Museu Nacional Ferroviário. Um Museu Industrial?
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MUSEU NACIONAL FERROVIÁRIO. UM MUSEU INDUSTRIAL? Luís Filipe Gomes Lopes Dissertação de Mestrado em Museologia Orientador: Prof. Dr. Jorge Custódio Março 2012 Dissertação apresentada para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em Museologia, realizada sob a orientação científica de Prof. Dr. Jorge Custódio ii RESUMO MUSEU NACIONAL FERROVIÁRIO. UM MUSEU INDUSTRIAL? Luís Filipe Gomes Lopes PALAVRAS-CHAVE: museologia; museus industriais; museus ferroviários, património industrial, património ferroviário; museu nacional ferroviário. Sabendo que os museus ferroviários são os museus que suscitam um entusiasmo e um enorme interesse público a nível internacional e registam, naturalmente, um elevado número de visitantes entre as centenas de museus criados em todo o mundo, o presente trabalho de investigação tem como objectivo responder à questão levantada no título desta dissertação, será o Museu Nacional Ferroviário, um museu industrial? Com as premissas da museologia industrial, os diversos tipos de museus existentes no campo da técnica e da ciência, da indústria e da empresa, tomando como exemplo quatro museus ferroviários europeus, analisa-se o sentido da museologia ferroviária em Portugal, e historia-se o processo de instalação do Museu Nacional Ferroviário, no Entroncamento. Na dissertação analisa-se o início, o sonho, e a realização em progresso do museu ferroviário português, passando pelas diversas fases da sua afirmação, até ao momento presente. Procura-se, através deste estudo, uma resposta adequada à natureza e tipologia do referido museu, deixando as portas abertas para novos trabalhos futuros de investigação, onde o tema mereça ser continuado e discutido. ABSTRACT NATIONAL RAILWAY MUSEUM. AN INDUSTRIAL MUSEUM? Luis Filipe Gomes Lopes KEYWORDS: museology, industrial museums, railway museums, industrial heritage, railway heritage, national railway museum. Knowing that the railway museums are the museums which give rise to an enthusiasm and a huge public interest internationally and record, of course, a large number of visitors among the hundreds of museums around the world created, this research work aims to answer the question raised in the title of this essay, is the National Railway Museum, an industrial museum? With the industrial premises of museology, the various types of museums in the field of art and science, industry and company, taking the example of four rail museums in Europe, analyzes the meaning of the railway museology in Portugal, and history is the installation process of the National Railway Museum, in Entroncamento. In the dissertation analyzes the beginning, the dream of progress and achievement in Portuguese railway museum, through the various stages of their claim, up to now. Seeking, through this study, an appropriate response to the nature and typology of that museum, leaving the door open for future work of new research, where the topic deserves to be continued and discussed. iii iv MUSEU NACIONAL FERROVIÁRIO UM MUSEU INDUSTRIAL? INTRODUÇÃO ………………………………………………………………….... 1 1. A MUSEOLOGIA INDUSTRIAL …………………………………………….. 7 1.1 museu industrial ……………………………………………………….. 8 1.2. museus técnicos e da ciência ………………………………………...... 10 1.3. museus mineiros e industriais …………………………………………. 12 1.3.1. os museus mineiros e o caminho-de-ferro …………………... 14 1.3.2. os museus de empresa ……………………………………….. 15 1.4. museus ferroviários internacionais …………………………………….. 21 1.4.1. het spoorwegmuseum – utrecht, Holanda …………………... 21 1.4.2. musée français du chemin de fer– cité du train – mulhouse, França ……………………………………………………….. 22 1.4.3. national railway museum – york, Inglaterra …………….…… 24 1.4.4. museo del ferrocarril de madrid – Espanha ……………….…. 26 2. MUSEU NACIONAL FERROVIÁRIO (MNF) ……………………………….. 31 2.1. o sonho …………………………………………………………………. 31 2.2. a génese ………………………………………………………………… 44 2.2.1. o nascimento da amf ………………………………………….. 45 2.2.2. o nascimento da fmnf ………………………………………… 47 2.3. a realidade ……………………………………………………………… 49 2.4. a missão, os valores e os objectivos ……………………………………. 56 2.5. de museu de empresa a museu nacional ……………………………….. 58 3. CAMPO MUSEOLÓGICO FERROVIÁRIO DO ENTRONCAMENTO …….. 63 3.1. as infraestruturas ………………………………………………………… 65 3.2. os edifícios ……………………………………………………………… 69 3.2.1. edifício sede …………………………………………………… 71 3.2.2. rotunda de locomotivas ……………………………………….. 71 3.2.3. armazém de víveres …………………………………………… 74 3.2.4. central eléctrica ………………………………………………. 75 3.2.5. oficinas do vapor ……………………………………………… 77 v 3.2.6. cobertura de material circulante ………………………………. 78 3.2.7. casa da báscula ………………………………………………... 79 3.2.8. zona envolvente do museu …………………………………… 79 3.3. os equipamentos ………………………………………………………... 80 3.4. os serviços ……………………………………………………………… 82 3.4.1. área de acolhimento ………………………………………….. 83 3.4.2. área de exposição …………………………………………….. 84 3.4.3. área de actividades pedagógico-culturais …………………….. 84 3.5. a colecção ………………………………………………………………. 87 3.6. a museografia …………………………………………………………… 88 4. MUSEUS FERROVIÁRIOS: COMO CLASSIFICÁ-LOS? …………………… 95 4.1. património industrial vs património ferroviário ………………………… 96 4.2. o enquadramento legal ………………………………………………….. 97 4.3. a identificação e o inventário do património …………………………… 98 4.4. a conservação e o restauro …………………………………………….. 101 4.5. a investigação e a interpretação ………………………………………. 104 4.6. museu nacional ferroviário, que funções museológicas? ……………… 106 CONCLUSAO ……………………………………………………………………... 111 BIBLIOGRAFIA ………………………………………………………………….. 117 1. fontes …………………………………………………………………… 117 2. bibliografia geral ……………………………………………………….. 118 3. bibliografia específica ………………………………………………….. 122 4. publicações ……………………………………………………………… 125 5. webgrafia ……………………………………………………………….. 127 ANEXOS 1. entrevista prof. dr. jorge custódio ………………………………………. 133 2. entrevista eng. carlos frazão ……………………………………………. 151 3. projecto da ampliação da estação do entroncamento …………………… 165 4. diagrama da abertura à exploração das linhas férreas portuguesas …….. 169 5. carta de nizhny tagil …………………………………………………….. 173 6. carta de riga ……………………………………………………………... 185 vi LISTA DE ABREVIATURAS ACFA – Associação de Entusiastas do Caminho de Ferro de Aveiro/Vouga AFAC – Association Française des Amis du Chemin de Fer AIMFETUR – Associação Ibérica de Museus e Caminhos de Ferro Turísticos AMF – Associação de Amigos do Museu Nacional Ferroviário APAC – Associação Portuguesa de Amigos dos Caminhos-de-Ferro APAI – Associação Portuguesa de Arqueologia Industrial ARJF – Associação Europeia de Jornalistas Ferroviários BBPR – Sociedade de Arquitectos de Milão CEC – Clube de Entusiastas do Caminho-de-Ferro CEI/MNF – Comissão Executiva Instaladora para a Instalação do Museu Nacional Ferroviário CEMF – Comissão de Estudos do Museu Ferroviário CIMPOR – Cimentos de Portugal CME - Câmara Municipal do Entroncamento CP – Comboios de Portugal, E. P. E. DGTT – Direcção Geral dos Transportes Terrestres EDIFER – Construções Pires Coelho & Fernandes EDP – Electricidade de Portugal EFACEC – Empresa portuguesa, que resultou da fusão da ACEC, Ateliers de Construtions Électriques de Charleroi e da CUF, Companhia União Fabril EMEF – Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário FEDECRAIL - Federação Europeia dos Caminhos-de-Ferro Turísticos e Históricos FERBRITAS - Empreendimentos Industriais e Comerciais, S. A. FERNAVE – Formação Técnica, Psicologia Aplicada e Consultoria em Transportes e Pontes, SA FMNF – Fundação Museu Nacional Ferroviário GAT – Gabinete de Apoio Técnico GTI – Grupo de Trabalho Informal GWR – Great Western Railway vii ICOM – Conselho Internacional de Museus ICOMOS - Conselho Internacional de Monumentos e Sítios IFE – Intervenção Ferroviária IGESPAR - Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico IMC – Instituto dos Museus e da Conservação IPPC – Instituto Português do Património Cultural LMS – London, Midland & Scotland LNER – North Eastern Railway MNF – Museu Nacional Ferroviário PIDDAC – Programa de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central PIT – Programa de Intervenção do Turismo POC – Plano Operacional da Cultura PRD – Partido Renovador Democrático PREMA – Programa Nacional de Salvaguarda de Colecções dos Países Baixos QREN – Quadro de Referência Estratégico Nacional REFER – Rede Ferroviária Nacional, E. P. E. RENFE – Red Nacional de Ferrocarriles Españoles RS – Railway Soud SEC - Secretaria de Estado da Cultura SET – Secretaria de Estado dos Transportes SOMAGUE/NEOPUL – Sociedade de Empreitadas Moniz da Maia, Duarte & Vaz Guedes, Lda./Sociedade de Estudos e Construções, S. A. SNCF – Société Nationale des Chemins de Fer Français UNESCO - Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura viii ______________________________ INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO Não foi fácil chegar até aqui, como não é fácil chegar a lado nenhum. Desde os dois anos a “dormir” com os comboios, ouvindo o ranger dos seus rodados e o silvo agudo das locomotivas a vapor, na infância a visitar a oficina de carpintaria com meu avô Domingos, operário carpinteiro, as tardes passadas a ver os comboios com meu avô Zé, chefe de estação e eu, aos 15 anos, como operário estagiário nas oficinas do Entroncamento. Mais de meio século de vivência ferroviária, longe de imaginar que um dia, este dia, aceitava o desafio: escrever sobre o Museu Nacional Ferroviário (MNF). Tendo, por razões profissionais, visto e ajudado a “nascer” o projecto deste museu, achei chegada a hora de prestar homenagem