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Índice 00

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0. ÍNDICE 3 1. ENQUADRAMENTO ECONÓMICO 7 1.1. Economia Mundial 9 1.2. Economia Portuguesa 13 1.3. Mercado Bancário 17 1.3.1. Evolução do Mercado Nacional de Depósitos 17 1.3.2. Evolução do Mercado Nacional de Crédito 18 1.4. Mercados Financeiros 21 1.5. Principais Riscos e Incertezas para 2017 25 2. GRUPO CRÉDITO AGRÍCOLA 27 2.1. Análise Financeira do Negócio Bancário do Grupo CA 29 2.2. Outros Factos Relevantes 37 3. A REALIDADE DA CAIXA DE CRÉDITO AGRÍCOLA MÚTUO DE LOURES, SINTRA E LITORAL, C.R.L. 41 3.1. Aspetos Mais Relevantes 45 3.2. Apresentação da CCAM 47 3.2.1. Estrutura de capital 47 3.2.2. Marcos históricos 47 3.2.3. Rede de distribuição 49 3.2.4. Recursos humanos 51 4. ESTRATÉGIA E ÁREA DE NEGÓCIO 53 4.1 Objetivos Estratégicos 55 4.2 Resultados 57 4.2.1. Resultados 57 4.2.2. Margem financeira 59 4.2.3. Produto bancário 60 4.2.4. Custos operacionais 61 4.2.5. Resultado operacional 62 4.2.6. Resultado antes de imposto 62 4.2.7. Resultado líquido 62 4.3. Balanço 64 4.3.1. Crédito concedido 69 4.3.2. Crédito vencido 70 4.3.3. Captação de recursos 72 4.4. Área Social 73 4.5. Principais Indicadores 74 4.5.1 Rácios 74 4.5.1.1. Rácios normativos da Caixa Central 74 4.5.1.2. Rácios de estrutura 79 4.5.1.3. Rácios prudenciais 81 4.5.2. Capitais Próprios 83 5. RISCOS E VULNERABILIDADES EM 2016 85 6. CONCLUSÃO E CONSIDERAÇÕES GERAIS 91 6.1. Conclusão 93 6.2. Considerações Finais 95 7. PROPOSTA DE APLICAÇÃO DE RESULTADOS 97 8. BALANÇO E CONTAS 101 9. ANEXO ÀS CONTAS 109 10. CERTIFICAÇÃO LEGAL DE CONTAS 159 11. PARECER DO CONSELHO FISCAL 167 12. ESTRUTURA E PRÁTICA DE GOVERNO SOCIETÁRIO 171

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Enquadramento Económico 01

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1. ENQUADRAMENTO ECONÓMICO

1.1. ECONOMIA MUNDIAL

A estimativa mais recente aponta para que se tenha verificado um crescimento do PIB mundial de 3,1% em 2016, valor inferior aos 3,2% alcançados em 2015. A confirmar-se esta expectativa, este será o ritmo de crescimento económico mais fraco desde o ano da recessão mundial de 2009.

Fonte: Bloomberg, Janeiro 2017

Antes da crise financeira (2008), as economias emergentes vinham apresentando ritmos de crescimento superiores a 7,0%, tendo nos anos mais recentes (2008-2016) apresentado um crescimento em torno dos 4,0%. Efectivamente, para 2016, o FMI antecipa um crescimento no conjunto dos países emergentes de 4,2%, valor aquém dos 4,4% registados em 2015. Parte deste abrandamento perspectivado para a economia global em 2016 é explicado pela evolução da segunda maior economia do mundo – a China que, com uma variação estimada de 6,7% no PIB deste ano, regista o mais baixo crescimento desde 1990 (3,9%).

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Este valor contrasta, ainda assim, com o ritmo de crescimento dos países desenvolvidos, que se estima ter sofrido uma desaceleração de 2,1%, em 2015, para 1,6%, em 2016. A quebra no desempenho dos EUA, cujo crescimento anual reduziu de 2,6% em 2015 para 1,6% em 2016, encontra explicação na componente das exportações (que foram prejudicadas, entre outros, pelo fortalecimento do dólar americano) e na componente do investimento (condicionado pelo comportamento dos preços do petróleo que durante o ano de 2016 se mantiveram baixos).

A economia da Zona Euro acelerou ligeiramente no final de 2016 (1,6%), mas o crescimento que se perspectiva é tímido e inferior ao registado em 2015 (2,0%), o que deverá contribuir para a divergência de posições entre os responsáveis monetários quanto ao fim dos estímulos na região da moeda única.

Os ataques terroristas tiveram um forte impacto negativo no desempenho do sector do turismo da França (a 2ª maior economia da Zona Euro). Por outro lado, o FMI assinala que, apesar dos avanços registados na Grécia, com o PIB a progredir de - 0,2% em 2015 para +0,3% em 2016, as dívidas da Grécia continuam “insustentáveis” a longo prazo (180% do PIB). No médio prazo, os riscos para o crescimento económico na Zona Euro são legados da crise recente, o voto do Reino Unido para deixar a União Europeia, potenciais disrupções ao comércio internacional e um aperto mais forte da política monetária nos Estados Unidos que poderá ter consequências negativas nas economias emergentes (algumas das quais com fortes relações comerciais com a Europa).

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A taxa de desemprego na Zona Euro foi diminuindo paulatinamente ao longo do ano, atingindo no final de 2016 uma taxa prevista de 10,5%, valor mais baixo desde 2011 e que compara com os 11,0% registados no final de 2015. Não obstante a redução do nível de desemprego nos últimos anos, esta continua ainda em níveis historicamente elevados.

Nos EUA, 2016 foi um bom ano para o mercado de trabalho, com o desemprego americano a situar-se nos 4,8%, apresentando níveis mínimos semelhantes aos registados em 2007. No que toca à remuneração média por hora, esta aumentou 2,9% face a Dezembro de 2015, o que traduz o maior aumento desde 2009.

Fonte: Bloomberg, Janeiro 2017

Em termos agregados da Zona Euro, a inflação perspectivada para 2016 foi de 0,2%, que compara com os 0,0% registados em 2015. Esta recuperação, ainda assim para um nível inferior ao objectivo de 2,0% definido pelo BCE, muito contribuiu a combinação dos aumentos no preço da energia e uma modesta recuperação económica.

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A autoridade monetária europeia estendeu até final do ano o plano de compra de activos no sector público como forma de dar força à inflação através de incentivos à economia. Mas com a subida dos preços a encaminhar-se progressivamente para um ritmo que o BCE considera adequado para assegurar a estabilidade económica, alguns responsáveis avaliam a hipótese de antecipar o fim do programa de quantitative easing .

Também a inflação nos EUA foi subindo ao longo de 2016, principalmente na segunda metade do ano, estimando-se que fique nos 1,3%, acima dos 0,1% registados em 2015. Este aumento foi suportado pelo fim do ciclo de quedas nos preços do petróleo, ditando que o sector energético deixasse de ter uma contribuição negativa em 2016 e começasse mesmo a contribuir positivamente para o aumento dos preços ao consumidor.

O ano de 2016 ficou ainda marcado pela ocorrência de diversos eventos políticos de consequências potencialmente muito disruptivas.

Na Europa, o ano de 2016 ficou decisivamente marcado pela vitória do Brexit no Reino Unido, evento que poderá condicionar a situação económica e a evolução dos mercados em função dos recuos e avanços que se venham a verificar no desenrolar do processo negocial de saída do Reino Unido da União Europeia. Theresa May, a chefe do governo britânico, prometeu activar o Artigo 50 antes do final de Março de 2017, pelo que esta questão será um tema importante no debate político associado à realização de eleições em França e na Alemanha e condicionará o futuro da União Europeia nos próximos anos.

Nos EUA, Donald Trump venceu as eleições presidenciais constituindo uma incógnita o rumo esperado da política americana, sendo certo que o actual discurso político é marcadamente proteccionista (limitações à livre circulação de pessoas e bens) e de confronto com a política convencional (ruptura com o status quo ).

A FED decidiu mais uma vez manter as taxas de juro de referência inalteradas, enquanto que na China, no 2º trimestre, assistiu-se a uma estabilização dos níveis de crescimento.

Para os próximos trimestres, na Zona Euro, de acordo com a análise mais recente do BCE, a recuperação económica deverá prosseguir, apoiada pela (i) orientação acomodatícia da política monetária, (ii) por preços do petróleo relativamente baixos, (iii) pela melhoria das condições no mercado de trabalho, (iv) por uma ligeira menor restritividade orçamental e (v) pelos progressos registados ao nível da desalavancagem alcançados em todos os sectores económicos, factores que deverão apoiar o crescimento da procura interna.

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1.2. ECONOMIA PORTUGUESA A economia portuguesa, penalizada por um crescimento fraco do investimento e por fragilidades ao nível das exportações, no primeiro semestre de 2016, manteve a tendência de desaceleração iniciada no último trimestre de 2015, tendo crescido apenas 0,9% em termos homólogos. A aceleração registada no segundo semestre de 2016, muito por conta da evolução da actividade turística e do consumo privado, permitiu que o crescimento anual se situasse nos 1,3% em 2016 1, valor 3 p.p. abaixo do crescimento registado em 2015 (1,6%).

Fonte: Bloomberg, Janeiro 2017

O comportamento das exportações nacionais foi condicionado pela ocorrência de diversos factores, de entre os quais se destacam a persistente precariedade da situação económica em Angola (em termos homólogos, entre Janeiro e Outubro, as exportações de bens para Angola diminuíram 41,9%), muito afectada pelo baixo preço de petróleo e pelo facto de uma refinaria ter estado temporariamente parada no início do ano (o que fez com que as exportações de combustíveis diminuíssem 29,1% até Outubro).

Em sentido inverso, o sector do turismo mostrou um crescimento nas exportações de serviços de 9,2%.

1 Neste enquadramento, a Comissão Europeia melhorou as estimativas para 2017 e 2018, esperando agora que a economia cresça 1,6% e 1,5%, respectivamente (em contraste com as previsões de Outono para o crescimento do PIB de 1,2% em 2017 e 1,4% em 2018).

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Indicadores macroeconómicos (2014-2016) 2014 2015 2016 Procura Externa tav 4,6 3,8 2,0 EUR/USD Taxa de Câmbio (%) tav -11,97 -10,22 -3,18 Preço do Petróleo (%) tav -41,0 -27,6 57,0

Produto Interno Bruto tav 0,9 1,6 1,3 Consumo Privado tav 2,1 2,6 2,1 Consumo Público tav -0,7 0,8 1,0 Formação Bruta de Capital Fixo tav 2,3 4,5 -1,7 Exportações tav 3,4 6,1 3,7 Importações tav 6,2 8,2 3,5

Índice Harmonizado de Preços no Consumidor tav 0,7 0,5 0,8 Taxa de Poupança (%) vma 6,9 7,0 5,0 Taxa de Emprego % 50,7 51,3 52,0 Taxa de Desemprego % 13,9 12,4 11,0 Remunerações por Trabalhador (sector privado) tav -1,3 0,0 1,5 Balança Corrente e de Capital (%PIB) tav 2,1 1,7 1,1 Balança de Bens e Serviços (%PIB) tav 1,1 1,8 2,2

Taxa de referência do BCE (média) % 0,16 0,05 0,00 Euribor 3 meses (média) % 0,21 0,00 -0,30 Yield das OT Alemãs 10 anos (média) % 0,54 0,63 0,20 Yield das OT Portuguesas 10 anos (média) % 2,69 2,52 3,76

Fonte: Banco de (Dezembro 2016), Banco Central Europeu (Dezembro 2016) e Bloomberg (Janeiro 2017) tav: Taxa anual de variação; vma: variação média anual O consumo privado cresceu 2,1% em 2016 i.e. 5 p.p. abaixo do verificado em 2015. Por seu lado, o investimento interrompeu em 2016 uma tendência de recuperação gradual, mas constante, iniciada no final de 2013. A formação bruta de capital fixo registou ainda assim decréscimos homólogos sucessivamente menores nos 3 primeiros trimestres (-2,7%, -2,4% e -1,5%).

Os factores que mais contribuíram para este cenário foram as incertezas externas (volatilidade dos mercados no início do ano e incertezas políticas) e incertezas internas (viabilidade da solução política e problemas na banca portuguesa) que afastaram os investidores. Para além disso, observou-se também uma descida do investimento público para níveis historicamente baixos (até Setembro registou-se uma quebra de 27,6% na formação bruta de capital fixo por parte das administrações públicas).

No mercado laboral, depois de um período entre Junho de 2015 e Março de 2016 em que a taxa de desemprego aumentou de 11,9% para 12,4%, o 2º e 3º trimestres de 2016 mostraram uma tendência de melhoria, com a taxa a descer para os 10,5% entre Julho e Setembro, o valor mais baixo desde o final de 2009, o que permitiu fechar o ano com uma taxa de desemprego de 11,0%.

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Em termos da evolução dos preços, em 2016 verificou-se praticamente uma manutenção do nível registado no ano anterior já que a inflação média para 2016 deverá rondar os 0,8%, ligeiramente acima dos 0,5% registados em 2015.

Fonte: Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública, Janeiro 2017

Em 2016, a dívida pública portuguesa somou 241,1 mil M€, o que representa um aumento de 9,5 mil M€ face a 2015. Para o aumento de 4,1% contribuíram as emissões líquidas de títulos, com destaque para as emissões de Tesouro de rendimento variável (um novo instrumento que permitiu captar cerca de 3,3 mil M€ de aplicações das famílias) e para as emissões de certificados do Tesouro (que aumentaram 3,4 mil M€). Por seu lado, os empréstimos caíram 5,6 mil M€, com o contributo do reembolso antecipado de 4,5 mil M€ concedidos pelo FMI no âmbito do Programa de Assistência Económica e Financeira.

A Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) estima que a dívida pública tenha subido para 130,2% do PIB no conjunto de 2016. Esta estimativa, a confirmar-se, significa um decréscimo face ao valor registado no final do terceiro trimestre de 2016, de 133,4% do PIB, mas significa igualmente um aumento em relação a 2015 e um desvio face ao previsto para o final do ano pelo Ministério das Finanças no âmbito do Orçamento do Estado para 2017 (129,7%). Para este desvio terá contribuído o acréscimo de depósitos da administração central de 13,3 mil M€ no final de 2015 para 17,3 mil M€, quando se encontrava prevista no OE2017 uma estabilização.

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A UTAO estima que a dívida pública líquida (i.e. excluindo os depósitos da administração central) poderá atingir 120,8% do PIB no final de 2016, o que representa um decréscimo de 0,8 p.p. face a 2015. A Comissão Europeia, nas previsões económicas de Inverno, estima que a dívida pública portuguesa, na óptica de Maastricht, tenha subido para 130,5% do PIB em 2016.

A Comissão Europeia, nas previsões económicas de Inverno, estima ainda que o défice orçamental português tenha descido para 2,3% do PIB em 2016, ficando abaixo da meta definida para o fim do processo de sanções (2,5%) mas ainda revelando a fragilidade das finanças públicas nacionais. A arrecadação de receita foi inferior ao orçamentado em 2016, tendo esse efeito sido parcialmente compensado por receitas adicionais (que valeram 0,25% do PIB, através do Programa Especial de Redução do Endividamento ao Estado) e pela contenção de despesa, estimando-se que, sem as medidas extraordinárias, o défice orçamental português ficaria nos 2,6% do PIB.

O Banco de Portugal aponta para uma recuperação moderada da actividade económica ao longo do período 2016-2018. O crescimento médio anual do PIB deverá ser de 1,3% em 2016, acelerando para 1,6% em 2017 e diminuindo para 1,5% em 2018, o que implica um nível de produto em linha com o observado antes da crise financeira de 2008.

Segundo as projecções do Banco de Portugal:

• A procura externa deverá perder dinamismo em 2016, recuperando em 2017 e 2018 para níveis de crescimento de 4,5% e 4,7%, respectivamente;

• Deverá verificar-se a recuperação gradual da procura interna, associada à redução do nível de alavancagem do sector privado;

• O consumo privado deverá crescer 2,1% em 2016 mas contrair no restante horizonte de projecção, estando estas variações correlacionadas com a evolução do rendimento real disponível;

• As exportações de bens e serviços deverão desacelerar em 2016, reflectindo a previsão da evolução das exportações de combustíveis, do menor crescimento da procura externa e do impacto negativo da actividade comercial com países, como Angola e o Brasil, que se deparam com problemas económicos e financeiros. Em 2017 e 2018 as exportações deverão retomar os níveis de crescimento observados nos últimos anos;

• A incerteza que predomina na economia portuguesa deverá ter impacto na desaceleração do investimento em 2016, mas este deverá recuperar nos anos subsequentes.

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1.3. MERCADO BANCÁRIO O ano de 2016 e o início de 2017 foram marcados por uma reestruturação significativa dos principais bancos portugueses e, em alguns casos, com mudanças na gestão e nas estruturas de controlo accionista. Em termos sucintos, temos: o plano de recapitalização e a nomeação de uma nova equipa de gestão para a CGD (o banco de capitais públicos); a entrada e reforço de um novo accionista (fundo chinês Fosun) no BCP e o pagamento da última fatia de 700M€ do empréstimo obrigacionista de acções convertíveis (que chegou a totalizar 3.000M€); a oferta pública de aquisição lançada pelo grupo catalão CaixaBank sobre o capital do BPI que lhe permitiu adquirir uma posição de 84,52% (participação que compara com os anteriores 45,5%); o veto do Parlamento às propostas PCP/BE de nacionalização do Novo Banco, a entrada do BES em processo de liquidação e o reforço das negociações entre Banco de Portugal e o Fundo de Resolução e os candidatos à aquisição do Novo Banco (ex. fundo Lone Star) para conclusão deste processo.

1.3.1. Evolução do mercado nacional de depósitos (Dezembro 2011 – Dezembro 2016)

Segundo a informação mais recente disponibilizada pelo Banco de Portugal referente a Dezembro de 2016, o volume de depósitos aumentou 2,3% em Dezembro de 2016 face ao período homólogo de 2015. Para essa evolução contribuíram o acentuado crescimento dos depósitos de empresas em 8,4% (+8,2 p.p. que em 2015) e um ligeiro crescimento nos depósitos de particulares em 1,0% (-2,8 p.p. que em 2015).

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1.3.2. Evolução do mercado nacional de crédito (Dezembro 2011 – Dezembro 2016)

Ao invés, o crédito bruto total concedido a clientes registou um decréscimo de 3,2% em Dezembro de 2016 face ao registado no final de 2015. A quebra mais significativa verificou-se no crédito a empresas (-5,5%), mas também foi assinalada uma redução no crédito a particulares (-1,6%), ambos face a Dezembro de 2015.

De acordo com a informação divulgada pelo Banco de Portugal, entre Dez.2015 e Dez.2016, o crédito total reduziu 3,2% com uma quebra percentual mais expressiva (de dois dígitos) no segmento das empresas nas regiões autónomas e nos distritos de Viana do Castelo, Setúbal e Portalegre. Em Lisboa, o crédito a empresas caiu 2,6 mil milhões de euros, o que explica mais de 55% da quebra registada no país.

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Valores em milhares de euros Evolução do crédito total por região - Dez.2016 Crédito Peso total Var. Homóloga Particulares Empresas Total% Particulares Empresas Total Aveiro 5.598 2.834 8.432 4,3% -3,9% -5,1% -4,3% Beja 1.290 442 1.732 0,9% -2,5% -0,7% -2,0% Braga 6.293 3.467 9.760 5,0% -2,8% -8,9% -5,1% Bragança 903 264 1.167 0,6% -2,3% 10,9% 0,4% Castelo Branco 1.437 404 1.841 0,9% -3,7% -1,5% -3,2% Coimbra 3.833 1.291 5.124 2,6% -3,6% 1,2% -2,4% Évora 1.676 897 2.573 1,3% -4,1% 26,7% 4,8% Faro 4.661 1.747 6.408 3,3% -6,9% 1,5% -4,7% Guarda 879 272 1.151 0,6% -2,9% -5,2% -3,4% Leiria 4.121 2.489 6.610 3,4% -4,4% -1,5% -3,3% Lisboa 44.162 43.090 87.252 44,9% 1,7% -5,8% -2,1% Portalegre 869 276 1.145 0,6% -3,8% -16,1% -7,1% Porto 17.168 12.246 29.414 15,1% -3,0% -4,1% -3,4% Santarém 4.024 1.507 5.531 2,8% -3,7% -0,4% -2,8% Setúbal 9.337 1.769 11.106 5,7% -2,9% -15,2% -5,1% Viana do Castelo 1.641 488 2.129 1,1% -3,3% -24,2% -9,1% Vila Real 1.337 346 1.683 0,9% -2,5% 4,2% -1,2% Viseu 2.531 1.084 3.615 1,9% -1,7% 6,3% 0,5% Reg. Autónoma Açores 2.607 796 3.403 1,8% -4,4% -31,4% -12,5% Reg. Autónoma Madeira 2.931 1.328 4.259 2,2% -3,8% -14,4% -7,4% Total 117.296 77.037 194.335 100% -1,6% -5,5% -3,2% Fonte: Banco de Portugal

Analisando detalhadamente o crédito a particulares, verifica-se que o decréscimo deveu-se essencialmente à diminuição do crédito à habitação (-3,0% em Dezembro de 2016 face ao período homólogo de 2015) que representa 80,8% do total do crédito a particulares. Relativamente ao crédito vencido de clientes particulares, esse situou-se nos 3,9%, agravado, principalmente, pelo crédito a outros fins que, ainda assim, tem vindo a perder peso no agregado de crédito.

Evolução do mercado de crédito a particulares por tipologia - Dez.2016 Tipologia Volume de crédito (M €) Var. Homóloga Peso total % Crédito vencido % Habitação 94.780 -3,0% 80,8% 2,5% Consumo 13.725 12,7% 11,7% 6,2% Outros fins 8.792 -5,8% 7,5% 15,4% Total 117.297 -1,6% 100% 3,9% Fonte: Banco de Portugal

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No caso do crédito a empresas, o decréscimo de 5,5% deveu-se principalmente à redução do crédito a empresas do sector da construção, actividades imobiliárias e água e saneamento. Apenas nos sectores da agricultura e pescas, alojamento e restauração, saúde e apoio social e indústrias extractivas foi possível verificar um aumento do crédito concedido (5,0%, 2,7%, 1,4% e 0,8%, respectivamente). Relativamente ao crédito vencido a empresas, este situou-se nos 15,7%, sendo que os sectores com maior incumprimento continuam a ser o da construção, do comércio, das actividades imobiliárias e das indústrias extractivas, que mantêm elevada representatividade no total do crédito a empresas.

Valores em milhões de euros Evolução do mercado de crédito a empresas por CAE - Dez.2016 % Crédito Actividade económica Var. Homóloga Total Crédito Peso % Vencido Agricultura e Pescas 5,0% 2.294 3,0% 5,9% Indústrias Extractivas 0,8% 256 0,3% 10,5% Indústrias Transformadoras -0,3% 12.844 16,7% 10,1% Energia -8,1% 2.313 3,0% 0,7% Água e Saneamento -12,3% 1.358 1,8% 2,0% Construção -11,8% 11.343 14,7% 35,8% Comércio -0,9% 12.127 15,7% 14,6% Transporte e Armazenagem -5,3% 6.837 8,9% 7,5% Alojamento e Restauração 2,7% 4.567 5,9% 10,4% Actividades Imobiliárias -15,2% 9.508 12,3% 25,6% Saúde e Apoio Social 1,4% 1.291 1,7% 4,7% Outros -4,7% 12.298 16,0% 10,4% Total -5,5% 77.037 100% 15,7%

Fonte: Banco de Portugal

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1.4. MERCADOS FINANCEIROS

Mercados accionistas No final do primeiro trimestre de 2016, o sentimento global de aversão ao risco perdeu força. O BCE reforçou a sua política monetária acomodatícia. A China apresentou uma nova série de medidas de estímulos e controlo do valor da sua moeda. Os EUA divulgaram dados económicos prometedores e a Reserva Federal Americana indicou que iria adiar uma subida das taxas de juro. Ainda assim, excluindo os índices americanos e britânicos, a quase totalidade dos principais índices accionistas registou perdas superiores a 10%, particularmente relevantes nos mercados asiáticos. Com desvalorizações desta magnitude, este acabou por ser o pior arranque de ano para as bolsas desde 2008.

Índices Accionistas (base 2010)

2,00 1,87 1,80 1,78 1,66 1,60

1,40 1,28 1,20

1,00 0,95 0,80

0,60 0,62

Fonte:0,40 Bloomberg, Janeiro 2017

0,20

0,00 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

PSI 20 IBEX 35 CAC 40 SP 500 DAX NIKKEI

A finalizar a primeira metade do ano, o resultado do referendo realizado no Reino Unido retirou um valor recorde de $3 biliões dos mercados globais em apenas dois dias, levando a uma queda abrupta dos índices accionistas. Em contraposição, as perspectivas de políticas mais expansionistas nos EUA com a vitória de Trump nas eleições americanas, a recuperação dos preços do petróleo e uma actividade económica resiliente levaram os índices americanos a atingirem novos máximos históricos no final de 2016, com o Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq a registarem valorizações anuais de 15%, 12% e 9%, respectivamente.

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Os factores que foram afectando a Europa ao longo do ano, combinados com os dados económicos pouco surpreendentes, embora positivos, levaram as bolsas da Europa a terem um desempenho mais contido. Em termos anuais o Stoxx 600 registou uma perda de 1,2%, mas o DAX alemão teve uma evolução bastante positiva (+6,87%). Os países da periferia foram os mais vulneráveis aos desenvolvimentos na Europa, com o PSI 20 e o índice de referência italiano a registarem perdas de 11,9% e 10,2%, respectivamente. Em Espanha a descida não foi tão acentuada (-2%).

Mercados monetários - Taxas de câmbio e taxas de juro de referência Em 2016, foram registadas quedas do euro (EUR) face ao dólar (USD), pelo terceiro ano consecutivo, algo que não acontecia desde finais de 2001. Num período marcado pela disparidade entre as políticas monetárias do BCE e da FED, o Euro recuou 2,9% para os 1,0539 USD no final do ano, tendo chegado a negociar em mínimos de Dezembro de 2002.

Fonte: Bloomberg, Janeiro 2017

O resultado do Brexit afectou significativamente a libra esterlina, tendo esta tido um dos piores desempenhos em 2016, tendo-se fixado a cotação nos 1,2340 USD. Num contexto de elevada incerteza, o Iene continuou a representar o seu papel de moeda refúgio e, em 2016, o USD perdeu terreno face ao Iene, caindo 2,97% e com cada USD a valer 116,96 Ienes no final do ano.

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Não obstante a desvalorização face ao Iene, o USD, em relação ao índice de referência das principais moedas mundiais (DXY), ultrapassou os 103 pontos em Dezembro, valor que não era registado desde final de 2002 (dando a 2016 a denominação de “o ano da nota verde”).

Taxas de referência nos Mercados Monetários

1,6 1,4 1,2 1,0 0,8 0,75 0,6 0,4 0,2 0,25 0,0 0,00 -0,2 -0,32 -0,4 -0,6 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Euribor 3M Taxa BCE Taxa FED Taxa BOE

Fonte: Bloomberg, Janeiro 2017

No que se refere ao mercado monetário na Zona Euro, verificou-se ao longo de todo o ano a progressiva descida das taxas Euribor. No final do ano, a taxa Euribor a um mês estava a -0,368% e a Euribor a 1 ano apresentava o valor de -0,082%. Nos EUA, as taxas LIBOR do USD até um ano acabaram por subir ao longo do ano, tendo apresentado o valor de 1,686% no final do ano de 2016.

Matérias-primas Os primeiros seis meses do ano foram marcados por uma subida dos preços à vista (“spot”) nos mercados das matérias-primas ( commodities ) que reacenderam o interesse dos investidores. O ouro, em particular, liderou o caminho, a ganhar quase 20% nos primeiros 6 meses do ano. Os preços do petróleo subiram de US$39 por barril no final de Março para quase US$50 por barril no final de Junho. Os produtos agrícolas, como a soja, o açúcar, o milho e o algodão, também apresentaram ganhos no segundo trimestre.

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Fonte: Bloomberg, Janeiro 2017

Na segunda metade de 2016 verificou-se uma evolução mais moderada dos preços das matérias primas. O Brexit enviou ondas de choque para todos os mercados do mundo, tendo os investidores convergido para o ouro, como activo de refúgio, o que permitiu uma valorização de 8,2% nas semanas seguintes à votação. Após as eleições presidenciais americanas o ouro acabou por perder parte do seu valor, tendo encerrado o ano a valorizar 9,33% em 2016.

No final do 3º trimestre, a OPEP decidiu que a produção de crude seria cortada a partir de Janeiro de 2017, conduzindo a uma subida dos preços do petróleo. O Brent do Mar do Norte registou um ganho de 52% nos 12 meses do ano, fechando com uma cotação de US$56,82 por barril. Já o West Texas Intermediate observou um rendimento anual de 45%, encerrando o ano a US$53,72 por barril.

Mercado obrigacionista A dívida portuguesa teve um dos piores desempenhos na Zona Euro. Em 2016, a taxa da dívida soberana a dez anos aumentou 1,25 p.p., de 2,516% para 3,764%. A subida do prémio de risco foi ainda mais acentuada, exigindo o mercado um prémio de 356 pontos base face à dívida alemã, referência na Zona Euro.

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As obrigações italianas sofreram também uma subida anual das suas yields , a primeira desde a crise da dívida em 2011. No prazo de 10 anos a dívida soberana italiana subiu de 1,592% no início do ano para os 1,812% no final do ano (+ 22 pontos base), ao contrário da dívida espanhola que, para a mesma maturidade, registou uma descida de 1,766% no início do ano para os 1,380% no final do ano (- 38,6 p.b.).

Fonte: Bloomberg, Janeiro 2017

A dívida alemã foi um dos activos com melhor desempenho em 2016, pois, para uma maturidade a 10 anos, os títulos começaram o ano com uma yield de 0,629% e acabaram o ano com uma yield de 0,208%, registando uma variação de -42,1 pontos base. A meio do ano, o rendimento da dívida alemã entrou mesmo em terreno negativo, chegando a yield a 10 anos a atingir o valor de -0,190%. Do outro lado do Atlântico, nos EUA, a yield das obrigações da dívida soberana americana a 10 anos iniciou o ano com uma yield de 2,273% e encerrou o ano com os 2,446% (+17,3 pontos base).

1.5. PRINCIPAIS RISCOS E INCERTEZAS PARA 2017

A evolução das economias europeias e a instabilidade política e económica, fruto das futuras eleições em França e na Holanda e da implementação do Brexit, constituem os grandes focos de preocupação para 2017. A eleição de governos extremistas e antieuropeístas nos países referidos juntamente com a concretização da saída do Reino Unido da União Europeia podem significar, segundo analistas internacionais, o fim da União Europeia, com riscos incalculáveis nas economias dos países que dela fazem parte.

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A este factor externo, junta-se outro relacionado com a eleição de Donald Trump como Presidente dos EUA, que criou uma tensão internacional e instabilidade geopolítica que poderá trazer maior incerteza quanto à evolução económica mundial para os próximos anos.

O ano de 2017 será mais um ano marcado pela regulamentação e diversas exigências impostas ao sector financeiro, tanto para a banca europeia, através do Banco Central Europeu (BCE), como para a banca nacional por intermédio do Banco de Portugal (BdP).

No início de 2017, o Banco de Portugal apontou quatro grandes desafios com que o sistema bancário nacional se defronta actualmente, são eles:

i. melhorar de forma sustentada a sua rendibilidade;

ii. adaptar-se às novas exigências regulatórias e assegurar a sua observância;

iii. introduzir alterações no modelo de governo e na cultura organizacional que permitam recuperar a confiança dos stakeholders ; e

iv. investir em inovação em termos operacionais e ao nível da prestação de serviços aos clientes.

No imediato, o reforço da rendibilidade dos bancos é o desafio primordial para gerar capital interno e para atrair capital externo e, desse modo, criar as condições que permitam pôr em prática estratégias de:

i. redução do peso dos activos improdutivos (crédito e imóveis) nos balanços;

ii. reavaliação dos modelos de negócio com vista a torná-los mais eficientes (eliminação do “ overbanking ”) e ajustados ao novo paradigma de banca digital; e

iii. mudança cultural e de comportamentos com vista a recuperar a confiança e a estabilidade de todos os stakeholders .

Para além dos dois reguladores acima mencionados, as instituições de crédito e as sociedades financeiras estão também abrangidas pela regulamentação emitida pelas autoridades reguladoras do mercado de capitais e das actividades de investimento (e.g. ESMA 2, CMVM), estando neste âmbito abrangidas por novos requisitos e regulamentos, em implementação nacional e em consulta, o que naturalmente inclui o Grupo Crédito Agrícola.

2 European Securities and Markets Authority

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Grupo Crédito Agrícola 02

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2. GRUPO CRÉDITO AGRÍCOLA

2.1. Análise Financeira do Negócio Bancário do Grupo CA (SICAM)

Nota: Os dados económico-financeiros apresentados para o SICAM (Caixa Central e Caixas Associadas), referentes ao exercício de 2016, constituem valores provisórios e não auditados.

Balanço Em milhares de euros Variação 2015 2016 Abs. % Activo Disponibilidades 421.057 415.824 -5.233 -1,2% Aplicações em Instituições de Crédito 94.827 6.035 -88.792 -93,6% Crédito a Clientes (líquido) 7.577.775 7.997.636 419.860 5,5% Crédito a Clientes (bruto) 8.429.644 8.713.284 283.640 3,4% Provisões / Imparidades Acumuladas 851.869 715.648 -136.221 -16,0% Aplicações em Títulos (líquido) 3.729.604 5.311.976 1.582.371 42,4% Activos não correntes detidos para venda 445.441 395.045 -50.396 -11,3% Invest. Filiais, Tangíveis e Intangíveis 330.958 320.780 -10.178 -3,1% Outros Activos 460.129 433.319 -26.810 -5,8%

Total Activo 13.059.792 14.880.614 1.820.822 13,9%

Passivo Recursos de bancos centrais e OIC 625.817 1.578.903 953.086 152,3% Recursos de Clientes 10.969.821 11.770.738 800.917 7,3% Passivos Subordinados 120.409 116.534 -3.876 -3,2% Outros Passivos 171.118 187.064 15.946 9,3% Total Passivo 11.887.166 13.653.239 1.766.073 14,9% Capitais Próprios 1.172.626 1.227.375 54.749 4,7%

Total do Capital Próprio + Passivo 13.059.792 14.880.614 1.820.822 13,9%

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Demonstração de Resultados Em milhares de euros Variação 2015 2016 Abs. % Juros e rendimentos similares 400.181 396.270 -3.912 -1,0% Juros e encargos similares 155.052 120.256 -34.795 -22,4% Margem Financeira 245.129 276.013 30.884 12,6% Comissões líquidas 130.193 138.192 7.999 6,1% Result. de operações financeiras 98.912 38.561 -60.351 -61,0% Outros resultados de exploração (*) 28.523 21.766 -6.756 -23,7% Produto Bancário 502.756 474.532 -28.225 -5,6% Custos de Estrutura 300.838 313.331 12.493 4,2% Custos de pessoal 166.516 175.410 8.895 5,3% Gastos gerais administrativos 121.152 124.682 3.530 2,9% Amortizações 13.170 13.238 68 0,5% Provisões e imparidades 126.902 56.123 -70.778 -55,8% Resultado antes de impostos 75.017 105.078 30.060 40,1% Impostos, após correc. e diferidos 18.706 33.020 14.314 76,5% Resultado Líquido 56.311 72.057 15.746 28,0% (*) Inclui rendimentos de instrumentos de capital, resultados de reavaliação cambial, resultados de alienação de outros activos e outros resultados de exploração.

Após 2 anos de recuperação económica moderada em Portugal, o ano de 2016 veio abrandar ligeiramente a trajectória iniciada em 2014 com o Banco de Portugal, no Boletim Económico de Dezembro, a apontar para um crescimento do PIB de 1,2% 3, valor aquém dos 1,6% registados em 2015. A ausência de convergência real face à área do euro vem reflectindo a persistência de constrangimentos estruturais ao crescimento da economia portuguesa, no qual assumem uma relevância especial os elevados níveis de endividamento dos sectores público e privado, uma evolução demográfica desfavorável e a persistência de ineficiências nos mercados do trabalho e do produto que requerem a continuação do processo de reformas estruturais. O forte dinamismo do consumo registado nos últimos anos esteve associado à despesa em bens duradouros, resultante em parte da concretização de decisões adiadas durante a recessão de 2011-2013. Apesar do aumento da procura interna em 2016, assistiu-se à redução do nível de alavancagem da economia (famílias, SNF 4 e sector público) e à redução homóloga do crédito concedido (-2,7%).

3 Para 2017 e 2018, prevê-se um crescimento de 1,4% e 1,5%, respectivamente. Fonte: Boletim Económico do Banco de Portugal (Dez.2016).

4 Sociedades não financeiras.

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Evolução do Resultado líquido (em milhões de euros) 72,1

56,3

24,5

1,5

2013 2014 2015 2016

Em 2016, o Crédito Agrícola apresentou um resultado líquido proveniente do negócio bancário (SICAM) de cerca de 72,1 milhões de euros que representa um aumento de 16 milhões de euros face aos 56,3 milhões de euros alcançados em 2015.

Evolução do Resultado Líquido Valores em milhões de euros 31-mar-16 30-jun-16 30-set-16 31-dez-16 Caixas Associadas 25,5 36,2 56,1 80,6 Caixa Central 5,3 -13,8 -13,7 -9,3

SICAM (Consolidado) 30,9 22,9 42,8 72,1

Apesar do resultado líquido do SICAM em 2016 ser significativamente superior ao do ano anterior, o produto bancário registou, em sentido inverso, uma quebra de 5,6%. Esta quebra resulta sobretudo de uma redução significativa dos resultados de activos financeiros disponíveis para venda (-61,0%) e foi parcialmente compensada através do aumento da margem financeira e das comissões líquidas em 12,6% e 6,1%, respectivamente.

Decomposição do Produto Bancário - SICAM Valores em milhões de euros, excepto percentagens 2014 2015 2016 Δ Abs. Δ % Margem Financeira 248 245 276 31 12,6% Margem Complementar, da qual: 306 258 199 -59 -22,9% Comissões líquidas 129 130 138 8 6,1% Resultado de operações financeiras 171 98,9 38,6 -60 -61,0% Outros resultados de exploração 7 29 22 -7 -23,7% Produto Bancário 554 503 475 -28 -5,6%

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A margem financeira do SICAM aumentou de 12,6%, passando de 245 milhões de euros em 2015 para 276 milhões de euros em 2016, e esta variação positiva resultou do efeito da redução das taxas de remuneração (dos novos depósitos e das renovações) ainda que aplicado a um volume de depósitos superior ao registado no período homólogo.

É ainda de realçar que a Caixa Central em 2016 efectuou um esforço de redução remuneração dos recursos das Caixas Associadas com vista a reduzir a pressão sobre a margem financeira da Caixa Central, ainda assim acima dos níveis praticados no mercado, sacrificando a sua margem financeira. Contudo, as remunerações têm vindo a reduzir, convergindo para taxas semelhantes às praticadas no mercado. De qualquer forma é inevitável que este processo de convergência com o mercado se mantenha em 2017, o que implicará desafios acrescidos de rentabilidade para as Caixas Associadas.

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Produto Bancário - SICAM Valores em milhões de euros Margem Comissões Res. Op. Margem Produto Financeira Líquidas Financeiras Complementar Bancário Caixas Associadas 256 117 0 138 394 Caixa Central 20 21 35 37 78

SICAM (Consolidado) 276 138 39 199 475 Quanto aos custos de estrutura do SICAM, verificou-se um aumento de 4,2% (12,4 milhões de euros). Este agravamento justifica-se pelo aumento dos custos com o pessoal em 8,9 milhões de euros (+5,3%) e dos gastos gerais administrativos em 3,5 milhões de euros (+2,9%).

Evolução dos Custos de Estrutura - SICAM Valores em milhões de euros, excepto percentagens 2014 2015 2016 Δ Abs. Δ % Custos de Estrutura 300 301 313 12 4,2% Custos de Pessoal 165 167 175 9 5,3% Gastos Gerais Administativos 121 121 125 4 2,9%

Amortizações 14 13 13 0 0,5%

Numa análise à variação homóloga com referência aos 12 meses de 2016, verifica-se:

i. no agregado das 82 Caixas Associadas, um agravamento de 5,9% nos custos com pessoal (de 140,7 milhões de euros para 149,0 milhões de euros), explicado pela entrada em vigor dos novos mandatos (2016-2018) e da associada promoção de quadros qualificados a titulares de funções em órgão sociais e de fiscalização, e de 1,6% nos gastos gerais administrativos (de 103,6 milhões de euros para 105,3 milhões de euros); e

ii. na Caixa Central, um agravamento de 0,1% nos custos com pessoal (de 25,8 milhões de euros para 25,8 milhões de euros) e de 11,0% nos gastos gerais administrativos (de 19,0 milhões de euros para 21,1 milhões de euros).

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Numa análise mais detalhada, é possível verificar que as rubricas que mais contribuíram para o agravamento dos custos com pessoal nas Caixas Associadas, no valor de 8,3 milhões de euros, respeitam ao fundo de pensões (+4,0 milhões de euros), às remunerações com os órgãos sociais de gestão e de fiscalização (+3,0 milhões de euros) e encargos associados. Na Caixa Central, os gastos com pessoal mantiveram-se em linha com o período homólogo, ainda que se tenha registado um agravamento na rubrica de indemnizações contratuais.

As rubricas que mais contribuíram para o agravamento dos gastos gerais administrativos foram: - na Caixa Central, o acréscimo de 2,1 milhões de euros respeita essencialmente aos serviços da SIBS (ex. cartões), aos custos judiciais, de contencioso e de notariado, às avenças e honorários (ex. recuperação de crédito, alienação de créditos não produtivos) e aos custos com formação; e - nas Caixas Associadas, o acréscimo de 1,7 milhões de euros respeita essencialmente à publicidade, aos serviços de auditoria, aos serviços da SIBS (ex. meios de pagamento e outros serviços), às comunicações obrigatórias para clientes (expedição) e aos seguros (ex. imóveis em dação).

O crédito a clientes aumentou 3,4% com o crédito a empresas e administração pública a crescer 5,0% e o crédito a particulares a crescer 1,4% face a 2015.

Evolução do Crédito a Clientes Valores em milhões de euros, excepto percentagens 2014 2015 2016 Δ Abs. Δ % Crédito bruto 8.147 8.430 8.713 284 3,4% Provisões / Imparidades 838 852 716 -136 -16,0% Crédito líquido 7.310 7.578 7.998 420 5,5%

A carteira de crédito do Grupo Crédito Agrícola regista, desde 2014, uma assinalável melhoria ao nível do seu perfil de risco, em particular no segundo semestre de 2016, ao verificar uma redução muito significativa do crédito vencido em cerca de 121 milhões de euros (o que representa um decréscimo de cerca de 18%) relativamente ao final de 2015, com o segmento da habitação e o crédito empresarial a serem os principais responsáveis pelo desagravamento dos níveis de sinistralidade da carteira, tendo para tal contribuído uma actuação ainda mais eficaz na abordagem do Grupo CA às actividades de acompanhamento e recuperação de crédito e nos procedimentos de abate ao activo ( write-offs ).

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Evolução do Rácio de Crédito Vencido Valores em milhões de euros, excepto percentagens 2014 2015 2016 Δ Abs. Δ % Crédito total sobre clientes 8.147 8.430 8.713 284 3,4% Crédito e juros vencidos (total) 672 668 547 -121 -18,1% Crédito e juros vencidos < 90d 28 18 14 -4 -21,9% Crédito e juros vencidos > 90d 644 650 533 -117 -18,0% Rácio de CV > 90d 8,0% 7,8% 6,2% -1,6 p.p. n.a.

Em 2016 verificou-se uma substancial redução das necessidades de provisionamento / reforço das imparidades da carteira de crédito. Em relação ao rácio de cobertura do crédito vencido registou-se um aumento, passando de 128% em 2015 para 131% em 2016, prosseguindo o Crédito Agrícola com uma gestão sã e prudente no que respeita a esta matéria.

Evolução das Provisões/Imparidades Valores em milhões de euros, excepto percentagens 2014 2015 2016 Δ Abs. Δ % Correcção de valor em crédito de clientes 160 82 -8 -89 -109,3% Imparidade de outros activos 40 45 64 19 41,5% Provisões e imparidades do exercício 201 127 56 -71 -55,8%

Provisões e imparidades (stock) 838 852 716 -136 -16,0% Rácio de cobertura do crédito vencido 125% 128% 131% 3,30 p.p. -

Relativamente à estrutura de balanço, registou-se um aumento de 13,9% no activo total do SICAM que passou de 13.060 milhões de euros em 2015 para 14.881 milhões de euros em 2016, contribuindo para este crescimento do activo líquido o aumento do crédito a clientes de 3,4% (284 milhões de euros) e o aumento das aplicações em títulos (+1,6 mil milhões de euros).

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O passivo total do SICAM aumentou cerca de 1,8 mil milhões de euros, por conta do aumento de recursos em bancos centrais (953 milhões de euros, i.e. +152%) e por via de aumento de recursos de clientes (801 milhões de euros, i.e. +7,3%).

Valores em milhões de euros Capitais Activo Passivo Próprios Caixas Associadas 13.837 12.539 1.297 Caixa Central 7.964 7.735 229 SICAM (Consolidado) 14.881 13.653 1.227

Salienta-se a evolução negativa do rácio de transformação que, em 2016 face a 2015, registou um decréscimo de 1,1 p.p. (de 69,1% para 67,9%). Este nível de transformação fica muito aquém da média do sistema bancário e dos limites regulamentares, sendo apenas justificado pelo facto do mercado procurar o Crédito Agrícola enquanto banco-refúgio para aforro.

Evolução do crédito e recursos de clientes Valores em milhões de euros, excepto percentagens 2014 2015 2016 Δ Abs. Δ % Crédito a Clientes (líquido) 7.310 7.578 7.998 420 5,5% Recursos de Clientes 10.620 10.970 11.771 801 7,3%

Rácio de Transformação 68,8% 69,1% 67,9% -1,1 p.p. -

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2.2. Outros Factos Relevantes

O reconhecimento da Marca CA por parte do público, como sendo forte, credível e de confiança; os prémios obtidos, no ano 2016, enquanto “Melhor Banco no Serviço de Atendimento ao Cliente” e “O Banco Mais Recomendado e com os Clientes Mais Satisfeitos”; e o facto do SICAM se encontrar entre as instituições menos reclamadas no sistema bancário 5, permitem afirmar o bom desempenho do Crédito Agrícola em 2016.

Este reconhecimento não se restringe ao negócio bancário, estendendo-se às Seguradoras e à Gestora de Activos do Grupo. Pelo sexto ano consecutivo, a CA Seguros foi reconhecida como “A Melhor Seguradora Não Vida do seu segmento de dimensão” 6. Por seu lado, a CA Vida foi premiada como “A Melhor Grande Seguradora do Ramo Vida” 7. A CA Vida ainda os rankings de Lealdade do Cliente e de Imagem, duas classificações obtidas no Índice Nacional de Satisfação do Cliente do ECSI Portugal 2016.

O Crédito Agrícola tem participado e desenvolvido acções de promoção junto de empresas, donde se destacam: • O ciclo de seminários sobre o tema empreendedorismo, enquadrado na 3ª edição do “Prémio Empreendedorismo e Inovação”, acentuando o posicionamento de grupo financeiro que aposta e reconhece o tecido empresarial português;

• O workshop “Cooperar para Exportar” dirigido a empresários e produtores do sector hortofrutícola;

• A homenagem às empresas clientes CA com o estatuto de PME Líder e PME Excelência em 2015, realizada pelo terceiro ano consecutivo, num evento que sublinha o contributo das Empresas, Clientes do Grupo, para a competitividade e crescimento da economia portuguesa;

• O concurso de Vinhos do Crédito Agrícola, que decorreu pelo terceiro ano consecutivo, realizado juntamente com a Associação dos Escanções de Portugal, destinado a Produtores e Cooperativas de todas as regiões vitivinícolas do país. As cerimónias de entrega de prémios decorreram na Estufa-Fria, em Lisboa.

5 Segundo dados do relatório de supervisão comportamental do Banco de Portugal (1ºS’2016), o Crédito Agrícola (SICAM) apresenta 2 reclamações por cada 100 mil contas de depósitos à ordem enquanto a média do sistema atingiu as 11.

6 Prémio atribuído pela revista Exame em parceria com a Deloitte e Informa D&B.

7 Estudo elaborado pela EY e a Ignios e divulgado na Star Company, uma edição especial do jornal Dinheiro Vivo, distribuída com o Diário de Notícias e o Jornal de Notícias.

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Inauguração da 1ª Agência na Madeira No âmbito da sua estratégia de cobertura total do território nacional, foi inaugurada uma agência no Funchal, dando início à actividade de retalho na Região Autónoma da Madeira pelo Crédito Agrícola.

A cerimónia de inauguração da Agência, realizada em Outubro de 2016, contou com a presença de diversas entidades locais, entre elas o Presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque.

Dada a importância que a nova Agência representa para o Grupo CA, foi desenvolvida uma Campanha Publicitária com o claim “Nunca Estivemos Tão Próximos”. A campanha presente em TV, Rádio, Imprensa e Mupis da Região, revelava Sílvia Alberto a retirar o Canotier, num gesto de cumprimento à chegada à Madeira.

No domínio da gestão de activos, o Crédito Agrícola conseguiu obter a melhor rendibilidade em três dos seus Fundos de Investimento Mobiliários nas respectivas categorias, um deles pelo oitavo ano consecutivo segundo rendibilidades divulgadas pela Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Património. O CA Monetário, Fundo de Investimento Mobiliário Aberto do Mercado Monetário, com um nível de risco um (numa escala de um a sete) e uma rendibilidade de 0,10% em 2016, consegue, pelo oitavo ano consecutivo, o primeiro lugar na categoria Fundos do Mercado Monetário Euro. O CA Rendimento, Fundo de Investimento Mobiliário Aberto de Obrigações, com um nível de risco dois e uma rendibilidade de 2,25% em 2016, foi o vencedor da categoria Fundos do Obrigações de Taxa Indexada Euro pelo quarto ano consecutivo. Em 2016, pela primeira vez, o CA Alternativo, Fundo de Investimento Alternativo Aberto Flexível, foi o vencedor da categoria Fundos Alternativos Flexíveis, ISRR 3. Trata-se de um fundo de investimento com um nível de risco de três e uma rendibilidade de 4,20% em 2016.

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O serviço Balcão 24 (B24) terminou o ano 2016 com 258 serviços em funcionamento, representando um crescimento homólogo de 4% nos serviços inicializados. O número de transacções nos B24 registou um crescimento de 7% face ao período homólogo. A taxa média de transferência das transacções encontra-se acima dos 37% (mais 3,41 p.p. face a 2015). A evolução semestral do volume de transacções – operações e consultas – realizadas no serviço B24, registou em 2016, um crescimento de 8% e 6% respectivamente, em comparação com iguais períodos de 2015.

No ano 2016, o parque de ATM do Crédito Agrícola registou um aumento de 2%, passando de 1.497 para 1.520 (valores em final de período). Esta situação permitiu reforçar a quota de mercado do Grupo CA na rede SIBS em 0,45 p.p.. No que se refere ao número de transacções em ATM do Crédito Agrícola registou-se uma subida de 6%, registando-se mais de 86 milhões de transacções.

Em 2016, o parque de TPA do Crédito Agrícola cresceu 11%, totalizando os 20.749 TPA activos. O número de transacções subiu 18% face a 2015, tendo-se registado cerca de 44 milhões de transacções.

Em termos homólogos, em 2016, verificou-se um aumento da carteira de cartões de pagamento a débito do Crédito Agrícola de 4,4% e uma redução da carteira de cartões de pagamento a crédito do Crédito Agrícola de 7,5%. Esta evolução originou um incremento da quota de mercado do Crédito Agrícola de 0,6 p.p. nos cartões de débito e uma perda de 0,3 p.p. nos cartões crédito.

No sentido de dinamizar a actividade comercial das CCAM, estabeleceram-se protocolos e parcerias comerciais e de colaboração, tendo sido concretizados acordos e realizadas iniciativas conjuntas com várias entidades privadas e institucionais, entre as quais se destacam: • ANDC - Associação Nacional Direito ao Crédito; • ENERGIE – Energia solar termodinâmica; • CPPME - Confederação Portuguesa das Micro, Pequenas e Médias Empresas; • ARAN - Associação Nacional do Ramo Automóvel; • Minha Terra - Federação Portuguesa de Associações de Desenvolvimento Local; • ACBM - Associação de Criadores de Bovinos Mertolengos; • AGROPORTAL – a porta do mundo rural; e • Telemédia – Para destaque na Loja CA para vinhos, azeites e outros produtos de Associado.

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No ano de 2016 incentivou-se o acompanhamento e dinamização de campanhas, com o objectivo de contribuir para um crescente envolvimento de todos os colaboradores com funções comerciais na comercialização de produtos estratégicos e dirigidos aos segmentos alvo.

Com a utilização das redes sociais “ facebook ” e “ instagram ” o Crédito Agrícola tem vindo a reforçar a sua presença junto de um público mais jovem, tendo atingido cerca de 90.000 fãs no facebook no final de 2016.

Decorridos 7 anos de transmissão do programa de actualidade financeira, constatámos que este patrocínio permitiu impactar mais de 1.300.000 telespectadores por ano, alavancando assim a notoriedade da marca CA.

Em 2016 o Grupo Crédito Agrícola manteve a sua política de continuidade estratégica de patrocínios a alguns desportistas, modalidades e eventos, como sejam: • Teresa Almeida, Campeã do Mundo de Bodyboard em 2014;

• Mário Patrão, Campeão Nacional de TT e da classe “Maratona” no Rali Dakar 2016, em motociclismo;

• João Ruivo, Vice-Campeão Nacional de Rali na Categoria I;

• Alcobaça Club de Ciclismo, com destaque para o Ciclista Pedro Lopes por ter alcançado o título de Campeão Nacional de Contra-relógio, na categoria de cadetes;

• 34ª Volta ao Alentejo em Bicicleta.

A longo do ano o Crédito Agrícola marcou presença em diversas feiras e eventos, entre os quais, o Salão Imobiliário de Portugal (SIL), Salão Internacional do Sector Alimentar e Bebidas (SISAB), PORTUGAL AGRO, Fruit Logistica e Fruit Attraction.

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A Realidade da CCAM de Loures, Sintra e Litoral, C.R.L. 03

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3. A REALIDADE DA CAIXA DE CRÉDITO AGRÍCOLA MÚTUO DE LOURES, SINTRA E LITORAL, C.R.L.

Grandes desafios marcaram a evolução e o desempenho do setor financeiro e, particularmente, das instituições bancárias, para os quais a Caixa procurou as melhores respostas, através da readaptação da sua estrutura funcional e organizacional a um novo paradigma bancário e às novas exigências das autoridades de supervisão, em termos prudenciais e comportamentais.

Enquanto o sector financeiro viveu grandes transformações , colocando a questão de qual banca para o futuro, o Crédito Agrícola redefiniu a sua estratégia corporativa, tendo tido como objetivo o apoio ao desenvolvimento das economias locais, com enfoque no sector primário e transformador, reforçando o desempenho comercial e ganhando a confiança dos clientes.

O Ano 2016 foi um exercício com importantes resultados tanto para o Crédito Agrícola como para a Caixa, no que concerne ao reforço da situação patrimonial da instituição.

Os resultados positivos alcançados nos dois últimos exercícios, permitiram um reforço dos Capitais Próprios e também da posição de liquidez da Caixa.

O ano de 2016 foi mais um ano de consolidação da situação financeira da Caixa. A Caixa apresenta resultados positivos de 711.165 euros, sendo o segundo ano consecutivo de lucros. No entanto verificou-se um redução da Margem Financeira de -173.762 euros e um aumento dos Custos Operacionas de 17.463 euros.

A nível do SICAM, a Caixa apresenta resultados positivos, que reflectem a pujança económica da instituição, numa conjuntura ainda dificil, verificando-se no exercício de 2016 um incremento no resultado de mais 3% em relação ao ano transacto. Esta evolução resulta de um modelo de crescimento orgânico centrado nos ganhos da actividade corrente derivados da recuperação de crédito e numa prudente gestão de risco.

A situação económica, continua ainda muito dependente da actividade creditícia, nomeadamente da recuperação de crédito, no que concerne ao impacto positivo nos resultados, através do reconhecimento da reversão de imparidades de crédito

A Caixa adotou um modelo de negócio centrado no cliente, com uma diversificação equilibrada entre segmentos de mercado, e está organizada através de um modelo de delegações com objectivos autónomos, monitorizados centralmente.

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Continuamos a demonstrar a sustentabilidade do nosso modelo de negócio, com a modernização da Caixa e o seu crescimento a beneficiarem da estratégia adotada nos últimos anos. Estamos a trabalhar para tornar a instituição mais eficiente e com um modelo de negócio crescente em termos de oferta digital. Temos vindo a rejuvenescer a nossa base de clientes, apoiar as PME e ser parceiro de referência dos empresários locais.

Fomos ambiciosos na concretização dos objectivos de 2016, reforçamos a contenção de custos, o controlo do risco e o reforço dos capitais próprios, sinónimo de uma ambição de crescimento, que permitiu o reforço da situação financeira e consequentemente o cumprimento dos rácios impostos pela autoridade de supervisão.

Em finais de 2016, a conjuntura continua ainda a apresentar desafios que extravasam em muito a esfera financeira, exigindo o reforço de compromissos e a afirmação de valores e princípios à escala global. Durante o ano 2016, a Caixa concluiu a implementação do Plano de Recuperação. Este plano teve como objectivo, para além do reforço da situação financeira, preparar a Caixa para as alterações que se têm vindo a assitir no sistema bancário, nomeadamente no perfil dos novos clientes bancários e nas alterações regulatórias que afetam o sistema financeiro. No corrente exercício verificou-se uma consolidação da atividade económica, embora de forma ténue, com impacto na melhoria das condições financeiras das famílias e das empresas. É perante um quadro desafiante e exigente, que as entidades regulamentares continuam a solicitar às instituições do setor bancário esforços acrescidos ao nível da liquidez e da constituição de almofadas de capital, previstos com a implementação de Basileia III ( Capital Requirements Directive IV – CRD IV 2013/36/UE e Capital Requirements Regulation – CRR n.º 575/2013). Em 2016 foi alcançado um nível de rendibilidade bastante apreciável, uma significativa recuperação face ao ano anterior que marca uma importante fase de melhoria gradual das condições de exploração da Caixa. Esta trajetória, beneficiando de iniciativas em curso, contribuirá positivamente para a sua solvabilidade, permitindo continuar a apoiar a economia local. Ao entrar no seu 90º ano de atividade, a história percorrida pela CCAM de Loures, Sintra e Litoral, CRL, conferiu-lhe o saber e a experiência que permitiram encontrar uma vez mais as melhores respostas a uma envolvente exigente e a uma nova etapa da sua vida histórica e económica.

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3.1. ASPETOS MAIS RELEVANTES

2014 2015 2016 BALANÇO (EUROS) (EUROS) (EUROS)

Aplicações em instituições de crédito 71.442.384 86.733.567 91.654.338

Crédito sobre clientes (bruto) 77.417.212 80.765.617 89.951.057

Recursos de clientes 150.587.702 165.828.779 171.780.180

Capitais próprios 5.629.057 6.259.480 7.064.581

Ativo líquido 158.606.774 178.546.319 191.227.527 CONTA DE EXPLORAÇÃO

Margem financeira 2.678.612 3.296.717 3.122.955

Margem complementar 1.322.613 1.866.763 1.953.958

Custos operacionais 4.369.310 4.542.178 4.559.642

Produto bancário 4.001.225 5.163.479 5.076.913

Resultado antes de imposto -2.286.050 1.633.844 964.907

Resultado líquido de impostos -2.658.837 687.977 711.166 OUTROS INDICADORES

Número de balcões 15 15 15

Número de ATM 30 33 33

Número de balcões 24 horas 9 9 9

Número de empregados 61 61 61

Plano de recuperação Em 2016 o plano de r eestruturação atingiu a sua maturidade, com concretização total dos objectivos então delineados, tendo contribuido para o reforço da atividade bancária e de apoio continuado à economia local, quer no domínio das famílias, quer no das empresas.

Estratégia delineada Em 2016, CCAM manteve a sua orientação estratégica para o pela CCAM financiamento da economia local, previligiando o setor primário e mantendo particular foco no segmento das micro e pequenas empresas (PME), especialmente as orientadas para o setor da produção no setor primário e transformação.

A CCAM continua a ser o banco das famílias, promovendo a poupança e apoiando de forma consistente as respetivas decisões de investimento.

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Evolução dos Os depósitos de clientes tiveram uma variação positiva, tendo Depósitos aumentado 3,59 % face a 2015, ascendendo a 171.780.180 euros, dos quais 69% correspondem a depósitos a prazo e de poupança. A CCAM mantém-se como uma das Caixas do Sicam com maior volume de depósitos.

Contributo dos A CCAM em linha com o SICAM, apresenta uma estrutura de depósitos de 100% financiamento de grande robustez (única no sistema financeiro para o total do nacional) com uma contribuição do retalho de cerca de 52% do financiamento total dos recursos, dos quais 100% correspondem a depósitos de clientes (DO, DP e poupança).

Reforço do O resultado líquido registou um aumento de 3,37% face a 2015, Resultado líquido com origem na recuperação de crédito, que em termos líquidos ascendeu -1.308.760 euros de provisões líquidas de reversões e anulações. A elevada maturidade dos processos judiciais, com consequente resolução de créditos vencidos, tem impactado positivamente os resultados da Caixa, no que concerne à anulação de provisões já constituídas.

Continuação da As provisões e imparidades do exercício, continuaram a reduzir- redução dos custos se , quer ao nível do crédito, quer dos outros ativos, atingindo de provisões e em Dezembro de 2016, em termos líquidos -447.635,93 euros imparidades do que no final do período homólodo do ano anterior.

Política de A CCAM prosseguiu a sua política de racionalização e aumento racionalização e da eficiência operativa. aumento da Incluíndo fatores de natureza extraordinária, decorrentes da eficiência operativa reestruturação, a CCAM registou em Dezembro de 2016 um aumento de custos com pessoal de 1,57%, comparativamente ao período homologo do ano anterior A CCAM registou um resultado líquido de 711.165,74 euros em Dezembro de 2016, face a 687.977.33 euros em período homólogo de 2015.

Reforço em linhas A participação crescente da CCAM no segmento das micro de crédito a empresas verifica-se com particular destaque no segmento das empresas com maior PME do setor primário, com maior potencial de crescimento e de potencial contributo para o tecido empresarial local.

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3.2. APRESENTAÇÃO DA CCAM

3.2.1 ESTRUTURA DE CAPITAL

O capital da CCAM é detido a 100% pelos cooperadores. Em 31 de Dezembro de 2016 o capital social totalizava 9.553.955 euros.

3.2.2 MARCOS HISTÓRICOS

1927 FUNDAÇÃO DA CAIXA - No dia 3 de Janeiro de 1927, na sede dos Bombeiros Voluntários de foi criada a “Caixa de Crédito Agrícola Mutuo de Camarate e aprovados os seus estatutos”, em conformidade com o regulamento do crédito e das instituições sociais agrícolas, aprovado pelo decreto nº 5219 de 08 de Janeiro de 1919.

No dia 27 de Janeiro de 1927, foi publicado na II Série – Número 22 do Diário do Governo, pelo Ministério da Agricultura a declaração de aprovação dos estatutos da Caixa, com sede na de Camarate, concelho de Loures.

1983 DELEGAÇÃO DE LOURES - No dia 5 de Dezembro de 1983, a Caixa de Crédito Agrícola mútuo de Camarate,C.R.S.I. abriu uma delegação na Av. Dr.António de Carvalho Figueiredo, em Loures.

1987 ALTERAÇÃO DE DENOMINAÇÃO , MUDANÇA DA SEDE - No dia 9 de Outubro de 1987, foi lavrada escritura, no cartório notarial de Loures, com a alteração: da denominação da Caixa, para Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Loures, C.R.I. e mudança da sede para a Avenida dos Combatentes da Grande Guerra 8 A , em Loures.

DELEGAÇÃO DE CAMARATE - Na mesma data a sede no Largo Eng.Bandeira Vaz, 5 – 1º em Camarate, passou a ser delegação da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Loures, C.R.I.

NOVO EDIFICIO SEDE – No dia 19 de Dezembro de 1987 a Caixa mudou os Serviços da sede para a Av.dos Combatentes da Grande Guerra, 8 A, em Loures, ficando a funcionar no R/C.

1988 DELEGAÇÃO DE SINTRA – No dia 14 de Outubro de 1988 foi aberto o balcão de Sintra.

1989 DELEGAÇÃO DE LOUSA – No dia 26 de Junho de 1989 foi aberto o balcão de Lousa.

1990 DELEGAÇÃO DE ALMARGEM DO BISPO – No dia 20 de Abril de 1990 foi aberto o balcão de Almargem do Bispo.

1991 DELEGAÇÃO DE S. JOÃO DAS LAMPAS – No dia 22 de Julho de 1991 foi aberto o balcão de S.João das Lampas.

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1993 DELEGAÇÃO DE CANEÇAS – No dia 13 de Dezembro de 1993 foi aberto o balcão de Caneças.

1994 DELEGAÇÃO DE – No dia 07 de Outubro de 1994 foi aberto o balcão de Bucelas.

1995 DELEGAÇÃO DE MALVEIRA DA SERRA – No dia 03 de Janeiro de 1995 foi aberto o balcão de Malveira da Serra.

2001 DELEGAÇÃO DE CATUJAL – No dia 04 de Junho de 2001 foi aberto o balcão do Catujal.

DELEGAÇÃO DE FANHÕES – No dia 03 de Setembro de 2001 foi aberto o balcão do Fanhões.

ALARGAMENTO ATIVIDADE - Por ofício datado de 28 de Maio de 2001, o Banco de Portugal autorizou a Caixa a realizar operações de crédito com não associados e não agrícolas de acordo com o então fixado pelo nº 6 do aviso nº 6/99.

2002 DELEGAÇÃO DE FANQUEIRO – No dia 30 de Outubro de 2002 foi aberto o balcão do Fanqueiro.

2005 DELEGAÇÃO DE FAMÕES – No dia 14 de Fevereiro de 2005 foi aberto o balcão do Famões.

2007 DELEGAÇÃO DE CASAL S.BRÁS – No dia 03 de Agosto de 2007 foi aberto o balcão do Casal S.Brás.

FUSÃO DE CAIXAS - No dia 19 de Setembro de 2007, por escritura pública, foi realizada a fusão por incorporação, entre a Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Loures, C.R.L. (Caixa incorporante) e a Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Sintra e Litoral, C.R.L. (Caixa incorporada), passando a Caixa incorporante a designar-se: Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Loures, Sintra e Litoral, C.R.L.

DELEGAÇÃO DE BOBADELA – No dia 20 de Outubro 2007 foi aberto o balcão de Bobadela.

2009 DELEGAÇÃO DE OEIRAS – No dia 24 de Novembro 2009 foi aberto o balcão de Oeiras.

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3.2.3. REDE DE DISTRIBUIÇÃO

BALCÕES

Até 19 de Setembro de 2007, a rede de balcões que a Caixa de Loures possuía era de dez, sendo sete no concelho de Loures, dois no concelho de e um no concelho da . Nessa data foi feita a fusão entre a Caixa de Loures e a Caixa de Sintra e Litoral, passando a Caixa a deter catorze balcões e abrangendo uma área de actuação correspondente a cinco concelhos.

DISTRIBUIÇÃO DE BALCÕES ; 1 Loures; 7 Sintra; 3

Loures Odivelas Oeiras; 1 Amadora Oeiras Amadora; 1 Sintra Cascais Odivelas; 2

Com a abertura do balcão de Oeiras, em Novembro de 2009, a CCAM ficou com uma rede de quinze balcões, inseridos em seis concelhos, ficando a sua área de actuação a nível de concelhos, totalmente representada, alcançando-se um primeiro objectivo, que era o de ter presença em todos os concelhos da área social da CCAM.

Em 2016 foi decidido proceder à relocalização de duas delegações, nomeadamente: Delegação de Famões , que será transferida para a cidade de Odivelas, estando a decorrer obras de adaptação para o novo balção, cuja abertura está programada para Fevereiro de 2017, e a Delegação de Fanhões , que será transferida para outro imóvel na mesma localidade, estando em fase de aprovação o projecto de remodelação do imovel onde funcionou o quartel dos Bombeiros de Fanhões. Ambas as transferências são por motivos de espaço mais previligiado e de maior dimensão.

Continuamos a privilegiar uma política de reforço dos negócios de todos os balcões e principalmente dos que ainda são deficitários em termos económicos, como forma de viabilização dos mesmos, evitando qualquer decisão de encerramento, que causa sempre transtorno, principalmente aos colaboradores.

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ATM

A rede de distribuição da Caixa em 2016 , para além dos balções, era composta por trinta e três ATM, sendo quinze internas e dezoito externas, efetuando assim uma cobertura da região onde a CCAM está inserida e simultaneamente prestando um serviço às populações mais afastadas dos centros urbanos.

BALCÃO 24 HORAS

A Caixa dispõe de nove equipamentos “Balcão 24”, distribuídos por nove agências, os quais fazem parte da rede de distribuição e dispõem de um serviço completo ao cliente, permitindo o atendimento nas vinte e quatro horas.

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3.2.4. RECURSOS HUMANOS

No que respeita aos recursos humanos, a Caixa prosseguiu com as linhas orientadoras dos últimos anos, dando continuidade ao apoio prestado às áreas de negócio, no reconhecimento do mérito, na gestão de potencial, no desenvolvimento de competências, na implementação de boas práticas de não discriminação e de responsabilidade social, na defesa de elevados padrões éticos e de valores de confiança, e no equilíbrio e harmonia entre a vida pessoal e profissional dos seus empregados.

Os recursos humanos na caixa são sessenta e quatro colaboradores, concretamente: sessenta no quadro ativo, dois com licença sem vencimento, um em pré-reforma e um com contrato em regime de avença para a área jurídica.

Durante o exercício de 2016, verificou-se a saída de três colaboradores da área comercial, um a titulo definitivo e dois em regime de licença sem vencimento e foram admitidos dois em sua substituição. Esta politica restritiva teve como objetico um controlo rigoroso dos custos operacionais

Do total de empregados 92% possui contrato sem termo, e 8% contrato a termo certo, refletindo a estabilidade em termos de tipo de contrato.

Em termos de progressão na carreira, os procedimentos são baseados exclusivamente nas avaliações do desempenho e de perfil de competências evidenciados, cuja análise é realizada de acordo com critérios de mérito e de competência definidas internamente.

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Formação A formação nas novas tecnologias digitais representa uma enorme oportunidade de transformação e a Caixa está a preparar-se para responder aos novos desafios de relacionamento digital, tirando partido dos investimentos que o GCA realizou nos sistemas de informação e das capacidades que as novas tecnologias trazem. O SICAM está bem posicionado nos indicadores de utilização e adopção de canais digitais e em 2016 foi mantido e reforçado o investimento em todas as dimensões de suporte à Banca Digital. A política de formação adotada em 2016, assentou na selectividade de programas de formação, que tiveram como objetivo a aquisição e aplicação de competências e ferramentas adequadas aos novos desafios do negócio, gestão do risco e controlo interno.

Recrutamento e Gestão de Competências A Caixa manteve uma política de orientação para a valorização dos recursos humanos. O investimento no desenvolvimento de carreira dos seus colaboradores, foi uma preocupação constante, que se traduziu na criação de oportunidades de evolução profissional, através de processos de mobilidade interna, que permitiram o desenvolvimento de competências e a concretização de expectativas.

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Estratégia e Área de Negócio 04

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4. ESTRATÉGIA E ÁREA DE NEGÓCIO

4.1 – Objetivos Estratégicos

O ano de 2016, embora com recuperações nos indicadores macroeconómicos ao nível do desemprego e do endividamento, ainda acarretou desafios significativos para o setor bancário português. A manutenção de níveis mínimos históricos das taxas de juro, devido à politica expansionista do Banco Central Europeu, impactou significativamente a margem financeira das instituições financeiras. Aos desafios macroeconómicos adicionaram-se os desafios da regulação, com um incremento dos rácios de capital no seguimento da Capital Requirements Directive IV (CRD IV), que condicionaram o investimento em ativos de maior consumo de capital como o crédito às empresas, com impacto na canalização de crédito à economia.

A premência de resposta às necessidades dos operadores económicos nacionais mediante a manutenção dos centros de decisão em Portugal deve constituir um designio estratégico, porque o afastamento desses centros de decisão da realidade local reflete-se já hoje na Economia Portuguesa, no que se refere às decisões de afetação de recursos captados no mercado doméstico, a disponibilidade de crédito e ao apoio à recuperação das empresas portuguesas. A Caixa, entidade que sempre foi detida por capitais privados portugueses, tem prosseguido uma estratégia de defesa do interesse do GCA no apoio às economias locais por via da proximidade. No exercício findo prosseguiu-se a missão de servir as familias, empresas e instituições locais, ao mesmo tempo que se manteve a adequação às crescentes exigências sobre o sistema financeiro.

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Neste contexto de desafios e de oportunidades, a Caixa prosseguiu o seu caminho de robustecimento, com mudanças relevantes ao nível do governo interno, nos quais se destaca a especialização do orgão de gestão, efetivada através da eleição dos novos orgãos sociais. A liquidez constituiu um objetivo primordial em 2016, com a entrada em vigor do novo rácio regulatorio de cobertura de liquidez (LCR – Liquidity Coverage Ratio ), tendo a Caixa desenvolvido diversas iniciativas para superar os minímos estabelecidos pelo regulador, nomeadamente por via da gestão criteriosa do gap comercial e dos ativos liquidos. Foram também desenvolvidas iniciativas importantes para a melhoria da qualidade dos ativos, por via da redução do crédito vencido, bem como da desalavancagem dos ativos não correntes detidos para venda. Estas iniciativas, entre outras, concorreram para a diminuição dos ativos ponderados pelo risco, permitindo reforçar os rácios de capital. Finalmente, foram estabelecidos critérios rigorosos para a selecção dos segmentos de crédito a trabalhar, o que permitiu diminuir o custo do risco de crédito para os patamares do setor, contribuindo para um balanço mais robusto. A estratégia delineada nos ultimos anos, consolidou o negócio da Caixa, nomedamente no apoio às famílias, aos associados, e às necessidades financeiras das PME locais , através de um servico competitivo, eficiente e de confiança. A Caixa prosseguiu o seu modelo de gestão personalizado, assente na tradicão, solidariedade e solidez com que foi construído e que sempre o definiram nos seus 90 anos de historia.

As Linhas de Orientacão Estratégica, que contribuiram para a obtenção das metas definidas e para o reforço da situação financeira da instituição, foram as seguintes:

1. Reforçar o Produto Bancário;

2. Redimensionar a plataforma operacional e melhorar a eficiência;

3. Reforçar a Gestão do Risco;

4. Incrementar a Recuperação e Gestão da Liquidez;

5. Rentabilizar e diversificar a actividade;

6. Racionalização do Balanço/Alienação ativos não core;

7. Reforçar os Rácios de Capital

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4.2 – Resultados

A política de maximização de resultados prosseguiu com uma forte aposta no desenvolvimento e modernização das empresas do sector agrícola e agro-industrial, reforçando a posição da Caixa, como Banco tradicional no apoio ao sector primário. O incremento da carteira de crédito, contribuiu para a maximização dos resultados, dispondo a Caixa de várias soluções de apoio ao investimento, especialmente estruturadas para as necessidades do sector. Em 2016 a Caixa assumiu uma política de apoio à inovação e ao empreendedorismo, focada em ofertas especialmente dirigidas a empresas inovadoras e no apoio a investimentos diferenciados, com capacidade de forte expansão comercial. O objectivo foi contribuir para um tecido empresarial forte, a nível local, com perspectivas de continuidade, que permita à Caixa criar um estrutura de clientes com potencial futuro, e com forte fidelização à instituição. Foram dinamizadas as linhas de crédito protocoladas pelo SICAM, nomeadamente a linha PRODER, soluções conjuntas com a AGROGARANTE. No apoio à tesouraria, a Caixa adotou soluções como a Linha IFAP Curto Prazo, destinada a financiar campanhas agrícolas, e o Protocolo CA / CONFAGRI, que enquadra o adiantamento de subsídios à exploração concedidos pelo IFAP (ajudas directas). A Caixa continuou a reforçar sustentadamente o seu posicionamento no sector agrícola e agro-industrial, assumindo uma posição de liderança. A CCAM continuou a melhorar a capacidade da rede comercial, principalmente considerando a rede de clientes que detém, e os elevados padrões de satisfação de clientes e qualidade do serviço prestado.

4.2.1. Resultados

Os resultados da Caixa foram beneficiados pela forte reposição de provisões para credito vencido, e pela redução acentuada nos juros e encargos similares, com o consequente impacto no resultado líquido, que ascendeu no final do exercício de 2016 a 711.165 euros contra 687.977 euros no ano anterior. A Caixa tem vindo a estabelecer uma política de pricing , quer das operações passivas, quer das ativas, mais adequada à presente conjuntura e aos objetivos estabelecidos em matéria de custos e proveitos, politica esta naturalmente ajustada ao perfil de risco do cliente. O resultado líquido de 2016, teve um ligeiro reforço em relação ao exercício de 2015, que em termos absolutos significa um aumento de 23.188 euros.

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Embora com redução na Margem Financeira, a redução de juros e encargos similares e das provisões para crédito foram os grandes contributos, para a melhoria do resultado, tendo tido como suporte a politica adotada em termos de gestão das taxas das operações passivas e a eficiência na recuperação de crédito com a consequente reposição de provisões. Registando-se nesta vertente uma melhoria acentuada do efeito de repricing das operações ativas e passivas, que foi suficiente para reverter a insuficiência da Margem Financeira que, em exercícios anteriores, e em conjunto com a Margem Complementar não cobriu os Custos Operacionais.

PERIODOS VARIAÇÕES RESULTADOS 2015 2016 ABSOL. RELAT. Juros e Rendimentos Similares 4.507.882 3.580.724 -927.158 -21% Juros e Encargos Similares 1.211.165 457.769 -753.395 -62% MARGEM FINANCEIRA 3.296.717 3.122.955 173.762 5% Rendimentos de instrumentos de capital 629 638 9 1% Serviços Bancários Líquidos 1.763.131 1.946.301 183.169 10% Resultados de Reavaliação Cambial 2.687 914 -1.773 -66% Resultados de Alienação de Outros Activos 23.900 71.072 47.172 197% Outros Resultados de Exploração 76.416 -64.966 -141.382 -185% PRODUTO BANCÁRIO 5.163.479 5.076.913 86.567 2% Gastos com Pessoal 2.413.741 2.451.718 37.977 2% Gastos Gerais Administrativos 1.894.061 1.889.700 -4.360 0% Dotações para Amortizações 234.376 218.223 -16.153 -7% CUSTOS OPERACIONAIS 4.542.178 4.559.642 17.463 0% RESULTADO OPERACIONAL 621.301 517.271 104.030 17% Dotações para Provisões -1.186.762 -1.203.773 -17.011 1% Imparidade 174.219 756.137 581.918 334% RESULTADO ANTES DE IMPOSTO 1.633.844 964.907 668.937 41% Impostos Correntes 44.278 17.204 -27.074 -61% Impostos Diferidos 901.589 236.538 -665.052 -74% RESULTADO DO EXERCÍCIO 687.977 711.166 23.188 3%

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4.2.2. Margem Financeira

Em termos de períodos homólogos, verifica-se uma quebra na Margem Financeira no montante de 173.762 euros em termos absolutos, tendo contribuído na proporção de 100% para este resultado, a redução acentuada que se verificou nos Juros e Rendimentos Similares no montante de 927.158 euros.

O contributo da rúbrica de Juros e Rendimentos Similares, foi negativo, representou -100% na diminuição da Margem Financeira, o que em termos absolutos corresponde a -173.762 euros, sendo resultado desta evolução o decréscimo verificado nas contas 7903 – Juros de Aplicações em IC (-685.519 euros) e 7904 - Juros de Crédito a Clientes (-40.388 euros).

Os juros de crédito a clientes, continuam aquém do desejado, tendo-se verificado uma redução em termos absolutos comparativamente ao período homólogo do ano transato, no montante de -40.388 euros euros, o que denota a fragilidade, no preçário adotado nas novas operações.

Nas operações passivas , verifica-se resultados bastante animadores, em consequência da redução aplicada no precário dos recursos de clientes, situação alavancada e decorrente da adoção de uma política bastante agressiva de taxas de juro, aplicada pelo BCE, tendo como objetivo de reduzir o custo de funding dos bancos e simultaneamente fornecer à economia liquidez a preços baixos.

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4.2.3. Produto Bancário

O produto bancário ascendeu a 5.076.913 euros, contra 5.163.479 euros verificado no ano anterior, o que em termos absolutos representa uma diminuição de 86.567 euros, denotando-se uma quebra na Margem Financeira minimizada pelo incremento na Margem Complementar, em resultado de uma gestão eficiente na definição das taxas de juro das operações passivas, na recuperação de crédito vencido e na gestão da venda de imóveis de recuperação de crédito.

O saldo líquido das comissões de serviços bancários continua a ter um desempenho significativo, representando em termos relativos um peso de 38% no produto bancário, contra 34% em período homólogo do exercício anterior. Esta variação positiva deve-se sobretudo ao incremento significativo das comissões que foi de 10%, ao contrário do produto bancário que teve uma quebra de 2%.

As comissões líquidas totalizaram 1.946.301 euros, valor superior ao observado no exercício de 2015, no montante de 183.169 euros.

Por tipo de comissões, refiram-se os provenientes de meios de pagamentos (629.481 euros, +14,2%), de colocação e comercialização (511.787 euros, -1,6%), de operações de crédito (321.550 euros, +18,9%), de gestão DO (184.266 euros, +7,3%), de cheques (113.965euros, - 1,2%) e de comissões de mora/contencioso (65.883euros, -8,6%).

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Este agregado foi beneficiado pelos ganhos verificados na alienação de imóveis e prejudicado na recuperação de crédito, nomeadamente nos “Resultados de Alienação de Outros Ativos” cujo valor foi de 71.072 euros contra 23.900 euros no exercício de 2015, e nos “Outros Resultado de Exploração” que ascendeu a -64.966 euros contra 76.416 euros em 2015.

4.2.4. Custos Operacionais

O aumento nos Custos de Funcionamento deve-se ao incremento na rúbrica de Gastos com Pessoal, que em termos absolutos representam um aumento de 37.977 euros, comparativamente ao exercício de 2015. Este agregado em termos absolutos ascendeu a 4.559.642 euros, tendo tido um agravamento em relação exercício de 2015, em termos relativos de 0,4%.

O aumento do rácio cost-to-income de 87,97% em 2015 para 89,81% em 2016, ficou a dever- se, à diminuição do produto bancário de -86.567 euros em termos absolutos e -2% em termos relativos, e pelo agravamento nos Custos de Funcionamento no montante absoluto de 17.463 euros e 0, 4% em termos relativos. O agravamento verificado nos Custos de Funcionamento, representou um impacto negativo no rácio de eficiência em 0,34%, o que significa que existe espaço para melhoria deste rácio.

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4.2.5 RESULTADO OPERACIONAL ( RESULTADO BRUTO DE EXPLORAÇÃO)

O Resultado Bruto de Exploração situou-se em 517.271 euros, inferior em 104.030 euros ao alcançado em 2015, no mesmo período homólogo. Esta evolução negativa do resultado, deve-se ao menor desempenho da Função Financeira, que alcançou um patamar inferior a 2015, através da redução acentuada na rúbrica de Juros e Rendimentos Similares, nomeadamente no menor contributo gerado pelo quebra nos proveitos relacionados com Juros de Crédito Vencido.

4.2.6. RESULTADO ANTES DE IMPOSTO

As Provisões e Imparidades na sua globalidade, continuaram a apresentar uma redução , em termos líquidos, quer ao nível do crédito, quer nos outros ativos, representado em termos absolutos uma diminuição de -447.636 euros.

A Imparidade e provisões do Crédito, líquida de reversões, atingiu -1.203.773 euros, face a - 1.186.762 euros no ano anterior, e as provisões e imparidades de outros ativos diminuíram para 756.137 euros, face a 174.219 euros no ano de 2015.

O Resultado Antes de Imposto situou-se em 964.907 euros, inferior ao resultado de 2015 em -668.937 euros.

4.2.7. RESULTADO LÍQUIDO

Os Impostos sobre os lucros (IC + ID) totalizam 253.741 euros, correspondendo 17.204 euros a Impostos Correntes e 236.538 euros a Impostos Diferidos.

Os Impostos Correntes e os Impostos Diferidos tiveram diminuições de respetivamente - 27.074 euros e -665.052 euros, ambos em relação ao ano anterior.

A recuperação de crédito hipotecário, foi responsável pela anulação de impostos diferidos, no montante de 55.369 euros, enquanto que o incumprimento do crédito implicou um ajustamento dos ID em 291.907 euros.

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Os resultados negativos apresentados em exercícios anteriores, conduziram ao apuramento de prejuízos fiscais, que na proporção da sua dedutibilidade, minimizaram o montante da estimativa de IRC apurada no exercício de 2016, com impacto positivo no resultado líquido.

Após soma algébrica dos Impostos sobre os lucros ao Resultado antes de imposto, o Resultado líquido de 2016, foi de 711.165,74 euros, que comparativamente ao do exercício de 2015, teve uma diminuição em termos absolutos de 23.181,41 euros e em termos relativos de 3,37%.

Esta quebra do resultado líquido, foi originada em grande parte pelo impacto negativo nas contas da CCAM, resultante da recuperação de crédito, concretamente, diminuição das rúbricas de juros de crédito vencido (contas 7905 + 8482) no montante global de -275.529, pela diminuição da rúbrica de aplicações em instituições de crédito (conta 7903) no montante -685.519 euros e pela diminuição das rúbricas de provisões para crédito e imparidades, que em termos líquidos foi de -668.937 euros.

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4.3. Balanço

O Activo Bruto da Caixa totalizou 210.898.626 euros no final de 2016, valor superior ao do final do ano anterior em 11.238.996 euros, verificando-se um incremento, que se justificou principalmente, pela variação positiva nas rúbricas de Aplicações em IC e Crédito Concedido no montante de 14.106.211 euros e pela variação negativa na rúbrica de ANCDV no montante de -5.284.926 euros.

ACTIVIDADE ANOS VARIAÇÕES 2016 2015 ABSOLUTAS RELA- ORIGEM APLIC. TIVAS VALOR VALOR APLICAÇÕES E RECURSOS FUNDOS FUNDOS % 1.ACTIVO BRUTO 210.898.626 199.659.630 5.522.142 16.761.138 6% Disponibilidades 1.874.014 1.254.505 619.509 49% Disponibilidades em OIC 3.799.521 1.912.833 1.886.689 99% Activos Financeiros Detidos P/Negociação Activos Financeiros Disponiveis P/Venda 244.796 244.289 507 0% Aplicações em Instituições de Crédito 91.654.338 86.733.567 4.920.772 6% Crédito Concedido 90.098.599 80.765.617 9.332.982 12% Activos não Correntes Detidos P/Venda 5.253.454 10.538.380 5.284.926 -50% Outros Activos Tangíveis 8.733.843 8.711.526 22.317 0% Activos Intangíveis 399.115 399.115 0% Investimentos em Filiais, Associadas 4.209.862 4.209.862 0% Activos por Impostos Correntes 8.826 8.826 Activos por Impostos Diferidos 1.428.035 1.665.252 237.216 -14% Outros Activos 3.194.221 3.224.684 -30.463 -1% 2.PASSIVO 184.162.946 172.286.838 11.945.794 69.686 7% Passivos Financeiros Detidos P/Negociação Recursos de OIC 10.219.723 4.330.317 5.889.406 Recursos de Clientes e Outros Empréstimos 171.780.180 165.828.779 5.951.401 4% Provisões 899.972 794.984 104.988 13% Passivos por Impostos Correntes 14.553 14.553 Passivos por Impostos Diferidos 22.111 22.790 679 -3% Outros Passivos 1.240.961 1.295.415 54.454 -4% 3.REGULARIZAÇÃO DO ACTIVO 19.671.099 21.113.311 1.442.212 -7% 4.REC. PRÓPRIOS E EQUIPARADOS 7.064.581 6.259.480 858.901 53.800 13% Capital 9.553.955 9.392.770 161.185 2% Reservas de Reavaliação 358.941 412.741 53.800 -13% Outras Reservas e Resultados Transitados -3.559.480 -4.234.008 674.528 -16% Resultados do Exercício 711.166 687.977 23.188 3% PASSIVO+REG.ACTIVO+R.PROP.EQ. 210.898.626 199.659.630 6% TOTAL 18.326.837 18.326.837

As Origens de Recursos, totalizaram 18.326.837 euros no seu conjunto, tendo como principais rubricas: ANCDV com 5.284.926 euros, Recursos de OIC com 5.889.406 euros, Recursos de Clientes e Outros empréstimos com 5.951.401 euros, e Outras Reservas e Resultados Transitados com 674.528 euros. As Aplicações de Recursos têm como grandes rubricas: Disponibilidades com 619.509 euros, Disponibilidades em OIC com 1.886.689 euros, Aplicações em Instituições de Crédito com 4.920.772 euros e Crédito Concedido com 9.332.982 euros.

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O ativo líquido da Caixa totalizou 191.227.527 euros no final de 2016, o que representou um incremento de 12.681.208 euros face ao valor registado no ano anterior, traduzindo o efeito de proatividade comercial na captação de poupança, coadjuvada com o impacto da politica monetária expansiva adotada pelo BCE, em termos de fornecimento massivo de liquidez à economia, através do setor bancário.

Assim assistiu-se às seguintes variações positivas entre exercícios: na rubrica de caixa e disponibilidades em bancos centrais 619.509 euros, disponibilidades em OIC 1.886.679 euros, aplicações em instituições de crédito 4.920.772 euros, crédito a clientes 9.332.982 euros, e outros ativos 117.079 euros., sendo estas as rubricas mais significativas e com maior impacto no ativo da Caixa.

No tocante ao passivo, denota-se um incremento de 11.876.108 euros na sua globalidade, tendo contribuído em grande parte o aumento das rúbricas: recursos de OIC com 5.889.406 euros e recursos de clientes e outros empréstimos com 5.951.401 euros. A variação nestas rúbricas é justificada, na sua quase totalidade, pela expansão da carteira de recursos de clientes, nomeadamente de clientes institucionais.

O Rácio de Transformação medido pelo crédito relativamente aos depósitos de clientes situou-se em 53,30%, que compara com o rácio de 49,61 % registado no ano anterior, situando-se muito aquém dos valores fixados para 2016 no âmbito do plano de recuperação económica e financeira e abaixo do limiar razoável para obter o equilíbrio económico da Caixa (80%). Os capitais próprios da Caixa totalizaram 7.064.581 euros em 2016, valor superior em 805.101 euros ao observado em 2015, cuja variação é justificada quase na sua totalidade pelo resultado líquido do exercício de 2016.

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O Rácio de Solvabilidade em base TOTAL da CCAM incluindo o resultado líquido de 2016 é de 8,50% contra 7,40% no final do ano anterior, verificando-se uma variação positiva de 1,1 P.P. O Rácio Common equity Tier 1 é de 8%, contra 6,7% verificado no final do ano de 2015, sendo este o terceiro exercício com este novo formato, respeitando o imposto pela EBA. No entanto temos caminhar para valores próximos dos apresentados pelas principais IC europeias e pelo GCA.

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Os mínimos dos rácios de capital, em termos legais são os seguintes: CET1 7%, T1 6%, total 8% (Legislação: art.2º (b) e art.3º do Av.6/2013 e art.92º (c) Regulamento 575/2013). Contudo o Banco de Portugal através de carta definiu orientações mais conservadoras sobre os rácios mínimos de fundos próprios, especialmente a serem cumpridos ao nível consolidado: 8% CET1, 9,5% T1, fundos próprios totais 11,5%. A Caixa percorreu o ano de 2016 dotada de condições que permitiram enfrentar os desafios colocados, no entanto iremos continuar a aperfeiçoar o modelo de organização e gestão, que permita um maior contributo para inverter a tendência conjuntural, para isso continuaremos a praticar uma politica de contenção/racionalização dos custos de funcionamento por forma a consolidar a redução verificada em 2016, nos custos de funcionamento. Paralelamente continuaremos a aprofundar a dinamização da actividade comercial, através de operações financeiras que se traduzam num reforço efetivo da margem, para que a estrutura de funcionamento se torne viável e o rácio de eficiência se aproxime dos valores fixados.

As metas para 2016 foram alcançadas, através do desempenho obtido na conversão dos ativos que nos estão a penalizar, em ativos geradores de proveitos, concretamente o crédito vencido e os imóveis não correntes para venda e paralelamente numa gestão muito rígida da Margem Financeira e Margem Complementar, onde o crescimento do negócio pela rentabilidade foi uma realidade. Hoje, como no primeiro dia, o sucesso da Caixa assenta num trabalho rigoroso, empenhado e eficiente de todos aqueles que, dando o melhor de si, personificam o projeto de criação de valor e tornam a instituição mais dinâmica e com melhor serviço prestado ao cliente.

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INDICADORES DE ACTIVIDADE

No exercício de 2016 o volume de negócios incrementou em 15.652.610 euros, o que representa uma variação positiva em termos relativos de 6%, comparativamente ao ano de 2015.

O volume de negócios é o resultado do somatório do crédito concedido no montante de 90.097.478 euros e dos depósitos no montante de 171.674.588 euros, com um aumento de 12% para a primeira rúbrica e 4% para a segunda.

O rácio de transformação credito/depósitos, no corrente exercício foi de 53,30%, contra 49,61% no ano anterior, em resultado do incremento do volume de crédito, tendo esta rúbrica contribuído positivamente para o valor deste índice.

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4.3.1. CRÉDITO CONCEDIDO

No exercício de 2016 o crédito concedido bruto teve uma evolução positiva, situando-se em valores normais para uma conjuntura bastante adversa. Esta situação de crescimento da carteira de crédito, face ao ano anterior, resultou de uma politica de expansão assente em critérios de competitividade, nomeadamente ao nível das taxas de juro praticadas.

VALORES (EUROS) VARIAÇÕES CRÉDITO CONCEDIDO 2016 2015 Absolutas Relativas Empresas 28.830.768 24.245.154 4.585.614 19% Particulares 47.858.922 41.494.963 6.363.959 15% Outros 8.508 20.647 -12.139 -59% SUBTOTAL 14 76.698.198 65.760.764 10.937.434 17% Crédito Vencido 15-157 13.400.400 14.926.692 -1.526.292 -10% TOTAL 14+15157 90.098.598 80.687.457 9.411.142 12% Provisões Cob.Duvidosa e Crédito Vencido* 370 13.679.028 15.074.347 -1.395.319 -9% CRÉDITO LÍQUIDO 76.419.570 65.613.110 10.806.461 16%

Os principais destinatários do crédito foram os particulares, segmento que absorveu parte significativa do total de crédito concedido, sobretudo em crédito à habitação, que totalizou 30.552.392 euros contra 27.416.750 euros no ano anterior, o que em termos relativos representa 33,91% da globalidade da carteira de crédito, contra 33.95% no ano de 2015.

Na estrutura do balanço, o rácio de transformação de depósitos em crédito fixou-se em 53,30%, contra 49,61% em 2015, cumprindo os limites estabelecidos para o SICAM, no entanto apresenta índices muito reduzidos para a necessidade que a CCAM tem, em termos de reforço da Margem Financeira.

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4.3.2. CRÉDITO VENCIDO

O crédito vencido bruto + 90 dias, em 2016, representa 14,96% do crédito total, contra 18,57% no exercício anterior, tendo-se verificado um desagravamento, no entanto situa-se acima do Rácio Normativo que é de 5%.

O grau de provisionamento no corrente exercício é equivalente a uma taxa de cobertura de 98,12% do crédito vencido total, contra 95,38% no ano anterior, denotando-se um reforço e um elevado grau de cobertura do crédito vencido.

O crédito concedido encontra-se coberto por garantias reais em 84,14 % da sua globalidade, estando os processos judiciais em curso também, em grande parte, suportados por garantias reais, o que permite antever reembolso significativo dos valores em dívida e consequente recuperação das correspondentes provisões constituídas.

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O Rácio de Crédito Vencido líquido situou-se em 0,34% no corrente exercício, contra 1,07% no ano anterior, denotando-se um esforço de provisionamento, de acordo com o estabelecido legalmente e o grau de cobertura do crédito situou-se em 98,12%, contra 95,38% no exercício de 2015.

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4.3.3. CAPTAÇÃO DE RECURSOS

Quanto aos recursos de clientes, o volume captado pela rede de balcões da Caixa de Loures, Sintra e Litoral totalizou 171.674.588 euros, sendo superior ao do exercício de 2015 em 6.242.589 euros, o que em termos relativos significa uma variação positiva de 4%.

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4.4. ÁREA SOCIAL

Durante o ano de 2016 foram processadas duzentas e quarenta e cinco admissões de sócios e efectuadas trinta e seis demissões, perfazendo um total de 3.867 associados, número superior ao do ano anterior em duzentos e oito sócios, confirmando a estratégia definida para o corrente exercício, que contempla um reforço efetivo dos capitais próprios.

A última revisão do regime jurídico do CAM, tornou mais flexível a entrada de novos associados, tendo-se verificado um reforço efetivo no número de sócios durante o ano corrente, na sequência do incremento da actividade creditícia, situação que se consolidou em alinhamento com o plano de recuperação.

A participação dos associados na vida da instituição, bem como uma diferenciação no preçário foi a estratégia para a inversão da tendência de redução gradual do número de sócios ativos, verificada em anos anteriores, que associada a uma dinamização da actividade económica permitiu alavancar o capital social da Caixa no corrente ano e reforçar simultaneamente os rácios de capital .

Também a possibilidade de distribuição de resultados pelos associados, contemplada no art.º. 34º dos estatutos, foi outra forma ao alcance das áreas comerciais da Caixa, para transmitir aos nossos clientes a vantagem de ser associado.

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4.5. INDICADORES

4.5.1. Rácios

4.5.1.1 – Rácios Normativos da Caixa Central

Variação RÁCIOS NORMATIVOS Orientação 31-12-2013 31-12-2014 31-12-2015 31-12-2016 Homóloga % Crédito Vencido Líquido/Crédito Total Líquido ≤ 3% 3,20% 1,79% 1,07% 0,34% -68,22%

Crédito Vencido Bruto há + 90 dias/Crédito Total ≤ 5% 21,61% 21,99% 18,57% 14,96% -19,44%

Rácio de Eficiência < 60% 102,07% 109,20% 87,97% 89,81% 2,09%

Produtividade: 2.803.475 € 2.688.250 € > € 3.000.000 2.975.772 € 3.134.877 € 5,35%  Activo Líquido/Nº Empregados 

 Produto Bancário/Nº Empregados  > € 110.000 71.578 € 67.817 € 86.058 € 83.228 € -3,29%

Comissões Líquidas/Produto Bancário > 20% 43,74% 42,27% 34,15% 38,34% 12,27%

Garantias obtidas para o crédito concedido Reais > 65% 84,88% 85,51% 85,52% 84,14% -1,61%

Rácio de Transformação < 85% 58,89% 53,51% 49,61% 53,30% 7,44%

CRÉDITO VENCIDO LÍQUIDO – Este Rácio situou-se em 0,34% neste exercício, o que comparativamente ao ano 2015 teve uma redução de 68,22%.

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CRÉDITO VENCIDO BRUTO + 90 DIAS – Este Rácio situou-se em 14,96% neste exercício, o que comparativamente ao ano de 2015 teve uma redução em termos relativos de 19,44%.

RÁCIO DE EFICIÊNCIA – Este Rácio situou-se em 89,81 %, revelando um agravamento em relação ao exercício de 2015 em termos relativos de 2,09%.

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PRODUTIVIDADE (ATIVO LIQUIDO / EMPREGADOS) – Este Rácio situou-se em 3.134.877 euros revelando uma melhoria em relação ao exercício de 2015, em termos relativos de 5,35%. O índice superou o rácio normativo, concretamente 3.000.000 euros.

PRODUTIVIDADE (PRODUTO BANCÁRIO / EMPREGADOS) – Este Rácio situou-se em 83.228 euros revelando uma diminuição em relação ao exercício de 2015, em termos relativos de -3,29%. O rácio encontra-se abaixo do montante de 110.000 euros estabelecido como mínimo.

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COMISSÕES LÍQUIDAS / PRODUTO BANCÁRIO – Este Rácio situou-se em 38,34% revelando um reforço em relação ao exercício anterior, em termos relativos de 12,27%. Cumpre com o mínimo estabelecido de 20%.

GARANTIAS OBTIDAS PARA CRÉDITO CONCEDIDO – Este Rácio situou-se em 84,14% revelando uma diminuição em relação ao exercício de 2015, em termos relativos de - 1,61%. Verifica-se uma estabilização e cumpre com o mínimo de 65%.

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RÁCIO DE TRANSFORMAÇÃO – Este rácio situou-se em 53,30% revelando um reforço em relação ao exercício de 2015, em termos relativos de 7,44%.

Em termos finais verifica-se o cumprimento dos rácios: crédito vencido líquido, produtividade (ativo líquido/número de empregados), comissões líquidas/produto bancário, garantias obtidas para crédito concedido e rácio de transformação; e o incumprimento dos rácios: crédito vencido bruto + 90 dias, eficiência, e produtividade (produto bancário/número de empregados.)

O cumprimento dos rácios de crédito vencido líquido, comissões líquidas/produto bancário, garantias obtidas para crédito concedido e rácio de transformação, foi resultado: da redução de crédito vencido e consequente anulação de provisões; elevado desempenho nos serviços prestados/angariação de comissões e estabilização do produto bancário; gestão rigorosa de garantias em novas operações; e aumento dos recursos de clientes.

Em termos estratégicos a CCAM terá de continuar a apostar no reforço da carteira de crédito de uma forma mais acentuada e aplicação de preçário o mais racional possível, mantendo os mesmos critérios de rigor, em termos de avaliação do risco nas novas operações de crédito, caminhando assim para um reforço sustentado do Rácio de Transformação, até alcançar o mínimo desejável, concretamente 80% do valor dos recursos transformados em crédito.

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4.5.1.2. Rácios de Estrutura

Variação Rubrica 31-12-2013 31-12-2014 31-12-2015 31-12-2016 período homologo Disponibilidades e Aplicações 75.401.117 74.611.445 89.900.904 97.327.874 8,26%

Crédito a Clientes (Bruto) 81.992.139 77.417.212 80.765.617 90.098.599 11,56%

Provisões/Imparidades Acum p/ Crédito 15.769.173 16.488.910 15.074.347 13.679.028 -9,26%

Crédito a Clientes (Líquido) 66.222.966 60.928.301 65.691.270 76.419.571 16,33%

Total Crédito Vencido 17.832.892 17.138.411 15.074.234 13.546.822 -10,13%

Provisões/Imp. Acum p/ C. Vencido 15.731.217 16.060.383 14.378.484 13.291.938 -7,56%

Crédito Vencido + 90 Dias 17.717.137 17.026.781 15.009.503 13.500.346 -10,05%

Grau Cobertura do C.V. por Provisões 88,21% 93,71% 95,39% 98,12% 2,87%

C. Vencido + 90 Dias / Total C. Vencido 99,35% 99,35% 99,57% 99,66% 0,09%

ANCDV (Bruto) 10.648.821 9.898.696 10.538.380 5.253.454 -50,15%

Provisões e Imparidades Acum. 1.672.273 1.251.247 1.263.976 1.008.783 -20,19%

ANCDV (Líquido) 8.976.547 8.647.449 9.274.404 4.244.671 -54,23%

Total Activo Líquido 165.405.052 158.606.774 178.546.319 191.227.527 7,10%

Recursos Clientes e Outros Empréstimos 147.962.161 150.587.702 165.828.779 171.780.180 3,59%

Outros Passivos Subordinados 0 0 0 0 0,00%

Situação Liquida 8.270.737 5.629.057 6.259.480 7.064.581 12,86%

Passivo + Situação Líquida 165.405.052 158.606.774 178.546.319 191.227.527 7,10%

Fundos Próprios Totais (*) 5.020.000 5.950.475 5.949.991 6.529.093

CRÉDITO CONCEDIDO BRUTO – Este indicador situou-se em 90.098.599 revelando um incremento em relação a Dezembro de 2015, em termos relativos de 11.56%.

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GRAU DE COBERTURA DO CRÉDITO VENCIDO – Este rácio situou-se em 98,12% revelando um reforço em relação ao exercício de 2015, em termos relativos de 2,87%.

ATIVOS NÃO CORRENTES DETIDOS PARA VENDA (LÍQUIDO) – Este indicador situou-se em 4.244.671 revelando uma acentuada redução em relação ao ano de 2015, em termos relativos de -54,23%. Evolução é justificada pela alienação massiva de imóveis, assente numa política de forte divulgação comercial e flexibilidade de preços de venda

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4.5.1.3. Rácios Prudenciais

No exercício de 2014, a Instrução 23/2007 foi descontinuada, dando lugar ao cálculo dos requisitos e rácios prudenciais, de acordo com os reportes Corep, aplicando as regras CRD IV / CRR, Regulamento (U.E.) nº 575/2013., tendo-se, obtido os seguintes rácios do reporte de solvabilidade das contas individuais da Caixa Agrícola:

RÁCIO DE SOLVABILIDADE Carta enviada Enquadramento legal - Aviso posteriormente Orientações da 6/2013 BP e art. 92º pelo BP Caixa Central para regulamento 575/2013 (1550/14/DSPDR as CCAMs 14.05.2014) CET1 7% 8,00% > 10% T1 6% 9,50% > 10% Total 8% 11,50% > 10%

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4.5.2. Capitais Próprios

Esta rubrica compreende as contas 55, 58, 60, 61, 64 e 65 do Plano de Contas para o Sistema Bancário e tiveram a seguinte evolução durante os últimos exercícios, desde dois mil e doze até ao corrente ano:

A rubrica de Capitais Próprios, teve um aumento de 13%, em relação ao exercício anterior, o que em termos absolutos corresponde a um acréscimo de 805.101 euros, na sequência do resultado líquido do exercício no montante de 711.165,74 euros.

A rúbrica de capital social em 31 Dezembro de 2016, confirmou a sua tendência ascendente, registando valores de evolução positivos, que em termos absolutos ascendeu em 2016 a mais 161.185 euros.

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As Reservas em 2016 totalizaram 9.047.710 euros, valor inferior ao verificado no final do ano transato, tendo-se verificado ajustamentos na reserva de reavaliação de imóveis e na reserva de reavaliação-Fundo de Pensões, que de acordo com o normativo contabilístico se reconhece no final de cada exercício.

Os resultados negativos de exercícios anteriores não têm permitido o reforço das restantes reservas de acordo com o estabelecido estatutariamente, com consequências diretas nos Fundos Próprios da Caixa e consequentemente no Rácio de Solvabilidade. No entanto é de registar a inversão verificada no valor do resultado de 2015 e 2016, passando os mesmos a apresentar valores positivos.

No período 2007 – 2016, após a fusão entre a CCAM de Loures e a CCAM de Sintra e Litoral, verificou-se o forte impacto, que as provisões para crédito vencido, tiveram na conta de exploração, sendo a situação económica fortemente afetada, com consequências diretas nas reservas até ao exercício de 2016. O exercício de 2015 e 2016 foram o marco de mudança do ciclo económico vigente, que tanto afetou as conta das IC nos últimos anos, obrigando estas a fortes reestruturações na sua estrutura, como meio de sobrevivência.

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Riscos e Vulnerabilidades em 2016 05

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5. RISCOS E VULNERABILIDADES EM 2016

O desenvolvimento da actividade no ano de 2016 foi condicionado por vários fatores de risco, relacionados com a conjuntura económica, doméstica e externa, e com o contexto regulatório e de supervisão.

A incerteza quanto à dinâmica de crescimento em alguns países emergentes e seu contágio às economias desenvolvidas afetou a confiança dos agentes económicos e materializou alguns desses riscos latentes numa pronunciada desaceleração da actividade, de forma generalizada.

Em Portugal, as condicionantes são variadas. O contexto de crescimento económico moderado e o processo de desalavancagem do setor privado não-financeiro têm contribuído para uma expansão mais gradual dos volumes de negócio. A confiança dos agentes económicos está dependente da evolução da economia europeia, por um lado, e da execução orçamental, por outro.

Os riscos para a estabilidade financeira em Portugal, mantiveram-se, bem como as vulnerabilidades que poderão amplificar os seus efeitos, designadamente o nível elevado de endividamento dos setores público e privado, a baixa rendibilidade no sistema financeiro e a elevada concentração no ativo do sistema a determinados setores, classes de ativos e geografias. Contudo, observou-se, desde o final de 2015, uma intensificação de alguns dos fatores que concorrem para a materialização dos riscos. Entre estes, destacam-se a perspectiva de manutenção de taxas de juro baixas ou mesmo negativas e um aumento da volatilidade dos mercados, relacionada, nomeadamente com uma maior perceção dos desafios que se colocam ao sistema bancário europeu e aos processos de consolidação orçamental em curso.

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Uma vulnerabilidade estrutural da economia portuguesa é o endividamento do sector público e do setor privado, que subsiste muito elevado, apesar da desalavancagem observada nos últimos anos. Tal confere à economia e, em particular, ao sistema financeiro, uma posição mais vulnerável a desenvolvimentos adversos na atividade económica e à perceção de risco dos investidores. Os efeitos destes desenvolvimentos poderão traduzir-se em maiores níveis de incumprimento, por parte das empresas e das famílias, custos de financiamento mais elevados e / ou em dificuldades acrescidas no acesso dos emitentes nacionais a financiamento de mercado, com impacto negativo na atividade económica e na rendibilidade do sistema financeiro.

Os níveis de rendibilidade registados no sector bancário desde o início da crise financeira continuam a limitar a capacidade de geração interna de capital e a remuneração do capital investido, apesar da ligeira recuperação registada no período mais recente. Este facto constitui uma preocupação acrescida, quando as exigências regulamentares de solvabilidade são crescentes e os rácios de capital dos bancos portugueses – medidos pelo rácio CET 1 – continuam a ser dos mais reduzidos da Europa.

A rendibilidade do setor bancário em Portugal poderá ser particularmente afetada pela manutenção de taxas de juro muito reduzidas por um período prolongado e pelo nível elevado de ativos não geradores de rendimento, incluindo o crédito em risco. Estes fatores dificultam a recuperação da rendibilidade sustentada pelo aumento do produto bancário, reforçando, assim, a necessidade de uma significativa redução de custos operacionais, num contexto em que os indicadores de eficiência operacional do sistema bancário português comparam desfavoravelmente com os de outros países da área do euro.

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Uma outra fragilidade do sistema financeiro relaciona- se com níveis de concentração elevados, destacando-se as exposições a títulos de dívida pública, em particular portuguesa, e a ativos imobiliários.

Quanto à concentração por geografias, salienta-se a exposição direta e indireta a Angola. A economia angolana enfrenta desafios económicos e financeiros que poderão repercutir-se num aumento do crédito em risco e de imparidades no balanço dos bancos portugueses.

O ambiente de taxas de juro baixas ou negativas e de crescimento económico moderado pressiona a margem financeira do setor bancário, nomeadamente nas operações com clientes.

Adicionalmente, o ajustamento do balanço decorrente da transição para o cumprimento das novas exigências regulamentares em matéria de capital e de liquidez poderá contribuir para pressionar a geração de resultados do sistema bancário europeu e, em particular, do sistema bancário português.

Torna-se, deste modo, essencial que as instituições prossigam o ajustamento iniciado durante a crise económica e financeira, mantendo os esforços de redução dos custos operacionais e ajustando o modelo de negócio para aumentar, de forma sustentável, os níveis de rendibilidade.

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Conclusão e Considerações Finais 06

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6. CONCLUSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS

6.1 – Conclusão

Para a Caixa, 2016 foi um ano importante, tendo sido alcançado um nível de rendibilidade dos mais elevados nos últimos cinco anos, uma significativa recuperação face a anos anteriores e que marca uma importante fase de melhoria gradual das condições de exploração da Caixa. Esta trajetória, beneficiando das iniciativas já em curso, contribuiu positivamente para a sua solvabilidade e para o prosseguimento do apoio a economia local.

A Caixa continua também a deter uma excelente posição de liquidez, fruto de um balanço superior a 210 milhões de euros, em que os recursos de clientes representam 93% do seu passivo, o que demonstra claramente a sua vocação de instituição centrada no mercado de retalho, ao serviço das famílias e empresas, com especial foco nas pequenas, e micro empresas locais.

O desempenho da Caixa foi particularmente condicionado pela realidade bancária, registando resultados positivos em 2016, mas pressionados em função do processo de desalavancagem e redução das taxas de juro, com impacto na diminuição da margem financeira, aliada ao reconhecimento adicional de imparidades para cobertura de riscos de crédito e desvalorização de ativos.

A Caixa marcou a diferença através de três fatores, que lhe permitiram ter um incremento nos resultados, e apresentar bons rácios de capital e liquidez:

• Uma Equipa coesa, motivada e bem preparada;

• Uma gestão rigorosa de Riscos e uma cultura de Eficiência através do controlo de custos e permanente inovação; e

• Um modelo de negócio focado no Cliente e nas suas necessidades.

Também uma gestão financeira eficaz foi fator fundamental para o reforço da situação económica da Caixa, onde toda toda a estrutura comercial teve sensibilidade para a importância da aplicação correta de taxas ativas e passivas, em linha com as praticas pela CAM e que contribuíram para o reforço do resultado líquido. Ainda com uma conjuntura económica débil e com muitos riscos e incertezas, tivemos de prosseguir uma politica de reforço da situação económica e financeira da instituição, através da consolidação dos resultados, da racionalização dos ativos, privilegiando os de menor consumo de capital.

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A concretização dos objectivos: de crescimento dos negócios, de recuperação de crédito vencido, de redução de ativos não correntes para venda, de contenção de gastos administrativos, foram uma realidade em termos do impacto positivo para a estabilidade da instituição, como resultado de uma gestão eficiente.

Embora tendo sido um ano menos complexo que o anterior, continuou a ser pautado pelos temas relacionados com capital e liquidez. Assistimos a uma necessidade de reforço da solidez e da solvabilidade do sistema financeiro, que no nosso caso tem sido possível através de autofinanciamento, para isso o reforço da rentabilidade continua a ser uma meta imprescindível. Foi num ambiente económico difícil, que executámos as linhas estratégicas, tendo sido conjugados esforços por toda a estrutura funcional, que contribuíram para um reforço efectivo dos resultados e dos capitais da Caixa. Os 89 anos que a Caixa tem, foram a prova que com a sua da sua longevidade, houve capacidade para enfrentar com determinação cada momento de decisão, em ambiente de maior ou menor adversidade. Para tal, a confiança nas capacidades e competências de todos os que fazem parte da nossa instituição foram determinantes para concretizar, as Orientações Estratégicas. Foi de forma prudente e com determinação que se alcançaram as metas para o exercício de 2016, sem situações de instabilidade, bem como crescimentos menos sólidos.

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Proposta de Aplicação de Resultados 07

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Balanço e Contas 08

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DEMONSTRAÇÃO DE FLUXOS DE CAIXA

CAIXA DE CRÉDITO AGRICOLA MÚTUO LOURES, SINTRA E LITORAL, CRL

DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA

31-12-2016 31-12-2015

Fluxos de caixa das actividades operacionais

Recebimento de juros e comissões 5.690.397 6.457.719 Pagamento de juros e comissões (621.142) (1.397.870) Pagamentos ao pessoal e fornecedores (4.340.014) (4.307.802) Contribuições para o fundo de pensões (1.405) - (Pagamento) / recebimento de imposto sobre o rendimento (253.741) (945.867) Outros recebimentos / (pagamentos) relativos à actividade operacional (64.052) 79.103 Resultados operacionais antes das alterações nos activos operacionais 410.044 (114.718)

(Aumentos) / diminuições de activos operacionais: Activos financeiros detidos para negociação e outros activos ao JV - - Activos disponíveis para venda 507 231.902 Aplicações em instituições de crédito 4.920.772 15.291.183 Crédito a clientes 9.419.541 3.769.479 Investimentos detidos até à maturidade -- Derivados de cobertura -- Activos não correntes detidos para venda (4.400.050) 796.730 Outros activos (251.754) (782.535) (…) -- 9.689.016 19.306.759

Aumentos / (diminuições) de passivos operacionais: Passivos financeiros detidos para negociação e derivados de cobertura - - Recursos de outras instituições de crédito 5.889.406 4.127.810 Recursos de clientes e outros empréstimos 5.951.401 15.241.077 Outros passivos (69.686) 133.508 (…) -- 11.771.120 19.502.395

Caixa líquida das actividades operacionais 2.492.148 80.918

Fluxos de caixa de actividades de investimento

Variação de activos tangíveis e intangíveis 80.523 25.716 Recebimento de dividendos (638) (629) Variação de partes de capital em empresas filiais e associadas -- (…) --

Caixa líquida das actividades de investimento 79.885 25.087

Fluxos de caixa das actividades de financiamento

Aumento de capital 161.185 40.445 Diminuição de capital -- Pagamento de dividendos -- Variação de passivos subordinados -- Reservas (67.250) (98.000) (…) --

Caixa líquida das actividades de financiamento 93.935 (57.555)

Aumento / (diminuição) de caixa e seus equivalentes (a) 2.506.198 (1.724)

Caixa e seus equivalentes no início do exercício 3.167.338 3.169.062

Caixa e seus equivalentes no fim do exercício (b) 5.673.535 3.167.338

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Anexo às Contas 09

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ANEXO ÀS CONTAS NOTA INTRODUTÓRIA A Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Loures, Sintra e Litoral, C.R.L. (adiante designada por Caixa ou CCAM Loures, Sintra e Litoral) é uma instituição de crédito constituída em 3 de Janeiro de 1927 sob a forma de Cooperativa de responsabilidade limitada. Constitui objecto da Caixa a concessão de crédito e a prática dos demais actos inerentes à actividade bancária, nos termos previstos na legislação aplicável. A Caixa forma parte do Sistema Integrado do Crédito Agrícola Mútuo (SICAM) o qual é formado pela Caixa Central de Crédito Agrícola Mútuo, C.R.L. (Caixa Central) e pelas Caixas de Crédito Agrícola Mútuo suas associadas. Compete à Caixa Central assegurar a orientação, fiscalização e representação das entidades que fazem parte do Sistema Integrado do Crédito Agrícola Mútuo. Em 31 de Dezembro de 2016, a Caixa opera através da sua sede, situada na Rua Combatentes da Grande Guerra nº 8-A, em Loures e através de uma rede de 15 balcões situados nos concelhos de Loures, Odivelas, Amadora, Sintra, Cascais e Oeiras.

1. BASES DE APRESENTAÇÃO, COMPARABILIDADE DA INFORMAÇÃO E PRINCIPAIS POLÍTICAS CONTABILÍSTICAS 1.1. Bases de apresentação das contas

As demonstrações financeiras da Caixa foram preparadas no pressuposto da continuidade das operações, com base nos livros e registos contabilísticos mantidos de acordo com os princípios consagrados nas Normas de Contabilidade Ajustadas (NCA), nos termos do Aviso nº 1/2005, de 21 de Fevereiro e das Instruções nº 23/2004 e nº 9/2005, do Banco de Portugal.

As NCA correspondem genericamente às Normas Internacionais de Relato Financeiro (IAS/IFRS), conforme adoptadas pela União Europeia, de acordo com o Regulamento (CE) nº 1606/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 19 de Julho, transposto para o ordenamento nacional pelo Decreto-Lei nº 35/2005, de 17 de Fevereiro e pelo Aviso nº 1/2005, de 21 de Fevereiro, do Banco de Portugal, excepto no que se refere a: i) Valorimetria do crédito a clientes e valores a receber de outros devedores (Crédito e contas a receber) – os créditos são registados pelo valor nominal, não podendo ser reclassificados para outras categorias e, como tal, registados pelo justo valor.

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Os proveitos são reconhecidos segundo a regra pro rata temporis , quando se tratem de operações que produzam fluxos redituais ao longo de um período superior a um mês, nomeadamente juros e comissões; ii) Sempre que aplicável, as comissões e custos externos imputáveis à contratação das operações subjacentes aos activos classificados como crédito e contas a receber deverão ser, igualmente, periodificados ao longo do período de vigência dos créditos, de acordo com o método referido na alínea anterior; iii) Provisionamento do crédito e contas a receber - mantém-se o anterior regime, sendo definidos níveis mínimos de provisionamento de acordo com o disposto no Aviso do Banco de Portugal nº 3/95, com as alterações introduzidas pelo Aviso do Banco de Portugal nº 8/03, de 30 de Junho e pelo Aviso do Banco de Portugal nº 3/2005, de 21 de Fevereiro. Este regime abrange ainda as responsabilidades representadas por aceites, garantias e outros instrumentos de natureza análoga; iv) Os activos tangíveis são obrigatoriamente mantidos ao custo de aquisição, não sendo deste modo possível o seu registo pelo justo valor, conforme permitido pelo IAS 16 – Activos fixos tangíveis. Como excepção, é permitido o registo de reavaliações extraordinárias, legalmente autorizadas, caso em que as mais - valias resultantes são registadas em “Reservas de reavaliação”. v) Benefício aos empregados, através do estabelecimento de um período para diferimento do impacto contabilístico decorrente da transição para os critérios do IAS 19. De acordo com os Avisos do Banco de Portugal nº 4/2005 de 21 de Fevereiro e nº 12/2005 de 30 de Dezembro, o reconhecimento em resultados transitados do impacto apurado com referência a 31 de Dezembro de 2004, decorrente da transição para os IAS/IFRS pode ser atingido através da aplicação de um plano de amortização de prestações uniformes até 31 de Dezembro de 2009, com excepção da parte referente ao impacto da alteração da tábua de mortalidade e às responsabilidades relativas a cuidados médicos pós-emprego, para a qual esse plano de amortização pode ir até 31 de Dezembro de 2011. A preparação das demonstrações financeiras anuais de acordo com as NCA's requer que o Conselho de Administração formule julgamentos, estimativas e pressupostos que afectam a aplicação das políticas contabilísticas e o valor dos activos, passivos, proveitos e custos.

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As estimativas e pressupostos associados são baseados na experiência histórica e noutros factores considerados razoáveis de acordo com as circunstâncias e formam a base para os julgamentos sobre os valores dos activos e passivos cuja valorização não é evidente através de outras fontes.

A 1 de Janeiro de 2013 entraram em vigor as alterações, publicadas em Junho de 2011, à IAS 19 – norma contabilística internacional que trata os benefícios dos empregados. O período de transição para implementação das alterações à IAS 19 terminou no início de 2013, e todas as empresas que adoptem esta norma para a contabilização dos benefícios dos empregados (planos de pensões), ficaram obrigadas a ter de reflectir as alterações à IAS 19 durante 2013. Dessa forma, a informação financeira passou a ser apurada e reportada, a partir do exercício de 2013 seguindo a IAS 19 revista.

As Demonstrações Financeiras da Caixa foram aprovadas em reunião do Conselho de Administração. 1.2. Comparabilidade da informação

a) Normas, alterações e interpretações eficazes em ou após 1 de Janeiro de 2016

As principais alterações que entraram em vigor no exercício de 2016 não tiveram impacto nas DF’s da CCAM. b) A adopção antecipada das normas

A Caixa não adoptou antecipadamente novas normas ou emendas em 2016.

1.3. Resumo das principais políticas contabilísticas

As políticas contabilísticas mais significativas, utilizadas na preparação das demonstrações financeiras foram as seguintes:

a) Especialização dos exercícios

A Caixa adopta o princípio contabilístico da especialização de exercícios (regime de acréscimo) em relação à generalidade das rubricas das demonstrações financeiras.

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Assim, os gastos e rendimentos são registados à medida que são gerados, independentemente do momento do seu pagamento ou recebimento.

b) Transacções em moeda estrangeira

Os saldos relativos a notas e moedas estrangeiras, são convertidos ao câmbio médio do mês indicado pelo Banco de Portugal.

Os proveitos e custos relativos às transacções em moeda estrangeira registam-se no período em que ocorrem, de acordo com o efeito que as transacções em divisas têm na posição cambial. c) Investimentos em associadas e empreendimentos conjuntos

As empresas associadas são entidades nas quais a Caixa exerce influência significativa, mas não detém o controlo. Como influência significativa entende-se uma participação financeira (directa ou indirecta) superior a 20% ou o poder de participar nas decisões sobre as políticas financeiras e operacionais da entidade mas sem existir controlo nem controlo conjunto sobre a mesma.

As empresas e associadas são valorizadas ao custo de aquisição, sendo objecto de análises de perdas por imparidade.

d) Crédito e outros valores a receber

Conforme descrito estes activos encontram-se registados ao valor nominal, de acordo com o Aviso nº 1/2005 do Banco de Portugal. A componente de juros, incluindo a referente a eventuais prémios/descontos, é objecto de relevação contabilística autónoma nas respectivas contas de resultados. Os rendimentos são reconhecidos quando obtidos e distribuídos por períodos mensais, segundo o método da taxa efectiva, quando se trate de operações que produzam fluxos redituais ao longo de um período superior a um mês. Sempre que aplicável, as comissões e ganhos externos imputáveis à contratação das operações subjacentes aos activos incluídos nesta categoria devem ser, igualmente, periodificados ao longo do período de vigência dos créditos, segundo o método da taxa efectiva.

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Posteriormente, o crédito e outros valores a receber são submetidos à constituição de provisões, nos termos descritos abaixo. Os juros são reconhecidos de acordo com o princípio da especialização dos exercícios, sendo as comissões e custos associados aos créditos periodificados ao longo da vida das operações, independentemente do momento em que são cobrados ou pagos.

Garantias prestadas e compromissos irrevogáveis passivos contingentes As responsabilidades por garantias prestadas e compromissos irrevogáveis são registadas em rubricas extrapatrimoniais pelo valor em risco, sendo os fluxos de juros, comissões ou outros ganhos registados em resultados ao longo da vida das operações.

Imparidade A Caixa aplica nas suas contas individuais as NCA's pelo que, de acordo com o definido no nº 2 e 3 do Aviso nº 1/2005 do Banco de Portugal, a valorimetria e provisionamento do crédito concedido mantém o regime definido pelas regras do Banco de Portugal aplicado pela Caixa nos exercícios anteriores, como segue:

i) Provisão para crédito e juros vencidos

Destina-se a fazer face aos riscos de realização de créditos concedidos que apresentem prestações vencidas e não pagas de capital ou juros. As percentagens provisionadas do crédito e juros vencidos dependem do tipo de garantias existentes e são função crescente do período decorrido desde a data de incumprimento.

ii) Provisão para créditos de cobrança duvidosa

Destina-se à cobertura dos riscos de realização do capital vincendo relativo a créditos concedidos que apresentem prestações vencidas e não pagas de capital ou juros, ou que estejam afectos a clientes que tenham outras responsabilidades vencidas. Nos termos do Aviso nº 3/95, são considerados créditos de cobrança duvidosa, os seguintes:

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- As prestações vincendas de uma mesma operação de crédito em que se verifique, relativamente às respectivas prestações em mora de capital e juros, pelo menos uma das seguintes condições:

. Excederem 25% do capital em dívida, acrescido de juros; . Estarem em incumprimento há mais de: . seis meses, nas operações com prazo inferior a cinco anos; . doze meses, nas operações com prazo igual ou superior a cinco anos mas inferior a dez anos; . vinte e quatro meses, nas operações com prazo igual ou superior a dez anos.

Os créditos nestas condições são considerados vencidos apenas para efeitos da constituição de provisões, sendo provisionados com base nas taxas aplicáveis ao crédito vencido dessas operações.

- Os créditos vincendos sobre um mesmo cliente se, de acordo com a classificação acima definida, o crédito e juros vencidos de todas as operações relativas a esse cliente excederem 25% do crédito total, acrescido de juros. Os créditos nestas condições são provisionados com base em metade das taxas aplicáveis aos créditos vencidos.

iii) Provisão para riscos gerais de crédito

Encontra-se registada no passivo, na rubrica "Provisões", e destina-se a fazer face a riscos de cobrança do crédito concedido e garantias e avales prestados.

Esta provisão é calculada por aplicação das seguintes percentagens genéricas à totalidade do crédito não vencido, incluindo as garantias e avales:

- 1,5% no que se refere ao crédito ao consumo e às operações de crédito a particulares, cuja finalidade não possa ser determinada; - 0,5% relativamente ao crédito garantido por hipoteca sobre imóvel, ou operações de locação financeira imobiliária, em ambos os casos quando o imóvel se destine a habitação do mutuário; - 1% no que se refere ao restante crédito concedido.

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A caixa avalia regularmente da existência objectiva de imparidade da sua carteira de crédito. Deste modo verifica se as provisões anteriormente referidas são suficientes para cobrir o risco de incobrabilidade. Em caso de insuficiência é reforçada a provisão para riscos gerais de crédito.

Nos exercícios de 2001 e 2002 foram aceites como custo fiscal 50% dos reforços da provisão para riscos gerais de crédito. A partir de 1 de Janeiro de 2003 os reforços desta provisão deixaram de ser aceites fiscalmente como custo. A Caixa classifica em crédito vencido as prestações vencidas de capital ou juros decorridos que sejam 30 dias após o seu vencimento. Os créditos com prestações vencidas são denunciados nos termos definidos no manual de crédito, sendo nesse momento considerada vencida toda a dívida.

Periodicamente, a Caixa abate ao activo os créditos considerados incobráveis por utilização das provisões constituídas. Em caso de eventual recuperação dos referidos créditos, esta é reconhecida em resultados, na rubrica “Outros resultados de exploração”.

e) Outros activos e passivos financeiros

Os outros activos e passivos financeiros são reconhecidos e valorizados de acordo com os IAS 32 e IAS 39, sendo registados na data de contratação pelo justo valor.

i) Activos financeiros detidos para negociação e ao justo valor através de resultados, passivos financeiros detidos para negociação

Os activos financeiros detidos para negociação incluem títulos de rendimento variável transaccionados em mercados activos, adquiridos com o objectivo de venda ou recompra no curto prazo, bem como derivados. Os derivados de negociação com valor líquido a receber (justo valor positivo) são incluídos na rubrica activa financeira detida para negociação. Os derivados de negociação com valor líquido a pagar (justo valor negativo), são incluídos na rubrica passiva financeira detida para negociação.

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Os activos financeiros ao justo valor através de resultados incluem os títulos de rendimento fixo transaccionados em mercados activos que a Caixa optou por registar e avaliar ao justo valor através de resultados.

Os activos e passivos financeiros detidos para negociação e os activos financeiros ao justo valor através de resultados são reconhecidos inicialmente ao justo valor. Os ganhos e perdas decorrentes da valorização subsequente ao justo valor são reconhecidos em resultados.

Os juros inerentes aos activos financeiros e as diferenças entre o custo de aquisição e o valor nominal (prémio ou desconto) são calculados de acordo com o método da taxa efectiva e reconhecidos em resultados na rubrica de “Juros e rendimentos similares”. O justo valor dos derivados que não são transaccionados em bolsa é estimado com base no montante que seria recebido ou pago para liquidar o contrato na data em análise, considerando as condições de mercado vigentes bem como a qualidade creditícia das contrapartes.

ii) Activos financeiros disponíveis para venda Os activos financeiros disponíveis para venda incluem instrumentos de capital e dívida, que não sejam classificados como activos financeiros detidos para negociação, ao justo valor através de resultados ou como investimentos a deter até à maturidade ou como crédito ou como empréstimos e contas a receber.

Os activos financeiros disponíveis para venda são registados ao justo valor, com excepção de instrumentos de capital não cotados num mercado activo e cujo justo valor não possa ser mensurado com fiabilidade, os quais permanecem registados ao custo. Os ganhos e perdas relativos à variação subsequente do justo valor são reflectidos em rubrica específica do capital próprio “reserva de justo valor” até à sua venda (ou até ao reconhecimento de perdas por imparidade), momento em que são transferidos para resultados. Os ganhos ou perdas cambiais de activos monetários são reconhecidas directamente em resultados do período.

Os juros inerentes aos activos financeiros e o reconhecimento das diferenças entre o custo de aquisição e o valor nominal (prémio ou desconto) são calculados de acordo com método taxa efectiva e registados em resultados na rubrica de “Juros rendimentos similares”.

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Os rendimentos de títulos de rendimento variável são reconhecidos em resultados na data em que são atribuídos ou recebidos. De acordo com este critério, os dividendos antecipados são registados como proveitos no exercício em que é deliberada a sua distribuição.

iii) Investimentos detidos até à maturidade Os investimentos detidos até à maturidade são investimentos que têm um rendimento fixo, com taxa de juro conhecida no momento da emissão e data de reembolso determinada, sendo do interesse da Caixa mantê-los até ao seu reembolso.

Os investimentos financeiros a deter até à maturidade são registados ao custo de aquisição. Os juros inerentes aos activos financeiros e o reconhecimento das diferenças entre o custo de aquisição e o valor nominal (prémio ou desconto) são calculados de acordo com o método da taxa efectiva e registados em resultados na rubrica de “Juros e rendimentos similares”.

iv) Empréstimos e contas a receber de outras instituições de crédito

De acordo com a restrição estabelecida pelo Aviso nº 1/2005, nesta rubrica são registados apenas os valores a receber de outras instituições de crédito.

São activos financeiros com pagamentos fixos ou determináveis, não cotados num mercado activo e não incluídos em qualquer uma das restantes categorias de activos financeiros.

No reconhecimento inicial estes activos são valorizados pelo justo valor, deduzido de eventuais comissões incluídas na taxa efectiva, e acrescido de todos os custos incrementais directamente atribuíveis à transacção. Subsequentes, estes activos são reconhecidos em balanço ao custo amortizado, deduzido de perdas por imparidade e provisões para risco país.

Os juros são reconhecidos com base no método da taxa efectiva, que permite calcular o custo amortizado e repartir os juros ao longo do período das operações. A taxa efectiva é aquela que, sendo utilizada para descontar os fluxos de caixa futuros estimados associados ao instrumento financeiro na data do reconhecimento inicial.

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v) Outros passivos financeiros

Os outros passivos financeiros, essencialmente recursos de instituições de crédito, depósitos de clientes e dívida emitida, são inicialmente valorizados ao justo valor, que corresponde à contraprestação recebida líquida dos custos de transacção e são posteriormente valorizados ao custo amortizado.

Conforme previsto no Decreto-Lei n.º 182/87, de 21 de Abril, foi criado o Fundo de Garantia do Crédito Agrícola Mútuo, cujo funcionamento foi regulamentado pelo Decreto-Lei 345/98, de 9 de Novembro. Este último visou reconverter o Fundo de Garantia de Crédito Agrícola Mútuo, para que o mesmo tivesse por objecto (i) garantir o reembolso de depósitos constituídos na Caixa Central e nas Caixas de Crédito Agrícola Mútuo suas associadas e (ii) promover e realizar acções que visem assegurar a solvabilidade e liquidez das referidas instituições, com vista à defesa do Sistema Integrado do Crédito Agrícola Mútuo (SICAM). vi) Imparidade em activos financeiros

A Caixa efectua análises periódicas de imparidade aos activos financeiros com excepção de crédito a clientes e outros valores a receber, conforme referido na alínea d).

Quando existe evidência de imparidade num activo ou grupo de activos financeiros, as perdas por imparidade registam-se por contrapartida de resultados.

Para títulos cotados, considera-se que existe evidência de imparidade numa situação de desvalorização continuada ou de valor significativo na cotação dos títulos. Para títulos não cotados, é considerado evidência de imparidade a existência de impacto no valor estimado dos fluxos de caixa futuros do activo financeiro, desde que possa ser estimado com razoabilidade.

Caso num período subsequente se registe uma diminuição no montante das perdas por imparidade atribuída a um evento, o valor previamente reconhecido é revertido através de ajustamento à conta de perdas por imparidade. O montante da reversão é reconhecido directamente na demonstração de resultados.

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No caso de activos disponíveis para venda, em caso de evidência objectiva de imparidade, resultante de diminuição significativa e prolongada do justo valor do título ou de dificuldades financeiras do emitente, a perda acumulada na reserva de reavaliação de justo valor é removida do capital próprio e reconhecida nos resultados.

As perdas por imparidade registadas em títulos de rendimento fixo podem ser revertidas através de resultados, caso se verifique uma alteração positiva no justo valor do título resultante de um evento ocorrido após a determinação da imparidade. As perdas por imparidade relativas a títulos de rendimento variável não podem ser revertidas, pelo que eventuais mais valias potenciais originadas após o reconhecimento de perdas por imparidade são reflectidas na reserva de justo valor. Quanto a títulos de rendimento variável para os quais tenha sido registada imparidade, posteriores variações negativas no justo valor são sempre reconhecidas em resultados.

No caso de activos financeiros disponíveis para venda com evidência de imparidade, a perda potencial acumulada em reservas é transferida para resultados.

f) Derivados e contabilidade de cobertura

Os instrumentos financeiros derivados são registados pelo seu justo valor na data da sua contratação. Adicionalmente, são reflectidos em rubricas extra patrimoniais pelo respectivo valor nominal. Subsequentemente, os instrumentos financeiros derivados são mensurados pelo respectivo justo valor. O justo valor é apurado:

• Com base em cotações obtidas em mercados activos (por exemplo, no que respeita a futuros transaccionados em mercados organizados);

• Com base em modelos que incorporam técnicas de valorização aceites no mercado, incluindo cash-flows descontados e modelos de valorização de opções.

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Derivados de cobertura

Tratam-se de derivados contratados com o objectivo de cobertura da exposição a um determinado risco inerente à actividade da Caixa. A classificação como derivados de cobertura e a utilização do conceito de contabilidade de cobertura, conforme abaixo descrito, está sujeita ao cumprimento das regras definidas na Norma IAS 39.

Para todas as relações de cobertura, a Caixa prepara no início da operação documentação formal, que inclui os seguintes aspectos: • Objectivos de gestão de risco e estratégia associada à realização da operação de cobertura, de acordo com as políticas de cobertura de risco definidas; • Descrição do (s) risco (s) coberto (s); • Identificação e descrição dos instrumentos financeiros cobertos e de cobertura; • Método de avaliação da eficácia de cobertura e periodicidade da sua realização. Mensalmente, são efectuados e documentados testes de eficácia das coberturas através da comparação da variação no justo valor do instrumento de cobertura e do elemento coberto (na parcela atribuível ao risco coberto). De forma a possibilitar a utilização de contabilidade de cobertura de acordo com a Norma IAS 39, esta relação deverá situar-se num intervalo entre 80% e 125%. Adicionalmente, são efectuados testes de eficácia prospectivos, de forma a demonstrar a expectativa da eficácia futura da cobertura.

Os derivados de cobertura são registados ao justo valor, sendo os resultados apurados mensalmente reconhecidos em proveitos e custos do exercício. Caso se demonstre que a cobertura é eficaz, a Caixa reflecte igualmente no resultado do exercício a variação no justo valor do elemento coberto atribuível ao risco coberto. O impacto destas valorizações é reflectido em rubricas de “Resultados em activos e passivos avaliados ao justo valor através de resultados”. No caso de derivados que tenham associada uma componente de juros (como por exemplo, swaps de taxa de juro) a periodificação de juros relativa ao período em curso e os fluxos liquidados são reflectidos em “Juros e rendimentos similares” e “Juros e encargos similares”, da demonstração de resultados.

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As reavaliações positivas e negativas de derivados de cobertura são registadas no activo e passivo, respectivamente, em rubricas específicas. As valorizações dos elementos cobertos são reflectidas nas rubricas onde se encontram registados esses activos e passivos. g) Outros activos tangíveis Os activos tangíveis utilizados para o desenvolvimento da actividade são contabilisticamente relevados pelo custo de aquisição (incluindo custos directamente atribuíveis) deduzido das depreciações e perdas de imparidade acumuladas. Sempre que existam indícios de perda de valor dos activos fixos tangíveis, são efectuados testes de imparidade de forma a estimar o valor recuperável do activo, e quando necessário registar uma perda por imparidade. O valor recuperável é determinado como o mais elevado entre o justo valor menos custos de vender, e o valor de uso do activo, sendo este último calculado com base no valor actual dos fluxos de caixa futuros estimados, decorrentes do uso continuado e da alienação do activo no final da vida útil definida. Os ganhos ou perdas na alienação dos activos são determinados pela diferença entre o valor de realização e o valor contabilístico do activo, devem ser reconhecidos na demonstração dos resultados, no período em que se realizem A depreciação dos activos tangíveis é registada numa base sistemática ao longo do período de vida útil estimado do bem: Anos de Vida útil Imóveis de serviço próprio 50 Despesas em edifícios arrendados 10 Equipamento informático e de escritório 4 a 10 Mobiliário e instalações interiores 6 a 10 Viaturas 4 As despesas de investimento em obras não passíveis de recuperação, realizadas em edifícios que não sejam propriedade da Caixa, são amortizadas em prazo compatível com o da sua utilidade esperada ou do contrato de arrendamento. Conforme previsto no IFRS 1, os activos tangíveis adquiridos até 1 de Janeiro de 2006 foram registados pelo valor contabilístico na data de transição para os IAS/IFRS, que corresponde ao custo ajustado por reavaliações efectuadas nos termos da lei, decorrentes da evolução de índices gerais de preços. Uma parcela correspondente a 40% do aumento das amortizações que resultam dessas reavaliações não é aceite como custo para efeitos fiscais, sendo registados os correspondentes impostos diferidos passivos.

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Periodicamente são efectuadas avaliações aos imóveis de modo a apurar perdas por imparidade.

Activos intangíveis Esta rubrica compreende essencialmente custos com a aquisição, desenvolvimento ou preparação para uso de software utilizado no desenvolvimento das actividades da Caixa e valores despendidos com trespasses de agências. Os activos intangíveis são registados ao custo de aquisição, deduzido de amortizações e perdas por imparidade acumuladas. As amortizações são registadas como custos do exercício numa base sistemática ao longo da vida útil estimada dos activos, a qual corresponde a um período de 3 anos.

h) Activos não correntes detidos para venda

Os activos não correntes, ou grupos de activos e passivos a alienar são classificados como detidos para venda sempre que seja expectável que o seu valor de balanço venha a ser recuperado através da venda, e não do seu uso continuado. Para que um activo (ou grupo de activos e passivos) seja classificado nesta rubrica é assegurado o cumprimento dos seguintes requisitos:

• A probabilidade de ocorrência da venda é elevada;

• O activo está disponível para venda imediata no seu estado actual;

• Deverá existir a expectativa de que a venda se venha a concretizar num espaço temporal curto após a classificação do activo nesta rubrica.

Os activos registados nesta rubrica são valorizados ao menor entre o custo de aquisição e o justo valor, deduzido dos custos a incorrer na venda. O justo valor destes activos é determinado com base em avaliações de peritos independentes, não sendo sujeitos a amortizações.

i) Provisões

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Esta rubrica do passivo inclui as provisões constituídas para fazer face a risco de incumprimento das obrigações dos nossos clientes (crédito), riscos fiscais, processos judiciais e outros a riscos específicos decorrentes da actividade da Caixa, de acordo com o IAS 37 (Nota 30).

j) Benefícios de empregados

A Caixa subscreveu o Acordo Colectivo de Trabalho Vertical (ACTV) para o sector bancário pelo que os seus empregados ou as suas famílias têm direito a pensões de reforma, invalidez e sobrevivência. No entanto, uma vez que os empregados estão inscritos na Segurança Social, as responsabilidades da Caixa com pensões relativamente aos seus colaboradores consistem no pagamento de complementos face aos níveis previstos no ACTV.

Para cobertura das suas responsabilidades a Caixa integra o Fundo de Pensões do Grupo Crédito Agrícola, o qual se destina a financiar os complementos de pensões de reforma por velhice ou invalidez e pensões de viuvez e orfandade efectuadas pela Segurança Social. Estes complementos são calculados, por referência ao ACTV, de acordo com (i) a pensão garantida à idade presumível de reforma, (ii) com o coeficiente entre o número de anos de serviço prestados até à data do cálculo e (iii) o número total de anos de serviço à data de reforma.

Este Fundo, cujos benefícios a atribuir pelo Plano de Pensões são os definidos no Acordo Colectivo de Trabalho Vertical do Crédito Agrícola Mútuo, assume, assim, a natureza de um Fundo solidário, estando a sua gestão a cargo da Companhia de Seguros CA VIDA.

De acordo com os estatutos da Caixa, os membros dos seus órgãos sociais não são abrangidos pelos benefícios descritos.

Para o cálculo das pensões do ACTV, o tempo de serviço assumido foi calculado a partir das seguintes datas:

• Para as diuturnidades futuras e respectiva evolução automática na carreira, considerou-se a data de antiguidade para efeito de nível e diuturnidades;

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• Para o cálculo das percentagens do anexo V na atribuição das pensões, assumiu-se a data de admissão reconhecida para o Fundo de Pensões.

Para a repartição das responsabilidades por serviços passados a cargo do Fundo de Pensões do Crédito Agrícola, admitiu-se o seguinte:

• Quando a data de antiguidade para efeito de nível e diuturnidades é posterior à data de admissão reconhecida para o Fundo de Pensões, é esta última a considerada no cálculo dos tempos de serviço passado e total;

• Quando a data de antiguidade para efeito de nível e diuturnidades é anterior à data de admissão reconhecida para o Fundo de Pensões, é esta última a considerada no cálculo do tempo de serviço passado.

Para o tempo de serviço total, a data a considerar é a utilizada no cálculo do nível e diuturnidades, uma vez que esta corresponde à da admissão na Banca.

Os métodos de cálculo utilizados foram o do “ Projected Unit Credit ” para a reforma por velhice e sobrevivência diferida e o dos Prémios Únicos Sucessivos para a reforma por invalidez e sobrevivência imediata.

O cálculo da pensão de sobrevivência aplicou-se somente aos participantes efectivamente casados, admitindo-se como idade do cônjuge a do participante diminuída ou acrescida de três anos, consoante este seja do sexo masculino ou feminino. O cálculo deste benefício encontra-se em função do nível de remuneração do participante, de acordo com o Anexo VI do ACTV.

A Caixa regista anualmente como custo a contribuição para o Fundo de Pensões que é estimada pela Companhia de Seguros CA VIDA para cada entidade contribuinte em função do número de trabalhadores inscrito.

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O Aviso do Banco de Portugal nº 4/2005 determina a obrigatoriedade de financiamento integral pelos fundos de pensões das responsabilidades por pensões em pagamento e de um nível mínimo de financiamento de 95% das responsabilidades com serviços passados de pessoal no activo.

No entanto, estabelece um período transitório entre 5 e 7 anos relativamente à cobertura do aumento de responsabilidades decorrente da adopção da IAS 19.

A 01 de Janeiro de 2013 entraram em vigor as alterações, publicadas em Junho de 2011, à IAS 19 – norma contabilística internacional que trata os benefícios dos empregados. O período de transição para implementação das alterações à IAS 19 terminou no início de 2013, e todas as empresas que adoptem esta norma para a contabilização dos benefícios dos empregados (planos de pensões), ficaram obrigadas a ter de reflectir as alterações à IAS 19 durante 2013. Dessa forma, a informação financeira passou a ser apurada e reportada, a partir do exercício de 2013 seguindo a IAS 19 revista.

k) Impostos sobre os lucros

A Caixa é tributada individualmente e está sujeita ao regime fiscal consignado no Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas (Código do IRC).

O total dos impostos sobre lucros registados em resultados engloba os impostos correntes e os impostos diferidos.

O imposto corrente é calculado com base no resultado fiscal do exercício, o qual difere do resultado contabilístico devido a ajustamentos ao lucro tributável resultantes de custos ou proveitos não relevantes para efeitos fiscais, ou que apenas serão considerados noutros períodos.

Os impostos diferidos correspondem ao impacto no imposto a recuperar / pagar em períodos futuros resultante de diferenças temporárias dedutíveis ou tributáveis entre o valor de balanço dos activos e passivos e a sua base fiscal, utilizada na determinação do lucro tributável.

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Os passivos por impostos diferidos são normalmente registados para todas as diferenças temporárias tributáveis, enquanto que os impostos diferidos activos só são registados até ao montante em que seja provável a existência de lucros tributáveis futuros que permitam a utilização das correspondentes diferenças tributárias dedutíveis ou prejuízos fiscais. No entanto, não são registados impostos diferidos nas seguintes situações:

• Diferenças temporárias originadas no reconhecimento inicial de activos e passivos em transacções que não afectem o resultado contabilístico ou o lucro tributável;

• Diferenças tributárias dedutíveis resultantes de lucros não distribuídos por empresas associadas, na medida em que a Caixa tenha a possibilidade de controlar a sua reversão e seja provável que a mesma não venha a ocorrer num futuro previsível.

Os impostos diferidos são calculados com base nas taxas de imposto que se antecipa estarem em vigor à data da reversão das diferenças temporárias, que correspondem às taxas aprovadas ou substancialmente aprovadas na data de balanço.

Os impostos sobre o rendimento (correntes ou diferidos) são reflectidos nos resultados do exercício, excepto nos casos em que as transacções que os originaram tenham sido reflectidas noutras rubricas de capital próprio (por exemplo, no caso da reavaliação de activos financeiros disponíveis para venda). Nestes casos, o correspondente imposto é igualmente reflectido por contrapartida de capital próprio, não afectando o resultado do exercício.

l) Locação financeira Os activos em regime de locação financeira são registados no balanço como crédito concedido, sendo este reembolsado através das amortizações de capital constantes do plano financeiro dos contratos. Os juros incluídos nas rendas são registados como proveitos financeiros.

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m) Eventos subsequentes Os eventos após a data do balanço que proporcionem informação adicional sobre condições que existiam à data do balanço são reflectidos nas demonstrações financeiras, se materiais.

2. INTRODUÇÃO DAS NORMAS DE CONTABILIDADE AJUSTADAS

A aplicação das Normas de Contabilidade Ajustadas nas demonstrações financeiras teve um impacto global positivo nos capitais próprios da Caixa em 1 de Janeiro de 2006 no montante de 207.772,99 Euros, em relação ao valor apresentado nas últimas demonstrações financeiras preparadas de acordo com o PCSB resultante dos seguintes efeitos:

Activos tangíveis (IAS 16 e 36) A Caixa regularizou por contrapartida de resultados transitados o valor por amortizar dos activos intangíveis que não cumpriam com os requisitos do IAS 16 e 36. Nem todos os activos se encontravam totalmente amortizados, pelo que o valor actual desses bens foi contabilizado em resultados transitados assim como o respectivo imposto diferido activo.

Activos intangíveis (IAS 38) A Caixa regularizou por contrapartida de resultados transitados o valor por amortizar dos activos intangíveis que não cumpriam com os requisitos do IAS 38. Estes activos encontravam-se totalmente amortizados, pelo que não há valores a mencionar no quadro superior.

Prémio de antiguidade (IAS 19) O valor actual dos prémios de antiguidade a pagar no futuro por serviços passados em 31 de Dezembro de 2006 foi reconhecido por contrapartida de resultados transitados. De acordo com o anterior normativo do Banco de Portugal, os prémios de antiguidade eram reconhecidos como custo no momento do respectivo pagamento.

Impostos diferidos (IAS 12) O valor indicado no quadro supra está relacionado com impostos diferidos relativos a provisões não aceites fiscalmente e ao aumento das reintegrações resultante da reavaliação legal.

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Diferimento de comissões (IAS 18) De acordo com as NCA, os proveitos e custos associados a activos e passivos financeiros registados ao custo amortizado são reconhecidos ao longo da vida das operações. As comissões contabilizadas em proveitos até 31 de Dezembro de 2006, mas que de acordo com as NCA deveriam ser reconhecidas ao longo da vida das operações, foram abatidas a resultados transitados.

3. Nota de Gestão de Riscos

Risco de crédito Risco de crédito corresponde a perdas financeiras decorrentes do incumprimento das contrapartes com as quais são celebrados os instrumentos financeiros.

Exposição máxima ao risco de crédito

Em 31 de Dezembro de 2016, a exposição máxima ao risco de crédito por tipo de instrumento financeiro, excluindo os títulos em carteira, pode ser resumida como segue:

Esta rubrica tem a seguinte composição:

Risco cambial

Em 31 de Dezembro de 2016, os montantes globais dos activos e passivos financeiros por moeda, convertidos para Euros, apresentam a seguinte composição:

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O risco cambial existente é de valor muito reduzido ou mesmo nulo.

Risco de mercado

Risco de mercado corresponde ao risco de variação do justo valor ou dos cash-flows dos instrumentos financeiros em função de alterações nos preços de mercado, incluindo: • risco cambial; • risco de taxa de juro; • outro risco de preço. Este risco está associado a variações ao nível dos preços de mercados (excluindo as variações associadas ao risco cambial ou ao risco de taxa de juro) resultantes de variações em factores específicos de cada instrumento financeiro ou de factores que afectem todos os instrumentos financeiros similares transaccionados no mercado.

Análise de sensibilidade

O risco de mercado da Caixa é avaliado com base na metodologia do “ Value-at-Risk ” (VaR), sendo este indicador utilizado na gestão da exposição aos riscos gerados pelos instrumentos financeiros.

4. RELATO POR SEGMENTOS Nos exercícios findos em 31 de Dezembro de 2016 e 31 de Dezembro de 2015, a totalidade dos elementos do balanço e da demonstração dos resultados da Caixa resultaram de operações efectuadas em Portugal, a segmentação dos resultados da Caixa por linhas de negócio é a seguinte:

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Nota: A Caixa possui apenas um segmento dado não estar organizada de forma a separar na sua actividade a área de retalho e a área de corporate/empresas.

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5. CAIXA E DISPONIBILIDADES EM BANCOS CENTRAIS Esta rubrica tem a seguinte composição:

De acordo com o Regulamento nº 2.818/98, de 1 de Dezembro, emitido pelo Banco Central Europeu, a partir de 1 de Janeiro de 1999 as instituições de crédito estabelecidas nos Estados-Membros participantes estão sujeitas à constituição de reservas mínimas em contas junto dos Bancos Centrais Nacionais participantes. A base de incidência compreende todos os depósitos em bancos centrais e em instituições financeiras e monetárias que se situem fora da zona Euro e todos os depósitos de clientes inferiores a dois anos. A esta base é aplicado um coeficiente de 2% e abatido um montante de 100.000 Euros. As reservas mínimas exigidas são remuneradas à média das taxas das operações principais de refinanciamento do Sistema Europeu de Bancos Centrais.

6. DISPONIBILIDADES EM OUTRAS INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO Esta rubrica tem a seguinte composição:

9. ACTIVOS FINANCEIROS DISPONÍVEIS PARA VENDA Esta rubrica tem a seguinte composição:

10. APLICAÇÕES EM INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO Esta rubrica apresenta a seguinte composição:

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Em 31 Dezembro de 2016 e 31 de Dezembro de 2015, os prazos residuais das aplicações em instituições de crédito apresentavam a seguinte estrutura:

11. CRÉDITO A CLIENTES Esta rubrica tem a seguinte composição:

Para fazer face aos riscos de realização do crédito concedido, a Caixa dispõe em 31 de Dezembro de 2016 e 31 de Dezembro de 2015 de uma provisão para riscos gerais de crédito no montante de 690.052 Euros e 615.064 Euros, respectivamente, registada na rubrica “Provisões” do passivo (Nota 30).

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Em 31 Dezembro de 2016 e 31 de Dezembro de 2015, o prazo residual dos créditos a clientes apresenta a seguinte estrutura:

15. ACTIVOS NÃO CORRENTES DETIDOS PARA VENDA Esta rubrica apresenta a seguinte composição:

O movimento desta rubrica durante os exercícios de 2016 e 2015 pode ser apresentado da seguinte forma:

O aumento desta rubrica no exercício é justificado essencialmente pela entrada de novos imóveis provenientes da recuperação de crédito. As avaliações de todos os imóveis têm menos de dois anos e são realizadas por especialistas registados na CMVM. De igual modo, é obtida a autorização do Banco de Portugal para a manutenção dos imóveis nesta rubrica. É perspectiva da CCAM que a alienação dos imóveis se venha a concretizar num espaço temporal curto.

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17. OUTROS ACTIVOS TANGÍVEIS O movimento ocorrido nas rubricas de “Outros activos tangíveis” durante os exercícios de 2016 e 2015 foi o seguinte:

As imparidades sobre os Ativos Fixos Tangíveis traduzem a aplicação dos procedimentos da Norma Internacional de Contabilidade 36, em conformidade com o descrito na instrução 72/2016 do DCF), de forma a apresentar uma imagem mais verdadeira e apropriada da situação patrimonial da instituição.

18. ACTIVOS INTANGÍVEIS O movimento ocorrido nas rubricas de “Activos intangíveis” durante os exercícios de 2016 e 2015 foi o seguinte:

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19. INVESTIMENTOS EM ASSOCIADAS E EMPREENDIMENTOS CONJUNTOS

Em 31 de Dezembro de 2016 e 31 de Dezembro de 2015, a rubrica “investimentos em filiais” tem a seguinte composição:

Em 31 de Dezembro de 2016, os dados financeiros mais significativos retirados das demonstrações financeiras destas empresas podem ser resumidos da seguinte forma:

20. IMPOSTO SOBRE O RENDIMENTO

Os saldos de activos e passivos por impostos sobre o rendimento em 31 de Dezembro de 2016 de 31 de Dezembro de 2015 eram os seguintes:

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O detalhe e o movimento ocorrido nos impostos diferidos durante os exercícios de 2016 e 2015 foram o seguinte:

Os activos por impostos diferidos são reavaliados de acordo com a análise efetuada sobre a recuperação dos prejuízos fiscais e de créditos com garantia hipotecária sobre os imóveis, na convicção que os valores reconhecidos venham a ser recuperados. Por prudência e conforme instruções recebidas da Caixa Central, não estão reconhecidos em 31 de Dezembro de 2015 activos por impostos diferidos sobre os prejuízos fiscais.

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Os gastos com impostos sobre lucros registados em resultados são apresentados da seguinte forma:

De acordo com a legislação em vigor, as declarações fiscais estão sujeitas a revisão e correcção por parte das autoridades fiscais durante um período de quatro anos. Deste modo, as declarações fiscais da Caixa relativas aos anos de 2012 a 2015 poderão vir ainda a ser sujeitas a revisão e a matéria colectável a eventuais correcções. Contudo, na opinião da Administração da Caixa, não é previsível que ocorram correcções com impacto significativo nas demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2016.

21. OUTROS ACTIVOS Esta rubrica apresenta a seguinte composição:

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25. RECURSOS DE OUTRAS INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO

Esta rubrica tem a seguinte composição:

26. RECURSOS DE CLIENTES E OUTROS EMPRÉSTIMOS

Esta rubrica tem a seguinte composição:

Em 31 de Dezembro de 2016 de 31 de Dezembro de 2015, os prazos residuais dos recursos de clientes e outros empréstimos, apresentavam a seguinte estrutura:

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30. PROVISÕES E IMPARIDADE

O movimento ocorrido nas provisões e na imparidade da Caixa durante os exercícios de 2016 e 2015 foi o seguinte:

Nota: O valor registado nas Outras Provisões em 31 de Dezembro de 2016 (209.920€) são: (179.920€) Provisões para garantias e compromissos assumidos e (30.000,01€) de uma ação judicial em curso contra a CCAM.

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33. OUTROS PASSIVOS Esta rubrica tem a seguinte composição:

34. PASSIVOS CONTINGENTES E COMPROMISSOS Os passivos contingentes e compromissos associados à actividade bancária encontram-se registados em rubricas extrapatrimoniais e apresentam o seguinte detalhe:

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No âmbito da sua actividade normal a Caixa oferece determinados produtos financeiros que tradicionalmente incluem instrumentos relacionados com crédito registados em contas extrapatrimoniais e cujos riscos não se encontram portanto reflectidos totalmente ou em parte nas demonstrações financeiras. As garantias e avales prestados podem dizer respeito a operações relacionadas ou não com crédito, em que a Caixa presta uma garantia em relação a crédito concedido a um cliente por uma entidade terceira. De acordo com as suas características específicas, espera-se que algumas destas garantias expirem sem terem sido exigidas, pelo que estas operações não representam necessariamente fluxos de caixa de saída. As cartas de crédito e créditos documentários abertos destinam-se particularmente a garantir pagamentos a entidades terceiras no âmbito de transacções comerciais com o estrangeiro, financiando o envio das mercadorias adquiridas. Desta forma o risco de crédito destas transacções encontra-se limitado uma vez que se encontram colateralizadas pelas mercadorias enviadas e são geralmente de curta duração. Os compromissos irrevogáveis constituem partes não utilizadas de facilidades de crédito concedidas a clientes empresas e particulares. Muitas destas operações têm uma duração fixa e uma taxa de juro variável, pelo que o risco de crédito e de taxa de juro é limitado. Os instrumentos financeiros contabilizados como Garantias e outros compromissos estão sujeitos aos mesmos procedimentos de aprovação e controlo aplicados à carteira de crédito nomeadamente quanto à avaliação da adequação das provisões constituídas tal como descrito na política contabilística. A exposição máxima de crédito é representada pelo valor nominal que poderia ser perdido relativo aos passivos contingentes e outros compromissos assumidos pela Caixa na eventualidade de incumprimento pelas respectivas contrapartes, sem ter em consideração potenciais recuperações de crédito ou colaterais. Em virtude da natureza destas operações conforme acima descrito não se prevêem quaisquer perdas materiais nestas operações para além dos valores registados na rúbrica de Outras Provisões conforme explicitado na nota 30.

35. CAPITAL E PRÉMIOS DE EMISSÃO Em 31 de Dezembro de 2016 e 31 de Dezembro de 2015, a estrutura accionista da Caixa é a seguinte:

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Nos termos da Portaria nº 408/99, de 4 de Junho, publicada no Diário da República – I SérieB, nº 129, os prémios de emissão não podem ser utilizados para a atribuição de dividendos nem para a aquisição de acções próprias.

36. RESERVAS, RESULTADOS TRANSITADOS, OUTROS INSTRUMENTOS DE CAPITAL E LUCRO DO EXERCÍCIO

Em 31 de Dezembro de 2016 e 31 de Dezembro de 2015, as rubricas de reservas e resultados transitados têm a seguinte composição:

Em conformidade com o disposto no Decreto-Lei nº 298/92, de 31 de Dezembro, alterado pelo Decreto-Lei nº 201/2002, de 26 de Setembro, a Caixa constitui um fundo de reserva até à concorrência do capital ou do somatório das reservas livres constituídas e dos resultados transitados, se superior. Para tal, é anualmente transferida para esta reserva uma fracção não inferior a 10% do resultado líquido do exercício, até perfazer o referido montante.

Esta reserva só pode ser utilizada para a cobertura de prejuízos acumulados ou para aumentar o capital.

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37. JUROS E RENDIMENTOS SIMILARES Esta rubrica tem a seguinte composição:

38. JUROS E ENCARGOS SIMILARES Esta rubrica tem a seguinte composição:

39. RENDIMENTOS DE INSTRUMENTOS DE CAPITAL Esta rubrica tem a seguinte composição:

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40. RENDIMENTOS DE SERVIÇOS E COMISSÕES Esta rubrica tem a seguinte composição:

41. ENCARGOS COM SERVIÇOS E COMISSÕES Esta rubrica tem a seguinte composição:

44. RESULTADOS DE REAVALIAÇÃO CAMBIAL Esta rubrica tem a seguinte composição:

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45. RESULTADOS DE ALIENAÇÃO DE OUTROS ACTIVOS Esta rubrica tem a seguinte composição:

46. OUTROS RESULTADOS DE EXPLORAÇÃO Estas rubricas têm a seguinte composição:

47. CUSTOS COM PESSOAL Esta rubrica tem a seguinte composição:

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O número médio de colaboradores da Caixa em 2016 e 2015 apresenta a seguinte composição:

48. GASTOS GERAIS ADMINISTRATIVOS

Esta rubrica tem a seguinte composição:

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49. ENTIDADES RELACIONADAS

Para além das empresas coligadas e associadas (Nota 19), a Caixa consolida com as Caixas de Crédito Agrícola Mútuo associadas, como outras empresas do Grupo.

Em 31 de Dezembro 2016 e 31 de Dezembro de 2015, as demonstrações financeiras da Caixa incluem os seguintes saldos e transacções com entidades relacionadas:

As transacções com entidades relacionadas são efectuadas, por regra, com base nos valores de mercado nas respectivas datas.

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50. PENSÕES DE REFORMA ENQUADRAMENTO A 01 de Janeiro de 2013 entraram em vigor as alterações, publicadas em Junho de 2011, à IAS 19 – norma contabilística internacional que trata os benefícios dos empregados.

O período de transição para implementação das alterações à IAS 19 terminou no início de 2013, e todas as empresas que adoptem esta norma para a contabilização dos benefícios dos empregados (planos de pensões), ficaram obrigadas a ter de reflectir as alterações à IAS 19 durante 2013.

Dessa forma, a informação financeira passou a ser apurada e reportada, a partir do exercício de 2013 (com base no estudo actuarial elaborado em 31/12/2013), seguindo a IAS 19 revista.

As principais alterações são: Reconhecimento • Eliminação da possibilidade de reconhecimento diferido dos ganhos e perdas actuariais, ou seja, da utilização do método do corredor. Os ganhos e perdas actuariais deverão ser totalmente reconhecidos em “outro rendimento integral” no ano em que ocorrem; • Eliminação do conceito "retorno esperado dos activos". Apresentação • Custo do Serviço (P&L): O custo do serviço inclui o custo dos serviços correntes, custo dos serviços passados e ganhos ou perdas aquando das liquidações; • Juro líquido (P&L): O juro líquido é determinado pela multiplicação da taxa de desconto pelo passivo (activo) líquido de benefícios definidos (ambos determinados no início do período de relato anual, tendo em conta qualquer variação do passivo (activo) líquido de benefícios definidos durante o período em consequência do pagamento de contribuições e benefícios); • Remensurações (Outro Rendimento Integral): Inclui todas as alterações resultantes da remensuração das responsabilidades por serviços passados e activos do plano.

1. CONTABILIZAÇÃO EM NCA 1.a) Apuramento do impacto de adopção das NCA a 1/01/2007

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Decorrente da introdução das Normas Internacionais de Contabilidade e no que diz respeito à “IAS 19 – Benefícios dos empregados”, foi registado em 1 de Janeiro de 2007 o valor dos ajustamentos de transição referentes a 31 de Dezembro de 2006. Em 1 de Janeiro de 2007, o valor das responsabilidades com complementos de pensões de reforma, prémio de antiguidade e SAMS e respectivas coberturas, em NCA’s foram as seguintes: 1-01 -2007 Fundo de pensões A.1. Responsabilidades PCSB 51.606 A.2. Impacto da transição para IAS 19: 68.564 A.2.1. Tábua de mortalidade 5.641 A.2.2. Pressupostos financeiros 62.923 A.3. Responsabilidades IAS 19 (A.1. + A.2.) 120.170 A.4. Valor da quota -parte do fundo de pensões em 31 -12 -2006 60.762 A. Insuficiência de cobertura pelo Fundo de Pensões (A.3. – A.4.) 59.408

1-01 -2007 Encargos com saúde (SAMS): B.1. Com trabalhadores no activo e ex -trabalhadores 211.029 B.2. Com licenças sem vencimento 0 B.3. Com pré -reformados 0 B.4. Com pensões em pagamento 3.719 B. Total 214.748

1-01 -2007 Prémio de antiguidade: C.1. Com trabalhadores no activo e ex -trabalhadores 194.228 C.2. Com licenças sem vencimento 0 C. Total 194.228

De acordo com o Aviso nº 12/2005, de 30 de Dezembro, o acréscimo de responsabilidades decorrente da alteração da tábua de mortalidade em data posterior a 1 de Janeiro de 2005 pode ser reconhecido através da aplicação de um plano de amortização de prestações uniformes anuais até 31 de Dezembro de 2013 (7 anos).

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De acordo com o Aviso do Banco de Portugal nº 4/2005, de 21 de Fevereiro, o aumento de responsabilidades com o Fundo de Pensões, decorrente da introdução da IAS 19 deverá ser reconhecido através da aplicação de um plano de amortização de prestações uniformes anuais até 31 de Dezembro de 2011 (5 anos). Adicionalmente, de acordo com o Aviso do Banco de Portugal nº 4/2005, de 21 de Fevereiro, as responsabilidades com o SAMS, decorrente da introdução da IAS 19 deverá ser reconhecido através da aplicação de um plano de amortização de prestações uniformes anuais até 31 de Dezembro de 2013 (7 anos).

Durante o ano de 2008, o Banco de Portugal emitiu um novo aviso (Aviso nº 7/2008, de 14 de Outubro de 2008), no qual permite diferir os impactos da transição acima identificados, por um período adicional de três anos face ao período estipulado inicialmente.

Foi decisão da CCAM de LOURES, SINTRA E LITORAL prolongar o diferimento dos impactos de transição tal como permitido no Aviso nº 7/2008, de 14 de Outubro de 2008. Assim, em 31-12-2007 o valor por reconhecer em resultados transitados, que deriva dos impactos da adopção do IAS 19, e o número de anos pelos quais agora serão reconhecidos em resultados transitados, é como segue:

31 -12 -2007 Nº anos a Data limite de diferir diferimento A.2.1.2007 Alteração da tábua de mortalidade 4.835 9 anos 2016 A.2.2.2007 Alteração dos pressupostos 7 anos 2014 50.338 financeiros A.2.3.2007 Excesso de cobertura em PCSB 7.325 7 anos 2014 B.2007 Encargos com saúde (SAMS) 184.070 9 anos 2016

No exercício de 2014 terminou o prazo limite de diferimento do impacto de transição na adopção da IAS 19, no que respeita a: - Alteração dos pressupostos financeiros; - Excesso de cobertura em PCSB. Ficaram por ainda diferir em 2015 e 2016, o valor respeitante a: - Alteração da tábua de mortalidade; - Encargos com saúde (SAMS).

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Assim sendo, o reconhecimento anual nos resultados transitados no atual exercício é o seguinte: 31-12-2016* A.2.1.2016 Alteração da tábua de mortalidade 537 B.2016 Encargos com saúde (SAMS) 20.452 2016 TOTAL 20.989

TOTAL = A.2.1.2016 + B.2016 *Terminou no final do exercício de 2016, o diferimento total do impacto de transição na adopção da IAS 19. 1.b) Registo do impacto do movimento do Fundo de Pensões e do custo com o SAMS e Prémios de antiguidade a 31/12/2016 Os pressupostos actuariais e financeiros utilizados no cálculo das responsabilidades da CCAM de LOURES, SINTRA E LITORAL com referência a 31 de Dezembro de 2016 e de 2015 foram os seguintes: 31 -12 -2016 31 -12 -2015 Pressupostos demográficos Tábua de mortalidade TV – 88/90 TV – 88/90 Tábua de invalidez EVK 80 EVK 80 Idade de Reforma (**) (**) Método de avaliação Projected Unit Projected Unit Credit” Credit”

Pressupostos financeiros: Taxa de desconto (*) (*) Taxa de crescimento dos salários e outros benefícios 1,40% 1,40% Taxa de crescimento das pensões 1,00% 1,00%

Taxa de revalorização de salários para a Segurança Social: - de acordo com nº2 Artº 27 do Decreto Lei 187/2007 1,40% 1,40% - de acordo com nº2 Artº 27 do Decreto Lei 187/2007 1,40% 1,40%

(*) Taxa de desconto diferente para diferentes grupos da população: Trabalhadores no activo e Licenças com idade actuarial < 55 2,30% 2,70% anos : Trabalhadores no activo e Licenças com idade actuarial >=55 2,10% 2,30% anos : Pré -reformados, reformados e pensionistas : 1,75% 2,00%

(**) De acordo com o Decreto -lei nº167 -E/2013

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Em 31 de Dezembro de 2016, o valor das responsabilidades por serviços passados com o pagamento de complementos de reforma e sobrevivência e encargos com cuidados médicos de saúde pós-emprego (SAMS), com trabalhadores no activo, licenças sem vencimento, pré- reformados e pensões em pagamento, são as seguintes:

31 -12 -201 6 F.201 6 Valor actual das Responsabilidades por serviços passados 752.621 F.1 Com trabalhadores no activo e ex -trabalhadores 585.138 F.2 Com licenças sem vencimento 19.889 F.3 Com pré -reformados 24.993 F.4 Com pensões em pagamento 122.601

O acréscimo anual de responsabilidades com pensões de reforma e sobrevivência referente à CCAM de LOURES, SINTRA E LITORAL é o que a seguir se apresenta: G.1 + Custo do serviço corrente 32.155 G.3 + Custo dos juros Líquido “Net Interest” 716 G.4.Ano +/ - (Ganhos) e Perdas actuariais 46.931 G.4.1.Ano Relativos a diferenças entre os pressupostos e os valores -26.758 realizados G.4.2.Ano Relativos a alterações verificadas nos pressupostos e nas 73.689 condições dos planos G.5 + Acréscimos de responsabilidades resultantes de reformas 0 antecipadas G.6 = Acréscimo anual de responsabilidades 79.801

O movimento ocorrido na quota-parte do fundo de pensões referente à CCAM de LOURES, SINTRA E LITORAL foi o seguinte: A.4.2015 (+) Valor da quota -parte do fundo de pensões em 31 -12 -2015 651.062 H.1 (+) Contribuições efectuadas 63.993 H.1.1 Pela CCAM de LOURES, SINTRA E LITORAL 32.528 H.1.2 Pelos empregados 31.465 H.2 (+) Capitais recebidos de seguro 0 H.3 (+) Rendimento dos activos do Fundo de Pensões (liquido) 18.144 H.4 (-) Prémios de seguro pagos 25.203

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H.9 (+) Participação de resultados no seguro 25.875 H.5 (-) Pensões pagas pelo fundo de pensões 5.559 H.5.1 Por reformas antecipadas 0 H.5.2 Outros 5.559 H.6 (-) SAMS pago pelo fundo de pensões 2.154 H.7.2016 (=) Valor da quota -parte do fundo de pensões em 31 -12 -2016 726.160 H.8. Variação do valor da quota -parte do fundo de pensões em 2016 75.097 (H.7.2016 – A.4.2015)

O movimento ocorrido durante o exercício de 2016 relativo ao valor actual das responsabilidades por serviços passados foi o seguinte: F.2015 (+) Responsabilidades Totais em 31 de Dezembro de 2015 662.388 G.1 (+) Custo do serviço corrente 32.155 G.1.1 Custo do serviço corrente da Entidade 689 H.1.2 Contribuições para o Fundo efectuadas pelos empregados 31.465 G.2 (+) Custo dos juros 17.526 G.4.1 (+/ -) (Ganhos) e perdas actuariais nas responsabilidades 48.265 G.5 (+) Acréscimos de responsabilidades resultantes de reformas 0 antecipadas H.5 (-) Pensões pagas pelo fundo de pensões 5.559 H.5.1 Por reformas antecipadas 0 H.5.2 Outros 5.559 H.6 (-) SAMS pago pelo fundo de pensões 2.154 F.2016 (=) Responsabilidades totais em 31 -12 -2016 752.621 K. Variação nas responsabilidades em 2016 (F.2016 – F.2015) 90.233

O nível de cobertura das responsabilidades em 31 de Dezembro de 2016, de acordo com o Aviso 12/2001 do Banco de Portugal, era o seguinte:

F.2016 Valor actual das responsabilidades com serviços passados 752.621 I.1 Valor por amortizar em 31 Dezembro de 2014 (Aviso 7/2008) 0 I.2 Responsabilidades por serviços passados (Aviso 12/2001) 722.370 I.3 Nível de cobertura (Aviso 12/2001) (%) 101

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*Terminou no final do exercício de 2016, o diferimento total do impacto de transição na adopção da IAS 19.

Com a implementação em 1 de Janeiro de 2013 das alterações decorrentes da IAS 19 Revisto, os desvios actuariais por amortizar apurados à data de 31 de Dezembro de 2012, foram transferidos para uma rubrica do rendimento integral “reservas de reavaliação”. No exercício de 2016, o valor dos desvios actuariais existentes e o movimento ocorrido no exercício no “rendimento integral”, foi o seguinte:

RI.2015 Desvios actuariais por amortizar em 31 -12 -2015 159.518 RI.ano Desvios actuariais gerados em 2016 – Ganhos e -46.258 perdas actuariais RI.2016 Desvios actuariais por amortizar em 31 -12 -2016 113.260

Prémios de antiguidade:

A evolução do valor das responsabilidades por serviços passados, com prémios de antiguidade futuros, com trabalhadores no activo e licenças sem vencimento, foi a seguinte:

Prémio de Antiguidade 31 -12 -201 5 N.1.2015 Com trabalhadores no activo 312.793 N.2.2015 Com licenças sem vencimento 0 N.2015 Total 312.793

Prémio de Antiguidade 31 -12 -201 6 N.1.2016 Com trabalhadores no activo 317.376 N.2.2016 Com licenças sem vencimento 8.705 N.2016 Total 326.081

Prémio de Antiguidade Variação O.1. Com trabalhadores no activo 4.583 O.2. Com licenças sem vencimento 8.705 O. Total 13.288

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51. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE MEDIAÇÃO DE SEGUROS OU DE RESEGUROS

A Caixa de Crédito Agrícola Mútuo (CCAM) de Loures, Sintra e Litoral está inscrita na Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões, com o estatuto de Mediador de Seguros Ligado, de acordo com o artigo 8º, alínea a), subalínea i), do Decreto-Lei nº 144/2006, de 31 de Julho, desenvolvendo a actividade de intermediação em exclusividade com as Seguradoras do Grupo Crédito Agrícola, designadamente, a Crédito Agrícola Seguros – Companhia de Seguros de Ramos Reais, SA (CA Seguros), que se dedica ao exercício da actividade de seguros para todos os Ramos Não Vida e com a Crédito Agrícola Vida – Companhia de Seguros, SA (CA Vida), que se dedica ao exercício da actividade de seguros para o Ramo Vida e Fundos de Pensões. No âmbito dos serviços de mediação de seguros a CCAM efectua a venda de contratos de seguros e de adesões a Fundos de Pensões, presta apoio pós-venda aos segurados e participa no encaminhamento das participações de sinistros que sejam entregues nos Balcões da CCAM. Como contrapartida dos serviços de mediação de seguros prestados às referidas seguradoras, a CCAM recebe remunerações pela mediação de seguros e pela colocação de adesões em Fundos de Pensões as quais estão definidas em Protocolo estabelecido entre a CCAM e as referidas Seguradoras. As remunerações de mediação de seguros são reconhecidas como um rendimento na Demonstração de Resultados, na rubrica de Rendimentos de Serviços e Comissões. Os valores de remunerações a pagar pelas Seguradoras, à data de 31 de Dezembro de cada ano, estão reconhecidas como um activo no Balanço, na rubrica de Outros Activos. À data de emissão das presentes demonstrações financeiras, as remunerações de mediação que estavam por pagar em 31 de Dezembro de 2016, encontram-se já integralmente pagas pelas referidas Seguradoras. O quadro seguinte evidencia o valor total das remunerações de mediação de seguros auferidas pela CCAM nos últimos 3 anos (valores em euros):

Origem Segurado ra 2014 2015 2016 % por Origem 2016 Ramos Não Vida CA Seguros 256.790,63 363.088,11 360.001,74 70,7% Ramo Vida CA Vida 153.447,59 150.101,68 144.612,70 28,4% Fundos de Pensões CA Vida 2.610,91 4.636,09 4.612,47 0,9% Total 412.849,13 517.825,88 509.226,91 100,0%

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Certificação Legal de Contas 10

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Parecer do Conselho Fiscal 11

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Estrutura e Prática de Governo Societário 12

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12. ESTRUTURA E PRÁTICA DE GOVERNO SOCIETÁRIO

1. Estrutura de Governo Societário

A Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Loures, Sintra e Litoral, CRL adota o modelo de governação vulgarmente conhecido como “latino reforçado”, constituído pelo Conselho de Administração, Conselho Fiscal e Revisor Oficial de Contas.

Os membros dos órgãos sociais e da Mesa da Assembleia Geral são eleitos pela Assembleia Geral, para um mandato de três anos.

2. Organograma Geral da Caixa de Crédito Agrícola

Assembleia Geral

Conselho de Conselho Fiscal ROC Administração

3. Assembleia Geral

A Mesa da Assembleia Geral é constituída por um Presidente, um Vice-Presidente e um Secretário.

3.1. Composição da Mesa da Assembleia Geral

Presidente: Germano Marques da Silva Vice-Presidente: Antonino Ribeiro Rito da Silva Secretário: José Augusto Antunes Regedor

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1.2. Competência da Assembleia Geral

A Assembleia Geral delibera sobre todos os assuntos para os quais a Lei e os Estatutos lhe atribuam competências, competindo-lhe, em especial:

 Eleger, suspender e destituir os titulares dos cargos sociais, incluindo os seus Presidentes;  Votar a proposta de plano de actividades e de orçamento da Caixa Agrícola para o exercício seguinte;  Votar o relatório, o balanço e as contas do exercício anterior;  Aprovar a fusão, a cisão e a dissolução da Caixa Agrícola;  Aprovar a associação e a exoneração da Caixa Agrícola da CAIXA CENTRAL e de organismos cooperativos de grau superior;  Fixar a remuneração dos titulares dos órgãos sociais da Caixa Agrícola;  Decidir do exercício do direito de acção cível ou penal contra o revisor oficial de contas, administradores, gerentes, outros mandatários ou membros do Conselho Fiscal e da Mesa da Assembleia Geral;  Decidir da alteração dos Estatutos.

4. Conselho de Administração

O Conselho de Administração é composto por um número ímpar de membros efectivos, no mínimo de três e de um suplente.

Actualmente o Conselho de Administração é composto por três membros efetivos, dois executivos e um não executivo, com mandato para o triénio 2016/2018.

4.1. Composição do Conselho de Administração Presidente: José António de Carvalho Barreira - Executivo Vogal: Márcio José Amorim Henriques - Executivo Vogal: José Manuel Alvares da Costa e Oliveira – Não Executivo Suplente: Vítor Manuel Mendes Morais

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4.2. Competências do Conselho de Administração As competências do Conselho de Administração decorrem da Lei, competindo-lhe, em especial e de acordo com os Estatutos:

 Administrar e representar a Caixa Agrícola;  Elaborar, para votação pela Assembleia-geral, uma proposta de plano de actividades e de orçamento para o exercício seguinte;  Elaborar, para votação pela Assembleia-geral, o relatório e as contas relativos ao exercício anterior;  Adoptar as medidas necessárias à garantia da solvabilidade e liquidez da Caixa Agrícola;  Decidir das operações de crédito da Caixa Agrícola.  Fiscalizar a aplicação dos capitais mutuados;  Promover a cobrança coerciva dos créditos da Caixa Agrícola, vencidos e não pagos;  Organizar, dirigir e disciplinar os serviços.

4.3. Reuniões do Conselho de Administração O Conselho de Administração reúne, pelo menos uma vez por semana, tendo realizado um total de 53 reuniões em 2016.

4.4. Distribuição de Pelouros pelos Membros do Conselho de Administração O Conselho de Administração deliberou a distribuição de pelouros entre os seus membros da seguinte forma:

Presidente: José António de Carvalho Barreira - Gestão Comercial Vogal: Márcio José Amorim Henriques – Gestão de Risco de Crédito Vogal: José Manuel Alvares da Costa e Oliveira – Gestão Recursos Humanos

5. Órgãos de Fiscalização A fiscalização da Caixa de Crédito Agrícola compete a um Conselho Fiscal e a um Revisor Oficial de Contas ou uma Sociedade de Revisores Oficiais de Contas.

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As competências dos órgãos de fiscalização são as que decorrem da lei, competindo, ainda, ao Conselho Fiscal, de acordo com os Estatutos, emitir parecer sobre a proposta de plano de actividade e de orçamento.

5.1. Conselho Fiscal O Conselho Fiscal é composto por três membros efectivos e, pelo menos, um suplente.

5.1.1. Composição do Conselho Fiscal Presidente: Sandra Maria Gomes Nicolau Vogal: Luis Miguel Estevão Patrício da Silva Vogal: Nelson Cesar Gonçalves Baptista Suplente: Carla Susana Duarte Mateus Oliveira Mendes

5.1.2. Reuniões do Conselho Fiscal O Conselho Fiscal reúne, por regra, uma vez por mês, tendo realizado, em 2016, um total de 10 reuniões.

5.2. Revisor Oficial de Contas O mandato actual do Revisor Oficial de Contas é de 2016 a 2018, encontrando-se designado para o cargo:

Efectivo: Diz & Associados – SROC, Lda. Representada por José Joaquim Afonso Diz

Suplente: Rui Manuel Tavares Leitão

6. Politica de Remuneração

6.1. Politica de Remuneração dos Órgãos de Administração e Fiscalização 6.1.1. Em 09 de Março de 2016 , a Assembleia Geral Ordinária da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Loures, Sintra e Litoral, C.R.L., apreciou e aprovou a Declaração sobre Politica de Remunerações dos Órgãos de Administração e de Fiscalização da Instituição, em cumprimento do disposto no art.2º, nº1, da Lei nº 28/2009, de 19 de Junho e nos termos do disposto do Aviso 1/2010 e da Carta-Circular nº2/2010/DSB, ambos do Banco de Portugal.

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6.1.2. Nos termos e para os efeitos do nº 4 do art.16º do Aviso do Banco de Portugal nº10/2011, reproduz-se na presente sede a referida Declaração, nos exatos termos em que foi aprovada pelos Associados da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo.

POLÍTICA DE REMUNERAÇÃO DOS MEMBROS DOS ÓRGÃOS DE ADMINISTRAÇÃO E DE FISCALIZAÇÃO DA CAIXA DE CRÉDITO AGRÍCOLA MÚTUO DA CAIXA DE CRÉDITO AGRÍCOLA MÚTUO DE LOURES, SINTRA E LITORAL, CRL

Nos termos do número 4 do Art. 115º-C do Regime Geral das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras (RGICSF), aprovado pelo Decreto-Lei nº 298/92, de 31 de Dezembro, na redacção que lhe foi dada pelo Decreto-Lei nº 157/2014, de 24 de Outubro, vem o Conselho de Administração da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Loures, Sintra e Litoral, C.R.L. , (doravante CAIXA AGRÍCOLA), submeter à aprovação da Assembleia Geral a Política de Remuneração dos Membros dos Órgãos de Administração e de Fiscalização da CAIXA AGRÍCOLA para o ano de 2016.

Propõe-se que a Política de Remuneração dos Membros dos Órgãos de Administração e de Fiscalização da CAIXA AGRÍCOLA para o ano de 2016 seja aprovada nos seguintes termos:

1. INTRODUÇÃO Em cumprimento do normativo aplicável, a Política de Remuneração dos Membros dos Órgãos de Administração e de Fiscalização da CAIXA AGRÍCOLA foi definida e elaborada de modo a reflectir adequada e proporcionalmente a dimensão, a organização interna e a natureza da Instituição, o âmbito e a complexidade da actividade por si desenvolvida, a natureza e a magnitude dos riscos assumidos e a assumir e o grau de centralização e delegação de poderes estabelecido no seio da mesma Instituição.

A mesma Política de Remuneração, atento o facto do Banco de Portugal não ter ainda aprovado qualquer instrumento regulamentar que revogue, altere ou substitua o Aviso nº 10/2011, sendo que as Instruções nºs 4/2015 e 5/2015, publicadas em 15 de Junho de 2015, referem-se à matéria das Políticas de Remuneração, mas somente quanto a divulgação de informação quantitativa a ela atinente, teve em consideração os seguintes instrumentos:

a. O RGICSF; b. O Aviso do Banco de Portugal nº 10/2011, quanto às normas neste contidas que não sejam incompatíveis com a actual redacção do RGICSF, atentas as alterações neste introduzidas pelo Decreto-Lei nº 157/2014 e por diplomas subsequentes, e que não devam, por isso, considerar-se revogadas em função de tais alterações;

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c. A Lei nº 28/2009, de 19 de Junho, na redacção que lhe foi dada pelo Decreto-Lei nº 157/2014; d. A Directiva nº 2013/36/EU, do Parlamento Europeu e do Conselho (IV Directiva de Requisitos de Capital); e. O Regulamento nº 575/2013, do Parlamento Europeu e do Conselho (Regulamento de Requisitos de Capital).

2. PRINCÍPIOS GERAIS

O regime legal e regulamentar ora em vigor preserva a aplicação do princípio da proporcionalidade na definição das políticas de remuneração, pelo que se mantém a relevância dada elementos como a natureza jurídica de cooperativa da Instituição e a imposição de restrições de natureza geográfica à actuação da dita Instituição, factores que determinam que a tais funções correspondam muitas vezes remunerações de valor senão simbólico, pelo menos inferior ao da média dos Colaboradores da Instituição, sendo por conseguinte tais remunerações insusceptíveis de qualquer comparação com as que são auferidas no resto do Sector Bancário, tal como são insusceptíveis de levar à assunção de riscos excessivos ou de pôr em causa os interesses de longo prazo da Instituição, a sua estabilidade financeira ou a sua base de capital.

Nesta perspectiva, para além de se terem que considerar inaplicáveis à CAIXA AGRÍCOLA todas as disposições do RGICSF, da Lei nº 28/2009 e do Aviso nº 10/2011 (os últimos na medida em que se considerem compatíveis com o primeiro) que pressuponham que as entidades às mesmas sujeitas revestem a natureza jurídica de sociedades anónimas, houve que ponderar a aplicação de muitas das demais normas, sempre por referência ao princípio da proporcionalidade ínsito no corpo do nº 3 do art. 115º-C do RGICSF.

Consequentemente, o referido princípio da proporcionalidade presidiu à elaboração da presente Política de Remuneração que, nos termos do RGICSF, prossegue ainda os seguintes objectivos:

a. Promover e ser coerente com uma gestão de riscos sã e prudente e não incentivar a assunção de riscos superiores ao nível de risco tolerado pela Instituição;

b. Ser compatível com a estratégia empresarial da Instituição, os seus objectivos, valores e interesses de longo prazo e incluir medidas destinadas a evitar conflitos de interesses;

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c. Distinguir de forma clara os critérios para a fixação da componente fixa da remuneração, fundamentados principalmente na experiência profissional relevante e na responsabilidade organizacional de cada Membro de Órgão de Administração ou de Fiscalização.

3. CONSIDERAÇÕES GERAIS

Nos termos e para os efeitos do nº 1 do art. 16º do Aviso nº 10/2011, declara-se que:

a) A Política de Remuneração dos Órgãos de Administração e de Fiscalização é definida pela Assembleia Geral, sem a intervenção de quaisquer consultores externos, cabendo à mesma revê-la periodicamente, pelo menos uma vez por ano, em sede da sua aprovação nos termos do nº 4 do art. 115º-C do RGICSF;

b) A presente política não contempla a atribuição de remunerações variáveis;

c) Vistas a natureza e dimensões da Instituição, a inexistência de remunerações variáveis, o valor das remunerações pagas aos Membros dos respectivos Órgãos de Administração e de Fiscalização e o facto de, não sendo a Instituição uma sociedade anónima, lhe ser impossível pagar qualquer remuneração sob a forma de acções ou instrumentos nos termos do nº 3 do art. 115º-E do RGICSF, não será diferido o pagamento de qualquer parte da remuneração;

d) A Política de Remuneração é propícia ao alinhamento dos interesses dos Membros do Órgão de Administração com os interesses de longo prazo da Instituição e é igualmente consentânea com o desincentivo de uma assunção excessiva de riscos, na medida em que preconiza a atribuição de uma remuneração de valor moderado, compatível com as tradições e com a natureza específica do Crédito Agrícola;

e) Atenta a natureza cooperativa da CAIXA AGRÍCOLA, o desempenho dos Órgãos de Administração e de Fiscalização é, em primeira linha, avaliado pelos Associados em sede de Assembleia Geral, reflectindo tal avaliação não só o desempenho económico da Instituição, mas também outros critérios directamente relacionados com a sobredita natureza cooperativa, incluindo a qualidade da relação estabelecida entre Administração e Cooperadores e da informação prestada aos membros sobre o andamento dos negócios sociais.

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4. REMUNERAÇÃO DOS MEMBROS DO ORGÃO DE FISCALIZAÇÃO: CONSELHO FISCAL

A remuneração dos Membros do Conselho Fiscal, tendo em consideração a natureza da composição desse Órgão Social, consiste exclusivamente numa componente fixa, paga através de senhas de presença de valor fixado pela Assembleia Geral.

Não há lugar a qualquer acréscimo a esta remuneração.

5. REMUNERAÇÃO DOS MEMBROS DO ÓRGÃO DE ADMINISTRAÇÃO: CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

5.1. REMUNERAÇÃO DOS ADMINISTRADORES EXECUTIVOS

A remuneração dos Membros executivos do Conselho de Administração consiste exclusivamente numa componente fixa, paga em montante fixo mensal liquidado em catorze vezes, de valor fixado pela Assembleia Geral.

Sem prejuízo do disposto na presente Política de Remuneração acerca da inexistência de remunerações variáveis, caso os Administradores Executivos sejam oriundos do quadro de pessoal da Caixa Agrícola ou da Caixa Central e vejam os seus contratos de trabalho suspensos em virtude da sua designação para o Conselho de Administração, a remuneração que lhes for atribuída não poderá ser inferior à que aufeririam caso aqueles contratos de trabalho se mantivessem em vigor, devendo ainda relevar, para efeitos de antiguidade, o tempo de duração dos respectivos mandatos.

Ter-se-ão em consideração para o efeito todas as prestações a que os Administradores em causa tivessem direito à data da suspensão dos respectivos contratos de trabalho, sem prejuízo da respectiva actualização, nos mesmos termos em que for determinada para a generalidade dos trabalhadores da Caixa Agrícola, e incluindo-se o direito a prémio de antiguidade, que não é considerado remuneração variável, por não depender de avaliação de desempenho.

Acresce a esta remuneração: i) atribuição de cartão de crédito e afectação do mesmo ao pagamento de despesas de representação ou outras incorridas no exercício das funções de Membro do Órgão de Administração;

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ii) atribuição de telemóvel e viatura de serviço para uso no exercício das mesmas funções; iii) facilidades de reembolso de despesas não compreendidas em i); iv) possibilidade de acesso a financiamento de carácter ou finalidade social ou decorrente da política de pessoal, conquanto verificados os pressupostos legal, regulamentar ou convencionalmente exigíveis.

Nos termos e para os efeitos dos arts. 115º-E e 115º-F do RGICSF e do nº 2 do art. 16º do Aviso nº 10/2011, mais se declara que:

5.1.1 Quanto à avaliação do desempenho

a) O órgão competente para a avaliação do desempenho individual dos Administradores Executivos é o Órgão de Fiscalização, sem prejuízo da competência da Assembleia Geral, nos termos acima descritos;

b) A remuneração dos Administradores Executivos não inclui uma componente variável, pelo que são inaplicáveis os arts. 115º-E e 115º-F do RGICSF e as alíneas b), c), d), e), f), g), h) e i) do nº 2 do art. 16º do Aviso nº 10/2011.

5.1.2 Quanto aos mecanismos de malus e clawback

Conforme referido acima, a remuneração dos Administradores executivos não inclui uma componente variável, pelo que são inaplicáveis as regras constantes do RGICSF quanto à aquisição do direito à mesma e aos mecanismos de redução (“malus”) ou reversão (“clawback”).

5.1.3 Disposições gerais

a) Uma vez que a remuneração dos Administradores Executivos não inclui uma componente variável, são inaplicáveis as alíneas b), c), d), e), f), g), h) e i) do nº 2 do art. 16º do Aviso nº 10/2011;

b) No exercício de 2016 não foram pagas nem se mostraram devidas compensações e indemnizações a Membros do Órgão de Administração devido à cessação das suas funções;

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c) A Instituição não celebrou com os Membros do seu Órgão de Administração qualquer contrato que lhes confira direito a compensações ou indemnizações em caso de destituição, incluindo pagamentos relacionados com a duração de um período de pré-aviso ou cláusula de não concorrência, pelo que o direito a tais compensações ou indemnizações se rege exclusivamente pelas normas legais aplicáveis, sendo desnecessários os instrumentos jurídicos a que alude o art. 10º do Aviso nº 10/2011; de igual modo, não vigora na Instituição qualquer regime especial relativo a pagamentos relacionados com a cessação antecipada de funções, pelo que é igualmente inaplicável o nº 11 do art. 115º-E do RGICSF; d) Os Membros do Órgão de Administração da Instituição não auferiram quaisquer remunerações pagas por sociedades em relação de domínio ou de grupo com a Instituição; e) Não vigoram na Instituição quaisquer regimes complementares de pensões ou de reforma antecipada, nem são concedidos benefícios discricionários de pensão; f) Inexistem outros benefícios não pecuniários relevantes que possam ser considerados como remuneração. g) Os Membros do Órgão de Administração não utilizam quaisquer seguros de remuneração ou responsabilidade, ou quaisquer outros mecanismos de cobertura de risco tendentes a atenuar os efeitos de alinhamento pelo risco inerentes às suas modalidades de remuneração h) Caso seja atribuída qualquer remuneração a Administrador Executivo eleito para o seu primeiro mandato que vise compensá-lo pela cessação de funções anteriores, esta terá em consideração os interesses de longo prazo da Instituição e será sujeita às regras que em cada momento vigorem quanto a desempenho, indisponibilidade mediante retenção pela Instituição, diferimento e reversão, sem prejuízo de, conforme referido, não ser actualmente diferido o pagamento de qualquer parte da remuneração.

5.2 REMUNERAÇÃO DOS ADMINISTRADORES NÃO EXECUTIVOS

A remuneração dos Membros não executivos do Órgão de Administração consiste exclusivamente numa componente fixa, paga em montante fixo mensal liquidado em catorze vezes, de valor fixado pela Assembleia Geral.

Os Membros não executivos do Conselho de Administração terão ainda direito ao reembolso das despesas em que comprovadamente incorram no exercício das suas funções.

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6. REVISOR OFICIAL DE CONTAS A remuneração do Revisor Oficial de Contas é estabelecida com base nas práticas de mercado e definida no âmbito de contrato de prestação de serviços de revisão de contas.

7. REMUNERAÇÕES PAGAS EM 2016 As remunerações brutas auferidas em 2016 pelos membros do Conselho de Administração foram as seguintes:

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

Fixa

Variavel Total CCAM Subsidios e Vencimento Outros

José Antonio de Carvalho Barreira 69.085,34 69.084,34 Márcio José Amorim Henriques (1) 28.421,12 - - 28.421,12 José Augusto Antunes Regedor (2) 17.755,00 - - 17.755,00 José Manuel Alvares da Costa Oliveira 28.858,85 - - 28.858,85

144.120,31 - - 144.120,31 1.Inicio de funções em 22-08-2016 2.Cessação de funções em 22-08-2016

As remunerações brutas auferidas em 2016 pelos membros do Conselho Fiscal foram as seguintes:

CONSELHO FISCAL

Fixa

Variavel Total CCAM Subsidios e Vencimento Outros

Luis Patricio da Silva (1) - 1.590,00 - 1.590,00 João Lourenço Neves (1) - 0,00 - 0,00 José Valério Vicente Junior (1) - 1.590,00 - 1.590,00 Sandra Maria G.N.Santos (2) - 1.590,00 - 1.590,00 Luis Miguel E.P.Silva (2) - 1.590,00 - 1.590,00 Nelson Cesar G.Batista (2) - 1.590,00 - 1.590,00

- 7.950,00 - 7.950,00 1.Cessação de funções em 22-08-2016 2.Inicio de funções em 22-08-2016

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A revisão de contas é efetuada pela Sociedade Diz & Associados, SROC, Lda, representada pelo Doutor José Joaquim Afonso Diz. Durante o exercício de 2016 os honorários auferidos com iva incluido foram os seguintes:

ROC

2016

Honorarios - Certificação Legal Contas * 9.315,19

9.315,19

* o valor inclui honorários do ROC cessante, Esteves Pinho & Associados, SROC, no montante de 3.198,00 euros

6.2. Política de Remuneração de Colaboradores

6.2.1. Dando cumprimento ao disposto no nº 3 do artigo 16º do Aviso do Banco de Portugal nº 10/2011, é prestada a seguinte informação, atinente à politica de remunerações de colaboradores: 1. Os colaboradores abrangidos pelo nº 2 do artigo 1º do Aviso do Banco de Portugal nº 10/2011 auferem uma remuneração fixa paga 14 vezes por ano, de acordo com as condições no ACT do Crédito Agrícola, a qual pode ainda integrar um complemento remunerativo mensal fixo, estabelecido contratualmente ou na sequência de reajustamento remunerativo casuístico. 2. Também se atribui uma ou duas horas de isenção de horário de trabalho às funções cujo nível de responsabilidade e exigência de disponibilidade assim o justifique. 3. Pode ser atribuída anualmente uma remuneração variável, definida com base num processo de avaliação de um conjunto de competências críticas para a função, a qual corresponde apenas a um prémio de desempenho. 4. A metodologia e critérios de avaliação de desempenho, aprovados pelo órgão de administração, são divulgados internamente, aprovados e aplicados de forma idêntica, para a generalidade dos colaboradores da instituição. O órgão de administração valida os resultados finais da avaliação de desempenho efetuada pela hierarquia direta dos colaboradores. 5. Para os colaboradores em apreço a componente variável da remuneração tem como limite máximo a remuneração de um mês de vencimento. O limite e as orientações de atribuição são revistos anualmente pelo Conselho de Administração.

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6. A componente variável a verificar-se é assim atribuída anualmente, considerando o resultado da avaliação de desempenho e o grau de concretização de objetivos definidos para cada área. Pretende-se, deste modo, promover a sustentabilidade da instituição e a criação de valor a longo prazo. 7. A remuneração variável quando atribuída é sempre paga em numerário tendo por base o desempenho do ano anterior. 8. Não é diferida qualquer parte da componente variável da remuneração, porquanto o valor desta não tem expressividade para que o seu pagamento imediato e de uma só vez possa impedir que se atinja qualquer um dos objetivos que o diferimento visaria prosseguir. 9.Atento o disposto no nº 3 do artigo 17º do Aviso do Banco de Portugal nº 10/2011, em 2016 os colaboradores abrangidos pelo nº 2 do artigo 1º do mesmo Aviso auferiram as seguintes remunerações:

6.2.2 Remunerações Pagas

Fixa

Variavel Total CCAM Subsidios e Vencimento Outros

Gestão de Risco Compliance Auditoria Interna 19.469,16 3.244,86 - 22.711,02

19.469,16 3.244,86 - 22.711,02

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