Conquista-Dores E Coronistas: As Primeiras Narrativas Sobre O Novo Reino De Granada
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1 UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA CONQUISTA-DORES E CORONISTAS: AS PRIMEIRAS NARRATIVAS SOBRE O NOVO REINO DE GRANADA JUAN DAVID FIGUEROA CANCINO BRASÍLIA 2016 2 JUAN DAVID FIGUEROA CANCINO CONQUISTA-DORES E CORONISTAS: AS PRIMEIRAS NARRATIVAS SOBRE O NOVO REINO DE GRANADA Tese apresentada ao Programa de Pós- graduação em História da Universidade de Brasília como requisito parcial para a obtenção do título de Doutor em História. Linha de pesquisa: História cultural, Memórias e Identidades. Orientador: Prof. Dr. Jaime de Almeida BRASÍLIA 2016 3 Às minhas avós e meus avôs, que nasceram e viveram na região dos muíscas: Maria Cecilia, Nina, Miguel Antonio e José Ignacio 4 AGRADECIMENTOS Desejo expressar minha profunda gratidão a todas as pessoas e instituições que me ajudaram de mil e uma formas a completar satisfatoriamente o doutorado: A meu orientador, o prof. Dr. Jaime de Almeida, por ter recebido com entusiasmo desde o começo a iniciativa de desenvolver minha tese sob sua orientação; pela paciência e tolerância com as mudanças do tema; pela leitura cuidadosa, os valiosos comentários e sugestões; e também porque ele e sua querida esposa Marli se esforçaram para que minha estadia no Brasil fosse o mais agradável possível, tanto no DF como em sua linda casa de Ipameri. Aos membros da banca final pelas importantes contribuições para o aprimoramento da pesquisa: os profs. Drs. Anna Herron More, Susane Rodrigues de Oliveira, José Alves de Freitas Neto e Alberto Baena Zapatero. Aos profs. Drs. Estevão Chaves de Rezende e João Paulo Garrido Pimenta pela leitura cuidadosa e as sugestões durante o exame geral de qualificação, embora as partes do trabalho que eles examinaram tenham mudado em escopo e temática. Ao Programa de Estudante Convênio de Pós-graduação (PEC-PG) pelo indispensável suporte financeiro. Ao corpo docente e administrativo da Pós-graduação em História da UnB. A minha mãe Carolina, meu pai Mario e minha irmã Paola. Pelo amor, o apoio incondicional e a comunicação apesar da distância. E também a todos meus queridos avós, tios, primos e sobrinhos. Ao prof. Dr. César Augusto Ayala, sua esposa Ruby e seu filho Ares. Por me estimular a ingressar no programa de doutorado de história na UnB e por me contagiar com sua paixão pela cultura e pela história brasileira. Seu aconchegante apartamento em Bogotá é como um pequeno “recôncavo brasileiro” em meio aos frios Andes colombianos. A Ángel Alberto Rodríguez pela impecável elaboração dos mapas. A meus companheiros e companheiras nas disciplinas que cursei no PPGHIS. 5 Aos colegas da revista de estudantes da pós-graduação, Em Tempo de Histórias, por sonharmos juntos esse projeto editorial e tentarmos melhorar o Qualis: Renata, Dayane, Mayra, Pedro, Ana, Rafael e Victória. A meu colega antropólogo e companheiro de caminhada Camilo Andrés Luna por sua motivação, sua amizade, por ter lido e comentado partes da tese e apoiar a procura de informação. A Alejandra Bello Urrego pela confiança, o carinho, o espírito crítico e a agudeza de pensamento. A Julio Santillán Aldana pela curiosidade, as cumplicidades, o companheirismo e o apoio com as gestões administrativas depois da defesa. Aos meus outros amigos e amigas mais próximos durante esses quatro anos e meio de doutorado: Ada, Carlos, Cristiane, Greyci, Eduardo, Lediane, Leonardo, Moisés, Carlos Andrés, Salatiel, Janeth, Walkiria e Mônica. Por me lembrarem que a vida ultrapassa os limites da Academia e que as fronteiras entre países são imaginárias. À “turma da bike” pelas brincadeiras, os papos descontraìdos tomando um delicioso suco ou um açaí e as pedaladas domingueiras pelo Eixão embaixo dum sol escaldante. A Cristiane Rodríguez Kozovits e Sabrina Steinke pela revisão gramatical de algumas seções da tese. A minha sangha em Brasília, o grupo de meditação Zen Planalto: Anamaria, Pedro, Verônica, Jacyara, Daniel e a monja Sodô. Porque me permitiu degustar o espírito do budismo japonês com um toque tropical, e em muitas ocasiões foi um refúgio e um oásis durante a escrita da tese. Às paisagens, céus, cachoeiras, plantas e animais que cativaram meu coração e meus sentidos no cerrado brasileiro. 6 …vinieron [los españoles] a montón para sacar el quinto y repartir mil y ochocientas esmeraldas, entre grandes y pequeñas […] riqueza nueva y admirable y que jamás se vio tanta ni tan fina piedra junta. Francisco López de Gómara, La historia de las Indias, capìtulo LXXII: “Descubrimiento de las esmeraldas”, 1552. …y que son tan notorios los servicios del dicho adelantado don Gonzalo Jiménez de Quesada que fue el tercero capitán del descubrimiento de estas Indias, porque después del descubrimiento de la Nueva España de Hernán Cortés y, después de él, don Francisco Pizarro que descubrió el Perú, fue el tercero descubrimiento el de este Nuevo Reino y capitán general de este dicho descubrimiento el dicho adelantado don Gonzalo Jiménez de Quesada. “Información de méritos y servicios de Gonzalo Jiménez de Quesada”, 1577. …a lo largo del siglo XVI – y de allí en adelante hasta nuestros días –, quienes se refieren al indio colombiano y venezolano han tenido que vérselas no tanto con los prejuicios foráneos en abstracto, sino con aquellos forjados a la luz de las grandes civilizaciones de Perú y de México. Carl Henrik Langebaek, Los herederos del pasado. Indígenas y pensamiento criollo en Colombia y Venezuela, 2009. 7 RESUMO Em 1537 um bando de 179 espanhóis capitaneados por Gonzalo Jiménez de Quesada irrompeu no planalto central da atual Colômbia, habitado pelos indígenas muíscas. Na tese examinamos de que maneira começou a ser imaginada pelos peninsulares essa região Ŕ denominada Novo Reino de Granada Ŕ nos dois primeiros tipos discursivos com informação circunstanciada sobre a mesma: as relações dos conquista-dores endereçadas ao rei Carlos V, e três obras gerais elaboradas por coronistas do império: a segunda parte da História general y natural de las Indias (pub. 1851) de Gonzalo Fernández de Oviedo; a Brevíssima relación de la destruición de las Indias (pub. 1552) de Bartolomé de las Casas; e La historia de las Indias de Francisco López de Gómara (pub. 1552). Nesse corpus textual sobressaem três representações do Novo Reino: como o pior cenário da “destruição das Índias” narrado por Las Casas; como a rica terra das esmeraldas para Oviedo e Gómara; e como o “terceiro reino” e a “terceira conquista” das possessões espanholas na América, de acordo com Quesada. Sugerimos que esses topoi discursivos tiveram desdobramentos na imaginação patriótica local ao longo do período colonial e republicano, com a identificação dos muìscas como a terceira “civilização” pré- colombiana. 8 ABSTRACT In 1537 a group of 179 Spaniards captained by Gonzalo Jiménez de Quesada irrupted in the central plateau of Colombia, inhabited by the Muisca culture. We explore how this region Ŕ named the New Kingdom of Granada Ŕ began to be imagined by peninsular authors in the first two discursive types that contained detailed information about it. The first type includes the relaciones of “conquest” addressed to King Charles V. The second type includes three general works produced by chroniclers of the empire: the second part of Historia general y natural de las Indias (pub. 1851) by Gonzalo Fernández de Oviedo; Brevíssima relación de la destruición de las Indias (pub. 1552) by Bartolomé de las Casas; and La historia de las Indias by Francisco López de Gómara (pub. 1552). In this textual corpus three representations of the New Kingdom stand out: the worst manifestation of the "destruction of the Indies" narrated by Las Casas; the rich land of emeralds in Oviedo and Gomara; and the "third realm" and "third conquest" of the Spanish possessions, according to Quesada. We suggest that these discursive topoi were eched in the local patriotic imagination during the colonial and republican period that identified the Muiscas as the “third civilization" of pre-Columbian America. 9 RESUMEN En 1537, un grupo de 179 españoles capitaneados por Gonzalo Jiménez de Quesada irrumpieron en la meseta central de la actual Colombia, habitada por los indígenas muiscas. La tesis explora cómo comenzó a ser imaginado esta región Ŕ llamada Nuevo Reino de Granada Ŕ en los dos primeros tipos discursivos con información detallada al respecto: las relaciones de “conquistadores” dirigidas al rey Carlos V y tres obras generales producidas por coronistas del imperio: la segunda parte de la História general y natural de las Indias (pub. 1851) de Gonzalo Fernández de Oviedo, la Brevíssima relación de la destruición de las Indias (pub. 1552) de Bartolomé de las Casas, y La historia de las Indias de Francisco López de Gómara (pub. 1552). En este corpus textual sobresalen tres representaciones del Nuevo Reino: como el peor escenario de la "destrucción de las Indias" narrado por Las Casas; como la rica tierra de esmeraldas para Oviedo y Gomara; y como el "tercer reino" y la "tercera conquista" de las posesiones españolas en América, según Quesada. Sugerimos que esos tópicos discursivos tuvieron ecos en la imaginación patriótica local durante el período colonial y republicano, con la identificación de los muiscas como la “tercera civilización" precolombina. 10 LISTA DE MAPAS E FIGURAS Figura 1. El adelantado Alonso Fernández de Lugo apresenta as autoridades guanches a Fernando e Isabel 16 Figura 2. Frontispício de Historia general de las conquistas del Nuevo Reyno de Granada, escrita por Lucas Fernández de Piedrahita 20 Mapa 1. O Novo Reino de Granada no momento da invasão Mapa 2. Território ocupado pelos muíscas no século XVI 27 Figura 3. Jiménez de Quesada no frontispício da Historia general de los hechos de los castellanos (1601-1615) de Antonio de Herrera 57 Mapa 3. As rotas das três primeiras expedições europeias 6 Figura 4. Armas de Gonzalo Jiménez de Quesada 104 Figura 5. Armas de Hernán Cortés 105 Figura 6.