Aspectos Históricos Do Engenho Nossa Senhora Da Vitória

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Aspectos Históricos Do Engenho Nossa Senhora Da Vitória Aspectos Históricos do Engenho Nossa Senhora da Vitória áudio Nascimento Luiz Cl ólogo Historiador e antrop Introdução últimos trinta anos çado no estudo exaustivo da história Ao longo dos tenho me debru ôncavo baiano, especificamente do ípio de Cachoeira, de onde sou e cultura do Rec munic ção natural e residente. Certamente o meu interesse por localidade definiu a minha op êmica pelo curso de história e pós ção no âmbito de mestrado em antropologia. acad -gradua ço é uma intensa atividade ência Fruto desse esfor de doc em universidades e escolas de ensino édio, trabalhos escritos e publicados, contribuição em trabalhos de estudantes e m pesquisadores brasileiros e estrangeiros. áficos com vistas à compreensão da Quando iniciei os primeiros estudos bibliogr ória de Cachoeira, notei que ele deveria ser feito a partir da história dos engenhos. A hist índios foi uma guerra de conquista de território. O guerra empreendida pelos portugueses aos ção das terras onde mais tarde s povoamento de Cachoeira, ou melhor, a ocupa urgiria ês em explorar Cachoeira resulta do interesse portugu uma localidade cujo solo configurava- çúcar se ideal para o cultivo da cana de a , que era o Iguape e, ao mesmo tempo, explorar as ção em relação a Salvador çu oferecia para que o facilidades e localiza que o rio Paragua ávido de riqueza, conseguisse subir o curso do rio e atingir os confins do interior garimpador, brasileiro, onde jazidas de ouro e pedras preciosas abundavam. éculo Esse dois elementos foram basilares para que Cachoeira se tornasse, durante o s ém de considerada uma porta aberta para o XVIII, a mais rica e populosa vila baiana, al ão, como ís dos Santos Vilhena. Rica e populosa porque logo cedo sert assinalou Lu ório de expressiva importâ Cachoeira tornara-se um porto, pouso, pasto e emp ncia para a ém disso, o Iguape tornar ólo agro çucareiro Bahia colonial. Al -se-ia o mais importante p -a çucareira e político baiano e local onde se concentrava a elite a -social baiana. é a história do engenho Nossa Senhora O que vamos analisar neste trabalho da ória üenta engenhos existentes no Iguape no Vit , que se destacou, entre aproximadamente cinq ício do século XIX ém de sua in , como um dos mais ricos e produtivos da Bahia. Al ência em atividade ininterrupta, neste trabal grandiosidade e longo tempo de exist ho vamos ção em relação à zona urbana e importância relatar com especial interesse sua localiza ória, como também o espaço rural que ele influenciava social e economicamente. hist I ção fluvia A cidade de Cachoeira ergueu-se de um primitivo porto de navega l que ligava ém de porto, a cidade ergueu a Baia de Todos os Santos ao interior brasileiro. Al -se em volta ão. Já o de pastos e estalagens para animais e gentes que subiam e chegavam do sert ípio de Cachoeira como um todo se desenvolveu em função da pla munic ntation agro- çucareiro ção sul, no Iguape, e a agricultura fumageira, que a , que floresceu na sua por ção territorial oeste. floresceu nos seus campos localizado na sua por úcleo de povoamento de Cachoeira é oriundo de uma redução indígena O primeiro n ídio empreendido no vale do Paraguaçu por criada no Iguape com os sobreviventes ao genoc á, 3º governador ão Miguel (29 de setembro) de 1557. Men de S -geral da Bahia, na noite de S á é narrada por Wande Considerado como o seu mais importante feito, a saga de Men de S rley História Social de Salvador Pinho em sua . Cito: Estando ainda em Ilheus me foram novas como o gentio do Peroaçu [eu] [rio] çu] estava alevantado e vieram à de Taparica e mataram [Paragua [Itaparica] três ou quatro homens brancos e tomaram um barco com muita fazenda e a gente se salvara a nado e já não ousara sair fora do barco. [produtos] Logo me fiz prestes e me vim a esta capitania ôncavo] e praticando o [do Rec caso lhes disse que todos se fizessem prestes e lhes havia de ir da guerra [dar] e em menos de oito dias fui com trezentos brancos e dois mil índios de pazes e para ir dar em uma fortaleza em que estava um principal que se [chefe] chamava Tarajoo ó]. Foi necessário fazer uma estrada por onde a gente [Taraj e os cavalos podessem ir e fiz em um dia e noite sendo de três léguas [18 km] de comprido por brenhas e montes asperíssimos e antemanhã dei na fortaleza e a entramos matando todos os que quisessem defender e nos deixaram as casas com todos os seus mantimentos e mais o fato que neles tinham. E aí entrei e rodeei todo o Peroaçu tendo muitas pelejas e lhes dei com ficarem vassalos de Vossa Alteza1. ídio foi criada Diz ainda o referido autor que dos sobreviventes ao mencionado genoc ção indígena2 uma redu . Sem citar quais, Wanderley Pinho diz que alguns autores acreditam ção estava localizada nas terras onde mais tarde seria fundado o engenho de que essa redu ória (de Men de Sá aos índios?) e que ável Nossa Senhora da Vit seu prov local foi na Terra Vermelha, uma parte hoje fragmentada do referido engenho. Para esse autor, a referida ção foi criada onde hoje é a cidade de Cachoeira, sem precisar, no entanto, redu em que parte urbana. 1 ória Social da Cidade de Salvador; ória social da cidade. 1540 . Pinho, Wanderley.Hist aspectos da hist -1650. Tomo I. Prefeitura Municipal de Salvador, 1968. 2 ção era um núcleo formado por vários grupos indígenas. Segundo Wanderley Pinho, governantes e . Redu catequistas adotaram... a expedição de criar grandes povoações com os gentios sujeitos em torno da cidade. Fundaram-se, ainda ao tempo de D. Duarte da Costa, as primeiras aldeias ções] jesuíticas [ou redu . Op. cit., p. 95. ância como zona agro çucareira, como foram outros núcle Antes de sua import -a os de âneos, ões povoamento litor povoamento do Iguape se deu como zona de defesa contra incurs ígenas. Segundo o geógrafo Milton Santos (1998:70), os constantes ataques indígenas aos ind úcleos de povoamento que se formavam na çaram o governo a n s cercanias de Salvador for ão implantar povoados fortificados, a exemplo de Santiago do Iguape, em Cachoeira, S é e Valença, no baixo Francisco do Conde, e Nazar -sul. Mapa da Capitania da Bahia Nacional do Rio de Janeiro Fonte: Arquivo idem Mais tarde, diz o autor ( :71), A importância da função propriamente econômica esmagou a função militar, tornada menos necessária no Recôncavo, após a pacificação dos índios...As respectivas áreas de influência começaram a crescer, sob o duplo apelo das necessidades existenciais da Cidade do Salvador ou, por seu intermédio, sob o incentivo do comércio mundial, para o qual a cana-de-açúcar passava a contribuir largamente. ício do século XVII ãos Álvaro No in as terras de Cachoeira pertenceriam aos irm Rodrigues Adorno, Gaspar Rodrigues Adorno e Rodrigo Martins Adorno3, concedidas por “pacificar os índios” 4 El Rey como recompensa depois de que continuavam resistindo nas 5 écada de 1620, quando Cachoeira foi elevada à categoria de cercanias de Cachoeira . Na d ário, Gaspar Rodrigues Ador ão freguesia de Nossa Senhora do Ros no torna-se capit -mor da ói, em 1654, um engenho à margem do ribeiro Pitanga e um vila de Cachoeira e constr é de um outeiro onde em 1673 seu filho e herdeiro, João Rodrigues alambique no sop ência e uma ermida em invocação a No ário. Adorno, construiu sua resid ssa Senhora do Ros ão Rodrigues Adorno era casado com Úrsula de Azevedo. Esse casal doou terras para a Jo ção do complexo religioso da Ordem Terceira do Carmo, da qual ele era prior, a constru 3 Álvaro, Gaspar e Rodrigo Martins eram netos de Diogo Álvares Caramuru e sobrinhos de P . aulo Dias Adorno. ês contemporâneo de Martim Afonso de Souza, que fugira de São Paulo Adorno era, provavelmente, um genov ós cometer um homicídio, passando a morar na Bahia, casando Álvares ap -se com uma das filhas de Diogo Caramuru. 4 ós a conquista do çu por Men de Sá, até início do século XVIII, ocorreram sublevações indígenas . Ap Paragua çu, tornando necessária a presença de mercenários paulistas para definitivamente expulsá no baixo Paragua -los ão. Segundo Capistrano de Abreu, referindo éculo em torno do Paraguaçu reuniram-se da regi -se ao s XVII, tribos ousadas e valentes, aparentadas aos aimoré convertidos no princípio do século, que invadiram o distrito de Capanema , trucidaram os moradores e vaqueiros do Aporá, e avançaram até Itapororocas [em Maragogipe] ”. : “ Com este malogro não admira se repetissem as incursões de tapuia, [Feira de Santana] Adiante, diz o autor a ponto de a 4 de março de 1669 ser-lhes declarada guerra e outra vez convidados paulistas para fazê-la . Entre os paulistas citados por Capistrano de Abreu consta os nomes de Domingos Jorge Velho, que participou da ção do quilombo de Palmares, em Alagoas, Brás Rodrigues de Arzão e Estevão Ribeiro Parente. Segundo destrui ão Ribeiro foi o conquistador da aldeia de Massacará, ão Capistrano de Abreu, Estev onde foi criada a vila de Jo ípio de Iaçu. Foi nessa circunstância que surgiram as Amaro, que era o nome de seu filho, no atual munic ãos adorno como conquistadores de Cachoeira. Cf. Abreu. J. op. cit, p. 127. figuras dos irm 5 ípio d é um dos menores da Bahia. Sua área é de 398,5 quilômetros . Atualmente o munic e Cachoeira ço físico compreendia uma quadrados, segundo dados do IBGE, baseados no censo de 2000.
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