Memórias De Angola E Vivências No Brasil: Educação E Diversidades Étnica E Racial
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS CENTRO DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS HUMANAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO TESE DE DOUTORADO MEMÓRIAS DE ANGOLA E VIVÊNCIAS NO BRASIL: EDUCAÇÃO E DIVERSIDADES ÉTNICA E RACIAL Marciele Nazaré Coelho Orientadora: Profa. Dra. Roseli Rodrigues de Mello SÃO CARLOS 2008 Ficha catalográfica elaborada pelo DePT da Biblioteca Comunitária/UFSCar Coelho, Marciele Nazaré. C672m Memórias de Angola e vivências no Brasil: educação e diversidades étnica e racial. / Marciele Nazaré Coelho. -- São Carlos : UFSCar, 2009. 174 f. Tese (Doutorado) -- Universidade Federal de São Carlos, 2008. 1. Educação. 2. Diversidade. 3. Memória. 4. Identidade. 5. Imigração. I. Título. CDD: 370 (20a) UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS CENTRO DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS HUMANAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO TESE DE DOUTORADO MEMÓRIAS DE ANGOLA E VIVÊNCIAS NO BRASIL: EDUCAÇÃO E DIVERSIDADES ÉTNICA E RACIAL Aluna: Marciele Nazaré Coelho Tese apresentada ao Programa de Pós- graduação em Educação da Universidade Federal de São Carlos, como parte dos requisitos para obtenção do Título de Doutora em Educação na Área de Metodologia de Ensino. Orientadora: Profa. Dra. Roseli Rodrigues de Mello SÃO CARLOS 2008 Aos meus queridos pais, Leni e Cícero Coelho AGRADECIMENTOS Os caminhos trilhados entre o Brasil e Angola e no interior dos dois países e as vivências interculturais fizeram dessa tese um trabalho conjunto, em que participaram diretamente ou indiretamente muitas pessoas. Nesse ir e vir, muitos foram os apoios recebidos para a concretização da pesquisa. Agradeço à minha família, aos meus pais, Leni e Cícero, às minhas irmãs, Raquel e Marcela e ao meu companheiro Miguel pelas contribuições teóricas, pelo incentivo, carinho e paciência que tiveram durante todo o processo de pesquisa e escrita da tese. Às participantes da pesquisa, por terem me possibilitado a escrita e análise conjunta de suas memórias. Agradeço à Profa. Dra. Roseli R. de Mello por aceitar navegar comigo nesse imenso mar que foi a pesquisa. Agradeço pela orientação cuidadosa e pelas discussões teóricas que me permitiram o estudo, o contato e o diálogo com diferentes autores. Agradeço à Profa. Dra. Olga R. de M. von Simson pela dedicação que sempre dispendeu para orientar meus passos em minha trajetória educacional e de pesquisa, desde a graduação, e pelas contribuições no momento da qualificação. Ao Prof. Dr. Amadeu J. M. Logarezzi, que, com toda leveza, contribuiu teoricamente enquanto docente e pesquisador do Núcleo de Investigação e Ação Social e Educativa para que pudéssemos caminhar nessa pesquisa. Agradeço à Profa. Dra. Emília Freitas de Lima, pelas contribuições importantes no momento da qualificação. À Profa. Dra. Dulce C. A. Whitaker, pela sensibilidade com a qual acolheu o tema de pesquisa e pelas valiosas contribuições no momento da qualificação. Meus agradecimentos especiais: Aos colegas e amigas que partilharam comigo suas vidas em São Carlos, de modo especial, à Danitza Dianderas da Silva, Eglen Pipi, Vanessa Girotto, Fabiana Marini, Vanessa Gabassa e à Profa. Cristina Pattaro. Às amigas e amigos do Brasil, Eduardo Jordão, Lara S. Dias, Rosenanda Oliveira pelo incentivo, apoio e por acreditarem na possibilidade de realização dessa pesquisa. À Francisca Constantino, pelas contribuições teóricas, pelo empenho e tranquilidade com que guiou todo o processo documental e burocrático que permitiu a defesa dessa tese. Às participantes e aos participantes do Núcleo de Investigação e Ação Social e Educativa, docentes e discentes, por compartilharem conhecimentos, visões de mundo, de realidade e de sujeito, viabilizando minha aproximação com outros olhares e outras possibilidades para entender e atuar na realidade. Aos colegas e amigos de Angola e do Brasil, pelo auxílio na transcrição e aparelhagem técnica, Profa. Dra. Teresa Neto, Prof. Cipriano Calei, Ligia Menezes e Milton André. Aos docentes do Programa de Pós-graduação em Educação da UFSCar que possibilitaram a minha aprendizagem em um espaço novo e repleto de outros conhecimentos e vivências. À Capes, pelo financiamento da pesquisa nos anos de 2006 e 2007. LISTA DE QUADROS I Igualdade como homogeneização 13 II Diversidade sem igualdade 14 III Igualdade de Diferenças 15 IV Funcionalismo e Estruturalismo 18 V Fenomenologia 21 VI Teorias Pós-Modernas 24 VII Teorias Duais 31 VIII Dimensões das perspectivas baseadas na homogeneização, na desigualdade 38 e na igualdade de diferenças IX Dados gerais sobre as participantes da pesquisa 48 X Escolarização dos descendentes no Brasil 49 XI Inserção na Sociedade de Imigração 168 XII Escolarização em Angola 170 XIII Escola no Brasil 173 1 RESUMO As transformações ocorridas nos diferentes países, como as aproximações de mercado, novas formas de comércio, as imigrações e os contatos, geraram novos contextos sociais, econômicos e culturais. Esses contextos modificam também as relações dentro da escola. A presença de uma grande diversidade de culturas, etnias, línguas faz emergir na escola novas relações, formas de conceber o ensino e a aprendizagem, demandando que a diversidade seja incorporada numa relação de diálogo, para que as diferenças entre as pessoas possam se expressar como processo de valorização de todas e todos. É nessa perspectiva que a presença de angolanos no Brasil é focalizada na presente pesquisa. Dois pressupostos deram base ao estudo: a experiência de emigrante fortalece as memórias de quem deixou seu lugar de nascimento e a de imigrante permite análise do novo lugar de vida a partir do contraste com o lugar de origem. A partir destes pressupostos, tomou-se como objeto de pesquisa a vivência da diversidade étnico-racial na escola brasileira, a partir da análise de contraste que mulheres angolanas são capazes de fazer, ao se reportarem à sua própria vivência lá e cá, bem como à de suas filhas. Mais especificamente, o objetivo do estudo foi compreender, a partir da memória de mulheres negras angolanas, as análises que podem realizar e contribuições que podem oferecer à discussão sobre questões relativas à inserção na escola, modos de aprender, relações e convivências nesse espaço, ressaltando as vivências referentes à diversidade cultural, étnica e racial. Por meio de uma série de relatos comunicativos com duas mulheres angolanas, residentes em São Carlos, no Brasil, buscou-se, primeiro, contextualizar a escola em Angola no passado e o processo de escolarização no Brasil, bem como captar o olhar que desenvolveram acerca da escolaridade de seus descendentes no novo país. Depois, relatos comunicativos em profundidade com uma terceira mulher angolana, que há pouco tinha retornado a Angola, vinda de experiência no Brasil por 17 anos, possibilitaram também contextualizar a escola que viveu em Angola no passado, assim como o próprio processo de escolarização no Brasil, bem como o de seus descendentes no país estrangeiro; a volta ao país de origem, permitiu a percepção de elementos sobre as vivências no Brasil que explicitaram processos de racismo. Com base na metodologia crítico-comunicativa, a análise de dados foi feita a partir dos relatos, do grupo de discussão e das análises realizadas pelas angolanas, bem como organizados os sumários com as percepções das angolanas, o que nos possibilitou estabelecer categorias e subcategorias de análise. Pode-se afirmar, como resultados, que as vivências no contexto da escola angolana e as articulações com as experiências das angolanas revividas pela memória possibilitaram-lhes reconstruir não apenas o seu passado de escolaridade, mas também reflexões acerca do presente. Essas mulheres apresentaram importantes contribuições a respeito de ações ocorridas e a desenvolver dentro da escola, no sentido de relações interculturais com base na igualdade de diferenças; apontaram a convivência intensa entre crianças de origens sociais, econômicas, culturais diferenciadas como algo a ser explorado e a transformação de datas comemorativas em processos de aprendizagem da vivência igualitária. PALAVRAS-CHAVE diversidades – memórias – processo educativo – angolanas 2 ABSTRACT The transformation that occurred in the differents countries, like the approximation of market, news ways of commerce, the immigration, the contacts, gives news socials contexts, economics and cultures. Those contexts change also the relation inside schools. The presence of the big diversity of cultures, ethnic, languages makes and emerge new relation at school, ways to concede the teaching and the learn ship demanding that the diversity have to be incorporated in a relation of dialog, so that the differences between people can be expressed as process of valorisation for all. Is in this perspective that the presence of angolans in Brazil is focalized in the present research of the studies. Two presuppose give base to the study: the experience of the immigrant just makes the memories of who left his or her origin country more stronger, and the immigrant permit analyse the new life’s place between the contrast of the birth’s place. From this presupposes ,we have as object the research the living of the diversity ethnic-racial at brazil’s school ,from the analyse of the contrast that the angolans woman are capable to do, when they report they own living there and here. As well as the living of them daughters. Specifically, I will say that the objective of the study was to understand, from the memories of the black angolan woman. The analyse that can realize and contributions that can offer the discussion about the question relatives to the insertion at school.