Gluck: 300 Anos Do Reformador

Total Page:16

File Type:pdf, Size:1020Kb

Gluck: 300 Anos Do Reformador Gluck: 300 anos do reformador Em post recente, abordamos a primeira grande reforma da história da ópera, representada essencialmente por Pietro Metastasio (1698-1782). Dessa vez, aproveitando a comemoração dos 300 anos do compositor alemãoChristoph Willibald [Ritter von] Gluck (1714-1787), completados neste mês, comentaremos a segunda reforma na ópera, por ele conduzida. Maria Antonieta abriu as portas para a carreira de Gluck na França. Situando o mestre no tempo, Gluck fez parte de uma leva de artistas alemães “exportados” para Paris em meados do século XVIII, como Friedrich Melchior, o famoso Barão Grimm (1723-1807), e dominou a cena parisiense de 1774 a 1779, graças à proteção de uma ex-aluna, que se tornaria rainha da França: Maria Antonia Josepha Johanna von Habsburg-Lothringen, mais conhecida como Maria Antonieta (1755-1793). Escreveu mais de 100 óperas, das quais apenas cerca de 40 são conhecidas. Sammartini, professor de Gluck que influenciou muitos compositores do Classicismo. A formação musical de Gluck foi concluída em Milão com o mestreGiovanni Battista Sammartini (1700-1775) e lá mesmo na Itália teve suas primeiras óperas representadas até 1745, como Artaserse (1741), sobre libretos de Metastasio, que ainda reinava absoluto na época. Passou anos viajando e apresentando seus trabalhos em Paris e Londres – onde o grande Georg Friedrich Händel (1685-1759) o recebe, mas afirma (com sua famosa “delicadeza”) que seu cozinheiro sabe contraponto melhor que ele – e ainda: Leipzig, Dresden, Viena, Copenhague e Praga – nesta última estreou sua bela ópera Ezio, também com libreto de Metastasio, da qual temos um vídeo abaixo com uma ária magnífica – deleite para os oboístas. Somente em 1752, voltou à Itália para apresentar La Clemenza di Tito – novamente libreto de Metastasio (percebe-se aqui a onipotência do poeta no período), que foi musicado mais de 50 vezes, sendo a versão de Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) a mais famosa. Gluck: “Finché un zefiro soave” (Ezio) [kad_youtube url=”https://www.youtube.com/watch?v=K0zif-quWiU” maxwidth=”600″] Conde Durazzo, personagem visionário e decisivo na nova concepção operística de Gluck, assim como foi o Barão van Swieten (1733-1803) na carreira de Mozart. Tudo mudou na vida de Gluck quando ele finalmente foi contratado em 1754 para trabalhar como compositor dos teatros imperiais de Viena, onde, graças ao seu diretor, o conde e diplomata Giacomo Durazzo (1717-1794), teve contato intenso com a opéra-comique francesa. Essa experiência contribuiu para desviar Gluck das convenções da opera seria italiana. Assim, na própria capital austríaca, Gluck apresentou suas novas óperas cômicas a partir de 1758, culminando com La Rencontre imprévue ou Les pèlerins de la Mecque, de 1764 – cuja abertura podemos assistir no vídeo abaixo (note-se que a música turca estava em moda na Viena da época). Gluck: “Ouverture” (Les pèlerins de la Mecque) [kad_youtube url=”https://www.youtube.com/watch?v=uvbWwDuD4pU” maxwidth=”600″] Calzabigi, grande parceiro de Gluck na reforma da ópera. No dia 17 de outubro de 1761, Gluck fez representar no Burgtheater de Viena o balé em três atos Don Juan ou Le Festin de pierre, com argumento e coreografia de Domenico Maria Angiolo Gasparini, mais conhecido como Gaspare Angiolini (1731-1803), futuro coreógrafo deOrfeo ed Euridice, e a colaboração de Ranieri Simone Francesco Maria de’ Calzabigi (1714-1795), futuro libretista de Orfeo. Calzbigi acabara de passar dez anos em Paris e incitou Gluck a romper com a estética convencional de Metastasio. Don Juan fazia parte de uma corrente reformista do balé, com tendência a privilegiar os aspectos expressivos e humanos da dança diante dos aspectos puramente decorativos. Neste ponto, já era um prenúncio de Orfeo, tanto assim que, para a versão francesa desta ópera, Gluck retomaria para a Danse des furies, a chacona final de Don Juan (áudio abaixo). A propósito, o chamado Sturm und Drang em música teve nessa chacona a sua primeira manifestação na história, segundo a musicóloga francesa Brigitte Massin. Gluck: “XXXI. Chaconne: Allegro non troppo” (Don Juan) http://euterpe.blog.br/wp-content/uploads/2014/07/Gluck-“Chaconne-–-Allegro-n on-troppo”-Don-Juan.mp3 Um ano depois de Don Juan, foi a vez da montagem de Orfeo ed Euridice, no mesmo teatro, em 5 de outubro de 1762 – a primeira manifestação da “reforma da ópera” que seria empreendida por Gluck. Seu tema remete às origens da ópera: a Euridice de Jacopo Peri (1600) – considerada a primeira ópera – e o Orfeo de Claudio Monteverdi (1607). Mas se Gluck aparentemente olhava para trás, esta obra desbravou outros caminhos para a ópera. A nova abordagem de Gluck focava a ação dramática, em lugar das distrações virtuosísticas. Já no início se percebe a qualidade diferenciada dessa obra-prima: um coro lamenta a morte de Eurídice em tom formal e elegíaco, enquanto Orfeu chora por ela num estilo vocal eletrizante que prenuncia a era romântica (áudio abaixo). Essa mistura de dois mundos sonoros é puro Gluck, diz Alan Riding no seu guia. Gluck: “Ah! Se intorno a quest’urna funesta” (Orfeo ed Euridice) http://euterpe.blog.br/wp-content/uploads/2014/07/Gluck-“Ah-Se-intorno-a-ques t’urna-funesta”-Orfeo-ed-Euridice.mp3 O momento mais famoso de Orfeo ed Euridice e talvez a passagem musical mais famosa de Gluck – que neste post comemorativo não podia faltar – é a ária “Che farò senza Euridice?”, cantada em tocante tristeza e desespero de Orfeu ao perder sua amada pela segunda vez (áudio abaixo). Gluck: “Che farò senza Euridice?” (Orfeo ed Euridice) http://euterpe.blog.br/wp-content/uploads/2014/07/Gluck-“Che-farò-senza-Eurid ice”-Orfeo-ed-Euridice.mp3 A segunda manifestação viria somente em 16 de dezembro de 1767, após novas viagens de Gluck à Itália – onde ainda trabalhou com libretos de Metastasio. O mestre apresentou Alceste, também com libreto de Calzabigi. Essas obras inauguraram uma nova concepção da ópera, mais sóbria e mais dramática, de que a dedicatória de Alceste representa o manifesto das ideias reformadoras de Gluck. “Pensei restringir a música à sua verdadeira função, servir à poesia na expressão e nas situações dramáticas, sem interromper a ação ou arrefecê-la com ornamentos inúteis, supérfluos […] Pensei, além disso, que meus maiores esforços deveriam reduzir-se a buscar uma bela simplicidade e evitei exibir dificuldades em detrimento da clareza”. [Trecho do prefácio de Gluck em Alceste] Alceste é mais conhecida pela ária “Divinités du Styx”, interpretada por grandes cantoras do século XX, quando a ópera foi redescoberta, como podemos conferir no vídeo abaixo com a respeitada soprano norte-americana Jessye Norman. Na ária, o rei Admeto está morrendo, e seu povo está por isso desesperado. O deus Apolo recusa um sacrifício animal, anunciando que Admeto viverá apenas se a outra pessoa for sacrificada em seu lugar. A rainha Alceste suspeita que ela é a vítima desejada por Apolo, declarando que vai renunciar à vida por amor. Gluck: “Divinités du Styx” (Alceste) [kad_youtube url=”https://www.youtube.com/watch?v=tlDxFXR8rxk” maxwidth=”600″] Em 1770, foi levada uma terceira ópera, ainda com libreto de Calzabigi, Paride ed Elena. Um grande trabalho de Gluck que ainda permanece adormecido. Conta com apenas uma gravação, dirigida por Paul McCreesh pela Deutsche Grammophon. Bela música e cenas profundamente dramáticas perfeitamente integradas. Gluck registrou sua estratégia em elaborar “musicalidades diferenciadas” entre troianos e espartanos pelo “contraste entre a natureza rude e selvagem de um lado (Esparta) e toda a delicadeza do outro (Troia)”. Gluck conduz a transição da ópera barroca para a clássica com toda maestria. Ele frequentemente quebra a convenção da fórmula ária-recitativo – inserindo breves seções recitadas ou adicionando interjeições de outros personagens dentro das árias. O efeito está no fortalecimento do drama num caminho que olha decisivamente para o futuro, de Mozart para frente. No áudio abaixo está uma de suas mais belas passagens, a comovente ária de Paris do quarto ato (áudio abaixo). Gluck: “Di te scordarmi, e vivere!” (Paride ed Elena) http://euterpe.blog.br/wp-content/uploads/2014/07/Gluck-“Di-te-scordarmi-e-vi vere”-Paride-ed-Elena.mp3 Rousseau, célebre admirador de Gluck. Em 1772, François-Louis Gand Le Bland du Roullet (1716-1786), diplomata da França em Viena, redigiu para Gluck um libreto em francês baseado na tragédia Ipfigénie, de Jean-Baptiste Racine (1639-1699). Tendo decidido conquistar Paris, Gluck preparou-se para isso metodicamente e, em 1773, passou lá uma temporada numa expedição exploratória. Assim sendo, em 1774, fez representar sucessivamente na capital francesa Iphigénie en Aulide (19 de abril) e Orphée et Euridice (2 de agosto), versão francesa de Orfeo ed Euridice. O filósofo, escritor e compositor Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) declarou em bilhete ao cavaleiro Gluck: “Iphigénie derruba todas as minhas ideias. Ela prova que a língua francesa é tão capaz quanto outra qualquer de uma música forte, tocante e sensível ”. Em 23 de abril de 1776, seguiu-se uma versão francesa de Alceste. O público fica desorientado por não poder classificar Gluck nem entre os italianos, nem entre os franceses. Aqui cabe uma referência à chacona final deAlceste (áudio abaixo), certamente uma das músicas mais belas que saíram da pena de Gluck, coroando o encerramento de sua ópera. Sopros sonoros, cordas brilhantes, tímpanos possantes e trompetes solenes. Gluck: “Chaconne” (Alceste) http://euterpe.blog.br/wp-content/uploads/2014/07/Gluck-“Chaconne”-Alceste.mp 3 O musicólogo francês Roland de Candé sintetiza bem a concepção reformadora da ópera formulada e implementada por Gluck: 1. O interesse dramático é mais bem distribuído: há apenas três atos, em vez de cinco, e o prólogo convencional, que dispersa a atenção, é abandonado. A unidade de ação possibilita a expressão de sentimentos mais fortes e mais naturais. 2. A abertura anuncia o drama.
Recommended publications
  • L'opera Italiana Nei Territori Boemi Durante Il
    L’OPERA ITALIANA NEI TERRITORI BOEMI DURANTE IL SETTECENTO V. 1-18_Vstupy.indd 2 25.8.20 12:46 Demofoonte come soggetto per il dramma per musica: Johann Adolf Hasse ed altri compositori del Settecento a cura di Milada Jonášová e Tomislav Volek ACADEMIA Praga 2020 1-18_Vstupy.indd 3 25.8.20 12:46 Il libro è stato sostenuto con un finanziamento dell’Accademia delle Scienze della Repubblica Ceca. Il convegno «Demofoonte come soggetto per il dramma per musica: Johann Adolf Hasse ed altri compositori del Settecento» è stato sostenuto dall’Istituto della Storia dell’Arte dell’Accademia delle Scienze della Repubblica Ceca con un finanziamento nell’ambito del programma «Collaborazione tra le Regioni e gli Istituti dell’Accademia delle Scienze della Repubblica Ceca » per l’anno 2019. Altra importante donazione ha ricevuto l’Istituto della Storia dell’Arte dell’Accademia delle Scienze della Repubblica Ceca da Johann Adolf Hasse-Gesellschaft a Bergedorf e.V. Prossimo volume della collana: L’opera italiana – tra l’originale e il pasticcio In copertina: Pietro Metastasio, Il Demofoonte, atto II, scena 9 „Vieni, mia vita, vieni, sei salva“, Herissant, vol. 1, Paris 1780. In antiporta: Il Demofoonte, atto II, scena 5 „Il ferro, il fuoco“, in: Opere di Pietro Metastasio, Pietro Antonio Novelli (disegnatore), Pellegrino De Col (incisore), vol. 4, Venezia: Antonio Zatta, 1781. Recensori: Prof. Dr. Lorenzo Bianconi Prof. Dr. Jürgen Maehder Traduzione della prefazione: Kamila Hálová Traduzione dei saggi di Tomislav Volek e di Milada Jonášová: Ivan Dramlitsch
    [Show full text]
  • METASTASIO COLLECTION at WESTERN UNIVERSITY Works Intended for Musical Setting Scores, Editions, Librettos, and Translations In
    METASTASIO COLLECTION AT WESTERN UNIVERSITY Works Intended for Musical Setting Scores, Editions, Librettos, and Translations in the Holdings of the Music Library, Western University [London, Ontario] ABOS, Girolamo Alessandro nell’Indie (Ancona 1747) (Eighteenth century) – (Microfilm of Ms. Score) (From London: British Library [Add. Ms. 14183]) Aria: “Se amore a questo petto” (Alessandro [v.1] Act 1, Sc.15) [P.S.M. Ital. Mus. Ms. Sec.A, Pt.1, reel 8] ABOS, Girolamo Artaserse (Venice 1746) (Mid-eighteenth century) – (Microfilm of Ms. Score) (From London: British Library [Add. Ms. 31655]) Aria: “Mi credi spietata?” (Mandane, Act 3, Sc.5) [P.S.M. Ital. Mus. Ms. Sec.C, Pt.2, reel 27] ADOLFATI, Andrea Didone abbandonata (with puppets – Venice 1747) (Venice 1747) – (Venice: Luigi Pavini, 1747) – (Libretto) [W.U. Schatz 57, reel 2] AGRICOLA, Johann Friedrich Achille in Sciro (Berlin 1765) (Berlin 1765) – (Berlin: Haude e Spener, 1765) – (Libretto) (With German rendition as Achilles in Scirus) [W.U. Schatz 66, reel 2] AGRICOLA, Johann Friedrich Alessandro nell’Indie (as Cleofide – Berlin 1754) (Berlin 1754) – (Berlin: Haude e Spener, [1754]) – (Libretto) (With German rendition as Cleofide) [W.U. Schatz 67, reel 2] ALBERTI, Domenico L’olimpiade (no full setting) (Eighteenth century) – (Microfilm of Ms. Score) (From London: British Library [R.M.23.e.2 (1)]) Aria: “Che non mi disse un dì!” (Argene, Act 2, Sc.4) [P.S.M. Ital. Mus. Ms. Sec.B, Pt.4, reel 73] ALBERTI, Domenico Temistocle (no full setting) (Eighteenth century) – (Microfilm of Ms. Score) 2 (From London: British Library [R.M.23.c.19]) Aria: “Ah! frenate il pianto imbelle” (Temistocle, Act 3, Sc.3) [P.S.M.
    [Show full text]
  • Gluck's London Operas
    GLUCK'S LONDON OPERAS By WILLIAM BARCLAY SQUIRE Downloaded from ITH the conspicuous exception of Horace Walpole's letters, we are singularly deficient in social chronicles W of the later years of the reign of George II. For con- temporary accounts of the invasion of England by Prince Charles Edward in 1745, of his surprising inarch to Derby and the http://mq.oxfordjournals.org/ consternation it created in London—when the news arrived on a day long remembered as 'Black Friday*—Walpole's letters, which are our chief authority, have to be supplemented by reference to the newspapers of the day. Although London in 1745 did not, as at the present day, suffer from the plethora of papers—each anxious to go one better than the others in purveying 'news' of doubtful authenticity—enough can be gathered from the collection made by Dr. Burney and now preserved in the British Museum to show that at University of California, Santa Barbara on June 27, 2015 the alarm in the South of England was very real. Stories of spies and of poisoned wells were rife then, just as they have been in our own time, but the chief scare raised successfully by the Hanoverians was that the return of the House of Stuart would mean the spread, if not actually the establishment, of the Roman Catholic religion. It seems impossible to realize that London should have believed that the English Catholics, after a century and a hah* of cruel suppression, were sufficiently numerous or powerful to be a real source of danger, but the metropolis—as in the time of the Civil War—was the head- quarters of the bitterest form of Puritanism, and though it may not have been specially devoted to the House of Hanover, nor remarkably zealous in attending the churches of the Establishment, at least it was unfaltering and sincere in its hatred of Papacy.
    [Show full text]
  • Daniel Behle Gluck Opera Arias
    Season 2017/18 Daniel Behle Gluck Opera Arias A Concert Program with Armonia Atenea and George Petrou GLUCK OPERA ARIAS PARNASSUS ARTS PRODUCTIONS Gluck Opera Arias Daniel Behle | Armonia Atenea In the world of opera the artistic achievement of singers and their fellow musicians can create a special, incendiary chemistry with an audience. There is nothing like that magical moment of silence at the end of a marvellous aria before the first cries of ‘Bravo!’ ring out. For his Gluck recital the German tenor Daniel Behle has chosen glorious arias by a master of the 18th century – Christoph Willibald Gluck – that are sure to elicit a rapturous response, especially when performed by one of the finest lyric tenors of our time. Behle has been compared to such tenor legends as Fritz Wunderlich, Richard Tauber and Anton Dermota, praised for his “bright, supple and warm timbre” and his natural musicality (Fono Forum, August 2012). The beauty of his tone is complemented by the probing nature of his interpretations as he captures the emotions of each character with captivating psychological insight, playing in a masterly fashion with the colours of the music. Familiar arias are transformed into a new and moving experience. Accompanied by the superb Armonia Atenea under George Petrou, a conductor with a fast-growing international reputation, this concert promises to be an unforgettable occasion. Bravissimo! 2 GLUCK OPERA ARIAS PARNASSUS ARTS PRODUCTIONS CD-Programm Antigono, Quercia annosa (Rome 1756) Semiramide riconosciuta, Io veggo in lontananza (Vienna 1748) Ipermestra, Non hai cor per un‘impresa (Venice 1744) Ezio, Se povero il ruscello (Prague 1750) Semiramide riconosciuta, Bel piacer saria d‘un core (Vienna 1748) La contesa de‘ numi, Qual ira intempestiva ..
    [Show full text]
  • GLUCK • Orfeo & Euridice
    GLUCK • Orfeo & Euridice Bernarda Fink Veronica Cangemi Maria Cristina Kiehr FREIBURGER BAROCKORCHESTER RIAS-KAMMERCHOR RENÉ JACOBS CHRISTOPH WILLIBALD GLUCK Orfeo ed Euridice Libretto : Raniero de Calzabigi Orfeo Bernarda Fink mezzo-soprano Euridice Veronica Cangemi soprano Amore Maria Cristina Kiehr soprano RIAS-KAMMERCHOR FREIBURGER BAROCKORCHESTER dir. RENÉ JACOBS RIAS-KAMMERCHOR Sopranos Gudrun Barth, Madalena de Faria, Kristin Foss Judith Hoff, Sabine Nürmberger-Gembaczka, Stephanie Petitlaurent Judith Schmidt, Marianne Schumann, Hannelore Starke, Inés Villanueva Altos Ulrike Andersen, Ulrike Bartsch, Monika Degenhardt, Andrea Effmert Bärbel Kaiser, Claudia Türpe, Waltraud Heinrich, Marie-Luise Wilke Ténors Volker Arndt, Reinhold Beiten, Horst-Heiner Blöß, Wolfgang Ebling, Wilhelm Füchsl, Friedemann Körner, Christian Mücke, Kai Roterberg Basses Erich Brockhaus, Janusz Gregorowicz, Werner Matusch, Paul Mayr Johannes Niebisch, Rudolf Preckwinkel, Ingolf Seidel, Klaus Thiem FREIBURGER BAROCKORCHESTER Violons I Petra Müllejans, Martina Graulich, Daniela Helm Julita Forck, Franka Palowski, Martina Warecka-Tjuvajev Violons II Brian Dean, Beatrix Hülsemann, Rachel Harris, Thomas Mittelberger, Kathrin Tröger Altos Christian Goosses, Ulrike Kaufmann, Annette Schmidt, Lothar Haass Violoncelles Guido Larisch, Melanie Beck, Patrick Sepec Contrebasses Love Persson, Dane Roberts Flûtes Susanne Kaiser, Marion Hofmockel Hautbois Ann-Kathrin Brüggemann, Kristin Linde Chalumeau Daniele Latini Bassons Javier Zafra, Yukiko Murakami Cors Teunis van der Zwart, Erwin Wieringa Trompettes & cornets Friedemann Immer, Francois Petit-Laurent Trombones Katherine Couper, Peter Stelzl, Werner Engelhard Percussions Charlie Fischer Harpe Mara Galassi Clavecin Nicolau de Figueiredo FRANZ LISZT CD 1 1 Overtura 2’47 ATTO PRIMO Scena 1 (Orfeo ed il Coro) 2 Coro Ah! Se intorno a quest’urna funesta 3’18 3 Orfeo (Recitativo) Basta, basta, o compagni! 0’53 4 Ballo.
    [Show full text]
  • Wiener Fassung / Vienna Version (1763/64)
    GLUCK Ezio Wiener Fassung / Vienna version (1763/64) Dramma per musica in tre atti Libretto: Pietro Metastasio Deutsche Übersetzung von / German translation by Peter Brenner Klavierauszug nach dem Urtext der Gluck-Gesamtausgabe von Piano Reduction based on the Urtext of the Gluck Complete Edition by Wolfgang Wiechert Bärenreiter Kassel · Basel · London · New York · Praha BA 5774a INHALT / CONTENTS Besetzung / Ensemble . III Vorwort . IV Preface . X Verzeichnis der Szenen / Index of Scenes. XVI Sinfonia . 2 Atto primo / Erster Akt . 7 Atto secondo / Zweiter Akt . 86 Atto terzo / Dritter Akt . 187 Continuo-Aussetzung in den Secco-Rezitativen von Continuo realization in the secco Recitatives by Franz Giegling Neben der vorliegenden Ausgabe sind die Dirigierpartitur (BA 5774) und das Aufführungsmaterial (BA 5774, leihweise) erhältlich. In addition to the present vocal score, the full score (BA 5774) and the complete orchestral parts (BA 5774, on hire) are available. Urtextausgabe nach: Christoph Willibald Gluck, Sämtliche Werke, begründet von Rudolf Gerber, herausgegeben von Gerhard Croll, Abteilung III, Band 24: Ezio (BA 5774), vorgelegt von Gabriele Buschmeier. Urtext edition based on: Christoph Willibald Gluck, Sämtliche Werke, established by Rudolf Gerber, issued by Gerhard Croll, Section III, Volume 24: Ezio (BA 5774), edited by Gabriele Buschmeier. © 2007 by Bärenreiter-Verlag Karl Vötterle GmbH & Co. KG, Kassel Alle Rechte vorbehalten / All rights reserved / Printed in Germany Vervielfältigungen jeglicher Art sind gesetzlich verboten. Any unauthorized reproduction is prohibited by law. ISMN M-006-53278-0 BESETZUNG / ENSEMBLE PERSONAGGI Valentiniano III, imperatore, amante di Fulvia . Soprano 7 Fulvia, figlia di Massimo, promessa sposa d’Ezio . Soprano 24 Ezio, generale dell’armi Cesaree, amante pure di Fulvia .
    [Show full text]
  • Press Gluck Opera Arias
    Press Gluck Opera Arias KLASSIK-HEUTE.COM, 23_06_2014 http://www.klassik-heute.com/4daction/www_medien_einzeln?id=21140 Gluck Opera Arias Daniel Behle Decca 478 6758 1 CD • 64min • 2013 Künstlerische Qualität: Klangqualität: Gesamteindruck: Glucks Opern spielen auf deutschen Bühnen seit längerer Zeit nur eine marginale Rolle, sieht man einmal von Orfeo ed Euridice ab. Daran ändert sich auch in diesem Jahr, in dem der 300. Geburtstag des Komponisten begangen wird, nicht allzu viel, soweit ich die Spielpläne unserer Theater übersehe. Auch auf dem Schallplattenmarkt sind keine Entdeckungen zu erwarten. Desto höher ist der Repertoirewert des vorliegenden Recitals einzuschätzen, das sich nicht auf die bekannten Titel zurückzieht, sondern insbesondere den frühen Gluck in den Focus rückt, der nach dem italienischen Geschmack Libretti des damals allmächtigen Pietro Metastasio vertonte und bereits hier die starren Formeln der Opera Seria aufzubrechen versuchte, was den Autor veranlasste, den Komponisten als „verrückt“ zu erklären und ihm „eine unerträglich erzvandalische Musik“ zu attestieren. Vor Jahren gab es bei den Ludwigsburger Festspielen eine Aufführung des Ezio, deren Mitschnitt bei Oehms Classics auf CD veröffentlicht wurde, aber Opern wie Antigono, Semiramide riconosciuta, Ipermestra und La contesa de’ numi sind heute nicht einmal mehr dem Titel nach bekannt. Gerade bei diesen Werken aber sind Daniel Behle und die Musiker der Armonia Atenea unter George Petrou fündig geworden. Den sieben italienischen Arien aus der Frühzeit (1744-56) folgen zwei bekannte Nummern aus den Reifewerken der Pariser Epoche (1774) und abschließend die Arie des Ali aus La rencontre imprévue (1764), deren Handlung Mozarts Entführung aus dem Serail vorwegnimmt. Dass dieses Recital nur ein Plaisir für Musikwissenschaftler und notorische Sammler sei, wie man vermuten könnte, ist weit gefehlt! Der Sänger und die Musiker haben den unbekannten Gluck nicht nur ausgegraben, sondern auch zu neuem Leben erweckt.
    [Show full text]
  • Christoph Willibald Gluck EZIO
    Season 2014/15 Christoph Willibald Gluck EZIO EZIO PARNASSUS ARTS PRODUCTIONS Christoph Willibald Gluck EZIO and Lukáš Trpišovský), and broadcast by Clasart TV, Munich, this production promises to restore this powerful drama to its rightful place in Gluck‘s output. For many years Gluck was almost a one-opera composer, famous only for Orfeo ed Euridice, the archetypal “reform opera”, that cast aside the ancien régime conventions of Italian opera seria. In recent decades, his later French works have also entered the mainstream repertoire, but the opere serie of his early career have been unjustly neglected. Christoph Willibald von Gluck was born in Erasbach, Bavaria on 2 July 1714, the son of a forester. Shortly afterwards the family moved to Bohemia, and, though he claimed to have been “obsessed with music” from an early age, in 1731 Gluck went to study law and mathematics at the Charles University in Prague. There he came into contact with the city’s lively musical life, in which imported Italian opera played an important part. By 1737 he was a composition student of Gluck’s Ezio is a new co-production Giovanni Battista Sammartini in Milan, by Parnassus Arts and the exciting where his first opera, Artaserse, was young ensemble Collegium 1704, who, premiered in 1741. An important career under the incisive leadership of their breakthrough came in 1748, when he conductor Vaclav Luks, have already was summoned to the Viennese court gained a reputation as one of the most to compose a setting of Metastasio’s impressive baroque groups from the Semiramide riconosciuta for the birthday Czech Republic.
    [Show full text]
  • The Don Juan Theme: an Annotated Bibliography of Versions, Analogues, Uses, and Adaptions
    THE DON JUAN THEME: An Annotated Bibliography of Versions, Analogues, Uses, and Adaptions ARMAND E. SINGER Professor Emeritus of Romance Languages West Virginia University West Virginia University Press Morgantown 1993 1 Armand E. Singer: The Don Juan Theme: An Annotated Bibliography of Versions, Analogues, Uses, and Adaptions . Morgantown, West Virginia University Press, 1993. (online-Versin; http://www.donjuanrchiv.at) The Don Juan Theme: An Annotated Bibliography of Versions, Analogues, Uses, and Adaptations Armand E. Singer The Don Juan Theme: An Annotated Bibliography of Versions, Analogues, Uses, and Adaptations is published by the West Virginia University Press, Charles C. Wise, Jr. Library, PO Box 6069, Morgantown WV 26506 - 26069. Copyrights © 1993 by West Virginia University Press All rights reserved. No part of this book may be reproduced or transmitted in any form or by any means, electronic, mechanical, photocopying, recording, or otherwise, without the prior written permission of the publisher. For information, contact the Editor, West Virginia University Press, Wise Library, PO Box 6069, Morgantown WV 26506 - 26069, (304) 293 - 4040. Library of Congress Catalog Card Number 93 - 72504 ISBN 0 - 937058 - 32 - 7 Printed on acid - free paper. Printed and bound in the United States of America. 2 Armand E. Singer: The Don Juan Theme: An Annotated Bibliography of Versions, Analogues, Uses, and Adaptions . Morgantown, West Virginia University Press, 1993. (online-Versin; http://www.donjuanrchiv.at) This volume is dedicated: First, to my wife Mary, scholar in her own right, who for over forty years has put up with my bibliographic obsession, cheerfully lending both hands in my home study and in countless libraries.
    [Show full text]
  • The Evolution of Jommelli's Operatic Style
    The Evolution of Jommelli's Operatic Style BY MARITA P. McCLYMONDS T HAS LONG BEEN HELD that Jommelli's style changed radically dur- 1ing his sojourn in Stuttgart, and that the change was due to German influences. The origins of this thesis go back to the early 1770s. Jommelli had completed sixteen years (1753 to 1769) in the service of the Duke of Wiirttemberg, first in Stuttgart and later in Ludwigsburg. He had then returned to his native village of Aversa, and begun to write operas for Naples and Rome. Charles Burney, who was in Naples in 1770 and heard Demofoonte performed there, claimed that Jommelli had three stylistic periods: Before he went to Germany, the easy and graceful flow of Vinci and Per- golesi pervaded all his productions; but when he was in the service of the Duke of Wiirttemberg, finding the Germans were fond of learning and com- plication, he changed his style in compliance with the taste and expectations of his audience; and on his return to Italy, he tried to thin and simplify his dramatic Music, which, however, was still so much too operose for Italian ears. It is questionable how much of the music from Jommelli's Stutt- gart years either Burney or his Italian contemporaries actually knew. Judging from the scarcity of surviving copies of those operas as com- pared with the large number of extant manuscripts of his early and late works, the Stuttgart operas were probably not widely known out- side of Germany. More than likely, Burney was basing the above statements on hearsay rather than on actual knowledge.
    [Show full text]
  • SWR2 Musikstunde
    SWR2 MANUSKRIPT ESSAYS FEATURES KOMMENTARE VORTRÄGE SWR2 Musikstunde Antiker Schmerz, griechische Thränen Christoph Willibald Gluck, ein Europäer der Oper Ein Star der Opera seria – Gluck in Italien (1) Von Karl Böhmer Sendung: Montag, 30.06.2014 9.05 – 10.00 Uhr Redaktion: Bettina Winkler Bitte beachten Sie: Das Manuskript ist ausschließlich zum persönlichen, privaten Gebrauch bestimmt. Jede weitere Vervielfältigung und Verbreitung bedarf der ausdrücklichen Genehmigung des Urhebers bzw. des SWR. Mitschnitte auf CD von allen Sendungen der Redaktion SWR2 Musik sind beim SWR Mitschnittdienst in Baden-Baden für € 12,50 erhältlich. Bestellungen über Telefon: 07221/929-26030 Kennen Sie schon das Serviceangebot des Kulturradios SWR2? Mit der kostenlosen SWR2 Kulturkarte können Sie zu ermäßigten Eintrittspreisen Veranstaltungen des SWR2 und seiner vielen Kulturpartner im Sendegebiet besuchen. Mit dem Infoheft SWR2 Kulturservice sind Sie stets über SWR2 und die zahlreichen Veranstaltungen im SWR2-Kulturpartner-Netz informiert. Jetzt anmelden unter 07221/300 200 oder swr2.de 2 Musikstunde 30.06.2014 Antiker Schmerz, griechische Thränen Christoph Willibald Gluck, ein Europäer der Oper (1) Ein Star der Opera seria – Gluck in Italien Mit Karl Böhmer Signet Musikstunde Ansage: …mit Karl Böhmer. „Antiker Schmerz, griechische Thränen“ – Christoph Willibald Gluck, ein Europäer der Oper. Teil I: Ein Star der Opera seria – Gluck in Italien Vor 300 Jahren, am 2. Juli 1714, wurde Christoph Willibald Gluck geboren. Das kleine Erasbach in der Oberpfalz, heute zu Berching gehörig, darf sich seine Heimatstadt nennen und feiert seinen großen Sohn dieser Tage ausgiebig. Freilich war es eine Laune des Schicksals, dass Gluck in Bayern zur Welt kam und nicht in Böhmen, woher seine Familie stammte und wo er fast seine ganze Jugend verbrachte.
    [Show full text]
  • Ezio Ibook 2:Carestini Ibook 1 25/7/11 09:07 Page 2
    ezio_ibook 2:carestini_ibook_1 25/7/11 09:07 Page 2 CHRISTOPH WILLIBALD GLUCK 1714-1787 Ezio 2 Dramma per musica Libretto by Pietro Metastasio First performed at the Kotzentheater (Teatro Nuovo), Prague, 1750 Ezio Sonia Prina contralto Fulvia Ann Hallenberg mezzo-soprano Valentiniano Max Emanuel Cencic countertenor Massimo Topi Lehtipuu tenor Onoria Mayuko Karasawa soprano Varo Julian Prégardien tenor IL COMPLESSO BAROCCO Alan Curtis direction ezio_ibook 2:carestini_ibook_1 25/7/11 09:07 Page 3 Sinfonia 1 Allegro (2:45) 2 Andante (2:35) 3 3 Allegro di molto (1:14) 4 Marcia (0:39) ATTO PRIMO 5 Signor, vincemmo (0:57) 6 Aria: Valentiniano Se tu la reggi al volo (7:51) 7 Ezio, lascia ch’io stringa (3:09) 8 Aria: Ezio Pensa a serbarmi, o cara (6:35) 9 E soffrirai che sposa abbia la figlia (1:01) 10 Aria: Fulvia Caro padre (5:41) 11 Recitativo accompagnato: Massimo Pria che sorga l’aurora (1:18) 12 Ezio sappia ch’io bramo seco parlar (1:36) 13 Aria: Massimo Se povero il ruscello (7:09) 14 Del Ciel felice dono (3:15) 15 Aria: Valentiniano So chi t’accese (1:06) 16 Vedrem se ardisce ancora (1:48) 17 Aria: Ezio Se fedele mi brama il regnante (6:57) 18 A Cesare nascondi (1:18) 19 Aria: Onoria Ancor non premi il soglio (2:10) 20 Via, per mio danno aduna (0:39) 21 Aria: Fulvia Finché un zefiro soave (9:39) ezio_ibook 2:carestini_ibook_1 25/7/11 09:07 Page 4 ATTO SECONDO 22 Qual silenzio è mai questo! (2:29) 4 23 Aria: Valentiniano Dubbioso amante (7:16) 24 E puoi d’un tuo delitto (0:41) 25 Aria: Massimo Va’ dal furor portata (3:51) 26 Che fo? Dove
    [Show full text]