OBRA ANALISADA Senhora GÊNERO Prosa

Total Page:16

File Type:pdf, Size:1020Kb

OBRA ANALISADA Senhora GÊNERO Prosa OBRA ANALISADA Senhora GÊNERO Prosa - romance AUTOR José de Alencar DADOS BIOGRÁFICOS Nome completo: José Martiniano de Alencar Nascimento: 1º de maio de 1829, em Mecejana, no Ceará. Morte: 12 de dezembro de 1877, no Rio de Janeiro. BIBLIOGRAFIA Dentre suas obras há: I - Romances urbanos: Cinco minutos (1857); A viuvinha (1860); Lucíola (1862); Diva (1864); A pata da gazela (1870); Sonhos d’ouro (1872); Senhora (1875); Encarnação (1893, póstumo). II - Romances históricos e/ou indianistas: O Guarani (1857); Iracema (1865); As minas de prata (1865); Alfarrábios (1873); Ubirajara (1874); Guerra dos mascates (1873). III - Romances regionalistas: O gaúcho (1870); O tronco do ipê(1871); Til (1872); O sertanejo (1875). Além de romancista, Alencar foi teatrólogo, merecendo destaque as comédias Verso e reverso, O demônio familiar, As asas de um anjo, Noite de João além dos dramas Mãe e O jesuíta. Como poeta, deixa-nos o poema indianista Os filhos de Tupã. RESENHA Aurélia Camargo, moça pobre, torna-se rica graças à herança do avô, recebida aos 18 anos, quando é apresentada à sociedade fluminense. Encanta a todos com sua esplendorosa beleza. Órfã, tem em sua companhia uma parenta viúva, D. Firmina Mascarenhas, mas é Aurélia quem governa a casa como bem entende. A velha senhora é uma espécie de "mãe de encomenda", forma de não chocar aqueles que se opõem à emancipação feminina. Sua beleza desperta o interesse de muitos rapazes, sabendo, sagazmente, os riscos que corre. Revoltando-se, às vezes, contra sua riqueza por reconhecer nela um dos motivos para tantos admiradores. Por isso, a cada um atribui um valor em contos de réis, fato que os rapazes conhecem e os diverte diante de tanta franqueza da moça. Aurélia tem como tutor o irmão de sua mãe, o senhor Lemos que, vez por outra, é convocado para resolver problemas sem importância. Numa determinada manhã é chamado para discutir sobre o casamento da jovem. Surpreendentemente, ela lhe apresenta um negócio a ser entabulado para a obtenção do consentimento do futuro marido. Faz referência a Manuel Tavares do Amaral, empregado da alfândega, que ajustou o casamento da filha Adelaide por um dote de trinta contos com um rapaz recém-chegado ao Rio de Janeiro. Solicita ao senhor Lemos que a auxilie a desmanchar esse casamento, indicando que a moça deve se casar com o Dr Torquato Ribeiro, seu verdadeiro amor, repelido por ser pobre. Pede ao tutor para dar 50 contos de réis, retirados da herança de Aurélia, como dote a Ribeiro, porque deseja se casar com o moço prometido a Adelaide. O tio deve procurar o moço escolhido e lhe propor 100 contos de réis e casamento com separação de bens, mantendo absoluto segredo sobre quem faz a proposta. O preferido é Fernando Rodrigues de Seixas, rapaz de poucos recursos que conheceu na infância. Vive com a mãe e duas irmãs que o veneram. Órfão aos 18 anos, abandona o terceiro ano de Direito em São Paulo, ocupando o cargo de jornalista, tendo certo sucesso na imprensa fluminense. Em sociedade apresenta-se como moço rico, em casa, leva vida simples. Procurado pelo velho, o rapaz de pronto se nega a aceitar o acordo, entretanto, dias mais tarde, vai encontrá-lo para aceitar a proposta, desde que lhe sejam adiantados vinte contos de réis, sem dizer em que os aplicará. O adiantamento é aceito. Seixas se decide pelo acordo porque gastou as economias maternas e agora tem de dar à irmã um dote para seu casamento. Sente-se ainda mais angustiado, quando descobre que Aurélia sabe sobre a mudança do casamento com Adelaide. Triste, humilhado, mas temendo, acima de tudo, a pobreza, decide-se, confirmando seu propósito com Lemos. Após receber os vinte contos de réis, Seixas é apresentado à futura noiva. Pelo trajeto, vai sufocado pela humilhação a que se submete, contudo Lemos avisa que a moça nada sabe sobre o acordo. Dias mais tarde, oficializa o pedido de casamento, prontamente, aceito por Aurélia Camargo. A sociedade fluminense fica assombrada com a notícia, não podendo crer que com tantos admiradores ricos a escolha tenha recaído sobre um marido sem fortuna. A celebração é modesta com poucos convidados e os noivos se sentem felizes. Porém, quando ficam a sós, a moça se revela de forma cruel, mostrando-lhe desprezo e mencionando o acordo de cem contos de réis. A mãe de Aurélia, Emília se casara com um médico pobre, Pedro Camargo, filho natural de rico fazendeiro, Lourenço de Sousa Camargo, que manda buscar o filho sem reconhecer a união. Este parte para a fazenda paterna, mas não tendo coragem para enfrentá-lo, envia cartas amorosas à esposa e dinheiro para seu sustento. Após um ano de separação, o casal se reencontra, nascendo o primeiro filho, Emílio, que o pai só conhece aos 2 meses de idade. Passam a viver algumas semanas juntos e outras, separados, temendo que o velho descubra tudo e não mais os ajude. Nasce a segunda filha, Aurélia. Emília nada pode revelar sobre seu casamento e, por isso, leva uma vida suspeita e obscura. Apesar de tudo, Pedro sustenta a família e educa bem os filhos. Após doze anos de convivência com a esposa e 36 anos de idade, Pedro sofre um golpe cruel. O pai lhe apresenta uma noiva de 15 anos, filha de rico fazendeiro. O moço se esconde em um rancho e aí morre de febre cerebral, deixando 3 contos de réis a um tropeiro para ser levado a Emília, sem mencionar a dor pela qual está passando. Assim, faz o homem e Emília perde para sempre a alegria de viver. Aurélia, na infância, leva vida modesta em companhia da mãe e do irmão, criatura fraca que é sempre ajudada, em seu trabalho de caixeiro, pela moça, sobrecarregada de tarefas. Morto o irmão, a mãe começa a preocupar-se com o destino da filha, falando-lhe constantemente sobre a necessidade de se casar e de se colocar à janela, pois bonita como é, logo arranjaria pretendentes. Apesar de desgostosa, Aurélia atende aos apelos. O tio Lemos logo corre à janela, agindo como candidato, mas a moça quer reatar laços com a família materna. O tio deixa-lhe um bilhete galanteador e a menina rompe de vez a amizade. O próximo a se candidatar é Fernando Seixas que, conquistando a atenção de Aurélia, passa a freqüentar-lhe a casa, sentindo-se constrangido em namorar moça tão pobre. Há, ainda, Eduardo Abreu, rapaz rico e de boa família que encantado com a beleza da menina, pede sua mão em casamento, mas Aurélia ama Seixas. A mãe resolve perguntar ao eleito sobre suas intenções em relação à filha, mas sabendo do interesse de Abreu pela garota, Fernando prefere perdê-la a fazê-la sofrer com sua pobreza, mas sabendo da recusa de Aurélia, volta e a pede em casamento." ESTILO DE ÉPOCA Romantismo – prosa – Narra, em 3a pessoa, a história de Aurélia Camargo, personagem usada como recurso para uma crítica ao mercantilismo e à idolatria ao dinheiro crescente na segunda metade do século XIX. O casamento usado para ascender socialmente é uma prática comum na sociedade burguesa de então. Alencar reflete a sociedade patriarcal e moralista ao desvanecer a força dessa personagem quando, ao final, ao reencontrar em Fernando o homem digno e amado, portanto capaz de "cuidar" dela, Aurélia vai submeter-se ao amor e perde o perfil forte que havia apresentado durante todo o decorrer da obra. A temática do romance é o casamento por interesse e a moral burguesa, discutível, pois apóia e incentiva o feito. Em Senhora, José de Alencar, como em outros romances de sua autoria, retrata a vida urbana, a busca incessante por dinheiro e posição social. O período em que a obra foi gerada foi conturbado, em relação a um crescente descontentamento com o Império, já em vias de decadência. Os valores da corte eram constantemente questionados. A questão da escravidão foi veementemente questionada pelo autor, que fez da política um de seus caminhos. Em Senhora, a posição da mulher na sociedade é ressaltada. Basta dizer que a heroína nesta obra, arrisca toda a sua fortuna na compra de um marido! A ascensão da burguesia transparece na obra através da prosperidade das classes liberais; sobretudo através do evento da urbanização, da evasão dos campos para as metrópoles, da burocratização gerada pela política, que faz do emprego um apêndice partidário, subvertendo a antiga estrutura brasileira hierárquica, pacata. O romance tem na observação de detalhes exteriores, uma de suas fortes características. Obra madura, apresentado um autor crítico não só da sociedade como também da própria escola literária vigente: o Romantismo. Das obras que retratam os perfis femininos é mister atentar para a linguagem. INTERTEXTUALIDADE Alencar pintor de PERFIS FEMININOS Um enfoque = desequilíbrio => dinheiro Além do retrato da vida burguesa na Corte, esses romances também mostram um escritor preocupado com a psicologia dos personagens, principalmente os femininos. Alguns deles, por isso, são até chamados de "perfis femininos". Em todos, a presença constante do dinheiro, provocando desequilíbrios que complicam a vida afetiva dos personagens e conduzindo basicamente a dois desfechos: a realização dos ideais românticos ou a desilusão, numa sociedade em que ter vale muito mais do que ser. Alguns exemplos: em Senhora, a heroína arrisca toda sua grande fortuna na compra de um marido. Emitia, o personagem central de Diva, busca incansavelmente um marido mais interessado em amor que em dinheiro. Em Sonhos d'ouro, o dinheiro representa o instrumento que permitiria autonomia de Ricardo e seu casamento com Guida. A narrativa de A viuvinha gira em torno do compromisso assumido por um filho no sentido de pagar todas as dívidas deixadas pelo pai.
Recommended publications
  • A Flor E a Águia: Uma Leitura De O Sertanejo, De José De Alencar
    [revista dEsEnrEdoS - ISSN 2175-3903 - ano IV - número 12 - teresina - piauí - janeiro fevereiro março de 2012] A FLOR E A ÁGUIA: UMA LEITURA DE O SERTANEJO, DE JOSÉ DE ALENCAR Adriano Lobão de Aragão1 1 Alencar, O Sertanejo e sua época Este desvelo extremo enchia-lhe os olhos, os feros olhos negros, que fuzilavam procelas nos assomos da ira e que agora, ali em face da menina desfalecida, se quebravam mansos e tímidos, espreitando a volta do espírito gentil que animava aquela formosíssima estátua, e estremecendo ao mesmo tempo só com a lembrança de que as pálpebras cerradas pelo desmaio se abrissem de repente, e o castigassem com mostras de desprazer. Indefinível era a unção desse olhar em que o mancebo embebia a virgem, como para reanimá-la com os eflúvios de sua alma, que toda se estava infundindo e repassando da imagem querida. Ninguém que o visse momentos antes, lutando braço a braço com o incêndio, gigante contra gigante, acreditara que esse coração impetuoso encerrasse o manancial de ternura, que fluía-lhe agora do semblante e de toda sua pessoa.” (ALENCAR, 2002. p.22) O fragmento há pouco destacado remete ao momento em que Arnaldo, protagonista da obra O Sertanejo, romance regionalista de José de Alencar, após salvar a jovem D. Flor de um incêndio e levá-la inconsciente para a fazenda de seu pai, o capitão-mor Gonçalo Pires Campelo, entrega-se a um instante de adoração à sua amada, figura constantemente próxima e, ao mesmo tempo, distante de sua realização amorosa. Os termos “adoração” e “veneração” nos parecem ser os que melhor definem o comportamento de Arnaldo em relação à D.
    [Show full text]
  • Comparative Perspectives on the Rise of the Brazilian Novel COMPARATIVE LITERATURE and CULTURE
    Comparative Perspectives on the Rise of the Brazilian Novel COMPARATIVE LITERATURE AND CULTURE Series Editors TIMOTHY MATHEWS AND FLORIAN MUSSGNUG Comparative Literature and Culture explores new creative and critical perspectives on literature, art and culture. Contributions offer a comparative, cross- cultural and interdisciplinary focus, showcasing exploratory research in literary and cultural theory and history, material and visual cultures, and reception studies. The series is also interested in language-based research, particularly the changing role of national and minority languages and cultures, and includes within its publications the annual proceedings of the ‘Hermes Consortium for Literary and Cultural Studies’. Timothy Mathews is Emeritus Professor of French and Comparative Criticism, UCL. Florian Mussgnug is Reader in Italian and Comparative Literature, UCL. Comparative Perspectives on the Rise of the Brazilian Novel Edited by Ana Cláudia Suriani da Silva and Sandra Guardini Vasconcelos First published in 2020 by UCL Press University College London Gower Street London WC1E 6BT Available to download free: www.uclpress.co.uk Collection © Editors, 2020 Text © Contributors, 2020 The authors have asserted their rights under the Copyright, Designs and Patents Act 1988 to be identified as the authors of this work. A CIP catalogue record for this book is available from The British Library. This book is published under a Creative Commons 4.0 International licence (CC BY 4.0). This licence allows you to share, copy, distribute and transmit the work; to adapt the work and to make commercial use of the work providing attribution is made to the authors (but not in any way that suggests that they endorse you or your use of the work).
    [Show full text]
  • OBRA ANALISADA O Sertanejo GÊNERO Prosa
    OBRA ANALISADA O Sertanejo GÊNERO Prosa - romance AUTOR José de Alencar DADOS BIOGRÁFICOS Nome completo: José Martiniano de Alencar Nascimento: 1.º de maio de 1829, Mecejana, Ceará Morte: 12 de dezembro de 1877, no Rio de Janeiro. BIBLIOGRAFIA Alencar foi jornalista, político, orador, romancista, crítico, cronista, polemista e teatrólogo brasileiro. Podemos classificar seus romances em 3 grandes grupos: I - Romances urbanos: Cinco minutos (1857); A viuvinha (1860); Lucíola (1862); Diva (1864); A pata da gazela (1870); Sonhos d’ouro (1872); Senhora (1875); Encarnação (1893, póstumo). II - Romances históricos e/ou indianistas: O Guarani (1857); Iracema (1865); As minas de prata (1865); Alfarrábios (1873); Ubirajara (1874); Guerra dos mascates (1873). III - Romances regionalistas: O gaúcho (1870); O tronco do ipê (1871); Til (1872); O sertanejo (1875). Além de romancista, Alencar foi teatrólogo, merecendo destaque as comédias Verso e reverso, O demônio familiar, As asas de um anjo, Noite de João além dos dramas Mãe e O jesuíta. Como poeta, deixa-nos o poema indianista Os filhos de Tupã. RESENHA É a obra-prima e de síntese do sertão romântico e tranqüilo, onde a paz e a felicidade se dão as mãos para que tanto o senhor como o servo se sintam felizes. Nesta obra, o sertão se revelou em todo o seu esplendor paradisíaco. A fazenda Oitícia tornou-se o símbolo do lugar edênico dos trópicos onde, no quadro tradicionalista da família do capitão-mor, seus agregados e servos, florescem os amores de D. Flor e Arnaldo. Tudo ali é formosura, pureza de intenções, susto e rubores de gente ingênua e simples.
    [Show full text]
  • REPRESENTAÇÕES FEMININAS E IDENTIDADE NACIONAL Uma Leitura Alegórica De Lucíola E Senhora, De José De Alencar
    GREICIELLEN RODRIGUES MOREIRA REPRESENTAÇÕES FEMININAS E IDENTIDADE NACIONAL Uma leitura alegórica de Lucíola e Senhora, de José de Alencar UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS MONTES CLAROS Fevereiro de 2012 GREICIELLEN RODRIGUES MOREIRA REPRESENTAÇÕES FEMININAS E IDENTIDADE NACIONAL Uma leitura alegórica de Lucíola e Senhora, de José de Alencar Dissertação de mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Letras: Estudos Literários, da Universidade Estadual de Montes Claros, como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Letras – Estudos Literários. Área de concentração: Literatura Brasileira Linha de Pesquisa: Tradição e Modernidade Orientadora: Profª Dr.ª Cláudia de Jesus Maia UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS MONTES CLAROS Fevereiro de 2012 Moreira, Greiciellen Rodrigues. M838r Representações femininas e identidade nacional [manuscrito] : uma leitura alegórica de Lucíola e Senhora, de José de Alencar / Greiciellen Rodrigues Moreira. – 2012. 132 f. Bibliografia: f. 129-132. Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Montes Claros - Unimontes, Programa de Pós-Graduação em Letras – Estudos Literários/PPGL, 2012. Orientadora: Profa. Dra. Cláudia de Jesus Maia. 1. Literatura brasileira. 2. Tradição e modernidade. 3. Alencar, José de, 1829-1877 – Lucíola – Senhora - Estudo. 4. Representação de gênero - Identidade nacional. I. Maia, Cláudia de Jesus. II. Universidade Estadual de Montes Claros. III. Título. IV. Título: Uma leitura alegórica de Lucíola e Senhora, de José de Alencar. Catalogação: Biblioteca Central Professor Antônio Jorge Dedico este trabalho ao mestre dos mestres, Jesus Cristo, e à minha família, pelo amor e cuidado. AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus por ter permitido que eu me tornasse a pessoa e pesquisadora que sou hoje. À minha amada família pelo incentivo, que sempre me leva a almejar novas conquistas.
    [Show full text]
  • José De Alencar, Identidade E Imagem Análise Sobre a Era Da Imagem Como Elemento De Expansão Do Projeto Identitário Do Autor
    JOSÉ DE ALENCAR, IDENTIDADE E IMAGEM ANÁLISE SOBRE A ERA DA IMAGEM COMO ELEMENTO DE EXPANSÃO DO PROJETO IDENTITÁRIO DO AUTOR JOSÉ DE ALENCAR, IDENTITY AND IMAGE ANALYSIS OF THE IMAGE AGE AS AN EXPANSION ELEMENT OF THE AUTHOR'S IDENTITY PROJECT ANDERSON ANTONANGELO* [email protected] O objetivo deste estudo é avaliar de que maneira o advento da televisão e do cinema, ao longo do século XX, serviu como elemento de consolidação do projeto identitário iniciado pelos românticos após a independência do Brasil, sobretudo na figura de José de Alencar. O estudo terá como guia a observação das particularidades sociopolíticas de alguns momentos centrais do século XX no Brasil em que a adaptação cinematográfica e televisiva de suas obras teve crescimento expressivo. Palavras-Chave: José de Alencar; Brasil; identidade; romantismo; televisão; cinema. The aim of this study is to evaluate how the advent of television and cinema, throughout the 20th century, served as element of consolidation of the identity project initiated by the romantics after Brazil's independence, especially in the figure of José de Alencar. The study will be guided by the observation of the socio-political particularities of some central moments of the twentieth century in Brazil when the cinematographic and television adaptation of his works had an expressive growth. Keywords: José de Alencar; Brazil; identity; romanticism; television; movie theater. Data de receção: 2020-01-30 Data de aceitação: 2020-02-29 DOI: https://doi.org/10.21814/2i.2510 * Investigador, Universidade do Minho, Instituto de Letras e Ciências Humanas, Braga, Portugal. ORCID: 0000-0002-6865-572X.
    [Show full text]
  • Special List 375: Fiction
    special list 375 1 RICHARD C.RAMER Special List 375 Fiction 2 RICHARDrichard c. C.RAMER ramer Old and Rare Books 225 east 70th street . suite 12f . new york, n.y. 10021-5217 Email [email protected] . Website www.livroraro.com Telephones (212) 737 0222 and 737 0223 Fax (212) 288 4169 June 1, 2020 Special List 375 Fiction Items marked with an asterisk (*) will be shipped from Lisbon. SATISFACTION GUARANTEED: All items are understood to be on approval, and may be returned within a reasonable time for any reason whatsoever. VISITORS BY APPOINTMENT special list 375 3 Special List 375 Fiction With the Author’s Signed Presentation Inscription 1. ABELHO, [Joaquim] Azinhal. Arraianos. Histórias de contrabandistas & malteses. [Lisbon]: [Edição do Autor at Tipografia Ideal], 1955. 8°, original illustrated wrappers (minor wear). Light browning. In good to very good condition. Author’s signed two-line presentation inscription on the half-title to Henrique Avelar. 208 pp., (2 ll.). $75.00 FIRST and ONLY EDITION of one of the most important works by [Joaquim] Azinhal Abelho (Nossa Senhora da Orada, Borba, 1916-Lisbon, 1979). Abelho also wrote plays, some in the manner of Gil Vicente and others in the post-Romantic mode. For the Teatro d’Arte de Lisboa, which he founded in 1955 with Orlando Vitorino, he and Vitorino translated plays by Graham Greene, Lorca and Chekhov. ❊ On Abelho, see Dicionário cronológico de autores portugueses IV, 446-7; this is listed as one of his major works. See also João Bigotte Chorão in Biblos, I, 10. NUC: DLC, NN, CLU, MH.
    [Show full text]
  • The 'Show - Place5 Novel ^A
    ZröLE- ZANOTTO MALHADAS , THE 'SHOW - PLACE5 NOVEL ^A. PARALLEL BETWEEN JOSÉ DE ALENC^R'S AND JAMES FENIMORE COOPER'S WORKS Dissertação para obtenção do Grau de Mestre, Área de Concentração: Literatu- ras de Língua Inglesa, do Curso de Pós- Graduação em Letras. Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes da Universidade Federal do Paraná. - CURITIBA .1980 PROFESSOR ORIENTADOR Doutor HERIBERTO ARNS Titular de Literatura Norte-Americana da Universidade Federal do Paraná. CONTENTS RESUMO iv ABSTRACT vi 1. INTRODUCTION 1 2. ALENCAR's Weltanschauung ' 17 Brazilian 'Show-place' 2.1 Historical Background 18 2.2 Alencar's ' Show-place ' Novels 20 2.3 Ubirajara 2 4 2.4 Iracema 27' 2.5 O Guarany 30 2.6 As Minas de Prata 32 2.7 O Sertanejo 35 2.8 O Gaucho 39 3. COOPER'S 'Weltanschauung' Notth-American 'Show-place 43 3.1 Historical Background 50 3.2 Cooper's 'Show-place' Novels 5 2 3.2.1 The Leatherstocking Tales 56 3.3 The Deerslayer 60 3.4 The Last of the Mohicans 6 2 3.5 The Pathfinder 65 3.6 The Pioneers 69 3.7 The Prairie 73 4. SIMILARITIRES and DISSIMILARITIES The 'Show-place' of the New World 83 Time and Space 84 4.1 The Indians' Primitive Philosophy 86 4.1.1 The Whites and The Redmen 86 4.1.2 The Glorious Past: Cosmogony + Eschatology 89 ii 4.2 Customs and Rituals 92 4.2.1 Mythology 9 2 4.2.2 Painting = Metamorphosis 94 4.2.3 Scalping X Anthropophagy 97 4.2.4 Smoke and Smoking 100 4.2.5 Funeral 101 4 .
    [Show full text]
  • Sonhos D'ouro
    www.ebooksbrasil.org 1 Sonhos D’Ouro [1872] José (Martiniano) de Alencar [1829-1877] Versão para eBook eBooksBrasil.com Fonte Digital: A Biblioteca Virtual do Estudante Brasileiro A Escola do Futuro da Universidade de São Paulo www.bibvirt.futuro.usp Digitado por Maria Fernanda Amado Morillo de Andrade Copyright Domínio Público 2 Èndice Nota do Editor: 4 O Autor e a Obra: 5 Sonhos D‘Ouro: 8 Benção Paterna: 9 I: 29 II: 41 III: 52 IV: 65 V: 78 VI: 97 VII: 111 VIII: 127 IX: 142 X: 155 XI: 171 XII: 184 XIII: 194 XIV: 206 XV: 217 XVI: 225 XVII: 236 XVIII: 248 XIX: 262 XX: 277 XXI: 290 XXII: 304 XXIII: 318 XXIV: 335 XXV: 355 XXVI: 368 XXVII: 383 XXVIII: 394 XXIX: 407 XXX: 420 XXXI: 433 XXXII: 444 Carta ao Editor: 450 Pós-Escrito: 451 Os Sonhos D‘Ouro: 462 3 Nota do Editor Para benefício do leitor, acrescentamos, além da usual biografia do Autor, um histórico sobre a obra e Benção Paterna, constante, à guisa de prefácio, da Primeira Edição. Para fins editoriais, compulsamos a fonte digital com a fidelíssima edição da José Olympio, de onde procedem as inclusões acima mencionadas. Os trechos em negrito foram convertido em itálico. [Sonhos D’Ouro, Obras de Ficção de José de Alencar, Livraria José Olympio Editora, Rio, 1951, Vol. XII, ilustrações de Santa Rosa, prefácio de Nelson W erneck Sodré] 4 O AUTOR José de Alencar “Poeta, romancista, dramaturgo, crítico, jornalista, político, ensaísta, orador parlamentar e consultor do Ministério da Justiça. É considerado o patriarca da literatura brasileira.
    [Show full text]
  • O Sertão Romântico: Leitura De O Sertanejo, De Alencar, E De Inocência, De Taunay
    UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LETRAS – PPGL MÔNICA CRISTINA NASCIMENTO NUNES O SERTÃO ROMÂNTICO: LEITURA DE O SERTANEJO, DE ALENCAR, E DE INOCÊNCIA, DE TAUNAY JOÃO PESSOA - PB 2014 MÔNICA CRISTINA NASCIMENTO NUNES O SERTÃO ROMÂNTICO: LEITURA DE O SERTANEJO, DE ALENCAR, E DE INOCÊNCIA, DE TAUNAY Dissertação submetida à apreciação da Banca Examinadora como pré-requisito para a obtenção do título de Mestre em Letras, do Programa de Pós- Graduação em Letras – PPGL – da Universidade Federal da Paraíba. Área: Literatura e Cultura Linha de Pesquisa: Memória e Produção Cultural Orientadora: Profa. Dra. Wilma Martins de Mendonça. JOÃO PESSOA – PB 2014 N972s Nunes, Mônica Cristina Nascimento. O sertão romântico: leitura de O Sertanejo, de Alencar, e de Inocência, de Taunay / Mônica Cristina Nascimento Nunes.- João Pessoa, 2014. 94f. Orientadora: Wilma Martins de Mendonça Dissertação (Mestrado) - UFPB/CCHL 1. Alencar, José Martiniano de, 1829-1877 - crítica e interpretação. 2. Taunay, Alfredo Maria Adriano d'Escragnolle, 1843- 1889 - crítica e interpretação. 3. Literatura brasileira - crítica e interpretação. 4. Literatura e cultura. UFPB/BC CDU: 869.0(81)(043) A meu pai (in memoriam), que me alfabetizou em casa. Lembro-me dele a segurar minhas mãos, em seu colo, a ensinar-me as primeiras letras e palavras. Do amor à leitura, ele foi meu exemplo. À minha mãe, por tudo. À minha amada filha, Heloísa Vitória, pelos momentos em que estive ausente. DEDICO AGRADECIMENTOS A meu esposo, Wedson Alves de Sousa, pela constante presença e paciência nos momentos mais difíceis; À minha orientadora, profa.
    [Show full text]
  • Romantismo – Prosa 1844
    ROMANTISMO – PROSA 1844...................................................1881 • A MORENINHA • O Mulato Joaquim M. de Macêdo • Memórias Póstumas de Brás Cubas • Retrato do modo de vida e da ideologia burguesa conflito entre o bem (herói) e o mal (vilão) Enredo simples – linear namoro difícil: desejo X dever impasse amoroso (final feliz ou trágico) • Personagens planos / idealizados . ESTRUTURA FOLHETINESCA: comportamento previsível • Tempo cronológico / uso do flashback A leitora (Jean-Honoré • Descrição e exaltação da vida burguesa Fragonard) • Narrativa rápida (romance de ação) 2 TIPOLOGIA DO ROMANCE ROMANCE URBANO: Descrição dos costumes burgueses. Forte caráter sentimental. ROMANCE INDIANISTA: O índio como símbolo de nacionalidade. O bom selvagem. Miscigenação com o branco. Valorização dos mitos, tradições e lendas. Retorno ao passado histórico. 3 TIPOLOGIA DO ROMANCE ROMANCE HISTÓRICO: Temática de fato histórico paralela à trama. ROMANCE REGIONALISTA: Abordagem do sertanejo e seus costumes. Descrições das paisagens interioranas. 4 ROMANCE URBANO JOAQUIM MANUEL DE MACEDO (1820 – 1882) CARACTERÍSTICA DA OBRA • Narrativas urbanas • Estrutura de folhetim • Cenários identificáveis pelos leitores • Visão superficial de certos hábitos da classe média carioca IMPORTÂNCIA DA OBRA: • Desperta no público o gosto pelo romance ambientado no Brasil A Moreninha relato sentimental da ligação entre dois (1844) jovens, presos à uma promessa da infância. 5 6 MANUEL ANTÔNIO DE ALMEIDA (1831 – 1861) Memórias de um Sargento de Milícias (1852/3, folhetim)
    [Show full text]
  • Nos Ciclos Da Ambição: Uma Releitura Dos Romances Sonhos D´Ouro (1872), De José De Alencar, E a Mão E a Luva (1874), De
    UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE ESTUDOS DA LINGUAGEM PRISCILA SALVAIA NOS CICLOS DA AMBIÇÃO: UMA RELEITURA DOS ROMANCES SONHOS D´OURO (1872), DE JOSÉ DE ALENCAR, E A MÃO E A LUVA (1874), DE MACHADO DE ASSIS, ATRAVÉS DAS PÁGINAS DA IMPRENSA OITOCENTISTA. CAMPINAS, 2019 PRISCILA SALVAIA NOS CICLOS DA AMBIÇÃO: UMA RELEITURA DOS ROMANCES SONHOS D´OURO (1872), DE JOSÉ DE ALENCAR, E A MÃO E A LUVA (1874), DE MACHADO DE ASSIS, ATRAVÉS DAS PÁGINAS DA IMPRENSA OITOCENTISTA. Tese apresentada ao Instituto de Estudos da Linguagem (IEL) da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) para obtenção do título de Doutora em Teoria e História Literária, na área de História e Historiografia Literária. Orientador: Prof. Dr. Jefferson Cano Este exemplar corresponde à versão final da Tese defendida pela aluna Priscila Salvaia e orientada pelo Prof. Dr. Jefferson Cano. CAMPINAS, 2019 Agradecimentos Inicialmente agradeço à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) pela concessão da Bolsa de Doutorado (Processo nº 2015/15400-0), que proporcionou as condições dignas para o desenvolvimento de toda a Tese. Serei sempre grata ao meu orientador, o Professor Dr. Jefferson Cano, que, há cerca de uma década atrás, aceitou o enorme desafio de me orientar pelos caminhos da pesquisa e do ensino, fazendo-me crer que História & Literatura é par que se conjuga. Agradeço pelos inúmeros ensinamentos, pela disposição ao diálogo, pelas críticas construtivas e pelo exemplo de ética e dedicação à universidade pública. Agradeço ainda pelos gestos gentis, pelas palavras de estímulo, e pelo acolhimento e compreensão diante das viravoltas da vida.
    [Show full text]
  • Alencar| Senhora – Perfil De Mulher| Senhora - Profile of a Woman
    VIRTUAL BRAZILIAN BILINGUAL BOOK CLUB – EMBASSY OF BRAZIL IN LONDON 2021-Pleasures of Reading Brazilian Literature #BrazilianLitReadingPleasures BRAZILIAN BILINGUAL BOOK CLUB|G.M. (JOSÉ DE ALENCAR| SENHORA – PERFIL DE MULHER| SENHORA - PROFILE OF A WOMAN 2021 Celebrating the Pleasures of Reading Brazilian Literature #BrazilianLitReadingPleasures 22nd July 2021, 6.30-9 PM GMT UPDATED/REVISED REPEAT EDITION Senhora -Perfil de Mulher (1874-5) JOSÉ MARTINIANO DE ALENCAR (1829-1877) Translated as Senhora - Profile of A Woman (1994) 1 Page ©VIRTUAL BRAZILIAN BILINGUAL BOOK CLUB –EMBASSY OF BRAZIL IN LONDON All rights reserved - Creator & Convenor -©Nadia Kerecuk http://londres.itamaraty.gov.br/en-us/book_club.xml 14-16 Cockspur Street London SW11Y 5BL @BrazilEmbassyUK VIRTUAL BRAZILIAN BILINGUAL BOOK CLUB – EMBASSY OF BRAZIL IN LONDON 2021-Pleasures of Reading Brazilian Literature #BrazilianLitReadingPleasures A riveting tale of how a woman ends up buying a husband in a beguiling love story! Delightful summer escapism: allow yourself to be carried away by the romance of courtship in 19th century Brazil with echoes of My Fair Lady/Pygmalion! A masterly early Brazilian psychological novel, with a 21st century feel, exploring the meaning of marriage as a commercial venture and a suitably convenient arrangement. Its plot contains passions of the soul, virtues and vices with karmic twists and plenty of mind games. Appearances can be deceptive: why does Aurora show off her trophy husband during her promenades in the fashion-conscious Rio de Janeiro? Masterly storytelling from the pen of José de Alencar, the most Brazilian of souls, debating timeless moral and ethical themes in shapeshifting human relationships.
    [Show full text]