3816 Diário da República, 1.a série — N.o 113 — 14 de Junho de 2007 com a conservação da natureza, até um máximo de plinador do sector, tendo, por um lado, instituído um 10% da área total da zona de caça. inovador enquadramento jurídico-económico de promo- 3.o É criada uma área de condicionamento parcial ção do desenvolvimento do caminho de ferro, através à actividade cinegética, devidamente demarcada na da abertura a novos operadores, nomeadamente no planta anexa à presente portaria. transporte de mercadorias, e exigindo a sujeição de todos 4.o A presente portaria produz efeitos a partir do os actores às regras de concorrência nacionais e comu- dia 16 de Julho de 2007. nitárias e, por outro, aprofundando a reforma do sector ferroviário, iniciada em 1997 sem, contudo, acarretar Em 29 de Maio de 2007. alterações substanciais no desenho institucional do Pelo Ministro do Ambiente, do Ordenamento do Ter- sector. ritório e do Desenvolvimento Regional, Humberto Del- É agora necessário consolidar a opção tomada, gado Ubach Chaves Rosa, Secretário de Estado do introduzindo novos e mais ambiciosos «mecanismos Ambiente. — O Ministro da Agricultura, do Desenvol- de mercado» e colmatando omissões no quadro nor- vimento Rural e das Pescas, Jaime de Jesus Lopes Silva. mativo delineado que a experiência até hoje adquirida foi revelando. As alterações a introduzir, neste momento, por força da transposição do «pacote ferroviário II» inscrevem-se no sentido de aprofundar as soluções já existentes e consagradas no citado Decreto-Lei n.o 270/2003, de 28 de Outubro, o que justificou a opção pela sua alte- ração e republicação. Esta metodologia permite a manu- tenção do corpus único de texto legislativo, que muito facilita a cognoscibilidade por parte dos operadores do sector (em sentido lato), do conjunto das obrigações a que estão sujeitos e dos direitos que lhes são atribuídos. O presente decreto-lei procede à transposição para a ordem jurídica interna da Directiva n.o 2004/51/CE e, parcialmente, da Directiva n.o 2004/49/CE, ambas do Parlamento Europeu e do Conselho, de 29 de Abril, que reclamam a intervenção normativa com força de lei, prevendo-se, expressamente, a produção regulamen- tar que caberá à entidade reguladora do sector ferro- viário nacional. A este propósito, cumpre recordar que os normativos comunitários integrando os denominados «pacotes fer- roviários» abrangem matérias atinentes à alocação de responsabilidades, a nível interno, às quais não pode ser indiferente o concreto desenho institucional que enquadra os diversos intervenientes no sector ferroviá- rio. Assim, encontra-se em curso uma reforma insti- tucional, iniciada com a Resolução do Conselho de Ministros n.o 124/2005, de 4 de Agosto, que aprova o MINISTÉRIO DAS OBRAS PÚBLICAS, Programa de Reestruturação da Administração Central TRANSPORTES E COMUNICAÇÕES do Estado (PRACE), tendo, designadamente, como objectivo a requalificação dos serviços públicos com

o ganhos de eficiência pela simplificação, racionalização Decreto-Lei n. 231/2007 e automatização. Na sequência da aprovação do de 14 de Junho PRACE, a Resolução do Conselho de Ministros n.o 39/2006, de 30 de Março, veio definir as orientações, o A Directiva n. 2004/49/CE, do Parlamento Europeu gerais e especiais, para a reestruturação dos ministérios. e do Conselho, de 29 de Abril, relativa à segurança Resulta, assim, que a reestruturação do Ministério das dos caminhos de ferro da Comunidade Europeia, e a Obras Públicas, Transportes e Comunicações Directiva n.o 2004/51/CE, do Parlamento Europeu e do (MOPTC), cuja lei orgânica foi aprovada pelo Decre- Conselho, de 29 de Abril, que altera a Directiva to-Lei n.o 210/2006, de 27 de Outubro, passa pela criação n.o 91/440/CEE, do Conselho, de 29 de Julho, relativa do Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres, ao desenvolvimento dos caminhos de ferro comunitários, I. P. (IMTT, I. P.), que, como serviço operacional com ambas do Parlamento Europeu e do Conselho, de 29 de atribuições normativas e reguladoras no domínio dos Abril, que o presente decreto-lei vem transpor, integram transportes terrestres, passará a integrar, entre outras, um conjunto de medidas designadas «pacote ferroviá- atribuições da Direcção-Geral dos Transportes Terres- rio II» que visa aprofundar os mecanismos de mercado tres e Fluviais (DGTTF) e do Instituto Nacional do introduzidos no sector do transporte ferroviário pelas Transporte Ferroviário, I. P. (INTF), que são extintos. Directivas n.os 2001/12/CE, 2001/13/CE e 2001/14/CE, Importa assinalar que, no que respeita a matérias do todas do Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de subsector ferroviário, se encontra prevista a instituição Fevereiro, comummente designadas «pacote ferroviá- no IMTT de uma estrutura com funções de regulação rio I», transpostas para a ordem jurídica portuguesa pelo técnica e económica das actividades ferroviárias, inci- Decreto-Lei n.o 270/2003, de 28 de Outubro. dindo designadamente na relação entre os gestores da O Decreto-Lei n.o 270/2003, de 28 de Outubro, tem infra-estrutura ferroviária e os operadores de transporte, constituído o elemento fulcral do actual quadro disci- dotada de autonomia técnica e independência funcional. Diário da República, 1.a série — N.o 113 — 14 de Junho de 2007 3817

No que respeita ao sector do transporte ferroviário, a necessidade de uma autorização de segurança para o há ainda que ter em conta a criação do Gabinete de exercício da actividade de gestor da infra-estrutura, no Investigação de Segurança e de Acidentes Ferroviários que respeita ao seu sistema de gestão da segurança e (GISAF), entidade independente dos restantes actores outras disposições para satisfazer os requisitos de segu- do sector ferroviário (mormente operadores, gestores rança. da infra-estrutura e entidade reguladora) com a missão São ainda explicitadas as atribuições de segurança de investigar os acidentes, incidentes e ocorrências rela- do regulador do sector ferroviário, IMTT, garantindo cionados com a segurança dos transportes ferroviários. o seu necessário estatuto de independência, a aplicação Em suma, ainda que a reforma do desenho institu- e implementação do regime que agora se aprova, de cional do sector ferroviário esteja em curso, há que pro- forma transparente e não discriminatória. ceder, quanto antes, à transposição dos normativos O aprofundamento do quadro normativo no domínio comunitários que contribuem para o desenvolvimento da segurança ferroviária, imposto por este «pacote fer- dos caminhos de ferro, tendo em conta o desiderato roviário II», é marcado por objectivos de harmonização de criação de um espaço europeu integrado e o reforço do conteúdo das normas de segurança, com vista a ultra- da segurança, pilar fundamental da ferrovia. passar as diferenças que subsistem ao nível dos requisitos Assim, a transposição do «pacote ferroviário II», asse- de segurança adoptados pelos diversos Estados mem- gurada pelo presente decreto-lei, visa completar o qua- bros que afectam o funcionamento optimizado dos trans- dro regulamentar e dar consecução aos esforços, ini- portes ferroviários a nível comunitário. ciados com o «pacote ferroviário I», de realização de um espaço ferroviário europeu integrado. Neste con- Na concretização deste objectivo, é também evidente texto, é efectuada a extensão dos direitos de acesso aos a importância da necessidade de continuar a melhorar serviços de transporte ferroviário internacional de mer- a segurança do sistema em função do progresso técnico cadorias a toda a rede, o que permitirá aumentar os e científico; para tal estabelece-se a introdução gradual benefícios previstos em termos de transferência modal de objectivos comuns de segurança (OCS) e de métodos e de desenvolvimento daqueles serviços de transporte comuns de segurança (MCS), enquanto instrumentos ferroviário. de avaliação do nível de segurança e do desempenho Do mesmo modo, e segundo o princípio da livre pres- dos operadores do sector, tanto ao nível comunitário tação de serviços, é efectuada a extensão dos direitos como nacional, visando garantir a manutenção de um de acesso, a partir de 1 de Janeiro de 2007, a todo nível elevado de segurança e, quando necessário e razoa- o tipo de serviços de transporte ferroviário de merca- velmente exequível, a sua melhoria. dorias, o que possibilitará ganhos de eficiência do modo Introduzem-se, de igual modo, indicadores comuns ferroviário em relação a outros modos de transporte de segurança (ICS) a fim de permitir avaliar se o sistema e incentivar a concorrência, permitindo a entrada de dá cumprimento aos OCS e facilitar o acompanhamento novos capitais e de novas empresas. do desempenho dos caminhos de ferro em matéria de Complementarmente, é instituído um novo complexo segurança. orgânico em matéria de segurança ferroviária, que visa Ora, o desenvolvimento de OCS, MCS e ICS e, bem o progressivo estabelecimento de um quadro regulamen- assim, a necessidade de promover uma abordagem tar comum para a segurança ferroviária, que levará cada comum da segurança ferroviária exigem uma colabo- vez mais o sector ferroviário a substituir a auto-regu- ração, ao nível da Comunidade, das entidades com com- lamentação pela regulamentação pública, e sem o qual petências em matéria de segurança ferroviária. estarão fragilizados quaisquer esforços de criação de Neste âmbito, é estabelecida a necessária articulação um mercado único dos serviços de transporte ferroviário. entre o regulador do sector ferroviário e a Agência Fer- Neste plano, cabe salientar três pontos fundamentais. roviária Europeia, instituída pelo Regulamento (CE) A matéria da certificação de segurança — pedra angu- n.o 881/2004, do Parlamento Europeu e do Conselho, lar do sistema de segurança ferroviário — é objecto de a qual constitui um instrumento essencial de diálogo, profundas alterações no sentido da sua harmonização, de concertação e de intercâmbio entre todos os inter- aprofundando-se os requisitos de emissão dos certifi- venientes no sector, no respeito pelas competências de cados a fim de garantir um elevado nível de segurança cada um, a fim de promover uma cultura ferroviária do sistema. europeia genuína e a constituição de um espaço fer- Os requisitos relativos às qualificações de segurança roviário europeu sem fronteiras. do pessoal operacional e à segurança do material cir- Por fim, estatui-se, a título transitório, a aplicabilidade culante estão agora abrangidos pelos requisitos da cer- tificação de segurança, deixando, por isso, de ser parte das normas previstas nos capítulos III, VI, VII e VIII aos integrante dos requisitos de licenciamento das empresas sistemas de metropolitano na sequência da assunção de transporte ferroviário. Mas, porque a certificação do pelo regulador ferroviário das suas atribuições de regu- pessoal ferroviário e a autorização de colocação em ser- lação e supervisão, fiscalização e promoção da segurança viço do material circulante nas diversas redes nacionais quanto a este modo de transporte ferroviário por força do despacho n.o 5090/2005, de 18 de Fevereiro, publi- constituem frequentemente obstáculos intransponíveis a o para os novos operadores, é prevista garantia de acesso, cado no Diário da República, 2. série, n. 48, de 9 de pelas empresas de transporte ferroviário, às estruturas Março de 2005. de formação e certificação do pessoal, essenciais ao cum- Procede-se ainda à substituição do Instituto Nacional primento dos requisitos estabelecidos nas normas de do Transporte Ferroviário, I. P., pelo Instituto da Mobi- segurança, e é ainda estabelecido um procedimento lidade e dos Transportes Terrestres, I. P., nos termos comum de autorização de colocação em serviço do mate- da alínea b)don.o 2 do artigo 26.o do Decreto-Lei rial circulante. n.o 210/2006, de 27 de Outubro. Em paralelo com o regime de certificação de segurança O presente decreto-lei foi submetido a prévia consulta para as empresas de transporte ferroviário, estabelece-se pública, da qual resultaram contributos da FERTAGUS, 3818 Diário da República, 1.a série — N.o 113 — 14 de Junho de 2007

S. A., do Instituto Nacional de Transportes Ferroviários o) ‘Objectivos comuns de segurança (OCS)’ os e da Rede Ferroviária Nacional — REFER, E. P. níveis de segurança que devem, no mínimo, ser alcan- Assim: çados pelas diversas partes do sistema ferroviário Nos termos da alínea a)don.o 1 do artigo 198.o da (nomeadamente, o sistema ferroviário convencional, Constituição, o Governo decreta o seguinte: o sistema ferroviário de alta velocidade, os túneis fer- roviários de grande extensão ou as linhas utilizadas Artigo 1.o exclusivamente para o transporte de mercadorias) e pelo sistema no seu conjunto, expressos em critérios Objecto de aceitação de riscos; O presente decreto-lei procede à transposição para p) [Anterior alínea m).] a ordem jurídica interna das seguintes directivas: q) [Anterior alínea o).] r) [Anterior alínea p).] a) Directiva n.o 2004/51/CE, do Parlamento Europeu s) [Anterior alínea q).] e do Conselho, de 29 de Abril, que altera a Directiva t) [Anterior alínea r).] n.o 91/440/CEE, do Conselho, de 29 de Julho, relativa u) ‘Sistema de gestão da segurança (SGS)’ a orga- ao desenvolvimento dos caminhos de ferro comuni- nização e as disposições adoptadas pelo gestor da tários; infra-estrutura ou por empresa de transporte ferro- b) Parcialmente, a Directiva n.o 2004/49/CE, do Par- viário para garantir a segurança da gestão das suas lamento Europeu e do Conselho, de 29 de Abril, relativa operações; à segurança dos caminhos de ferro da Comunidade, e v) [Anterior alínea s).] que altera a Directiva n.o 95/18/CE, do Conselho, rela- x) [Anterior alínea t).] tiva às licenças das empresas de transporte ferroviário, z) [Anterior alínea u).] e a Directiva n.o 2001/14/CE, relativa à repartição de aa) [Anterior alínea v).] capacidade da infra-estrutura ferroviária, à aplicação de ab) [Anterior alínea x).] taxas de utilização da infra-estrutura ferroviária e à cer- tificação da segurança. Artigo 11.o [...] Artigo 2.o

o 1 — O requisito de capacidade técnica considera-se Alteração ao Decreto-Lei n. 270/2003, de 28 de Outubro preenchido desde que a empresa tenha uma orga- Os artigos 3.o, 11.o, 18.o, 20.o, 22.o, 32.o, 38.o, 40.o, nização de gestão com a experiência ou os conhe- 43.o, 64.o, 65.o, 66.o, 70.o, 77.o, 82.o e 86.o do Decreto-Lei cimentos necessários para exercer, de modo seguro n.o 270/2003, de 28 de Outubro, rectificado pela Decla- e eficaz, o controlo de exploração e a supervisão do ração de Rectificação n.o 26/2003, e alterado pelo Decre- tipo de operações abrangido pela licença. to-Lei n.o 146/2004, de 17 de Junho, passam a ter a 2 — Quando a empresa não tenha ainda iniciado seguinte redacção: actividade, deve demonstrar que tem condições de vir a dispor de uma organização de gestão nos termos referidos no número anterior. «Artigo 3.o [...] Artigo 18.o ...... [...] a) ...... 1—...... b) ...... c) ...... a) Quando uma empresa titular de licença tenha d) ...... pendente contra si um processo de insolvência ou e) ...... de recuperação de empresa; f) ...... b) ...... g) ...... h) ...... 2—...... i) ‘Especificações técnicas de interoperabilidade 3—...... (ETI)’ as especificações de que são objecto os sub- 4—...... sistemas ou partes de subsistemas para satisfazerem 5 — A informação a que se refere o número ante- os requisitos essenciais e garantirem a interoperabi- rior conterá ainda a discriminação de receitas e des- lidade dos sistemas ferroviários transeuropeus de alta pesas por actividade, para efeitos de avaliação do velocidade e convencionais, conforme definido na alí- impacte dos subsídios e subvenções nos preços finais nea a) do artigo 2.o do Decreto-Lei n.o 93/2000, de praticados, nos termos a definir por instrução do 23 de Maio, e na alínea a) do artigo 2.o do Decreto-Lei IMTT. n.o 75/2003, de 16 de Abril; j) [Anterior alínea i).] Artigo 20.o l) [Anterior alínea j).] [...] m) [Anterior alínea l).] n) ‘Métodos comuns de segurança (MCS)’ os méto- 1—...... dos desenvolvidos para descrever os modos de ava- 2—...... liação dos níveis de segurança e de consecução dos 3—...... objectivos comuns de segurança e do cumprimento 4—...... de outros requisitos de segurança; 5—...... Diário da República, 1.a série — N.o 113 — 14 de Junho de 2007 3819

6—...... Artigo 64.o 7 — Depois de 1 de Janeiro de 2007 os direitos previstos no n.o 2 são concedidos a todas as empresas Responsabilidade em matéria de segurança de transporte ferroviário estabelecidas num Estado 1 — Os gestores da infra-estrutura e as empresas membro. de transporte ferroviário são responsáveis, perante os utilizadores, os clientes, os próprios trabalhadores Artigo 22.o e terceiros, pela segurança da exploração da sua parte do sistema ferroviário e pelo controlo dos riscos asso- [...] ciados, incluindo o fornecimento de material e a con- 1 — O acesso pela rede e a prestação, nos terminais tratação de serviços. e portos que sirvam, ou possam servir, mais de um 2 — A responsabilidade prevista no número ante- cliente final, de serviços relacionados com o exercício rior não afecta a responsabilidade de cada produtor, dos direitos referidos no artigo 20.o são concedidos fornecedor de serviços de manutenção, entidade res- a todas as empresas de transporte ferroviário de forma ponsável pelos vagões, prestador de serviços e enti- não discriminatória, não podendo estar sujeitos a res- dade adjudicante de garantir que os veículos, insta- trições, a menos que existam alternativas ferroviárias lações, equipamentos e materiais por eles fornecidos, viáveis em condições de mercado para os requerentes bem como os serviços prestados, estão em confor- ou partes interessadas em causa. midade com os requisitos e as condições de utilização 2—...... indicados para o seu uso em segurança na exploração 3—...... do sistema pelas empresas ferroviárias e os gestores da infra-estrutura. Artigo 32.o 3—(Revogado.) [...] 4—(Revogado.) 5—(Revogado.) 1 — O gestor da infra-estrutura edita o directório 6—(Revogado.) da rede até 12 meses antes da entrada em vigor do 7—(Revogado.) horário respectivo. 8—(Revogado.) 2—...... 9—(Revogado.) 3—...... 10 — (Revogado.) 4—...... 11 — (Revogado.) 5—...... 12 — (Revogado.) 6—...... 13 — (Revogado.) 14 — (Revogado.) Artigo 38.o [...] Artigo 65.o 1 — Os candidatos apresentam os seus pedidos de Sistemas de gestão de segurança canais horários ao gestor de infra-estrutura até oito meses antes da entrada em vigor do horário técnico. 1 — Os gestores da infra-estrutura e as empresas 2—...... de transporte ferroviário estão obrigados a criar sis- 3—...... temas de gestão de segurança, tendo em conta as 4—...... necessárias medidas de controlo dos riscos. 5—...... 2 — O sistema de gestão da segurança garante o 6—...... controlo de todos os riscos associados à actividade 7—...... do gestor da infra-estrutura ou da empresa de trans- 8—...... porte ferroviário, tendo em conta, sempre que pos- 9—...... sível, os riscos decorrentes das actividades de outras partes, incluindo os riscos associados à prestação de Artigo 40.o serviços de manutenção, ao fornecimento de material e ao recurso a subcontratação a terceiros. [...] 3 — O sistema de gestão da segurança tem de estar 1 — O gestor da infra-estrutura prepara um pro- em conformidade com as normas técnicas de segu- jecto de horário técnico até cinco meses antes da rança e com os requisitos de segurança enunciados entrada em vigor do horário técnico. nas ETI e garantir a aplicação dos MCS, para que 2—...... o sistema ferroviário alcance, pelo menos, os OCS. 3—...... 4 — Para efeitos do número anterior, o sistema de 4—...... gestão da segurança deve satisfazer os requisitos e 5—...... incluir os elementos previstos no anexo III, adaptados ao carácter, dimensão e outras características da acti- Artigo 43.o vidade desenvolvida. [...] o 1 — O gestor da infra-estrutura aprova o horário Artigo 66. técnico e procede à respectiva comunicação aos can- Procedimentos comuns de emergência didatos até três meses antes da respectiva entrada em vigor. 1 — Para o desenvolvimento dos sistemas de gestão 2—...... da segurança, o gestor da infra-estrutura e as empre- 3820 Diário da República, 1.a série — N.o 113 — 14 de Junho de 2007

sas de transporte ferroviário devem prestar mútua 7—...... colaboração, nomeadamente para estabelecimento 8—...... dos procedimentos comuns de emergência. 9 — O prazo de 12 meses referido no n.o 7 conta-se 2 — Os procedimentos comuns de emergência a partir da data de entrada em vigor do regulamento estão sujeitos a aprovação do IMTT, nos termos de previsto no artigo 66.o-I. regulamento a emitir. Artigo 86.o Artigo 70.o Taxa de regulação [...] 1 — As entidades gestoras da infra-estrutura de sis- 1—...... temas de metropolitano e metropolitano ligeiro de 2—...... superfície pagam uma taxa pelo exercício genérico 3—...... da actividade de regulação. 4 — Qualquer interessado que considere ter sido 2 — O montante da taxa é fixado por portaria con- impedido do exercício pleno dos direitos de acesso junta dos membros do Governo responsáveis pela previstos no artigo 20.o pode apresentar recurso para área das finanças e dos transportes, mediante pro- o IMTT. posta fundamentada do IMTT, até 31 de Julho de 5 — No âmbito dos recursos apresentados ao cada ano. abrigo do número anterior, o IMTT pode determinar 3 — A proposta referida no número anterior tem a imposição de acesso em condições equitativas e não em conta, designadamente: discriminatórias, aplicando-se o disposto no artigo 73.o, com as necessárias adaptações. a) A extensão da rede em exploração; b) O número de passageiros transportados;

o c) O número de circulações; Artigo 77. d) A complexidade do sistema de metropolitano [...] ou metropolitano ligeiro de superfície.

1—...... 4 — Na avaliação do critério constante da alínea d) a) ...... do número anterior, deve ser considerado o grau de b) ...... abertura ou fecho da rede e a eventual separação c) ...... da entidade operadora do transporte da entidade ges- d) ...... tora da infra-estrutura.» e) ...... f) ...... Artigo 3.o g) ...... o h) ...... Aditamento ao Decreto-Lei n. 270/2003, de 28 de Outubro i) ...... 1 — São aditados ao Decreto-Lei n.o 270/2003, de j) ...... 28 de Outubro, rectificado pela Declaração de Recti- l) ...... ficação n.o 26/2003, de 27 de Dezembro, alterado pelo m) ...... Decreto-Lei n.o 146/2004, de 17 de Junho, os artigos n) ...... 66.o-A, 66.o-B, 66.o-C, 66.o-D, 66.o-E, 66.o-F, 66.o-G, o) ...... 66.o-H, 66.o-I, 66.o-J, 66.o-L, 66.o-M, 66.o-N, 66.o-O e p) ...... 66.o-P, com a seguinte redacção: q) O incumprimento por parte do gestor da infra- -estrutura e das empresas de transporte ferroviário o das obrigações previstas no n.o 1 do artigo 64.o, nos «Artigo 66. -A n.os 1,3e4doartigo 65.o, no artigo 66.o-A, no Sistema de gestão de segurança dos gestores artigo 66.o-Cenon.o 1 do artigo 66.o-G; das infra-estruturas r) ...... O sistema de gestão da segurança do gestor da s) ...... infra-estrutura deve ainda ter em conta os efeitos da t) ...... operação de diversas empresas de transporte ferro- u) ...... viário na infra-estrutura sob sua gestão e tomar pro- v) ...... vidências que permitam a operação em conformidade com as ETI e as normas técnicas de segurança e com 2—...... as condições estabelecidas no certificado de segurança 3—...... daquelas empresas. 4—...... Artigo 66.o-B o Artigo 82. Aprovação dos sistemas de gestão da segurança [...] 1 — A aprovação dos sistemas de gestão da segu- 1—...... rança cabe ao IMTT. 2—...... 2 — O IMTT aprova ou recusa a aprovação dos 3—...... sistemas de gestão da segurança no prazo de 30 dias 4—...... após a recepção da totalidade da documentação. 5—...... 3 — O IMTT pode solicitar elementos adicionais 6—...... ou a revisão, parcial ou total, dos sistemas de gestão Diário da República, 1.a série — N.o 113 — 14 de Junho de 2007 3821

da segurança que lhe sejam presentes e, bem assim, nacional para prestar serviços equivalentes àqueles determinar em qualquer momento a sua revisão, sus- para que já se encontra certificada, é apenas exigida pensão ou revogação, desde que com fundamento em a demonstração dos aspectos mencionados na alí- perigo para a segurança da exploração ferroviária. nea b) do número anterior. 4 — O IMTT fixa, por regulamento, o procedi- mento para a aprovação dos sistemas de gestão da Artigo 66.o-E segurança. Emissão, renovação, alteração, revisão, suspensão, revogação e cassação do certificado de segurança o Artigo 66. -C 1 — Compete ao IMTT a emissão, renovação, alte- Relatório de aplicação do sistema de gestão da segurança ração, revisão, suspensão, revogação e cassação dos certificados de segurança ou de parte destes. O gestor da infra-estrutura e as empresas de trans- 2 — O certificado de segurança é válido pelo porte ferroviário devem apresentar anualmente ao período nele fixado, nunca superior a cinco anos, IMTT, antes de 30 de Junho, um relatório sobre a sendo renovado mediante pedido do titular. segurança respeitante ao ano civil anterior, que inclui, 3 — A renovação depende da verificação dos requi- designadamente: sitos aplicáveis à emissão do certificado de segurança. a) Informação sobre o cumprimento dos objectivos 4 — O certificado de segurança deve ser alterado, de segurança da organização e os resultados dos pla- total ou parcialmente, sempre que o tipo ou âmbito nos de segurança; da exploração seja substancialmente alterado. b) A elaboração de indicadores de segurança nacio- 5 — O titular do certificado de segurança deve nais e dos indicadores comuns de segurança, previstos informar o IMTT, no prazo máximo de 10 dias úteis, no anexo V, na medida em que sejam relevantes para de todas as alterações significativas nas condições que a organização que apresenta o relatório; determinaram a emissão do certificado de segurança, c) Os resultados das auditorias de segurança nomeadamente sempre que existam factos com internas; impacte no sistema de gestão da segurança e sempre d) Observações sobre deficiências e funcionamento que sejam introduzidas novas categorias de pessoal incorrecto das operações ferroviárias e da gestão da ou novos tipos de material circulante. infra-estrutura que possam ser importantes para a 6 — Quando ocorram alterações substanciais do avaliação dos níveis de segurança. quadro regulamentar da segurança que tenham impacte sobre as condições que determinaram a emis-

o são do certificado de segurança, o IMTT, oficiosa- Artigo 66. -D mente, determina a revisão do mesmo. Certificado de segurança 7 — O IMTT pode suspender, total ou parcial- mente, o certificado de segurança até à decisão da 1 — O acesso e utilização da infra-estrutura fer- sua alteração ou revogação, quando esteja em causa roviária por parte das empresas de transporte fer- um perigo sério, imediato e relevante para a segurança roviário dependem da titularidade de um certificado do sistema. de segurança. 8 — Caso constate que o titular do certificado de 2 — A titularidade do certificado de segurança segurança deixou de satisfazer as condições neces- atesta que a empresa de transporte ferroviário criou sárias para a certificação emitida, o IMTT revoga, o seu sistema de gestão da segurança nos termos pre- em acto devidamente fundamentado, as partes A e vistos no presente decreto-lei e está apta a cumprir ou B do certificado de segurança. os requisitos previstos nas ETI, noutra legislação 9 — Quando seja revogada a parte B do certificado comunitária aplicável, e nas normas técnicas de de segurança, o acto é comunicado à entidade que segurança. concedeu a certificação da parte A. 3 — O certificado de segurança é emitido para toda 10 — Quando verifique que, no ano seguinte ao a rede ou apenas para uma parte limitada da mesma, da emissão do certificado de segurança, o titular não tendo em conta o âmbito das actividades da empresa fez dele o uso previsto, o IMTT pode decretar a cas- de transporte ferroviário requerente, especificando o sação do certificado de segurança. tipo e o âmbito das operações ferroviárias abrangidas. 11 — O IMTT comunica à Agência Ferroviária 4 — O certificado de segurança compreende duas Europeia a emissão, a renovação, a alteração, a revo- partes: gação ou a cassação de certificados de segurança, no a) Parte A — respeitante à demonstração da exis- prazo de 30 dias após a prática do acto. tência de um sistema de gestão da segurança apro- 12 — A comunicação a que se refere o número vado; anterior inclui a denominação e o endereço da b) Parte B — respeitante à demonstração do cum- empresa de transporte ferroviário, a data de emissão, primento dos requisitos específicos necessários à res- o âmbito e a validade do certificado de segurança pectiva operação em condições de segurança, nomea- ou da autorização de segurança e, em caso de revo- damente quanto ao cumprimento das ETI e das normas gação, as razões da decisão. técnicas de segurança, à aceitação dos certificados do pessoal e à autorização de colocação em serviço do Artigo 66.o-F material circulante utilizado. Material circulante em utilização 5 — Quando se trate de empresa de transporte fer- 1 — Compete ao IMTT autorizar a colocação em roviário titular de certificado de segurança emitido serviço do material circulante que, embora autorizado noutro Estado membro e que pretenda aceder à rede por uma parte B de certificado de segurança emitido 3822 Diário da República, 1.a série — N.o 113 — 14 de Junho de 2007

por outro Estado membro, não esteja totalmente sua alteração ou revogação, quando esteja em causa abrangido pelas ETI aplicáveis. perigo sério, imediato e relevante para a segurança 2 — O pedido, a apresentar ao IMTT, para a auto- do sistema. rização de colocação em serviço de material circulante 9 — O IMTT comunica à Agência Ferroviária em utilização deve indicar a sua utilização prevista Europeia a emissão, a renovação, a alteração ou a na rede e ser instruído com a documentação técnica revogação de autorizações de segurança, no prazo nos termos do anexo IV. de 30 dias após a prática do acto. 3 — O IMTT decide dos pedidos referidos no 10 — A comunicação a que se refere o número número anterior em prazo inferior a quatro meses, anterior inclui a denominação e o endereço do gestor contados da recepção da documentação técnica da infra-estrutura, a data de emissão, o âmbito e a completa. validade do certificado de segurança ou da autori- 4 — O IMTT pode incluir, no certificado de auto- zação de segurança e, em caso de revogação, as razões rização, condições de utilização e outras restrições. da decisão.

Artigo 66.o-G Artigo 66.o-I Autorização de segurança Procedimento de emissão 1 — O exercício das actividades de gestão e explo- 1 — O IMTT estabelece, por regulamento, os pro- ração da infra-estrutura por parte do gestor da mesma cedimentos para a emissão de certificado de segu- depende da obtenção de uma autorização de segu- rança ou de autorização de segurança. rança. 2 — O regulamento referido no número anterior 2 — A autorização de segurança compreende duas contém: partes: a) A descrição e explicação dos requisitos a satis- a) Parte A: respeitante à demonstração da exis- fazer e a enumeração dos documentos a apresentar, tência de um sistema de gestão da segurança apro- tendo em especial atenção o tratamento a dar aos vado; pedidos de empresas de transporte ferroviário de b) Parte B: respeitante à demonstração do cum- outros Estados membros; primento dos requisitos específicos necessários à segu- b) A discriminação dos requisitos a considerar para rança da concepção, manutenção e exploração da efeitos de cumprimento do disposto na alínea b)do infra-estrutura ferroviária, incluindo, se aplicável, a n.o 4 do artigo 66.o-D e na alínea b)don.o 2do manutenção e a exploração do sistema de controlo artigo 66.o-G. de tráfego e de sinalização. 3 — O IMTT decide os pedidos de certificação de o segurança e de autorização de segurança, obrigato- Artigo 66. -H riamente apresentados em língua portuguesa, em Emissão, renovação, alteração, revisão, suspensão e revogação prazo inferior a quatro meses, contados da recepção da autorização de segurança de todas as informações necessárias e de quaisquer 1 — Compete ao IMTT a emissão, renovação, alte- informações adicionais que tenha solicitado. ração, revisão, suspensão e revogação das autoriza- ções de segurança ou de partes destas. Artigo 66.o-J 2 — A autorização de segurança é válida pelo Taxas período nela fixado, nunca superior a cinco anos, sendo renovada mediante pedido do titular. 1 — Pela prática de actos em matéria de certifi- 3 — A renovação depende da verificação dos requi- cados de segurança e de autorizações de segurança sitos aplicáveis à emissão da autorização de segurança. são devidas taxas. 4 — A autorização de segurança deve ser alterada, 2 — As taxas a que se refere o número anterior total ou parcialmente, sempre que sejam substancial- constituem receita própria do IMTT e o seu montante mente alterados os pressupostos da sua emissão, e forma de pagamento são definidos por portaria con- nomeadamente quando ocorram alterações relevan- junta dos membros do Governo responsáveis pelas tes na infra-estrutura, na sinalização, na alimentação áreas das finanças e dos transportes. de energia ou nos princípios a que obedecem a res- pectiva exploração e manutenção. Artigo 66.o-L 5 — O titular da autorização de segurança deve Formação do pessoal com funções relevantes informar o IMTT, no prazo máximo de 10 dias úteis, para a segurança da exploração de todas as alterações mencionadas no número anterior. 1 — Até à aprovação de um regime legal que dis- 6 — Quando ocorram alterações substanciais do cipline o acesso à profissão do pessoal das empresas quadro regulamentar da segurança que tenham de transporte ferroviário e do gestor da infra-estru- impacte sobre as condições que determinaram a emis- tura, cujas funções são relevantes para a segurança são da autorização de segurança, o IMTT determina, da exploração, e para efeitos da obtenção do cer- oficiosamente, a revisão da mesma. tificado de segurança e da autorização de segurança, 7 — O IMTT revoga a autorização de segurança aplicar-se-ão as regras a fixar por regulamento do caso considere que o seu titular deixou de satisfazer IMTT. as condições necessárias para a sua manutenção. 2 — O regulamento referido no número anterior 8 — O IMTT pode suspender, total ou parcial- disporá sobre a formação, os exames e a concessão mente, a autorização de segurança até à decisão da de certificados. Diário da República, 1.a série — N.o 113 — 14 de Junho de 2007 3823

3 — Os exames e a concessão de certificados serão Artigo 66.o-P assegurados por entidade diversa da que presta for- Obrigações de notificação e comunicação mação, devidamente acreditada pelo IMTT ou, na falta de tal entidade, pelo próprio IMTT que pode, 1 — A emissão e alteração de normas técnicas de para o efeito, requisitar os meios técnicos necessários segurança, bem como o respectivo processo de ela- às empresas do sector. boração e publicitação, são notificados pelo IMTT à Comissão Europeia e à Agência Ferroviária Euro-

o peia. Artigo 66. -M 2 — Quando a norma técnica de segurança exija Acesso a estruturas de formação um nível de segurança superior ao dos OCS ou possa afectar a actividade de empresas de transporte fer- 1 — Cabe ao IMTT garantir que as empresas têm roviário de outros Estados membros em território acesso equitativo e não discriminatório às estruturas nacional, deve o IMTT proceder a consulta às partes de formação de pessoal com funções relevantes para interessadas e remeter a norma de segurança para a segurança da exploração. apreciação da Comissão Europeia.» 2 — Quando tal se mostre necessário pode o IMTT impor às empresas do sector que coloquem à dis- 2 — São aditados ao Decreto-Lei n.o 270/2003, de posição de outras, a um preço razoável e não dis- 28 de Outubro, os anexos III, IV e V com a seguinte criminatório, que deverá estar relacionado com os redacção:

custos e que poderá incluir uma margem de lucro, «ANEXO III os seus serviços próprios de formação. 3 — Os trabalhadores das empresas de transporte Sistemas de gestão de segurança ferroviário e do gestor da infra-estrutura têm direito I — Requisitos aplicáveis ao sistema de gestão da a que lhes seja facultada toda a documentação relativa segurança: à sua formação, qualificações e experiência. 1 — O sistema de gestão da segurança deve ser documentado em todas as suas partes e descrever, nomeadamente, a repartição das responsabilidades Artigo 66.o-N dentro da organização do gestor da infra-estrutura Normas técnicas de segurança ou da empresa de transporte ferroviário. 2 — O sistema deve indicar o modo como é garan- 1 — O IMTT aprova e publica as normas técnicas tido o controlo por parte da gestão a diversos níveis, de segurança, que estabelecem os requisitos de segu- o modo de participação do pessoal e dos seus repre- rança ferroviária, e garante a sua aplicação e imple- sentantes a todos os níveis e o modo como é garantida mentação de forma transparente e não discrimi- a melhoria constante do sistema de gestão da segu- natória. rança. 2 — No exercício da competência prevista no II — Elementos fundamentais do sistema de gestão número anterior, o IMTT tem em conta a necessidade da segurança. — Os elementos fundamentais do sis- de conformar as normas técnicas de segurança aos tema de gestão da segurança são: MCS e aos OCS definidos a nível comunitário. a) Uma política de segurança aprovada pelo direc- 3 — As normas de segurança são publicadas na tor executivo da organização e comunicada a todo 2.a série do Diário da República. o pessoal; b) Objectivos qualitativos e quantitativos da orga- Artigo 66.o-O nização em termos de manutenção e reforço da segu- rança, bem como planos e procedimentos para alcan- Relatório anual de segurança çar esses objectivos; c) Procedimentos destinados a satisfazer as normas 1 — O IMTT elabora um relatório anual de segu- técnicas e de exploração em vigor, novas ou alteradas, rança. ou outras condições normativas previstas nas espe- 2 — O relatório anual de segurança inclui, nomea- cificações técnicas de interoperabilidade (ETI), ou damente, a seguinte informação: nas normas técnicas de segurança, ou noutras normas aplicáveis, ou em decisões do IMTT, e procedimentos a) A evolução da segurança ferroviária, incluindo destinados a garantir o cumprimento das normas e informação sobre os indicadores comuns de segu- de outras condições normativas ao longo do ciclo de rança, estabelecidos de acordo com o previsto no vida do equipamento e durante as operações; anexo V; d) Procedimentos e métodos destinados a efectuar b) Alterações importantes da legislação e da regu- uma avaliação dos riscos e a aplicar medidas de con- lamentação em matéria de segurança ferroviária; trolo dos riscos, sempre que uma mudança das con- c) A evolução da certificação de segurança e da dições de exploração, ou a introdução de material autorização de segurança; novo, introduza novos riscos para a infra-estrutura d) Os resultados da supervisão dos gestores das ou para as operações; infra-estruturas e das empresas ferroviárias, bem e) Oferta de programas de formação do pessoal como a experiência adquirida com essa supervisão. e de sistemas destinados a garantir que o nível de competência do pessoal é mantido e que as tarefas 3 — O IMTT envia à Agência Ferroviária Europeia são realizadas em conformidade; o relatório anual de segurança, até ao dia 30 de Setem- f) Disposições tendo em vista a circulação de infor- bro do ano seguinte ao ano a que respeita. mações suficientes dentro da organização e, se for 3824 Diário da República, 1.a série — N.o 113 — 14 de Junho de 2007

caso disso, entre as organizações que exploram a Acidentes em passagens de nível, incluindo aciden- mesma infra-estrutura; tes que envolvam peões; g) Procedimentos e modelos de documentação da Acidentes com pessoas provocados por material cir- informação sobre segurança e designação de proce- culante em movimento, com excepção dos suicídios; dimentos de controlo da configuração da informação Suicídios; fundamental em matéria de segurança; Incêndios no material circulante; h) Procedimentos destinados a garantir a notifi- Outros. cação, o inquérito e a análise de acidentes, incidentes, casos de quase acidente e outras ocorrências perigosas O relatório de cada acidente será feito de acordo e a adopção das medidas de prevenção necessárias; com o tipo de acidente primário, ainda que as con- i) Planos de acção, alerta e informação em caso sequências do acidente secundário sejam mais graves; de emergência, acordados com as autoridades públi- 2) Número total e relativo (por comboio/quilóme- cas competentes; tro) de feridos graves e de mortos por tipo de acidente, j) Disposições tendo em vista uma auditoria interna discriminados pelas seguintes categorias: periódica do sistema de gestão da segurança. Passageiros (igualmente por referência ao número total de passageiros/quilómetro); ANEXO IV Empregados, incluindo o pessoal dos empreiteiros; Autorização de colocação em serviço de material Utilizadores de passagens de nível; circulante em utilização Pessoas não autorizadas em instalações ferroviá- rias; 1 — A documentação técnica sobre o material cir- Outros. culante ou tipo de material circulante a apresentar ao IMTT deve incluir: II — Indicadores relativos a incidentes e casos de quase acidente: a) Prova de que o material circulante foi autorizado a ser colocado em serviço noutro Estado membro 1) Número total e relativo (por comboio/quilóme- e registos que revelem o historial da sua exploração tro) de carris partidos, deformações da via e falhas e manutenção e, se for caso disso, as alterações téc- na sinalização contrárias à segurança; nicas introduzidas após a autorização; 2) Número total e relativo (por comboio/quilóme- b) Dados técnicos específicos, programa de manu- tro) de sinais ultrapassados com indicação de paragem tenção e características operacionais exigidas pelo de sinal; IMTT e necessárias para a sua autorização com- 3) Número total e relativo (por comboio/quilóme- plementar; tro) de rupturas de rodas e eixos do material cir- c) Dados sobre as características técnicas e ope- culante em serviço. racionais que mostrem que o material circulante está em conformidade com o sistema de alimentação de III — Indicadores relativos às consequências dos energia, o sistema de sinalização e de comando e acidentes: controlo, a bitola da via e os gabaris da infra-estrutura, 1) Custo total e relativo (por comboio/quilómetro), a carga máxima admissível por eixo e outros con- em euros, de todos os acidentes, devendo, se possível, dicionalismos da rede; ser calculados e incluídos os seguintes custos: d) Derrogações das normas técnicas de segurança necessárias para a concessão da autorização e prova, Mortos e feridos; com base na avaliação de risco, de que a aceitação Indemnizações por perdas ou danos nos bens dos do material circulante não envolve riscos indevidos passageiros, do pessoal ou de terceiros, incluindo os danos causados ao ambiente; para a rede. Substituição ou reparação do material circulante e das instalações ferroviárias danificados; 2 — O IMTT pode exigir a realização de ensaios Atrasos, perturbações e reencaminhamento do trá- na rede, indicando o seu âmbito e conteúdo, para fego, incluindo despesas suplementares com pessoal verificar a conformidade com os parâmetros restri- e lucros cessantes. tivos mencionados na alínea c)don.o 1. São dedutíveis dos custos acima referidos as indem- ANEXO V nizações ou compensações recebidas ou a receber de Indicadores comuns de segurança terceiros, nomeadamente proprietários de veículos a motor envolvidos em acidentes em passagens de nível. I — Indicadores relativos a acidentes, que devem Não são dedutíveis as indemnizações concedidas a ter em conta as disposições do Regulamento (CE) título das apólices de seguros de que são detentoras n.o 91/2003, do Parlamento Europeu e do Conselho, as empresas ferroviárias ou os gestores das infra- de 16 de Dezembro de 2002, relativo às estatísticas -estruturas; dos transportes ferroviários, na medida em que essas 2) Número total e relativo (por referência ao informações se encontrem disponíveis: número de horas de trabalho efectuadas) de horas de trabalho do pessoal e dos empreiteiros perdidas 1) Número total e relativo (por comboio/quilóme- devido a acidentes. tro) de acidentes e repartição pelos tipos de acidentes seguintes: IV — Indicadores relativos à segurança técnica da Colisões de comboios, incluindo colisões com infra-estrutura e à sua implementação: obstáculos dentro do gabarito; 1) Percentagem de vias equipadas com um sistema Descarrilamentos de comboios; de protecção automática dos comboios (ATP) em ser- Diário da República, 1.a série — N.o 113 — 14 de Junho de 2007 3825

viço, percentagem de comboios/quilómetro usando decreto-lei, sendo-lhes concedida, mediante pedido, a sistemas ATP operacionais; respectiva autorização de segurança ou parte desta. 2) Número de passagens de nível (total e por qui- 2 — As empresas referidas no número anterior dis- lómetro de linha); põem de 12 meses a contar da emissão do regulamento 3) Percentagem de passagens de nível com pro- a que se refere o artigo 66.o-I do Decreto-Lei tecção automática ou manual. n.o 270/2003, de 28 de Outubro, na redacção que lhe foi dada pelo presente decreto-lei, para se adaptarem V — Indicadores relativos à gestão da segurança: às disposições aplicáveis em matéria de autorização de segurança. 1) Auditorias internas realizadas pelos gestores das infra-estruturas e pelas empresas ferroviárias, con- forme previsto na documentação relativa ao sistema Artigo 7.o de gestão da segurança; 2) Número total de auditorias efectuadas e per- Sistemas de metropolitano e metropolitano ligeiro de superfície centagem de auditorias solicitadas (e ou previstas).» 1 — Até à aprovação de regime legal específico, apli- cam-se, com as devidas adaptações, às empresas que Artigo 4.o realizem actividades de prestação de serviços de trans- Organização sistemática do Decreto-Lei n.o 270/2003, porte ou gestão da infra-estrutura em sistemas de metro- de 28 de Outubro politano e de metropolitano ligeiro de superfície, a dis- ciplina constante dos capítulos III, VI, VII e VIII do Decre- São aditadas ao capítulo VI as seguintes secções e to-Lei n.o 270/2003, de 28 de Outubro, alterado pelo subsecções: presente decreto-lei. a) A secção I, com a epígrafe «Dos sistemas de gestão 2 — As empresas referidas no número anterior dis- o o põem de 12 meses para se adaptarem ao regime previsto de segurança», que integra os artigos 64. a 66. -C; o b) A secção II, com a epígrafe «Da certificação e no Decreto-Lei n. 270/2003, de 28 de Outubro, alterado autorização de segurança», composta: pelo presente decreto-lei. 3 — Cabe ao IMTT, por meio de recomendação, ins- i) Pela subsecção I, com a epígrafe «Certificação de trução ou regulamento, determinar o modo pelo qual o o segurança», que integra os artigos 66. -D a 66. -F; se fará a necessária adaptação ao regime legal. ii) Pela subsecção II, com a epígrafe «Autorização de segurança», que integra os artigos 66.o-G e 66.o-H; iii) Pela subsecção III, com a epígrafe «Da emissão Artigo 8.o dos certificados e autorizações de segurança», que inte- gra os artigos 66.o-I e 66.o-J; Regulamentação iv) Pela subsecção IV, com a epígrafe «Da formação A portaria referida no n.o 2 do artigo 66.o-J do Decre- do pessoal com funções relevantes para a segurança da o o o to-Lei n. 270/2003, de 28 de Outubro, na redacção que exploração», que integra os artigos 66. -L e 66. -M; lhe foi dada pelo presente decreto-lei é publicada no v) Pela subsecção V, com a epígrafe «Das normas o prazo de 30 dias após a entrada em vigor do presente técnicas de segurança», que integra os artigos 66. -N decreto-lei. e 66.o-P.

o Artigo 5.o Artigo 9. Primeiro processo de licenciamento Referência ao Instituto Nacional do Transporte Ferroviário 1 — O pedido de licença para o exercício da acti- Todas as referências ao Instituto Nacional do Trans- vidade de prestação de serviço de transporte ferroviário, porte Ferroviário (INTF) consideram-se realizadas ao no âmbito do primeiro processo de licenciamento pre- Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres. visto na secção II do capítulo IX do Decreto-Lei n.o 270/2003, de 28 de Outubro, rectificado pela Decla- Artigo 10.o ração de Rectificação n.o 26/2003, alterado pelo Decre- to-Lei n.o 146/2004, de 17 de Junho, é apresentado ao Norma revogatória IMTT no prazo de 30 dias a contar da entrada em vigor São revogadas as alíneas l)em)don.o 2 do artigo 14.o, do presente decreto-lei. os n.os 3 a 14 do artigo 64.o,osn.os 1a3doartigo 81.o, 2 — O IMTT decide o pedido no prazo de 60 dias os artigos 84.o e 85.o, os artigos 87.o a 93.o e o anexo II a contar da data de recepção de toda a informação do Decreto-Lei n.o 270/2003, de 28 de Outubro, rec- necessária. tificado pela Declaração de Rectificação n.o 26/2003, e alterado pelo Decreto-Lei n.o 146/2004, de 17 de Artigo 6.o Junho. Autorização de segurança o 1 — As empresas que, à data de entrada em vigor Artigo 11. do presente decreto-lei, realizem já actividades de gestão Republicação da infra-estrutura ferroviária gozam da presunção de cumprimento dos requisitos a que se refere o É republicado, em anexo, que faz parte integrante artigo 66.o-G do Decreto-Lei n.o 270/2003, de 28 de do presente decreto-lei, o Decreto-Lei n.o 270/2003, de Outubro, na redacção que lhe foi dada pelo presente 28 de Outubro, com a redacção actual. 3826 Diário da República, 1.a série — N.o 113 — 14 de Junho de 2007

Artigo 12.o b) Do âmbito de aplicação das secções IV, V e VI IV I Entrada em vigor do capítulo as redes autónomas constantes do anexo ao presente diploma. O presente decreto-lei entra em vigor no dia seguinte ao da sua publicação. 2 — Estão igualmente excluídas: Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 15 de a) Do âmbito de aplicação do presente diploma, as Março de 2007. — José Sócrates Carvalho Pinto de empresas que operem numa rede sem ligação física a Sousa — José Manuel Santos de Magalhães — Manuel qualquer outra, com material circulante próprio, desde Lobo Antunes — Fernando Teixeira dos Santos — José que efectuem apenas transporte de mercadorias; Manuel Vieira Conde Rodrigues — Francisco Carlos da b) Do âmbito de aplicação do presente diploma, as Graça Nunes Correia — Manuel António Gomes de empresas que prestem, em exclusivo, serviços de trans- Almeida de Pinho — Mário Lino Soares Correia. porte urbano, suburbano e regional de passageiros nas redes referidas na alínea b)don.o 1, sem prejuízo do Promulgado em 24 de Maio de 2007. disposto nos capítulos III e VI; c) Do âmbito de aplicação do presente diploma, com Publique-se. excepção dos capítulos III e VI, que se lhes aplicam, O Presidente da República, ANÍBAL CAVACO SILVA. as empresas que efectuem apenas transporte de mer- cadorias, em ramais privados, com tracção própria; Referendado em 25 de Maio de 2007. d) Do âmbito de aplicação do capítulo IV, as empresas cuja actividade se limite, em absoluto, à exploração de O Primeiro-Ministro, José Sócrates Carvalho Pinto de serviços de transporte urbano, suburbano ou regional Sousa. de passageiros, ou de transporte regional de mercado- rias, quando sejam também detentoras da infra-estrutura ANEXO em que operam. Republicação do Decreto-Lei n.o 270/2003 3 — Nas redes abrangidas pela alínea b)don.o 1a (a que se refere o artigo 11.o) disciplina das matérias de atribuição de capacidade e tarifação pela utilização da infra-estrutura constará de CAPÍTULO I instrumento contratual, o qual será objecto de notifi- Disposições gerais cação ao Instituto da Mobilidade e dos Transportes Ter- restres, I. P. (IMTT), nos termos e para os efeitos a prever em regulamento a emitir por esta entidade. Artigo 1.o Objecto Artigo 3.o 1 — O presente diploma define as condições de pres- Definições tação dos serviços de transporte ferroviário por caminho Para efeitos do presente diploma, entende-se por: de ferro e de gestão da infra-estrutura ferroviária sobre a qual os mesmos são prestados, dispondo, nomeada- a) «Admissão técnica» o procedimento pelo qual é mente, sobre: permitida a circulação de material circulante ferroviário, depois de avaliada a sua conformidade com requisitos a) Serviços liberalizados e concessionados; previamente estabelecidos; b) Acesso à actividade de transporte ferroviário; b) «Agrupamento internacional» qualquer associação c) Acesso e trânsito na rede nacional; de pelo menos duas empresas de transporte ferroviário d) Poderes da entidade reguladora; estabelecidas em diferentes Estados membros da União e) Atribuições e financiamento do gestor da infra- Europeia, com vista a fornecer serviços de transporte -estrutura; internacional entre Estados membros; f) Repartição de capacidade da infra-estrutura fer- c) «Certificado de segurança» o documento que atesta roviária; a capacidade específica da empresa de transporte fer- g) Tarifação pelo uso da infra-estrutura ferroviária; roviário para operar cumprindo todas as regras de segu- h) Segurança; rança num determinado itinerário e para um determi- i) Promoção e defesa da concorrência. nado tipo de serviço; d) «Custos de exploração da infra-estrutura» os custos 2 — O disposto no presente diploma não prejudica directamente associados às actividades de gestão, manu- a aplicação da legislação nacional e comunitária de tenção, conservação e disponibilização da infra-estru- defesa da concorrência às empresas e actividades a ele tura; sujeitas. e) «Directório da rede» o documento onde se enun- ciam as características da infra-estrutura e as condições Artigo 2.o de acesso à mesma, os princípios de tarifação e o tarifário e a especificação dos princípios e critérios de repartição Exclusão do âmbito de aplicação e utilização da capacidade da infra-estrutura; f) «Direito de acesso» o direito de uma empresa de 1 — Estão excluídos: transporte ferroviário a aceder e a prestar serviço em a) Do âmbito de aplicação do presente diploma os uma dada infra-estrutura; ramais privados, cuja utilização esteja reservada ao res- g) «Direito de trânsito» o direito de uma empresa pectivo proprietário para as suas próprias actividades de transporte ferroviário a fazer uso de uma dada infra- de transporte de mercadorias; -estrutura para prestação de serviços de transporte inter- Diário da República, 1.a série — N.o 113 — 14 de Junho de 2007 3827 nacional ferroviário que impliquem atravessamento do menos uma fronteira de um Estado membro, podendo território português; a composição ser aumentada e ou diminuída e as diver- h) «Empresa de transporte ferroviário» uma empresa sas secções da mesma ter diferentes origens ou destinos, detentora de licença cuja actividade principal consiste desde que todos os vagões atravessem, pelo menos, uma na prestação de serviços de transporte de mercadorias fronteira; e ou de passageiros por caminho de ferro, assegurando x) «Transporte ferroviário internacional» o transporte obrigatoriamente a tracção, aí se compreendendo por caminho de ferro que, implicando o atravessamento empresas que prestem apenas serviços de tracção; de fronteiras de toda a composição, se desenvolva par- i) «Especificações técnicas de interoperabilidade cialmente em território português; (ETI)» as especificações de que são objecto os subsis- z) «Transporte combinado» o transporte no qual o temas ou partes de subsistemas para satisfazerem os camião, o reboque, o semi-reboque, com ou sem tractor, requisitos essenciais e garantirem a interoperabilidade a caixa móvel ou o contentor, sendo este de, pelo menos, dos sistemas ferroviários transeuropeus de alta veloci- 20 pés, utilizem sucessivamente dois ou mais modos de dade e convencionais, conforme definido na alínea a) transporte, um dos quais o ferroviário; do artigo 2.o do Decreto-Lei n.o 93/2000, de 23 de Maio, aa) «Transporte regional» o transporte destinado a e na alínea a) do artigo 2.o do Decreto-Lei n.o 75/2003, dar resposta às necessidades de uma região; de 16 de Abril; ab) «Transporte urbano e suburbano» o transporte j) «Gestor da infra-estrutura» a entidade responsável destinado a dar resposta às necessidades de um centro por assegurar a disponibilização da infra-estrutura e urbano ou de uma aglomeração, bem como às neces- gerir a respectiva capacidade, assegurando a gestão dos sidades de transporte entre esse centro ou essa aglo- sistemas de comando, controlo de circulação e segurança meração e os respectivos subúrbios. e assegurando ainda a renovação e manutenção da infra- -estrutura e também a construção, instalação e readap- tação desta; CAPÍTULO II l) «Infra-estrutura ferroviária» o conjunto de todas as instalações fixas respeitantes às vias principais e de Serviços liberalizados e concessionados serviço e às estações necessárias à realização da cir- culação ferroviária, incluindo edifícios afectos ao serviço Artigo 4.o das infra-estruturas, bem como o conjunto dos elemen- Serviços liberalizados e concessionados tos referidos na parte A do anexo I do Regulamento n.o 1108/70/CEE, do Conselho, de 4 de Junho; 1 — Constituem serviços liberalizados: m) «Licença» a autorização concedida a uma empresa, mediante a qual esta fica habilitada para o a) O transporte ferroviário internacional efectuado exercício da actividade de prestação de serviços de trans- por agrupamentos internacionais, nos termos previstos porte ferroviário; no capítulo IV; n) «Métodos comuns de segurança (MCS)» os méto- b) O serviço de transporte ferroviário internacional dos desenvolvidos para descrever os modos de avaliação de mercadorias na parte nacional da rede transeuropeia dos níveis de segurança e de consecução dos objectivos de transporte ferroviário de mercadorias efectuado por comuns de segurança e do cumprimento de outros requi- empresas que devam considerar-se estabelecidas num sitos de segurança; Estado membro da União Europeia à data da realização o) «Objectivos comuns de segurança (OCS)» os níveis do transporte, bem como o transporte ferroviário de de segurança que devem, no mínimo, ser alcançados mercadorias para prestação de serviços de transporte pelas diversas partes do sistema ferroviário (nomeada- combinado internacional de mercadorias, nos termos mente o sistema ferroviário convencional, o sistema fer- previstos no capítulo IV; roviário de alta velocidade, os túneis ferroviários de c) O transporte ferroviário de mercadorias exclusi- vamente realizado em território nacional, sem prejuízo grande extensão ou as linhas utilizadas exclusivamente o para o transporte de mercadorias) e pelo sistema no do disposto no n. 3; seu conjunto, expressos em critérios de aceitação de d) O transporte ferroviário de passageiros realizado riscos; em território nacional, que seja meramente ocasional, p) «Operador de transporte ferroviário» qualquer ou com fins exclusivamente turísticos ou históricos. empresa de transporte ferroviário habilitada com cer- tificado de segurança; 2 — Constitui serviço concessionado, ficando sujeito q) «Ramal privado» a infra-estrutura ferroviária de a concessão ou delegação, nos termos previstos na lei, uso privativo do seu detentor, com ligação a uma rede; o serviço público de transporte ferroviário de passa- r) «Rede» a infra-estrutura ferroviária explorada por geiros no território nacional. um gestor de infra-estrutura e ou por ele gerida; 3 — Podem ainda ser sujeitos a concessão ou dele- s) «Serviços concessionados» os serviços que só gação, nos termos previstos na lei, serviços de transporte podem ser efectuados ao abrigo de concessão ou dele- de mercadorias quando se verifiquem os pressupostos gação, nos termos da lei; constantes do n.o 4 do artigo 2.o da Lei n.o 10/90, de t) «Serviços liberalizados» os serviços que podem ser 17 de Março. efectuados por qualquer empresa, desde que reúna as 4 — A prestação dos serviços referidos nas alíneas condições enunciadas no presente diploma; c)ed) será efectuada por empresas devidamente licen- u) «Sistema de gestão da segurança (SGS)» a orga- ciadas para o efeito, estabelecidas em ou noutro nização e as disposições adoptadas pelo gestor da infra- Estado membro em cuja ordem jurídica sejam reconhe- -estrutura ou por empresa de transporte ferroviário para cidos direitos idênticos às empresas nacionais. garantir a segurança da gestão das suas operações; 5 — As condições e limites da prestação dos serviços v) «Transporte ferroviário internacional de mercado- de transporte ferroviário de passageiros realizados em rias» o transporte em que a composição atravessa pelo território nacional, que sejam meramente ocasionais, ou 3828 Diário da República, 1.a série — N.o 113 — 14 de Junho de 2007 com fins exclusivamente turísticos ou históricos, serão 4 — O custo da publicação referida no número ante- definidos pelo IMTT. rior corre por conta dos requerentes. 5 — Sem prejuízo do disposto no presente capítulo, cabe ao IMTT, por via de regulamento, estabelecer os CAPÍTULO III procedimentos necessários para obtenção de licença e as metodologias a adoptar na avaliação do cumprimento Acesso à actividade de transporte ferroviário dos requisitos referidos no n.o 1 do artigo 8.o SECÇÃO I Artigo 7.o Disposições gerais Entidades requerentes Artigo 5.o 1 — Podem requerer uma licença de acesso à acti- Licença de acesso à actividade vidade de prestação de serviços de transporte ferroviário as empresas estabelecidas em Portugal. 1 — O presente capítulo define as condições do acesso 2 — A obtenção de licença depende do cumprimento à actividade de prestação de serviços de transporte dos requisitos exigíveis nos termos do presente capítulo ferroviário. e, em geral, da observância das disposições legais e regu- 2 — Todas as empresas abrangidas pelo presente lamentares aplicáveis. diploma que explorem ou pretendam explorar serviços de transporte ferroviário devem ser titulares de uma Artigo 8.o licença adequada, emitida pela entidade competente, nos termos previstos no presente capítulo. Condições gerais da licença 3 — É proibida a prestação de serviços de transporte 1 — As licenças são concedidas somente a empresas ferroviário sem a titularidade de licença válida, ou fora que preencham os requisitos de idoneidade, capacidade do âmbito da mesma. financeira e capacidade técnica e que assegurem a cober- 4 — As licenças para o exercício da actividade de pres- tura da sua responsabilidade civil nos termos previstos tação de serviços de transporte ferroviário são emitidas no presente capítulo. o por tipo de serviço e pelo prazo a que se refere o n. 4 2 — A licença não dispensa as empresas de transporte o do artigo 13. ferroviário do estrito cumprimento de todas as normas 5 — Existem, nomeadamente, os seguintes tipos de que lhes sejam aplicáveis e, nomeadamente, das rela- licença: tivas: a) Licença de serviço de transporte ferroviário de a) Às condições técnicas e operacionais do serviço passageiros urbano e suburbano; ferroviário; b) Licença de serviço de transporte ferroviário de b) Às condições de segurança respeitantes ao pessoal, passageiros regional; ao material circulante e à organização interna da c) Licença de serviço de transporte ferroviário de pas- empresa; sageiros nacional; c) À protecção aos utilizadores, bem como às con- d) Licença de serviço de transporte ferroviário de dições de saúde, segurança e outros direitos sociais dos passageiros internacional; trabalhadores e dos utilizadores. e) Licença de serviço de transporte ferroviário de mer- cadorias suburbano; 3 — A titularidade de licença válida é condição neces- f) Licença de serviço de transporte ferroviário de mer- sária, embora não suficiente, de obtenção de acesso à cadorias regional; infra-estrutura. g) Licença de serviço de transporte ferroviário de mer- 4 — As licenças validamente emitidas por outros cadorias nacional; Estados membros da União Europeia são válidas em h) Licença de serviço de transporte ferroviário de território nacional, conferindo os mesmos direitos que mercadorias internacional. as emitidas para empresas nacionais.

Artigo 6.o SECÇÃO II Entidade emitente Requisitos

1 — A entidade competente para a emissão de licen- o ças para o exercício da actividade de prestação de ser- Artigo 9. viços de transporte ferroviárioéoIMTT. Idoneidade 2 — Os actos relativos a licenciamento são notificados aos requerentes e divulgados publicamente nos seus ele- 1 — O requisito de idoneidade deve ser preenchido mentos essenciais, sem prejuízo do sigilo comercial das pelas empresas e pelas pessoas responsáveis pela sua empresas requerentes, na 2.a série do Diário da Repú- gestão, nomeadamente administradores, directores ou blica. gerentes. 3 — Para efeitos do número anterior, o sigilo comer- 2 — Para efeitos do disposto no presente diploma, cial abrange todas as informações relativas à empresa não são consideradas idóneas: requerente que não estejam sujeitas a qualquer forma a) As pessoas que tenham sido declaradas, por sen- de registo ou publicidade obrigatória, que não sejam tença transitada em julgado, falidas ou responsáveis pela ou não tenham caído no conhecimento público ou que falência de empresas cujo domínio hajam assegurado não tenham sido publicitadas em virtude da prática de ou de que tenham sido administradoras, directoras ou um acto judicial. gerentes; Diário da República, 1.a série — N.o 113 — 14 de Junho de 2007 3829

b) As pessoas que tenham desempenhado as funções Artigo 12.o referidas na alínea anterior em empresas cuja falência Seguro de responsabilidade civil haja sido prevenida, suspensa ou evitada por concordata, reconstituição empresarial, reestruturação financeira ou 1 — Os riscos decorrentes da actividade das empresas meio equivalente, nos dois anos anteriores à apresen- de transporte ferroviário e, nomeadamente, os relacio- tação do pedido de licença; nados com acidentes que causem danos aos passageiros, c) As empresas cuja falência haja sido prevenida, sus- à infra-estrutura, à bagagem, à carga, ao correio e a pensa ou evitada por concordata, reconstituição empre- terceiros devem estar cobertos por um seguro de res- ponsabilidade civil. sarial, reestruturação financeira ou meio equivalente, 2 — O capital seguro do seguro referido no número nos cinco anos anteriores à apresentação do pedido de anterior não pode, em qualquer caso, ser inferior a licença; E 10 000 000, sendo as demais condições, incluindo as d) As pessoas que tenham sido, por sentença tran- relativas à actualização dos capitais seguros, fixadas por sitada em julgado, condenadas por crime de abuso de portaria conjunta dos Ministros das Finanças e das confiança, burla, burla qualificada, burla relativa a segu- Obras Públicas, Transportes e Comunicações, a emitir ros, atentado à segurança de transporte por ar, água no prazo de 30 dias após a entrada em vigor do presente ou caminho de ferro, infidelidade, insolvência ou favo- diploma. recimento de credores; 3 — Os requerentes devem apresentar uma minuta e) As pessoas ou empresas que hajam sido condenadas da apólice a subscrever, de cujo teor resulte ser ine- pela prática de contra-ordenação de reconhecida gra- quívoco o cumprimento do disposto nos números ante- vidade respeitante à actividade ferroviária, por decisão riores, bem como a adequação entre o âmbito geográfico definitiva ou sentença transitada em julgado, no ano da apólice e aquele em que se desenvolve a actividade. anterior à apresentação do pedido de licença; f) As pessoas ou empresas que hajam sido conde- SECÇÃO III nadas, em matéria laboral, pela prática de contra-or- denação muito grave, ou pela prática reincidente de Do licenciamento contra-ordenação grave, por decisão definitiva ou sen- Artigo 13.o tença transitada em julgado, nos dois anos anteriores à apresentação do pedido de licença; Pedido de licença g) As pessoas ou empresas condenadas por infracção 1 — O pedido de licença para o exercício da acti- de legislação aduaneira, por decisão definitiva ou sen- vidade de prestação de serviços de transporte ferroviário tença transitada em julgado, nos cinco anos anteriores é apresentado ao IMTT. à apresentação do pedido de licença, quando as mesmas 2 — O IMTT, no prazo de 90 dias úteis a contar da pretendam efectuar transportes de mercadorias trans- apresentação do pedido ou, sendo esse o caso, a contar fronteiriços sujeitos àquela legislação. da recepção de toda a informação necessária ou da docu- mentação complementar solicitada à empresa reque- rente, decide o pedido. Artigo 10.o 3 — A falta de decisão no prazo importa indeferi- mento tácito do pedido. Capacidade financeira 4 — A licença é emitida por um prazo máximo de 1 — O requisito de capacidade financeira conside- cinco anos, renovável. ra-se preenchido desde que a empresa demonstre pos- 5 — Da licença consta o prazo para início da acti- suir a liquidez geral e a solvabilidade necessárias ao vidade. 6 — A renovação da licença depende da verificação cumprimento das suas obrigações efectivas e potenciais, do cumprimento dos mesmos requisitos necessários à avaliadas segundo previsões realistas, pelo menos pelo sua emissão. período de um ano. 7 — O modelo da licença será aprovado por portaria 2 — Considerar-se-á, em qualquer caso, que a do ministro da tutela no prazo de 30 dias após a entrada empresa não apresenta a capacidade financeira reque- em vigor do presente diploma. rida quando os pagamentos de impostos ou encargos sociais devidos pela sua actividade se encontrem em Artigo 14.o atraso, nos termos da legislação aplicável. Instrução do pedido

Artigo 11.o 1 — O pedido é instruído com a informação que per- mita a verificação dos requisitos definidos no presente Capacidade técnica diploma. 2 — Para efeitos do número anterior o pedido deve 1 — O requisito de capacidade técnica considera-se ser acompanhado, nomeadamente, com os seguintes preenchido desde que a empresa tenha uma organização elementos: de gestão com a experiência ou os conhecimentos neces- a) Relatórios e contas dos últimos três exercícios, sários para exercer, de modo seguro e eficaz, o controlo incluindo a demonstração dos fluxos de caixa, aprovados de exploração e a supervisão do tipo de operações abran- nos termos da legislação aplicável; gido pela licença. b) Recursos financeiros disponíveis, nomeadamente 2 — Quando a empresa não tenha ainda iniciado acti- depósitos bancários, adiantamentos concedidos sobre vidade, deve demonstrar que tem condições de vir a contas correntes e empréstimos; dispor de uma organização de gestão nos termos refe- c) Fundos e elementos do activo mobilizáveis a título ridos no número anterior. de garantia; 3830 Diário da República, 1.a série — N.o 113 — 14 de Junho de 2007

d) Fundos financeiros gerados pela actividade; Artigo 17.o e) Investimentos relevantes, nomeadamente com a aquisição de veículos, terrenos, edifícios, instalações e Revogação e suspensão da licença material circulante, incluindo os adiantamentos por conta, qualquer que seja a sua natureza; 1 — A licença pode ser revogada com fundamento f) Encargos sobre o património da empresa; em algum dos seguintes factos: g) Plano de investimentos e respectivas fontes de a) Obtenção da licença por meio de falsas declarações financiamento, designadamente relativo ao material ou outros expedientes ilícitos, independentemente de circulante; sanções penais que ao caso caibam; h) Indicação dos estabelecimentos, instalações e res- b) Incumprimento superveniente dos requisitos refe- tantes bens, pertencentes ou não à empresa requerente, o o afectos à actividade de prestação de serviços de trans- ridos no n. 1 do artigo 8. ; c) Modificação não autorizada do seguro previsto no porte ferroviário; o i) Demonstração de que a empresa possui estruturas artigo 12. ; o de organização e gestão compatíveis com a actividade d) Incumprimento das obrigações referidas no n. 2 que se propõe desenvolver; do artigo 8.o; j) Os procedimentos, sistemas e equipamentos afectos e) Inobservância das condições de segurança expres- em permanência para a realização, a monitorização e sas na admissão técnica do material circulante; o controlo da execução da actividade de prestação de f) Verificação de falhas graves ou reiteradas no serviços de transporte ferroviário; desempenho do material circulante ou dos equipamen- l) (Revogada); tos relevantes para a segurança, imputáveis às operações m) (Revogada.) de manutenção; g) Violação da obrigação de informação; 3 — Quando a empresa não possa apresentar rela- h) Oposição ao exercício da fiscalização; tórios e contas aprovados, relativos a três exercícios, i) Cessação das actividades da empresa por período por ter iniciado há menos tempo a actividade, o pedido superior a seis meses; deve ser instruído com os relatórios e contas que hajam sido aprovados, acompanhados de contas previsionais, j) Incumprimento do prazo para início da actividade; sendo que a empresa, quando não tenha ainda iniciado l) Desrespeito pela empresa dos acordos aplicáveis actividade ou cumprido um ano de actividade, deve pres- ao transporte internacional ferroviário que vinculem o tar informações tão completas quanto possível, por apre- Estado Português ou das normas legais nacionais apli- sentação, nomeadamente, de contas previsionais e, cáveis, designadamente as relativas a obrigações adua- quando existam, de balanços e demonstrações de neiras e fiscais; resultados. m) Incumprimento da obrigação de apresentação de 4 — Nos casos previstos no número anterior, ficam contas prevista no n.o 4 do artigo 14.o; as empresas obrigadas a apresentar contas anuais, logo n) Verificação das alterações a que se refere o n.o 1 que disponíveis. do artigo 18.o 5 — O IMTT pode solicitar que a instrução seja acom- panhada de relatório de análise aos documentos apre- 2 — Sempre que a ocorrência de uma das situações sentados para efeitos de demonstração da capacidade previstas no número anterior não seja suficientemente financeira e técnica, efectuado por entidade indepen- grave para determinar a revogação da licença, pode o dente e idónea. IMTT decidir a respectiva suspensão. 6 — Os custos decorrentes da aplicação do número anterior correm por conta do requerente. 3 — O acto que determina a suspensão da licença 7 — Caso o pedido não seja instruído com todas as fixa a duração da suspensão e os pressupostos de cuja informações e documentos necessários, o IMTT noti- verificação depende a cessação da mesma. ficará o requerente para suprir a deficiência em prazo 4 — Uma licença pode ser revogada ou suspensa par- não superior a 30 dias úteis. cialmente, quando as causas que justificam a revogação ou a suspensão se verifiquem apenas relativamente a parte das actividades de prestação de serviços de trans- Artigo 15.o porte ferroviário para que a empresa está licenciada. Recusa de concessão da licença 5 — A licença poderá conter disposições específicas relativas à sua suspensão ou revogação. A licença será recusada sempre que: 6 — Quando uma licença for suspensa ou revogada a) O pedido esteja incompleto, após o prazo con- devido à falta superveniente dos requisitos relativos à cedido para suprir a deficiência; capacidade financeira, o IMTT pode emitir uma licença b) A instrução do pedido enferme de inexactidões temporária, cuja duração não poderá exceder seis meses, ou falsidades; desde que se mostre garantido o cumprimento das con- c) Não se considere verificado qualquer dos requisitos dições de segurança. exigíveis. 7 — Quando o IMTT considerar que existem dúvidas quanto ao respeito dos requisitos de idoneidade, de o capacidade financeira ou de capacidade técnica por uma Artigo 16. empresa de transporte ferroviário à qual tenha sido con- Caducidade da licença cedida uma licença por outro Estado membro da União Europeia, ou que, quanto à mesma, ocorra qualquer A licença caduca: outra das circunstâncias previstas no n.o 1 transmitirá a) Nos prazos e termos nela fixados; essas dúvidas à entidade emitente. b) Se o requerente a ela expressamente renunciar; 8 — Quando ocorram acontecimentos respeitantes à c) Se a empresa for dissolvida. empresa licenciada que tenham impacte no conteúdo Diário da República, 1.a série — N.o 113 — 14 de Junho de 2007 3831 da licença, sem que, contudo, constituam fundamento prazo de 30 dias após a entrada em vigor do presente de revogação ou suspensão, pode a mesma ser alterada diploma. por forma a reflectir essas alterações; dos acontecimen- tos referidos não pode resultar diminuição do nível de cumprimento dos requisitos. CAPÍTULO IV 9 — Sem prejuízo dos casos comprovadamente urgen- tes, os actos de suspensão ou de revogação de licenças Acesso e trânsito na rede nacional praticados pelo IMTT estão sujeitos à tramitação pre- vista no Código do Procedimento Administrativo, SECÇÃO I nomeadamente no que respeita ao direito de audiência prévia dos interessados. Disposições gerais 10 — A suspensão ou revogação de licenças, bem como a concessão de licenças provisórias, são comu- Artigo 20.o nicadas de imediato pelo IMTT à Comissão Europeia. Direitos de acesso e trânsito Artigo 18.o 1 — É concedido o direito de acesso à infra-estrutura ferroviária nacional às empresas nacionais de transporte Obrigação de informação ferroviário para exploração de transporte de passageiros 1 — Quaisquer alterações que possam afectar o cum- no território nacional. primento dos requisitos de idoneidade, capacidade 2 — É concedido o direito de acesso à infra-estrutura financeira ou capacidade técnica deverão ser comuni- ferroviária nacional às empresas nacionais de transporte cadas pelas empresas ao IMTT, nomeadamente: ferroviário para prestação do serviço de transporte fer- roviário de mercadorias no território nacional. a) Quando uma empresa titular de licença tenha pen- 3 — São concedidos os direitos de acesso e trânsito dente contra si um processo de insolvência ou de recu- na infra-estrutura ferroviária nacional a agrupamentos peração de empresa; internacionais cuja composição integre uma empresa b) Quando ocorra alteração relevante da situação jurí- estabelecida em Portugal para prestação de serviços de dica de uma empresa titular de licença, designadamente transporte ferroviário internacional. em caso de fusão, aquisição ou cessão de estabele- 4 — É concedido o direito de trânsito na infra-es- cimento. trutura ferroviária nacional a agrupamentos internacio- nais para a prestação de serviços de transporte ferro- 2 — A comunicação a que se refere o número anterior viário internacional entre Estados membros da União deve ser efectuada num prazo nunca superior a cinco Europeia em que se encontrem estabelecidas as empre- dias úteis sobre a data de verificação do facto. sas que os constituam. 3 — Só em casos devidamente justificados, nomea- 5 — É concedido o direito de acesso à infra-estrutura damente pela natureza absolutamente imprevista ou ferroviária nacional às empresas de transporte ferro- incontrolável das circunstâncias, pode a comunicação viário para prestação de serviços de transporte com- a que se referem os números anteriores ser feita dentro binado internacional de mercadorias. de um prazo mais curto ou apenas após a verificação 6 — São concedidos, em condições equitativas, direi- do facto ou circunstância relevante. o tos de acesso e trânsito na infra-estrutura ferroviária 4 — Nos casos referidos no n. 1, o IMTT pode pro- nacional às empresas de transporte ferroviário, para ceder à reapreciação da idoneidade, capacidade finan- prestação de serviços de transporte ferroviário inter- ceira e capacidade técnica da empresa podendo alterar, nacional de mercadorias. revogar ou suspender a licença. 7 — Depois de 1 de Janeiro de 2007 os direitos pre- 5 — Sem prejuízo da obrigação de comunicação pre- vistos no n.o 2 são concedidos a todas as empresas de vista nos números anteriores, as empresas licenciadas transporte ferroviário estabelecidas num Estado mem- no âmbito do presente diploma devem facultar, anual- bro. mente, informação que permita averiguar da manuten- ção do cumprimento dos requisitos de idoneidade, téc- nicos e financeiros. Artigo 21.o 6 — A informação a que se refere o número anterior conterá ainda a discriminação de receitas e despesas Exercício dos direitos de acesso e trânsito por actividade, para efeitos de avaliação do impacte dos 1 — O exercício dos direitos de acesso e trânsito na subsídios e subvenções nos preços finais praticados, nos infra-estrutura ferroviária nacional depende da celebra- termos a definir por instrução do IMTT. ção, com o gestor da infra-estrutura ferroviária utilizada, dos acordos, públicos ou privados, sobre matérias admi- Artigo 19.o nistrativas, técnicas e financeiras necessários para regu- Taxas lar as questões de controlo e de segurança do tráfego relativas a esse transporte. 1 — Pela prática de actos relativos a licenças, nos ter- 2 — As condições que regulam esses acordos devem mos do presente capítulo, bem como pelo período de ter um carácter não discriminatório e obedecerão a todas validade das mesmas, são devidas taxas. as disposições legais e regulamentares aplicáveis em 2 — As taxas a que se refere o número anterior cons- matéria de repartição de capacidade da infra-estrutura tituem receita própria do IMTT e o seu montante e ferroviária, aplicação de tarifas pela utilização da infra- forma de pagamento é definido por portaria conjunta -estrutura ferroviária e certificação de segurança. dos Ministros de Estado e das Finanças e das Obras 3 — Os acordos, necessariamente reduzidos a escrito, Públicas, Transportes e Comunicações, a publicar no são notificados obrigatoriamente ao IMTT. 3832 Diário da República, 1.a série — N.o 113 — 14 de Junho de 2007

Artigo 22.o Artigo 25.o

Serviços e acesso aos serviços de terminais e portos Dever de informação 1 — O acesso pela rede e a prestação, nos terminais O gestor da infra-estrutura deve, a todo o tempo, e portos que sirvam, ou possam servir, mais de um cliente poder informar qualquer parte interessada sobre a capa- final, de serviços relacionados com o exercício dos direi- cidade da infra-estrutura que tenha sido atribuída às tos referidos no artigo 20.o são concedidos a todas as empresas ferroviárias utilizadoras. empresas de transporte ferroviário de forma não dis- criminatória, não podendo estar sujeitos a restrições, SECÇÃO III a menos que existam alternativas ferroviárias viáveis em condições de mercado para os requerentes ou partes Serviços prestados a empresas de transporte ferroviário interessadas em causa. o 2 — As empresas ou entidades, públicas ou privadas, Artigo 26. que explorem as instalações ou prestem os serviços refe- Tipologia de serviços ridos no número anterior estão obrigadas a conceder acesso aos interessados e a prestar-lhes esses serviços Os serviços prestados a empresas de transporte fer- em condições equitativas e não discriminatórias. roviário pelo gestor da infra-estrutura ou por outro pres- 3 — Em caso de incumprimento do disposto no tador de serviços, ao abrigo do presente diploma, são: número anterior pode o IMTT impor as obrigações espe- a) Os serviços essenciais; cíficas previstas no artigo 88.o b) Os serviços adicionais; c) Os serviços auxiliares.

SECÇÃO II Artigo 27.o Responsabilidades do gestor da infra-estrutura Serviços essenciais 1 — Os serviços essenciais compreendem todas as Artigo 23.o prestações necessárias ao efectivo exercício do direito de acesso à infra-estrutura e, designadamente: Cooperação internacional a) O pacote mínimo de acesso: 1 — O gestor da infra-estrutura deve cooperar com outros gestores de infra-estrutura envolvidos no sentido i) O tratamento dos pedidos de capacidade da de viabilizar o funcionamento eficiente dos serviços fer- infra-estrutura; roviários que utilizem mais de uma rede de infra- ii) O direito de utilização da capacidade concedida; -estrutura. iii) A utilização de vias, agulhas e entroncamentos; 2 — O gestor da infra-estrutura deve, em especial, iv) O comando e controlo da circulação do comboio, procurar garantir a maior competitividade possível do incluindo regulação, sinalização, expedição e a comu- transporte ferroviário internacional de mercadorias e nicação e transmissão de informações sobre a sua cir- assegurar uma utilização eficaz da rede transeuropeia culação ou movimentos de manobra, com excepção das de transporte ferroviário de mercadorias, definida no informações de natureza comercial; artigo 10.o-A da Directiva n.o 91/440/CE, com a redacção v) Quaisquer informações necessárias à operaciona- da Directiva n.o 2001/12/CE. lização ou funcionamento do serviço para o qual a capa- 3 — Para esse efeito, o gestor da infra-estrutura pode cidade foi concedida; participar em organizações conjuntas com outros ges- tores de infra-estruturas ferroviárias ou estabelecer b) O acesso por via férrea às instalações de serviços outros meios adequados de cooperação e coordenação. e ao fornecimento de serviços, como sejam: 4 — Qualquer cooperação, coordenação ou organi- i) Estações de passageiros, seus edifícios e outras zação conjunta nos termos dos números anteriores ficará instalações; sujeita às regras estabelecidas no presente diploma e ii) Instalações de abastecimento de combustível; às regras em matéria de promoção e defesa da con- iii) Terminais de mercadorias; corrência. iv) Estações de triagem; v) Instalações de formação das composições; o vi) Feixes de resguardo; Artigo 24. vii) Instalações de manutenção e outras instalações Confidencialidade técnicas; 1 — O gestor da infra-estrutura está obrigado a res- c) A utilização das infra-estruturas e equipamentos peitar o sigilo comercial da informação de que tenha de fornecimento, transformação e distribuição de ener- conhecimento, no âmbito da sua relação com os ope- gia eléctrica para tracção, quando disponíveis; radores. d) A prestação de socorro ferroviário em caso de 2 — Para efeitos do número anterior, o sigilo comer- perturbação da circulação resultante de falha técnica cial abrange todas as informações relativas à empresa ou acidente, nos termos previstos no artigo 51.o requerente que não estejam sujeitas a qualquer forma de registo ou publicidade obrigatória, que não sejam 2 — O gestor da infra-estrutura está obrigado a pres- ou não tenham caído no conhecimento público ou que tar os serviços essenciais a todas as empresas de trans- não tenham sido publicitadas em virtude da prática de porte ferroviário que o solicitem, respeitando sempre um acto judicial. um princípio de não discriminação entre operadores. Diário da República, 1.a série — N.o 113 — 14 de Junho de 2007 3833

3 — Pela prestação dos serviços essenciais o gestor 3 — Pela prestação dos serviços auxiliares o gestor da infra-estrutura só poderá cobrar as tarifas que resul- da infra-estrutura ou outro prestador dos mesmos só tem das regras impostas pelo presente diploma e pelos poderá cobrar as tarifas ou preços que resultem das regulamentos a que se refere o n.o 2 do artigo 52.o regras impostas pelo presente diploma e pelos regu- 4 — Em qualquer caso, o gestor da infra-estrutura lamentos a que se refere o n.o 2 do artigo 52.o, nos não poderá fazer depender a prestação dos serviços refe- casos previstos no artigo 55.o ridos no n.o 1 da aquisição de quaisquer outros produtos ou serviços e, nomeadamente, da aquisição de serviços adicionais ou auxiliares. SECÇÃO IV Directório da rede Artigo 28.o Serviços adicionais Artigo 30.o 1 — Os serviços adicionais compreendem exclusiva- Elaboração mente os seguintes serviços que, não se incluindo nos Incumbe ao gestor da infra-estrutura a elaboração serviços essenciais, são conexos com a actividade de pres- tação de serviços de transporte ferroviário: do directório da rede, após consulta às partes interes- sadas, nomeadamente às empresas de transporte fer- a) Fornecimento de energia eléctrica para tracção roviário. nos termos previstos na legislação aplicável à actividade de distribuição e comercialização da mesma; o b) Pré-aquecimento dos comboios de passageiros; Artigo 31. c) Abastecimento de combustível nos termos previstos Conteúdo na legislação aplicável àquela actividade; d) Manobras e todos os outros serviços prestados nas 1 — O directório da rede inclui um capítulo que enun- instalações de serviços referidos na alínea b)don.o 1 cia as características da infra-estrutura à disposição dos do artigo 27.o; operadores de transporte ferroviário, bem como as con- e) Contratos especiais para: dições de acesso à mesma, contendo, nomeadamente: i) Controlo do transporte de mercadorias perigosas; a) Mapa da rede ferroviária com indicação do número ii) Assistência na operação de comboios especiais; de vias, as estações mais importantes e as distâncias quilométricas entre os principais pontos; f) Prestação de socorro ferroviário que exceda as obri- b) Mapa da rede com indicação das cargas máximas gações constantes do artigo 51.o admissíveis — peso por eixo e por metro linear — de acordo com a classificação da União Internacional dos 2 — Quando preste serviços adicionais o gestor da Caminhos de Ferro; infra-estrutura está obrigado a prestá-los a todas as c) Mapa ou tabela da rede com indicação dos gaba- empresas que o solicitem, respeitando um princípio de ritos de referência aplicáveis; não discriminação entre operadores, a menos que exis- d) Mapa ou tabela da rede com indicação dos sistemas tam alternativas viáveis e comparáveis no mercado. de exploração disponíveis; 3 — Em qualquer caso, o gestor da infra-estrutura e) Mapa ou tabela da rede com indicação dos sistemas só pode prestar os serviços adicionais que lhe sejam de segurança de controlo automático da velocidade dos expressa e livremente requeridos pelas empresas de comboios; transporte ferroviário. f) Mapa ou tabela da rede com indicação dos sistemas 4 — Se o gestor da infra-estrutura não prestar algum de comunicação rádio solo-comboio; serviço adicional que lhe seja requerido deve envidar g) Mapa ou tabela da rede com indicação das velo- todos os esforços razoáveis para facilitar a prestação cidades máximas autorizadas; do mesmo por terceiros. h) Mapa ou tabela da rede com indicação das linhas 5 — Pela prestação dos serviços adicionais o gestor electrificadas e respectivas tensões de alimentação; da infra-estrutura ou outro prestador dos mesmos só i) Mapa ou tabela da rede com indicação das zonas poderá cobrar as tarifas ou preços que resultem das sujeitas a intervenções de modernização ou conservação regras impostas pelo presente diploma e pelos regu- que afectem de forma significativa a capacidade; lamentos a que se refere o n.o 2 do artigo 52.o, nos j) Mapa ou tabela da rede com indicação dos portos casos previstos no artigo 55.o e terminais de mercadorias, bem como das restantes instalações de prestação de serviços a que se refere a Artigo 29.o alínea b)don.o 1 do artigo 27.o; l) Indicação de todos os dados e informações com- Serviços auxiliares plementares de detalhe técnico necessários à apresen- 1 — Os serviços auxiliares compreendem os restantes tação e viabilização dos pedidos de capacidade, desig- serviços conexos com a actividade de prestação de ser- nadamente: viços de transporte ferroviário, nomeadamente: i) A descrição de zonas críticas e pontos singulares, a) O acesso à rede de telecomunicações; indicando os seus reflexos na capacidade final, bem b) O fornecimento de informações suplementares, como as medidas tendentes a eliminar ou atenuar os nomeadamente as de natureza comercial; seus efeitos negativos; c) A inspecção técnica do material circulante. ii) A definição de canais condicionados por programas de conservação e modernização; 2 — O gestor da infra-estrutura não é obrigado a pres- iii) A tabela de velocidades; tar estes serviços. iv) As instruções técnicas de sinalização; 3834 Diário da República, 1.a série — N.o 113 — 14 de Junho de 2007

v) Os diagramas das linhas das estações, portos, ter- e, sendo o caso, as escalas utilizadas para a aplicação minais de mercadorias e estações de triagem; das tarifas previstas na secção VI do presente capítulo vi) Os comprimentos máximos autorizados para os e informações sobre as alterações ao montante das tari- comboios; fas já decididas ou previstas. vii) Demais elementos de caracterização técnica das linhas; Artigo 32.o Publicação e informação m) Condições em que o gestor da infra-estrutura pode exigir às empresas de transporte ferroviário que colo- 1 — O gestor da infra-estrutura edita o directório da quem à sua disposição os recursos adequados à solução rede até 12 meses antes da entrada em vigor do horário da situação, quando ocorra perturbação da circulação respectivo. ferroviária e o regime de compensação financeira pelos 2 — No mesmo prazo, o gestor da infra-estrutura faz custos da disponibilização desses mesmos recursos. publicar, na 2.a série do Diário da República, anúncio de que o directório da rede está editado e de que será o 2 — O directório da rede inclui também um capítulo disponibilizado aos interessados nos termos do n. 4. sobre os princípios, critérios, fases e prazos do proce- 3 — O directório da rede deve, sempre que neces- dimento de repartição da capacidade, caracterizando os sário, ser actualizado ou modificado, observando-se o critérios seguidos naquele procedimento e contendo mesmo procedimento de edição e publicitação. todas as informações necessárias para o exercício dos 4 — O directório da rede é fornecido, pelo gestor direitos de acesso e para a viabilização de pedidos de da infra-estrutura, ao IMTT, bem como, a pedido e canais horários, nomeadamente: contra pagamento de uma quantia não superior ao custo de publicação, aos interessados que o solicitem. a) As modalidades e condições de apresentação de 5 — Podem ser solicitadas informações suplementa- pedidos de canais horários ao gestor da infra-estrutura res para elaboração de pedido de canal horário ao gestor pelos candidatos; da infra-estrutura em requerimento fundamentado. b) Os requisitos a que devem obedecer os candidatos, 6 — Se o pedido referido no número anterior for exe- nomeadamente os respeitantes ao certificado de segu- quível, o gestor da infra-estrutura deve disponibilizar rança e à admissão técnica do material circulante; a informação solicitada no prazo de cinco dias úteis. c) Os princípios que regem a fase de coordenação, os quais deverão, em especial, reflectir a dificuldade da organização de canais horários internacionais e as SECÇÃO V incidências que qualquer modificação pode ter noutros Repartição da capacidade da infra-estrutura ferroviária gestores da infra-estrutura; d) Os procedimentos a observar e os critérios de prio- SUBSECÇÃO I ridade a utilizar em casos de infra-estrutura conges- tionada; Disposições gerais

e) As condições pelas quais são tidos em conta os o anteriores níveis de utilização da capacidade para deter- Artigo 33. minar prioridades no procedimento de repartição; Âmbito f) Elementos sobre a designação de infra-estruturas como infra-estruturas especializadas, nos termos do 1 — A presente secção estabelece os princípios e pro- artigo 50.o; cedimentos que presidem ao exercício da repartição da g) Quotas limiar para efeitos da aplicação do capacidade da infra-estrutura ferroviária nacional. artigo 45.o 2 — A atribuição de capacidade a um candidato não lhe confere direito de acesso à rede nacional, o qual, 3 — Ao precisar, no directório da rede, os princípios nos termos da secção I do presente capítulo, é reservado de repartição da capacidade, o gestor da infra-estrutura a empresas de transporte ferroviário. tem em consideração os seguintes factores: o a) Partilha da capacidade e desenvolvimento da infra- Artigo 34. -estrutura para a realização de serviços nacionais e inter- Definições nacionais, de passageiros e de mercadorias e para a satisfação de pedidos pontuais; Para efeitos da presente secção, entende-se por: b) Manutenção e melhoria dos níveis de fiabilidade a) «Acordo quadro» um acordo juridicamente vin- dos serviços; culativo, de direito público ou privado, que estabelece c) Incentivos ao bom desempenho; os direitos e obrigações de um candidato e do gestor d) Promoção da concorrência no âmbito da prestação da infra-estrutura em relação à capacidade de infra- de serviços ferroviários. -estrutura a repartir num período superior ao período de vigência de um horário técnico; 4 — O directório da rede inclui, igualmente, um capí- b) «Canal horário» a capacidade da infra-estrutura tulo sobre os princípios de tarifação e o tarifário, do necessária para a circulação e manobras de um comboio, qual constarão todos os elementos relevantes do regime entre dois pontos, num determinado período de tempo; de tarifação, assim como informação suficientemente c) «Canais horários incompatíveis» a situação veri- pormenorizada sobre as tarifas aplicáveis aos serviços ficada quando a circulação simultânea de dois comboios por si prestados nos termos da secção III do presente se torne impossível, segundo o sistema de comando e capítulo. controlo da circulação existente, podendo a incompa- 5 — O capítulo previsto no número anterior apre- tibilidade dever-se ao espaçamento insuficiente entre sentará, pormenorizadamente, a metodologia, as regras comboios no mesmo sentido, a comboios que circulem Diário da República, 1.a série — N.o 113 — 14 de Junho de 2007 3835 em sentidos opostos ou à necessidade de atravessamen- viço de transporte ferroviário, ou de outros contratos tos de vias que estejam sendo utilizadas por outras de serviço público, celebrados pelo Estado. circulações; 4 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, d) «Candidato» uma empresa de transporte ferro- aplicam-se aos concessionários os procedimentos pre- viário detentora de licença ou um agrupamento inter- vistos nesta secção. nacional de empresas de transporte ferroviário e outras 5 — É proibida qualquer transmissão de capacidade pessoas singulares ou colectivas com um interesse de da infra-estrutura atribuída a um candidato, implicando serviço público ou comercial na aquisição de capacidade a prática de tal acto tanto a respectiva nulidade como de infra-estrutura, tais como autoridades públicas ao a exclusão desse candidato de qualquer nova atribuição abrigo do Regulamento (CEE) n.o 1191/69, do Conselho, de capacidade. bem como carregadores marítimos, transitários e ope- 6 — Não se considera transmissão de capacidade a radores de transportes combinados, para exploração de utilização desta por uma empresa de transporte ferro- um serviço ferroviário nos respectivos territórios; viário que exerça a actividade de um candidato que não e) «Capacidade da infra-estrutura» a possibilidade de tenha essa qualidade. programação de canais horários num determinado ele- mento da infra-estrutura, por unidade de tempo; f) «Coordenação» o processo através do qual o gestor SUBSECÇÃO II da infra-estrutura e os candidatos procurarão resolver situações de conflito entre pedidos de canais horários; Horários técnicos g) «Horário comercial» o conjunto de dados que define todos os serviços de transporte ferroviário ofe- recidos por cada operador de transporte ferroviário ao PARTE I público; Competência do gestor da infra-estrutura e vigência h) «Horário técnico» o conjunto de dados que define do horário técnico todos os movimentos programados dos comboios neces- sários à prestação de serviço e dos inerentes à orga- o nização do mesmo na infra-estrutura, durante o seu Artigo 36. período de vigência; Elaboração e aprovação i) «Infra-estrutura congestionada» uma secção da infra-estrutura relativamente à qual a procura de capa- 1 — A repartição da capacidade da infra-estrutura cidade não pode ser integralmente satisfeita, mesmo efectiva-se através da elaboração e aprovação do horário após a coordenação dos vários pedidos de canais técnico. horários; 2 — O horário técnico é elaborado e aprovado pelo j) «Margens» os tempos concedidos numa marcha gestor da infra-estrutura, nos termos definidos nos arti- destinados à recuperação de atrasos; gos seguintes, e contém obrigatoriamente os seguintes l) «Pedido pontual» um pedido de canal horário que, elementos: devido ao facto de não ser conhecida com antecedência a) As marchas de comboios na infra-estrutura, suficiente a necessidade que o motiva, não tenha podido incluindo o tipo de marcha, a tonelagem rebocada, o ser considerado no processo normal de elaboração do regime de frequência, as séries das unidades motoras, horário técnico; o número de unidades por série, o comprimento do m) «Plano de reforço da capacidade» uma medida, comboio e o tipo de freio; ou conjunto de medidas, cuja aplicação obedece a um b) As horas de chegada e de partida dos comboios calendário, propostas para atender às limitações de nas estações de origem e de destino, bem como as horas capacidade que levaram a que uma secção da infra- de chegada, partida ou passagem nas estações inter- -estrutura tenha sido declarada «infra-estrutura con- médias e em pontos de controlo; gestionada»; c) As margens. n) «Quota limiar» o valor de referência de nível de utilização dos canais horários atribuídos a um dado ope- rador, abaixo do qual pode ocorrer a retrocessão dos Artigo 37.o canais horários; o) «Repartição» a afectação da capacidade da infra- Períodos de vigência e alterações -estrutura ferroviária pelo gestor da infra-estrutura. 1 — O horário técnico será fixado uma vez por ano civil. Artigo 35.o 2 — A mudança de horário técnico terá lugar à meia- -noite do 2.o sábado do mês de Dezembro. Princípios do procedimento de repartição 3 — Qualquer alteração ou ajustamento significativo 1 — Sem prejuízo do disposto no artigo 50.o, a capa- do horário após o Inverno terá preferencialmente lugar cidade de infra-estrutura é considerada disponível para à meia-noite do último sábado de Junho, podendo con- todos os tipos de serviço compatíveis com as caracte- tudo outras datas ser decididas depois de ouvidos os rísticas necessárias para utilização do canal horário. operadores, devendo o gestor informar do facto o IMTT, 2 — A repartição da capacidade da infra-estrutura e, quando a alteração afecte canais internacionais, a ferroviária deve ser realizada de forma equitativa e não Comissão Europeia. discriminatória relativamente aos diferentes candidatos 4 — O gestor da infra-estrutura e um candidato e por forma a permitir a sua utilização eficaz e eficiente. podem, nos termos do artigo 49.o, celebrar um acordo 3 — A repartição da capacidade da infra-estrutura quadro para a utilização da capacidade na infra-estru- tem de respeitar, a cada momento, as obrigações cons- tura ferroviária em causa, com duração superior ao tantes dos contratos de concessão de exploração de ser- período de vigência de um horário técnico. 3836 Diário da República, 1.a série — N.o 113 — 14 de Junho de 2007

PARTE II 3 — Os procedimentos estabelecidos para coordenar Procedimento a repartição da capacidade de infra-estrutura a nível internacional devem associar representantes dos gesto- Artigo 38.o res de todas as infra-estruturas ferroviárias cujas deci- sões de repartição tenham repercussões sobre a acti- Pedidos de canais horários vidade de vários outros gestores de infra-estrutura. 1 — Os candidatos apresentam os seus pedidos de 4 — Os representantes adequados de gestores de canais horários ao gestor de infra-estrutura até oito infra-estrutura exteriores à Comunidade Europeia meses antes da entrada em vigor do horário técnico. podem ser associados a estes procedimentos. 2 — Um candidato que, nos termos do artigo 49.o, 5 — A Comissão Europeia deve ser informada e con- seja parte num acordo quadro deve apresentar o seu vidada a participar, na qualidade de observador. pedido nos termos desse acordo. 6 — Nas reuniões ou noutras actividades destinadas 3 — O gestor da infra-estrutura pode, para assegurar a assegurar a repartição da capacidade de infra-estrutura a salvaguarda das suas legítimas expectativas relativa- para os serviços ferroviários que utilizem várias redes, mente às receitas e à utilização da infra-estrutura, exigir as decisões são tomadas apenas pelos representantes aos candidatos o fornecimento de uma garantia finan- dos gestores da infra-estrutura. ceira, a qual não deve exceder um nível adequado e 7 — A lista dos membros, o modo de funcionamento proporcional ao nível de actividade previsto do candi- da colaboração e todos os critérios utilizados na ava- dato e à demonstração da capacidade de apresentação liação e repartição da capacidade de infra-estrutura são de propostas adequadas para obtenção de capacidade tornados públicos. de infra-estrutura. 8 — O gestor da infra-estrutura assegurará, na 4 — As condições da exigência referida no número medida do possível, que os canais sejam respeitados nos anterior devem ser adequadas, transparentes e não dis- processos subsequentes, pelo que só haverá ajustamen- tos em caso de absoluta necessidade. criminatórias e são publicadas no directório da rede o como parte integrante dos princípios que regulam a 9 — No quadro da cooperação referida no n. 1, o repartição da capacidade de infra-estrutura, devendo a gestor da infra-estrutura avaliará as necessidades e, se Comissão Europeia ser delas informada. necessário, proporá e organizará canais horários inter- 5 — O pedido de reserva de capacidade de infra-es- nacionais que facilitem a exploração de composições trutura para realização das operações de manutenção de mercadorias sujeitas a pedidos pontuais. ou investimento é apresentado pelo gestor da infra-es- 10 — O gestor da infra-estrutura disponibilizará aos trutura, no quadro do processo previsto no n.o 2do candidatos os canais horários internacionais preesta- artigo 40.o belecidos. 6 — Para efeitos do número anterior, o gestor da infra-estrutura deve ter devidamente em conta as inci- Artigo 40.o dências da reserva de capacidade de infra-estrutura para Elaboração manutenção planificada da via férrea nas actividades dos candidatos. 1 — O gestor da infra-estrutura prepara um projecto 7 — Os candidatos podem solicitar capacidade res- de horário técnico até cinco meses antes da entrada peitante a várias redes a um único gestor de infra- em vigor do horário técnico. -estrutura. 2 — No processo de elaboração do projecto de horá- 8 — Esse gestor fica autorizado a actuar em nome rio técnico, o gestor da infra-estrutura aprecia os dife- do candidato para obter capacidade junto dos outros rentes pedidos de canais horários, no âmbito definido gestores de infra-estrutura competentes. pelo directório da rede. 9 — Os gestores da infra-estrutura garantirão que, 3 — O gestor da infra-estrutura deve, na medida do relativamente à capacidade de infra-estrutura respei- possível, satisfazer todos os pedidos de canais horários, tante a mais de uma rede, os candidatos possam apre- incluindo os pedidos de canais horários que cruzem mais sentar os seus pedidos directamente a uma organização de uma rede, tendo em conta os condicionalismos que conjunta criada pelos gestores da infra-estrutura. afectam os candidatos, incluindo as incidências econó- micas na sua actividade. Artigo 39.o 4 — O gestor da infra-estrutura deve manter, sempre que possível, no horário técnico, uma reserva de capa- Canais horários internacionais cidade que lhe permita responder rapidamente aos pedi- 1 — Antes de iniciar o processo de audição sobre o dos pontuais previsíveis. projecto de horário de serviço, previsto no artigo 42.o, 5 — O disposto no número anterior é igualmente apli- e o mais tardar 11 meses antes da entrada em vigor cável em caso de infra-estrutura congestionada. do horário técnico, o gestor da infra-estrutura assegurará o estabelecimento de canais horários internacionais a Artigo 41.o incluir no horário técnico, em cooperação com outros Coordenação organismos de repartição competentes, nomeadamente no quadro da rede transeuropeia de transporte ferro- 1 — Sempre que forem efectuados pedidos cuja acei- viário de mercadorias, definida no artigo 10.o-A da tação implique a utilização de canais horários incom- Directiva n.o 91/440/CE, com a redacção da Directiva patíveis, o gestor da infra-estrutura assegura a respectiva n.o 2001/12/CE. coordenação, ajustando, tanto quanto possível, todos os 2 — O gestor da infra-estrutura criará, em colabo- pedidos, nos termos dos princípios definidos no direc- ração com outros organismos de repartição competen- tório da rede. tes, os mecanismos necessários para efeitos do previsto 2 — Em situações que requeiram coordenação, no número anterior. poderá o gestor da infra-estrutura, dentro de limites Diário da República, 1.a série — N.o 113 — 14 de Junho de 2007 3837 razoáveis, propor canais horários diferentes dos soli- de um determinado serviço para a comunidade, e que citados. salvaguardem devidamente a importância dos serviços 3 — O gestor da infra-estrutura deve envidar esforços de transporte de mercadorias, e, em particular, dos no sentido de solucionar os eventuais conflitos, através internacionais. de consultas aos candidatos interessados. 5 — O gestor da infra-estrutura pode incluir, no direc- 4 — Quando alguns pedidos de canais horários não tório da rede, as condições em que são tidos em conta puderem ser satisfeitos sem coordenação, o gestor da os anteriores níveis de utilização dos canais horários infra-estrutura assegurará a coordenação da totalidade ao determinar prioridades para o processo de repartição. dos pedidos. 6 — Os critérios de prioridade constam do directório da rede. Artigo 42.o Artigo 45.o Audição aos interessados Utilização dos canais horários 1 — O gestor da infra-estrutura, concluída a elabo- ração do projecto de horário técnico e antes da sua Em especial no que se refere à infra-estrutura con- aprovação, deverá consultar as partes interessadas para gestionada, o gestor da infra-estrutura pode determinar que estas se pronunciem sobre ele, por escrito, num a retrocessão dos canais horários que, durante um prazo de 30 dias corridos a contar da respectiva período mínimo de um mês, tenham sido menos uti- divulgação. lizados do que a quota limiar estipulada no directório 2 — Para efeitos do disposto no número anterior, con- da rede, excepto se tal tiver sido provocado por razões sideram-se partes interessadas todas as que tenham não económicas fora do controlo dos operadores de apresentado pedidos de capacidade de infra-estrutura, transporte ferroviário. bem como as que desejem formular observações sobre as incidências do horário técnico na sua capacidade de Artigo 46.o prestação de serviços ferroviários durante o período de Análise de capacidade vigência do horário técnico. 3 — O gestor da infra-estrutura deve tomar as medi- 1 — O gestor da infra-estrutura procede a uma análise das adequadas para atender às observações apresen- da capacidade, a concluir no prazo de seis meses a contar tadas. do momento em que uma parte da infra-estrutura seja declarada congestionada, excepto se estiver já a ser apli- Artigo 43.o cado um plano de reforço de capacidade. 2 — Na análise referida no número anterior, o gestor Aprovação e comunicação da infra-estrutura determina os motivos que impedem 1 — O gestor da infra-estrutura aprova o horário téc- a adequada satisfação dos pedidos de canais horários, nico e procede à respectiva comunicação aos candidatos identificando as causas dos congestionamentos regis- até três meses antes da respectiva entrada em vigor. tados. 2 — A recusa, ainda que parcial, de pedidos de canais 3 — A análise deve contemplar a infra-estrutura, os horários é sempre fundamentada. procedimentos de operação, a natureza dos diferentes serviços explorados e o reflexo de todos estes factores na capacidade de infra-estrutura. SUBSECÇÃO III 4 — As medidas propostas deverão, em especial, incluir a modificação de itinerários, a reprogramação Infra-estrutura congestionada dos horários dos serviços, alterações da velocidade, bem como intervenções que beneficiem a infra-estrutura. Artigo 44.o o Infra-estrutura congestionada Artigo 47. Plano de reforço 1 — Se, após coordenação de pedidos e audição pré- via dos candidatos, se verificar a impossibilidade de satis- 1 — No prazo de seis meses após conclusão da análise fazer adequadamente os pedidos, o gestor da infra-es- referida no artigo anterior, o gestor da infra-estrutura trutura declara congestionada a parte de infra-estrutura submete, após audição ao IMTT, ao ministério respon- respectiva informando o IMTT do facto. sável pela área do transporte ferroviário, para aprova- 2 — O mesmo processo poderá ser adoptado rela- ção, um plano de reforço da capacidade, elaborado após tivamente a outras partes da infra-estrutura que pre- consulta aos utilizadores da parte de infra-estrutura sumivelmente venham a sofrer de escassez de capaci- congestionada. dade num futuro próximo. 2 — Do plano devem constar as causas da congestão, 3 — Quando determinada parte da infra-estrutura for as opções de reforço, a evolução provável do tráfego, declarada congestionada e a componente da tarifa a os condicionalismos à expansão da infra-estrutura, o que se refere a alínea a)don.o 2 do artigo 54.o não custo das opções e uma análise custo/benefício das medi- for aplicada ou não produzir resultados satisfatórios, das de reforço identificadas, bem como um plano de terá prioridade o transporte ferroviário em regime de acção e um calendário de implementação. serviço público, em especial o realizado ao abrigo de 3 — A aplicação da componente da tarifa a que se contrato de concessão de serviço público. refere a alínea a)don.o 2 do artigo 54.o fica suspensa 4 — Nas condições previstas no número anterior, e sempre que o gestor da infra-estrutura não apresente sem prejuízo do que aí se dispõe, o gestor da infra- um plano de reforço da capacidade, ou não o execute. -estrutura pode, na repartição de capacidade, recorrer 4 — Sem prejuízo do disposto nos números anterio- a critérios de prioridade que considerem a importância res, o gestor da infra-estrutura pode, mediante apro- 3838 Diário da República, 1.a série — N.o 113 — 14 de Junho de 2007 vação do IMTT, continuar a aplicar essa componente SUBSECÇÃO VI da tarifa quando: Infra-estrutura especializada a) O plano de reforço da capacidade não puder ser realizado por circunstâncias fora do seu controlo; Artigo 50.o b) As opções disponíveis não forem económica ou financeiramente viáveis. Infra-estrutura especializada 1 — Quando existam itinerários alternativos adequa- dos, o gestor da infra-estrutura pode, após consulta das SUBSECÇÃO IV partes interessadas, designar uma infra-estrutura como Pedidos pontuais especializada para utilização por determinados tipos de tráfego. 2 — Sem prejuízo do disposto nos artigos 81.o, 82.o o Artigo 48. e 86.o do Tratado da Comunidade Europeia, e das dis- Pedidos pontuais posições nacionais sobre concorrência, quando se efec- tue essa designação, o gestor da infra-estrutura pode 1 — Os candidatos podem efectuar, fora do prazo pre- dar prioridade a estes tipos de tráfego aquando da repar- o visto no artigo 38. , pedidos pontuais de canais horários. tição de capacidade de infra-estrutura. 2 — O gestor da infra-estrutura decide sobre os pedi- 3 — A designação prevista no número anterior não dos formulados nos termos do número anterior num deve inviabilizar a utilização da infra-estrutura em causa prazo de cinco dias úteis. por outros tipos de tráfego, quando haja capacidade disponível e o material circulante apresente as carac- terísticas técnicas necessárias para utilizar a linha. SUBSECÇÃO V 4 — Quando uma infra-estrutura tenha sido desig- o Acordos quadro nada como especializada nos termos do n. 1, será feita menção desse facto no directório da rede. Artigo 49.o Acordos quadro SUBSECÇÃO VII 1 — Sem prejuízo do disposto nos artigos 81.o, 82.o Perturbação da circulação ferroviária e 86.o do Tratado da Comunidade Europeia, das regras nacionais em matéria de concorrência e das competên- Artigo 51.o cias das autoridades nacionais de defesa da concorrên- Medidas especiais em caso de perturbação cia, pode ser celebrado um acordo quadro entre o gestor da infra-estrutura e um candidato, sujeito a aprovação 1 — Em caso de perturbação da circulação ferroviária prévia do IMTT, ouvida a Autoridade da Concorrência. resultante de falha técnica ou acidente, o gestor da infra- 2 — Esse acordo quadro, obrigatoriamente reduzido -estrutura deve tomar todas as medidas e disponibilizar a escrito, especificará as características da capacidade os meios necessários para restabelecer a situação nor- da infra-estrutura solicitada pelo candidato e que lhe mal, elaborando, para esse efeito, um plano de con- é fornecida para um período superior ao período de tingência que inclui uma lista dos diversos organismos vigência de um horário de serviço. públicos a informar em caso de incidentes graves ou 3 — O acordo quadro não especificará detalhada- de séria perturbação da circulação ferroviária. mente canais horários mas deve ser elaborado por forma 2 — Em caso de emergência e de absoluta necessi- a responder às necessidades comerciais legítimas do dade motivada por uma falha que torne a infra-estrutura candidato. temporariamente inutilizável, os canais horários atribuí- 4 — O acordo quadro não deve inviabilizar a utili- dos podem ser retirados sem pré-aviso pelo período de zação da infra-estrutura em causa por outros candidatos tempo necessário para a reparação do sistema. ou serviços. 3 — As eventuais sanções ou compensações devidas 5 — O acordo quadro deve poder ser alterado ou limi- pela perturbação ou interrupção da circulação são pre- tado por forma a permitir uma melhor utilização da vistas no regime de melhoria de desempenho a que se infra-estrutura ferroviária. refere o artigo 60.o, sem prejuízo da aplicação das nor- 6 — O acordo quadro pode incluir sanções em caso mas gerais de responsabilidade civil. de alteração ou denúncia do acordo. 4 — Não é devida qualquer tarifa, incluindo a asso- 7 — O acordo quadro deve ter, em princípio, uma ciada à capacidade pedida mas não utilizada, em caso vigência de cinco anos, podendo o gestor da infra-es- de perturbação que determine a impossibilidade da cir- trutura, em casos específicos, aceitar um período inferior culação ferroviária. ou superior. 5 — Se o considerar necessário, o gestor da infra- 8 — Qualquer período superior a cinco anos deve jus- -estrutura pode exigir às empresas de transporte fer- tificar-se pela existência de contratos comerciais, inves- roviário que coloquem à sua disposição os recursos ade- timentos específicos ou riscos. quados ao rápido restabelecimento da situação normal, 9 — Uma vigência superior a 10 anos só é possível nos termos previstos no directório da rede. em casos excepcionais, nomeadamente em caso de inves- 6 — Nos casos previstos no número anterior, e nos timentos avultados e a longo prazo, em especial quando termos previstos no directório da rede, o gestor da infra- estes forem objecto de compromissos contratuais. -estrutura compensará financeiramente as empresas de 10 — No respeito pelo segredo comercial, qualquer transporte ferroviário pelos custos da disponibilização parte interessada pode tomar conhecimento das linhas de recursos adequada ao restabelecimento da norma- gerais dos acordos quadro. lidade da situação. 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SECÇÃO VI 4 — Cabe ao Estado definir as regras de atribuição dos incentivos a que se refere o número anterior. Tarifas pela utilização da infra-estrutura 5 — Podem ser aplicadas tarifas a título da utilização SUBSECÇÃO I de capacidade para a manutenção da infra-estrutura, não podendo estas exceder a perda líquida de receitas Regime geral suportada pelo gestor da infra-estrutura em resultado das operações de manutenção, nos termos a definir por Artigo 52.o regulamento. Âmbito 6 — O gestor da infra-estrutura pode aplicar uma tarifa adequada sobre a capacidade pedida mas não uti- 1 — A presente secção define as regras gerais a obser- lizada, desde que a mesma tenha como objectivo incen- var pelo gestor da infra-estrutura na fixação, determi- tivar o uso eficiente da infra-estrutura, nos termos que nação e cobrança das tarifas devidas pela utilização da vierem a constar da regulamentação a que se refere infra-estrutura. on.o 2 do artigo 52.o 2 — As regras gerais definidas no presente capítulo 7 — As tarifas, incluindo as referidas no artigo 56.o, serão objecto de regulamentação a emitir pelo IMTT. incorporarão no seu cálculo um incentivo à eficiência 3 — A fixação, determinação e cobrança das tarifas do gestor da infra-estrutura, a definir pelo IMTT, o devidas pela utilização da infra-estrutura compete ao qual pode variar consoante o tipo de tarifa em causa, gestor da infra-estrutura para financiamento da sua acti- nos termos que vierem a constar da regulamentação vidade de gestão da infra-estrutura. a que se refere o n.o 2 do artigo 52.o 8 — Na definição do incentivo a que se refere o número anterior o IMTT terá em conta toda a infor- Artigo 53.o mação disponível, incluindo a que obtenha por via do Princípio de não discriminação exercício dos seus poderes de fiscalização e a que lhe o seja disponibilizada, para o efeito, pelo gestor da Para efeitos do n. 3 do artigo anterior, o gestor da infra-estrutura. infra-estrutura deve observar o princípio de não dis- 9 — O IMTT, ouvido o Ministério das Finanças, pode, criminação entre operadores, assegurando, nomeada- mediante decisão fundamentada e em casos excepcionais mente: que o justifiquem, fixar, por um prazo determinado, o a) A identidade, em toda a rede sob sua gestão, dos nível de custos admissíveis para efeitos de cálculo da princípios aplicáveis à tarifação, sem prejuízo do dis- tarifa base. posto na subsecção III da presente secção; 10 — As tarifas são divulgadas antecipadamente, sob b) Que as empresas que prestem serviços equivalentes a forma de tabelas, e constam do directório da rede. num segmento análogo de mercado pagam tarifas 11 — As tabelas discriminarão os valores das tarifas equivalentes. por tipo de serviço e parte de rede utilizável.

Artigo 55.o SUBSECÇÃO II Âmbito de aplicação dos princípios Tarifas base 1 — As tarifas ou preços a cobrar pelos serviços auxi- Artigo 54.o liares e adicionais não estão sujeitas aos princípios enun- Princípios ciados no artigo anterior. 2 — As tarifas ou preços a cobrar pelos serviços refe- 1 — As tarifas a cobrar pelo gestor da infra-estrutura ridos no número anterior, quando os mesmos sejam ofe- pelos serviços compreendidos no artigo 27.o devem cor- recidos por um único prestador de serviços, que pode responder ao custo directamente imputável à exploração ser o gestor da infra-estrutura, não podem exceder o do serviço de transporte ferroviário, sem prejuízo do custo da sua prestação, com base no nível real de disposto no número seguinte. utilização. 2 — As tarifas base calculadas nos termos do número 3 — Quando se trate de serviços referidos na alínea d) anterior podem incluir: do n.o 1 do artigo 28.o, a definição das tarifas ou preços a cobrar deverá ter em conta a situação concorrencial a) Uma componente que reflicta a escassez de capa- dos transportes ferroviários. cidade do segmento identificável da infra-estrutura 4 — O disposto nos números anteriores não se aplica durante os períodos de congestão, nos termos resul- o nos casos em que as tarifas ou preços relativos à pres- tantes do artigo 44. ; tação de serviços adicionais ou auxiliares sejam fixados b) Uma componente que reflicta a internalização dos por autoridade administrativa legalmente competente, custos ambientais provocados pelo transporte ferroviá- ou ao abrigo de regras por ela emitidas. rio em causa, criada nos termos previstos pela alínea b) do n.o 1 do artigo 5.o da Lei n.o 10/90, de 17 de Março. SUBSECÇÃO III 3 — A componente prevista na alínea b) do número Tarifas para recuperação total de custos anterior só pode traduzir-se num aumento das tarifas e recuperação de investimento referidas no n.o 1 quando exista um nível equivalente de internalização desses custos nos modos de transporte Artigo 56.o concorrentes, sendo que, neste último caso, o excedente Tarifas para recuperação total de custos de proveitos que resulte daqueles aumentos será con- signado a incentivos visando a eficiência ambiental das 1 — O gestor da infra-estrutura pode criar tarifas para empresas ferroviárias. recuperação total de custos que assegurem a plena recu- 3840 Diário da República, 1.a série — N.o 113 — 14 de Junho de 2007 peração dos custos de exploração da infra-estrutura, sem de entrada em vigor da Directiva n.o 2001/14/CE, ou prejuízo do disposto no n.o 7 do artigo 54.o que venham a ser objecto de planos de investimento 2 — As tarifas para recuperação total de custos só específico, as tarifas aplicáveis a esses troços podem podem ser fixadas quando as condições de mercado o reflectir os custos dos investimentos, não se conside- permitam. rando como tal os custos financeiros, desde que se veri- 3 — As tarifas para recuperação total de custos res- fique, cumulativamente: peitarão, nomeadamente, os seguintes princípios: a) Que os referidos projectos aumentam a eficácia a) Não deverão prejudicar a competitividade do trans- ou a relação custo-eficácia da exploração ferroviária; porte ferroviário, nomeadamente do transporte ferro- b) Que os referidos projectos, de outro modo, não viário internacional de mercadorias; pudessem ter sido ou possam ser realizados. b) Serão calculadas com base em princípios eficazes, transparentes e não discriminatórios; 2 — A faculdade prevista no número anterior pode c) Serão calculadas por forma a não absorverem os ser acompanhada de acordos sobre a partilha de riscos aumentos de produtividade das empresas de transporte associados aos novos investimentos entre o gestor da ferroviário. infra-estrutura e os operadores que a utilizem.

4 — As tarifas para recuperação total de custos não podem implicar a exclusão da utilização da infra-estru- SUBSECÇÃO IV tura por parte de operadores que prestem serviços em Descontos e regimes especiais segmentos de mercado que possam suportar a tarifa base, acrescida, se o mercado o permitir, de uma taxa Artigo 59.o de rentabilidade. 5 — As tarifas previstas no n.o 1 constarão do direc- Descontos tório da rede e vigoram pelo período deste, só podendo 1 — O gestor da infra-estrutura não pode efectuar ser alteradas no âmbito da emissão de um novo descontos às tarifas calculadas com respeito das regras documento. a que se refere o n.o 2 do artigo 52.o, excepto quando os mesmos: o Artigo 57. a) Se limitem a reflectir a economia real de custos Isenção ou abatimentos administrativos realizada pelo gestor da infra-estrutura na disponibilização da mesma, desde que não esteja já 1 — Os operadores que prestem serviços de trans- reflectida no cálculo das tarifas; ou porte ferroviário em segmentos de mercado que possam b) Se destinem a incentivar o desenvolvimento de suportar a tarifa base podem requerer abatimentos ou novos serviços ferroviários; ou isenções às tarifas para recuperação total de custos apli- o c) Se destinem a incentivar a utilização de linhas con- cáveis a esses segmentos, ao abrigo do disposto no n. 4 sideravelmente subutilizadas. do artigo anterior. 2 — Os pedidos de abatimentos ou isenções a que 2 — A aplicação de descontos pelo gestor da infra- se refere o número anterior são decididos pelos Minis- -estrutura deve garantir o cumprimento das regras nacio- tros das Finanças e da tutela, sob parecer obrigatório nais e comunitárias em matéria de concorrência. do IMTT. 3 — Nos casos previstos nas alíneas b)ec)don.o 1 3 — Na decisão sobre os pedidos de abatimentos e os descontos devem estar disponíveis para todos os uti- isenções a que se refere o número anterior, e, nomea- lizadores da infra-estrutura, serem destinados a fluxos damente, no que respeita ao quantitativo do abatimento, de tráfego determinados e vigorarem por períodos de o IMTT terá em conta o tipo de serviço prestado no tempo limitados. segmento de mercado em causa e as condições em que 4 — Os descontos incidem sempre sobre as tarifas o mesmo é prestado. aplicadas a uma secção específica da infra-estrutura. 4 — Se a decisão favorável do pedido de abatimento 5 — Os descontos constam obrigatoriamente no ou isenção de tarifas para recuperação total de custos directório da rede e serão disponibilizados a todos os não for suficiente para viabilizar a prestação do serviço, operadores que efectuem serviços semelhantes nos tro- nomeadamente nos casos em que o operador também ços abrangidos. não consegue suportar a tarifa base, o pedido deve ser indeferido. 5 — O diferencial nas receitas do gestor da infra-es- Artigo 60.o trutura resultante da aplicação de abatimentos ou isen- Regime de melhoria de desempenho ções às tarifas para recuperação total de custos será compensado pelo Estado por forma a manter o equi- 1 — O gestor da infra-estrutura pode prever meca- líbrio financeiro do gestor da infra-estrutura assegurado nismos associados às tarifas pela utilização da infra-es- pelo artigo 63.o trutura que correspondam a um regime de melhoria de desempenho, nomeadamente por via da minimização das perturbações à circulação, nos termos que vierem Artigo 58.o a ser definidos pela regulamentação a que se refere Tarifa para recuperação de investimento on.o 2 do artigo 52.o 2 — O regime referido no número anterior pode 1 — Nos casos em que o gestor da infra-estrutura incluir: venha a suportar os custos a longo prazo decorrentes de projectos específicos de investimento por si decididos a) Sanções de natureza contratual para actos que per- ou suportados, executados até 15 anos antes da data turbem o funcionamento da rede; Diário da República, 1.a série — N.o 113 — 14 de Junho de 2007 3841

b) Compensações para as empresas afectadas pelas CAPÍTULO V perturbações; Financiamento do serviço público c) Prémios para os desempenhos superiores às pre- de gestão da infra-estrutura visões.

o 3 — O regime de melhoria de desempenho consta Artigo 63. do directório da rede e é disponibilizado a todos os Equilíbrio de contas do gestor da infra-estrutura operadores de forma não discriminatória. 1 — As contas do gestor da infra-estrutura devem apresentar um equilíbrio entre: o Artigo 61. a) Os proveitos provenientes das tarifas pela utilização Sistemas de compensação de custos ambientais, de acidentes da infra-estrutura, os excedentes provenientes de outras e de infra-estrutura não cobertos actividades comerciais e o financiamento estatal, se necessário por via de pagamentos adiantados; e 1 — Poderá ser criado um sistema de compensação b) Os custos do serviço público de gestão, manutenção pela utilização da infra-estrutura ferroviária, por por- e conservação da infra-estrutura. taria conjunta dos Ministros de Estado e das Finanças e das Obras Públicas, Transportes e Comunicações. 2 — Sem prejuízo do eventual objectivo a longo prazo, 2 — O sistema de compensação poderá abranger cus- de cobertura tendencial, pelo utilizador, dos custos de tos ambientais, de acidentes e da infra-estrutura com- infra-estrutura, em todos os modos de transporte com provadamente não cobertos nos modos de transporte base numa concorrência intermodal equitativa e não concorrentes, desde que, cumulativamente: discriminatória, sempre que o transporte ferroviário esteja em condições de concorrer com outros modos a) Esses custos excedam os custos equivalentes do de transporte, nomeadamente quando exista um nível caminho de ferro; equivalente de internalização dos custos ambientais nos b) O sistema vigore por um período de tempo limi- outros modos de transporte, no quadro da tarifação pre- vista no presente capítulo, o gestor da infra-estrutura tado, previamente definido; o c) Quando uma compensação seja atribuída a um deve atingir o equilíbrio referido no n. 1 sem beneficiar operador que goze de um direito exclusivo, a mesma de financiamento estatal. 3 — Para aferição do equilíbrio referido no n.o 1e seja acompanhada de benefícios comparáveis para os como forma de determinar a necessidade de compen- utilizadores; sações por parte do Estado ao serviço público de gestão d) A metodologia de cálculo da compensação seja da infra-estrutura deve ser adoptado um método de tornada pública antecipadamente, por forma a demons- imputação que demonstre, de forma transparente, que trar quais os custos específicos da infra-estrutura de são apenas considerados os custos com a actividade de transporte concorrente não cobertos que o transporte gestão, manutenção, conservação e disponibilização da ferroviário permite evitar; infra-estrutura. e) O sistema seja disponibilizado a todas as empresas 4 — A demonstração referida no número anterior em condições semelhantes e não discriminatórias. determina a separação contabilística entre a actividade de serviço público de gestão da infra-estrutura e as res- 3 — O sistema de compensação criado pela portaria tantes actividades do gestor de infra-estrutura, sem pre- conjunta a que se refere o n.o 1 constará do directório juízo da contabilização dos excedentes eventualmente resultantes destas actividades, a título de receita, nos da rede e vigora pelo período deste, só podendo ser o alterado no âmbito da emissão de um novo documento. termos previstos na alínea a)don. 1. 5 — O gestor da infra-estrutura terá acesso, tendo devidamente em conta as exigências de segurança e a preservação e melhoria da qualidade de serviço da infra- SUBSECÇÃO V -estrutura, a incentivos para a implementação de pro- Obrigações de informação gramas de investimento conducentes à redução dos cus- tos de fornecimento da infra-estrutura e do nível das tarifas de acesso à mesma. Artigo 62.o 6 — Os incentivos referidos no número anterior são Obrigações de informação atribuídos no âmbito de contratos-programa de inves- timento celebrados entre o gestor da infra-estrutura e 1 — O gestor da infra-estrutura está obrigado a apre- o Estado, por um prazo mínimo de três anos, dos quais sentar, quando tal lhe seja solicitado pelo IMTT, toda constem: a informação necessária para atestar a conformidade a) Os termos em que é atribuído o incentivo; dos procedimentos adoptados com a legislação e regu- b) Os prazos dos pagamentos a suportar pelo Estado; lamentação em vigor. c) O período de execução do contrato-programa. 2 — As informações fornecidas no âmbito do número anterior devem habilitar o IMTT a avaliar a confor- 7 — Para efeitos da alínea b)don.o 1 do presente midade das tarifas cobradas com o presente diploma, artigo, não são considerados como custos do serviço com a regulamentação a que se refere o n.o 2do público de gestão da infra-estrutura os custos financeiros artigo 52.o, com o directório da rede e com as reco- e extraordinários. mendações ou instruções que venham a ser emitidas 8 — Os custos extraordinários decorrentes de cala- pela mesma entidade. midade natural deverão ser compensados pelo Estado. 3842 Diário da República, 1.a série — N.o 113 — 14 de Junho de 2007

CAPÍTULO VI Artigo 66.o Segurança Procedimentos comuns de emergência 1 — Para o desenvolvimento dos sistemas de gestão SECÇÃO I da segurança, o gestor da infra-estrutura e as empresas Dos sistemas de gestão de segurança de transporte ferroviário devem prestar mútua colabo- ração, nomeadamente para estabelecimento dos pro- Artigo 64.o cedimentos comuns de emergência. 2 — Os procedimentos comuns de emergência estão Responsabilidade em matéria de segurança sujeitos a aprovação do IMTT, nos termos de regula- 1 — Os gestores da infra-estrutura e as empresas de mento a emitir. transporte ferroviário são responsáveis, perante os uti- o lizadores, os clientes, os próprios trabalhadores e ter- Artigo 66. -A ceiros, pela segurança da exploração da sua parte do Sistema de gestão de segurança dos gestores das infra-estruturas sistema ferroviário e pelo controlo dos riscos associados, incluindo o fornecimento de material e a contratação O sistema de gestão da segurança do gestor da infra- de serviços. -estrutura deve ainda ter em conta os efeitos da operação 2 — A responsabilidade prevista no número anterior de diversas empresas de transporte ferroviário na infra- não afecta a responsabilidade de cada produtor, forne- -estrutura sob sua gestão e tomar providências que per- cedor de serviços de manutenção, entidade responsável mitam a operação em conformidade com as ETI e as pelos vagões, prestador de serviços e entidade adjudicante normas técnicas de segurança e com as condições esta- de garantir que os veículos, instalações, equipamentos e belecidas no certificado de segurança daquelas empre- materiais por eles fornecidos, bem como os serviços pres- tados, estão em conformidade com os requisitos e as con- sas. dições de utilização indicados para o seu uso em segurança Artigo 66.o-B na exploração do sistema pelas empresas ferroviárias e os gestores da infra-estrutura. Aprovação dos sistemas de gestão da segurança 3—(Revogado.) 4—(Revogado.) 1 — A aprovação dos sistemas de gestão da segurança 5—(Revogado.) cabe ao IMTT. 6—(Revogado.) 2 — O IMTT aprova ou recusa a aprovação dos sis- 7—(Revogado.) temas de gestão da segurança no prazo de 30 dias após 8—(Revogado.) a recepção da totalidade da documentação. 9—(Revogado.) 3 — O IMTT pode solicitar elementos adicionais ou 10 — (Revogado.) a revisão, parcial ou total, dos sistemas de gestão da 11 — (Revogado.) segurança que lhe sejam presentes e, bem assim, deter- 12 — (Revogado.) minar em qualquer momento a sua revisão, suspensão 13 — (Revogado.) 14 — (Revogado.) ou revogação, desde que com fundamento em perigo para a segurança da exploração ferroviária. 4 — O IMTT fixa, por regulamento, o procedimento Artigo 65.o para a aprovação dos sistemas de gestão da segurança. Sistemas de gestão de segurança o 1 — Os gestores da infra-estrutura e as empresas de Artigo 66. -C transporte ferroviário estão obrigados a criar sistemas Relatório de aplicação do sistema de gestão da segurança de gestão de segurança, tendo em conta as necessárias medidas de controlo dos riscos. O gestor da infra-estrutura e as empresas de trans- 2 — O sistema de gestão da segurança garante o con- porte ferroviário devem apresentar anualmente ao trolo de todos os riscos associados à actividade do gestor IMTT, antes de 30 de Junho, um relatório sobre a segu- da infra-estrutura ou da empresa de transporte ferro- rança respeitante ao ano civil anterior, que inclui, viário, tendo em conta, sempre que possível, os riscos designadamente: decorrentes das actividades de outras partes, incluindo os riscos associados à prestação de serviços de manu- a) Informação sobre o cumprimento dos objectivos tenção, ao fornecimento de material e ao recurso a sub- de segurança da organização e os resultados dos planos contratação a terceiros. de segurança; 3 — O sistema de gestão da segurança tem de estar b) A elaboração de indicadores de segurança nacio- em conformidade com as normas técnicas de segurança nais, e dos indicadores comuns de segurança, previstos e com os requisitos de segurança enunciados nas ETI no anexo V, na medida em que sejam relevantes para e garantir a aplicação dos MCS, para que o sistema ferroviário alcance, pelo menos, os OCS. a organização que apresenta o relatório; 4 — Para efeitos do número anterior, o sistema de c) Os resultados das auditorias de segurança internas; gestão da segurança deve satisfazer os requisitos e incluir d) Observações sobre deficiências e funcionamento os elementos previstos no anexo III, adaptados ao carác- incorrecto das operações ferroviárias e da gestão da ter, dimensão e outras características da actividade infra-estrutura que possam ser importantes para a ava- desenvolvida. liação dos níveis de segurança. Diário da República, 1.a série — N.o 113 — 14 de Junho de 2007 3843

SECÇÃO II 6 — Quando ocorram alterações substanciais do qua- dro regulamentar da segurança que tenham impacte Da certificação e autorização de segurança sobre as condições que determinaram a emissão do cer- tificado de segurança, o IMTT, oficiosamente, deter- SUBSECÇÃO I mina a revisão do mesmo. Certificação de segurança 7 — O IMTT pode suspender, total ou parcialmente, o certificado de segurança até à decisão da sua alteração Artigo 66.o-D ou revogação, quando esteja em causa um perigo sério, imediato e relevante para a segurança do sistema. Certificado de segurança 8 — Caso constate que o titular do certificado de 1 — O acesso e utilização da infra-estrutura ferro- segurança deixou de satisfazer as condições necessárias viária por parte das empresas de transporte ferroviário para a certificação emitida, o IMTT revoga, em acto depende da titularidade de um certificado de segurança. devidamente fundamentado, as partesAeouBdocer- 2 — A titularidade do certificado de segurança atesta tificado de segurança. que a empresa de transporte ferroviário criou o seu 9 — Quando seja revogada a parte B do certificado sistema de gestão da segurança nos termos previstos de segurança, o acto é comunicado à entidade que con- no presente decreto-lei e está apta a cumprir os requi- cedeu a certificação da parte A. sitos previstos nas ETI, noutra legislação comunitária 10 — Quando verifique que, no ano seguinte ao da aplicável e nas normas técnicas de segurança. emissão do certificado de segurança, o titular não fez 3 — O certificado de segurança é emitido para toda dele o uso previsto, o IMTT pode decretar a cassação a rede ou apenas para uma parte limitada da mesma, do certificado de segurança. tendo em conta o âmbito das actividades da empresa 11 — O IMTT comunica à Agência Ferroviária Euro- de transporte ferroviário requerente, especificando o peia a emissão, a renovação, a alteração, a revogação tipo e o âmbito das operações ferroviárias abrangidas. ou a cassação de certificados de segurança no prazo 4 — O certificado de segurança compreende duas de 30 dias após a prática do acto. partes: 12 — A comunicação a que se refere o número ante- rior inclui a denominação e o endereço da empresa de a) Parte A — respeitante à demonstração da existên- transporte ferroviário, a data de emissão, o âmbito e cia de um sistema de gestão da segurança aprovado; a validade do certificado de segurança ou da autorização b) Parte B — respeitante à demonstração do cum- de segurança e, em caso de revogação, as razões da primento dos requisitos específicos necessários à res- decisão. pectiva operação em condições de segurança, nomea- o damente quanto ao cumprimento das ETI e das normas Artigo 66. -F técnicas de segurança, à aceitação dos certificados do Material circulante em utilização pessoal e à autorização de colocação em serviço do mate- rial circulante utilizado. 1 — Compete ao IMTT autorizar a colocação em ser- viço do material circulante que, embora autorizado por 5 — Quando se trate de empresa de transporte fer- uma parte B de certificado de segurança emitido por roviário titular de certificado de segurança emitido nou- outro Estado membro, não esteja totalmente abrangido tro Estado membro e que pretenda aceder à rede nacio- pelas ETI aplicáveis. nal para prestar serviços equivalentes àqueles para que 2 — O pedido, a apresentar ao IMTT, para a auto- já se encontra certificada, é apenas exigida a demons- rização de colocação em serviço de material circulante tração dos aspectos mencionados na alínea b) do número em utilização deve indicar a sua utilização prevista na anterior. rede e ser instruído com a documentação técnica nos termos do anexo IV. Artigo 66.o-E 3 — O IMTT decide dos pedidos referidos no número Emissão, renovação, alteração, revisão, suspensão, revogação anterior em prazo inferior a quatro meses, contados e cassação do certificado de segurança da recepção da documentação técnica completa. 4 — O IMTT pode incluir, no certificado de auto- 1 — Compete ao IMTT a emissão, renovação, alte- rização, condições de utilização e outras restrições. ração, revisão, suspensão, revogação e cassação dos cer- tificados de segurança ou de parte destes. 2 — O certificado de segurança é válido pelo período SUBSECÇÃO II nele fixado, nunca superior a cinco anos, sendo renovado Autorização de segurança mediante pedido do titular. 3 — A renovação depende da verificação dos requi- Artigo 66.o-G sitos aplicáveis à emissão do certificado de segurança. 4 — O certificado de segurança deve ser alterado, Autorização de segurança total ou parcialmente, sempre que o tipo ou âmbito 1 — O exercício das actividades de gestão e explo- da exploração seja substancialmente alterado. ração da infra-estrutura por parte do gestor da mesma 5 — O titular do certificado de segurança deve infor- depende da obtenção de uma autorização de segurança. mar o IMTT, no prazo máximo de 10 dias úteis, de 2 — A autorização de segurança compreende duas todas as alterações significativas nas condições que partes: determinaram a emissão do certificado de segurança, nomeadamente sempre que existam factos com impacte a) Parte A: respeitante à demonstração da existência no sistema de gestão da segurança e sempre que sejam de um sistema de gestão da segurança aprovado; introduzidas novas categorias de pessoal ou novos tipos b) Parte B: respeitante à demonstração do cumpri- de material circulante. mento dos requisitos específicos necessários à segurança 3844 Diário da República, 1.a série — N.o 113 — 14 de Junho de 2007 da concepção, manutenção e exploração da infra-estru- n.o 4 do artigo 66.o-D e na alínea b)don.o 2do tura ferroviária, incluindo, se aplicável, a manutenção artigo 66.o-G. e a exploração do sistema de controlo de tráfego e de sinalização. 3 — O IMTT decide os pedidos de certificação de Artigo 66.o-H segurança e de autorização de segurança, obrigatoria- mente apresentados em língua portuguesa, em prazo Emissão, renovação, alteração, revisão, suspensão e revogação da autorização de segurança inferior a quatro meses, contados da recepção de todas as informações necessárias e de quaisquer informações 1 — Compete ao IMTT a emissão, renovação, alte- adicionais que tenha solicitado. ração, revisão, suspensão e revogação das autorizações de segurança ou de partes destas. 2 — A autorização de segurança é válida pelo período Artigo 66.o-J nela fixado, nunca superior a cinco anos, sendo renovada Taxas mediante pedido do titular. 3 — A renovação depende da verificação dos requi- 1 — Pela prática de actos em matéria de certificados sitos aplicáveis à emissão da autorização de segurança. de segurança e de autorizações de segurança são devidas 4 — A autorização de segurança deve ser alterada, taxas. total ou parcialmente, sempre que sejam substancial- 2 — As taxas a que se refere o número anterior cons- mente alterados os pressupostos da sua emissão, nomea- tituem receita própria do IMTT e o seu montante e damente quando ocorram alterações relevantes na infra- forma de pagamento são definidos por portaria conjunta -estrutura, na sinalização, na alimentação de energia dos membros do Governo responsáveis pelas áreas das ou nos princípios a que obedecem a respectiva explo- finanças e dos transportes. ração e manutenção. 5 — O titular da autorização de segurança deve infor- mar o IMTT, no prazo máximo de 10 dias úteis, de SUBSECÇÃO IV todas as alterações mencionadas no número anterior. 6 — Quando ocorram alterações substanciais do qua- Da formação do pessoal com funções relevantes para a segurança dro regulamentar da segurança que tenham impacte da exploração sobre as condições que determinaram a emissão da auto- rização de segurança, o IMTT determina, oficiosamente, Artigo 66.o-L a revisão da mesma. 7 — O IMTT revoga a autorização de segurança caso Formação do pessoal com funções relevantes para a segurança da exploração considere que o seu titular deixou de satisfazer as con- dições necessárias para a sua manutenção. 1 — Até à aprovação de um regime legal que dis- 8 — O IMTT pode suspender, total ou parcialmente, cipline o acesso à profissão do pessoal das empresas a autorização de segurança até à decisão da sua alteração de transporte ferroviário e do gestor da infra-estrutura, ou revogação, quando esteja em causa perigo sério, ime- cujas funções são relevantes para a segurança da explo- diato e relevante para a segurança do sistema. ração, e para efeitos da obtenção do certificado de segu- 9 — O IMTT comunica à Agência Ferroviária Euro- rança e da autorização de segurança, aplicar-se-ão as peia a emissão, a renovação, a alteração ou a revogação regras a fixar por regulamento do IMTT. de autorizações de segurança, no prazo de 30 dias após 2 — O regulamento referido no número anterior dis- a prática do acto. porá sobre a formação, os exames e a concessão de 10 — A comunicação a que se refere o número ante- certificados. rior inclui a denominação e o endereço do gestor da 3 — Os exames e a concessão de certificados serão infra-estrutura, a data de emissão, o âmbito e a validade assegurados por entidade diversa da que presta forma- do certificado de segurança ou da autorização de segu- ção, devidamente acreditada pelo IMTT ou, na falta rança e, em caso de revogação, as razões da decisão. de tal entidade, pelo próprio IMTT, que pode, para o efeito, requisitar os meios técnicos necessários às SUBSECÇÃO III empresas do sector. Da emissão dos certificados e autorizações de segurança Artigo 66.o-M

Artigo 66.o-I Acesso a estruturas de formação Procedimento de emissão 1 — Cabe ao IMTT garantir que as empresas têm acesso equitativo e não discriminatório às estruturas de 1 — O IMTT estabelece, por regulamento, os pro- formação de pessoal com funções relevantes para a segu- cedimentos para a emissão de certificado de segurança rança da exploração. ou de autorização de segurança. 2 — Quando tal se mostre necessário pode o IMTT 2 — O regulamento referido no número anterior impor às empresas do sector que coloquem à disposição contém: de outras, a um preço razoável e não discriminatório, a) A descrição e explicação dos requisitos a satisfazer que deverá estar relacionado com os custos e que poderá e a enumeração dos documentos a apresentar, tendo incluir uma margem de lucro, os seus serviços próprios em especial atenção o tratamento a dar aos pedidos de formação. de empresas de transporte ferroviário de outros Estados 3 — Os trabalhadores das empresas de transporte fer- membros; roviário e do gestor da infra-estrutura têm direito a que b) A discriminação dos requisitos a considerar para lhes seja facultada toda a documentação relativa à sua efeitos de cumprimento do disposto na alínea b)do formação, qualificações e experiência. Diário da República, 1.a série — N.o 113 — 14 de Junho de 2007 3845

SUBSECÇÃO V 2 — Previamente à aprovação ou alteração de qual- Das normas técnicas de segurança quer regulamento cuja emissão seja feita ao abrigo do presente diploma o IMTT deve dar conhecimento dessa Artigo 66.o-N intenção ao ministro da tutela, às empresas de transporte ferroviário, ao gestor da infra-estrutura e às demais enti- Normas técnicas de segurança dades afectadas, bem como às associações de consu- 1 — O IMTT aprova e publica as normas técnicas midores de interesses genéricos ou específicos na área de segurança, que estabelecem os requisitos de segu- dos transportes, facultando-lhes o acesso aos textos de rança ferroviária, e garante a sua aplicação e imple- trabalho respectivos. mentação de forma transparente e não discriminatória. 3 — Os regulamentos emitidos sobre matérias com- 2 — No exercício da competência prevista no número preendidas na secção VI do capítulo IV serão submetidos anterior, o IMTT tem em conta a necessidade de con- obrigatoriamente a audição do Ministério das Finanças. formar as normas técnicas de segurança aos MCS e aos 4 — As entidades referidas nos números anteriores OCS definidos a nível comunitário. podem emitir os seus comentários e apresentar sugestões durante um período de 30 dias úteis. 3 — As normas de segurança são publicadas na 5 — Qualquer dos interessados referidos no n.o 2 2.a série do Diário da República. pode solicitar acesso à globalidade dos comentários e sugestões apresentados nos termos do presente artigo. Artigo 66.o-O 6 — O relatório preambular dos regulamentos fun- Relatório anual de segurança damenta as decisões tomadas, com necessária referência às principais críticas e sugestões que tenham sido feitas 1 — O IMTT elabora um relatório anual de segu- ao projecto. rança. 7 — Os regulamentos do IMTT emitidos ao abrigo 2 — O relatório anual de segurança inclui, nomea- do presente diploma são publicados na 2.a série do Diário damente, a seguinte informação: da República, sem prejuízo da sua publicitação por a) A evolução da segurança ferroviária, incluindo outros meios considerados idóneos. 8 — O disposto no presente artigo não se aplica à informação sobre os indicadores comuns de segurança, emissão de instruções. estabelecidos de acordo com o previsto no anexo V; b) Alterações importantes da legislação e da regu- lamentação em matéria de segurança ferroviária; Artigo 68.o c) A evolução da certificação de segurança e da auto- Fiscalização rização de segurança; d) Os resultados da supervisão dos gestores das infra- 1 — A fiscalização do cumprimento do disposto no -estruturas e das empresas ferroviárias, bem como a presente diploma compete ao IMTT. experiência adquirida com essa supervisão. 2 — No âmbito da respectiva competência, o IMTT pode, junto de empresas de transporte ferroviário, de 3 — O IMTT envia à Agência Ferroviária Europeia gestores da infra-estrutura ou de terceiros, proceder a o relatório anual de segurança, até ao dia 30 de Setembro todas as investigações e verificações necessárias, nomea- do ano seguinte ao ano a que respeita. damente através de inquéritos, auditorias e outras acções de controlo sobre modelos e procedimentos de gestão

o interna, práticas de gestão e modelos de exploração. Artigo 66. -P 3 — Para efeitos do disposto no número anterior o Obrigações de notificação e comunicação IMTT dispõe de: 1 — A emissão e alteração de normas técnicas de a) Direito de acesso às instalações; segurança, bem como o respectivo processo de elabo- b) Direito de acesso a documentos; ração e publicitação, são notificados pelo IMTT à c) Direito de livre interpelação e audição de pessoal. Comissão Europeia e à Agência Ferroviária Europeia. 2 — Quando a norma técnica de segurança exija um 4 — Pelo exercício da competência referida no n.o 1, nível de segurança superior ao dos OCS ou possa afectar pode o IMTT cobrar os respectivos custos, devendo a actividade de empresas de transporte ferroviária de detalhar os mesmos. outros Estados membros em território nacional, deve o o IMTT proceder a consulta às partes interessadas e Artigo 69. remeter a norma de segurança para apreciação da Promoção e defesa da concorrência Comissão Europeia. 1 — No âmbito da aplicação das regras de concor- rência comunitárias ou nacionais, compete ao IMTT CAPÍTULO VII colaborar com a Autoridade da Concorrência, podendo realizar estudos e outras análises dos mercados em causa Entidade reguladora e transmiti-los à Autoridade da Concorrência. 2 — No âmbito das respectivas competências, as Artigo 67.o modalidades de cooperação entre o IMTT e a Auto- Exercício do poder regulamentar ridade da Concorrência serão definidas por protocolo. 3 — Sem prejuízo do disposto na legislação nacional 1 — Os regulamentos do IMTT emitidos ao abrigo e comunitária da concorrência, compete ao IMTT pro- do presente diploma devem observar os princípios da mover o respeito pela livre concorrência nos mercados legalidade, da necessidade, da clareza, da participação dos serviços ferroviários abrangidos pelo presente e da publicidade. diploma. 3846 Diário da República, 1.a série — N.o 113 — 14 de Junho de 2007

4 — Em todas as matérias abrangidas pelo presente informação relevante, confirmando ou determinando a diploma relativamente às quais tenha competência, o alteração da decisão do gestor da infra-estrutura. IMTT assegurará a conformidade das suas decisões com as regras nacionais e comunitárias de defesa da con- Artigo 72.o corrência. Queixas Artigo 70.o 1 — Aos candidatos ou partes interessadas que con- siderem ter-lhes sido recusado o acesso a serviços ou Recursos instalações, impostas condições não equitativas ou dis- 1 — Qualquer interessado, discordando fundada- criminatórias ou que tenham sido lesados de qualquer mente do directório da rede ou dos critérios nele incluí- outra forma no âmbito do presente diploma assiste o dos, pode apresentar recurso para o IMTT no prazo direito de apresentar queixas ao IMTT. de 15 dias úteis a contar da data do seu conhecimento. 2 — Caso, oficiosamente ou na sequência de queixa, 2 — Qualquer interessado, no prazo de 15 dias úteis o IMTT constate a existência de evoluções negativas a contar da data em que tenha conhecimento do facto, nos mercados dos serviços ferroviários abrangidos pelo pode apresentar recurso junto do IMTT do nível ou âmbito do presente diploma, o IMTT deve decidir, num estrutura das tarifas devidas pela utilização da infra- prazo não superior a 60 dias úteis, sobre as medidas -estrutura que tenha pago ou possa vir a pagar. de correcção desses desenvolvimentos negativos, nomea- 3 — Qualquer interessado que considere ter sido alvo damente adoptando as medidas previstas no artigo de tratamento injusto ou discriminatório pode recorrer seguinte ou, caso estas se afigurem insuficientes ou ina- junto do IMTT das decisões do gestor da infra-estrutura dequadas, propondo à tutela sectorial alterações legis- em matéria de atribuição de canais horários, incluindo lativas ou outras medidas que considere apropriadas. decisão de pedidos pontuais, no prazo de 15 dias úteis o a contar da data de comunicação referida no artigo 48. Artigo 73.o 4 — Qualquer interessado que considere ter sido impedido do exercício pleno dos direitos de acesso pre- Imposição de acesso em condições equitativas e não discriminatórias o vistos no artigo 20. pode apresentar recurso para o 1 — Caso constate, oficiosamente ou na sequência de IMTT. reclamação, que uma ou mais empresas ou entidades 5 — No âmbito dos recursos apresentados ao abrigo que explorem as instalações ou prestem os serviços refe- do número anterior, o IMTT pode determinar a impo- ridos no artigo 22.o recusaram injustificadamente esse sição de acesso em condições equitativas e não discri- acesso, o IMTT pode determinar a concessão desse o minatórias, aplicando-se o disposto no artigo 73. , com acesso em condições equitativas e não discriminatórias. as necessárias adaptações. 2 — Para o exercício da competência referida no número anterior o IMTT dispõe dos poderes de fis- Artigo 71.o calização previstos no artigo 68.o 3 — Caso constate, oficiosamente ou na sequência de Procedimento para recurso reclamação, que uma ou mais empresas que exploram 1 — Os recursos a que se refere o artigo anterior as instalações ou prestam os serviços referidos no são apresentados junto do gestor da infra-estrutura, com artigo 22.o concedem acesso a um requerente ou parte conhecimento ao IMTT. interessada mediante condições não equitativas ou dis- 2 — Compete ao gestor da infra-estrutura receber o criminatórias, o IMTT pode determinar que sejam recurso, remetendo-o ao IMTT no prazo de 15 dias observadas as condições equitativas e não discrimina- úteis. tórias em que deve ser assegurado o acesso. 3 — O processo deve ser instruído pelo IMTT com 4 — A apresentação de qualquer queixa ou reclama- os seguintes elementos: ção não tem efeito suspensivo.

a) Petição de recurso; o b) Resposta do gestor da infra-estrutura ao recurso; Artigo 74. c) Posição dos outros operadores de transporte fer- Impugnação roviário afectados pelo eventual deferimento do recurso, sendo esse o caso; 1 — As decisões de recursos e reclamações são vin- d) Directório da rede; culativas para todas as partes a que digam respeito, e) Pedido ou pedidos de canais horários indeferidos desde que as mesmas tenham tido oportunidade de que sejam objecto de recurso, sendo esse o caso; intervir nos respectivos processos. f) Actas das reuniões entre o gestor da infra-estrutura 2 — Das decisões do IMTT cabe recurso para os tri- e os operadores de transporte ferroviário em que a maté- bunais, nos termos da lei. ria objecto do recurso tenha sido tratada; 3 — O recurso previsto no número anterior não tem g) Horário técnico aprovado, sendo esse o caso; efeito suspensivo. h) Dados de base e cálculos levados a efeito para determinação da tarifação de uso das infra-estruturas, Artigo 75.o caso seja este o motivo do recurso. Instruções e recomendações 4 — O IMTT solicita as informações que considere 1 — O IMTT pode emitir instruções vinculativas e relevantes ao gestor da infra-estrutura, aos operadores recomendações em matéria de execução do presente de transporte ferroviário ou a terceiros. diploma. 5 — O IMTT decide o recurso no prazo de 30 dias 2 — O IMTT dará às instruções e recomendações a úteis a contar da recepção do processo e de toda a adequada publicidade. Diário da República, 1.a série — N.o 113 — 14 de Junho de 2007 3847

Artigo 76.o i) O desrespeito, por parte do gestor da infra-estrutura Publicidade e no processo de repartição de capacidade, das obri- gações constantes dos contratos de concessão de explo- 1 — O IMTT publica anualmente um relatório rela- ração de serviço de transporte ferroviário, ou de outros tivo à execução do presente diploma do qual constem, contratos de serviço públicos celebrados pelo Estado; nomeadamente: j) A falta de decisão dentro dos prazos previstos no presente diploma, por parte do gestor da infra-estrutura, a) O impacte do mesmo no desenvolvimento do de pedidos de repartição de capacidade de infra-estru- sector; tura, aí se incluindo os pedidos pontuais; b) As licenças emitidas; l) A violação pelo gestor da infra-estrutura da obri- c) As acções de fiscalização efectuadas e o resultado gação de remeter aos operadores de transporte ferro- das mesmas; viário o horário técnico elaborado, para pronúncia por d) Os regulamentos de execução aprovados ou escrito, nos termos do artigo 42.o do presente diploma; alterados; m) A não comunicação aos operadores de transporte e) As recomendações ou instruções emitidas; ferroviário, pelo gestor da infra-estrutura, do horário f) As decisões tomadas em sede de reclamações ou técnico aprovado, nos termos do artigo 43.o do presente recursos; diploma; g) Os processos contra-ordenacionais e as decisões n) O tratamento discriminatório ou não equitativo, neles proferidas. por parte do gestor da infra-estrutura ou de qualquer entidade detentora de instalações à qual deva ser con- 2 — O disposto no número anterior não prejudica cedido acesso, no cumprimento das obrigações que lhes o dever de sigilo do IMTT quanto a matérias relacio- incumbam nos termos do presente diploma; nadas com o segredo comercial ou industrial cuja divul- o) O incumprimento, por parte do gestor da infra- gação deva ser considerada proibida. -estrutura ou de empresas que prestem serviços auxi- 3 — Para efeitos do número anterior, o sigilo comer- liares ou adicionais, das prestações a que estejam obri- cial abrange todas as informações relativas à empresa gados nos termos do disposto na secção III do capítulo IV requerente que não estejam sujeitas a qualquer forma do presente diploma; de registo ou publicidade obrigatória, que não sejam p) O incumprimento das obrigações decorrentes do ou não tenham caído no conhecimento público ou que regime de melhoria de desempenho nos termos do não tenham sido publicitadas em virtude da prática de artigo 60.o do presente diploma; um acto judicial. q) O incumprimento por parte do gestor da infra- -estrutura e das empresas de transporte ferroviário das obrigações previstas no n.o 1 do artigo 64.o, nos n.os 1, CAPÍTULO VIII 3e4doartigo 65.o, no artigo 66.o-A, no artigo 66.o-C o o Regime sancionatório enon. 1 do artigo 66. -G; r) O incumprimento, por parte de entidades sujeitas aos poderes de fiscalização do IMTT, da obrigação de o Artigo 77. apresentação ao IMTT de toda a documentação exigível, Contra-ordenações sempre que solicitada, ou a oposição, directa ou indi- recta, ao exercício daquela fiscalização; 1 — Constituem contra-ordenações puníveis com s) A violação, pelo gestor da infra-estrutura, da obri- coima de E 10 000 a E 44 800: gação de respeito pelo segredo comercial ou industrial a) A prestação do serviço público de transporte fer- da informação que lhe seja fornecida pelos operadores roviário de passageiros no território nacional sem con- de transporte ferroviário; cessão ou delegação para o efeito, quando exigidas nos t) A não instrução atempada do processo de recurso, por parte do gestor da infra-estrutura, nos termos do termos da lei; o o b) A realização de serviços de transporte ferroviário n. 2 do artigo 71. do presente diploma; sem licença adequada; u) O incumprimento de decisões do IMTT de recursos c) A realização de serviço de transporte ferroviário ou reclamações; sem certificado de segurança; v) O incumprimento de instruções vinculativas emi- d) O incumprimento da obrigação de subscrição de tidas pelo IMTT. seguro de responsabilidade civil prevista no artigo 12.o; e) A falta de comunicação, por parte das empresas 2 — Constitui contra-ordenação, punível com coima de transporte ferroviário, de alterações que possam afec- de E 1000 a E 5000, o incumprimento, por parte das tar o cumprimento dos requisitos de uma licença; entidades sujeitas aos deveres de informação, das obri- f) O incumprimento, por parte do gestor da infra- gações correspondentes que lhes incumbam por força -estrutura, das obrigações, procedimentais e de con- do presente diploma. teúdo, decorrentes do presente diploma e das normas 3 — A negligência é punível. regulamentares aplicáveis, respeitantes à elaboração, 4 — A abertura e instrução de processos por con- edição ou publicitação do directório da rede; tra-ordenações previstas no presente artigo não depende g) O incumprimento, por parte do gestor da infra- de reclamação. -estrutura, das obrigações de fornecimento, ao IMTT ou aos interessados, do directório da rede, ou das obri- Artigo 78.o gações de prestação de informações suplementares Instrução dos processos e aplicação das coimas correspondentes; h) Qualquer decisão tomada pelo gestor da infra- 1 — A instrução dos processos por contra-ordenações -estrutura em violação do disposto no directório da rede; previstas no presente diploma compete ao IMTT. 3848 Diário da República, 1.a série — N.o 113 — 14 de Junho de 2007

2 — A aplicação das coimas previstas no presente sua actividade e do aproveitamento da infra-estrutura, diploma compete ao conselho directivo do IMTT. designadamente os resultantes de serviços e presta- ções acessórios e, bem assim, os emergentes do o Artigo 79.o recurso aos meios previstos no Decreto-Lei n. 269/92, de 28 de Novembro; Produto das coimas ...... » A afectação do produto das coimas faz-se da seguinte forma: SECÇÃO II a) 40% para o IMTT; b) 60% para o Estado. Disposições transitórias

Artigo 82.o CAPÍTULO IX Disposições finais e transitórias Licenciamento e certificação de segurança 1 — As empresas que, à data de entrada em vigor SECÇÃO I do presente diploma, realizem já actividades de pres- Disposições finais tação de serviços de transporte ferroviário gozam da presunção de cumprimento dos requisitos a que se refe- Artigo 80.o rem os artigos 10.o e 11.o 2 — O disposto no número anterior aplica-se apenas Norma revogatória ao primeiro processo de licenciamento e, exclusiva- São revogados os seguintes diplomas e disposições: mente, quanto aos tipos de licenças relativos ao trans- o o o o porte nacional. a) Os artigos 2. ,n. 3, 7. e8. do Decreto-Lei o o 3 — O disposto no n. 1 não exime as empresas nele n. 104/97, de 29 de Abril; abrangidas da obrigação de apresentação da documen- b) O Decreto-Lei n.o 60/2000, de 19 de Abril; o tação exigida na secção III do capítulo III para exame c) O Regulamento n. 19/2000, de 24 de Agosto. formal da entidade emitente. 4 — A presunção estabelecida no n.o 1 pode, todavia, Artigo 81.o ser ilidida, a todo o tempo, mediante decisão funda- Alterações legislativas mentada da entidade emitente da licença. 5 — As licenças atribuídas nos termos do presente 1—(Revogado.) artigo estão sujeitas, no demais, ao regime geral previsto 2—(Revogado.) no capítulo III, podendo nomeadamente ser objecto de 3—(Revogado.) decisões de suspensão ou revogação ou emitidas sob 4 — A alínea a)don.o 2 do artigo 3.o dos Estatutos condição. da REFER, E. P., aprovados pelo Decreto-Lei 6 — Pela emissão das licenças ao abrigo do presente n.o 104/97, de 29 de Abril, passa a ter a seguinte artigo são devidas as taxas fixadas nos termos do redacção: artigo 19.o 7 — As empresas que, à data de entrada em vigor «Artigo 3.o do presente diploma, realizem já actividades de pres- tação de serviços de transporte ferroviário dispõem de [...] 12 meses para se adaptarem às disposições aplicáveis 1—...... em matéria de certificação de segurança. 2—...... 8 — No prazo a que se refere o número anterior, as empresas podem continuar a prestar serviços de trans- a) De cobrança de taxas e tarifas devidas pela uti- porte ferroviário salvo quando, mediante decisão fun- lização da infra-estrutura exigíveis nos termos da lei, damentada do IMTT, tal consubstancie um perigo para sendo os créditos correspondentes equiparados aos a segurança. créditos do Estado para todos os efeitos legais, e cons- 9 — O prazo de 12 meses referido no n.o 7 conta-se tituindo títulos executivos as respectivas facturas, cer- a partir da data de entrada em vigor do regulamento tidões de dívida ou documentos equivalentes, sem pre- previsto no artigo 66.o-I. juízo do disposto no artigo 46.o do Código de Processo Civil; ...... » Artigo 83.o

5 — A alínea a) do artigo 19.o dos Estatutos da Contratos de acesso à infra-estrutura e acordos quadro o REFER, E. P., aprovados pelo Decreto-Lei n. 104/97, O disposto nos artigos 21.o e 49.o aplica-se imedia- de 29 de Abril, passa a ter a seguinte redacção: tamente, com as necessárias adaptações, a acordos que, celebrados antes da entrada em vigor do presente «Artigo 19.o diploma, visem a produção de efeitos jurídicos em momento posterior a essa entrada em vigor. [...] ...... Artigo 84.o a) As tarifas devidas pela utilização da infra-es- trutura e outros proveitos resultantes do exercício da (Revogado.) Diário da República, 1.a série — N.o 113 — 14 de Junho de 2007 3849

Artigo 85.o Linhas/ramais/troços Limites (Revogado.)

07 — ramal de Alfândega . . . Campanhã (Minho) a Porto Artigo 86.o Alfândega. 12 — linha do Tâmega ..... Livração (Douro) a Arco do Baúlhe. Taxa de regulação 13 — ...... Régua (Douro) a Chaves. 1 — As entidades gestoras da infra-estrutura de sis- 14 — ...... Tua(Douro) a Bragança. temas de metropolitano e metropolitano ligeiro de 15 — linha do Sabor ...... Pocinho (Douro) a Duas Igrejas superfície pagarão uma taxa pelo exercício genérico da Miranda. actividade de regulação. 16 — ...... Espinho (Norte) a Aveiro (Norte) via 2 — O montante da taxa é fixado por portaria con- Sernada do Vouga. junta dos membros do Governo responsáveis pelas áreas 17 — ramal de Famalicão . . . Póvoa de Varzim (Póvoa) a Famalicão. das finanças e dos transportes, mediante proposta fun- 18 — ramal de Viseu ...... Sernada do Vouga (Vouga) a Santa damentada do IMTT, até 31 de Julho de cada ano. Comba Dão (Beira Alta). 3 — A proposta referida no número anterior tem em 21 — ramal da Lousã ...... Coimbra — B (Norte) a Serpins. conta, designadamente: 31 — ramal de Vila Viçosa . . . Estremoz (Évora) a Vila Viçosa. 35 — .... Pinhal Novo (Sul) a Montijo. a) A extensão da rede em exploração; 36 — . . . Torre da Gadanha (Alentejo) a Mon- b) O número de passageiros transportados; temor-o-Novo. c) O número de circulações; 40 — ...... Évora a Mora. d) A complexidade do sistema de metropolitano ou 41 — . . . Évora a Reguengos. metropolitano ligeiro de superfície. 42 — ...... Bifurcação de Sines (quilómetro 168,113) a Sines. 4 — Na avaliação do critério constante da alínea d) 43 — ..... Beja (Alentejo) a Moura. do número anterior, deve ser considerado o grau de 44 — .... Castro Verde (Alentejo) a Aljustrel. abertura ou fecho da rede e a eventual separação da 50 — ramal EDP-Cinzas . . . (quilómetro 174,713) entidade operadora do transporte da entidade gestora a EDP-Cinzas. da infra-estrutura. 58 — ramal do Louriçal .... Louriçal (Oeste) a CELBI/SOPOR- CEL. o 79 — ramal de Neves-Corvo Ourique (Alentejo) a Minas Neves Artigo 87. Corvo. (Revogado.)

Artigo 88.o (Revogado.)

Artigo 89.o (Revogado.)

Artigo 90.o (Revogado.)

Artigo 91.o (Revogado.)

Artigo 92.o (Revogado.)

Artigo 93.o (Revogado.)

ANEXO I [a que se refere alínea b)don.o 1 do artigo 2.o]

Linhas/ramais/troços Limites

02 — ramal de Monção .... Valença (Minho) a Monção. 06 — ...... Pocinho a Barca de Alva. 3850 Diário da República, 1.a série — N.o 113 — 14 de Junho de 2007

ANEXO II ANEXO IV

(Revogado.) Autorização de colocação em serviço de material circulante em utilização

ANEXO III 1 — A documentação técnica sobre o material cir- culante ou tipo de material circulante a apresentar ao Sistemas de gestão de segurança IMTT deve incluir: I — Requisitos aplicáveis ao sistema de gestão da a) Prova de que o material circulante foi autorizado segurança: a ser colocado em serviço noutro Estado membro e 1 — O sistema de gestão da segurança deve ser docu- registos que revelem o historial da sua exploração e mentado em todas as suas partes e descrever, nomea- manutenção e, se for caso disso, as alterações técnicas damente, a repartição das responsabilidades dentro da introduzidas após a autorização; organização do gestor da infra-estrutura ou da empresa b) Dados técnicos específicos, programa de manu- de transporte ferroviário. tenção e características operacionais exigidas pelo IMTT 2 — O sistema deve indicar o modo como é garantido e necessárias para a sua autorização complementar; o controlo por parte da gestão a diversos níveis, o modo c) Dados sobre as características técnicas e opera- de participação do pessoal e dos seus representantes cionais que mostrem que o material circulante está em a todos os níveiseomodocomo é garantida a melhoria conformidade com o sistema de alimentação de energia, constante do sistema de gestão da segurança. o sistema de sinalização e de comando e controlo, a II — Elementos fundamentais do sistema de gestão bitola da via e os gabaris da infra-estrutura, a carga da segurança. — Os elementos fundamentais do sistema máxima admissível por eixo e outros condicionalismos da rede; de gestão da segurança são: d) Derrogações das normas técnicas de segurança a) Uma política de segurança aprovada pelo director necessárias para a concessão da autorização e prova, executivo da organização e comunicada a todo o pessoal; com base na avaliação de risco, de que a aceitação do b) Objectivos qualitativos e quantitativos da organi- material circulante não envolve riscos indevidos para zação em termos de manutenção e reforço da segurança, a rede. bem como planos e procedimentos para alcançar esses objectivos; 2 — O IMTT pode exigir a realização de ensaios na c) Procedimentos destinados a satisfazer as normas rede, indicando o seu âmbito e conteúdo, para verificar a conformidade com os parâmetros restritivos mencio- técnicas e de exploração em vigor, novas ou alteradas, nados na alínea c)don.o 1. ou outras condições normativas previstas nas especifi- cações técnicas de interoperabilidade (ETI), ou nas nor- mas técnicas de segurança, ou noutras normas aplicáveis, ANEXO V ou em decisões do IMTT, e procedimentos destinados Indicadores comuns de segurança a garantir o cumprimento das normas e de outras con- dições normativas ao longo do ciclo de vida do equi- I — Indicadores relativos a acidentes, que devem ter pamento e durante as operações; em conta as disposições do Regulamento (CE) n.o 91/2003, do Parlamento Europeu e do Conselho, d) Procedimentos e métodos destinados a efectuar de 16 de Dezembro de 2002, relativo às estatísticas dos uma avaliação dos riscos e a aplicar medidas de controlo transportes ferroviários, na medida em que essas infor- dos riscos, sempre que uma mudança das condições de mações se encontrem disponíveis: exploração, ou a introdução de material novo, introduza novos riscos para a infra-estrutura ou para as operações; 1) Número total e relativo (por comboio/quilómetro) e) Oferta de programas de formação do pessoal e de acidentes e repartição pelos tipos de acidentes de sistemas destinados a garantir que o nível de com- seguintes: petência do pessoal é mantido e que as tarefas são rea- Colisões de comboios, incluindo colisões com obstá- lizadas em conformidade; culos dentro do gabarito; f) Disposições tendo em vista a circulação de infor- Descarrilamentos de comboios; mações suficientes dentro da organização e, se for caso Acidentes em passagens de nível, incluindo acidentes disso, entre as organizações que exploram a mesma que envolvam peões; infra-estrutura; Acidentes com pessoas provocados por material cir- g) Procedimentos e modelos de documentação da culante em movimento, com excepção dos suicídios; informação sobre segurança e designação de procedi- Suicídios; mentos de controlo da configuração da informação fun- Incêndios no material circulante; damental em matéria de segurança; Outros. h) Procedimentos destinados a garantir a notificação, o inquérito e a análise de acidentes, incidentes, casos O relatório de cada acidente será feito de acordo de quase acidente e outras ocorrências perigosas e a com o tipo de acidente primário, ainda que as con- adopção das medidas de prevenção necessárias; sequências do acidente secundário sejam mais graves; i) Planos de acção, alerta e informação em caso de 2) Número total e relativo (por comboio/quilómetro) emergência, acordados com as autoridades públicas de feridos graves e de mortos por tipo de acidente, dis- criminados pelas seguintes categorias: competentes; j) Disposições tendo em vista uma auditoria interna Passageiros (igualmente por referência ao número periódica do sistema de gestão da segurança. total de passageiros/quilómetro); Diário da República, 1.a série — N.o 113 — 14 de Junho de 2007 3851

Empregados, incluindo o pessoal dos empreiteiros; 2) Número total de auditorias efectuadas e percen- Utilizadores de passagens de nível; tagem de auditorias solicitadas (e ou previstas). Pessoas não autorizadas em instalações ferroviárias; Outros. Portaria n.o 724/2007 de 14 de Junho II — Indicadores relativos a incidentes e casos de quase acidente: Manda o Governo, pelo Secretário de Estado Adjunto, das Obras Públicas e das Comunicações, ao 1) Número total e relativo (por comboio/quilómetro) abrigo das disposições do artigo 4.o do Decreto-Lei de carris partidos, deformações da via e falhas na sina- n.o 360/85, de 3 de Setembro, que seja lançada em cir- lização contrárias à segurança; culação, cumulativamente com as que estão em vigor, 2) Número total e relativo (por comboio/quilómetro) uma emissão de selos alusiva aos «Moinhos de de sinais ultrapassados com indicação de paragem de Vento — Açores», com as seguintes características: sinal; Designer: Atelier Acácio Santos; 3) Número total e relativo (por comboio/quilómetro) Fotos: José Carlos Silva; de rupturas de rodas e eixos do material circulante em Dimensão: 40 mm×30,6 mm; serviço. 3 Picotado: 13×13 /4; Impressor: Cartor; III — Indicadores relativos às consequências dos 1.o dia de circulação: 28 de Maio de 2007; acidentes: Taxas, motivos e quantidades: 1) Custo total e relativo (por comboio/quilómetro), E 0,30 — moinho fixo de pedra (São Miguel, Gra- em euros, de todos os acidentes, devendo, se possível, ciosa, Terceira, Faial) — 380 000; ser calculados e incluídos os seguintes custos: E 0,45 — moinho giratório de madeira (São Jorge, Terceira, Faial) — 230 000; Mortos e feridos; E 0,61 — moinho fixo de pedra (Corvo) — 230 000; Indemnizações por perdas ou danos nos bens dos pas- E 0,75 — moinho giratório de madeira (São Jorge, sageiros, do pessoal ou de terceiros, incluindo os danos Terceira, Pico) — 230 000; causados ao ambiente; Bloco de E 2,45 [E 0,45 — moinho fixo de pedra (São Substituição ou reparação do material circulante e Miguel, Santa Maria)+E 2 — moinho giratório de das instalações ferroviárias danificados; madeira (São Jorge)] — 60 000. Atrasos, perturbações e reencaminhamento do trá- O Secretário de Estado Adjunto, das Obras Públicas fego, incluindo despesas suplementares com pessoal e e das Comunicações, Paulo Jorge Oliveira Ribeiro de lucros cessantes. Campos, em 23 de Maio de 2007.

São dedutíveis dos custos acima referidos as indem- Portaria n.o 725/2007 nizações ou compensações recebidas ou a receber de terceiros, nomeadamente proprietários de veículos a de 14 de Junho motor envolvidos em acidentes em passagens de nível. Não são dedutíveis as indemnizações concedidas a título Manda o Governo, pelo Secretário de Estado Adjunto, das Obras Públicas e das Comunicações, ao das apólices de seguros de que são detentoras as empre- abrigo das disposições do artigo 4.o do Decreto-Lei sas ferroviárias ou os gestores das infra-estruturas; n.o 360/85, de 3 de Setembro, que seja posto em cir- 2) Número total e relativo (por referência ao número culação um inteiro postal ilustrado, pré-franquiado, de horas de trabalho efectuadas) de horas de trabalho comemorativo dos «50 Anos da Secção Filatélica e do pessoal e dos empreiteiros perdidas devido a aci- Numismática do Clube dos Galitos — Aveiro», com as dentes. seguintes características:

IV — Indicadores relativos à segurança técnica da Designer: Francisco Galamba; infra-estrutura e à sua implementação: Foto: Pedro Sottomayor; Dimensão: 140 mm×105 mm; 1) Percentagem de vias equipadas com um sistema Impressor: Nova Impressora Gráfica; de protecção automática dos comboios (ATP) em ser- Taxa paga (válido para Portugal); viço, percentagem de comboios/quilómetro usando sis- Motivo do selo: ponte pedonal circular de Aveiro; temas ATP operacionais; Tiragem: 20 000; 2) Número de passagens de nível (total e por qui- 1.o dia de circulação: 3 de Outubro de 2007. lómetro de linha); O Secretário de Estado Adjunto, das Obras Públicas 3) Percentagem de passagens de nível com protecção e das Comunicações, Paulo Jorge Oliveira Ribeiro de automática ou manual. Campos, em 23 de Maio de 2007. V — Indicadores relativos à gestão da segurança: Portaria n.o 726/2007 1) Auditorias internas realizadas pelos gestores das infra-estruturas e pelas empresas ferroviárias, conforme de 14 de Junho previsto na documentação relativa ao sistema de gestão Manda o Governo, pelo Secretário de Estado da segurança; Adjunto, das Obras Públicas e das Comunicações, ao