Do Abajur Lilás Ao Band-Aid No Calcanhar: O Bolero De Dalva De Oliveira a Elis Regina
Do abajur lilás ao band-aid no calcanhar: o bolero de Dalva de Oliveira a Elis Regina Silvio Augusto Merhy A PRODUÇÃO DESIGNADA POR “BOLERO” Dalva de Oliveira mudou-se para a Argentina no início dos anos 1950 ao unir-se a seu segundo marido, Tito Clementi. A cantora, originária de São Paulo, chegou ao auge do sucesso com o título de Rainha do Rádio em 1951, no Rio de Janeiro, e como rainha da canção romântica ao longo da década. Modelo vocal para cantoras de sucesso como Ângela Maria, ganhou fama com um tim- bre vocal considerado inigualável e com uma biografia recheada de aconteci- mentos sentimentais que galvanizaram o público. Sua voz permanece presente nos ouvidos dos fãs e não os deixa esquecer as letras das canções, a maioria delas melodramáticas. O bolero “Que será”, de Marino Pinto e Mário Rossi, exemplo eloquente de canção sentimental melodramática, foi lançado em 19501 e alcan- çou grande sucesso. Que será Da luz difusa do abajur lilás Se nunca mais vier a iluminar Outras noites iguais No álbum Dalva (relançado em 1973)2 há, além do bolero “Quer será”, sam- bas-canções como “Segredo”, de Herivelto Martins e Marino Pinto, e o tango “Yira Yira”, de E.S. Discepolo na versão de Ghiaroni. Elis Regina, de origem gaúcha, chegou à fama nos festivais e na tevê nos anos 1960, mas renovou a carreira artística na década seguinte, protagonizando 1 A data indicada está em SEVERIANO, Jairo; MELLO, Zuza Homem de. A canção no tempo. 2. ed. São Paulo: Ed. 34, 1998, 2 v.
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