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Nº3 Dezembro 2012 ISA C

cadernos

Conhecimento tradicional e recursos terapêuticos naturais do Bengo RESULTADOS DO RASTREIO ETNOBOTÂNICO e atodosnós. local população saudávelà ambiente um proporcionar a vista com mencionados, um alerta na tomada de medidas de prevenção e recuperação dos vários taxa aqui constitui que o extinção de ameaçadas ou perigo em consideradas ser podem que espécies algumas de conservação de estado do conhecimento o medicinais,também permitiu como utilizadas espécies de dezenas três de cerca de conhecimento harmoniosa comunidades forma locais, serve demarcoimportantenoresgate destepatrimónio. de realizado ora, as com colaboração iniciativaem nesta trabalho cooperaram que instituições várias pelas O futuros. estudos para portas Medicina em plantas de abrindo descritas,vegetais espécies as corrente Tradicional,cientificamente identificando utilização à quanto populações das práticas e asrespectivas característicasfitoquímicasefarmacológicas. , através da caracterização e associação entre os usos tradicionais descritos dos usos e efeitos terapêuticos das plantas utilizadas na Medicina Tradicional em nos a primeira fase de representando um projecto Angolana,que tem como população finalidade o estudo pela e assim, a um valioso contributo nesta valorizaçãoingente tarefa. particularmente Este “Caderno CISA” e apresenta- África em séculos valorizar o vasto conhecimento da ciência de assuntos de saúde acumulada durante à refere se que no utilização deplantasnamedicinatradicionalem Angola. tradicionais práticas das a e possível conhecimento tornar do para documentação conjunto, em trabalho árduo um iniciaram tradicionais localização, sua a local, flora a sobre sazonalidade easuautilidadeemmedicinatradicional. conhecimento vasto um detém país, do regiões várias de autóctone população a pois Angola,em conhecida práticaamplamente uma é TradicionalMedicina em plantas de utilização a facto, De saúde. de básicos cuidados seus os para TradicionalMedicina da dependem África, em de oriundos são utilizados, fármacos extratos vegetais. dos 90% de cerca que reconhecido sendo mundo,do países diferentes em váriasenfermidades de tratamento e diagnóstico Professora Titular eDirectora doCentrodeBotânicadaUniversidade Agostinho Neto Esperança MariaEduardoFrancisco daCosta Prefácio Ognzço uda d Súe sia u mi d 8% a populações das 80% de mais que estima Saúde da Mundial Organização A prevenção, na Tradicional Medicina da fundamental papel o conhecido É ogauaons o et pbiaã pi a a d vloo otiuo no contributo valioso do par a pois publicação esta com Congratulamo-nos as e conhecimento o documentar permite realizado etnobotânico rastreio O A apresentação do terceiro “Caderno CISA” é também uma forma de se registar e terapeutas os e local científica comunidade a angolanas, autoridades As

cadernos CISACISA cadernos CISACISA 19 15 10 7 6 5 5 4 4 3 2 Índice

Caracterização daáreadoestudo Introdução Bibliografia adicional Considerações finais Discussão dosresultados Resultados O rastreio Ocupação humana e vegetação doDande Geografia, condiçõesclimáticas Recolha eidentificaçãodeespéciesvegetais Entrevista etnobotânica 1 P 2

Introdução As plantas com potencial terapêutico podem ter origem em zonas tropicais sobre as quais apenas a população nativa tem acesso e conhecimento alargado, existindo poucos registos e publicações actualizadas sobre esta temática. Os médicos tradicionais e a

própria população das áreas remotas de Angola detêm um conhecimento vasto relativa- ISA mente a esta flora local, quer a nível da sua aplicabilidade em diversas áreas (p.e. na medicina tradicional, alimentação, construção, agricultura, vestuário), como também da sua localização, abundância, sazonalidade e efeitos de toxicidade. A forma como estas C plantas eram descobertas e associadas a determinado poder curativo, era obra do método de tentativa e erro e transmissão oral do conhecimento de geração em geração.

Olhando em perspetiva percebe-se que um imenso conhecimento sobre as potenci- alidades das plantas tem vindo a ser acumulado, mas na verdade apenas uma pequena parte deste se encontra documentado, principalmente em África. Para trazer este dados até à ciência actual, surge a etnobotânica como uma disciplina académica que engloba os estudos relativos ao uso das plantas pelos povos, seus conhecimentos tradicionais acumulados e a sua aplicabilidade nas diversas áreas científicas. Esta área multidisciplinar permite documentar o saber tradicional, fazendo simultaneamente o reconhecimento da biodiversidade da flora local e dando pistas sobre o estado de conservação das espécies, possibilitando o conhecimento do potencial medicinal das plantas e ainda os hábitos, costumes e principais doenças que assolam as populações.

Dentro da etnobotânica emerge uma subárea que assume um importante papel na recolha de dados, e na interpretação e estudo das práticas tradicionais de preparação e uso de medicamentos à base de plantas – a etnofarmacologia. Esta tem permitido a descoberta de novos agentes terapêuticos de origem vegetal como é o caso dos antimaláricos à base de Artemisinina e seus derivados, extraídos da planta chinesa Artemísia annua L., ou dos compostos Vimblastina e Vincristina utilizados no combate ao cancro e extraídos da planta africana Catharanthus roseus (L.) G. Don Engl.

Após o reconhecimento da importância medicinal das plantas inseridas em práticas médicas tradicionais, foram tomadas medidas, um pouco por todo o mundo, com o intuito de atribuir a esta área a atenção requerida, não sendo Angola excepção, sendo que cadernos actualmente encontram-se registados no FOMETRA - Fórum de Medicina Tradicional, em Angola, cerca de 59 mil membros cuja importância foi reconhecida pelo governo através do Conselho Nacional de Medicina Natural (CONMENTA).

No entanto, estes conhecimentos tradicionais, têm vindo a perder-se com o aumento da facilidade de acesso ao sistema de saúde ocidentalizado e com o êxodo das populações mais jovens para as grandes cidades. A recuperação e manutenção destes conhecimentos é de uma importância inquestionável, face à insuficiente documentação e investigação etnofarmacológica deste saber. Com efeito, a validação dos efeitos farmacológicos através da caracterização do perfil químico, realização de bioensaios, e estudos de biotecnologia/ farmacognosia são ainda escassos em Angola.

Desta forma, e respondendo a uma solicitação do Governo Provincial do Bengo, considerou-se relevante a realização de um estudo de avaliação das potencialidades da flora medicinal da região, no âmbito dos objectivos do projeto de criação do “Centro de Investigação em Saúde em Angola” (CISA) em estreita articulação com o Centro de Botânica da Faculdade de Ciências da Universidade Agostinho Neto (FC-UAN). cadernos CISA CISA (figura1). projecto do incidência de área da Úcua,dentro e , do comunas as foram aproximadamente 46% da população deste município. A área de estudo para esta pesquisa , do por habitada provínciasendo desta capital Barra Caxito,a Úcua.Mabubas,é e Caxito da comunas as Pango engloba vez, e sua por Dande do ,município O Dande,Aluquém. Atumba, Bula , municípios: seis por Caracterização daáreadoestudo Figura 1– o 12670 Km 1.246.700 com Saúde deLisboa. da de Tecnologia Superior Escola da Professor e CISA projecto Pedro, Almeida de João e Investigadora; e Universitária Professora Madureira, Céu do Maria de: colaboração a da Botânica de com Centro contou final texto do Pedro, revisão a que sendo Susana VazCISA; FC-UAN; Manuela Nery, projecto FC-UAN; da estagiária Nicolau, Suzana CISA; Fançonyprojecto Videira, Cláudia por: constituída mesmos dos compilação e dados de Sistema no integrados ser aplicações possam potenciais que Nacional deSaúde. com tradicionais espécies medicamentos assim e identificando sobre terapêuticas eficácia, científicas (rastreio e provas usos produza segurança que seus sua investigação dos a de caracterização realização e da registo e do etnobotânico), através Bengo, do província na O actual rastreio etnobotânico cingiu-se a uma pequena parcela de Angola (território Angola de parcela pequena uma a cingiu-se etnobotânico rastreio actual O A realização deste trabalho de campo contou com uma equipa responsável pela recolha Medicina Tradicionalna utilizadas plantas de valorização a é estudo do finalidade A Área deestudo dorastreioetnobotânico 2 e uefce, oaiao a rvni d Bno u é composta é que Bengo do província na localizado superfície), de 3 P 4

Geografia, condições climáticas e vegetação do Dande A flora de Angola é constituída por aproximadamente 5064 espécies, das quais se

estima que cerca de 1400 sejam indígenas, possuindo uma elevada biodiversidade ISA representada por um dos mais altos níveis de endemismos da África Austral. De acordo com White (1983) existem 6 regiões fitogeográficas em Angola representadas

por uma riqueza de espécies e nível de endemismos características: Guineo-congolês, C

Afromontana (Morro do Moco na província do ), Karoo-Namibe, uma transição de estepes do Kalahari e o tipo Zambezíaco (que ocupa entre 70 a 80% do território nacional). A província do Bengo, engloba essencialmente a região zambezíaca, zona para a qual White (1983) estimou a presença de cerca de 8500 espécies e 54% de endemismos (com cerca de 4590 espécies endémicas). Por outro lado, a área de estudo engloba essencialmente 2 de 32 tipos de vegetação caracterizados em Angola por Barbosa (1970), nomeadamente mosaicos de matagal arbustivo e savanas de gramíneas (alta ou média altitude) e/ou mosaicos de savanas xéricas, matagal arbustivo xérico e matas de Adansonia.

No município do Dande a temperatura média do ar é de 25°C, com variações na temperatura diária entre os 20°C e 29°C com uma humidade relativa de 79% e um nível de precipitação médio de 600 mm. Encontra-se a 50 Km do mar e a uma altura média de 150 m. A época chuvosa ocorre entre Outubro a Abril e o cacimbo (inverno) entre Maio e Setembro.

Neste município predominam as savanas com estrato arbustivo denso (que diminui na parte litoral), de porte médio-alto e estrato arbóreo com predominância de imbondeiros, sterculias e euphorbias. A distribuição da vegetação está associada aos solos arídicos e fersialíticos. As margens dos principais rios (Dande, Lifume e Úcua) são revestidas por florestas, onde são frequentes palmeiras e mangueiras. Nos rios com caudal permanente existem prados palustres com elevada frequência de ciperáceas.

Ocupação humana cadernos A população é maioritariamente nativa, havendo porém um elevado número de habitantes proveniente do Kuanza Sul, Zaire, Uíge, , Huambo, Bié, e Kuanza Norte. As línguas mais faladas são o Kimbundu (50%), o Umbundu (30%) e o Quicongo (20%). As autoridades tradicionais, entre as quais Dembos e Sobas, assumem um papel marcante na aproximação da população às autoridades governamentais. As autoridades governamentais locais são representadas hierarquicamente pelos Coordenadores de Bairro, Administradores Municipais e o Governador da Província.

De acordo com o relatório anual da Administração Municipal do Dande, as doenças mais frequentes são a malária, diarreias, infeções urinárias e pulmonares, conjuntivite, doenças sexualmente transmitidas, febre tifóide, tripanossomíase, shistosomíase, e sarampo, entre outras doenças infecciosas. O Hospital Geral do Bengo, o Centro de Saúde Abel dos Santos e o Hospital Municipal da Açucareira prestam serviços permanentes à população da província, sendo que o município do Dande possui ainda mais 31 unidades sanitárias, 25 postos de saúde, um centro materno infantil, um centro de combate à tripanossomíase e dois centros de saúde privados. No entanto, as dificuldades de acesso a estes serviços, por um lado, e factores culturais e a forte crença popular na medicina tradicional, por outro, levam a população a recorrer com frequência aos médicos tradicionais (curandeiros). cadernos CISA E O Figura 2 A –Construtores carvão, construçãocivil ecaça(figura2). de produção a com relacionados actividades estudo de área na encontrados também são milho,mandioca,hortícolas.batata-doce,do e Adicionalmenteas banana praticadas são Nos solos férteis do município faz-se uma agricultura de subsistência e as principais culturas interesse eespontaneidade entreo inquiridoreosinformantes (figura3). realizadas sob a forma de conversa informal, de forma a criar uma atmosfera de cooperação,caso.cada para aplicação e preparação de modo o e utilizadas partes entrevistasAs foram tradicionais,usosas seus planta, os da popular nome o recolhidosforam:dados os que número considerável deinformantes earecolhademuita informação. uma afluência de um elevado número de residentes ao mesmo local e usadasconsequentemente para inquirirum os 32 bairros nas comunas das Mabubas,inquérito Caxitode prevalênciae Úcua, (consultaro que Cadernopermitiu CISA n.º 2), potenciando as estruturas logísticas abrangeu aentrevista etnobotânicaeasegundarecolhaidentificaçãodasespécies. ntrevista etnobotânica A agricultura constitui a principal atividade praticada em toda a extensão do município. O método empregue na recolha de dados foi a entrevista semi-estruturada, sendo sendo semi-estruturada, entrevista a foi dados de recolha na empregue método O primeiraA rondaocorreu entre MaioeAgosto 2010, de realizou-se e juntamente o com primeira a que em complementares rondas duas em decorreu rastreio de processo O Este rastreioetnobotânicoteve comoobjectivos específicos: rastreio t t – Actividades económicasdaáreadeestudo Recolhereidentificarespéciesvegetais utilizadasparafinsmedicinais. Documentar o conhecimento tradicional relativamente à utilização de plantas na Medicina Tradicional nascomunas deMabubas, CaxitoeÚcua; B –Carvoeiros C –Caçadores 5 P 6 ISA C

Figura 3 – Entrevistas

Posteriormente a esta ronda realizou-se uma revisão bibliográfica para definir associações taxonómicas entre nomes vernáculos e espécies vegetais de forma a se identificar, na ronda seguinte, divergências na correspondência dos nomes tradicionais e espécies descritas na bibliografia. Para tal, foram cruzados os dados recolhidos no campo com bibliografia existente no Museu de História Natural de , no Centro de Botânica da FC-UAN, na Biblioteca do Ministério da Agricultura, na Biblioteca da Embaixada de Portugal em Angola, na Biblioteca Nacional de Angola e ainda pesquisas em herbários disponíveis on-line e dicionários das línguas nacionais.

Recolha e identificação de espécies vegetais A recolha de exemplares de plantas decorreu entre os meses de Dezembro de 2011 e Fevereiro de 2012 nos bairros abrangidos pela 1.ª ronda em foram referidos um maior número de plantas medicinais (4 bairros nas Mabubas e Úcua e 3 bairros em Caxito) sendo que estas saídas tiveram como base as informações recolhidas anteriormente (nome tradicional das plantas referidas). O objectivo era a recolha de exemplares de plantas, tendo cadernos sido efectuadas visitas mais curtas para a consolidação da informação já obtida.

Durante as recolhas os investigadores passaram um dia em cada bairro selecionado. Aos entrevistados foi-lhes pedido para mostrarem aos investigadores a localização das plantas já mencionadas na ronda anterior. Foram recolhidos dois exemplares de cada planta encontrada, com a maior quantidade de elementos de classificação possível (flor, raiz, folhas, cascas, frutos e sementes) e efetuada a sua georeferenciação (figura 4).

Figura 4 – Georeferenciação e recolha de espécimes cadernos CISA Resultados Figura 5 resultar daconcordânciadedadosentre: do Centro de Botânica da FC-UAN, com a nomenclatura das famílias, géneros e espécies a (não descritasna1.ªronda)foram incluídosnoestudo. no armazenados e 5) (figura Herbário do Centro local de Botânica da FC-UAN. no Exemplares resultantes de novas prensados referências sido exemplares os tendo recolhidas, salienta adiversidade cultural dospovos presentesnascomunas emquestão. que factoKioko, e Quicongo Umbundu,Kimbundu,línguas o foram As 87).utilizadas mais = tradicionais (n mulheres foram participante população da 52.7% e que 16 e anos os 87 entre os variaram informadores dos idades as que sendo locais, autoridades das representantes e tradicionais autoridades encontram-se informantes os Entre pessoas. herborizadas noHerbáriodoCentrodeBotânica daFC-UAN. A identificação e classificação dos exemplares foiexemplares Herbário dos o feitaclassificação com e articulação identificação em A ( herbário de exemplares Forampreparados o oa ds us ods oa vstds 2 aro, ed sd eteitds 165 entrevistadas sido tendo bairros, 32 visitados foram rondas duas das total No eos e elzd e ofimd a dnicço a epce, s ems foram mesmas as espécies, das identificação a confirmada e realizada de Depois t t t t Atualização da nomenclatura por comparação com bases de dados da flora flora da dados de bases com comparação por nomenclatura da Atualização Comparaçãocomexemplaresherborizados; Uso de chaves dicotómicas da coletânea “ Pesquisa debibliografia daflora de Angola e África; 2006 eda AFPD ( ICBN, do recomendações as seguido tendo-se Angola, de Flora da e zambezíaca, Herbário; (1951, Mendonça 1954 e 1956), Exell & Fernandes (1966) entre outras existentes no –Prensagem African PlantDatabase vouchers ). Conspectus floraeAngolensis Conspectus ) para identificação das espécies das identificação para ) ” Exell & ”Exell 7 P 8

Conforme pode-se observar na figura 6, as perturbações ou desordens mais referidas foram:

t Gastrointestinais: maioritariamente cólicas, dores de barriga, dor de estômago, prisão de ventre, diarreias;

t Parasitoses intestinais: maculo (cuja sintomatologia descrita – comichão no ânus ISA – pressupõe tratar-se de uma oxiuríase provocada geralmente por Enterobius vermicularis) e lombrigas (nome geralmente atribuído a infecções por Ascaris lumbricoides); C

t Hepáticas: briosa (referida como sendo uma inflamação do fígado ou baço) e hepatite, associados geralmente a icterícia;

t Anemias: também descritas como falta de sangue ou sangue fraco;

t Reprodutivas: cicatrização pós-parto, estimulação da produção ou fortalecimento do leite materno, impotência sexual;

t Transtornos associados a dores diversas (principalmente dores de cabeça e de dentes);

t Malária ou paludismo;

t Febres: algumas descritas como febre tifóide e também febres associadas ao paludismo.

Perturbações gastrointestinais

17% Parasitoses intestinais 23% Perturbações hepáticas

Anemia

10% Perturbações reprodutivas 2% cadernos Dores 9% Malaria 12% 4% Febres

10% 5% 5% Problemas neurológicos

Outros

Figura 6 – Perturbações e desordens mais referidas

O modo de preparação dos remédios caseiros utilizado mais frequentemente, foi a decocção (referida como cozedura ou fervura) a partir de folhas, raízes, tubérculos, casca da árvore ou ainda a planta toda (referida 80 vezes). O líquido resultante é aplicado geralmente por via oral (através da ingestão direta do líquido) ocorrendo em alguns casos a aplicação via anal (aplicação de clister). A ingestão deste líquido encontra-se por sua vez associada maioritariamente a problemas gastrointestinais. A aplicação de clisteres, contendo macerado ou pastas de folhas, raízes ou tubérculos, para o tratamento de parasitoses intestinais é também muito frequente. Na figura 7 pode-se observar a fase inicial de preparação de um medicamento tradicional. cadernos CISA Figura 8 um medicamentotradicional Fase inicialdepreparação Figura 7 Mululu ( Erva-de-Santa-Maria a ( quais das diferentes, tradicionais nomes 79 a correspondendo espécies maisreferidas comoutilizadasparafinsmedicinaisforam a: foi Destas, diferentes.as identificadas, e recolhidas tradicionais plantas Das espécies. 81 nomes e famílias 42 103 identificar possível resultaram quais das e referências de e Mbrututu(respectivamente). encontravam-se associadas quais aos nomes das tradicionais mencionados comomencionadas), Gipepe, Calussangeplantas Welw., 79 das (60% descritos vernáculos Chenopodium ambrosioides Chenopodium t t t t t t t No total da primeira ronda foram registadas 210 referências de plantas medicinais plantas de referências 210 registadas foram ronda primeira da total No Na segunda ronda, foram recolhidas 213 plantas, correspondentes ao mesmo número mesmo ao plantas,correspondentes 213 recolhidas ronda,foram segunda Na nomes os pesquisabibliográficaApósencontraram-seassociaçõesespéciese entre 47 t

Boerhavia diffusa Ocimum viride Ricinus communis Chenopodium ambrosioides Carica papaya Senna occidentalis Vernonia amygdalina Solokoto, Ssolokoto-iauú, Ssolokoto-tchambanda ouShomem); cnhsemm hispidum Acanthospermum –Erva-de-Santa-Maria ( Commiphora angolensis Commiphora Vernonia amygdalina L. (Mamoeiro); Willd. (Kimbuma); L. (Matrumbata, Ditumbata ouItumbata). L. (Jimono, Lomôlo, Mumono ouMimono); (L.)Link(Mundianhoca, Pau-de-feijão oukalongupa); Delile(Mululu); L. – figura 8), Kimbuma ( 8),Kimbuma figura L.– Chenopodium ambrosioides Delile–figura10), foram asmaismencionadas. L. (Erva deSanta-Maria); C (ooos o Hlksoy-il, Chiholokosso, Holokosso-ya-diala, ou (Holokosso DC. Engl. e Cochlospermum angolense Cochlospermum Ocimum viride Ocimum L.) Monodora angolensis Monodora Willd. – figura 9) e 9) Willd.figura – Welw.Ex. Oliv.

9 P 10 ISA C

Figura 9 – Kimbuma (Ocimum viride Willd.)

A maioria das espécies recolhidas pertence à família das Fabaceae, Euphorbiaceae, Asteraceae, Anacardiaceae, Lamiaceae e Solanaceae. Em apêndice pode-se encontrar uma listagem exaustiva de todas as espécies, organizadas por famílias e a respectiva correspondência com o seu nome tradicional.

Figura 10 – Mululu (Vernonia amygdalina Delile)

Discussão dos resultados cadernos Os distúrbios gastrointestinais foram os problemas de saúde mais relatados incluindo dor de barriga (17/287), cólicas (4/287), dor de estômago (8/287), prisão de ventre (5/287), vômitos (2/287), laxante (1/287) e diarreia (13/287), tratando-se geralmente com a ingestão de líquidos resultantes da decocção ou maceração das folhas, casca e raízes de Acanthospermum hispidum DC. (figura 11), Momordica charantia L. (figura 12), Chenopodium ambrosioides L. (figura 8) e Vernonia amygdalina Delile (figura 10). Para facilidade de consulta, na tabela 1 poderá ver uma lista exaustiva das usos terapêuticos identificados para o sistema gastrointestinal.

Figura 11 – Acanthospermum hispidum DC. cadernos CISA Tabela n.º1- Figura 12 Usos terapêuticos Dor deestômago Prisão deventre Dor debarriga Diarreia seca Diarreia Cólicas – Momordica charantia I ndicações terapêuticasparaosistemagastrointestinal Menispermaceae Chenopodiaceae Chenopodiaceae Amaranthaceae Anacardiaceae Anacardiaceae Anacardiaceae Cucurbitaceae Cucurbitaceae Cucurbitaceae Gramineae Caricaceae Asteraceae Asteraceae Asteraceae Asteraceae Lamiaceae Malvaceae Myrtaceae Myrtaceae Myrtaceae Olacaceae Meliaceae Fabaceae Fabaceae Fabaceae Fabaceae Fabaceae Aloaceae Família L. Piliostigma thonningii (Schumach.)Piliostigma thonningii Milne-Redh Cymbopogon citratus Cissampelos mucronata Acanthospermum hispidum Acanthospermum hispidum Chenopodium ambrosioides Chenopodium ambrosioides Alternanthera pungens Vernonia amygdalina Vernonia amygdalina Senna occidentalis Azadirachta indica Rhychosia minima Rhychosia minima Prosopis juliflora Hoslundia opposita Hoslundia opposita Momordica charantia Momordica charantia Momordica charantia Acacia welwitschii Oliv. Burkea africana Ximenia americana Spondias mombin Spondias mombin Acassia siberiana Mangifera indica Psidium guajava Psidium guajava Psidium guajava Sida rhombifolia Aloe zebrina Aloe zebrina Nome científico Carica papaya Vernonia sp. Baker (Sw.) (DC.) Stapf. Hook. (L.) Link (L.) (L.) DC. A. Juss. L. L. L. L. L. L. Vahl Vahl L. Delile Delile L. L. A. Rich.

L. DC. Kunt DC. L. L. L. DC. DC. L. L. 11 P 12

A associação entre os distúrbios gastrointestinais e parasitas intestinais foi frequente. Estas por sua vez foram descritas como sendo tratados com clisteres contendo folhas, cascas e raízes de Vernonia amygdalina Delile (figura 10), Chenopodium ambrosioides L. (figura 8) e Azadirachta indica A. Juss. (figura 13), conforme se pode observar na tabela 2. ISA Tabela n.º 2 - Indicações terapêuticas para tratamento de parasitoses intestinais

Usos terapêuticos Família Nome científico C

Maculo Anacardiaceae Anacardium occidentale L. Mangifera indica L. Asclepidaceae Calotropis procera (Aiton) W. T. Aiton Asteraceae Chromolaena odorata (L.) R.M. King & H.Rob. Vernonia amygdalina Delile Fabaceae Senna occidentalis (L.) Link Piliostigma thonningii (Schumach.) Milne-Redh Caricaceae Carica papaya L. Maculo / Bichas / Chenopodiaceae Chenopodium ambrosioides L. / Lombrigas Euphorbiaceae Jatropha curcas L. Manihot esculenta Crantz Fabaceae Acacia welwitschii Oliv. Rhychosia minima (L.) DC. Lamiaceae Ocimum basilicum L. Ocimum viride Willd. Punicaceae Punica granatum L. Meliaceae Azadirachta indica A. Juss. Menispermaceae Cissampelos mucronata A. Rich. Fabaceae Dichrostachys cinerea (L.) Wight & Arn. (Mimosoideae) (Sin.: D. glomerata) cadernos Passifloraceae Passiflora foetida L. Rutaceae Clausena sp. Solanaceae Lycopersicon esculentum Mill.

A presença dos parasitas intestinais, tal como a anemia e paludismo na área de estudo, foram determinados no inquérito de prevalência publicado em Sousa-Figueiredo et al 2012.

Figura 13 – Azadirachta indica A. Juss. cadernos CISA Figura 16 Figura 15 Figura 14 para oefeito descrito. justificação principal referidasforama acima espécies das decocção da resultante líquido sabdariffa de cascas e folhas das decocção de ingestão a comtratada sendo relatadacomo foi relatadas.doençadoenças Esta 287 nas ambrosioides aralicea Steganotaenia com principalmente tratados sendo como referidos viride de decocções de e at, aei prc pecpr pplço nurd, ed rfrd 1 vezes 14 referida sendo inquirida, população a preocupar parece anemia a facto, De mlra o rltd cm sno rtd picplet cm igsã o banho ou ingestão a com principalmente tratada sendo como relatada foi malária A Willd. O síndrome de febre isolada ou febre tifóide também foram relatados (25/287), (25/287), relatados foram também tifóide febre ou isolada febre de síndrome O Willd. – – – L. (figura 15), e Ficus sycomorus Hibiscus sabdariffa Lannea welwitschii L., Hoslundia opposita Senna occidentalis Senna Hochst. (figura 17), Ficus sycomorus Ficus L. subsp. L. (Hiern)Engl. Sycomorus Lannea welwitschii Lannea (L.) Link, Vahl e e Vahl L. subsp. Azadirachta indica enna amygdalina Vernonia Steganotaenia aralicea Steganotaenia sycomorus cmm viride Ocimum (Hiern) Engl. (figura 14), A. Juss. Juss. A. (figura 16). A coloração do Delile Wld ms também masWilld. Hochst. e Chenopodium Ocimum Hibiscus 13 P 14 ISA C

Figura 17 – Steganotaenia aralicea Hochst.

Perturbações hepáticas como a Briosa (32/287) e a Hepatite (3/287) foram descritas como sendo geralmente tratadas com banhos ou ingestão do produto de decocção ou maceração das folhas, raízes ou da planta inteira principalmente das espécies Tamarindus indica L., Boerhavia diffusa L., Carica papaya L., Sansevieria cylindrica Bojer ex Hook., Ricinus communis L. e Ocimum viride Willd., que foram também referidas como sendo utilizadas como analgésicos para o tratamento de dores de bexiga, peito, costas, ossos, cabeça, dores de dentes e de ouvido e dor nos olhos, geralmente com aplicação directa de folhas ou seiva de plantas nas áreas dolorosas, ou mastigação de tubérculos. Distúrbios neurológicos referidos, com sintomas relatados sugerindo epilepsia, foram também mencionados e geralmente tratados com Euphorbia tirucalli L.

Através do cruzamento dos nossos dados com estudos de bioatividade já publicados, encontramos associações que podem justificar o uso etnofarmacológico de algumas espécies. Assim, o uso de Boerhavia diffusa L., tradicionalmente chamado como Matrumbata, e relatado quase por unanimidade para tratar Briosa, poderá ser suportado por vários estudos que demonstram a sua actividade hepatoprotectora. Do mesmo modo, os extractos de Acanthospermum hispidum DC., relatados no presente estudo como sendo utilizados para a febre tifóide (causada pela Salmonella typhi), são referidos como tendo actividade antibacteriana contra Staphylococcus aureus e Enterococcus faecalis e, por conseguinte, uma investigação adicional sobre o efeito dos extractos da presente planta

sobre a Salmonella typhi iria ajudar a esclarecer e talvez validar o efeito mencionado. cadernos

Além disso, o efeito mencionado de Senna occidentalis (L.) Link (figura 18) contra a malária e dor de cabeça está em concordância com os efeitos antimaláricos e anti-inflamatórios já comprovados. O mesmo ocorre para o uso de Carica papaya L. para o tratamento de dores de dentes, suportado por estudos de bioactividade relatando acção antifúngica (sementes) e bactericida (frutos), efeitos estes comprovados contra algumas espécies de Streptococcus e Candida albicans, relacionadas com o desenvolvimento da dor de dentes.

Figura 18 – Senna occidentalis (L.) Link cadernos CISA Considerações finais Figura 19 etcm m úeo osdrvl e ee d Lcnitr (ã pbiaa) ne se onde publicadas) (não Licenciatura de teses de considerável número um destacam se quais as entre institucionais, ou académicos trabalhos e teses como publicados, não no exemplares alguns encontrar-seFC-UAN.da encontrar-seBotânica estudos diversosainda Podemde Centro do Herbário também podendo internacionais, bibliotecas em plantas medicinais, remontam à 2.ª metade do século XX e encontra-se maioritariamente difícil acesso. A bibliografia existente sobre a biodiversidade da flora angolana e sobre as de é e dispersa encontra-se existente bibliografia a e actualizados, registos/publicações às plantasmedicinais. recorrer a levam os que saúde de problemas principais os sobre percepção melhor uma ervanárias), este estudo permitiu documentar os conhecimentos da população local tendo de técnicos ou locais mercados dos vendedores tradicionais, médicos maioritariamente planta sãonecessários. tóxico (ricina) existente nas sementes, mais estudos de altamente toxicidade sobre o consumo desta químico produto um de presença à devido entanto, no tradicional; medicina na utilização sua a apoiando antimicrobianas, propriedades confirmaram (Mumono) L. decocções ou infusões desta planta. Do mesmo modo, os estudos sobre preocupante face aos vários relatos registados ao longo deste estudo sobre a ingestão de vitro de extratos de nematicidas efeitos dos venenosas.apesar Assim, ou tóxicas substâncias conter podem eee iúeo rsris tooâio e vra lclzçe d pí, merecendo país, do estes trabalhosumoutroolhareumaeventual recuperaçãoparapublicação. localizações várias em etnobotânicos rastreios inúmeros refletem Apesar do renovado interesse sobre esta temática, existem actualmente muito poucos muitotemática, actualmente esta renovadoexistem sobre do interesse Apesar são inquiridos os (onde país no efectuados estudos outros a Contrariamente No entanto, é sempre aconselhada prudência no uso medicinal de alguns extratos, pois , foi associada uma alta toxicidade à ingestão de extratos aquosos, o que pode ser pode que o aquosos, extratos de ingestão à toxicidade alta uma associada foi , –Queimadas hnpdu ambrosioides Chenopodium . ee crooao pr estudos por corroborados serem L. Ricinus communis in

15 P 16

Com este estudo, pretende-se dar um primeiro contributo para a documentação sistemática dos conhecimentos tradicionais sobre plantas medicinais de Angola, com o objectivo de criar posteriormente uma base de dados, de acesso livre, sobre a Flora Medicinal de Angola / Fichas Monográficas de Plantas Medicinais com a informação científica (estudos fitoquímicos, farmacológicos e clínicos existentes) e informação sobre Medicina Tradicional (receituário local e usos internacionais; observações clínicas

e estudos de campo), e que poderá constituir um suporte para o desenvolvimento de ISA pesquisa científica com vista à sua posterior validação e utilização pela indústria, bem como à sua integração no Sistema Nacional de Saúde. C

Com efeito, a validação dos efeitos farmacológicos relatados em inquéritos etnobotânicos, através da caracterização fitoquímica e estudos e ensaios biológicos são necessários, mas ainda escassos em Angola. A cooperação e a partilha de dados entre disciplinas e investigadores (incluindo os dados resultantes de pesquisas em bancos de dados etno-africanos) podem facilitar o desenvolvimento desta área da ciência em Angola.

Por outro lado, não se podem descurar os aspectos de salvaguarda da biodiversidade e do património genético da flora angolana, tendo em conta nomeadamente algumas práticas tradicionais como a queima de vegetação para áreas agrícolas (figura 19), a produção de carvão vegetal, ou a recolha de plantas para fins medicinais, que poderão colocar em risco algumas espécies. Assim, Aloe ferox Mill., Adansonia digitata L., Sansevieria cylindrica Bojer ex Hook., Ricinus communis L., Acacia sieberiana DC., Acacia welwitschii Oliv. e Sterculia quinqueloba (Garcke) K. Schum., referidas neste estudo como sendo utilizadas para fins medicinais estão na lista nacional de espécies em diferentes estádios de ameaças de extinção. cadernos cadernos CISA 32. Singh,O. M.and Ali, 31. Sreejith, G., et al., D.,Jamnadass and I. Dawson L., Mwaura A., Mbora R.G.,N.,YenesewA., 30.Dharani 29. Tona, L., et al., 28.al., et Alva,M., 27. Rawat, A.K., et al., 26. Chandan, B.K., A.K. Sharma, and K.K. Anand, 25.al., et Z.,Zarai, 24. Emeruwa, A.C., 23. Dawkins, G., et al., 22. Chavez-Quintal,P., al.,et 21. Tona,al.,L.,et 20. Iwalokun, B.A., et al., 19.O.Owoeye,Farombi,E.O.and 18. Ademola,I.O. J.N.and Eloff, al., et A.R.,Silva, 17.da J.A., Ojewole, 16. 15. EXELL, A.W.M., F.A, al., et J.C., 14.Sousa-Figueiredo, 13. Dande, A.o., 12. WHO, 11. Gilani, A.H. and A.U. Rahman, 10. F.A.,Fumuassuca, R.K.V.S., FIRMINO, 9. 8. Van-Dúnem, M.B., 7. GOSSWEILER, J., 6. GOSSWEILER, J., 5. FICALHO, C., 4. Costa, E.A., D. & Manuela, P., P A.W.M.,F.A, EXELL, 3. 2. WHO, 1. WHO, Bibliografia adicional 36. Bradberry, S.M., etal., 35. Coopman, V., et al., 34.MacDonald, D., al.,et 33.al., et L.,Monzote, J ExpBiol, 2010. 48(5):p. 494-8. Kenya: The World Agroforestry Centre(ICRAF),. Shrubs of East Africa: a Description of Species and a Guide to Cultivation and Conservation Through Use J Ethnopharmacol, 1999. 68(1-3):p. 193-203. Nat ProdCommun, 2012. 7(2):p. 245-8. J Ethnopharmacol, 1997. 56(1):p. 61-6. 1991. 31(3):p. 299-307. Lipids HealthDis, 2012. 11(1):p. 102. 52(4): p. 290-2. Indian JMicrobiol, 2011. 51(1):p. 54-60. Ann Trop MedParasitol, 2001. 95(1): p. 47-57. hepatic damageinmice biflavonoid Haemonchus contortuseggsandlarvae Northeastern Brazil stem-bark aqueousextract in thecontextofademographic surveillance systeminnorthern Angola Geneva. e Bengo. Neto: Luanda– Angola. Províncias de Luanda e Namibe e seus efeitos terapêuticos. Embaixada dePortugal em Angola. 78. da Universidade Agostinho Neto154. Editor 1936. p. 46-48. Organization: Geneva. 189(1-3): p. e13-20. not toxic tomammaliansmoothmuscle ambrosioides onmitochondria 73(4): p. 447-51. National policy on traditional medicine and regulation of herbal medicines General Guidelines for Methodologies on Research and Evaluation of Evaluation ResearchTraditionaland on Medicine Methodologies for Guidelines General WHO guidelines on good manufacturing practices (GMP) for herbal medicines , in . IntJEnviron ResPublicHealth, 2011. 8(6):p. 2533-55. Departamento deciencias Perfil doDande Nomes vulgares dealgumasplantasafricanasprincipalmenteangolenses Antimalarial activity of 20 crude extracts from nine African medicinal plants used in Kinshasa, Congo ninamtr, nlei ad yolcmc fet o Mniea nia in (Anacardiaceae) Linn. indica Mangifera of effects hypoglycemic and Antiinflammatory, analgesic Antibacterial substancefromCaricapapaya fruitextract Essential oil of the leaves of Ricinus communis L.: In vitro cytotoxicity and antimicrobial properties antimicrobial and cytotoxicity vitro In L.: communis Ricinus of leaves the of oil Essential Bioactivity of the essential oil of an argentine collection of Acanthospermum hispidum Acanthospermum of collection argentine an of oil essential the of Bioactivity In-vivo antimalarial activity of Cassia occidentalis, Morinda morindoides and Phyllanthus niruri Phyllanthus and morindoides Morinda occidentalis, Cassia of activity antimalarial In-vivo Nomes indígenasdasplantasde Angola Flora Exóticade Angola Plantas medicinais de Angola, Coleção “Estudos e documentos” Anti-allergic, anti-inflammatory and anti-lipidperoxidant effects of Cassia occidentalis Linn Antibacterial effects of Carica papaya fruit on common wound organisms Contribuição para o conhecimento de plantas medicinais utilizadas nas Províncias de Luanda Suicidal death after injection of a castor bean extract (Ricinus communis L.) Toxic effects of carvacrol, caryophyllene oxide, and ascaridole from essential oil of Chenopodium of oil essential from ascaridole carvacrol,oxide,caryophylleneand of Toxiceffects . PharmBiol, 2012. 50(6):p. 740-6. otiuço aa cneiet d pats eiias oecaiaa ns ecds das mercados nos comercializadas medicinais plantas de conhecimento o para Contribuição Contribuições para o conhecimento da flora de África. II. Novas espécies da flora de Angola de flora da espécies África.II.Novasde flora da conhecimento o para Contribuições General accountoftheConspectusFlorae Angolensis Hepatoprotective activity of Boerhaavia diffusa L. roots-a popular Indian ethnomedicine Phytochemical and antifungal profiles of the seeds of carica papayacarica of L. seeds the of profiles Phytochemicalantifungal and Hepatoprotective and antioxidant activities of Vernonia amygdalina on acetaminophen-induced Chemical composition, antioxidant and antibacterial activities of two Spondias species from species Spondias two of activities antibacterial and antioxidant composition, Chemical Ricin poisoning Ascaridole-less infusions of Chenopodium ambrosioides contain a nematocide(s) that is(are) is(are) that nematocide(s) a contain ambrosioides Chenopodium of infusions Ascaridole-less . JMedFood, 2006. 9(4):p. 524-30. Antifungal Activity in Ethanolic Extracts of Carica papayaCarica L.of Extracts Ethanolic cv.Antifungal in Activity Seeds LeavesMaradoland . MethodsFind ExpClinPharmacol, 2005. 27(8):p. 547-54. 2006, Municipal Administration ofDande: unpublished. Anthelminthic activity of acetone extract and fractionsof extractand acetone of activityVernonia Anthelminthic amygdalinaagainst lantas Ameaçadas em Angola Trends inethnopharmocology Antioxidative and chemopreventive properties of Vernonia amygdalina and Garcinia and amygdalinaVernonia of properties chemopreventive and Antioxidative Epidemiology of malaria, schistosomiasis, geohelminths, anemia and malnutrition malnutrition and anemia geohelminths, schistosomiasis, malaria, of Epidemiology . Toxicol Appl Pharmacol, 2009. 240(3):p. 337-47. . Toxicol Rev, 2003. 22(1):p. 65-70. 2010, Universidade Agostinho Neto:Luanda-Angola. . Trop Anim Health Prod, 2011. 43(2):p. 521-7. . JEthnopharmacol, 2004. 92(2-3):p. 215-21. 1950, Luanda. 220. Boerhaavia diffusa: a study of its hepatoprotective activity , 1953. p. 1-587. , in . 2009, Luanda: Centro de Botânica da Faculdade de Ciências . JEthnopharmacol, 2005. 100(1-2):p. 43-49. Departamento de Ciencias . PLoSOne, 2012. 7(4):p. e33189. . JNat Prod, 1982. 45(2):p. 123-7. . Taxon 1, 1951. 6:p. 86. , 2005, World Health Organization: Geneva. Organization: Health World , 2005, . Vol. 1. 1994: Cooperação Portuguesa, , 2007, World Health Organization: Common Antimalarial Trees and Trees Antimalarial Common , 1881:Lisbon. p. 603-619. 2008, Universidade Agostinho Indian J Pharm Sci,Pharm 2011.J Indian . West Indian Med J, 2003. . Forensic Sci Int, 2009. ,2000, WorldHealth . J Ethnopharmacol, . Ethnopharmacol, J 2010, Nairobi, (Asteraceae). . Indian ., sér.., 2, . . . . . 19 P 17

'BNÓMJBTFFTQÏDJFT /PNFTUSBEJDJPOBJTPVWFSOÈDVMPT "MPBDFBF Aloe ferox Mill. Tchandala Tchinene Aloe zebrina Baker Kikalango (Tchandala, chandala) "NBSBOUIBDFBF Alternanthera pungens Kunt Holokosso ya nhecto, Ochambanda, Holokoto de mulher Pupalia lappacea (L.) A.Juss. Matata Mena ou Cola-cola "NBSZMMJEBDFBF Crinum sp. Cebola do Chão

"OBDBSEJBDFBF Anacardium occidentale L. Cajuéiro ISA Lannea welwitschii (Hiern) Mucumbi Engl.

Mangifera indica L. Mangueira C

Spondias mombin L. Munguengue, Gajajeira (Português) "OOPOBDFBF Annona muricata L. Sape-sape "QJBDFBF Steganotaenia aralicea Kalussange Hochst. "TDMFQJEBDFBF Calotropsis procera (Aiton) Umpulukua W. T. Aiton "SFDBDFBF Elaeis guineensis Jacq. Palma "TQBSBHBDFBF Asparagus spp. Batata do chão ou da mata, dente de cobra, Mussesse pacaça, Mazuakapela, Ombungi ou Nbungi, trepadeira da quissangua "TUFSBDFBF Acanthospermum hispidum Holokosso, chiholokosso, Solokoto, Holokosso ya DC. diala, Solokoto Duú ou iauú, Holokosso, Solokoto Tchambanda (solokoto do Homem) Chromolaena odorata (L.) Antodembo (Cupó-cupó), capím mombutu, R.M. King & H.Rob. Kongoxica Eclipta prostrata (L.) L. Ucassa ou Kapoko Vernonia amygdalina Delile Mululu (Kimbundu) Vernonia sp. Muhunza #PNCBDBDFBF Adansonia digitata L. Imbondeiro #VSTFSBDFBF Commiphora mollis (Oliv.) Mbonho/Umlombo, Kalussanji (Kimbundu), Engl. Sandassanji $BDUBDFB Opuntia stricta (Haw.) Haw. Pitela $BSJDBDFBF Carica papaya L. Mamoeiro $IFOPQPEJBDFBF Chenopodium ambrosioides L. Santa Maria $VDVSCJUBDFBF Momordica charantia L. Mussequenha $ZQFSBDFBF Cyperus esculentus L. Gixinge ou palha das esteiras Cyperus textilis Thunb. Gixinge ou palha das esteiras cadernos Cyperus cyperoides subsp. Gixinge ou palha das esteiras flavus Lye (Sin.: Mariscus cylindristachyus Steud.) %SBDBFOBDFBF Sansevieria cylindrica Bojer Difua (Kimbundu), Jifi ex Hook. Sansevieria hyacinthoides Orelha de coelho (L.) Druce &VQIPSCJBDFB Euphorbia tirucalli L. Cassoneira (Português) Euphorbia prostrata Aiton / Kabinge Kanguadi, rancapedra Chamaesyce prostrata (Aiton) Small (Sin.) Jatropha curcas L. Mufulukua Manihot esculenta Crantz Kizaka ou Mandioqueira Ricinus communis L. Jimono, Lomôlo ou mumono, Mimono 'BCBDFBF · Subfamília Caesalpinioideae Burkea africana Hook. Nhongono Tamarindus indica L. Tambarineiro Piliostigma thonningii Mussaca ssaca, Mussaka ssaka ou mulolo (Schumach.) Milne-Redh Senna occidentalis (L.) Link Mundianhoca, pau de feijão ou kalongupa

-BNJBDFBF 7FSCFOBDFBF 5JMJBDFBF 4UFSDVMJBDFBF 4PMBOBDFBF 4BQJOEBDFBF 3VUBDFBF 1BTTJnPSBDFBF 0SDIJEBDFBF 0MBDBDFBF /ZDUBHJOBDFBF .ZSUBDFBF .VTBDFBF .PSJOHBDFBF .PSBDFBF .FOJTQFSNBDFBF .FMJBDFBF .BMWBDFBF 1VOJDBDFBF (SBNJOFBF Mimosoideae Subfamília · Papilionoideae Subfamília · ;JOHJCFSBDFBF 7JUBDFBF cadernos CISA

'BNÓMJBTFFTQÏDJFT

Zingiber officinale Zingiber & Peyr. Grewia cyclopetala Boerhavia diffusa (Garcke) K. Schum. Sterculia quinqueloba Paullinia pinnata Punica granatum flavicarpa Passiflora edulis Passiflora foetida Cissampelos sp A. Rich. Cissampelos mucronata Azadirachta indica Ocimum viride Ocimum americanum Ocimum basilicum Hoslundia opposita Solanum sp. Solanum nigrum esculentum Lycopersicon Capsicum annuum Clausena sp. Psidium guajava Moringa oleifera Cissus quadrangularis ugandense (Sin. var. (Hochst.) Rotheca myricoides (Rchb.f.) Eulophia angolensis Ximenia americana Sida rhombifolia Hibiscus sabdariffa Hibiscus cannabinus Gossypium arboreum Stapf. Cymbopogon citratus Musa acuminata sycomorus Ficus sycomorus Prosopis juliflora Acacia sieberiana Acacia welwitschii Rhychosia minima Pterocarpus tinctorius Canavalia gladiata Cajanus cajan Abrus precatorius Wight & Arn. Dichrostachys cinérea myricoides : Clerodendrum Summerh.

Steane &Mabb. Deg. L.) (L.)Millsp. Willd. L. Sims f. (Sw.) DC. L. L. L. subsp. Lour. Colla L. L. L. DC. L. L. Roscoe L. L. (Jacq.) DC. Oliv. (L.) DC. L. Wawra L. Vahl A. Juss. L. L. (DC) (L.) L. Welw. L.

Mill. Usse brancaouverde Algodoeiro, Mavusso Romã Kimbuma, Imbuma Muelele, Kalunguangeemanjericão Kalunguange Manjericao, Mulunbuatsusu, Ondjulu, Muhundua hunduaeOndembi Chá decachinde Espinheira Mussongue (árvore), Kimoca, Maximbo, Diximbo(raiz). Mubanga ouLicimbo(BananadoChão), Mubanga Mukuteje, Umkuteje Takula Café Nginga Ervilha (Português), Kinzonge, kikoto Kalinge Kimue Ungenha ouMunguenha Gingibre Lombuli, limbuiri, Dilengue diaxito(Kimbundu) Chimuelepia Mutamba, Ossengueouossinho, MutambaKizeza Muxixeiro Bumbundu Dissue oulessue Tomateiro Gindungo Cinco folhas Kalalanza oukalaranja Maracujá de Kimbundu Melangu, Maracujadekimbundu, Crujão Cebola dochão Mompeke, Mupeke(mompeque) Matrumbata ouDitumbata, Itumbate Goiabeira Bananeira Picaflor Mukuzu kuzu, Umkuzukuzu Zamba Tanda Kachilingue Chimue, kikiringuekimue Cura-tudo, neem Njunju Usse vermelha ouutietie /PNFTUSBEJDJPOBJTPVWFSOÈDVMPT

18 O Projecto CISA “Criação de um Centro de Investigação em Saúde em Angola”, resulta de uma parceria entre o Ministério da Saúde de Angola, o Governo Provincial do Bengo, o Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, I.P. e a Fundação Calouste Gulbenkian, e tem como finalidade desen- volver a investigação na área da Saúde.

Iniciado em 2007, integra três plataformas de recolha de dados – demográficos, de mortalidade e morbilidade – que permitem a realização de estudos epidemiológicos transversais. Estes estudos pretendem contribuir para uma melhor compreensão da realidade epidemiológica do país e construção de orientações metodológicas ao nível da resolução dos problemas de saúde das populações.

PROJECTO CISA Hospital Geral do Bengo CISA Caxito CENTRO DE INVESTIGAÇÃO EM SAÚDE EM ANGOLA Angola

Backoffice PGAD Fundação Calouste Gulbenkian Avenida de Berna, 45 A 1067-001 Lisboa Portugal

Apoios: E-mail: [email protected]

www.cisacaxito.org