Tribulações Do Povo De Israel Na São Paulo Colonial
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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA TRIBULAÇÕES DO POVO DE ISRAEL NA SÃO PAULO COLONIAL MARCELO MEIRA AMARAL BOGACIOVAS Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação em História Social, do Departamento de História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, para obten- ção do título de Mestre em História Social. Orientador: Profa. Dra. Anita Novinsky São Paulo 2006 TRIBULAÇÕES DO POVO DE ISRAEL NA SÃO PAULO COLONIAL First they came for the socialists, and I did not speak out because I was not a Socialist. Then they came for the trade Unionists, and I did not speak out because I was not a trade unionist. Then they Came for the Jews, and I did not speak out because I was not a Jew. Then they came for me, and there was no one left to speak for me. Pastor Martin Niemoller1 1 Martim Niemoller (1892-1984) foi um pastor alemão que foi o líder da oposição da Igreja a Hitler. Ele esteve preso em campos de concentração nazista de 1938 a 1945. 2 Uma bela alegoria... 2 Era uma vez dois pedreiros medievais às voltas com seu trabalho, em um canteiro de obras. Ia passando o rei e, como os visse cobertos de suor, perguntou-lhes que faziam. Respondeu o primeiro: – Estou cortando uma pedra. Informa o segundo: – Estou construindo uma catedral. Espera-se que este trabalho não permaneça empoeirado na biblioteca da Universi- dade de São Paulo, e sim, que instigue questões e discussões sobre a presença de cristãos- novos em São Paulo. Como pensaria o segundo pedreiro... 2 Publicada em “O Estado de S. Paulo”, de 27 de agosto de 1972, por João de Almada. 3 AGRADECIMENTOS Esta pesquisa, que se presta para obtenção do título de Mestre em História Social da Universidade de São Paulo, tem por maior responsável a Professora Doutora Anita Wain- gort Novinsky, minha orientadora, mestra, cobradora de resultados e, principalmente, ami- ga e estimuladora. Não fosse ela muito provavelmente já teria terminado minha saga no Curso de História após a obtenção dos títulos de bacharel e de licenciado, sem vontade ou ânimo de seguir a carreira acadêmica. E tudo aconteceu por um mero acaso: no primeiro semestre de 2001, na qualidade de seu aluno em História da Cultura, fui convocado por ela a fazer o papel do inquisidor em uma peça sob o título “Antônio José da Silva e a Inquisi- ção”, que ela planejava encenar em aula. Tal escolha talvez tenha se dado pela severidade do meu semblante (que não reflete o meu interior), quiçá pela barba ou mesmo pela idade normalmente atribuída a tal personagem. Foram várias apresentações, sob a orientação segura de Jolanda Gentilezza, todas de grande sucesso em São Paulo e Rio de Janeiro, como foram nas salas do Departamento de História da USP, no II Congresso Sefaradi, no Teatro Anne Frank, todos na cidade de São Paulo, e no teatro da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (por duas vezes). Já havia de minha parte um profundo respeito à grande obra da Professora Anita, e do convívio quase diário nasceu uma crescente admiração. Foi, portanto, com orgulho que aceitei o convite para integrar a sua equipe de pesquisadores sobre a Inquisição que ela formara décadas atrás e que é referência mundial no assunto. Atualmente esse grupo asses- sora o Laboratório de Estudos sobre a Intolerância (LEI) na Universidade de São Paulo, sendo ela a principal propugnadora da idéia de fundação. Está em curso a fundação do Museu da Tolerância, na própria universidade, um fórum permanente de luta contra a exclusão, no sentido mais amplo da palavra, para o efeito de minimizar as correntes de ódio contra judeus, muçulmanos, negros, amarelos, ciganos, homossexuais, etc. Não posso esquecer de reproduzir um diálogo, praticamente o primeiro, por ocasião do honroso convite da Professora Anita. Perguntei-lhe se ela não se incomodaria de ter um aluno que fosse católico apostólico romano entre os seus orientandos. Ela me respondeu com outra pergunta: se eu me importaria de ser orientado por uma judia. É claro que não, respondi eu, de pronto. Pois, então, está tudo bem, disse ela. Essa relação, de respeito mú- tuo, de tolerância de credo, se verificou por todo o período desta dissertação de mestrado. 4 Quero também agradecer aos professores, sem exceção, da Universidade de São Paulo, tanto de graduação como de pós-graduação, não apenas pela formação, mas princi- palmente pelo alto nível de interesse e de seriedade para com os alunos. Ao CEDIC, da Pontifícia Universidade Católica, pelo empréstimo, por meses, de uma leitora de microfil- me. Do Arquivo do Estado de São Paulo, a presença amiga de Ady Siqueira de Noronha. Do Arquivo da Cúria Metropolitana de São Paulo, aos amigos e companheiros Professores Jair Mongelli Júnior e Roberto Júlio Gava. Aos funcionários do Arquivo Nacional (do Rio de Janeiro), da Biblioteca Nacional (do Rio de Janeiro), do Arquivo da Cúria Metropolita- na do Rio de Janeiro, etc. Aos funcionários e responsáveis pelo Arquivos da Torre do Tombo, de Portugal. A todos, pela presteza e ajuda. Aos colegas do Departamento de História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciên- cia Humanas da USP, que me ajudaram a integrar na universidade, em um retorno depois de tantos anos... Aos mais chegados, como Leandro Antonio de Almeida, Marcelo dos Santos Ferreira, Anna Carolina Paes de Barros, Renato Pignatari Pereira, Talia de Amoro- zo Moreira Martins, Antonio de Macedo Soares Guimarães, Danilo Lopes, Bernardo Gol- dberger, Felipe Loureiro. Aos colegas do Curso de Pós e aos já doutores, todos da “Turma da Inquisição”, como sempre nos autodenominamos, a saber: o Paulo Valadares Ribeiro dos Santos, Marcos Antonio Lopes Veiga, Lina Gorenstein Ferreira da Silva, Benair Alca- raz Fernandes Ribeiro, Norma Marinovic Doro, Adalberto G. de Araújo Jr., Carlos Eduar- do Calaça, Eneida Beraldi Ribeiro, Robson Luiz Lima Santos, Maria Luiza Tucci Carneiro, Suzana Maria de Sousa Santos Severs, Luiz Nazário, Noely Zuleica Oliveira Raphanelli, Renata Sancovsky, Daniela Tonello Levy, Rachel Mizrai, Lana Lage, etc. De Portugal, aos Professores Doutores António Costa de Albuquerque de Sousa La- ra e Paulo Drumond Braga, pela ajuda bibliográfica. Aos amigos pesquisadores, Dr. Fran- cisco José d’Abreu Maia e Castro, Professor Maurício Antonino Fernandes, Dr. José Ma- nuel Braancamp de F. Krohn da Silva e Engenheiro José Ernesto de Menezes e Sousa de Fontes (in memorian). Do Brasil, também agradecendo pela ajuda em conseguir bibliografia, dados e in- formações em geral, Armando Alexandre dos Santos, Gilson Nazareth, Paulo Zilhão, Ro- berto Menezes de Moraes e Alexandre Guimarães dos Santos (in memorian). Da banca de qualificação, às Professoras Doutoras Lina Gorenstein Ferreira da Silva e Rifka Berezin. Aos amigos e confrades da ASBRAP, Associação Brasileira de Pesquisadores de História e Genealogia, que criamos nos idos de 1993, pela compreensão de um diretor nem 5 sempre tão atuante. Em especial a Helvécio Vasconcelos Castro Coelho, Arthur Nogueira Campos, Manoel Valente Barbas, Sérgio Weber e sua mulher Maria Aparecida Lacerda Duarte Weber, Roberto Vasconcellos Martins, Rodnei Brunete da Cruz, Aguinaldo Ribeiro da Cunha Filho, Carlos Alberto da Silveira Isoldi e sua mulher Maria Celina Exner Godoy Isoldi, ao filho do casal, Carlos Alberto da Silveira Isoldi Filho, Roberto Machado Carva- lho, Maria de Lourdes da Silva Ramos e sua filha Maria Isabel da Silva Ramos, Arina Lo- pes Vieira, Joaquim Augusto Bravo Caldeira, Carlos Eduardo de Castro Leal, Eduardo Dias Roxo Nobre, Jacques Roberto Galvão Bresciani, Roberto Ribeiro De Luca, Attila Augusto da Cruz Machado, Eduardo Raggio Vicentini, José Fernando Cedeño de Barros, José Milton Negrão da Silva, Maria do Carmo Mendes de Andrade e Souza, Carlos Rodol- pho Tinoco Cabral, Dóli de Castro Ferreira, Jurandyr Ferraz de Campos, Marco Polo Tei- xeira Dutra Phenee Silva, Regina Maria Moraes Junqueira, Samuel Pffromm Netto, e tan- tos outros que sempre me incentivaram na obtenção do grau de mestre. Aos pesquisadores, amigos que se encantaram, como diria Guimarães Rosa, e com os quais tive a honra de ter relações e ajuda de todo o tipo: Wanderley dos Santos, Paulo Carneiro da Cunha e Luiz Carlos Sampaio de Mendonça. Ao primeiro professor, Coronel Salvador de Moya, que, quando eu ainda tinha 14 anos de idade, me ensinou o que signifi- cava a abreviatura XN (cristão-novo) nos livros do Instituto Genealógico Brasileiro. Aos membros do Conselho Editorial da ASBRAP, pela amizade cultural desinteres- sada: Alexandre Hecker, Ana Maria de Almeida Camargo, Carlos Eduardo de Almeida Barata, Carlos de Almeida Prado Bacellar, Evaldo Cabral de Mello, Mary Del Priore e Victorino Coutinho de Chermont Miranda. Um agradecimento especial, na solução de problemas aparentemente insolúveis, aos amigos Roberto Rico Simonacci (meu sobrinho) e Rodnei Brunete da Cruz. Aos primos Raul Pompéia Magalhães Filho e Miriam Magalhães. Aos meus cunha- dos, entre os quais, in memoriam, Michihiko (Roberto) Kudo. Aos sobrinhos Alexandre, Ana Paula, Ariane, Cristina, Luís Henrique, Natália, Ricardo, Roberto, Sandra, Wagner e Yuri. Aos meus irmãos Pedro Valério e Paulo de Tarso. Aos meus tios, em especial à Ma- ria Geralda (Gê). Finalmente, aos meus pais, Petras e Guiomar, à minha mulher, Clara, aos meus fi- lhos Renata, Denise e Rodrigo pela compreensão da forçosa ausência dos meus deveres de filho, marido e pai. 6 DEDICATÓRIA Aos filhos de Israel Que esta pesquisa mostre quão estúpida e infame foi a intolerância entre irmãos nos tempos da Inquisição Dedico especialmente ao casal Maurício Novinsky, homem fidalgo e gentil, pai e conselheiro dos orientandos de sua mulher Anita Novinsky, mestra, amiga, incentivadora, generosa e mecenas da Cultura 7 RESUMO Quando se pensa na atuação da Inquisição em terras brasileiras, são apenas lembradas pelos historiadores as Visitações na Bahia e Pernambuco.