Campinas, 2016 Universidade Estadual De Campinas Instituto De Estudos Da Linguagem Carlos Augusto Nascimento Sarmento-Pantoja Pe
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE ESTUDOS DA LINGUAGEM CARLOS AUGUSTO NASCIMENTO SARMENTO-PANTOJA PERFORMANCE E TESTEMUNHO NO CINEMA PÓS-64 CAMPINAS, 2016 CARLOS AUGUSTO NASCIMENTO SARMENTO-PANTOJA PERFORMANCE E TESTEMUNHO NO CINEMA PÓS-64 Tese de doutorado apresentada ao Instituto de Estudos da Linguagem da Universidade Estadual de Campinas para obtenção do título Doutor em Teoria e História Literária na área de Teoria e Crítica Literária. Orientador: Prof. Dr. Márcio Orlando Seligmann Silva Este exemplar corresponde a versão final da Tese defendida pelo aluno Carlos Augusto Nascimento Sarmento-Pantoja e orientada pelo Prof. Dr. Márcio Orlando Seligmann Silva CAMPINAS, 2016 Agência de Fomento e nº de Processo não se aplica Ficha Catalográfica Universidade Estadual de Campinas Biblioteca do Instituto de Estudos da Linguagem Crisllene Queiroz Custódio – CRB 8/8624 Sarmento -Pantoja, Carlos Augusto Nascimento, 1977 - Sa74p Performance e Testemunho no Cinema Pós -64 / Carlos Augusto Nascimento Sarmento -Pantoja – Campinas, SP: [s.n.], 2016. Orien tador: Márcio Orlando Seligmann Silva. Tese (doutorado) – Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem. 1. Performance (Arte). 2. Memória do cinema. 3. Cinema brasileiro. 4. Documentário (Cinema). 5. Resistência ao governo – Brasil. 6. Brasil – História– 1964-1985. I. Seligmann-Silva, Márcio, 1964-. II. Universidade Estadual de Campinas. Instituto de Estudos da Linguagem. III. Título. Informações para Biblioteca Digital Título em outro idioma: Performance and Testimony in the póst-64 cinema Palavras-chaves em inglês: Performance art Memory in motion pictures Brazilian motion pictures Documentary films Brazil – Históry – 1964-1985 Área de Concentração: Teoria e Crítica Literária Titulação: Doutor em Teoria e Crítica Literária Banca Examinadora: Mário Orlando Seligmann Silva [Orientador] Suzi Frankl Sperber Carlos Henrique Lopes de Almeida Eduardo Aníbal Pellejero Ilana Feldman Masochi Data de Defesa: 31-03-2016 Programa de Pós-Graduação: Teoria e História Literária BANCA EXAMINADORA Márcio Orlando Seligmann Silva Suzi Frankl Sperber Carlos Henrique Lopes de Almeida Eduardo Aníbal Pellejero Ilana Feldman Marzochi IEL/UNICAMP 2016 Ata da defesa com as respectivas assinaturas dos membros encontra-se no SIGA – Sistema de Gestão Acadêmica. Na escuridão da sala de cinema, a luz de prata se acendeu na tela e uma vida impensada se descortinou diante dele, uma nova possibilidade e uma saída, como se um caminho inexplorado se abrisse à sua frente. Não fazia idéia do filme a que assistiria quando entrou no cinema, assim como não fazia idéia do destino que ali lhe era apresentado. Nove Noites , Bernardo Carvalho Minha percepção, em estado puro e isolado de minha memória, não vai de meu corpo aos outros corpos: ela está no conjunto dos corpos em primeiro lugar, depois aos poucos se limita, e adota meu corpo por centro. Matéria e Memória, Henri Bergson Diz que eu não sou de respeito Diz que não dá jeito De jeito nenhum Diz que eu sou subversivo Um elemento ativo Feroz e nocivo Ao bem-estar comum Fica , Chico Buarque Dedico este trabalho a todos os sobreviventes que dão e deram seus testemunhos; Aos que sobreviveram, mas até o momento não conseguiram testemunhar; Aos que sobreviveram, testemunharam e sucumbiram; Aos que sucumbiram, sem testemunhar; Aos familiares dessas vítimas; Aos que contribuíram para que a memória sobre a ditadura não fique no esquecimento; Aos diretores dos filmes, artistas e testemunhas que fizeram o cinema pós-64; A todos que contribuíram com esta pesquisa. AGRADECIMENTOS Para ser justo Seria injusto Da trajetória à concepção Da construção à finalização Foram tantas impressões, Muitas outras sugestões, Umas diretamente, Outras paralelamente. Várias conversas, indicações, Textos, filmes, sugestões e orientações. Cinco longos anos, Costurados, barrados, reordenados. Do projeto à tese muitos planos Foram escritos, outros foram apenas pensados. Está aqui o resultado, Finalmente, o nó foi desatado. Desculpem-me de antemão, Se como areias na mão, Os grãos da memória escoarem E os nomes se perderem. Obrigado: Tânia que é Maria Maria que é Santana Francisco que é Carlos, Márcio que é Orlando Eduardo que é Aníbal Carlos que é Henrique Mas tem também os que são: Élcios, Jaimes, Afonsos, Jadsons... Amores, amigos, colegas, irmãos, orientadores, colaboradores... Tantos papéis... Não me esqueço dos filhos, filhas, orientandos, orientandas: Todos passaram e passarão, Eu passarinho. Que voarei e invernarei, Vocês, ar que me alimentei, nunca os esquecerei. Até que a morte nos separe, Amém! Resumo A pesquisa analisa a produção cinematográfica brasileira em dois momentos. O primeiro corresponde aos 21 anos da ditadura civil-militar, com o intuito de demonstrar algumas formas de resistência ao regime ditatorial no cinema. O segundo seleciona, no período de 20 anos após o fim da ditadura civil-militar brasileira, dois documentários construídos, particularmente, por testemunhos de sobreviventes da ditadura brasileira, que ora discutem seus papéis e os rumos da resistência, ora problematizam as ações revolucionárias que levaram à derrota dos movimentos de oposição à ditadura. Este caminho historiográfico foi pensado para discutir o cinema como objeto de análise das várias formas de resistência, pelo fato de esgarçar a realidade e promover a reflexão por conta do conceito de “vida nua” (zoè), pensada por Giorgio Agamben (2002) e que claramente está presente nos filmes estudados. Nestes termos, o conceito de história repensado por Walter Benjamin (1994) e Theodor Adorno (2009) salienta o trabalho de releitura, por meio do cinema, da historiografia brasileira durante a ditadura, pois evidencia a “vida nua” desta sociedade. Após uma breve historiografia da produção fílmica brasileira, nos centramos no estudo mais apurado do documentário em busca de aproximar categorias, como documentário, trauma, memória e testemunho, esses dois últimos conceitos apoiados em Jacques Le Goff (1990), Paul Ricoeur (1995), Emile Benveniste (1969), entre outros. Detivemo-nos analiticamente na tarefa de compreender melhor o testemunho, tomando a etimologia do vocábulo e suas múltiplas associações, assim como as relações com outras formas artísticas, como a fotografia e a pintura. Movimentamos o conceito no sentido de ampliar seu uso para a análise da cinematografia relacionada ao testemunho dos sobreviventes da ditadura civil-militar brasileira. Deste ponto, procuramos compreender a constituição do documentário e sua vinculação ao conceito de performance e seus usos em algumas áreas do conhecimento. Tivemos o intuito de caracterizar o que seria o documentário performático, categoria criada por Bill Nichols (2005) e apontar possibilidades para ampliar esta classificação, pois o documentário performático enquanto modo de documentário é amplo demais e necessitaria de outras subclassificações para dar conta das especificidades dos vários tipos de documentários. Por isso, a análise do corpus da produção pós 64 nos permitiu derivações do conceito no intuito de produzir uma melhor compreensão dos objetos estudados. Assim criamos outra forma de documentário performático com vistas ao estudo, o documentário performático heroicizante, compreendido nos filmes Que bom te ver viva (1989), de Lúcia Murat, e No olho do furacão (2003), de Renato Tapajós e Toni Venturi. Palavras-Chave: Performance.Testemunho. Cinema. Ditadura. Documentário. Résumé La recherche analyse le cinéma brésilien à deux moments. La première correspond à 21 années de dictature civile et militaire, afin de démontrer certaines formes de la résistance au régime de cinéma. Les deuxième sélectionne, à partir de 20 ans après la fin de la dictature civilo-militaire brésilienne, construit deux documentaires, notamment par des témoignages de survivants de la dictature brésilienne, qui maintenant discuter de leurs rôles et de la résistance, bien sûr, maintenant problématisent les actions révolutionnaires, qui a conduit à la défaite des mouvements d'opposition à la dictature. De cette façon historiographique a été pensé pour discuter du film que l'objet de l'analyse des différentes formes de résistance, parce mêlée réalité et promouvoir la réflexion en raison de la “vie nue” (Zoè), conçu par Giorgio Agamben (2002), qui a clairement Il est présent dans les films. En conséquence, le concept d'histoire repensé par Walter Benjamin (1994) et Theodor Adorno (2009), met en évidence le récit de travail, à travers le cinéma, l'historiographie brésilienne pendant la dictature, car il met en évidence la "vie nue" de cette société. Après une brève historiographie de la production cinématographique brésilienne, nous arrêtons dans une étude plus précise du documentaire à la recherche de catégories approchant tels que le documentaire, la mémoire et le témoignage, les deux derniers concepts soutenus par Jacques Le Goff (1990), Paul Ricoeur (1995), Emile Benveniste (1969), entre autres. Nous passâmes analytiquement la tâche de mieux comprendre le témoignage, en prenant l'étymologie du mot et ses multiples associations, ainsi que les relations avec d'autres formes d'art comme la photographie et la peinture. Nous passons le concept d'élargir son utilisation pour l'analyse de la cinématographie liées au témoignage des survivants de la dictature civilo-militaire brésilienne. De ce point, nous avons essayé de comprendre la constitution du documentaire et son lien avec la notion de performance et de ses usages dans certains domaines de la connaissance. L'objectif