Análise De Telejornalismo
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Análise de TelejornAlismo desafios teórico-metodológicos UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA REITORA Dora Leal Rosa Vice-REITOR Luíz Rogério Bastos Leal EDITORA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA DIRETORA Flávia Goulart Mota Garcia Rosa CONSELHO EDITORIAL Alberto Brum Novaes Angelo Szaniecki Perret Serpa Caiuby Alves da Costa Charbel Ninõ El-Hani Cleise Furtado Mendes Dante Eustachio Lucchesi Ramacciotti Evelina de Carvalho Sá Hoisel José Teixeira Cavalcante Filho Maria Vidal de Negreiros Camargo Análise de TelejornAlismo desafios teórico-metodológicos Itania Maria Mota Gomes ORGANIZADORA SALVADOR - EDUFBA - 2012 2012, autores. Direitos para esta edição cedidos à Editora da Universidade Federal da Bahia. Feito o depósito legal. Grafia atualizada conforme o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990, em vigor no Brasil desde 2009. CAPA Felipe Victor Ailson Rolemberg PROJETO GRÁFICO , EDITORAÇÃO E ARTE -FINAL DA CAPA Lúcia Valeska Sokolowicz REVISÃO E NORMALIZAÇÃO Eduardo Ross Editora filiada à: EDITORA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA Rua Barão de Jeremoabo s/n – Campus de Ondina 40.170-115 Salvador – Bahia – Brasil Telefax: 0055 (71) 3283-6164 [email protected] – www.edufba.ufba.br sumário Apresentação 9 Análise culTurAl de TelejornAlismo Jornalismo e estudos culturais: uma perspectiva cultural 25 Ana Carolina D. Escosteguy Estabilidade em fluxo: uma análise cultural do Jornal Nacional, da Rede Globo 39 Itania Maria Mota Gomes De chico à Banda mais Bonita da cidade: crítica musical e agendamento no telejornalismo em tempos de internet 59 Jeder Janotti Jr. A tirania da positividade: formas e normas da vida feliz no Globo Repórter 75 João Freire Filho estudos culturais aplicados a pesquisas em telejornalismo: paradigmas investigativo e metodológico no Jornal do Almoço 97 Ana Luiza Coiro Moraes TelejornAlismo e HisTóriA: TemporAlidAdes, culTurA e sociedAde Do texto ao discurso: as normas sem história dos manuais de telejornalismo 117 Bruno Souza Leal Globo-Shell Especial e Globo Repórter: o documentário entre a efemeridade e a tomada de posição 143 Andréa França Marcas do passado tecendo o presente: a formação histórica dos programas de entrevistas no Brasil 167 Fernanda Mauricio da Silva o jornalismo de televisão e suas mutações: anos 1980-1990 na França 187 Evelyne Cohen desafios para uma análise histórica do telejornalismo no Brasil 209 Ana Paula Goulart e Igor Sacramento linguAgem e TelejornAlismo os limites da reflexividade nos discursos jornalísticos na televisão 233 Marie-France Chambat-Houillon Tramas discursivas: apontamentos para a análise dos efeitos de sentido no telejornalismo brasileiro 259 Kleber Mendonça Reflexão teórico-metodológica em torno do telejornal 285 Maria Lília Dias de Castro A WeB 2.0 como ambiente de recepção jornalística: os sentidos produzidos pelos leitores em comentários de sites, blogs e redes sociais 303 Sean Hagen jornAlismo, sociedAde e suBjeTividAdes Tevê, jornalismo e Acontecimento 329 Vera V. França em nome do interesse público: o jornalismo de máscara e o uso de ações ilícitas no telejornalismo 349 Edson Dalmonte Narrativas da mediação entre telejornais e seus públicos: os jornalistas como personagens 369 Iluska Coutinho e Jhonatan Mata Analisando o documentário televisivo 393 José Francisco Serafim sobre os autores 407 Apresentação O Seminário Internacional Análise do Telejornalismo: desafios teórico-metodológicos foi realizado entre os dias 23 e 26 de agosto de 2011 pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas da Universidade Federal da Bahia, através do Gru- po de Pesquisa em Análise de Telejornalismo (GPAT). O objetivo do evento foi comemorar o aniversário de dez anos do GPAT através da interlocução entre pesquisadores das áreas de televisão e jornalismo do país e do exterior, com ênfase na pluralidade dos aspectos conceituais e procedimentos metodológicos que permitam o avanço do campo da comunicação, em especial, a pesquisa sobre o telejornalismo. O even- to foi constituído por atividades tais como painéis temáticos, com participação de conferencistas nacionais e estrangeiros convidados, grupos de trabalho com chamada aberta à comunidade científica e lançamento de livros. Este livro reúne os artigos apresentados pelos conferencistas convidados e reproduz, em boa medida, sua estrutura de organização. Na primeira seção, Análise Cultural de Telejornalismo, discute- se especialmente o papel dos estudos culturais para a análise das trans- formações efetuadas no telejornalismo em função da relação com a cultura. No texto de abertura, Jornalismo e estudos culturais: uma perspectiva cultural, Ana Carolina Escosteguy apresenta quatro ba- lizas que visam delimitar a constituição de uma perspectiva cultural do jornalismo que resguarde a indicação de conservar tanto o projeto, ou seja, premissas de caráter mais teórico, quanto a formação, isto 9 é, as variações contextuais onde se pratica tanto os estudos culturais quanto uma determinada forma de jornalismo. Essas balizas – a) jor- nalismo como forma cultural; b) jornalismo como comunicação; c) jornalismo como instituição; d) jornalismo como prática contextual e situada – são avaliadas em articulação com uma análise do programa Brasileiros, exibido pela Rede Globo no período entre junho e setem- bro/2010. Em Estabilidade em fluxo: uma análise cultural doJornal Nacio- nal, da Rede Globo, Itania Maria Mota Gomes apresenta o conceito de gênero televisivo pensado como uma categoria cultural e conside- ra o Jornal Nacional como uma atualização do subgênero telejornal. Considerando o JN em dois momentos distintos de sua história, a autora busca compreender como o programa se construiu, no Brasil, como referência de telejornalismo e mostra que ele se constitui como ‘estabilidade em fluxo’, ou seja, representa aquilo que no Brasil espe- ramos que seja ou deva ser um telejornal, fazendo com que caracte- rísticas que são do JN acabem por se confundir com marcas do subgê- nero telejornal, ao mesmo tempo em que é um produto da cultura e, como tal, contingente e transitório, um produto que se transforma ao longo do tempo e assume novos e diferentes sentidos em distintos momentos históricos brasileiros. A análise do JN a partir do conceito de gênero televisivo evidencia como a análise de televisão pode articu- lar as relações entre comunicação, cultura, política e sociedade. Em De Chico à Banda Mais Bonita da Cidade: crítica musical e agendamento no telejornalismo em tempos de internet, Jeder Janotti Jr. avalia a permanência do valor da crítica musical reconfigurada por processos de midiatização e de agendamento dos produtos musicais, destacando o importante papel que a crítica televisiva desempenha em relação às discussões sobre valores estéticos, sociais, econômicos e tecnológicas da produção musical atual. Analisando como o suces- so viral do clipe “Oração” dos paranaenses da Banda Mais Bonita da Cidade no YouTube levou-os até o Fantástico, da Rede Globo de 10 Televisão e como, por outra trilha, o lançamento do disco Chico, de Chico Buarque, foi abordado pelo programa Estudio i da Globonews, Janotti mostra como o processo de midiatização do consumo musical possui traços de continuidade – e, nesse caso, mantém-se a importân- cia do jornalismo cultural – ao mesmo tempo em que se transforma com novos formatos de escuta e circulação da música: “o que antes era um fenômeno de nicho como sucesso na internet acaba virando valor para o agendamento dos produtos musicais em práticas de comuni- cação já estabelecidas. Por outro lado, antigos modelos de consumo da música, como a venda física de discos, permanecem como práticas que tem agregado novas formas de circulação da música a exercícios críticos aprofundados”. Em A tirania da positividade: formas e normas da vida feliz no Globo Repórter, João Freire Filho analisa as implicações subjetivas e sociais da conexão jornalística entre felicidade e positividade, dos investimentos em versões particulares da vida feliz, em detrimento de outros itinerários possíveis, tomando como objeto de análise uma edição do Globo Repórter, veiculada em 15 de novembro de 2002 e intitulada “Felicidade”. Os roteiros de busca da felicidade construídos pelo Globo Repórter demonstram, para o autor, como a aspiração a “ser feliz” está atrelada “a processos de normalização de desejos, re- gulação de comportamentos e estigmatização de afetos ou estados de ânimos cruciais tanto para o amadurecimento subjetivo quanto para a justiça social, como a tristeza e a indignação”. A partir da análise do quadro “Seja repórter por um dia no JA!”, veiculado no telejornal Jornal do Almoço, da RBS TV, que instiga o telespectador a participar do programa enviando mensagens pela internet sobre questões e demandas de suas comunidades, o artigo Estudos culturais aplicados a pesquisas em telejornalismo: para- digmas investigativo e metodológico no Jornal do Almoço, de Ana Luiza Coiro Moraes, analisa o protagonismo de sujeitos comuns nos espaços midiáticos, propondo, do ponto de vista teórico, um paradig- 11 ma investigativo articulado ao conceito de estrutura de sentimento, de Raymond Williams, e operando metodologicamente com a noção de materialismo cultural, do mesmo autor. Trata-se da proposição de um modelo de análise cultural aplicado às singularidades discursivas do telejornal, que se move entre os critérios de noticiabilidade dos fatos jornalísticos e os registros de notabilidade dos sujeitos. Na segunda seção do livro, Telejornalismo e História: tempo- ralidades, cultura e sociedade os autores