suburbia Large housing complexes for the middle-class beyond Europe Lisbon 20-22 May 2015 Programmatic Microcosms: Modern Referential Buildings from the Urban Landscapes of Mozambican Colonial Cities1 Elisiário Miranda Lab2PT, Escola de Arquitectura da Universidade do Minho (EAUM) / – [email protected], Campus de Azurém, 4800-058 Guimarães, Portugal _____________________________________________________________________________________________ Abstract The investment of the Portuguese central government in the infrastructural development of its former African colonies took a wider dimension during the period raging from the end of the II World War and the start of the colonial or liberation war. This process lead to a growth on the programming and construction of infrastructural buildings meant for solving the continuous increase of the local population. What brings unity to this big-scale architecture relies on the training and practice of its authors on the Modern Movement principles, methods and architectonic syntax. The wide diffusion of the modern architecture in the African territories results, on one hand, from the freedom allowed by the official authorities and by the private entrepreneurs on the use of this new syntax and, on the other hand, on its capacity to serve the programmatic, economical, climatic, technological and productive demands of territories going through accelerated growth. Along this paper, two case studies of Mozambican buildings of large scale, great complexity
    [Show full text]
  • Doctors Abandon Strike
    MOZAMBIQUE News reports & clippings 216 17 June 2013 Editor: Joseph Hanlon ( [email protected]) Previous newsletters, more detailed press reports in English and Portuguese, and other Mozambique material are posted on tinyurl.com/mozamb This newsletter can be cited as "Mozambique News Reports & Clippings" __________________________________________________________________________ In this issue: Doctors abandon strike Renamo deadlock continues With elections in view: Currency devalued to keep prices down OMM, OJM leadership replaced Macuacua named press spokesman New reports: Growth of small commercial farmers Carbon credits fiasco Resettlement & livelihoods __________________________________________________________________________ Doctors abandon strike Doctors abandoned their strike on Saturday, apparently without any concessions from the government. The Comissão dos Profissionais de Saúde Unidos (CPSU) dropped out on Friday. Jorge Arroz, head of the doctors association (Associação Médica de Moçambique, AMM), announced late Saturday afternoon that the strike was over. Government has not commented. The statement is on the AMM website: https://www.facebook.com/AssociacaoMedicaDeMocambique and reported on http://www.verdade.co.mz/ Doctors said that talks with government resumed on Thursday and Friday and that government had tabled a new offer, which was still unsatisfactory but was being considered. (AIM 15 June) Talks had been stalled because government had said it would talk to AMM but not if CPSU, which it called a "ghost organisation", was present. AMM had refused to talk to government without CPSU. AMM said the CPSU was present at least on Thursday. The strike had been strongest in Maputo and Matola, but Nampula governor Cidália Chaúque said that 20 of 48 doctors in Nampula central hospital were on strike.
    [Show full text]
  • Final Pancho Impress
    Foreword: Professor PG Raman s an architect, artist, educator and his dictum “you can do anything you Apatron Pancho Guedes is a highly choose to do….” on which Marilyn Martin signifi cant and at times controversial builds her paper. But Pancho went further. fi gure. Had he been an architect in the If you do not use your dissenting voice west instead of Africa, the media would to practical effect you become unhappy have made lot more of him than they have and if you are unhappy in your place of done now. But then, that is what we have work you must do something about it or come to expect from our Euro-centric just leave. Quite a reasonable stance to critics and writers. His work and teaching take, one would have thought. However, has been impressive in terms of scope this should not be an occasion to delve and importance, and as the contributions into to the frailties of the great man, of his admirers in this book reveal, he real or imagined, nor should it be one of has exercised signifi cant infl uence in the justifying them. As Jose Forjas suggests, fi eld architecture, art and education. it rather ought to be one of celebration Not having been Pancho’s student or a and through it establish new references colleague and knowing him only from for our students, architects and artists. published works and reputation, one’s What then are these new references? Like CONTRIBUTORS: fi rst emotion is one of envy. How can one Le Corbusier, Aalto, Pietila and Stephen PG Raman not be envious, of someone with such a Holl, Pancho paints, sculpts, designs and Ivan Kadey high calibre of buildings to his credit? How builds buildings.
    [Show full text]
  • Modern & Contemporary African
    Modern & Contemporary African Art New York | May 2, 2019 4 | BONHAMS MODERN & CONTEMPORARY AFRICAN ART | 5 Modern & Contemporary African Art New York | May 2, 2019 at 2pm EST BONHAMS BIDS INQUIRIES PRESS INQUIRIES 580 Madison Avenue +1 (212) 644 9001 Giles Peppiatt MRICS Lucinda Bredin New York, New York 10022 +1 (212) 644 9009 fax +44 (0) 20 7468 8355 Global Director of bonhams.com [email protected] +1 (917) 206 1601 Communications +44 (0) 20 7468 8394 PREVIEW To bid via the internet, please visit Eliza Sawyer [email protected] Thursday April 25, 10am to 5pm bonhams.com/25486 +44 (0) 20 7468 5881 Friday April 26, 10am to 5pm +1 (917) 206 1601 Sung-Hee Kim Saturday April 27, 12pm to 5pm Please note that bids should be Head of Press & PR, US Sunday April 28, 12pm to 5pm summited no later than 24hrs Helene Love-Allotey +1 (917) 206 1692 Monday April 29, 10am to 5pm prior to the sale. New bidders +44 (0) 20 7468 8213 [email protected] Tuesday April 30, 10am to 5pm must also provide proof of +1 (917) 206 1601 Wednesday May 1, 10am to 4pm identity when submitting bids. ILLUSTRATIONS Thursday May 2, 10am to 12pm Failure to do this may result in [email protected] Front cover: lot 25 your bid not being processed. Back cover: lot 24 25486 Nigeria Inside front cover: lot 17 SALE NUMBER: Inside back cover: lot 10 LIVE ONLINE BIDDING IS Neil Coventry +234 811 0033792 AVAILABLE FOR THIS SALE REGISTRATION Please email [email protected] IMPORTANT NOTICE [email protected] with “Live Please note that all customers, bidding” in the subject line 48hrs South Africa irrespective of any previous activity before the auction to register for Penny Culverwell with Bonhams, are required to this service.
    [Show full text]
  • Ana Tostões – Revisiting Post-CIAM Generation Proceedings.Pdf
    REBELS WITH A CAUSE: ALDO VAN EYCK AND PANCHO GUEDES How to find a meaning for the act of built Ana Tostões Chair of Docomomo International Full Professor, Técnico – University of Lisbon, Portugal Abstract This paper aims to look at an uncommonly critical attitude against the bureaucratic functionalism in force within a kind of International Style, developing an authentically modern and human architecture in the scope of the Team 10’s battle. Considering Aldo van Eyck (1918-1999) and Pancho Guedes’ (1925-2015) works and thoughts, their parallel paths, sometimes crossed, are analysed: they were both part of Team 10 and they both defined architecture as the “built meaning”, recalling its multiple meanings, languages and responsibilities: ‘I claim for architects the rights and liberties that painters and poets have held for so long’. Aldo van Eyck, from the studies on the sub-Saharan Dogon region to the PREVI proposals in Peru, and Pancho Guedes, from the survey on the Mapogga doors to his surrealist approaches in Mozambique, give examples of the transformation process, on how the modern project got elasticity, creativity, endurance, and finally feeding the utopia. The argument addresses the fact that these two minds envisaged architecture as a language with an emotional impact and a social and cultural scope. Bearing in mind architecture as the primary visual medium with which human society expresses and reveals itself, architecture is conceived as a dialogue and the design of buildings as means for creating relations between people rather than as an end in itself. Keywords: Team 10, Aldo van Eyck, Pancho Guedes, modern project, architecture language CIAM took place from 1928 to 1958 lasting 3 decades of alive discussions that didn’t resist to the shift of generations in the after WWII.
    [Show full text]
  • The Life History of Raúl Honwana: an Inside View of Mozambique from Colonialism to Independence, 1905-1975
    The life history of Raúl Honwana: an inside view of Mozambique from colonialism to independence, 1905-1975 http://www.aluka.org/action/showMetadata?doi=10.5555/AL.SFF.DOCUMENT.crp2b20008 Use of the Aluka digital library is subject to Aluka’s Terms and Conditions, available at http://www.aluka.org/page/about/termsConditions.jsp. By using Aluka, you agree that you have read and will abide by the Terms and Conditions. Among other things, the Terms and Conditions provide that the content in the Aluka digital library is only for personal, non-commercial use by authorized users of Aluka in connection with research, scholarship, and education. The content in the Aluka digital library is subject to copyright, with the exception of certain governmental works and very old materials that may be in the public domain under applicable law. Permission must be sought from Aluka and/or the applicable copyright holder in connection with any duplication or distribution of these materials where required by applicable law. Aluka is a not-for-profit initiative dedicated to creating and preserving a digital archive of materials about and from the developing world. For more information about Aluka, please see http://www.aluka.org The life history of Raúl Honwana: an inside view of Mozambique from colonialism to independence, 1905-1975 Author/Creator Honwana, Raúl; Isaacman, Allen F. (editor); Bender, Tamara L. (translator) Publisher Lynne Rienner Publishers (Boulder) Date 1988 Resource type Books Language English Subject Coverage (spatial) Mozambique, South Africa Coverage (temporal) 1905 - 1975 Source Northwestern University Libraries, Melville J. Herskovits Library of African Studies, 967.903 H775ZX Rights By kind permission of Lynne Rienner Publishers, Inc.
    [Show full text]
  • MMV 10Th Anniversary.Pdf
    In MMV’s short 10 year history there have been numerous challenges that have shaped our development. These challenges – overcome in the true MMV spirit of tenacity and determination – are reflected by our achievements detailed in this book. In this brief period, MMV has blossomed into a successful and multi-skilled organization that has proved to be the leading PDP at the fore- front of the fight to defeat malaria. Lynda, Baroness Chalker of Wallasey, Chairman of the Board This year, we are proud to celebrate our 10 t h anniversary, and also the culmination of several years work with the launch of our first medicine – Coartem ® Dispersible – especially formulated for children. As we move forward, our sights are now firmly set on the ultimate goal of malaria eradication. Alongside our partners we will con- tinue to discover and develop the next generation of affordable and effective medicines, and ensure their availability to vulnerable people the world over. The next decade will surely be as amazing as the last ! Chris Hentschel, President and CEO 1999 1st call for proposals focuses on drug discovery to target Plasmodium falciparum. Gro Harlem Brundtland Results officially launches MMV 100 proposals: 6 approved on 3 November under the Portfolio status umbrella of the WHO Special 6 projects: 3 exploratory, 3 discovery Program for Research and 0 projects terminated Training in Tropical Diseases ( TDR ). MMV adopts the mission to Discover and Develop new effective and affordable antimalarials. MMV sets out with initial seed finance of USD 4 million from the Governments of Switzerland, the UK ( Department for International Development ) and the Netherlands ; The World Bank ; and Rockefeller Foundation.
    [Show full text]
  • University of Florida Thesis Or Dissertation Formatting
    WEAPONS AND REFUSE AS MEDIA: THE POTENT POLITICS OF RECYCLING IN CONTEMPORARY MOZAMBICAN URBAN ARTS By AMY SCHWARTZOTT A DISSERTATION PRESENTED TO THE GRADUATE SCHOOL OF THE UNIVERSITY OF FLORIDA IN PARTIAL FULFILLMENT OF THE REQUIREMENTS FOR THE DEGREE OF DOCTOR OF PHILOSOPHY UNIVERSITY OF FLORIDA 2014 © 2014 Amy Schwartzott To Mom and Pop Thank you! ACKNOWLEDGMENTS Many individuals and institutions have made this dissertation possible from my earliest fieldwork in Africa in 2007 to the completion of this document in 2013. First and foremost I thank my dissertation advisor, Victoria Rovine. Vicki has seen this project through since its nascency and has provided indefatigable support, necessary critical comments, and advice. Robin Poynor has been equally indispensible in his constant willingness to provide wisdom and astute commentary at all stages of my research and writing process. Many thanks also to my committee members Fiona McLaughlin and Guolang Lai, who offered support and guidance along the way. Fiona assisted my first African journey to Dakar, and through Guolong’s advisement I unexpectedly learned how contemporary Chinese art would make an impact on my understanding of African art. I am grateful for institutional support that has provided me with funding, allowing me to travel and complete fieldwork research in Dakar, South Africa, London, and Mozambique. The U.S. Department of Education provided funding for my lengthiest stay in Mozambique (2010- 2011) with a Fulbright-Hays DDRA Grant. The University of Florida has generously provided several travel grants that have facilitated research trips to Mozambique (2008-2010) through the Center of African Studies, where I received support and encouragement from Leo Villalón and Todd Leedy.
    [Show full text]
  • Sec(2008) 2723
    EN EN EN COMMISSION OF THE EUROPEAN COMMUNITIES Brussels, 30.10.2008 SEC(2008) 2723 COMMISSION STAFF WORKING DOCUMENT Progress Report on the European and Developing Countries Clinical Trials Partnership (EDCTP) {COM(2008)688} {SEC(2008)2724} EN EN TABLE OF CONTENTS Executive Summary ................................................................................................................. 4 I. Introduction................................................................................................................ 7 A. Establishment of the EDCTP Programme ................................................................... 7 B. Governance .................................................................................................................. 8 1. EEIG General Assembly............................................................................................ 10 2. Executive Secretariat.................................................................................................. 10 3. Partnership Board....................................................................................................... 11 4. European Network of National Programmes ............................................................. 11 5. Developing Countries Coordinating Committee........................................................ 11 6. High Representative................................................................................................... 12 II. The early years: 2003-2006.....................................................................................
    [Show full text]