Jornal Mensal de Actualidade Angolana OUTUBRO 2010 1

OUTUBRO 2010 EDIÇÃO GRATUITA www.embaixadadeangola.org EDIÇÃO DOS SERVIÇOS DE IMPRENSA DA EMBAIXADA DE EM PORTUGAL

ENCONTRO INTERNACIONAL DE ESTUDANTES ESTUDANTES ANGOLANOS PREPARAM REGRESSO

Pág. 7

EMBAIXADOR BARRICA MWANGOLÉ NO MOXICO GRÁCIA FERREIRA GIRABOLA-2010: RECEBE HOMÓLOGOS SÓ PENSA EM VOLTAR INTER CAMPEÃO SELECÇÃO DA COMUNIDADE PERDE NO “ANGOLA AVANTE”

Pág. 16 Pág. 6 Pág. 13 Pág. 15

ESTADOESTADO DADA NAÇÃO:NAÇÃO: PRESIDENTEPRESIDENTE DADA REPÚBLICAREPÚBLICA ALMEJAALMEJA «A«A CONSTRUÇÃOCONSTRUÇÃO DEDE UMAUMA NAÇÃONAÇÃO DEMOCRÁTICA,DEMOCRÁTICA, PRÓSPERAPRÓSPERA EE MODERNA»MODERNA» Pág. 4

www.embaixadadeangola.org 2 Política OUTUBRO 2010 NOTA DE REDACÇÃO ANGOLA E OS FACTOS DE 35 ANOS No começo dos anos 60`, três movimentos de libertação (UPA/FNLA, MPLA e UNITA) desencadeiam uma luta armada contra o colonialismo português. O governo de Portugal (uma ditadura desde 1926), recusa-se a dialogar e prossegue na defesa até ao limite do último grande império colonial europeu. Angola era “doce demais” para deixar perder em mão alheias, dizia-se então. Assim, o regime português mobiliza e envia para África, sobretudo para Angola, centenas de milhares de soldados. A política de Portugal visava consolidar a sua presença em Angola, ao mesmo que começa a promover a realização a véspera da “Dipanda”, esta de importantes obras públicas. Exemplo disso, a produção industrial e agrícola N edição do MWANGOLÉ traz um breve retrato histórico do 11 conhece, em Angola, um crescimento impressionante. A exploração do petróleo de Novembro, até o mais recente do hoje poderoso Cabinda inicia-se em 1968, representando em 1973 cerca momento marcado com o discurso proferido pelo Presidente da Repú- de 30 por cento das receitas das exportações. Entre 1960 e 1973, a taxa blica, José Eduardo dos Santos, so- de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) angolano foi de sete por cento/ano. bre o Estado da Nação. Na edição de Novembro, contamos apresentar, como mais pormenores, os festejos 25 DE ABRIL: A INDEPENDÊNCIA E A GUERRA do 11 de Novembro realizados um pouco por todo o Portugal, mais a sequência do derrube da dita- dependência), com muito sacrifício e para soluções que significariam uma concretamente em Lisboa, que pre- viam, entre outras, a inauguração do N dura em Portugal (25 de Abril de sangue de milhares dos seus melhores alta traição ao Povo angolano”, dizia novo edifício do Consulado-geral de 1974), abrem-se perspectivas imediatas filhos. “O nosso Movimento enfrenta no Neto, tendo depois frisado: “Mais uma Angola no Porto, a Semana Cultu- para a independência de Angola. O terreno várias forças reaccionárias que vez deixamos aqui expresso que a nos- ral e a recepção oficial ao Corpo Governo português negoceia com os integram uma espécie de brigada inter- sa luta não foi, nem nunca será contra o Diplomático. Dos temas abordados nesta edição, assinalámos, com agra- três principais movimentos de liberta- nacional fascista contra o Povo ango- povo português. Pelo contrário, a partir do, a iniciativa da Associação dos ção (MPLA, FNLA e UNITA), o período de lano. E nessa aliança, incluem-se forças de agora, poderemos cimentar ligações Estudantes Angolanos em Portu- transição e o processo de implantação reaccionárias portuguesas que partici- fraternas entre dois povos que têm de gal em organizar o seu encontro de um regime democrático em Angola pam na invasão do Sul do País, que o comum laços históricos, linguísticos e o internacional nas Caldas da Rai- (Acordos de Alvor, Janeiro de 1975). No governo português não só não comba- mesmo objectivo: a liberdade”. Era tão- nha, apadrinhado pelo embaixador Marcos Barrica. As conclusões da seu discurso da proclamação da Inde- teu, como legitimou tacitamente pelo somente a reafirmação do Manifesto da conferência foram no sentido da pendência Nacional, António Agostinho silêncio e passividade. Não obstante as fundação do MPLA, em Dezembro de necessidade de os quadros ango- Neto, era peremptório: “Durante o perí- organizações fantoches conluiadas com 1956, onde “vincava já a sua determina- lanos, uma vez terminada a sua odo compreendido entre o encontro do exércitos invasores terem de há muito ção inquebrantável de luta por todos os formação, regressarem ao País. O quadro dos festejos da nossa In- Alvor e esta Proclamação, só o MPLA sido denunciadas pelo Povo angolano meios para a Independência completa dependência ficou ainda marcado não violou os acordos assinados. Aos e por todas as forças progressistas do de Angola, afirmando: o colonialismo pela realização do primeiro Torneio lacaios internos do imperialismo (FNLA mundo, o governo português teimou não cairá sem luta. É por isso que o de Futebol “Angola Avante”, ganho e UNITA) de há muito os deixámos de em considerá-las como movimento de Povo angolano só se poderá libertar pela selecção comunitária de Cabo Verde, que bateu a nossa represen- reconhecer como movimentos de liber- libertação, tentando empurrar o MPLA pela guerra revolucionária. tação, na final, por 1-0. Apesar desse tação”. Infelizmente, a independência de desaire, a boa notícia é que o Tor- Angola, a 11 de Novembro de 1975, AMEAÇA CONTRA neio “Angola Avante” pode vir a ser não foi o início da paz, mas o início de institucionalizado com a sua reali- A INDEPENDÊNCIA zação anual, segundo o embaixador uma nova guerra aberta contra o Povo de Angola em Portugal, José Marcos angolano. Perante o papel de Portugal, E esta apenas será vitoriosa com a Barrica, uma iniciativa que, além de ainda no acto de Independência, Neto realidade de uma frente de unidade saudar o dia da Independência, que lamentava pelo desrespeito aos acor- de todas as forças anti-imperialistas se celebra a 11 de Novembro, ajuda de Angola que não esteja ligada à a reunir as diversas comunidades dos de Alvor, “manifesto, entre outros, dos PALOP em Portugal. A nível no facto de sempre ter silenciado a cor, à situação social, a credos reli- desportivo, foi com agrado que se invasão de que o nosso País é vítima giosos e tendências individuais. Será assinalou o fim do Girabola-2010, por parte de exércitos regulares e de vitoriosa graças à formação de um com a consagração do Inter de Lu- vasto Movimento Popular de Liberta- anda ex-quo com o Recreativo da forças mercenárias. Esta invasão, já co- Caála. A diferença de 12 golos a nhecida e divulgada em todo o mundo, ção de Angola”. Derrotado que estava favor dos “polícias” afastou o Recre- nem sequer mereceu comentários por o colonialismo, e reconhecido o direito ativo do título, mas, para muitos, foi parte das autoridades portuguesas que, à Independência que se materializava de longe a grande revelação, além de ter sido a equipa que melhor de facto, não exerceram a soberania a 11 de Novembro de 1975, que era futebol praticou na competição. O a não ser nas áreas libertadas pelo a realização do “programa mínimo do Petro de Luanda, então detentor do MPLA”. Ao Movimento Popular de Li- MPLA”, o Movimento entra em defesa título, foi a grande decepção. bertação de Angola (MPLA) não restava do Povo independente, depois de 500 Boa leitura! outra alternativa, senão a de defender de domínio colonial. A ameaça contra a conquista alcançada pelo País (a In- a Independência do Povo angolano www.embaixadadeangola.org OUTUBRO 2010 Política 3

ANGOLA E OS FACTOS DE 35 ANOS (cont.) manifesta-se ainda do 11 de Novem- então estratégia norte-americana era depois formar o primeiro governo na o território. A UNITA e a UNITA, além bro de 1975. À pedido da Unita, a de dividir Angola. Perante a ameaça, história de Angola independente e de avolumarem a guerra, juntam-se en- África do Sul apoia a organização do o MPLA não adormece. Pede ajuda livre. Em 1976, as Nações Unidas re- tão contra o MPLA. A UNITA começou então líder armado Jonas Savimbi e a então União Soviética e a Cuba. O conheciam o governo do MPLA como por ser expulsa do seu quartel-general invade Angola a 9 de Agosto de 1975. MPLA controla a cidade de Luanda e o legitimo representante de Angola, o no Huambo, sendo as suas forças dis- O Zaire, que apoiava a FNLA, invade pouco mais. Os cubanos não tardaram que não foi seguido nem pelos Estados persas e impelidas para o mato. Mais também Angola, em Julho de 1975. A a desembarcar em Angola (5 de Ou- Unidos, nem pela África do Sul. No tarde, porém, o partido reagrupou-se, FNLA contava também com o apoio tubro de 1975). O transporte aéreo de meio do caos que Angola se havia iniciando uma guerra longa e devas- da China, assim como de mercenários quantidades enormes de armas e sol- tornado, cerca de 300 mil portugueses tadora contra o seu próprio País. A portugueses e também com o apoio dados cubanos, organizado pela União abandonam o País entre 1974 e 1976. organização do “galo negro” apresen- da África do Sul. Os Estados Unidos, Soviética, mudou a situação. Com este No final de 1977, o MPLA realiza o seu tava-se como sendo anti-marxista e que apoiaram inicialmente apenas a apoio, as FAPLA, o então braço armado 1º Congresso, onde se proclama um pró-ocidental, mas tinha e continua a FNLA, não tardam a ajudar também a do MPLA, forçam a expulsão do País partido marxista-leninista e adopta o ter, também, raízes regionais, princi- UNITA, um apoio claro que se mante- das tropas sul-africanas e zairenses do nome de MPLA-Partido do Trabalho. A palmente na população Ovimbundu ve até 1993. Durante muitos anos, a território nacional. O MPLA conseguia guerra continuava a alastrar por todo do sul e centro de Angola. ❚

REFORMAS DEMOCRÁTICAS

MORTE DE NETO EM MOSCOVO o final do ano de 1990, o as transferências de armas e petró- N MPLA anunciava a introdução leo para a Unita. Tanto o Governo reformas democráticas no País. A como a Unita acordaram, em parar EM SETEMBRO DE 1979 11 de Maio de 1991, o Governo as novas aquisições de armas, mas publica uma lei em que autori- tudo não passou de palavras, mui- zava a criação de novos partidos, to mais por culpa do “galo negro”. pondo fim ao monopartidarismo. Em Novembro de 1994, celebra-se A 22 de Maio, os últimos cubanos o Protocolo de Lusaka, na Zâmbia. saem de Angola. A 31 de Maio de A Paz parecia mais do que nunca 1991, com a mediação de Portugal, estar perto de ser alcançada. Porém, Estados Unidos, União Soviética e faltou a boa fé: a UNITA usou o das Nações Unidas, celebram-se os acordo de Lusaka unicamente para acordos de Bicesse (Estoril, Portu- impedir mais perdas territoriais e gal), terminando com a guerra civil fortificar as suas forças militares. Em desde 1975, e marcando as eleições 1996 e 1997 adquiriu grandes quan- para o ano seguinte (Setembro de tidades de armamentos e combus- 1992). Estas eleições deram vitória tível, enquanto ia cumprindo, sem ao MPLA (cerca de 50% dos votos). pressa, vários dos compromissos A UNITA (cerca de 40% dos votos), que assumira através do Protocolo na voz de comando do então seu de Lusaka. Em Dezembro de 1998, chefe mor, não reconhece os resul- Angola retorna ao estado de guer- tados eleitorais e recomeça o con- ra aberta, que só parou em 2002, flito armado. O País assiste a um com a morte do líder da UNITA, terrível banho de sangue. Admitia, Jonas Savimbi. Hoje, Angola vive um na altura, que o número de mortes período de paz sem precedentes. Presidente António Agostinho tração. Estes conflitos só terminam em não ficava longe do verificado no As estruturas democráticas do País O Neto morre em Moscovo a 10 Dezembro de 1988, depois de firmado, conjunto dos anos a que antecede- começam a dar ar da sua graça, e de Setembro de 1979. É sucedido no em Nova Iorque, um acordo tripartido ram as eleições de 1992. Em 1993, a reconstrução do País é a palavra cargo pelo ministro da Planificação, o (Angola, África do Sul e Cuba) que es- o Conselho de Segurança embarga de ordem. ❚ Engenheiro José Eduardo dos Santos, tabelecia a Independência da Namíbia um jovem de 37 anos, muito humilde, e a retirada dos cubanos de Angola. inteligente e muito experiente. No iní- Em 1989 dá a decadência do bloco cio dos anos 80, o número de mortos do Leste, a partir do qual se desmem- e refugiados não pára de aumentar. As bra o conjunto da ex-União Soviética. infra-estruturas do País são brutalmen- Embora não uma haja uma ligação te destruídas. Os ataques da África do expressa ao caso angolano, no País Sul não param. Em Agosto de 1981, sucedem-se os acordos de paz com lançam a operação “Smokeshell”, uti- a UNITA, seguidos do recomeço das lizando 15 mil soldados, blindados e hostilidades. Em Junho de 1989, em aviões, avançando mais de 200 km na Gbadolite (Zaire), o Governo e a UNITA província do Cunene. O então regime estabelecem uma trégua, que apenas do apartheid justifica a sua atitude sob durou dois meses. Em fins de Abril de a alegação de que na região estavam 1990, o Governo angolano anuncia o instaladas bases dos guerrilheiros da reinício das conversações directas com SWAPO, o movimento de libertação da a Unita, com vista ao estabelecimen- Namíbia, hoje no poder. Porém, a ver- to do cessar-fogo. No mês seguinte, dade era outra: era um acto de apoio a UNITA reconhecia oficialmente José à UNITA, tendo em vista a criação de Eduardo dos Santos como o chefe do uma “zona libertada” sob a sua adminis- Estado angolano. ❚

www.embaixadadeangola.org 4 Política OUTUBRO 2010 DISCURSO DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA SOBRE O ESTADO DA NAÇÃO O Presidente da República, José Eduardo dos Santos, afirmou que almeja a construção de uma Nação democrática, próspera e moderna.

desse desiderato. “Iniciámos assim uma uma nova dinâmica e uma cadência Eleições 2012 nova caminhada rumo ao progresso mais acelerada às acções do Executi- e a tarefa urgente neste momento vo, com maior coordenação e maior José Eduardo dos Santos anun- é a conformação dos poderes Exe- eficácia”. Este começou por adaptar ciou para o próximo ano a adap- cutivo, Legislativo e Judicial à Cons- de imediato as normas em vigor à tação da legislação eleitoral de tituição da República e a seguir, ou Constituição, promovendo e aprovan- suporte à realização das eleições ara José Eduardo dos Santos, a de modo paralelo, o reforço da ca- do as leis sobre a Contratação Pública, de 2012, nomeadamente a Lei P condição para alcançar este objec- pacidade institucional dos organismos a Probidade Pública, o Património Pú- Eleitoral, a Lei de Observação tivo é manter a paz e a unidade na- públicos”, sublinhou. O objectivo é dar blico, o Branqueamento de Capitais e Eleitoral, o Código de Conduta, a cional, possuir instituições do Estado resposta às tarefas fundamentais do ainda a nova Lei do Banco Central e o Lei do Registo Eleitoral, dos Parti- fortes e capazes, “um bom parlamento, Estado e aos novos desafios e metas Decreto Presidencial disciplinador do dos Políticos e do Financiamento um bom poder Executivo, um bom decorrentes das normas programáti- Programa de Investimentos Públicos. aos Partidos Político. O objectivo poder judicial que funcionem todos cas da Constituição. Deste modo, o Em seu entender, os referidos diplomas é conduzir a uma maior demo- em conformidade com a Constitui- reforço institucional do Estado deve legais reforçam a democracia e a trans- cratização da sociedade, traduzida ção da República e a lei”. Organizar ter como principais eixos uma nova parência da gestão pública e produ- na regularização das eleições dos uma sociedade democrática, plural e cultura organizacional e estrutural, zem efeitos transversais importantes representantes da nação a todos participativa e dotar o País de um por um lado, e, por outro, a gestão sobre o equilíbrio fiscal e a estabili- os níveis, incluindo o autárqui- sistema de defesa e segurança capaz, por objectivos e a avaliação de re- dade monetária e cambial. Para além co, quando estiverem criadas as que garanta a segurança nacional para sultados. Graças às novas estruturas disso, os seus efeitos modernizadores condições, assegurando assim a o desenvolvimento, é igualmente um políticas, de acordo com o Presidente contribuem para o fortalecimento da participação real e efectiva dos dos requisitos para a materialização da República, “pudemos imprimir já confiança dos investidores. cidadãos na vida política e social.

A ECONOMIA SISTEMA JUDICIÁRIO O Presidente da República, José Eduar- PIB. Referiu que estes resultados irão O Chefe de Estado reconheceu que mero de juízes desses tribunais, tal do dos Santos disse que o País espera consolidar a recuperação da poupan- o sistema judicial do País “tem um como determina a Constituição, e um crescimento de 4,5 porcento, mas ça do Estado para a ampliação do funcionamento deficiente, existindo a concretização da autonomia ad- com a perspectiva concreta da acele- Programa de Investimentos Públicos normas desajustadas da realidade ministrativa e financeira dos tribu- ração para oito por cento em 2011. em 2011, sem que se ponha em risco actual e pouco consentânea com a nais num horizonte temporal não Neste sentido, para o PIB não petrolífero a sustentabilidade da dívida pública. edificação de um Estado de Direito, superior a um ano. “Existe outro perspectiva-se um crescimento de 5,7 José Eduardo dos Santos disse tam- que só poderá existir se nele houver conjunto de ajustamento e refor- porcento, liderado pelos sectores da bém que os investimentos nas infra- um Estado de Justiça”. ma do sistema judicial que devem agricultura, energia, indústria transfor- estruturas económicas permitirão criar O Executivo pretende no âmbito da continuar a ser executadas, nomea- madora e serviços mercantis. melhores condições para a realização reforma do Estado tomar iniciati- damente a revisão do Código Penal, Acrescentou que o ano de 2010 foi de investimentos privados e estes, por vas que contribuam para acelerar a que já se arrasta há anos, a revisão fundamental também para garantir sua vez, irão sustentar a diversificação aprovação das leis e regulamentos do Código de Processo Penal e de os pressupostos do desenvolvimento da economia. Por outro lado, disse que que pautarão a organização e o toda a legislação processual penal, sustentado, ainda que a economia pe- a variação média mensal da taxa de in- funcionamento dos tribunais su- bem como a revisão do Código trolífera mundial não venha a atingir flação, nos primeiros oito meses deste periores, de jurisdição comum. A Civil”, finalizou o Presidente da Re- a pujança que teve antes da crise de ano, mostrou-se moderada, na ordem reforma inclui o acréscimo do nú- pública. 2008/2009. Esclareceu que o Executi- de 1,01 porcento. Ainda no mesmo pe- vo, com efeito, registou uma melhoria ríodo, o efeito do mercado de cambiais significativa nas contas fiscais, sendo sobre a inflação mostrou‑se moderado, o saldo previsto no OGE revisto de com uma flutuação de menos de um 2010 de cerca de 1, 5 porcento do por cento.

PROGRAMAS SOCIAIS E A ECONOMIA

O Presidente da República de Ango- económica e financeira mundial em la explicou que as medidas adopta- Angola, referindo a queda das reser- AMEAÇAS À SEGURANÇA NACIONAL EM CABINDA das pelo Executivo para fazer face vas internacionais, e notou que a E A PARTIR DA REP. DEMOCRÁTICA DO CONGO à crise, como a venda de títulos da crise veio quebrar o crescimento da dívida pública e o acordo com o economia angolana. «A crise finan- José Eduardo dos Santos enumerou, de consequências no território angolano”. FMI, e sublinhou a actual aposta nos ceira internacional atingiu de forma entre as ameaças e riscos que pesam so- “Também o apoio externo a forças que programas sociais. No seu segundo acentuada o País com um duplo bre Angola, os conflitos na África Central ainda procuram desestabilizar o clima discurso no Parlamento angolano impacto no sector petrolífero com e na região dos Grandes Lagos, em par- de paz existente, que acontece em es- desde o fim do regime de partido uma queda acentuada da receita do ticular na vizinha República Democrática pecial na província de Cabinda, perturba único em 1992, José Eduardo dos petróleo, a principal fonte de receita do Congo, que, “pela proximidade das e prejudica os esforços que o Executivo Santos lembrou o impacto da crise angolana», recordou. ❚ fronteiras, pode facilmente afectar ou ter continua a fazer”, disse. www.embaixadadeangola.org OUTUBRO 2010 Política 5

ÓRGÃOS DE SOBERANIA DA REPÚBLICA DE ANGOLA

Engenheiro José Eduardo dos Santos Presidente da República e Chefe do Executivo

Engenheiro António Dr. Rui Ferreira Dr. Cristiano André Dr. Julião António General João Maria Presidente do Tribunal Presidente do Tribunal Presidente do Tribunal de Sousa Presidente da Constitucional Supremo de Contas Procurador-geral Assembleia Nacional da República MEMBROS DO EXECUTIVO:

Dr. Fernando da Piedade Dr. Carlos Maria General Manuel Hélder Dr. Abraão Gourgel Dr. Assunção Afonso General Cândido Pereira Dias dos Santos da Silva Feijó Vieira Dias Ministro de Sousa dos Anjos dos Santos Van-Dúnem Vice-presidente da República Ministro de Estado e Chefe Ministro de Estado da Economia Ministro das Relações Ministro da Defesa Nacional da Casa Civil e Chefe da Casa Militar Exteriores

Dr. Sebastião Martins Dr. Norberto Fernando Dr. Bornito de Sousa Dra. Guilhermina Dr. António Pitra Neto Dra. Carolina Cerqueira Dr. Gonçalves Manuel Ministro do Interior dos Santos Baltazar Diogo Contreiras Ministro da Administração Ministra da Comunicação Muandumba Ministro dos Assuntos Ministro da Administração da Costa Prata Pública, Emprego Social Ministro da Juventude Parlamentares do Território Ministra da Justiça e Seg. Social e Desportos

Dra. Ana Afonso Dias Dr. Carlos Alberto Lopes Dra. Maria Idalina Dr. Pedro Mutindi Dr. Afonso Pedro Canga Dr. Joaquim Duarte Lourenço Ministro das Finanças de Oliveira Valente Ministro da Hotelaria Ministro da Agricultura, da Costa David Ministra do Planeamento Ministra do Comércio e Turismo do Desenvolvimento Rural Ministro da Geologia e das Pescas e Minas e da Indústria

Dr. José Maria Botelho Dra. Maria de Fátima Dr. José dos Santos Dr. Augusto da Silva Dr. José de Carvalho Dra. Emmanuela Dr. José Vieira Dias de Vasconcelos Monteiro Jardim da Silva Ferreira Tomás da Rocha Bernardeth Afonso Van-Dúnem Ministro dos Petróleos Ministra do Ambiente Ministro do Urbanismo Ministro dos Transportes Ministro Vieira Lopes Ministro da Saúde e Construção das Telecomunicações Ministra da Energia e Tec. de Informação e Águas

Dr. M’Pinda Simão Dra. Maria Cândida Dra. Rosa Maria Martins Dr. João Baptista Dra. Genoveva General Ministro da Educação Teixeira da Cruz Kussumua da Conceição Lino Ministro dos Antigos Ministra do Ensino Superior e Silva Ministro da Assistência e Ministra da Família Combatentes e Ciência e Tecnologia Ministra da Cultura Reinserção Social e Promoção da Mulher e Veteranos da Pátria

www.embaixadadeangola.org 6 Política OUTUBRO 2010

ACTIVIDADES DO EMBAIXADOR JOSÉ MARCOS BARRICA RECEPÇÃO AO HOMÓLOGO DE ANDORRA embaixador José Marcos Barri- a cerimónia, decorrida na Missão Di- O ca recebeu em audiência o seu plomática de Angola em Portugal, os homólogo do Principado de Andorra dois interlocutores desejam a fortifi- em Portugal, Juliá Vila Coma (não cação das relações. Angola e Andorra residente), com quem tratou de as- estabeleceram relações diplomáticas, suntos relacionados com reforço das em Nova Iorque, em 21 de Março relações entre os dois países. Durante de 2009. ❚ CHILE PEDE APOIO DE ANGOLA PARA O CDH

a audiência concedida pelo embai- o assunto ao Executivo, em Luanda. N xador José Marcos Barrica ao seu Aproveitou a ocasião para felicitar o homólogo chileno, Fernando Ayala, este seu homólogo pelo salvamento, recen- solicitou a Angola o apoio na candida- temente, dos 33 mineiros. Assistiram a tura do seu país ao Conselho dos Direi- audiência, os conselheiros económico e ESTÓNIA E ANGOLA tos Humanos (CDH). José Marcos Barrica de imprensa, respectivamente, Caetano PARA SEMPRE disse tomar boa nota e que remeterá da Silva e Estevão Alberto. ❚ inda o das relações entre Aos dois países, o embaixa- dor José Marcos Barrica rece- beu, igualmente, a embaixadora CONSTITUIÇÃO LUXEMBURGO da Estónia em Portugal, Marin Mõttus. Durante a cerimónia, SALVAGUARDA embaixador José Marcos Barrica decorrida na Missão Diplomáti- O recebeu, este mês, o seu homólo- ca de Angola em Portugal, os go do Luxemburgo, Paul Smith, tendo dois interlocutores auguraram DIREITOS HUMANOS este solicitado apoio a Angola na sua o fortalecimento das relações. ❚ ministra da Justiça, Guilhermina candidatura a membro não permanen- A Prata, afirmou que a Constituição te do Conselho de Segurança das Na- da República dá larga cobertura aos ções Unidas, um assunto que o embai- direitos humanos, ao consagrar, no seu xador prometeu remeter ao Executivo a todo, os direitos civis, políticos, econó- quem competirá pronunciar-se sobre o NGOLA KABANGU micos, sociais e culturais. A governante apoio à candidatura do Luxemburgo a fez esta afirmação quando discursava este órgão das Nações Unidas. O em- no acto de encerramento do primeiro baixador Paul Smith aproveitou a opor- DEFENDE RESPEITO encontro alargado de associações da tunidade para informar estar prevista sociedade civil vocacionadas para os para breve a deslocação a Angola, do DA CONSTITUIÇÃO direitos humanos, em representação ministro luxemburguês do Comércio, ram a audiência os conselheiros econó- do Vice-presidente da República, Fer- para o estreitamento das relações de mico e de imprensa, respectivamente, ada instituição deve trabalhar com nando da Piedade Dias dos Santos. “É cooperação entre os dois países. Assisti- Caetano da Silva e Estevão Alberto. ❚ C base no princípio do respeito pela verdade que o Executivo angolano tem Constituição, de forma a contribuir po- competência para definir políticas con- sitivamente para o engrandecimento de cretas, mas também tem, sem dúvida, a uma Angola nova, afirmou, o presidente responsabilidade de abrir caminhos, de do grupo parlamentar da Frente Nacio- ouvir e de engajar as organizações da DEPUTADO FRANCÊS ELOGIA PERSONALIDADE nal de Libertação de Angola (FNLA), sociedade civil angolana na execução Ngola Kabangu. Considerou necessário das acções conformadoras das políticas que os cidadãos conheçam os seus di- públicas relativas aos direitos humanos”, DO PRESIDENTE DOS SANTOS reitos e obrigações para que possam disse. Esta responsabilidade, realçou a participar de forma positiva na recons- ministra, foi manifestada pelo Chefe de trução do País. “Nós temos uma Consti- Estado, José Eduardo dos Santos, no dis- deputado Bernad Carayon, trante. Digo isto, porque um Presi- tuição e a grande tarefa das instituições, curso que proferiu na abertura do ano O presidente do Grupo de Ami- dente que dirige um País em guerra Assembleia Nacional e do Executivo, é legislativo, no qual descreveu priorida- zade França-Angola, teceu elogios durante largos anos adquire uma conformar toda a legislação actual à des estratégicas para os próximos anos, ao Chefe de Estado angolano, José personalidade forte”, disse. No que Lei Magna, no sentido de permitir um com vista a assegurar a continuação do Eduardo dos Santos. O parlamen- diz respeito às relações político- funcionamento equilibrado e harmo- processo sustentado de desenvolvimen- tar francês fez parte da delegação económicas entre Angola e França, nioso”, disse. O deputado acrescentou to humano. Nesse discurso, o Presidente que, recentemente, acompanhou Bernard Carayon salientou que a que o seu partido vai envidar todos os da República destacou a preservação o Presidente francês, Nicolas Sa- nação angolana possui um interes- esforços no sentido de se manter fiel da unidade e coesão nacional, com a rkozy, a Angola, a convite de José se estratégico, por deter considerá- à Constituição. “É preciso que cada um consolidação da democracia e das ins- Eduardo dos Santos, e considera o veis riquezas energéticas. “Temos a saiba exactamente o que se deve fazer, tituições, a garantia dos pressupostos Presidente angolano um homem de sensação de que a França e Angola e quais são as competências específicas básicos necessários ao desenvolvimento, personalidade forte, que se impõe têm interesses comuns e um país da Assembleia Nacional e as do Exe- através da estabilidade financeira e da no continente africano, e dono de que está em estado de emergência cutivo”, frisou Ngola Kabangu. Recente- transformação e diversidade da estrutu- um aperto de mão forte, que es- deve diversificar os seus parceiros. mente, a constitucionalista portuguesa ra económica. A melhoria da qualidade pelha firmeza. “Encontrei-me com A França não pretende com isso Teresa Coelho afirmou que a Constitui- de vida e a consequente evolução po- ele quando estive em Angola a impor nada a Angola. Pelo contrá- ção angolana “está imbuída” dos valores sitiva dos índices de desenvolvimento acompanhar o Presidente Nicolas rio, deve ser um grande parceiro”, essenciais da democracia e promove a humano dos angolanos foi outro as- Sarkozy. Ele tem um olhar pene- esclareceu. ❚ defesa dos valores fundamentais. ❚ pecto destacado. ❚ www.embaixadadeangola.org OUTUBRO 2010 Sociedade 7

ACTIVIDADES DO EMBAIXADOR JOSÉ MARCOS BARRICA SANTA SÉ ENALTECE RELAÇÕES COM ANGOLA EMBAIXADOR PRESENTE prefeito da Congregação minha permanência aqui, durante HISTORIADORA ISABEL CASTRO HOMENAGEADA O para os Institutos da Vida uma semana, foi uma experiência Consagrada e as Sociedades de muito gratificante”. Franc Rodé es- embaixador José Marcos Barrica Vida Apostólica do Vaticano, car- teve em Angola para participar nas assistiu, no Padrão dos Descobri- O deal Franc Rodé, disse em Luanda celebrações do 25.º aniversário da mentos, em Lisboa, a cerimónia de ho- que as relações entre Angola e a criação da Conferência dos Supe- menagem à historiadora e professora universitária em estudos africanos, Isabel Santa Sé são boas. O cardeal fez riores Religiosos de Angola. Neste Castro Henriques, num acto que contou esta declaração à imprensa, no fi- âmbito, teve, também, um encontro igualmente com a presença do secretá- nal de uma audiência que lhe foi com voluntários que colaboram nos rio de estado dos negócios estrangeiros concedida pelo ministro angolano sectores da Educação e Saúde para e da cooperação de Portugal, João Go- a visitar Angola e África de forma a das Relações Exteriores, Assunção se inteirar do seu trabalho. mes Cravinho. Na sua curta alocução, municiar o resto do mundo sobre o dos Anjos, no termo de uma visita O cardeal considerou que, em An- o embaixador agradeceu a historiador que de bom tem África. A cerimónia de uma semana a Angola. Franc gola, a Igreja Católica está a fazer pelo seu trabalho em prol do desenvolvi- contou igualmente com a participação Rodé fez um balanço sobre a um bom trabalho relativamente à mento do conhecimento do continente de iminentes professores universitários, sua visita a Angola, na qualidade Educação, Saúde e à sua mensagem africano por parte do mundo ociden- estudantes e diferentes individualidades de enviado do Papa Bento XVI: “a espiritual. ❚ tal. Encorajou a historiadora a continuar ligadas a sociedade civil. ❚

ENCONTRO INTERNACIONAL DE ESTUDANTES «MOMENTO IDEAL PARA O REGRESSO» O Encontro Internacional de Estudantes Angolanos em Portugal, alusivo aos 35 anos da independência de Angola, realizado nas Caldas da Rainha de 22 a 24 de Outubro último, pela Associação dos Estudantes Angolanos em Portugal (AEAP), concluiu ser o momento ideal para voltar a Angola, segundo Edvaldo Fonseca, no final de um encontro que reuniu 250 participantes no Inatel da Foz do Arelho. evento começou com a inaugura- AEA-Portugal. O segundo painel “For- CONCLUSÕES O ção, na sede da associação, de uma mação especializada, empregabilidade galeria de fotos de todos os antigos e Empreendedorismo em Angola”, diri- As conclusões da conferência foram no presidentes e de uma sala de informá- gidos Jacinto Domingos, representante sentido da necessidade de os quadros tica “que pretende incentivar todos os do Ministério da Administração Publica angolanos que acabaram de se formar estudantes a aumentarem a sua qua- Emprego e Segurança Social, e Célia devem voltarem ao País; da necessida- lificação. A Inauguração foi realizada Vieira, administradora executiva da em- de de quadros e mão-de-obra qualifi- pelo primeiro presidente da associação, presa Nova Base. Simão Filipe, membro cada em Angola; e o facto de o País José Mateus de Adelino Peixoto, sendo da direcção da AEA-Portugal, foi o mo- precisar de envolvimento da socieda- de seguida assinado um compromisso derador. O terceiro painel, sobre “Inte- de para ajudar o Estado a promover com os anteriores presidentes da AEA – representantes do Governo angolano, gração e Reintegração da juventude o desenvolvimento”, entre outras. O Portugal para “pôr em livro a história da deputados da Assembleia Nacional de Angolana na sociedade”, cujos prelecto- último do evento foi marcado com associação e dos seus líderes”. Participa- Angola, quadros angolanos e membros res foram João Pinto e Ângela Bragan- a realização de diversas actividades ram do mesmo, além de Agostinho Car- das associações de estudantes angola- ça, deputados da Assembleia Nacional, desportivas. valho dos Santos Van-Dúnem e Nhanga nos radicados em Espanha, Reino Unido, foi moderado pela jurista Fibe Cam- Kalunga Helder da Fonseca. Os outros França, Angola e Portugal. buandy, membro da área jurídica da PROTOCOLOS antigos presidentes da associação (João AEA- Portugal. Com actuação animada Lelessa, Fernando Macuaca Fonseca do Ballet Kilandukilo, o encerramento A par da reunião de estudantes an- de Assunção e Hamilton Macedo) não PAINÉS da conferência foi protagonizada pelo golanos, foram assinados protocolos puderam estar presentes por motivos A sessão solene de abertura da Confe- primeiro presidente da AEA - Portugal, com o Instituto de Implantologia e de agenda, mas apoiam a iniciativa. O rência que teve como tema “Contributo José Mateus de Adelino Peixoto, e pelo Real Transfer, em que os estudantes encontro contou com a presença de dos Quadros Angolanos na Reconstru- embaixador José Marcos Barrica. beneficiarão de descontos em todos ção Nacional”, feita pelo embaixador da os tratamentos de medicina dentária República de Angola em Portugal, José e isenção no pagamento de taxas nas Marcos Barrica, e por Edvaldo Fonse- transferências de verbas entre os dois ca, Presidente da AEA – Portugal. O países, respectivamente. O evento foi primeiro painel, cujo tema foi “Juven- aberto com a realização conferência tude Angolana na era da Globalização”, com o tema “O Contributo dos Qua- foi apresentado pelo Luther Rescova, dros Angolanos na Reconstrução do deputado da Assembleia Nacional e País”, tendo Edvaldo Fonseca sinteti- secretário nacional da JMPLA, pelo rei- zado as conclusões do encontro, de- tor da Universidade Lusíada de Angola, fendendo que “os quadros angolanos Mário Pinto de Andrade, com mode- que acabaram de se formar devem ração de Simone Coelho, presidente voltar já ao País, porque este é o da direcção regional de Coimbra da momento ideal”. ❚

www.embaixadadeangola.org 8 Sociedade OUTUBRO 2010 ESTUDANTES DEBATEM ENQUADRAMENTO LEGAL s Núcleo de Estudantes Africanos das sessões decorrem na Universidade O da Universidade Autónoma de Lis- Autónoma de Lisboa. A primeira sessão boa (NEAUAL) e Associação Académica da Sonangol em Portugal (AAS - PT) uniram-se para criar sessões de debates sobre diversas temáticas referentes a Angola, com objectivo de enquadrar os seus associados a realidade que o País evoluiu, atendendo o longo afas- tamento destes com a realidade do mesmo. Numa primeira fase, aborda- ram-se temas como: o enquadramento teve lugar no dia 30 de Outubro, com Legal do Mundo Laboral e Fiscal, tendo 30 participantes. As restantes estão nos como oradora Ana Proença. As referi- dias 6, 13, 20 e 27 de Novembro. ❚

EMBAIXADA DOS ESTADOS UNIDOS EM ANGOLA BOLSAS DE ESTUDO PARA PÓS-GRADUAÇÃO E DE CAPACITAÇÃO ACADÉMICA E PROFISSIONAL A Embaixada dos Estados Unidos da América em Angola tem aberto o período de inscrição para o concurso público das seguintes bolsas de estudo para o ano académico de 2012/2013:

J. William Fulbright: Esta bolsa destina-se a cursos de mestrados Requisitos bolsa de estudo no exterior do País, nem tão com duração de dois anos em universidades Americanas. pouco tenham estudado nos Estados Unidos 1. Licenciatura de América. Hubert H. Humphrey: Esta bolsa é destinada à candidatos, que 2. Nacionalidade Angolana pretendem realizar programas de estudos (pesquisas) indepen- Processo de selecção dentes. O programa de bolsas Hubert H. Humphrey oferece um 3. Fluência em Inglês - Apreciação curricular e dos objectivos de ano de capacitação profissional, que combina estudos académicos 4. Cinco anos de experiência profissional estudos e experiência profissional nos Estados Unidos para profissionais no ramo (isto é para as bolsas Humphrey) experientes de países em todo o mundo. Os bolseiros são sele- - Avaliação do nível de conhecimento de Inglês cionados com base no seu potencial de liderança e empenho no Os candidatos sem esses requisitos não se- - Testes de Inglês serviço público ou privado. Esta bolsa não proporciona qualquer rão considerados. Será dada preferência aos diploma e tem a duração de um ano numa universidade Americana. candidatos que não tenham beneficiado de - Entrevista com a comissão de selecção. Para mais informações sobre os programas, consulte os seguintes endereços electrónico: http://angola.usembassy.gov/fulbright_general_information.html http://angola.usembassy.gov/humphrey_fellowship_program.html Áreas de estudo para as duas bolsas As candidaturas devem ser submetidas “on-line” através da página electrónica Administracão Pública, Análise e Gestão de Política Pública, Ciências http://luanda.usembassy.gov. Este site dá acesso ao formulário de candidatura preliminar. Políticas, Desenvolvimento Económico, Direito e Direitos Humanos, A candidatura deve ser enviada via electrónica para [email protected], fazendo-se Economia Agrícola, Finanças e Banca, Gestão do Meio Ambiente, acompanhar de uma fotocópia do diploma de licenciatura. Jornalismo/Comunicações, Planeamento Educacional, Planeamento Regional e Urbano, Saúde Pública. Data limite: 15 de Fevereiro de 2011. Não serão aceites candidaturas após esta data. ❚

ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS ANGOLA E PORTUGAL ASSINAM MEMORANDO DE ENTENDIMENTO s governos de Angola e de Portugal prevê também a disponibilização, por em Copenhaga, realizado em Dezembro Oassinaram, em Lisboa, um memo- parte de Portugal, de uma verba anual de 2009, que visa iniciar imediatamente rando de entendimento no âmbito da de três milhões de Euros, num período acções significativas com vista a redu- Convenção Quadro das Nações Unidas de dois anos (2010 a 2012). O valor será ção de emissões de gases nos países sobre alterações climáticas. O acordo viabilizado através de fundos europeus. A em desenvolvimento e aplicar medidas foi rubricado pelos titulares das pastas cooperação a ser desenvolvida abrange de adaptação às alterações climáticas. do Ambiente de ambos os países, sen- ainda, entre outras áreas, actividades re- Angola e Portugal são signatários da e do Protocolo de Quioto à Convenção, do Fátima Jardim, por Angola, e Dulce lacionadas com formação e capacitação Convenção Quadro das Nações Unidas adoptado a 16 de Março de 1998. Assis- Álvaro Pássaro, por Portugal. O acordo de técnicos angolanos na avaliação da sobre Alterações Climáticas, adoptada tiram ao acto de assinatura deste acor- visa estabelecer uma cooperação, a curto vulnerabilidade, e desenvolvimento de em Nova Iorque a 9 de Maio de 1992, do, o secretário de Estado dos Negócios prazo, no domínio das alterações climá- cenários climáticos. O memorando sur- estrangeiros e Cooperação de Portugal, ticas, sobretudo em projectos ligados às ge na base do compromisso de finan- João Gomes Cravinho e o embaixador de áreas de adaptação, mitigação, desenvol- ciamento rápido (“fast-start”) assumido Angola em Portugal, José Marcos Barrica, vimento e transferência de tecnologias e pelos países desenvolvidos, durante a 15ª altos funcionários dos dois ministérios e capacitação institucional. O memorando Conferência das Partes da Convenção, diplomatas da missão. ❚ www.embaixadadeangola.org OUTUBRO 2010 Sociedade 9 EXECUTIVO APROVA POLÍTICA DE SAÚDE Presidente da República, José Edu- MELHORADA A CIRCULAÇÃO NO O ardo dos Santos, exarou, recente- mente, um conjunto de diplomas legais, que foram apreciados pelo Conselho MEIO RURAL COM AUTOCARROS de Ministros. Entre os diplomas exara- dos encontra-se o decreto que aprova Executivo vai reforçar a cir- de formação profissional para os a Política Nacional de Saúde, que se O culação no meio rural e nas caminhos-de-ferro de Angola. No inscreve no Programa do Executivo, ligações inter-provinciais. O País vai quadro do programa de requali- com vista a criar condições favoráveis adquirir mil mini-autocarros, dos ficação dos bairros de Luanda, o para a melhoria da assistência médica, quais 200 se destinam à circulação órgão auxiliar do Presidente da medicamentosa e sanitária no país. Si- no meio rural, 300 ao assegurar República e Chefe do Executivo multaneamente, o Chefe do Executivo das ligações inter-provinciais e 500 apreciou os Acordos Individuais procedeu à assinatura de decretos re- determina que a ministra do Ambien- ao transporte urbano. O Conselho de Financiamento do Banco de ferentes ao Regime Jurídico da Ges- te deve apresentar trimestralmente ao de Ministros apreciou, este mês, os Desenvolvimento da China para a tão Hospitalar e ao Regime Jurídico Chefe do Executivo os relatórios sobre Despachos Presidenciais que apro- construção de infra-estruturas inter- da Carreira de Enfermagem. O Regime as actividades desenvolvidas com vista vam os contratos comerciais para nas e externas e de equipamentos Jurídico da Gestão Hospitalar define as à implementação do referido Protocolo. o fortalecimento de equipamentos sociais no município do Cazenga. bases para a estruturação, coordenação, O objectivo fundamental deste despa- oficinais e a construção de centros Ainda no domínio da construção de organização e funcionamento dos Hos- cho consiste em criar os instrumentos habitação social e com a finalidade pitais centrais, gerais, municipais e dos que permitem a Angola aceder aos me- de satisfazer a necessidade de casa estabelecimentos e serviços especiais canismos e oportunidades abertos pelo própria dos sinistrados das cheias na do Serviço Nacional de Saúde. Através mercado de carbono. No quadro dos cidade de Ondjiva (Cunene), o órgão de despacho presidencial, o Presidente esforços para o alcance da segurança auxiliar do Presidente da República da República determina que, no âmbi- alimentar, o Presidente da República, apreciou a Proposta de despacho to da Convenção Quadro das Nações José Eduardo dos Santos, exarou um Presidencial que aprova o Contrato Unidas para as Alterações Climáticas, despacho a aprovar a implementação de empreitada para a construção a ministra do Ambiente coordene a do Projecto Agro-Industrial da Fazen- de 1.600 residências uni-familiares, execução de todos os projectos que da do Longa, na província do Kuando- com as respectivas infra-estruturas visam a mitigação das alterações cli- Kubango, autorizando, para o efeito, o e equipamentos sociais de apoio à máticas, bem como assegure e desen- ministro da Agricultura, do Desenvol- comunidade. ❚ volva a execução de todos os projectos vimento Rural e Pescas a assinar um considerados elegíveis no domínio do contrato com a empresa China CAMC Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, Engineering Co.Ltd, que será financia- de acordo com os princípios do Proto- do no âmbito da Linha de Crédito do colo de Quioto. Além disso, o despacho Banco de Desenvolvimento da China. ❚ FUNDAÇÃO “GATES” ACREDITA NO ÊXITO APOIO DA ONU CONTRA POBREZA

ráveis e tem avançado de forma crescente com a reabilitação de infra- estruturas socio-econó- micas”. No âmbito social, o diplomata apontou os passos dados na “redu- ção significativa” das taxas de mortalidade materna infantil, o au- mento da taxa de es- colarização primária e a expansão da rede sani- tária nacional em infra- primeiro vice-presidente da As- Executivo e do Parlamento angolanos estruturas e em quadros O sembleia Nacional, João Lourenço, no processo de eliminação do vírus em coordenador da tas conquistas, com a formados, no âmbito do garantiu o apoio do Executivo e do Angola. “Temos discutido os problemas O Organização da consolidação da paz, processo de descentra- Parlamento angolanos na campanha com o ministro e vice-ministro da Saúde”, Nações Unidas (ONU) garantia da estabilidade lização municipal. O de erradicação do vírus da poliomieli- disse o representante da Fundação Bill em Angola, Koen Va- política e ao assegurar representante da ONU te em Angola. João Lourenço deu esta e Melina Gates, acrescentando que um normelingen, anunciou um crescimento econó- em Angola refere que garantia ao oficial de programas de de- dos desafios é conseguir vacinar todas as a intenção de apoiar mico e social sustentá- os avanços verificados senvolvimento e advocacia da Fundação crianças. “Têm sido realizados esforços e o Executivo angolano vel”. Falando em confe- demonstram que o País Bill e Melinda Gates, o norte-americano nós saudamos esses esforços”, sublinhou, no sentido de garantir rência de imprensa, em caminha, de forma se- o acesso universal e alusão aos 65 anos da gura, para alcançar as John Lange, durante um encontro que antes de defender que o “mais impor- equitativo a um paco- existência ONU, que se metas dos Objectivos serviu para analisar o estado da doen- tante é que, a nível de cada município te essencial de bens e comemora no dia 24 de Desenvolvimento ça no País. No final do encontro, John do País, se consiga atingir pelo menos serviços e à redução da de Outubro, Koen Va- do Milénio, mas alerta Lange, também embaixador da referida 80 por cento de cobertura nacional”. O pobreza e das vulnera- normelingen disse que, para a existência de fundação, abordou igualmente com o Executivo angolano necessita de 62 mi- bilidades. Koen Vanor- na sequência das con- “muitas disparidades primeiro vice-presidente da Assembleia lhões de dólares para financiar, até 2012, melingen reconheceu quistas, “Angola tem no acesso aos serviços Nacional as dificuldades que se registam o seu programa de combate à doença que “Angola registou, atraído investimentos básicos, como a saúde no âmbito da erradicação da pólio no e 33 milhões já foram angariados, tendo na última década, mui- estrangeiros conside- e a educação”. ❚ País. Lange afirmou que de João Lou- a Fundação Bill e Melinda Gates contri- renço recebeu garantias do empenho do buído com 17 milhões. ❚

www.embaixadadeangola.org 10 Sociedade OUTUBRO 2010

COMUNICAÇÃO SOCIAL ÓRGÃOS DE IMPRENSA ESTATAIS COM NOVO ESTATUTO Presidente da República, José Eduardo dos O Santos, exarou, este mês, um conjunto de RÁDIOS COMUNITÁRIAS diplomas que visam incrementar os programas de desenvolvimento dos sectores energético, in- A ministra defendeu a criação de comunidades, acrescentou, surge rádios comunitárias, que tenham também do facto destas serem dustrial e da comunicação social. De acordo com como principal matriz a promoção um dos principais veículos de uma nota dos Órgãos Auxiliares do Presidente da e desenvolvimento local. “As rá- promoção da cultura, desporto e República, foram assinados os decretos presiden- dios comunitárias desempenham línguas locais. Carolina Cerquei- ciais que conferem o estatuto de empresas públicas um importantíssimo papel nas ra disse ainda que, dada a sua à Rádio Nacional de Angola, à Televisão Pública comunidades a que pertencem, abrangência e carácter interactivo, de Angola, às Edições Novembro e à Agência de dando uma extensiva cobertura a Rádio deve integrar nos seus Notícias Angola Press (ANGOP), que passam a ser à realidade local, promovendo os conteúdos programas educacio- geridas por conselhos de administração integrados feitos e alertando para as suas nais, tornando-se num recurso por nove administradores executivos e não exe- fragilidades”, afirmou. A necessi- para combater a pobreza e as cutivos. Os mandatos são de três anos renováveis dade de se criarem rádios nas desigualdades sociais. ❚ uma ou mais vezes, nos termos da lei. ADESÃO EM FORÇA À TECNOLOGIA DIGITAL ministra da Comunicação Social, possível” entre todos os meios públi- jam cada vez mais interactivos nos A Carolina Cerqueira, afirmou que cos de Comunicação Social e que a processos de desenvolvimento econó- o Plano estratégico do Executivo an- prioridade do Executivo para o sector é mico, social, e humano nos Estados golano para o sector no período de a modernização dos meios públicos do da África Austral. Referindo-se aos 2010/12 vai introduzir a digitalização e sector, passando-se da fase analógica audiovisuais, considerou a Rádio e a a utilização “cada vez mais intensiva” para a era digital. “A digitalização da Televisão instrumentos fundamentais da Internet nas diferentes empresas transmissão de conteúdos na Rádio e na preservação da paz, inclusão social do ramo. Carolina Cerqueira falava na Televisão é um sério desafio que e integração regional, salientando que na abertura da 18ª Assembleia-Geral nos é colocado de forma urgente” nos próximos tempos estes dois meios se veicularem, através dos meios de Anual da Associação das Rádios e Te- afirmou a ministra, lembrando que a devem representar um papel central comunicação, informações conscientes levisões da África Austral (SABA), re- industrialização da informação teve na estratégia de desenvolvimento, no e sem carácter xenófobo. Endereçou alizada na capital angolana. Segundo início no século XIX. A ministra disse âmbito da reconstrução nacional, nos sobretudo este apelo à Rádio, tendo a ministra, o plano estratégico deverá esperar que a Comunicação Social, domínios público e privado. Apelou, em conta a sua abrangência e carácter ainda promover a “integração máxima sobretudo a Rádio e a Televisão, se- por isso, para a responsabilidade de interactivo. ❚

LUTA CONTRA POLIOMIELITE PROJECTO “SAVE THE CHILD’S HEARTS” GOMES SAMBO DISTINGUIDO CRIANÇAS COM PROBLEMAS CARDÍACOS director regional da Organização programas bem identificados: huma- O Mundial da Saúde para África, nitários, educativos e de luta contra EM TRATAMENTO EM ISRAEL Luis Gomes Sambo, foi distinguido, em a poliomielite. ❚ Malabo, Guiné Equatorial, pelo Rotary inco crianças angolanas, dos International, com o prémio Compa- C dois aos quatro anos, começa- nheiro Paul Harris, pelo empenho na ram a receber, a partir deste mes, erradicado da poliomielite em África. tratamento médico em Israel, na O prémio, uma medalha e um diplo- especialidade de cardiologia. As ma, atribuído à margem da 60ª Sessão crianças vão sofrer intervenção ci- da OMS/AFRO, foi entregue por Jean rúrgica e permanecer durante dois Jack, membro e representante do Ro- meses em tratamento no hospital tary International. Este prémio, com a Wolfson. O projecto, denominado designação de um dos membros fun- “Save the childs hearts”, da Funda- dadores do movimento Rotary, Paul ção LR Arte e Cultura, já enviou, até O diagnóstico, a triagem e a selec- Harris, é atribuído a individualidades agora, 53 crianças angolanas com ção das crianças para o tratamento que se empenham na luta contra a problemas cardíacos, numa inicia- médico é da responsabilidade dos poliomielite e em outras acções hu- tiva que tem lugar no âmbito do especialistas israelitas. Em Outubro, manitárias. A Fundação Rotary é uma protocolo assinado entre o Grupo médicos israelitas vêm ao País para, das mais importantes instituições pri- LR e uma organização israelita, em num período de quatro dias, con- vadas do mundo, com sede em Evas- parceria com o Hospital Pediátrico sultar cerca de 240 crianças, com ton, e tem a missão de centralizar David Bernardino, que é responsável o objectivo de seleccionar mais 30 as quotizações dos seus elementos pelo apoio dos médicos israelitas. para fazer cirurgia no próximo ano. ❚ ou donativos e de os redistribuir por www.embaixadadeangola.org OUTUBRO 2010 Economia 11 INAUGURADA MAIOR KASSOMA APONTA AS METAS SUPERFÍCIE GROSSISTA DO ANO LEGISLATIVO maior superfície grossista de An- euros) em infraestruturas e 10 milhões A gola, o “Mega Cash & Carry”, um (7,2 milhões de euros) em mercadorias. investimento de 35 milhões de dólares Segundo António Santos, o projecto vai sede do poder legislativo “concretiza (25,2 milhões de euros), partilhado por expandir-se nos próximos três anos para um importante pressuposto para a angolanos e portugueses, foi inaugura- outras províncias do País, com cerca de construção de um sistema político da em Luanda. No Mega Cash & Carrry, 10 novas unidades. O Mega Cash & Carry, estável e independente, alicerçado uma superfície com mais de 4500 metros como inovação, terá nos seus estabeleci- na confiança mútua entre as socie- quadrados de áreas de vendas, os comer- mentos alguma produção própria, como dades política e civil”. Como marcos ciantes angolanos terão ao seu dispor pães e bolos, bem como produtos na- da sessão legislativa anterior, o líder uma grande diversidade de produtos, cionais e internacionais de qualidade. do Parlamento referiu a “concretiza- de marcas nacionais e internacionais, O empreendimento dispõe de parque ção do ideal da ampliação dos di- adequados às necessidades do mercado. de estacionamento gratuito, restaurante, reitos políticos, económicos e sociais, O director-geral da Mega Cash& Carry, cafetaria e uma agência bancária dentro e a criação de bases fundadas para António Santos, disse que este empreen- das instalações, bem como um servi- uma economia de mercado susten- dimento, com capitais maioritariamente ço de vendas e entregas com viaturas tável, sobretudo de condições para angolanos, representou um investimento adaptadas ao transporte de produtos a consolidação da cidadania e de de 25 milhões de dólares (18 milhões de congelados e refrigerados. ❚ uma sociedade democrática”. Paulo Kassoma reafirmou que com a - apro vação da Constituição, os “desafios da construção de uma Angola próspera são enormes”, apelando à participação de todos nesta tarefa. A aprovação Presidente da Assembleia Na- pela Assembleia Nacional dos princi- O cional, António Paulo Kasso- pais instrumentos normativos da vida ma, indicou como tarefas imediatas política e económica, nomeadamente do ano legislativo a adequação da a Lei do Orçamento Geral do Estado legislação ordinária às disposições e a Lei de base do funcionamento constitucionais e o reforço do papel dos órgãos da Administração Local do e intervenção das comissões de tra- Estado, constituem, para Paulo Kasso- balho com vista a potenciar a função ma, instrumentos para a realização da do plenário. António Paulo Kassoma justiça social, combate à pobreza e às que falava na abertura da III sessão assimetrias regionais. Paulo Kassoma legislativa da II legislatura, destacou pediu o empenho de todos nas tarefas a presença do Presidente da Repúbli- da educação, moralização da socie- ca na Assembleia Nacional, afirmando dade e do resgate da angolanidade, que a mesma “não se esgota no im- enquanto pressuposto da autocon- PLANO DO PRÓXIMO ANO perativo constitucional”, traduzindo-se fiança, salientando que tal acção tem antes numa oportunidade de renovar permitido elevar o país ao lado dos o compromisso e a esperança da Na- Estados que mais se empenham na DÁ COMBATE À POBREZA ção. Kassoma acrescentou ainda que luta de todos os povos, num mundo ❚ a presença do Chefe do Executivo na cada vez mais globalizado. Orçamento Geral do Estado para a continuidade do empenho no senti- O o próximo ano comporta receitas do da promoção do desenvolvimento estimadas em mais de quatro triliões humano e da erradicação da pobreza de kwanzas para dar suporte à exe- extrema, de acordo com o comunica- cução do Plano Nacional e do Pro- do de imprensa da sessão de ontem. grama de Investimentos Públicos do Fazem parte das acções constantes ENI E SONANGOL FAZEM NOVA próximo ano. As Propostas do Plano deste programa a execução de pro- Nacional para 2011-2012, do Progra- jectos que promovam a recuperação ma de Investimentos Públicos para e expansão da infra-estrutura básica, o DESCOBERTA DE PETRÓLEO o próximo ano e da Lei que aprova desenvolvimento científico e tecnoló- o OGE para o próximo ano foram gico, bem como a eficiência e eficácia apreciados, em Luanda, em sessão da Administração Pública, do Sistema EM ÁGUAS ANGOLANAS ordinária, orientada pelo Presidente Judicial e a criação de um ambiente da República, José Eduardo dos San- institucional que assegure a consoli- petrolífera italiana ENI anunciou, o operador do bloco, enquanto a Sonan- tos, no palácio da Cidade Alta, em dação da democracia, a expansão da A este mês, que fez uma nova e im- gol E&P é a concessionária. A ENI está Luanda. O Programa de Investimentos iniciativa privada, o fortalecimento do portante descoberta de petróleo numa na prospecção de petróleo em Angola Públicos (PIP) para o biénio 2011-2012 sistema financeiro e a mais ampla ga- exploração “offshore” com a Sonangol. A desde 1980, com uma produção actual dispõe de um valor equivalente em rantia dos direitos fundamentais dos descoberta foi feita no mar (exploração de cerca de 130 mil barris por dia. ❚ kwanzas a cerca de 16 mil milhões cidadãos. No Plano Nacional, o Exe- offshore) a cerca de 129 quilómetros de dólares para aproximadamente cutivo define como objectivos acções, da costa no poço Mpungi-1, anunciou dois mil projectos em diversas áreas. projectos e programas a implementar. a ENI num comunicado divulgado ao Este documento vai prestar atenção O prosseguimento dos esforços no mercado. A petrolífera especificou que especial aos programas municipais de sentido da criação de condições de atingiu, com uma perfuração feita até combate à pobreza e de promoção do vida cada vez melhores para os an- aos 2.300 metros, dois reservatórios de desenvolvimento rural. Neste âmbito, golanos em todo o território nacional crude, com capacidade de extracção de o sector da construção e reabilitação continua a ser prioridade do trabalho petróleo “light” de cerca de 6 000 barris de equipamentos sociais deve receber do Executivo, a qual é reflectida nas por dia. O Mpung-1 é o oitavo poço cerca de 45 por cento e 35 por cento acções e projectos constantes do seu explorado pela “joint venture” da ENI dos recursos disponíveis para o sector Programa de Investimentos Públicos e com a Sonangol desde 2006 e esta é a da construção e reabilitação de vias de no Orçamento Geral do Estado para sétimo descoberta naquela área. A ENI circulação. O Executivo assume no PIP o próximo ano. ❚ tem 35 por cento da “joint-venture” e é

www.embaixadadeangola.org 12 Economia OUTUBRO 2010 EXPORTAÇÃO DE ENERGIA EM ESTUDO ministro dos Petróleos, Botelho hidroeléctrico, além de vastos recursos últimos anos, o consumo de energia O de Vasconcelos, revelou que o de combustível lenhoso e de cultivo primária em Angola tem-se distribuído, País tem planos para exportar outras de matéria-prima para a produção em valores aproximados e indicados, da fontes de energia além do petróleo. de bio-combustíveis”, disse o ministro, seguinte maneira: 60 por cento com Discursando no acto de abertura da IV acrescentando que existem também base na biomassa (recursos lenhosos), Conferência Internacional sobre Ener- “amplas possibilidades, ainda não su- 37 por cento nos derivados de petró- gia em Angola, promovida pelo Centro ficientemente avaliadas, no domínio leo e três por cento de electricidade. de Estudos e Investigação Científica da das fontes renováveis de energia, em Segundo o ministro, o grande consumo Universidade Católica de Angola, Bo- especial a energia solar e o aprovei- de biomassa deve-se ao facto de a telho de Vasconcelos disse que a ex- tamento hidroeléctrico para micro e população do meio rural e suburbano ploração equilibrada e justificada do mini centrais hídricas”. Afirmou que, da a ter como única fonte de energia dis- potencial hidroeléctrico cobre ampla- mesma forma que o país é exportador ponível. Quanto à produção, de acor- mente as necessidades actuais e futu- de petróleo, pode sê-lo também de do com o ministro, está subdividido é ainda muito reduzida. Os derivados ras do País. “Angola é rica em recursos energia eléctrica, com base nos recur- em 80 por cento de petróleo bruto, do petróleo respondem por cerca de energéticos, possuindo consideráveis sos hidroeléctricos ou na utilização do 19 por cento de biomassa e um por 95 por cento do consumo de energia reservas de petróleo e gás natural e, gás natural, em condições vantajosas cento de electricidade. “A participação comercial, no meio rural e suburbano”, associado a isso, um grande potencial para a produção de electricidade. Nos da electricidade no balanço energético disse. ❚

ANGOLA: INDEPENDÊNCIA POLÍTICA E ECONÓMICA A primeira obrigação dos homens e dos povos é a de afirmar a sua própria identidade que só é possível com independência. No caso dos povos e países a independência política é o primeiro passo para proporcionar individualmente a cada cidadão independência da mente que pauta-se pela programação da pessoa, de acordo com a sua energia, seu intelecto, suas funções cognitivas guiadas pela razão e no respeito pelas regras sociais de condutas da nação a que pertence.

Por ELISEU GONÇALVES FRANCISCO [email protected]

ignifica que a independência po- no seu desenvolvimento económico e lecto, suas fun­ções cognitivas guiadas que permite a qualquer ser humano, S lítica de um país deve estender-se passou a ser visto como um país de pela razão e no respeito pelas regras que não seja caso patológico, chegar a independência individual dos seus oportunidades por várias empresas de condutas impostas culturalmente a ser inteligente. Na verdade nada cidadãos, devendo o poder instituí- de muitos países de várias regiões do pela nação a que pertence para fa- existe no intelecto que não tenha do respeitar e trabalhar no interesse mundo, despertando também interes- zer gerar a independência económica estado antes nos sentidos, a não ser colectivo da Nação. Os angolanos se de empresas que actuam global- individual que provoque o efeito mul- a própria faculdade intelectual, tal tornaram-se independentes em 11 de mente, mas com técnicas de gestão tiplicador aos demais, cujo objectivo significa que a inteligência racional Novembro de 1975 e já lá vão 35 anos e tecnologia altamente desenvolvida, é garantir a independência colectiva pode ser desenvolvida, isto é, exis- e devem reflectir nas conquistas e nas captando muito investimento privado da nação. Os Órgãos e Estruturas da tem mentes treinadas e não treina- frustrações, nos ganhos e perdas, no estrangeiro. Infelizmente o que deve- Nação Angolana, após a conquista das, prova disto, Angola tem muitos melhor e no pior em resultado da in- ria ser um ganho para os angolanos da independência política ocorrida a quadros espalhados pelo mundo com dependência ganha, devem fazer um como cidadãos está a transformar- 35 anos, devem agora ter como ide- o devido reconhecimento, incluindo balanço e, em resultado do mesmo, se numa exclusão social, porque o al, nas vestes de Coordenadores de Portugal, onde 20% dos quadros mé- traçar um caminho que os leva ao país não dispõe de mão-de-obra que Equipa Angolana como Nação, criar dicos são angolanos com capacidade desenvolvimento político e socioe- domine certas ferramentas de novas condições para que o génio incubado e qualidade profissional reconhecida. conómico. Angola, politicamente é tecnologias e de altas técnicas de (em cada angolano) se manifeste no Alguns países como Estados Unidos, independente mas economicamente gestão. Este é o momento de Angola sentido de fazer que estes desen- França, Canadá, Brasil, México e Por- não é, isto porquê? Porque o tecido investir nos seus filhos, apostando na volvam suas capacidades como ho- tugal são receptores de muito in- gerador e sustentador da sua eco- formação destes, porque a riqueza de mens, porque só o homem treinado vestimento estrangeiro e a recepção nomia é dominado demasiadamente uma nação/país é a formação de seu e formado é capaz de gerar indepen- de tal investimento tem sido uma pela mão-de-obra de países terceiros povo que só é possível se se investir dência tecnológica e do saber fazer, mais-valia porque serve para dar e a falta desta independência poderá no conhecimento, isto é, quem pro- tão cobiçada nos dias correntes, nos empregos aos seus cidadãos e não tornar Angola refém da sua própria move conhecimento cria desenvol- quais a inteligência e a criatividade para uma mão-de-obra expatriada, o independência política, correndo o vimento, então é no conhecimento fomentada pela formação e actuali- que promove inclusão social a favor risco de se transformada num falso que se alcança a independência total zação contínua constituem moedas dos cidadãos dos países referidos, tal país independente, podendo mesmo individual do cidadão e colectiva da fortes para conseguir um posto de deve-se ao facto dos mesmos terem levar o seu povo a situações extrema- nação (política e socioeconómica). trabalho satisfatório, garantindo in- os seus cidadãos preparados a nível mente angustiantes e frustrantes cujo Como atrás referido a primeira obri- dependência individual. Pelo mundo de formação e capacidade intelectu- saldo poderá ser super negativo se gação dos homens e dos povos é a fora há países em que quase todos al de actualização e aprendizagem não se adoptar ou promover políticas de afirmar sua própria identidade e os campos de conhecimento humano ao longo da vida, que só tem sido necessárias para a inversão da im- cabe a liderança dos homens e do têm evoluído bastante, investindo na possível por as elites dirigentes dos portação de mão-de-obra estrangeira. povo de uma nação/país promover formação e educação por concluírem país citados promoverem formação Prova do descrito no parágrafo ante- a independência da mente de cada que a inteligência não é hereditária contínua de forma progressiva, rigo- rior é o facto de que, com a paz al- cidadão, que é a programação, ener- tão pouco é inata. O que é inata é rosa e responsável. cançada, o país ganhou uma pujança gia e o estado da pessoa, seu inte- a facul­dade, a aptidão, a capacidade Continua na próxima edição www.embaixadadeangola.org OUTUBRO 2010 Economia 13

“MWANGOLÉ” NO MOXICO JÁ LÁ FORAM OS TEMPOS DE GUERRA! A população do Moxico subdivide-se por várias etnias, nomeadamente Luvale, Tchowe, Bundas, Luchazes, Umbundo e Lunda-Dembos. A sua densidade populacional estima-se em 800 mil e 820 habitantes. Tem um índice de natalidade de quatro mil e 418, enquanto o índice de mortalidade tende a baixar em menos de dois por cento. Caso para dizer: já lá se foram os malditos tempos de guerra!

Por: JOÃO VALENTE, EM LUANDA esde a conquista da paz, em Abril Maternidade de Cazombo. Para o biénio D de 2002, tal como as restantes 2005/6 estão igualmente previstas, den- províncias do País, Moxico tem desen- tre outras, a reabilitação total do siste- volvido um ambicioso programa de ma de iluminação pública do Luena, melhoria da vida das suas populações. assim como a do sistema de produção São vários os sinais na produção cam- e distribuição de energia eléctrica do ponesa e no relançamento da produção Léua. A montagem de pontes metálicas agro-pecuária, apesar de alguma insu- e de madeira em diversos troços e ficiência de in-puts e de instrumentos o fomento agro-pecuário, estão ainda de trabalho, assim como das estradas incluídas no conjunto de tarefas. Quan- principais a necessitarem de reparos, to à circulação monetária, existem na a fim de facilitar a transportação de província várias instituições bancárias, pessoas e bens. Hoje, há grandes es- destacando-se o BPC, BCI, BAI e BFA, forços do governo local na resolução cuja quota do mercado é liderada pelo da situação. Com o efeito, o “executivo” BPC, como Banco operador do Estado. de João Ernesto dos Santos “Liberdade” salienta ter executado com níveis acei- AUTO-SUFICIÊNCIA táveis o Programa de Melhoramento ALIMENTAR da Oferta dos Serviços Sociais Básicos nesta actividade com um know-kow de MÉDICOS à População (PMAOSSBP). Devido ao Inserido no pacote da luta contra a produção de forma a permitir maior volume das necessidades, esse progra- fome e a consequente redução da po- oferta de produtos frescos ao mercado. PRECISAM-SE ma teve de ser ajustado com novas breza, o sector da agricultura, pecuária, Neste programa estão envolvidos dois A província possui um reduzido nú- acções, para satisfazer o município silvicultura, pesca e ambiente, conheceu avicultores, tendo-se beneficiado com mero de médicos, que incluem, assim dos Luchazes, onde foi construído um melhorias significativas no tocante à pintos de opção poedeira e carne à como poucos enfermeiros nacionais centro político administrativo de Can- produção de bens agro silvo pastoril. razão de 500 bicos cada, para posterior licenciados, 255 enfermeiros de nível gamba. Possuidor de um clima tropical No domínio da produção de vegetais, reembolso. médios, 635 de nível básico, entre ou- húmido com duas estações (chuvosa e o governo local conclui ser notável tros técnicos. A medicina tradicional seca), o subsolo do Moxico é tido como uma certa auto-suficiência alimentar TRANSPORTES também tem tido o seu importante “virgem”, com enormes potencialidades na cultura da mandioca, contrariamente papel. Actualmente estão sob controlo económicas: cobre, carvão, manganês, aos cereais, leguminosas e oleaginosas E COMUNICAÇÕES das autoridades 703 parteiras tradicio- diamantes, urânio, volfrâmio, ferro, es- que apesar dos resultados obtidos, a Segundo o documento do governo do nais, das quais 319 foram recicladas, 506 tanho e o molibdénio, o mel, a ace- produção se encontra longe de sa- Moxico, a reactivação dos transportes formadas e 179 parteiras não formadas. ra e a pesca artesanal, assim como a tisfazer a demanda das necessidades. urbanos na cidade do Luena, onde ope- agricultura, piscicultura, apicultura e a No domínio da pecuária, os índices de ra um número considerável de táxis, exploração de madeira. produção apresentam um ritmo acele- fornecendo um movimento regular aos ASSISTÊNCIA rado, principalmente para as espécies munícipes, constitui uma das maiores E REINSERÇÃO SOCIAL PROJECTOS mais prolíferas, bem como a produ- atenções. No domínio da telefonia e ção piscícola e melífera. A exploração Sobre a assistência à terceira idade, es- das telecomunicações, aponta que fo- ECONÓMICOS dos recursos florestais, como a lenha, tão controlados dois mil e 39 idosos e ram obtidos avanços significativos na Das acções executadas, constaram, en- carvão, madeira e cogumelos, constitui pessoas portadoras de deficiências, dos interligação entre a província com vá- tre outras, a reabilitação e ampliação uma grande fonte de sobrevivência e quais 510 repartidos nos três lares exis- rios pontos do País e do mundo, com do Instituto Superior Politécnico do Mo- auto-emprego para muitas famílias ru- tentes nesta cidade, onde são assistidos o surgimento das da Movicel e Unitel. xico e do ex-Colégio São Bento, assim rais. A reabilitação de infra-estruturas e os restantes dois mil e 529 apenas como a construção do Centro Político de apoio à produção agro-alimentar A rede fixa é ostentada pela Ango- sob controlo da respectiva estrutura Administrativo de Cangamba, o Hospi- é uma realidade, com destaque para la -Telecom, controlando na província competente. Ainda neste sector foram tal Municipal de Lumbala-Nguimbo e a o projecto de reabilitação da vala de um universo de quase 300 terminais elaborados dois projectos nas áreas de irrigação do Luena. Entre outros, no telefónicos. atendimento aos idosos e pessoas por- domínio da mecanização agrícola, fo- tadoras de deficiência, nomeadamente ram preparados 256 hectares para o EDUCAÇÃO o de criação de aves e animais e outro sector camponês e 308 hectares para o de oficinas e serralharias. No sector da Educação, Moxico possui sectorial empresarial, totalizando assim quase 500 estabelecimentos (escolas 564 hectares, segundo um relatório do do primeiro, segundo e terceiro níveis CULTURA governo provincial do Moxico. o ensino médio, com mil 58 alunos. Além do teatro, cinema e casas de lazer, PECUÁRIA Quanto à Saúde, as principais endemias a dança e a música fazem-se sentir que têm afectado a província são a com agrado. Actualmente, existem mui- O programa de fomento avícola visa malária, doenças diarreicas agudas e tos grupos, entre danças tradicionais e potenciar os agricultores empenhados doenças respiratórias agudas. modernas. ❚

www.embaixadadeangola.org 14 Economia OUTUBRO 2010

ATÉ 15 DE NOVEMBRO NO HOTEL MARRIOT SEMANA CULTURAL ANGOLANA Embaixada de Angola em Por- da vastíssima cultura angolana, vão A tugal propõe uma viagem pela proporcionar dias de “buffet”, ao jantar, gastronomia e cultura angolana, com sob a coordenação da “chef” Joana Ivo a realização da Semana Cultural, a Maria, composto por inúmeras igua- decorrer nos vários espaços do Ho- rias que marcam a cozinha angolana. tel Marriott, entre os dias 09 e 15 Há ainda passagem de modelos, “co- de Novembro de 2010, inserida nas cktail” animado pelo cantor “Chalo”, comemorações dos 35 Anos de Inde- assim exposições de artes plásticas, pendência Nacional. Os vários espaços artesanato, disco, livro, cinema e mú- do Hotel Marriott, além dos aspectos sica de Angola. ❚

EXPOSIÇÃO DE LINO DAMIÃO EM AVEIRO «TRANSPARÊNCIA E COMPORTAMENTO» O artista plástico angolano Lino Damião apresentou, no dia 23, em Aveiro, a sua nova colecção de pinturas e serigrafia denominada “Transparência e Comportamento”. A obra é composta por 18 telas que retratam e pintam, por meio da pintogravura, pintografia e acrílico sobre tela, aspectos sociais e tradicionais do País. egundo o crítico e produtor de do o artista, encontra-se patente no de Arte Moderna, orientado pelo artis- e concertos. Participou em diversas S jazz, Jerónimo Belo, “Lino Damião Banco de Portugal e já foi visitado ta americano Hard Berge. É membro exposições das quais se destacam a I nas suas telas, as tintas que se ocultam por vários amantes da arte plástica. fundador da Cooperativa Pró-Memória Bienal de Jovens Criadores da Comuni- e desocultam umas às outras, estão O Lino Damião nasceu em Luanda, dos Nacionalistas e membro da UNAP. dade dos Países de Língua Portuguesa traços e gestos carregados de grande em Fevereiro de 1977. Frequentou o Actualmente trabalha em pintura, gra- (CPLP), em Cabo Verde (1999). Dois força lúdica, de carácter, muitas vezes curso de desenho no Ex-Barracão (Es- vura e fotografia, sob influência do seu anos depois, participa na II Bienal de dissonantes como o jazz (…)”. “Este cola Experimental de Arte de Luanda), pai, Paulino Damião, profissional de fo- Jovens Criadores da CPLP, no Porto, em fazer agilizado e cheio de referências o curso de pintura e a primeira ofici- tojornalismo no Jornal de Angola. Tem Portugal. Entra no projecto ArteModa, telúricas fazem-me desejar viajar pelos na de gravura na União Nacional de uma menção honrosa do BESA Arte, em 2002, e na Oficina de Criação, in- seus quadros cheios das paixões do Artistas Plásticos (UNAP). Frequentou de Fotografia (2008) e outra do Prémio seridos no Projecto Galarte no Elinga autor”, frisa o crítico no catálogo de também o atelier do pintor Vítor Tei- Ensa Arte (1996). Em 1990, organizou Teatro. Em 2006, participa na primeira apresentação. Esta colecção, segun- xeira “Viteix”, e participou no seminário exposições ligadas à temática do jazz Trienal de Luanda. ❚

AUTOR DA “DANÇA DO TIO ALI» NANDINHO SEMEDO PREPARA NOVO DISCO Nandinho Semedo, para muitos Katinga MC (seu primeiro nome artístico), nasceu em 1986, em Benguela. Com seus pais, aos seis anos de idade, aos seis anos emigrou para Portugal, onde deu os primeiros passos no mundo artístico. A sua inclinação pela arte foi notória desde muito cedo. nicialmente, como bailarino junto tros projectos, tais como “Domingo no ticipação de Helvio, Eliei, Patricia Al- I dos seus irmãos, com a criação do Mussulo” (2002); “Caribe mix 2002”; “A meida, Neuza e Rozona (do grupo “Os grupo de Kuduro “Canucos da Banda” Maneira” e o ”Bombástico”, em 2003. Radicais”). Os grandes sucessos deste Em 2001, inicia a sua corrida por uma Nestes projectos, teve a oportunidade disco foram: “I want you back ”, “Tudo carreira a solo, mas como cantor, ten- de trabalhar com músicos de grande atoa” e “Tarracho”. Em 2010, e depois do algumas dificuldades. Entretanto, relevância no musical lusófono, como de algum tempo de espera por parte recebe neste mesmo ano um convite Ferro Gaita, Philipe Monteiro e Djipson, dos apreciadores do seu trabalho, Nan- do músico e produtor Ciro Cruz, para entre outros. dinho Semedo prepara o seu segundo fazer parte de um projecto intitula- trabalho discográfico, em Londres, onde do “SPEED”, cantando o tema “a dança “A RAZÃO DO POVO” reside actualmente. De antemão, o seu do tio Ali”, que foi o grande sucesso Em 2004, Semedo lança a sua primei- novo disco vai-se chamar “A razão do do disco, assim como a música que o ra obra discográfica, intitulada “Só vive povo”, e vai contar com a participação projectou. Nandinho Semedo não fi- quem pode”, apoiado pela ND Produ- de Danny L, Aleluia, Didi Murras, Pingo cou pelo sucesso: procurou trabalhar ções, Dj Nelo Dias, bem como Carlos Doce (Garimpeiros), Zyzi e Puto Lilas, com mais empenho e participou nou- Neves e contando também com a par- numa aposta da “LS Produções”. ❚ www.embaixadadeangola.org OUTUBRO 2010 Cultura 15

«O PRÓXIMO PROJECTO É REGRESSAVA À TERRA!» GRÁCIA FERREIRA Engrácia Ferreira dos Santos (Grácia Ferreira) nasceu em 1973, em Luanda. Depois dos estudos primários e preparatórios, concluiu o ensino médio de artes plásticas, defendendo o trabalho final de escultura com o tema “Diferença conceptual entre estatueta e estátua”. Tem participado em várias exposições, as últimas das quais, este ano, na primeira Feira de arte contemporânea da Amadora e sétima edição “Mostra D´arte Mulher”, na galeria Celamar, em Luanda.

mundo, no qual aprendi coisas novas Angola, por achar que o nosso querido com gentes de quase todo o mundo, País mereça honra, embora esteja ainda visto que, hoje, Portugal é um mosaico a debater com algumas dificuldades de várias culturas, hábitos e tradições. para o efeito. Em termos de aprendizagem Que dificuldades? e aperfeiçoamento profissional, Dificuldades para aquisição de ma- que Grácia Ferreira temos hoje teriais no mercado português, que é comparada com a dos tempos muito expencaro. ❚ do Barracão? Não me arrependo em ter passado por cá, apesar das dificuldades vividas, Quais os seus projectos imediatos? mas estou longe diferente, porque Neste momento, não tenho dúvidas que cresci bastante no campo das artes o meu projecto imediato passa mesmo plásticas. Por exemplo, uso técnicas pelo regresso ao País. É a última alter- e materiais que não conhecia em nativa que tenho actualmente. Contu- Angola, simplesmente porque não do, existem ainda muitas situações por existiam. Estava muito limitada nos tratar, pois, não posso regressar só por conhecimentos artísticos. Hoje, es- regressar. tou mais aberta e vou conhecendo novos conceitos, e espero ser bem Quer dizer que até poderia compreendida quando um dia voltar já regressar? em Angola. Por mim, regressava já hoje, mas não Está a dizer que terá alguma tenho condições de alojamento para EXPOSIÇÕES COLECTIVAS resistência dos seus colegas? lá viver. Vim cá a procura de melhores 2010 – 1ª Feira d´arte contemporânea da Amadora – Parque Delfim Ao sair daqui vou levar uma nova ba- condições de vida e captar melhores de Guimarães (Amadora – Portugal). experiências, mas infelizmente não fui gagem diferente e também é possível 2010 – 7ª Edição “ Mostra D´arte Mulher ”, Galeria CELAMAR (Luanda muito feliz, de forma a me enquadrar se calhar melhores do que o meu, e – Angola) na sociedade portuguesa. só espero que os meus colegas me aceitem, para que eu consiga aprender 2009 – 2ª Bienal de Culturas Lusófonas, “ Lusofonia”, Centro Cultural A passagem por Portugal alguma coisa deles e vice-versa. MalaPosta (Lisboa - Portugal) é toda má? 2009 – Exposição Colectiva de Artistas Angolano, arte da Paz III, Neste momento, tem algum Nada disso. Apesar das dificuldades, (Lisboa -Portugal) convite para exposição? tive várias experiencias a nível pessoal 2007 – Exposição Colectiva de artistas Angolanos na Galeria da Câmara e profissional, das quais não poderia Recentemente, participei numa Feira Municipal de Águeda (Portugal) de arte contemporânea, no parque ter alcançado em Angola por razões 2004 – 1º Congresso sobre o Regresso dos Quadros Angolanos Delfim Guimarães, e tenho agora uma derivadas do momento que o País na Diáspora, (Lisboa – Portugal) vivia, sobretudo, guerra. A passagem exposição individual nos Recreios da 2003 – “Cores e Formas de Cascais” SMUP, (Cascais - Portugal) por Portugal foi boa, porque enrique- Amadora, que foi aceite com muito ceu o meu intelecto, através de várias agrado. Igualmente, estou a preparar 2001 – 2ª Bienal de Jovens Criadores da CPLP, (Porto – Portugal) formações feitas, e não só. Cultural- uma exposição individual para home- 1998 – 1ª Bienal de Jovens Criadores da CPLP, (Cabo Verde mente, sinto-me rodeado de um outro nagear os 35 anos da Independência de – São Vicente) 1997 – Mulher, Figura e Arte, Museu de História Natural (Luanda – Angola) 1997 – 14º Festival da Juventude e dos Estudantes, Havana – Cuba) 1997 – Exposição dos Nacionalistas - Hotel Flamingo (Luanda – Angola)

EXPOSIÇÕES INDIVIDUAIS 2005 – Memórias do Imaginário, Centro InterculturalCidade, (Lisboa – Portugal) 2000 – Pintura e Escultura no Centro Cultural Português, “ Coisas e Tons do Quotidiano”, (Luanda – Angola)

PRÉMIOS 2000 – Prémio Junvetude de Escultura ENSA – Arte, Centro Cultural Português, (Luanda - Angola) 1998 – Menção honrosa, prémio ENSA – Arte, Centro Cultural Portugês, (Luanda - Angola)

www.embaixadadeangola.org 16 Última OUTUBRO 2010

GIRABOLA - 2010 INTER DE LUANDA VOLTA A ERGUER O TÍTULO Com 55 pontos, os mesmos que o Recreativo da Caála, o Interclube conquistou, à tangente, o seu segundo título nacional de futebol, Girabola-2010, com o “capitão” Pedro Henriques a ser determinante ao apontar o tento da igualdade aos 57 minutos, em jogo da derradeira jornada da competição, disputado no estádio dos Coqueiros, em Luanda. epois de ter estado a perder a partir dos 29 mi- Num momento de ascensão dos santistas, Sawu, aos D nutos muito por culpa de Sawu, que aproveitou 15 minutos, obrigou o guarda-redes dos polícias a uma desatenção da defesa adversária para facturar de uma defesa arrojada. Nesta altura, o Interclube rea- cabeça, o Interclube viu-se em grandes dificuldades lizava alguns contra-ataques tímidos, com Minguito até ao alívio da defesa do Santos. O golo da igual- para garantir o necessário empate para a conquista e Pedro Henriques. Paz era o principal impulsionador dade aconteceu aos 57 minutos, por intermédio de do troféu, perante um Santos FC que necessitava do ataque dos liderados por Mário Calado, num jogo Pedro Henriques, sempre ele, a finalizar de cabeça de uma vitória ou, no mínimo, um empate para não com história diferente na segunda parte. A perder um cruzamento da ala direita de Mingo. Com as descer de divisão. por uma bola, o Interclube entrou determinante e duas equipas empatadas, resultado que interessava Os actuais campeões, que conquistaram o ceptro pela logo nos minutos iniciais Pedro Henriques remata a ambas, o jogo perdeu competitividade a partir dos primeira vez em 2007, iniciaram a partida pressiona- frontal para defesa incompleta de Jota-B, seguindo-se 75 minutos, não passando de meras trocas de bola dos, e muito cedo quase viram a sua baliza violada. depois sucessivos falhanços da formação da Polícia até ao apito final do árbitro Pedro dos Santos. ❚

TORNEIO ANGOLA AVANTE RECREATIVO SELECÇÃO DA COMUNIDADE PERDE NA FINAL A selecção comunitária angolana residente em Portugal perdeu DA CAÁLA com a sua congénere de Cabo-Verde, por 1-0, na final do Torneio de Futebol “Angola Avante”, realizado pela Embaixada de Angola em Portugal para assinalar o 35º aniversário da Independência nacional. o intervalo, as duas equipas encon- A travam-se empatadas a zero bolas, com sinal mais para os cabo-verdianos que tiveram inúmeras oportunidades para marcar e, só assim, não aconte- ceu porque o poste negou por duas vezes. No reatamento da partida, as coisas estiveram equilibradas com os rande sensação da prova, so- angolanos a serem incentivados pelos Gbretudo no período que este- seus compatriotas presentes no Está- ve sob o comando do angolano dio do INATEL. No culminar da partida, INSTITUCIONALIZADO golana. José Marcos Barrica, que falava à David Dias, o Recreativo da Caála isto aos 85 minutos, Dai apareceu na imprensa no final da primeira edição do assegurou o segundo lugar, com a O embaixador de Angola em Portugal, grande área e sem marcação apontou torneio, disse que a iniciativa serviu tam- vitória diante do Petro de Luanda, Marcos Barrica, admitiu a possibilidade o golo que deu o título a Cabo-Verde. bém, além de saudar o dia da Dipanda, por 1-0, no Estádio 11 de Novem- de o Torneio “Angola Avante” poder vir O certame contou com a participação reunir as comunidades de cidadãos dos bro. Apesar de falhar a aposta na a ser institucionalizado com a sua re- de seis equipas: Angola (com duas - A países africanos de língua oficial portu- conquista do título, a formação alização anual, em saudação ao 11 de e B), Cabo-Verde, São Tomé e Príncipe, guesa, residentes em Portugal. Marcos do Planalto Central chega, na sua Novembro, data da Independência an- Moçambique e Guiné-Bissau. Barrica avançou que os seus homólogos segunda presença no Girabola, às luso-africanos congratularam-se com a Afrotaças, mais precisamente à iniciativa, pela vontade, criatividade e fase preliminar da Liga dos Clu- espírito de abnegação dos angolanos bes Campeões. Nas competições em realizar o torneio. ❚ africanas está igualmente o 1º de Agosto, que confirmou a presença, pelo terceiro não consecutivo, na Taça da Confederação, ao empatar na vila de Calulo com o Recreativo do Libolo, a duas bolas, desfecho que deixa os militares na terceira posição. A derrota na deslocação ao reduto do FC Cabinda, por 0-1, atirou o Desportivo da Huíla para a II Divisão, onde já estavam o Sporting e o Benfica do Lubango, este ainda desde a primeira volta da competição. ❚

FICHA TÉCNICA: Direcção: Embaixador José Marcos Barrica • Editor: Estevão Alberto • Produção e Coordenação: Serviços de Imprensa Co-Produtor: Paulo de Jesus • Paginação e Design: António Salsinha • Morada: Avenida da República, 68 – 1069-213 Lisboa • Tel: 217 942 244 / 217 971 736 Fax: 217 986 405 • Site: www.embaixadadeangola.org • E-mail: [email protected] • Tiragem: 30.000 exemplares • Depósito Legal: 171.523/01