A Sangria Do Galo Negro Análise / Retrospectiva (Severino Carlos)

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A Sangria Do Galo Negro Análise / Retrospectiva (Severino Carlos) 18 Dezembro 2004 Inventário de uma enorme hemorragia A sangria do Galo Negro Análise / Retrospectiva (Severino Carlos) Os sete tiros que, em 22 de Fevereiro de 2002, vararam o corpo de Jonas Savimbi num sítio inóspito das matas do leste de Angola tiveram o condão de terminar uma das mais prolongadas guerras civis do continente africano. O Mpla tinha conseguido, finalmente, alvejar o coração do inimigo, a sua fonte de força. Passados quase três anos , fazendo as contas de perdas e ganhos, emerge uma conclusão incontornável: ao longo dos anos, a Unita foi sofrendo uma inexorável sangria no melhor do seu tecido humano, responsável pela sua fraqueza actual. Muitos dos seus melhores cabos de guerra tombaram no teatro das operações. E quando isso não aconteceu, pura e simplesmente, renderam-se ao adversário. Muitos outros quadros políticos passaram-se de armas e bagagens para o campo adversário. Mas, mais do que isso, fica a constatação de que a Unita, no final das contas, sofreu uma violenta decapitação da sua direcção. O que se segue é o inventário dessa sangria que tem vindo a tolher a organização do Galo Negro, deixando-a quase exangue. Pode ser essa uma das causas da fraca oposição que temos hoje. No fundo, estamos a falar da história da destruição de uma «máquina de guerra» que começou, antes de mais, com a decapitação da sua nata política. Quando, em princípios de Novembro de 1992, Abel Chivukuvuku saía ileso da «fúria» que durante três dias se abatera sobre a capital angolana, estava-se tão-somente a passar por um ciclo da lenta asfixia que a direcção do movimento de Jonas Savimbi foi sofrendo. Se Chivukuvuku não tivesse sido poupado, seriam quatro os dirigentes de topo que a Unita teria perdido de uma só vez. Ferido nas pernas, o jovem que nessa altura era o secretário da Unita para as Relações Exteriores, e simultaneamente o número dois da organização na antiga Ccpm, Comissão Conjunta Político-Militar, viu partirem do mundo dos vivos Jeremias Chitunda, Mango Alicerces, Elias Salupeto Pena e Eliseu Chimbili. No Huambo, onde se encontrava, Jonas Savimbi chorou e fez as contas dessas perdas humanas que representavam, igualmente, um brutal rombo na sua estrutura organizativa. Chitunda era o vice-presidente e Salupeto era o sobrinho e delfim que assumia o comando da sua falange na Ccpm. Esquartejado, Chimbili tinha sido um discreto chefe da «secreta» da Unita, ao passo que Mango, cujo corpo nunca apareceu, fora o secretário-geral. Era muita massa cinzenta junta para ser perdida de uma só vez. Mas nem isso demoveu Savimbi. A partir daí, mergulhou ainda mais fundo na lógica suicida da confrontação militar, mas o garrote do adversário estava armado e a sangria foi fazendo o seu curso como uma sinuosa jibóia. Porém, o ataque desferido contra a sua nata política vinha de trás, do passado. Ao tempo em que a Unita fazia alarde de trunfos diplomáticos que lhe conferiram uma imagem simpática nas chancelarias ocidentais, o Mpla não entrou em pânico e fez o contrário, explorar as contradições internas do seu adversário. Imediatamente depois do armistício de Bicesse, contaram-se muitos mais militantes da Unita, incluindo dirigentes, a passarem-se para o lado de lá da barricada. Aliás, tirando algumas peças menores, não se assistiu a nenhuma movimentação de dirigentes do Mpla para a organização de Savimbi, um dado por sinal muito significativo. O Mpla começou logo por aproveitar o movimento pela libertação de Tito Chingunji e Fernando Wilson dos Santos, desencadeado por diversos jovens que se opunham à condução totalitária de Savimbi, ampliando a reivindicação. Não foi possível evitar a morte de Tito e Wilson na Jamba, mas pouco tardou para que muitos dos contestatários de Savimbi começassem a saltar do barco. Um pequeno «fillet mignon», ainda imperceptível, mas que deixou o Galo Negro ligeiramente aturdido no plano político. Um diplomata e um jurista (George Chicoty e Paulo Tjipilika), que mais tarde seriam respectivamente, vice-ministro das Relações Exteriores e ministro da Justiça, foram os primeiros a romper o elo com a Jamba. Chicoty arregimentou outros jovens descontentes (Alípio Parreirão, Dias Canombo) a Unita e fundou o Fórum Democrático Angolano (Fda), um partido que esteve na órbita do Mpla até que há coisa de dois anos, «terminada a missão», foi dado por extinto. Os seus membros transferiram-se para o partido no poder, como era previsível. Tjipilika aguardou pelas «evasões» de Miguel Nzau Puna («ministro» do Interior na orgânica da Unita de então) e Tony da Costa Fernandes (secretário para as Relações Internacionais) e Raúl Danda (jornalista da Vorgan), para com eles fundar a Tendência de Reflexão Democrática (Trd). Presentemente, este é um partido que já não conta para nada, mas os seus fundadores não estão lá grandemente preocupados com o facto, em face dos ganhos sociais e materiais que, individualmente, obtiveram. Outros rombos políticos deram-se já com a Unita em Luanda. Norberto de Castro (secretário adjunto para a Informação e director do «Terra Angolana», publicação oficial do partido) aguentou a truculência de Jonas Savimbi até ver a boca do precipício, logo depois da «batalha de Luanda». Impedido de fazer uso da dupla cidadania, Norberto foi retido no aeroporto, permanecendo no país até ter optado por romper com a Unita e aderir ao Mpla. Morreu este ano após ter sido, durante muito tempo, director de Comunicação e Imagem da Sonangol. Sardónico como sempre, o líder da Unita fez pouco caso da saída de Norberto e até se deu ao luxo de expulsar, em Abril de 1995, Fátima Roque, uma luso-angolana que era o seu principal quadro para as questões económicas e financeiras. Novas perdas políticas continuaram a acontecer e atingiram o cume com o maior processo de fraccionamento dos anais da história da organização do Galo, com a criação, em Luanda, da Unita-Renovada, uma operação que, já não é segredo, contou com forte empurrão do Mpla. Eugénio Manuvakola e Jorge Valentim, os líderes principais da ala renovadora nunca mais voltaram ao redil de Savimbi, nem mesmo com a sua extinção. O futuro de ambos permanece indefinido, mas no cômputo geral acabam por ser um engulho para a Unita actual. O mesmo se passa com boa parte dos outros dirigentes que compunham a facção renovadora. Não é por acaso que certas projecções feitas ao futuro próximo da Unita indicam, geralmente, que em casos de novos fraccionamentos acontecerem no interior do Galo Negro, a linha de separação de águas estaria exactamente nesses dirigentes, insatisfeitos com o facto de terem sido «engolidos» pelos que vieram do interior. Jonas Savimbi, como é natural, já não saberá se a novela terá um «happy end». Mas partiu amargurado com a imagem de uma organização esfrangalhada, dirigentes políticos e generais a caírem em poder do adversário, quando não eram vitimados pela fome. As duas últimas cartas a caírem do baralho foram o seu vice-presidente António Dembo e o jurista e deputado Capapelo. Segundo consta, morreram ambos em condições de completa degeneração humana. 041218-25 Mortes, rendições e capturas A saga das baixas militares Não há lembrança de antes dos Acordos de Bicesse ter havido baixas de vulto, capturas ou rendições entre as altas patentes da Unita. No entanto, nos idos de 80 ficou célebre a morte num recontro com as Fapla de um importante cabo de guerra de Savimbi, o general Tembi-Tembi, cujo diário foi explorado até à exaustão pela propaganda governamental. Ainda antes de Bicesse, registou-se a captura de Sebastião Lameira, um capitão cujas declarações constituíram um marco, em virtude de terem mostrado uma imagem mais realista, e despojada de propaganda, das capacidades militares da Unita nessa época, e da correlação de forças então existente. Contudo, pouco antes dos acordos de paz, a Unita esteve na iminência de perder o núcleo duro do seu comando militar, que caiu num cerco das forças governamentais algures nas cercanias de Luena. Isto só não aconteceu porque houve pelo meio a primeira experiência de mediação de conflitos de William Tonet. Foi preciso transpor as eleições de Setembro de 1992, para começarem as verdadeiras «dores de cabeça» para Savimbi no plano militar. Nos combates pós-eleitorais que aconteceram em Luanda, muitos dos seus comandos de elite ficaram no terreno e valiosos oficiais generais foram feitos prisioneiros. Bem feitas as contas, Savimbi já não voltou a contar com uma grande dos seus generais que haviam rubricado a acta de constituição das Forças Armadas Angolanas (Faa). Generais como Adriano Mackenzie, Benguela e Renato Campos optaram logo ali por integrar, sem rebuços, as Faa. Perito em informação militar, o general Isidro Peregrino Wambu, que organizou a rendição das forças remanescentes da Unita em Luanda, praticamente encerrou ali sua carreira militar. Desde então não teve qualquer intervenção militar, tendo optado por fazer uma licenciatura em Direito pela Universidade de Coimbra, em Portugal. Pode afirmar-se, igualmente, que Demósthenes Amós Chilingutila, um dos mais prestigiados generais das antigas forças militares da Unita, mesmo sem despir a farda nem se despojar dos galões, terá feito uma «rendição» tácita. Em termos militares já não voltou a ser prestável para o núcleo savimbista, principalmente quando passou a estar na condição de vice-ministro da Defesa e um dos elementos integradores do Comité Renovador da Unita, entretanto formado em Luanda. Não se pode dizer tanto de Arlindo Chenda Pena «Ben-Ben» que, depois de ter escapado, por uma unha negra, de destino semelhante ao do seu irmão Salupeto Pena, ainda fez o gosto ao gatilho, participando em importantes batalhas, entre as quais avulta a que permitiu a tomada da cidade do Huambo pela Unita. Porém, o sobrinho do líder da Unita nunca foi capaz de materializar o sonho de reentrar em Luanda a petardos.
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