Quarenta Anos Das Relações Brasil-Angola : Documentos E Depoimentos / Sérgio Eduardo Moreira Lima, Luís Cláudio Villafañe G
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história diplomática Quarenta anos das relações Brasil-Angola MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES Ministro de Estado Embaixador Mauro Luiz Iecker Vieira Secretário‑Geral Embaixador Sérgio França Danese FUNDAÇÃO ALEXANDRE DE GUSmÃO Presidente Embaixador Sérgio Eduardo Moreira Lima Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais Diretor Embaixador José Humberto de Brito Cruz Centro de História e Documentação Diplomática Diretor Embaixador Maurício E. Cortes Costa Conselho Editorial da Fundação Alexandre de Gusmão Presidente Embaixador Sérgio Eduardo Moreira Lima Membros Embaixador Ronaldo Mota Sardenberg Embaixador Jorio Dauster Magalhães e Silva Embaixador Gonçalo de Barros Carvalho e Mello Mourão Embaixador José Humberto de Brito Cruz Embaixador Julio Glinternick Bitelli Ministro Luís Felipe Silvério Fortuna Professor Francisco Fernando Monteoliva Doratioto Professor José Flávio Sombra Saraiva Professor Eiiti Sato A Fundação Alexandre de Gusmão, instituída em 1971, é uma fundação pública vinculada ao Ministério das Relações Exteriores e tem a finalidade de levar à sociedade civil informações sobre a realidade internacional e sobre aspectos da pauta diplomática brasileira. Sua missão é promover a sensibilização da opinião pública nacional para os temas de relações internacionais e para a política externa brasileira. Sérgio Eduardo Moreira Lima Luís Cláudio Villafañe G. Santos (Organizadores) Quarenta anos das relações Brasil-Angola Documentos e depoimentos Brasília – 2015 Direitos de publicação reservados à Fundação Alexandre de Gusmão Ministério das Relações Exteriores Esplanada dos Ministérios, Bloco H Anexo II, Térreo 70170‑900 Brasília–DF Telefones: (61) 2030‑6033/6034 Fax: (61) 2030‑9125 Site: www.funag.gov.br E‑mail: [email protected] Equipe Técnica: Eliane Miranda Paiva Fernanda Antunes Siqueira Gabriela Del Rio de Rezende André Luiz Ventura Ferreira Luiz Antônio Gusmão Projeto Gráfico: Daniela Barbosa Programação Visual e Diagramação: Gráfica e Editora Ideal Impresso no Brasil 2015 Q111 Quarenta anos das relações Brasil-Angola : documentos e depoimentos / Sérgio Eduardo Moreira Lima, Luís Cláudio Villafañe G. Santos (organizadores). – Brasília : FUNAG, 2015. 260 p. : il. – (História diplomática) ISBN 978‑85‑7631‑575-9 1. Independência de Angola (1975). 2. Diplomacia - Brasil - Angola. 3. História diplomática - Brasil. 4. Documento histórico. I. Lima, Sérgio Eduardo Moreira. II. Santos, Luís Cláudio Villafañe G. III. Série. CDD 327.2 Depósito Legal na Fundação Biblioteca Nacional conforme Lei n° 10.994, de 14/12/2004. SUMÁRIO Apresentação................................................................................................ 9 Mauro Vieira O Brasil e a Independência de Angola.................................................. 13 Sérgio Eduardo Moreira Lima O sentido do reconhecimento da independência de Angola pelo Brasil.............................................. 45 Nelson Manuel Cosme Nota sobre a documentação................................................................... 53 Luís Cláudio Villafañe G. Santos Parte I Documentos Exposição de Motivos ao Senhor Presidente da República, General de Exército Emílio Garrastazu Médici G/DAO/DOI/ DEU/022/900.2 (F42)(A), de 22 de janeiro de 1974 (Arquivo do Itamaraty)............................................................................ 71 Circular‑telegráfica número 9821, de 7 de maio de 1974, transmitida às Missões Diplomáticas do Brasil em Abdijan, Nairóbi, Kinshasa, Acra, Dacar, Lagos e Cairo, com retransmissão para a Embaixada em Lisboa e para as Representações junto à ONU em Genebra e Nova York (Arquivo do Itamaraty).........................................................................121 Comunicado de Imprensa do Ministério das Relações Exteriores, de 8 de junho de 1974......................................123 “O Brasil e a África Subsaárica”: Palestra proferida na Escola Superior de Guerra, em 3 de julho de 1974, pelo então Ministro Ítalo Zappa, Chefe do Departamento de Ásia, África e Oceania do Ministério das Relações Exteriores (Arquivo da ESG)...................................................................................125 Excerto do Discurso do Ministro Antonio Francisco Azeredo da Silveira na abertura da XXIX Sessão Ordinária da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, em 23 de setembro de 1974..................................................................145 Excerto do Discurso do Ministro Antonio Francisco Azeredo da Silveira na abertura da XXX Sessão Ordinária da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, em 22 de setembro de 1975..................................................................149 Despacho‑telegráfico n° 393, secreto, da Secretaria de Estado das Relações Exteriores à Representação Especial do Brasil em Luanda, de 6 de novembro de 1975 (Arquivo do Itamaraty)...............................................................151 Nota de Imprensa do Ministério das Relações Exteriores, divulgada no dia 10 de novembro de 1975 no Brasil, à zero hora do dia 11 de novembro, no horário de Angola...........153 Parte II Depoimentos Presidente da República, General Ernesto Beckmann Geisel...........157 Ministro das Relações Exteriores, Embaixador Antonio Francisco Azeredo da Silveira..............................................159 Embaixador Ovídio de Andrade Melo................................................165 Apresentação O Brasil olha para a África de uma perspectiva estratégica e de longo prazo. O continente africano é parte essencial de nossa história, de nossa identidade e de nossa inserção internacional. A parceria que desenvolvemos com Angola, país irmão de língua portuguesa, é um dos eixos fundamentais dessa política. A perspectiva abrangente, ao mesmo tempo histórica e estratégica, já embasava a visão do Brasil sobre Angola mesmo antes de sua constituição formal como nação: o Brasil foi o primeiro país do mundo a reconhecer a nascente República de Angola, exatamente no dia de sua independência, em 11 de novembro de 1975. O relacionamento entre o Brasil e Angola deve ser percebido, assim, em uma dupla dinâmica: a do contexto mais amplo que nos aproxima da África e a do rumo que buscamos traçar conjuntamente para esta parceria bilateral que nos une. São conhecidos os vínculos históricos, culturais e de sangue entre o continente africano e o Brasil. A África contribuiu de forma profunda para a formação da população brasileira e para muitas 9 Mauro Vieira Quarenta anos das relações Brasil‑Angola facetas de sua cultura, da língua à culinária, da música à religião e ao desenvolvimento econômico do território nacional. É abrangente e complexa a rede de relações políticas, econômicas, comerciais, sociais e culturais que une o Brasil aos países africanos. Intensifica-se a cada ano a presença de cidadãos, de empresas e de investimentos brasileiros na África. Iniciativas de cooperação nas mais diversas áreas, como agricultura, biotecnologia e saúde pública, têm um papel importante em nosso relacionamento com o continente africano. A África é parte da vizinhança do Brasil, unida pela longa fronteira marítima do Atlântico Sul. Nesse contexto se inserem os laços de amizade e cooperação entre o Brasil e Angola. Nossas relações bilaterais avançam significativamente nas mais diversas frentes. No plano político, o estabelecimento da Parceria Estratégica Brasil-Angola, em 2010, sistematizou o diálogo político e a coordenação entre nossos países. A história, a língua e a cultura, bem como aspirações e desafios de desenvolvimento compartilhados, nos tornam, inevitavelmente, parceiros estratégicos. No plano econômico, os fluxos comerciais bilaterais ampliam-se, empresas brasileiras operam em diversos setores da economia angolana e empresas angolanas atuam no Brasil. Nas áreas de defesa, gestão governamental, desenvolvimento social, saúde e educação, os dois países desenvolvem importante cooperação bilateral. Também nas negociações multilaterais, Angola é um parceiro de grande relevância para o Brasil. Nossos países almejam uma ordem internacional fundada na paz e no desenvolvimento, com maior espaço e voz para os países em desenvolvimento. Na Organização das Nações Unidas (ONU), na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), na Organização Mundial do Comércio (OMC) e em diversas outras instâncias multilaterais, nossas visões convergem. São amplamente reconhecidos os esforços empreendidos pelo 10 Apresentação Governo angolano em favor da manutenção da paz e da prosperidade no continente africano. A concertação e a cooperação empreendidas por Brasil e Angola contribuem para o avanço de uma agenda internacional baseada na promoção do desenvolvimento, do diálogo diplomático e da solução pacífica de controvérsias, objetivos permanentes da política externa de ambos os países. Para marcar a celebração destes quarenta anos de amizade e relacionamento diplomático entre o Brasil e Angola, o Ministério das Relações Exteriores, com o inestimável apoio da Fundação Alexandre de Gusmão, organizou a edição deste livro, que busca lançar novas luzes sobre a decisão brasileira de reconhecer a República de Angola no momento mesmo de sua independência, em 1975. A obra, que reúne documentação dos arquivos do Itamaraty e testemunhos dos principais protagonistas, ilustra a rápida e decisiva evolução da política externa brasileira para o continente africano. Esperamos que este livro possa despertar ainda mais o interesse de pesquisadores e do público em geral por esse marco da história da diplomacia brasileira. Um marco