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Cronologia Rede Manchete de Televisao ( (19901990 a 19961996))))

Elaborada para oferecer indicações temporais dos principais eventos que marcam a historia da emissora. Recurso de pesquisa formulado a partir de dados informados pela imprensa, pelo site oficial e por publicações acadêmicas.

O leitor encontrará na segunda parte desta cronologia quadros informativos que listam os programas de ficção elaborados pela emissora de 1989 a 2004. Inserem dados sobre o horário de exibição, o período de exibição, o numero de capítulos e os roteiristas e diretores de cada um destes programas (, minisséries, seriados, casos especiais).

ANOS 90

Em 1981, empresário Adolpho Bloch assina o contrato para a implantação de sua rede de televisão, a TV Manchete, composta por cinco emissoras próprias nas cidades do , São Paulo, Belo Horizonte, Recife e Fortaleza. A emissora foi ao ar pela primeira vez em 5 de junho de 1983 e o primeiro programa a ser exibido foi um show, transmitido ao vivo, denominado "Mundo Mágico", contando com a participação de diversos conjuntos musicais e artistas. Neste mesmo período a emissora adotou o slogan "Televisão de Primeira Classe" e dentre os programas que ganharam destaque nos primeiros meses de transmissão foram: "Conexão Internacional", com Roberto D'Ávila, "Bar Academia", com Walmor Chagas, "Um Toque de Classe", com grandes nomes da música erudita nacional e o "Jornal da Manchete", telejornal exibido em horário nobre. A Rede Manchete transmitiu pela primeira vez, ao vivo e para todo o Brasil, os desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro, com a inauguração do sambódromo da Marquês de Sapucaí, em 1984. Este mesmo ano foi marcado pela criação do núcleo de dramaturgia, lançando no mês de agosto a sua primeira minissérie, "Marquesa de Santos", protagonizada por Maitê Proença e Gracindo Jr. Em 1985 entrava no ar o "Clube da Criança", revelando como apresentadora infantil, "Antônio Maria", a primeira novela produzida pela Rede Manchete, e a série humorística "Tamanho Família". Mesmo com a crise que enfrentava pelo acúmulo de

1 Grupo de Pesquisa A-Têve: análise da Teleficção. CNPq Coordenação: Prof. Dra. Maria Carmem Jacob de Souza Comunicação e Cultura Contemporâneas www.poscom.ufba.br dívidas, em abril de 1986 a emissora lança a novela “Dona Beija” e “Corpo Santo”, com a participação de José Wilker. Até a década de 90 a TV Manchete investe na teledramaturgia, lançando “Kananga do Japão” (1989), “A História de Ana Raio e Zé Trovão”(1990) e o seu grande sucesso, “”(1990), novela de Benedito Ruy Barbosa, que lidera os índices de audiência da época. No final da década de 80, a TV Manchete começa a enfrentar inúmeras crises, greves de funcionários, assim como inúmeras demissões por falta de recursos. Com o agravamento da crise, em 1992, e o fracasso da novela “Amazônia”, a emissora começa a ser negociada com o grupo IBF, de Hamilton Lucas de Oliveira, quando é vendida em maio deste ano e a base de operações é transferida para São Paulo. Já na nova administração estréia, com apresentação de Clodovil Hernandez, o programa "Clodovil Abre o Jogo". O "Documento Especial: Televisão Verdade" passa a se chamar "Manchete Especial: Documento", com apresentação de Henrique Martins. Entretanto as crises continuaram ocorrendo e depois de vários meses sem salários, os funcionários interromperam a programação da emissora no fim da tarde do dia 15 de março de 1993, colocando no ar um slide denunciando a falta dos pagamentos. No mesmo dia é deflagrada uma nova greve de funcionários e através de medida cautelar, a emissora retornou ao controle da família Bloch. De volta à Bloch, a emissora colocou no ar a novela "Guerra sem Fim" e em 1994 a novela "74.5 - Uma Onda no Ar", produzida pela TV Plus . No ano seguinte aconteceu o embargo de bens da emissora pelo Banco do Brasil. As emissoras afiliadas começavam a deixar a Rede, passando para a Record e para a CNT. Neste clima de conflitos a TV manchete lança três novelas de grande aceitação e audiência: "Tocaia Grande", baseada em obra de Jorge Amado, "Xica da Silva"(1996), protagonizada pela atriz Taís Araújo e "Mandacaru"(1997). Em junho de 1998, a equipe da emissora instalou-se na França para a cobertura da Copa do Mundo e neste mesmo ano estréia "Brida", novela baseada no best seller de Paulo Coelho. A novela não alcançou bons índices de audiência teve que ser encerrada às pressas diante do estouro da nova crise na emissora, quando 600 funcionários são demitidos e vários programas extintos. As dívidas com a Embratel passam a ser descontadas através dos cortes diários do sinal da emissora no satélite, entre as 23 horas da noite e 6 horas da manhã. Em mais uma tentativa de salvar a emissora, o grupo Bloch arrendou toda a programação para a Igreja Renascer em Cristo. Por contrato a Renascer se responsabilizaria pelas finanças e pela programação da Manchete durante um período de 15 anos. Após um mês nas mãos da Renascer, a Rede Manchete retornou ao comando da família Bloch, entretanto, em 1999, depois de várias reuniões, concretizou-se a venda da Rede Manchete para o Grupo TeleTV, organização presidida pelo empresário Amilcare Dallevo Júnior. Era o fim da Rede Manchete de

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Televisão e o início da Rede TV! . ( Fonte: Site "Rede Manchete - Qualidade em Primeiro Lugar" http://www.redemanchete.cjb.net/)

1990 Março • A Pantana l substituiu Kananga do Japão que havia gastado um orçamento milionário de sete milhões de dólares, o maior já consumido até então por uma telenovela, era a forma da emissora afastar os rumores de que o grupo Bloch pensava em vender a rede. Kananga chegou a registrar a média de 20 pontos no Rio de Janeiro e 12 pontos em São Paulo. Para substituir Kananga do Japão a Tv Manchete investiu mais sete milhões de dólares na telenovela Pantanal, que trouxe para TV o mundo selvagem e a beleza deslumbrante de uma das regiões mais fascinante do planeta, o Pantanal Mato-Grossense. Benedito Ruy Barbosa chegou a Manchete para escrever Pantanal , deixando para trás anos de carreira na TV Globo como autor de dois dos grandes sucessos caipiras do horário das seis – Cabloca e Paraíso. O autor já tinha o projeto de Pantanal engavetado há sete anos porque a Globo achou excessivamente custoso para os padrões da época. 75% das cenas de toda a novela, com duração estimada de 180 capítulos deverão ser realizadas em pleno Pantanal. Uma equipe formada por 140 pessoas, entre técnicos e atores, passou a viajar freqüentemente em aviões de carreira do Rio de Janeiro a Cuiabá e Campo Grande. “Queremos conquistar o público com imagens e temas ousados”, entusiasma-se Jayme Monjardim, supervisor da direção. Barbosa arquitetou a novela em dois períodos – os primeiros dezessete capítulos se passam nos anos 40. A telenovela Pantanal é a oportunidade da Manchete comercializar com êxito seus produtos em outros países. Até mesmo um programa especial que irá ao ar antes da estréia, já tentará conquistar o telespectador mostrando o espírito ecológico e de aventura que norteia a trama. (VEJA: 20/03/1990 “Romances ecológicos”, p.91)

1991 Março • O diretor Jayme Monjardim anuncia viagens de personagens da telenovela pelo Brasil: pelas cidades de Treze Tílias (SC), Rio das Contas, no Sertão da Bahia e Santarém e Alcântara e outras cidades de Rondônia. (Revista da Tevê, , 31/03/91) Agosto • A Manchete pretende transformar o livro “O diário de um Mago”, do escritor Paulo coelho, em minissérie para estrear em abril de 92. (TV Programa, Jornal do Brasil, 18/08/91) • Debate sobre as cenas de sexo e a influência sobre as crianças, sendo as telenovelas da Manchete sempre citadas, pela ousadia de suas cenas. Opinião de Bola, astrólogo, 3 Grupo de Pesquisa A-Têve: análise da Teleficção. CNPq Coordenação: Prof. Dra. Maria Carmem Jacob de Souza Comunicação e Cultura Contemporâneas www.poscom.ufba.br

Henriqueta Brieba, Cláudia Alencar, Marcos Breda, Chico Alencar, vereador do PT e Ivan Vasques, advogado. (TV Programa, Jornal do Brasil, 18/08/91) Setembro • Debate sobra o erotismo na TV. Opiniões de: Heloísa Malfada, Miguel Falabella, Paulo Figueredo, Nani Venâncio e Dom Mauro Moreli, bispo de Duque de Caxias. (TV Programa, Jornal do Brasil, 1º/09/91) • Sem verbas para produzir outras telenovelas a Rede Manchete investe em produções importadas. Segundo o diretor do Departamento de Teledramaturgia da emissora, Atílio Ricó, as mudanças radicais na programação da emissora, voltadas para temas rurais não agradaram o público. (TV Programa, Jornal do Brasil, 08/09/91) • A telenovela chega ao fim, após 194 capítulos. Seus autores analisam a telenovela, admitem que cometeram erros, porém ressaltam o caráter inovador de “Ana Raio e Zé Trovão”, que pretendeu “mostrar o Brasil que o Brasil não conhece”. A produção registrou a média de 16 pontos contra os 56 da sua antecessora Pantanal. (TV Programa, Jornal do brasil, 15/09/91) • Debate: personalidades são questionadas se a telenovela Ana Raio e Zé Trovão, após 10 meses no ar, conseguiu cumprir o objetivo de mostrar “o Brasil que o Brasil não conhece”. Opiniões de: Eva Todor, Ítala Nandi, Simone Carvalho, Erasmo Carlos, Fernando Pamplona, cenógrafo e Eduardo Mascarenhas, psicanalista. (TV Programa, Jornal do brasil, 29/09/91) Outubro • Após três anos na Manchete, onde dirigiu as telenovelas Pantanal, Kananga do Japão e Ana Raio e Zé Trovão, Jaime Monjardim, vai para a Rede Globo. A matéria conta a história do diretor e sua próxima produção na Globo, que será a telenovela “Flor de cera”, escrita por Renato Teixeira. (TV Programa, Jornal do Brasil, 20/10/91) • Nilton Travesso é o provável diretor do núcleo que a TV Globo pretende montar em São Paulo. (TV Programa, Jornal do Brasil, 27/10/91) • A Manchete leva toda a sua equipe técnica (refletores, câmeras, microfones, etc.) para a Floresta Amazônica para as gravações da próxima telenovela da emissora Amazônia. (TV Programa, Jornal do Brasil, 27/10/91) Novembro • A produção da telenovela Amazônia enfrenta problemas que ameaçam a sua estréia: o ambiente da floresta e a crise financeira da Manchete. (TV Programa, Jornal do Brasil, 10/11/91)

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1993 Fevereiro • Hamilton de Oliveira, empresário da TV Manchete é acusado de envolvimento no esquema PC Farias. Em entrevista à Folha de São Paulo ele nega qualquer envolvimento. Segundo Hamilton de Oliveira o rombo da TV manchete é de 100 milhões de dólares. (Folha de São Paulo 05/02/1993) • A TV Manchete passa por cima da crise para contratar o seu novo diretor artístico Jayme Monjardim. Ele voltou ao mesmo cargo que ocupava um ano atrás e diz não se importar em ficar três ou quatro meses sem receber salário. “Não vivo de televisão, vivo para a televisão” afirmou Monjardim. A primeira meta da emissora é resgatar “sua cara, de acordo com seu público”. Afirmações de Monjardim: “A televisão tem que repensar seus caminhos como todo o país; mas a Manchete não pretende discutir pena de morte, por exemplo, e sim a falência do sistema penitenciário”. “Sem tratar a criança como debilóide” é a intenção dele ao reformular o programa de Angélica. “A Manchete vai discutir o conteúdo e os meios, não os fins”. Monjardim não quis adiantar as novas estratégias na programação da emissora, enquanto não tiver os resultados de uma pesquisa encomendada ao Instituto Retrato, para identificar os novos conceitos do público. A partir daí será montada a nova programação, que sem dúvida contará com novela”, garante Monjardim. Segundo o diretor-geral da casa Xerxes Gusmão, a teledramaturgia sempre deu lucro para a Manchete. “Nem em Amazônia tivemos prejuízo, embora a audiência da novela tenha frustrado os anunciantes”, afirmou Gusmão. (Folha de São Paulo: 10/02/1993) • A Crise da TV Manchete piora com a greve promovida pelos trabalhadores com salários atrasados. Diretores precisam substituir apresentadores de telejornais em greve. Outros programas são reprisados. Hamilton de Oliveira promete tirar a TV Manchete do vermelho em três meses e garante que não venderá a rede. Boatos que grupo italiano de Silvio Berlusconi tem interesse na Manchete são negados. (Jornal do Brasil 11/02/1993) • Funcionários indignados com o descumprimento da promessa de pagamento dos salários atrasados promovem “arrastões de indignação” pelos corredores da emissora impedindo, inclusive, a realização de gravações de programas como o Almanaque, apresentado por César Filho e Tânia Rodrigues. Até o Programa do Clodovil, líder de audiência da Rede, esteve sobre ameaça. (Jornal do Brasil 16/02/1993)

Abril • A Central Única dos Trabalhadores (CUT) demonstrou interesse de comprar a TV Manchete e torna-la uma emissora mais democrática. O secretário-geral Gilmar Carneiro diz ter conhecimento do rombo de U$$ 100 milhões, porém confiam na capacidade da CUT de 5 Grupo de Pesquisa A-Têve: análise da Teleficção. CNPq Coordenação: Prof. Dra. Maria Carmem Jacob de Souza Comunicação e Cultura Contemporâneas www.poscom.ufba.br

arrecadar este dinheiro. O sociólogo Betinho é o nome indicado para dirigir a nova Rede. (Jornal do Brasil 06/04/1993) • O controle da TV Manchete foi transferido das mãos de Hamilton de Oliveira para Oscar Bloch. Este, por sua vez, entregou a Fernando Barbosa Lima, a direção geral da TV Manchete, após a promessa desta de pagamento de todos os salários atrasados dos funcionários. A intenção de Barbosa é voltar a TV manchete a condição de emissora dirigida para as classes A e B. Para isso investirá pesado no jornalismo e informa que novelas e minisséries terão que esperar a recuperação financeira da emissora, inclusive extingue a função de diretor artístico que era exercida por Jayme Monjardim. (Jornal do Brasil 28/04/1993) Maio • A TV Manchete muda a programação com a intenção de resgatar público classe A. O diretor- geral da emissora, Fernando Barbosa Lima, afirma que o jornalismo será peça-chave e que a Manchete está aberta a programas de produção independente. (Folha de São Paulo, 17/05/1993) Junho • A TV Manchete comemora dez anos no ar, passando por uma série crise. O contrato de concessão da Manchete foi assinado em 19 de agosto de 1981, no mesmo dia da concessão do SBT, mas a emissora somente entrou no ar em 5 de junho de 1983, às 19h, com um show- documentário dirigido por Nelson Pereira dos Santos. Os principais picos da produção da emissora foram em 1984 com as transmissões exclusivas do carnaval do Rio de Janeiro (atingindo 69 pontos de audiência), em 1986, com a telenovela de época “Dona Beija” e em 1990, com a telenovela “Pantanal”, quando coloca em risco o domínio absoluto da Rede Globo na área de telenovelas. (Folha de São Paulo, 05/06/1993) Julho • “É preciso ser um autor criativo para escrever uma novela como Guerra sem fim? O que mais um escritor pode acrescentar a fatos tão contundentes como os do noticiário dos jornais? (...) Por tudo isso, o Projeto de Guerra sem fim, a estréia desta terça-feira na TV Manchete, esbarrou em sua maior dificuldade, isto é, a de ter que ser mais emocionante do que os telejornais.” (Arthur Santos Reis, Jornal do Brasil, 09/07/1993)

1994

Janeiro • “É difícil descobrir quem é quem na novela de linha realista, onde há uma mistura de muita sujeira e trapaça dos criminosos de colarinho branco e dos que dominam o tráfico de drogas. Mas a história, que derruba a visão convencional da luta do bem contra o mal, reforça a figura 6 Grupo de Pesquisa A-Têve: análise da Teleficção. CNPq Coordenação: Prof. Dra. Maria Carmem Jacob de Souza Comunicação e Cultura Contemporâneas www.poscom.ufba.br

do anti-héroi e coloca o público diante de uma inversão de valores”. (Márcia Penna Firme, Jornal do Brasil, 08/01/1994). • “E vive requentando um arsenal de clichês do tempo de “O direito de Nascer”: mocinho e mocinha se amam mas não podem se unir por que são de classes sociais diferentes ou por que seus pais se odeiam ou por que há uma outra, malvada, que os separa, usando de pérfidos ardis.” (David França Mendes, Folha de São Paulo, 10/01/1994). • A Manchete busca parceria estrangeira para a próxima telenovela que substituirá “Guerra Sem Fim”, o texto será de Regina Braga e poderá trazer o ator francês Tcheky Karyo. O nome provisório da produção é “Carranca”. (TV Programa, Jornal do Brasil, 29/01/94) Junho • A manchete prepara dois seriados escritos por Alexandre Lyra, um dos roteiristas de Guerra Sem Fim. Os seriados terão doses de humor e os títulos provisórios de “Tiras da Fuzarca” e “Gatas do Talhado”. (TV Programa, Jornal do Brasil, 25/06/94) • Matéria traz as possíveis causas do fracasso da telenovela “74.5 – uma onda no ar”, da produtora independente TV Plus, exibida pela TV Manchete: história mal construída, elenco vacilante nas mãos de um diretor inseguro. Muitas mudanças são realizadas na tentativa de recuperar os 5 pontos obtidos no início da telenovela. Este índice caiu para três, entretanto a postura tanto da produtora (TV Plus), como da emissora (TV Manchete) é de otimismo em relação às mudanças. (TV Programa, Jornal do Brasil, 18/06/94) Julho • Os planos da Manchete de reestruturar seu núcleo de teledramaturgia produzindo remakes , foi barrado, pois os direitos de quase todas as telenovelas antigas já foram comprados pela Globo ou SBT. (TV, Jornal do Brasil, 09/07/94) • O autor Chico de Assis foi parceiro de Walter Negrão na TV Tupi e escreveu o “Programa Legal” sobre caipiras e o especial de natal de Chitãozinho e Xororó, na TV Globo. Na época da telenovela trabalhava também no “Clube Irmão Caminhoneiro Shell”, na Bandeirantes (O Globo 18/07/1994). Setembro • Os diretores da RTP (Rádio e Televisão Portuguesa), visitaram os estúdios da TV Manchete, em Água Grande, zona Norte do Rio de Janeiro. Fernando Barbosa Lima, diretor-geral da emissora comemora a visita, já que a emissora brasileira tem projetos de co-produção. (TV, Jornal do Brasil, 10/09/94) • A Manchete dispensou todos os seus roteiristas, além de boa parte dos seus atores e atrizes, pegando muitos deles de surpresa. (TV, Jornal do Brasil, 24/09/94)

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Novembro • A Manchete investe no sobrenatural com a série “Incrível, fantástico, extraordinário”. A estréia é com A Garra do Macaco, de Regina Braga e Aparecida Menezes, com estréia em 22/11/94. (TV, Jornal do Brasil, 19/11/1994) • Entrevista com Régis Cardoso, diretor artístico da Manchete que fala sobre a produção de “Tocaia Grande”. (TV, Jornal do Brasil, 17/12/1994)

1995

Janeiro • Para a produção da telenovela “Tocaia Grande”, a TV Manchete criou a produtora independente “Bloch, Som e Imagem”. Segundo o diretor-geral da Manchete para manter a programação no ar, a emissora teve que se associar à produção independente. As dividas da emissora que chegam a cerca de U$$ 100 milhões ao governo federal e U$$ 60 milhões a fornecedores foram renegociadas. O quadro de funcionários foi reduzido e os salários atrasados pagos. (Folha de São Paulo, 31/01/1995) Maio • “Tocaia Grande, a tentativa da Rede Manchete de retomar o sucesso de Pantanal e aumentar a audiência, começou com a sensação de ‘já vi esse filme’.” (Angélica Banhara, Folha de São Paulo, 20/05/1995) • A audiência dos três primeiros capítulos foi de três pontos no Ibope (cerca de 300 mil telespectadores na Grande São Paulo). Na estréia de Tocaia Grande o SBT atingiu 9 pontos, com “Sangue do Meu Sangue”, e a Globo, 45 pontos, com o filme “A mão Que Balança o Berço” (Folha de São Paulo, 20/05/1995). Julho • “Walter Avancini mostra a que veio. A sensualidade prometida pelo diretor quando assumiu a novela Tocaia Grande , na Rede Manchete – unida a uma boa dose de sexualidade-, foi a marca da primeira semana em que os capítulos sob o seu comando foram ao ar. (...) Com o novo diretor,“Tocaia” ganhou agilidade. Avancini também está sabendo explorar a beleza e o talento das jovens atrizes (...). Faltava sensualidade à novela. Mas não precisava forçar a mão.” (Angélica Banhara, Folha de São Paulo, 09/07/1995) Dezembro • Walter Avancini assumiu a direção da telenovela quando esta registrava entre dois a três pontos, chegando a cair para um ponto no início de novembro. A expectativa da direção da emissora é a de chegar a 12 pontos. A dupla, Walter George Durst e Walter Avancini já havia garantido o sucesso de “Gabriela”, na Rede Globo, em 1975. (Folha de São Paulo, 09/12/1995) 8 Grupo de Pesquisa A-Têve: análise da Teleficção. CNPq Coordenação: Prof. Dra. Maria Carmem Jacob de Souza Comunicação e Cultura Contemporâneas www.poscom.ufba.br

1996

Setembro • “A Manchete pode até perder atores, diretores, números do Ibope, mas a pose, jamais. E foi de maneira grandiosa que a emissora estreou anteontem Xica da Silva (...) Há tempos as emissoras não oferecem um bom drama histórico, recheado de sinhazinha, escravos e capitães do mato. Além disso tudo, Xica ainda estreou com uma boa pesquisa dos hábitos da época (...). São detalhes que mostram o esmero da equipe.” (Ana Claudia Souza, Jornal do Brasil, 19/09/1996) • “A fórmula é conhecida: tenta-se fisgar o espectador logo no início, na aposta de que ele, por inércia, se adapte a um lenga-lenga que se estenderá por cerca de 150 capítulos. (...) Feitas as contas,”Xica da Silva” estreou sem o impacto prometido, mas exibiu mais qualidade que defeitos. Costuma ser o contrário.” (Fernando Barros e Silva, Folha de São Paulo, 19/09/1996) Novembro • “Desde que Xica da Silva estreou, há dois meses, o telespectador ainda não levantou da poltrona para ir ao banheiro. (...) Xica está sendo considerada a melhor produção do gênero no momento e o que é promissor: está na boca do povo.” (Vera Jardim, Jornal do Brasil, 09/11/1996) A matéria traz ainda os dez motivos pelos quais o público “não desgruda os olhos” de Xica da Silva, são eles: Realismo Fantástico; Pesquisa de arte; Direção; Texto; Fotografia; Maquiagem; Cenografia; Figurino; História e Ganchos. • A telenovela detém o segundo lugar de audiência no Rio de Janeiro, onde alcança 12 pontos contra os 30 pontos da Rede Globo. Em São Paulo, com 9 pontos, disputa a mesma posição com o SBT. Pesquisa de arte de Léia Meira. Fotografia de Alberto Rodrigues Martins, o Russo. Maquiagem de Marina Beltrão. Cenografia de Joaquim Carneiro. Figurino de Regina de Paula (Jornal do Brasil, 09/11/1996).

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Produções de ficção da TV Manchete

1989-2004

TELENOVELAS

Horários 21h Título Dias Período Capítulos Escritor Direção e Produção “Kanaga do Japão” 1 SEG – SAB JUL/89 – MAR/90 208 Wilson Aguiar Filho Tizuka Yamasaki e Carlos Guimarães “Pantanal” 2 SEG – SAB MAR/90 – DEZ/90 216 Benedito Ruy Barbosa Jayme Mojardim (geral), Carlos Magalh~es, Roberto Naar e Marcelo barreto “A história de Ana SEG – SAB DEZ/90 – OUT/91 251 Marcos Caruso e Rita Buzzar Jayme Mojardim Raio e Zé Trovão” “Amazônia” SEG – SAB DEZ/91 – JUN/92 162 Parte I: Denise Bandeira e Jorge Parte I: Carlos Magalhães e Luiz Carlos Duran, escrita com Ana Maria Magalhães. Nunes e Paulo Halm. Parte II: Marcos Schechtmann, Rud Lageman, Parte II: Jorge Durane Regina José Jofilly, Tânia Lamarca, Betse de Paula e Braga Tizuka Yamasaki (supervisão) “Guerra sem fim” SEG – SAB NOV/93 – ABR/94 86 José Louzeiro e Alexandre Marcos Schechtmann (geral), Luiz Armando Lydia Queiroz, co-rpodução da TV-Plus “74.5 0 Uma onda no SEG – SAB ABR/94 – OUT/94 127 Chico de Assis, escrita com Cecil Thiré (geral), José Cralos Pieri e Lucas ar” Eloy Araújo, Rose Calza, Bueno. Produzida pela TV-Plus Marilu Saldanha e Cláudio Paiva “Tocaia grande” SEG – SAB OUT/96 – SET/96 236 Duca Rachid, Mario Teixeira e Walter Avancini (geral), João Camargo, J. Marcos Lazarini Alcântara, e Jacques Lagoa “Xica da Silva” SEG – SAB SET/96 – AGO/97 231 Walcyr Carrasco (com o Walter Avancini (geral), João Camargo, J. pseudônimo de Adamo Angel) Alcântara, Jacques Lagoa e Lizâneas Azevedo

1 Kanaga do Japão foi reprisada de Maio/90 a Jul/91 em 209 capítulos, de segunda a sábado às 19h30 e depois em Março a Outubro/97, de segunda a sexta-feira, ás 20h 2 A novela foi reprisada de JUN/91 a JAN/92, de segunda a sábado às 19h30, depois em OUT/98 a JUL/99, com 217 capítulos, de segunda a sábado às 21h. 10 Grupo de Pesquisa A-Têve: análise da Teleficção. CNPq Coordenação: Prof. Dra. Maria Carmem Jacob de Souza Comunicação e Cultura Contemporâneas www.poscom.ufba.br

“Mandacaru” SEG – SAB AGO/97 – AGO/98 259 Carlos Alberto Ratton Walter Avancini (geral), Ivan Zettel, Lizâneas Azevedo, Luis Antonio Pillar, Jacques lagoa, Felipe S. Tenreiro. “Brida” 3 SEG – SAB AGO/98 – OUT/98 54 Jayme Camargo, escrita com Walter Avancini (geral), Lizâneas Azevedo, Luis Sônia Mota e Angélica Lopes Antonio Pillar, Sergio Mattar.

MINISSÉRIES

Minisséries Inéditas Título Dias Período Capítulos Escritor Direção e Produção “Escrava Anastácia” TER - SEX MAI/95 – JUN/95 04 Paulo César Coutinho Henrique Martins “O canto das sereiras” TER - SEX JUL/90 – JUL/90 08 Paulo César Coutinho Jayme Mojardim “Mãe de santo” TER - SEX OUT/90 – NOV/90 16 Paulo César Coutinho Henrique Martins “Rosa dos rumos” TER - SEX NOV/90 – NOV/90 08 Walcyr Carrasco e Rita Buzzar Del Rangel “Filhos do sol” TER - SEX JAN/91 – FEV/91 Walcyr Carrasco e Eloy Santos Henrique Martins “Ilha das bruxas” TER - SEX MAR/91 – MAR/91 Paulo Figueiredo Henrique Martins e Álvaro Fugulin “O farol” TER - SEX ABR/91 – MAI/91 12 Paulo Heim Álvaro Fugulin “Na rede de intrigas” TER - SEX MAI/91 – JUN/91 Geraldo Vietri Henrique Martins “Floradas na serra” TER - SEX JUL/91 – JUL/91 24 Geraldo Vietri Nilton Travesso e Roberto Naar “O guarani” TER - SEX AGO/91 – SET/91 Walcyr Carrasco Jayme Mojardim “O fantasma da ópera” TER - SEX OUT/91 – NOV/91 37 Geraldo Vietri, escrita por Paulo Del Rangel Afonso de Lima e Jael Coaracy

3 Brida estreiou em 11 de agosto de 1998 ás 19h , mas o horário foi cancelado a partir de 14 de setembro passou para ás 22h20. A novela começou a ser escrita por Jayme Camargo até o capítulo 14, sendo continuada por Sonia Mota e Angélica Lopes. 11