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Mahmoud Abbas

Presidente da Autoridade Palestiniana

Mahmoud Abbas, também conhecido como Abu Mazen, nasceu em Safad a 26 de março de 1935. Partiu como refugiado para a Síria em 1948, onde trabalhou como professor primário. Licenciou- se em Direito pela Universidade de Damasco e obteve um doutoramento em História pela Universidade Oriental de Moscovo. Mahmoud Abbas trabalhou como gestor de Recursos Humanos na Administração Pública do . Foi membro fundador da Fattah, membro do Conselho Nacional da Palestina desde 1968, e membro do Comité Executivo da OLP. Abbas chefiou o Departamento de Relações Nacionais e Internacionais da OLP desde 1980 e foi eleito pelo Comité Executivo da OLP para substituir Abu Jihad (assassinado em abril de 1988), para presidir ao portfolio sobre os territórios ocupados, em Maio de 1988. Em 1996, foi eleito secretário-geral do Comité, confirmando informalmente a sua posição como número dois de . Abbas foi o primeiro dirigente da OLP a visitar a Arábia Saudita após a Guerra do Golfo, em janeiro de 1993, tendo apresentado um pedido de desculpas aos países do Golfo Pérsico pela posição da OLP durante a crise. Mahmoud Abbas é considerado uma das mais dedicadas figuras palestinianas na procura de uma solução pacífica para o conflito israelo-palestiniano. Abbas advogou negociações com os israelitas e iniciou, na década de 70, o diálogo com movimentos judaicos e pacifistas. Liderou ainda as negociações com Mattityahu Peled1, que resultaram na declaração dos "princípios de paz", com base numa solução de dois Estados, em janeiro de 1977. Coordenou também o processo de negociação durante a conferência de Madrid. Os seus longos contatos com membros da esquerda israelita valeram-lhe a reputação de “pomba branca da OLP”, tendo acabado por chefiar a equipa de negociação da Palestina nas conversações secretas de Oslo. Foi Abbas que assinou o Acordo de Paz de 1993 com , a 13 de setembro de 1993, em nome da OLP. Passou a chefiar o Departamento de Negociação da OLP em 1994, e assinou o acordo provisório de setembro de 1995, também em nome da OLP. Regressou aos territórios ocupados em setembro de 1995, após 48 anos no exílio e estabeleceu residência em Gaza e . É autor do relato Através de canais secretos: o caminho para Oslo (1995). Em conjunto com o seu homólogo israelita , redigiu o controverso "Enquadramento para a conclusão de um acordo definitivo entre Israel e a OLP" (mais conhecido como Plano Abu Mazen-Beilin) em outubro de 1995 (muito embora a

1 Militar e académico israelita, membro da Knesset, que advogava as negociações com a OLP para a solução do conflito entre Israel e a Palestina

1 existência deste documento tenha sido negada por cinco anos antes da sua publicação em setembro de 2000). Presidiu, com Uri Savir, a primeira sessão das conversações entre Israel e a Autoridade Palestiniana sobre o estatuto final, em maio de 1996. Apesar de ser considerado um moderado, Abbas fez também diversas declarações radicais sobre o Holocausto, de algumas das quais se retratou recentemente. Chefiou a Comissão Eleitoral Central nas eleições de janeiro de 1996 para o Conselho Legislativo da Palestina, nas quais foi eleito por Qalqilya. Em março de 2003, foi nomeado Primeiro-ministro da Autoridade Palestiniana, nunca tendo recebido autoridade plena, dada a imposição de Yasser Arafat de que todas as decisões passassem pelo seu crivo. Quando Abbas recusou desmantelar a infraestrutura terrorista da Autoridade Palestiniana, conforme exigido pelo Roteiro para a Paz, o processo de paz vacilou. Abbas foi popular nos Estados Unidos e junto da maioria dos israelitas, mas nunca conseguiu o apoio de mais do que uma pequena fração do povo palestiniano. Apesar de ser tido no mundo árabe como o cérebro da OLP, não tinha o carisma de Arafat e foi considerado por muitos palestinianos demasiado conciliador em relação a Israel. Renunciou ao cargo de Primeiro-ministro a 6 de setembro de 2003, após apenas quatro meses no cargo, tendo sido substituído por Ahmed Korei. Após a morte de Yasser Arafat , a Autoridade Palestiniana realizou uma eleição para escolher o seu sucessor. Abbas foi eleito presidente a 9 de janeiro de 2005, com 62% dos votos, e empossado no dia 15.

Fonte: www.jewishvirtuallibrary.org

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