FERNANDO LOPES – PROFISSÃO: CINEASTA Índice

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FERNANDO LOPES – PROFISSÃO: CINEASTA Índice FERNANDO LOPES – PROFISSÃO: CINEASTA Índice AUTOBIOGRAFIA FERNANDO LOPES: CAMPEÃO COM JEITO por Fernando Lopes 3 MAS OS AMIGOS ONDE ESTÃO? BELLARMIN E OS SEUS COMPANHEIROS? por Paulo Rocha 5 MUDAR O OLHAR, MUDAR A VIDA por Fernando Lopes 9 ENTREVISTA COM PAULO ROCHA E FERNANDO LOPES, por António-Pedro Vasconcelos, Gérard Castello-Lopes 11 RESPOSTAS A QUESTIONÁRIO DO CATÁLOGO CINEMA NOVO PORTUGUÊS 1960/1974 por Fernando Lopes 41 CENTRO PORTUGUÊS DE CINEMA – ENTREVISTA COM FERNANDO LOPES por José Manuel Costa, M.S. Fonseca 44 ENTREVER FERNANDO LOPES por José Navarro de Andrade 64 O DELFIM – EM CÂMARA LENTA por Fernando Lopes, montagem de citações 93 FILMOGRAFIA FERNANDO LOPES REALIZADOR 107 ÍNDICE DE FILMES 115 As páginas que se seguem reúnem uma antologia de textos, na sua maioria testemunhos e entrevistas de Fernando Lopes, quase todos anteriormente publicados em catálogos da Cinemateca. Destinado a divulgação “on line”, este documento foi preparado para acompanhar a retrospectiva da obra de Fernando Lopes que decorre em Março de 2014 a par de uma retrospectiva da obra de Paulo Rocha, como uma oportunidade de diálogo entre ambas. Fernando Lopes e Paulo Rocha são dois nomes fundamentais do Cinema Novo Português nos anos 1960, cujo cinquentenário as datas de estreia, respectivamente em Novembro de 1963 e de 1964, de OS VERDES ANOS de Rocha e BELARMINO de Lopes, assinalam. Ambos nascidos em 1935 e desaparecidos em 2012, Fernando Lopes e Paulo Rocha fi lmaram ao longo de seis décadas, e são autores de obras seminais do cinema português contemporâneo, a eles se podendo aplicar a expressão com que Fernando Lopes qualifi cou as suas primeiras longas-metragens, “uma espécie de gémeos diferentes”. A ambos a Cinemateca dedicou retrospectivas integrais em 1996. A de Fernando Lopes intitulou-se “Fernando Lopes Por Cá” e foi acompanhada por um catálogo com o mesmo título. Compilando textos de época, este documento mantém a grafi a anterior à aplicação do Acordo Ortográfi co. Os estilos foram uniformizados, bem como algumas palavras e expressões. Na entrevista de 1966 publicada em O Tempo e o Modo, Manoel de Oliveira é originalmente designado como Manuel de Oliveira. A fi lmografi a baseia-se e actualiza a publicada no catálogo de 1996. Autobiografi a Fernando Lopes: Campeão com Jeito Epígrafe: “Fighters don’t fade away. They just die in front of our eyes”. (Budd Schulberg) Ficha técnica Nome: Fernando Marques Lopes (abreviatura: Flopes) Data de nascimento: já passou os 70. Naturalidade: al-bai-zir (em árabe: terra de plantas aromáticas, ou Alva Várzea). Estado civil: casado. Com Marianne (a.k.a. Maria João Seixas) que me trata por “Pierrot” (a.k.a. Ferdinand. Je m’apelle Ferdinand, porra!) 5 fi lhos 5, 8 netos 8. Já dá para uma equipa de futebol: “Sport Lopes e Benfi ca”. Profi ssão: cineasta com jeito por vocação e trejeito. Dados profi ssionais, ou seja: C. V. = Consultar Internet, onde está tudo por ordem e sem sobressaltos sentimentais: longas-metragens, documentários, fi lmes publicitários e outras tarefas alimentares. Em caso de obsessão cinéfi la ir à Cinemateca, essa Igreja onde ofi cia o João Bénard da Costa, e consultar Lopes, Fernando. Está lá toda a memória do meu mundo em imagens e sons. Nota: Há, na mesma Internet, referências ao Cinéfi lo (revista semanal de curta duração e longa infl uência) e ao 2.º Canal, que fi cou também conhecido por “Canal Lopes”. Alcunhas: Dos inimigos: (cinematográfi cos): Fernando Lopes Ribeiro; “O Padrinho” (enquanto fui director das co-produções da RTP) Dos amigos: “O Esplendor na Relva” (estes, só os que conheciam os meus desvarios amorosos.) Posição política: Como dizia o Mário (Cesariny): “Falta por aqui uma grande razão”. Por precaução, e sobrevivência, sigo o princípio, sábio, do velho Herodes: “Ou trabalhas ou te prejudicas”. Prolegómenos de uma auto-biografi a: “Menino e moço me cevaram de casa de meu pai para muito longe. Que causa fosse então daquela minha levada, era ainda pequeno, não a soube”. Cheguei a Lisboa em 39. Tempo de guerra. A minha tia Maria levou-me ao Grandella (o do PAI TIRANO) e vestiu-me de marinheiro. Logo a seguir parti para Vila Nova de Ourém. Instrução primária republicana, catecismo, comunhão. Primeiras leituras (Amor de Perdição, As Pupilas do Senhor Reitor, e, semanalmente, o folhetim A Toutinegra do Moinho. Aos sábados e domingos o cinema, graças à minha tia Margarida: (OS CARRASCOS TAMBÉM MORREM e TRINTA SEGUNDOS SOBRE TÓQUIO.) Primeira paixão: uma trapezista de 14 anos, que também dançava a Rumba Negra. Sinais particulares: Não é cego aos sons nem surdo às imagens. Não dança (“Tough guys don’t dance”). Chegada a Lisboa, em 1945. 3 FERNANDO LOPES – PROFISSÃO: CINEASTA | Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema Rossio, e tudo. Praça D. João da Câmara. Marinheiros americanos, como num fi lme do Gene Kelly/Stanley Donen. “Garçon de courses”, num escritório de 4.º andar, que tinha por baixo o “Martinho” e o “Café Suisso”, com a fachada da estação e o “Avenida Palace”, do Sr. Gulbenkian, a dar-nos sombra e guarida. Começaram aí, nesses tempos longínquos, de eléctricos operários até à Praça da Figueira (PÁTIO DAS CANTIGAS) as minhas vadiagens e deslumbramentos lisboetas o “Chave d’Ouro”, o “Nicola”, os bilhares, o “Éden”, o “Condes”, o “Odeon”, o “Politeama”. Quando rememoro essa Lisboa, acho que hoje deambulo, perdido, num labirinto de Travessas do Fala Só, e que o fi o do horizonte se aproxima. E quanto mais ele se aproxima, como o passado, mais ele se afasta. Pequena, e fatal, obsessão. Biografi a ‘ofi cial’ aprovada: Lopes vai fi lmando no gerúndio. Como Blanchot dizia das palavras no surrealismo, aqui as imagens e os sons (Belarmino) “são livres e podem talvez libertar-nos; basta segui-las, abandonarmo-nos a elas, colocar ao seu serviço todos os recursos da invenção e da memória.” Qual Maria da expressão, Fernando Lopes prefere “ir com os outros”, perder- se, deixar-se andar, tão vadio como o homem que à sua frente tem, tão desprovido de “maquinação “ a inventar cada solução como o boxêure (é assim que Belarmino diz) vai arranjando um jantar aqui, uma “económica”ali, cinco “crôas” emprestadas, aberto à vida e vivendo de mãos dadas nos bolsos, assobiando ao improvável deus-dará. Jorge Silva Melo (Século Passado). Para lá da furtiva lágrima, que não contive, ao ler este texto do Jorge lembrei-me do O’Neill: “Que é o cinema mais do que o box não me dizes? Também no cinema não se janta nada, mas nem por isso somos infelizes. Campeões com jeito é nossa vocação, nosso trajeito.” Retrato fi nal (genérico de fi m) Bebi demais (não me arrependo) Fumo demais (não me arrependo) Comovo-me demais (não me arrependo) Sou um erro sociológico. Estou onde não devia estar, Sou aquilo que não estava previsto que eu fosse. Desígnios de Deus? Essa questão está para mim (quase) resolvida. Como disse Queneau: “Deus, por pudor, não existe”. Ou, se existe, Deus é cego, surdo e mudo. Vai dar ao mesmo. Aviso: o abaixo assinado tem código de barras. Numa leitura electrónica está lá tudo: paixões, amores, desamores, amizades. Falta o preço e o prazo de validade. Sou, portanto, um replicant perigoso! Ou, como diria o Alexandre, um long runner. “O homem que pedala, que ped’alma com o passado a tiracolo, ao ar vivaz abre as narinas: tem o porvir na pedaleira”. in Jornal de Letras, 2007 4 BELARMINO (rodagem) Mas os amigos onde estão? Bellarmin e os seus companheiros? Texto de Paulo Rocha escrito em Maio de 1996 e publicado no catálogo da Cinemateca Fernando Lopes por Cá, integrado numa secção – Ver e Conviver com Fernando Lopes – em que se publicam igualmente textos de João Bénard da Costa, Gérard Castello-Lopes, Alberto Seixas Santos, José Cardoso Pires, Fernando Matos Silva, Manuel Costa e Silva, Joaquim Leitão, Manuel Mozos e Joaquim Sapinho. Roma + Estados Unidos = Avenidas Novas = anos 60? Sim? Não? Talvez... E antes das Novas? Antes do VÁVÁ? Qual era a geografi a de Lisboa? Quando, vindo do Porto, aqui cheguei para estudar Direito no Campo de Santana, em 53, a cidade tinha pouco mais de um quilómetro, era quase uma aldeia. Andávamos habitualmente a pé, e sempre à roda do Rossio, em territórios belarminianos. A Estrela, o Parque Eduardo VII eram sítios já fora de portas. Aluguei um quarto na Avenida da Liberdade, mesmo em frente aos cisnes e aos ratos, ao lado das velhas senhoras da Buchholz, do Rilke e do Beguin, e da pastelaria Bijou que o O’Neill haveria de imortalizar. Comia no antigo Tivoli, uma pensão familiar, não longe da mesa da Beatriz Costa. Estudava numa cave, entre bilhares, ao lado do Dona Maria e do café Gelo. Via westerns no Coliseu, e fi tas fi nas na geral do outro Tivoli, a quatro escudos o bilhete. Ceias, quando as havia, eram no velho Gambrinus. De raro em 5 FERNANDO LOPES – PROFISSÃO: CINEASTA | Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema raro, viam-se fi lmes clássicos e pintores modernistas no Palácio Foz, e novos pintores no Chiado. A facul- dade era furiosamente cinéfi la, por via dos católicos progressistas, os CCCs Bénard, Bragança, Tamen. Ao São Jorge e ao Condes ia-se nos dias de estreia, para namorar ou cobiçar mulheres inatingíveis. Uma em especial perturbava um amigo fi lósofo, Nuno Basto, e que nos parecia o próprio pecado. Anos mais tarde, já menos fatal, levaram-me a casa dela, a acompanhar um escritor maldito francês: era a Natália Correia. Os anos 50 eram os anos Cesariny. Em casa dos Portas, o Carlos, agrónomo, dizia-me os poemas dele de cor.
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