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Aspectos botânicos e propriedades farmacológicas de calendula officinalis: uma revisão

Botanical aspects and pharmacological properties of calendula officinalis: a review

DOI:10.34117/bjdv6n5-546

Recebimento dos originais: 13/04/2020 Aceitação para publicação: 27/05/2020

Everton Fernandes da Silva Formação acdemica: Graduando em Farmácia. Instituição: Centro Universitário do Vale do Ipojuca, UNIFAVIP | Wyden. Endereço Av. Adjar da Silva Casé, 800 - Indianópolis - 55024-740-, Caruaru, PE - Brasil E-mail: [email protected]

Shanda Raylla da Silva Formação acdemica: Graduanda em Farmácia. Instituição: Centro Universitário do Vale do Ipojuca, UNIFAVIP | Wyden. Endereço Av. Adjar da Silva Casé, 800 - Indianópolis - 55024-740-, Caruaru, PE - Brasil E-mail: [email protected]

José Israel Guerra Junior Formação acdemica: Mestrando em Ciências Farmacêuticas. Instituição: Universidade Federal de Pernambuco. Endereço: Av. Prof. Arthur Sá, S/N, Cidade Universitária - 50740521 - Recife, PE - Brasil E-mail: [email protected]

Tiberio Cesar de Lima Vasconcelos Formação acdemica: Mestre em Química . Instituição: Universidade Federal Rural de Pernambuco, UFRPE. Endereço Av. Adjar da Silva Casé, 800 - Indianópolis - 55024-740-, Caruaru, PE - Brasil E-mail: [email protected]

RESUMO A biodiversidade detém um alto valor econômico para diversos fins, uma vez que os produtos naturais são empregados desde produtos alimentícios, uma das maiores fontes de moléculas bioativas são as plantas, dentre elas podemos citar a C. officinalis tem sido descrita para aplicações tópicas na cosmetologia e dermatologia, suas aplicações na terapêuticas são difundidas entre os processos de reepitelização dos tecidos como também atuando no processo de cicatrização. Frente a isso esse estudo tem objetivo de realizar um levantamento na literatura sobre os aspectos botânicos e propriedades biológicas da Calêndula officinalis. Trata-se de uma revisão literária, utilizando-se das bases de dados

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SciELO, BVS, MEDLINE e LILACS, com recorte temporal delimitado entre o período de 1986 e 2020. Estudos sobre a segurança do uso do óleo essencial, ensaiando a toxicidade dérmica aguda e subcrônica, em que ratos Wistar foram expostos a doses de 20ml/kg nos ensaios de toxicidade dérmica e em concentrações de 2,5, 5 e 10 ml/kg para os ensaios de toxicidade dérmica, os animais em experimentação foram expostos durantes 90 dias, sucessivamente foram observados os parâmetros bioquímicos, hematológicos e neurológicos, os resultados demonstraram normalidades dos parâmetros, sem nenhuma alteração nos parâmetros observados ou no comportamento dos ratos. Contudo, os dados nesta revisão sobre C. officinalis, são uma compilação acerca dos conhecimentos sobre suas propriedades biológicas descritas na literatura, as atividades descritas são importantes para o manejos de diversas patologias que acometem os seres humanos atualmente, porém é necessário mais estudos para elucidar os mecanismo de ação da planta.

Palavras-chave: Calendula officinalis, Margarida, Plantas Medicinais.

ABSTRACT Biodiversity has a high economic value for several purposes, since natural products are used from food products, one of the biggest sources of bioactive mocellulas are , among which we can mention C. officinalis has been described for topical applications in cosmetology and dermatology, its applications in therapeutics are widespread among the processes of tissue reepithelization as well as acting in the healing process. In view of this, this study aims to carry out a survey in the literature on the botanical aspects and biological properties of Calendula officinalis. This is a literary review, using the SciELO, BVS, MEDLINE and LILACS database, with a time frame delimited between the period 1986 and 2020. Studies on the safety of the use of essential oil, testing acute dermal toxicity and subchronic, in which Wistar rats were exposed to doses of 20ml / kg in the dermal toxicity tests and in concentrations of 2.5, 5 and 10 ml / kg for the dermal toxicity tests, the animals in the experiment were exposed for 90 days , successively the biochemical, hematological and neurological parameters were observed, the results showed normalities of the parameters, without any change in the observed parameters or in the behavior of the rats. However, the data presented in this review on Calendula officinalis, are a compilation about the knowledge about their biological properties described in the literature, the activities described are important for the management of several pathologies that affect humans today, however more studies are needed to elucidate the mechanism of action of the .

Keywords: Calendula officinalis, Marigold, Medicinal Plants.

1 INTRODUÇÃO O Brasil detém de uma das maiores biodiversidades, dentre elas podemos citar a Floresta Amazônica e a Caatinga brasileira, essas por sua vez são fontes inestimáveis de moléculas com alto poder biológico (HARVEY, 2000; KHAN, 2018). Os produtos naturais são a principal fontes de novas descobertas de fármacos e moléculas bioativas, essas que por sua vez, desenvolve avanços das pesquisas no âmbito da terapêutica; a explanação de mecanismos de ação viabiliza à indústria farmacêutica a delinear e desenvolver novos fármacos, e consequentemente fornece novas alternativas para a terapêutica (KHAN, 2018; YU; LIU; HU, 2019).

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As plantas medicinais são uma fonte inestimável de compostos bioativos e, apesar dos progressos realizados no desenvolvimento de produtos farmacêuticos e medicamentos, ainda continuam sendo uma importante fonte de obtenção de compostos ativos (BRANDÃO et al., 2006). A opinião de que as plantas medicinais são muito mais seguras que as drogas sintéticas ganharam popularidade nos últimos anos e levou a um tremendo crescimento do uso fitofarmacêutico (LOGGIA et al., 1994). Nos últimos tempos, tem se observado grandes avanços no estudo sobre compostos químicos existente em espécies vegetais, que por sua vez são uma premissa essencial para a produção de novos produtos terapêuticos (NICOLAUS et al., 2017). Com isso, um dos principais produtos de origem vegetal são os óleos essenciais, composto de mistura de diversas moléculas de valor terapêutico, são extraídos de plantas por meio de processos específicos, em geral possuem aroma característico, e coloração ligeiramente amarelada, possuindo como peculiaridade principal a volatilidade (LACATUSU et al., 2017). Dentre as diversas plantas, uma a qual podemos destacar é a Calendula officinalis, pois estudos concluíram a sua ação inibitória no crescimento de cepas do trato oral, assim como resultados clínicos descrevem como detentora de resultados positivos a partir do uso do seu extrato (LOGGIA et al., 1994; CORDEIRO et al., 2006). Os estudos analisaram o efeito decorrente do uso do enxaguante bucal à base de C. officinalis e em seguida relacionou os resultados obtidos, aos resultados do grupo placebo, e pode- se concluir que houve uma resposta positiva referente ao uso da planta (NICOLAUS et al., 2017). Os extratos de flores de Calendula officinalis possuem de uma tradição de longa data em etnofarmacologia. Nos dias de hoje, a Agência Europeia de Medicamentos aprovou seus extratos alcoólicos lipofílicos e aquosos como medicamentos tradicionais para o tratamento de pequenas inflamações da pele e como auxiliar na cicatrização de feridas leves (LACATUSU et al., 2017). A C. officinalis tem sido descrita para aplicações tópicas na cosmetologia e dermatologia, suas aplicações na terapêuticas são difundidas entre os processos de reepitelização dos tecidos como também atuando no processo da cicatrização (BASHIR et al., 2006), estudos sugeriram a sua utilização para a equimose e erupções de pele, assim como para o tratamento de eczema, os ensaios realizados in vitro utilizando-se da metodologia de cavidade em placa, descreveram as concentrações inibitórias, utilizando- se do extrato etanólico e da frações hexânica e diclorometano (CHAPARZADEH et al., 2004) No Brasil, a principal forma de aplicação da calêndula é por meio do chá das flores, sendo empregada desse modo para desenvolver atividades expectorante e aplicada no manejo de anemias nervosas. Também são aplicadas para combater inflamações das vísceras, doença de chagas, além do

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autor descrever a sua aplicação no manejo da dor de garganta e alergia, as pétalas maceradas em compressas de alcoolato são usadas no manejo de feridas abertas (LOVECKA, 2018). Nesse contexto, o objetivo desta pesquisa foi o de realizar um levantamento na literatura sobre os aspectos botânicos e propriedades biológicas da Calêndula officinalis.

2 METODOLOGIA A abordagem metodológica desse estudo foi uma pesquisa bibliográfica, que de acordo com os descritos de Gil (2008) trata-se de um estudo desenvolvido a partir de materiais já publicados na literatura, como uma unificação literária, com finalidade de realizar um estudo sobre os escritos de diversos autores na mesma temática. De acordo com Marconi e Lakatos (2010), a elaboração de uma revisão bibliográfica deve ser direcionada por um percurso metodológico que consiste em: delimitação do tema, construção do plano de trabalho, identificação dos artigos, análise, interpretação e redação. Para esse estudo, utilizou-se das bases de dados: Scientific Eletronic Library Online (SciELO), Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE) e Literatura Latino- Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS). O recorte temporal foi delimitado entre o período de 1986 e 2020, em que se baseou nas literaturas que abordassem a temática. Os artigos foram filtrados de acordo com os critérios de inclusão e exclusão previamente definidos, sendo os critérios de inclusão: artigos científicos originais, disponíveis na língua inglesa dentro do recorte temporal estabelecido. Os critérios de exclusão foram: artigos científicos incompletos, artigos de revisão, artigos foram do recorte de tempo ou encontrados em duplicata.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO 3.1 ASPECTOS BOTÂNICOS A Calendula officinalis L. ou Margarida como vulgarmente é denominada, trata-se de uma planta de origem Europeia, utilizada para fins medicinais desde da antiguidade, os primeiros relatos datam por volta do século XII, também muito utilizada com fins ornamentais, em virtude de sua coloração e aroma característico. As características organolépticas da planta são: odor característico, sabor amargo e aromático, a parte de interesse para a ciência farmacêutica são os ligados secos e as flores compostas, sua classificação taxonômica é descrita na tabela a seguir (BILIA et. al., 2002).

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Tabela 1 – Classificação taxonômica científica da Margarida - Calêndula Officinalis. Reino Plantae Clado Angiospérmicas Ordem Família Tribo Calenduleae Género Calêndula Espécie C. officinalis Nomenclatura Binominal Calêndula officinalis L. Fonte: APG III (2009). A Calêndula trata-se de uma planta anual, facilmente adaptada a solo fértil e úmido, rico em matéria orgânica e permeáveis (FUENTES et al., 1986). A melhor forma de irradiação é semeadura direta (MONTANARI JÚNIOR, 2000). A semeadura deve ser direta e em linha, as covas devem possuir em média 40cm de espaçamento entre linhas e em média 30cm na linha, em que são plantadas três sementes por cova com profundidade de aproximadamente 2 cm (MONTANARI JR, 2000) FIGURA 1 - Calendula officinalis L.: detalhe da inflorescência.

(Imagem: Elder T. Borba. 2008).

Entretanto é necessário um cuidado no momento da identificação da C. officcinalis L., visto que a espécie Tagetes erecta L.é muito amplamente confundia com a Margarida, visto que ambas detém de mesma coloração e visualmente são de aparência próxima, além do fato de pertencerem à mesma família e por possuírem atividades farmacológicas e antioxidantes bem semelhantes (SILVA, 1997).

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4 ATIVIDADE BIOLÓGICA 4.1 ATIVIDADE ANTIINFLAMATÓRIA E ANTINOCICEPTIVA Ensaios em relação a atividade antiinflamatória com três diferentes extratos de flores de Calêndula, sendo eles o extrato etanólicos, aquoso e hexânicos, os estudos foram realizados na fase inflamatória da cicatrização, os resultados foram que os extratos etanólicos e hexânico ativam o fator de transcrição NF-κB e foram capazes de aumentar a quantidade de quimiocina IL-8, além disso o extrato etanólico foi capaz de inibir a atividade da colagenase in vitro, os resultados observados para o extrato aquoso não foram promissores nessa pesquisa (NICOLAUS et al., 2017). Singh e Bagewadi (2017) realizaram ensaios com o objetivo de estimar a atividade cicatrizante de C. Officinalis em base de gel, frente a úlceras, seus resultados demonstraram eficácia na redução do tamanho das úlceras dos pacientes em estudo. Outros ensaios frente a colite ulcerativa de etiologia desconhecida realizados por Tanideh et al. (2016), determinaram que a aplicação de forma diária do extrato de C. officinalis na forma de gel tópico ou tintura para administração via oral, foram capazes de aliviar o estado patológico.

4.2 ATIVIDADE ANTIMICROBIANA, ANTIPROTOZOÁRIA E ANTIFÚNGICA Gazim et al. (2007) em seus estudos, realizou experimentos com o extrato a 80% etanólico, que apresentaram atividade comprovada contra o crescimento biológico de Staphylococcus facalis e Staphylococcus aureus. A literatura descreve sobre a atividade bactericida, comparando-o ao Metronidazol, em seus ensaios foi possível concluir que as mulheres não sofreram nenhuma reação adversa decorrente uso da Margarida, concluído que seria recomendado a mulheres que sofrem com os efeitos colaterais da terapêutica convencional (SINGH; BAGEWADI, 2017). Em amostras de flores e das folhas, foi observado a presença de substâncias biologicamente ativas, como: proteínas e aminoácidos, açúcares redutores, flavonóides, saponinas, fenólicos, terpenóides, esteróides, glicosídeos (LOVECKA et al., 2018). Em que os flavonoides encontrados na Calendula Officinalis foram associados como os responsáveis pela atividade inibitória e antibiótica contra as bactérias Echerichia coli, Candida albicans, Trichomonas vaginalis, Staphylococcus aureus, S. fecalis, Klebsiela pneumoniae e Sarcina lutea (MULEY et al., 2019).

4.3 ATIVIDADE ANTIOXIDANTE

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Cetkovic et al. (2004) em seus experimentos observou a atividade antioxidante, seus resultados demonstraram que os flavonoides e alguns polissacarídeos presentes no óleo essencial da C. officinalis, em especial os polissacarídeos arabinogalactano e arabinogalactano são os principais responsáveis pelos efeitos terapêuticos, porém seus ensaios não foram capazes de elucidar os mecanismos de ação. Entretanto seus dados entram em acordo com os resultados dos ensaios de Ahmad et al. (2012), que em seus estudos observou que os compostos fenólicos e flavonoides estavam associados com a capacidade antioxidante, como por exemplo o ácido cafeico com grupo hidroxila no anel B, que podem eliminar os radicais livres, entretanto ele ressaltou que esse processo pode desencadear a formação de radicais livres de semiquinona, esse por sua vez não insuficientemente reativos e podem desaparecer por vários mecanismos.

4.4 ATIVIDADE TOXICOLÓGICA Preparados a partir de flores de C. officinalis não demonstrou efeitos tóxicos frente a maioria dos padrões bioquímicos e hematológicos ensaiados em ratas Wistar. Em seres humanos não foi observado efeitos sobre o sistema cardiovascular (IATSYNO et al., 1978). Muley et. al. (2009) descreve a planta contra indicada a indivíduos que possuem histórico de hipersensibilidade e/ou alergia a planta ou seus constituintes, ou até mesmo que possua alguma reação a outras plantas pertencentes as da família Asteraceae. A Organização Mundial da Saúde (OMS, 2004) descreve em sua monografia a contra indicação da planta, para utilização por crianças, gestantes e lactantes. Brinker (2001) relata em suas pesquisas que o uso não é indicado para gestantes, por conta ao seu potencial efeito abortivo, ele considera que esse efeito é decorrente das características uterotônicas da planta. Reações alérgicas e de sensibilidade foram descritas na literatura, além de efeitos tonificantes ao útero, atividade espermicida e antifertilizades (MULEY et. al.; 2009). Mishra et al. (2018) realizou estudos sobre a segurança do uso do óleo essencial, ensaiando a toxicidade dérmica aguda e subcrônica, em que ratos Wistar foram expostos a doses de 20ml/kg nos ensaios de toxicidade dérmica e em concentrações de 2,5, 5 e 10 ml/kg para os ensaios de toxicidade dérmica, os animais em experimentação foram expostos durantes 90 dias, sucessivamente foram observados os parâmetros bioquímicos, hematológicos e neurológicos, os resultados demonstraram anormalidades dos parâmetros, sem nenhuma alteração nos parâmetros observados ou no comportamento dos ratos.

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Embora raro os descritos sobre toxicidade, ensaios descreveram que o contato da pele com os preparados de calêndula pode resultar em uma reação alérgica à planta, entretanto os mecanismos associados a essa reação alérgica não foram elucidados, além de reações alérgica com o uso tópico, também houve a descrição de um caso de choque anafilático após o gargarejo de uma infusão com a C. officinalis (ARORA et al., 2013).

4.5 OUTRAS ATIVIDADES Bashir et al. (2006) realizou ensaios com o extrato aquoso de C. officinalis, a fim de avaliar a atividade espasmódica associada a planta pela medicina popular, seus ensaios observaram que o extrato foi capaz de desencadear um relaxamento do jejuno dependente de dose induzidas por de Potássio (K+), sendo sugerindo o bloqueios dos canais de cálcio como o mecanismo de ação, entretanto foi possível observar que doses baixas não demonstraram efeito, com isso foi necessário doses mais altas, essas que por sua vez demonstram semelhança a utilização do Verapamil.

5 CONCLUSÃO Contudo, os dados apresentados nesta revisão sobre Calêndula officinalis, é uma compilação acerca dos conhecimentos sobre suas propriedades biológicas descritas na literatura, aspectos esses que podem contribuir como base para a desenvolvimento de novas pesquisas sobre suas propriedades biológicas e compostos químicos, ressalta-se que e essencial que mais estudos sejam realizados, a fim de correlacionar as propriedades terapêuticas.

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