Pontifícia Universidade Católica Do Rio Grande Do Sul Faculdade De Comunicação Social Programa De Pós-Graduação

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Pontifícia Universidade Católica Do Rio Grande Do Sul Faculdade De Comunicação Social Programa De Pós-Graduação PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO ALEXANDER BERNARDES GOULART COMUNICAÇÃO E IMAGINÁRIO: RELAÇÕES DE AUTO-REFERENCIALIDADE EM PÂNICO NA TV Porto Alegre 2006 ALEXANDER BERNARDES GOULART COMUNICAÇÃO E IMAGINÁRIO: RELAÇÕES DE AUTO-REFERENCIALIDADE EM PÂNICO NA TV Tese apresentada como requisito para a obtenção do grau de Doutor, pelo Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Comunicação Social da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. ORIENTADOR: DR. ROBERTO RAMOS PORTO ALEGRE 2006 ALEXANDER BERNARDES GOULART COMUNICAÇÃO E IMAGINÁRIO: RELAÇÕES DE AUTO-REFERENCIALIDADE EM PÂNICO NA TV Tese apresentada como requisito para a obtenção do grau de Doutor, pelo Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Comunicação Social da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. APROVADO EM _____ DE ________________________ DE _________ BANCA EXAMINADORA _______________________________________ Profª Dra. Beatriz Marocco - UNISINOS _______________________________________ Prof. Dr. Juremir Machado da Silva – PUCRS _______________________________________ Profª Dra. Miriam de Souza Rossini – UFRGS _______________________________________ Prof. Dr. Pedrinho Guareschi – PUCRS _______________________________________ Prof. Dr. Roberto Ramos – PUCRS AGRADECIMENTOS A Deus pelo dom da Vida. Aos meus pais, Lavirmes e Izaura, pelo incentivo e entusiasmo constantes. À Fernanda Heuser, minha namorada, pela compreensão e auxílio técnico. Ao Dr. Roberto Ramos, meu orientador, pelo olhar atento e confiança. Aos professores do PPGCOM pelos conhecimentos partilhados. Ao Centro de Pastoral e Solidariedade da PUCRS pelo apoio, especialmente aos Irmãos Solimar Amaro, Evilázio Teixeira, Édison Hüttner e Marcelo De Bastiani. Ao meu pai, pela revisão gramatical. Ao amigo Gustavo Federizzi pela tradução. A Elaine Faccin pelos apontamentos. A todos quantos me ajudaram a construir esta Tese. O trabalho de pesquisa deve ser assumido no desejo. Se essa assunção não se dá, o trabalho é moroso, funcional, alienado. Movido apenas pela necessidade de prestar um exame, de obter um diploma, de garantir uma promoção na carreira. Para que o desejo se insinue no meu trabalho, é preciso que esse trabalho me seja pedido não por uma coletividade que pretende garantir para si o meu labor, a minha pena e contabilizar a rentabilidade do investimento que faz em mim, mas por uma assembléia viva de leitores em que se faz ouvir o desejo do Outro, e não o controle da Lei. Roland Barthes RESUMO A Comunicação é um valor humanístico e democrático baseado na igualdade e liberdade dos interlocutores. Dentre os diversos meios tecnológicos que surgiram ao longo do tempo, a Televisão é aquele que tem marcado profundamente as últimas cinco décadas, especialmente no Brasil. Das emissoras brasileiras, a Rede Manchete foi a primeira a ameaçar o domínio de audiência da Rede Globo. Com uma proposta qualificada, mas passando por diversas crises financeiras, a Tevê de Adolpho Bloch teve uma vida breve e marcante. De 1983 a 1999, demonstrou que é possível uma Televisão diferente, inovadora. A concessão da Manchete foi repassada ao Grupo Tele TV, que, em 1999, criou a Rede TV! , uma das cinco maiores emissoras do Brasil. O seu programa de maior audiência e rentabilidade financeira é o Pânico na TV , uma produção humorística que está no ar desde 2003, tendo surgido na Rádio Jovem Pan há mais de dez anos. O objetivo deste trabalho é discutir a estrutura de linguagem e estudar as relações entre as características discursivas do programa Pânico na TV e a Televisão Brasileira, priorizando a produção de sentido, através dos pressupostos teóricos de Barthes - Estereótipo, Cultura, Poder, Mito e Imaginário – à luz do Método Dialético Histórico-Estrutural, em uma Pesquisa Semiológica. Pânico na TV é um programa que, pela sua linguagem, exerce uma vontade de Poder. Em sua Auto-referencialidade – característica da Televisão da atualidade – abre ao público seus estúdios, seus bastidores, imita personalidades, persegue celebridades e ironiza os elementos que constituem o Imaginário televisivo. O Programa se propõe a fazer um discurso crítico, anuncia seu desejo de ser diferente em meio à uniformização dos programas de humor na Tevê, mas está sujeito à mesma estrutura que supostamente deseja revelar e criticar. Palavras-Chave: Comunicação, Televisão, Pânico na TV, Auto-referencialidade e Imaginário. ABSTRACT Communication is a humanistic and democratic value based in the equality and freedom of the interlocutors. Among the diverse technological means that had appeared throughout time, the Television is that one that has deeply marked the last five decades, especially in Brazil. Of the Brazilian TV Networks, the Manchete Network was the first one to threaten the domain of Globo Network. With a qualified proposal, but going thru diverse financial crises, Adolpho Bloch’s Network had a brief but outstanding life. From 1983 to 1999, it demonstrated that a different and innovative Television is possible. Concession of the Manchete was repassed to Grupo Tele TV, that, in 1999, created Rede TV!, one of the top five TV Networks of Brazil. Its greatest program, from both audience and financial perspectives, is the “Pânico na TV”, a comedy production that is on air since 2003, created in the Jovem Pan Radio more than ten years ago. This work breaks down the language structure and analyse the relations between the discursive characteristics of the “Pânico na TV” program and the Brazilian Television, prioritizing the creation of meaning, through the theoretical foundations of Barthes - Stereotypes, Culture, Power, Myth and Imaginary – under the ligth of the Historical-Structural Dialetic Method, in a Semiologic research. ”Pânico na TV” is a TV program that, for its language, exerts a will of having Power on its viewers. By the use of self-reference – a characteristic of present Television - it opens its studios and back-stages to the public, does personalities’ impressions, stalks celebrities and make fun of the elements that constitute Television Imaginary. The program, in its critical speech, announces its desire of being different from the other comedy TV programs, but is subject to the same structure that supposedly it desires to disclose and to criticize. Key Words: Communications, Television, Pânico na TV, Self-reference, Imaginary. SUMÁRIO INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 09 1. DA REDE MANCHETE À REDE TV! ................................................................ 18 1.1 Rede TV! .........................................................................................................81 1.2 Programa Pânico na TV ............................................................................... 87 1.3 A Televisão no Brasil hoje .......................................................................... 97 2. TEORIA E MÉTODO ...................................................................................... 107 2.1 Barthes, Semiologia e Televisão .............................................................. 107 2.1.1 Estereótipo ................................................................................................. 109 2.1.2 Cultura ....................................................................................................... 111 2.1.3 Poder ......................................................................................................... 112 2.1.4 Mito ............................................................................................................ 115 2.1.5 Imaginário .................................................................................................. 119 2.2 Barthes, Semiologia e Televisão sob o enfoque da DHE ....................... 123 2.2.1 Método Dialético Histórico-Estrutural (DHE) .............................................. 124 2.2.2 Pesquisa Semiológica ................................................................................ 129 3. PÂNICO NA TV ............................................................................................. 135 3.1 Análise da edição do dia 23 de outubro de 2005 .................................... 135 3.2 Análise da edição de 23 abril de 2006 ...................................................... 157 3.3 Análise da edição de 25 de junho de 2006 ............................................. 177 3.4 Análise da edição de 9 de julho de 2006 ................................................. 193 3.5 As relações em Pânico na TV ................................................................... 210 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 224 REFERÊNCIAS .................................................................................................. 242 ANEXO ............................................................................................................... 257 Ficha catalográfica ............................................................................................. 258 INTRODUÇÃO A Comunicação é um valor humanístico e democrático baseado na igualdade e liberdade dos interlocutores. Trata-se de um valor humanístico porque é inerente ao ser humano e é democrático porque a democracia coloca a igualdade como condição para a Comunicação. Contudo, existe também a possibilidade da não-comunicação, o não entendimento, a deformação e a alienação. Para o sociólogo Dominique Wolton
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