Relatório e Contas 2004

Rede Ferroviária Nacional – Refer, E.P. Relatório e Contas 2004

“Carta do Presidente”

O ano de 2004 correspondeu ao segundo exercício completo do Conselho de Administração da REFER EP, a que tenho a honra de presidir, sendo, portanto, o momento adequado para fazer um balanço das actividades realizadas pela empresa no ano que agora encerra, bem como, para destacar algumas das prioridades para 2005. Refiro, desde logo, que durante o ano de 2004 se verificou uma alteração na composição do Conselho de Administração da empresa, materializada pela Resolução do Conselho de Ministros nº 102/2004 (2ª Série), de 24 de Setembro, que nomeou o Senhor Eng. Manuel Alfredo Aguiar de Carvalho, Vogal do Conselho de Administração da REFER, em substituição do Senhor Eng. António Bentes Correia Alemão, que cessou funções. O Conselho de Administração expressa o seu apreço e o reconhecimento da empresa pelo contributo prestado pelo Senhor Eng. António Bentes Correia Alemão durante o período em que exerceu funções. Tendo como pano de fundo as orientações definidas pela Tutela para o sector ferroviário, o ano de 2004 na nossa empresa ficou marcado pelos seguintes factos que considero dever realçar: ƒ Em 2002, quando o Conselho de Administração tomou posse, várias foram as áreas de actuação definidas como prioritárias. É com enorme prazer que, passados dois anos, avalio que muitos desse objectivos foram concretizados ao longo do ano de 2004. Assim, em 30 de Maio passado, antes do Campeonato Europeu de Futebol (Euro 2004) celebrado no nosso país, concretizou-se a ligação directa de comboio entre Braga e Faro, o designado Eixo Atlântico, em condições de segurança, conforto e rapidez, concretizando-se um marco fundamental na modernização da espinha dorsal da nossa rede ferroviária. ƒ A reestruturação da empresa, considerado um objectivo estratégico da REFER visando a reorientação para o «core business», consolidou-se ao longo de 2004 com a reorganização da Direcção-Geral de Engenharia. Para desempenhar adequadamente a missão de executar os investimentos de modernização na rede ferroviária nacional em nome do Estado, é necessário que a REFER assegure as especialidades e valências técnicas de Engenharia, que contribuam para uma maior eficiência na gestão dos recursos, tanto humanos como financeiros. ƒ A criação da Direcção do Projecto dos CCO’s, em 2004, constituiu o primeiro passo para a futura construção dos Centros de Comando Operacional Centralizados, destinados a optimizar a exploração da rede e a gestão da circulação ferroviária, com elevados padrões de segurança, eficiência e qualidade. ƒ Prosseguiu a actuação da REFER no sentido da reclassificação e supressão de passagens de nível, a fim de garantir adequados níveis de segurança em matéria de atravessamentos, permitindo uma rápida aproximação à média europeia no que respeita ao índice de passagens de nível por quilómetro de rede.

2

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

ƒ O encerramento do Túnel do Rossio em Outubro passado, foi, seguramente, um dos acontecimentos mais referenciados de 2004. Não foi fácil ao Conselho de Administração decidir o encerramento daquela infra-estrutura à exploração, mas a garantia de segurança de pessoas e bens enquanto Missão essencial do gestor da infra-estrutura ferroviária, sobrepôs-se, sem equívocos, a quaisquer considerações de outra natureza. O envolvimento e apoio desde o primeiro momento do Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações e dos vários operadores de transportes da Área Metropolitana de Lisboa, permitiram a rápida implementação de soluções alternativas tendentes a minorar os inevitáveis transtornos causados aos clientes finais do modo de transporte ferroviário. A reabertura do Túnel do Rossio está prevista para Junho de 2006, após concluída uma intervenção profunda, há várias décadas considerada necessária mas sucessivamente adiada. ƒ A criação da Delegação da REFER no Norte no primeiro semestre do ano passado, permitiu articular com a RAVE os trabalhos relativos ao Eixo – Vigo no âmbito da Alta Velocidade. Por outro lado, procurando uma maior eficiência da gestão dos recursos, o Conselho de Administração aprovou a constituição de uma “Task – Force” REFER/ RAVE/REFER TELECOM, no âmbito dos Sistemas e Tecnologias de Informação, visando explorar sinergias para a obtenção de uma informação consolidada. A Direcção de Sistemas e Tecnologias de Informação da REFER trabalha actualmente em conjunto com a RAVE na definição do desenho conceptual do sistema SAP R/3 comum às empresas do designado “Grupo REFER”. ƒ Uma referência especial para o facto da REFER ter concluído o processo de obtenção de «rating» público durante o ano de 2004. A notação atribuída assenta no estatuto de EPE que caracteriza a empresa e, sendo muito próximo do nível do «rating» da República Portuguesa, está-lhe expressamente indexado. A REFER foi objecto de análise pelas duas mais conceituadas agências internacionais, Moody’s e Standard & Poor’s, o que permite aos investidores compreender o posicionamento da REFER em termos de risco de crédito, criando assim, condições para a empresa diversificar fontes de financiamento, designadamente, através do acesso a mercados de capitais internacionais, sempre em coordenação com as Tutelas, como de resto ficou confirmado na recente emissão de obrigações de 600 milhões de euros finalizada já no decurso do primeiro trimestre de 2005. A nível interno, uma palavra breve para referir alguns acontecimentos ocorridos em 2004 que considero marcantes para a organização. Desde logo, a comemoração do sétimo aniversário da REFER que teve lugar no Complexo Ferroviário do Entroncamento e contou com a presença de cerca de 700 colaboradores, numa jornada de salutar convivência.

3

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

Assinalo, também os dois Encontros de Quadros realizados ao longo do ano, aos quais se associaram as empresas afiliadas, designadamente: REFER TELECOM, FERBRITAS, INVESFER, RAVE e CPCOM. Foram oportunidades únicas para debater os desafios que se colocam às empresas do “Grupo REFER”, com base numa cultura de comunicação e partilha de ideias que se pretende intensificar. Nesse âmbito, destaco, igualmente, os vários «Workshops» temáticos que visaram promover um nível de informação adequada a todos os interessados, de modo a assegurar condições para os colaboradores desenvolvam cabalmente as suas funções no universo empresarial da REFER. Por último menciono o lançamento no último trimestre de 2004, de um projecto-piloto envolvendo 45 quadros com o objectivo de identificar o potencial dos recursos humanos existente na nossa casa. Para o ano de 2005 que agora se inicia, identificaram-se algumas metas corporizadas no Plano de Actividades da empresa, de que menciono as seguintes: ƒ Implementação faseada da contratualização externa das actividades de conservação e manutenção da rede ferroviária; ƒ Elaboração do Plano Director da Rede Ferroviária Nacional e reconfiguração da actual rede, garantindo a sua articulação com a futura Rede de Alta Velocidade; ƒ Implementação de uma solução de gestão documental integrada e transversal a toda a empresa. Para terminar, dirijo-me a todos os colaboradores da empresa, reconhecendo o empenho e as muitas horas de dedicação que despenderam nas respectivas áreas de actuação, tornando-se a base em que assenta o percurso trilhado em conjunto. Em meu nome e do Conselho de Administração, manifesto um público agradecimento, com a certeza de que a REFER pode contar com todos na prossecução dos objectivos definidos.

José Braamcamp Sobral O Presidente do Conselho de Administração

4

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

Índice

Órgãos Sociais...... 7

A REFER em…2004…...... 9

A REFER Cultural, Social e Desportiva em…2004…...... 14

Conjuntura Macroeconómica ...... 16

Situação Económica e Financeira ...... 19

A Empresa ...... 22

Segurança ...... 23 Planeamento Estratégico...... 24 Recursos Humanos...... 25 Aprovisionamentos e Logística...... 26 Sistemas de Informação ...... 27 Ambiente ...... 28 Património Imobiliário...... 30 Auditoria e Gestão da Qualidade...... 31 Relações Internacionais...... 32 Direcção Geral de Engenharia ...... 34 Direcção Geral de Exploração e Conservação ...... 43 Delegação da REFER no Norte ...... 48 Investimentos e Cobertura dos Investimentos ...... 50

Grupo REFER...... 55

Desempenho Económico – Financeiro ...... 58

Demonstrações Financeiras ...... 70

Anexo ao Balanço e Demonstração de Resultados ...... 75

Relatórios e Certificação de Contas...... 101

5

Rede Ferroviária Nacional, EP RelatórioMissão: e Contas 2004

“Proporcionar ao mercado uma infra-estrutura de transporte competitiva, gerindo e desenvolvendo uma rede ferroviária eficiente e segura, no respeito pelo meio ambiente.”

Órgãos Sociais

6

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

Órgãos Sociais Tem à sua responsabilidade as seguintes áreas: ƒ Acções próprias de coordenação do Conselho de Administração; ƒ Relações Tutelares; ƒ Sistemas e Tecnologias de Informação

Presidente do Conselho de Administração

José Braamcamp Sobral, Dr. Tem a seu cargo as seguintes áreas de responsabilidade: ƒ Direcção Geral de Exploração e Conservação; o Direcção de Exploração; ƒ Secretário-geral; ƒ Jurídico e Contencioso ƒ Planeamento Estratégico; ƒ Comunicação e Imagem; Vice-Presidente do Conselho ƒ Recursos Humanos; de Administração ƒ Segurança José Osório e Castro, Dr.

As suas áreas de responsabilidade são: ƒ Direcção Geral de Engenharia; ƒ Delegação da REFER no Norte; ƒ Ambiente.

Vogal do Conselho de Administração

Luís Miguel Silva, Eng.º As áreas da sua competência são: ƒ Direcção Geral de Exploração e Conservação; o Direcção de Conservação e Manutenção; ƒ Património Imobiliário; ƒ Relações Internacionais.

Vogal do Conselho de Administração

Manuel Alfredo Aguiar de Carvalho, Eng.º

As áreas da sua competência são: ƒ Economia e Finanças; ƒ Plano e Controlo; ƒ Auditoria e Sistemas de Qualidade; ƒ Aprovisionamentos e Logística.

Vogal do Conselho de Administração

José Marques Guedes, Dr.

7

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

A Rede Ferroviária Nacional – REFER EP, foi criada pelo Decreto- Lei nº 104/97 de 29 de Abril.

1997

Fundação da REFER. Em Maio de 1997 decorre a tomada de posse do Conselho de Administração

8

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

A REFER em…2004…

A REFER, enquanto empresa responsável pela gestão da rede ferroviária nacional, tem que assegurar o regular e contínuo fornecimento do serviço público, desenvolvendo de uma forma eficaz actividades que proporcionem aos operadores uma infra-estrutura de transporte competitiva, gerindo e desenvolvendo uma rede ferroviária eficiente e segura, no respeito pelo meio ambiente. A par deste objectivo, e assegurando a sua realização, a valorização contínua dos seus colaboradores, é uma preocupação constante. No final do ano, a nossa empresa contava com 4.258 colaboradores. Verificaram-se 191 entradas de pessoal oriundo do exterior e foram registadas 569 saídas, sendo que 91% das mesmas decorreram do processo de ajustamento do efectivo. A colocação em primeiro plano dos Projectos de Investimento, pelo seu papel na modernização e desenvolvimento da rede ferroviária nacional, fez sentido numa fase de grandes investimentos que decorreu até 2004. Encerrado esse ciclo, a estrutura organizativa deverá evoluir noutro sentido, privilegiando: ƒ O aproveitamento de todas as sinergias existentes; ƒ A concentração das especialidades da engenharia ferroviária; ƒ A gestão funcional dos investimentos; ƒ A optimização na gestão dos recursos humanos e materiais. Neste sentido, assistiu-se ao longo de 2004 à continuação da reestruturação organizativa da nossa empresa, com a reorganização da Direcção Geral de Engenharia assente na centralização das especialidades técnicas. A Direcção Geral de Engenharia definiu um novo modelo organizacional que permite melhorar a eficiência operacional e simultaneamente garantir uma maior flexibilidade e capacidade de adequação a novas realidades no investimento ferroviário. Neste modelo, a Direcção de Engenharia tornou-se num centro de competências dotado de massa critica para assegurar o desenvolvimento das valências técnicas e garantir uma resposta efectiva às necessidades dos clientes internos, investimento, conservação e exploração da rede. O Conselho de Administração deliberou a criação da “Missão para implementação dos Centros de Comando Operacionais (CCO’s) ”, que posteriormente deu origem à criação da Direcção de Projecto dos CCO’s, assegurando assim as acções necessárias à construção dos Centros de Comando Operacional, de forma a optimizar a exploração da rede e a gestão da circulação ferroviária com elevados padrões de segurança, eficiência e qualidade. Serão implementados 3 CCO’s que cobrem o território nacional. Os Centros de Comando Operacional aglutinarão as funções de Comando Centralizado de Tráfego (CTC), Regulação, Supervisão da Circulação, Telecomando de Catenária (PCT), Sistema de informação ao Público (SIP), Sistema de Vídeo – Vigilância, Função Infra-estrutura e Função Telecomunicações. A nível tecnológico, o ano de 2004 foi marcado por um conjunto de iniciativas que visaram tirar melhor partido do nosso sistema corporativo, o sistema SAP, após o upgrade tecnológico efectuado no final de 2003. Durante o

9

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

ano, ficou concluída a extensão do módulo PM a toda a rede da função Conservação. Foi igualmente estendido o sistema Remedy às equipas de Permanentes das diferentes Zonas Operacionais de Conservação e a sua ligação com o sistema RDC, promovendo o conceito de Gestão de Serviço sustentado por uma aplicação Web. A exemplo de outras iniciativas da REFER no plano tecnológico foram: a implementação de quiosques multimédia em 31 estações da rede ferroviária e o acesso remoto aos nossos sistemas através de uma infra- estrutura de VPN, disponibilizada a utilizadores previamente credenciados. O órgão Secretário-geral continuou em 2004 a assumir o seu papel de interlocutor entre o Conselho de Administração e a estrutura funcional da Refer. Durante o ano que agora se encerra, há a destacar a organização das duas reuniões de Quadros do Grupo Refer e três workshops. Um dos objectivos alcançados prende-se com a optimização dos canais de comunicação com a estrutura da empresa o que permitiu a redução de tempo e a consequente redução de custos. Relativamente ao Centro de Documentação (CDG), verificou-se, não só um aumento significativo de leitores registados, mas também um aumento considerável do seu espólio, possuindo actualmente cerca de 5.000 espécies documentais, o que implica a duplicação de registos no espaço de um ano. Durante este ano o Departamento de Plano e Controlo, na sua vertente de disponibilização de informação de gestão para o Conselho de Administração, procedeu à consolidação e melhoria do BSC Corporativo. Após uma sessão de apresentação ao MOPTH e SET, foi disponibilizado o acesso directo do Gabinete do MOPTH ao nosso BSC Corporativo. Este órgão realizou três sessões de controlo, durante o primeiro semestre do ano, para acompanhar especificamente o desenvolvimento das actividades do Eixo Atlântico, com o objectivo de assegurar o cumprimento do compromisso público assumido pela REFER da sua entrada em exploração. No dia 30 de Maio de 2004, realizou-se a viagem inaugural da ligação Braga/Faro. A marcha especial em comboio partiu de Braga pelas 8h35m e chegou a Faro cerca das 14h30m. Desde aquela data, é possível em menos de três horas percorrer o itinerário Lisboa/Faro. Simultaneamente, foram oficialmente inaugurados os Quiosques Multimédia instalados no interior das estações. No dia 2 de Fevereiro, foi assinado o Protocolo com a UMIC (Unidade de Missão para a Inovação e o Conhecimento), através do qual a nossa empresa vai participar activamente nas iniciativas daquela entidade visando a promoção da Sociedade de Informação. Uma das iniciativas da REFER neste âmbito, foi a instalação de 64 pontos (quiosques multimédia) de banda larga colocados em 31 estações de caminhos-de-ferro com o objectivo de familiarizar as populações com as novas tecnologias. A REFER irá igualmente participar no projecto “Redes Comunitárias” que promove o desenvolvimento de infra- estruturas em regiões desfavorecidas e o fomento de soluções tecnológicas. A Segurança é uma preocupação constante da REFER, nomeadamente a Segurança dos trabalhadores, das Instalações e da Exploração, tendo a Direcção de Segurança aqui um papel fundamental.

10

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

Durante o Euro 2004, um helicóptero da REFER inspeccionou as Linhas de Cascais, Sintra, Sul, Norte, Beiras, Minho, Douro, Guimarães, ramais de Cáceres e Braga, com a participação de colaboradores da Conservação e da Segurança. Durante a inspecção foram também efectuadas filmagens, permitindo-nos melhorar e actualizar os dados disponíveis sobre o estado da rede. No cumprimento de acções que visam a fiabilidade e segurança da exploração do transporte ferroviário, foi encerrado no dia 22 de Outubro de 2004 o Túnel do Rossio. Após esta decisão, foi nomeada pelo Conselho de Administração uma comissão de peritos que produziram um relatório onde consideram que a “reabertura do Túnel passa por um reforço estrutural em quatro zonas consideradas críticas, apontando para um suporte resistente contínuo envolvendo todo o perímetro da secção do Túnel”. Foram analisados vários cenários possíveis de intervenção. A solução escolhida consiste numa intervenção estrutural que passa pela construção de uma secção fechada em betão armado no interior do Túnel, construção de uma plataforma de via contínua em betão, instalação de um sistema de monitorização automática com transmissão remota de dados e instalação de novos equipamentos de segurança passiva. Esta intervenção terá um custo global estimado de 49.550.000 euros, incluindo projecto, fiscalização e acções complementares, estando prevista a reabertura do Túnel em Junho de 2006. Cada vez mais na ordem do dia, o desenvolvimento de todas estas acções não pode descurar o respeito pelo Ambiente. Nesse sentido, a Direcção do Ambiente, um ano após a sua criação, identificou 153 actividades diferentes na sua esfera de actuação, agrupadas em quatro áreas específicas: ƒ Gestão da Qualidade e Ambiente ƒ Avaliação ambiental ƒ Acompanhamento Ambiental ƒ Especialidades Técnicas. O aumento do número de técnicos no quadro desta Direcção permitiu dinamizar duas áreas muito importantes, a Gestão da Qualidade e Ambiente e a Gestão de Resíduos. Um dos pilares da nossa empresa é a Direcção Geral de Exploração e Conservação (DGEC), que integra a Direcção de Exploração, a Direcção de Conservação e Manutenção e o Departamento de Gestão. A actividade desta Direcção Geral está intimamente ligada ao core business da REFER, visando em última instância a fiabilidade e segurança do transporte ferroviário, cada vez mais apoiado por sofisticados sistemas tecnológicos que reduzem os riscos de dependência do factor humano. A par da conclusão dos investimentos no Eixo Atlântico, a DGEC desenvolveu diversos projectos de racionalização operacional e de melhoria de gestão. Destaca-se uma nova estratégia para a conservação que assenta no reforço da contratualização e em novos equipamentos de inspecção e registo do estado da infraestrutura. O desenvolvimento do Sistema de Gestão da Qualidade destina-se a obter a gradual Certificação das actividades. Após a certificação da ZOCL, foi implementado o Sistema de Qualidade da ZOC Porto, com intenção de o vir a estender às restantes ZOC’s. Foram implementadas novas ferramentas de gestão da

11

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

exploração tirando partido das novas tecnologias instaladas e do desenvolvimento de uma cultura de gestão orientada para o gradual equilíbrio da conta dos resultados operacionais. A modernização da rede ferroviária contou este ano com um total de investimentos realizado, incluído no PIDDAC, na ordem dos 477 milhões de euros. Destacam-se alguns dos investimentos inaugurados no ano que agora encerra, prosseguindo-se, assim, o objectivo da modernização da infra-estrutura ferroviária existente, nomeadamente: ƒ Linha de Guimarães, reconversão em via larga e electrificação. Esta linha ferroviária assume um papel fundamental nos movimentos pendulares dos habitantes da região. ƒ Estação de Vizela, profunda remodelação na sequência da reconversão da linha de Guimarães. ƒ Duplicação e electrificação do troço Lousado – Nine na , na sequência de diversas intervenções levadas a cabo no Eixo Porto/Braga, criando uma infra-estrutura modernizada, melhorando assim os padrões de mobilidade de pessoas e bens. ƒ Duplicação e electrificação do . Em conjunto com a intervenção no troço Lousado-Nine, representa um passo determinante na redução de tempos de percurso, em condições de conforto e segurança, nas ligações ao Minho, materializando-se, assim, o primeiro troço do Eixo Atlântico. ƒ Estação de Braga, integrada no projecto Estações com Vida, que passará a marcar a paisagem urbana na envolvente da estação. ƒ Estação Parque das Cidades, construída de raiz, localizada ao km 332 da , entre as estações de Loulé e de Faro, na povoação São João da Venda, a estação que serve directamente o novo Estádio do Algarve, no âmbito do Euro 2004. ƒ Troço Fogueteiro – Setúbal. A partir de 6 de Outubro de 2004 foi possível unir as duas cidades, Lisboa e Setúbal em menos de uma hora. O serviço de exploração ferroviária, concessionado à empresa , utilizando a Ponte 25 de Abril, permite pela primeira vez efectuar viagens directas, de comboio, entre as duas cidades. ƒ Estação de Mira Sintra – Meleças, eliminando o constrangimento existente entre as Linhas de Sintra e do Oeste. ƒ Estação da Póvoa de Santa Iria. No âmbito da cobertura desses investimentos, as contribuições do Estado são insuficientes e têm sofrido uma redução ao longo dos anos, pelo que em 2004 corresponderam a 4,3%. A estrutura da cobertura financeira dos investimentos PIDDAC teve o seguinte comportamento: o Cap. 50 representou cerca de 4,3% (20,6 milhões de euros) os Fundos Comunitários 15,9% (75,6 milhões de euros) e Outras Fontes de Financiamento situaram-se nos 79,8% (380,8 milhões de euros), salientando-se que, à semelhança dos anos anteriores, as contribuições do PIDDAC e dos Fundos Comunitários tem vindo a diminuir, pelo que o recurso ao endividamento representa a maior parcela da cobertura financeira dos investimentos, com o resultante impacto negativo em termos de encargos financeiros.

12

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

Apesar das dificuldades acima referidas, foi possível alcançar muitos dos objectivos a que nos propusemos, graças à dedicação e competência de todos os colaboradores da empresa. Cabe ainda reconhecer a leal e diligente colaboração da Comissão de Fiscalização, sendo também devido o nosso agradecimento às instituições financeiras, ao Instituto Nacional do Transporte Ferroviário e aos Ministérios Tutelares, pelo seu indispensável apoio na concretização dos seus objectivos traçados.

13

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

A REFER Cultural, Social e Desportiva em…2004… Interessa salientar algumas das acções que a REFER tem vindo a levar a cabo na dinamização de actividades culturais, sociais e desportivas.

¾ Campeonato Ferroviário de Corta-mato ¾ Festas de Natal REFER (Entroncamento, Parque do Bonito) ¾ Jornal Linha ¾ Clube Ferroviário de – Campeões ¾ Exposição no átrio da Estação do Rossio Nacionais de remo 2003 ¾ Ecopistas ¾ Sétimo Aniversário da REFER ¾ Campos de Férias Refer ƒ My Fair Lady ¾ Teatro Municipal de ƒ Prova de Atletismo ¾ Lar Ferroviário do Entroncamento ƒ 25 e 40 Anos de Ferrovia - Almoço de Confraternização ¾ Teatro Nacional D. Maria II ƒ Exposição de Fotografia de Luísa Ferreira ¾ Pintura em Azulejo – A orla da cidade ¾ Informática para jovens ¾ Iluminação artística da Estação do Rossio – ¾ Sessões de Cinema Dignificação do património ferroviário ¾ Bolsas de Estudo ¾ Estações com Vida ¾ Lisboa – Carregado, 148 anos de Caminho- de-ferro

14

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004 Objecto de distinção internacional, com menção honrosa nos prémios Brunel, a Ponte sobre o Rio Trancão, na Linha do

1998 Norte, entrou ao serviço em Janeiro de 1998. Em Maio de 1998, entrou ao serviço a . No dia 15 de Novembro de 1998, decorreu a primeira travessia ferroviária Norte-Sul pela Ponte 25 de Abril.

Conjuntura Macroeconómica

15

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

Conjuntura Macroeconómica

Em 2004, o Produto Interno Bruto (PIB) português cresceu 1,1%, por oposição ao verificado no ano anterior em que se tinha registado uma taxa de variação negativa 1,3%. Este crescimento traduziu-se numa forte expansão da procura interna privada, (taxa de variação em 2004 de 1,9% contra -2,5% em 2003) e teve como consequência o aumento das necessidades de financiamento da economia portuguesa e a diminuição da taxa de poupança dos particulares. A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) cresceu moderadamente no ano passado (1,8%). Esta modesta recuperação, após a recessão de 2003, assenta em contributos distintos das diferentes componentes, combinando uma evolução favorável do investimento empresarial, uma redução do investimento público e um contributo virtualmente nulo do investimento em habitação. A taxa de crescimento das exportações foi bastante significativa, 6,8%. A projecção do Banco de Portugal aponta para uma aceleração das exportações para os próximos dois anos (7,5% para 2005 e 8,6% para 2006). Alguns acontecimentos que marcaram o ano de 2004 contribuíram para esta evolução positiva, nomeadamente a realização do Campeonato da Europa de Futebol. Em sentido contrário, a evolução negativa verificada nas exportações do sector automóvel, atenuou o ganho das quotas, dado o peso significativo deste sector nas exportações portuguesas. A taxa de crescimento do volume das importações foi anormalmente elevada no ano passado, quando comparada com a evolução da procura global. Admite-se que uma parte destas importações possa estar associada a factores temporários. A Balança Corrente e de Capital sofreu uma deterioração. O défice conjunto destas balanças aumentou de 3,6% do PIB em 2003 para 5,4% em 2004. Para este facto contribui um saldo negativo das exportações líquidas, apesar do comportamento favorável das exportações. Esse agravamento reflectiu não só uma deterioração nos termos de troca, relacionada com a subida do preço do petróleo para níveis historicamente elevados, mas também o referido crescimento anómalo do volume de importações. O emprego cresceu ligeiramente (0,4%) prevendo-se uma aceleração para os próximos dois anos. Apesar de uma descida do emprego no sector público, este valor foi compensado pelo crescimento do emprego do sector privado. As remunerações por trabalhador subiram cerca de 3,7% no sector privado em 2004, enquanto que para o total da economia, esse crescimento rondou os 3,2%. Para 2005 e 2006 as remunerações por trabalhador deverão ter em conta a redução da inflação e a evolução da produtividade. A taxa de inflação baixou de 3,3% no ano de 2003 para 2,5% no ano de 2004, e projecta-se uma ligeira descida para os dois anos seguintes.

16

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

CENÁRIO MACROECONÓMICO 2004 2003 2004 (E)

Consumo Privado -0,7 2,2 Consumo Público 0,5 0,6 FBCF -9,6 1,8 Procura Interna -2,5 1,9 Exportações 4,1 6,8 Procura Global -1 3 Importações -0,5 8,2 PIB 1,3 1,1

Balança Corrente + Balança de Capital (%PIB ) -3,6 -5,4

Índice Harmonizado de Preços no Consumidor 3,3 2,5

(E) Estimativa Fonte: BdP, Boletim Económico Dezembro de 2004

17

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

A 29 de Julho de 1999 foi inaugurada oficialmente a instalação do caminho-de-ferro na Ponte 25 de Abril – 1999 obra premiada pela Internacional Bridge Conference (EUA) – e o Eixo Ferroviário Norte – Sul, elemento fundamental nas ligações da margem sul do Tejo, a Lisboa. Esta nova ligação ferroviária, com uma extensão de cerca de 28 km, do Fogueteiro a Entrecampos, tem a particularidade de ser explorada por um operador privado.

Situação Económica e Financeira

18

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

Situação Económica e Financeira

A situação económica e financeira da REFER sofreu durante o ano de 2004 o agravamento esperado. Apesar de o nível se ter situado substancialmente abaixo do atingido em 2003, o investimento em 2004 foi ainda muito significativo, como de resto se espera se mantenha ainda nos próximos 3 a 4 anos. A par disso, as contribuições do Orçamento do Estado a partir do Capítulo 50 foram extremamente baixas e o financiamento comunitário não impediu um défice muito elevado e que teve que ser coberto por recurso ao endividamento. Em simultâneo, o défice de exploração tem tendência a crescer. À medida que os projectos de investimento se vão concluindo, os encargos financeiros que lhes estão associados passam a sobrecarregar o défice de exploração, acrescendo a um défice operacional que resulta directamente do facto de as indemnizações compensatórias ficarem sistematicamente aquém do diferencial entre as receitas provenientes da prestação de serviços aos operadores e os custos que essa mesma prestação de serviços envolve. Durante o ano de 2004, e como é habitual desde a criação da empresa, uma parte substancial do endividamento para financiamento da actividade de investimento tem como contraparte o Banco Europeu de Investimento (BEI). Os novos empréstimos contraídos, todos com aval do Estado, totalizam 330 milhões de euros e financiam investimento realizado na , na Ligação Lisboa-Algarve e nos suburbanos de Lisboa e Porto. No primeiro semestre do ano, a REFER conduziu o processo de obtenção de notação de rating pelas duas agências internacionais mais conceituadas, a Standard & Poor’s e a Moody’s. Para além de analisar toda a informação respeitante à REFER, os analistas das agências de rating reuniram com o Conselho de Administração da Empresa e com os Secretários de Estado do Tesouro e das Finanças e dos Transportes, para avaliar o apoio do Estado à actividade da Empresa. No início de Junho, ficou concluído o processo, com a atribuição da notação de Aa3 pela Moody’s e de AA- pela Standard & Poor’s, em ambos os casos apenas um notch abaixo da notação atribuída à República Portuguesa, e indexada a esta. Em Dezembro, no entanto, a Standard & Poor’s decidiu baixar a notação de rating da REFER para A+, colocando assim a empresa a dois notches de diferença da dívida soberana. A agência de rating invocou como argumentos a diminuição da proporção de dívida com garantia explícita do Estado, o que aliás constituía o objectivo da própria obtenção de rating, uma diminuição das contribuições do Orçamento do Estado e receios de que a política do Governo pudesse privilegiar o sector rodoviário em detrimento da ferrovia. Uma nova reavaliação deverá ocorrer logo que seja possível aos analistas realizar uma reunião com o novo Governo, e a REFER está convicta que o nível inicialmente atribuído será reposto. Apesar de, por solicitação da Tutela, a REFER ter apresentado uma proposta de contrato-programa em Fevereiro, não foi possível até ao final do ano encetar as negociações que poderiam levar à sua celebração. Uma definição clara, para um horizonte plurianual, das contribuições que a REFER receberá do Orçamento do Estado para as actividades de exploração e de investimento, dos momentos em que as receberá e dos compromissos de eficácia e eficiência que a empresa se compromete a atingir, seria

19

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

extremamente benéfica para a gestão da empresa, sobretudo do ponto de vista financeiro. A existência de tal contrato, ao tornar ainda mais explícito o apoio do Estado, certamente permitiria também melhorar a notação de rating da REFER, contribuindo assim para a obtenção de financiamentos em condições substancialmente mais atractivas o que, tratando-se de uma entidade pública empresarial, se converte numa vantagem para o próprio Estado. Com a conclusão do processo de obtenção de rating, a REFER lançou em Julho uma consulta a um conjunto bastante alargado de bancos nacionais e internacionais no sentido de obter propostas para a realização de um financiamento de 600 milhões de euros, sem aval do Estado. A melhor proposta foi apresentada pelo JPMorgan e veio a ser mandatado para a concretizar um consórcio formado pelo JPMorgan, Merrill Lynch e Banco Espírito Santo de Investimento. Apesar de a intenção inicial ser a de proceder à emissão obrigacionista no início do último trimestre do ano, só veio a ser possível concretizá-la já em Março de 2005. O atraso na obtenção do financiamento de longo prazo obrigou a um nível de utilização das linhas de crédito de curto prazo anormalmente elevado, desajustando a estrutura financeira da empresa às suas necessidades. Apesar de a Standard & Poor’s ter entendido como ponto de fragilidade o facto de o nível de linhas de curto prazo comprometidas se situar um pouco abaixo dos 300 milhões de euros, num total negociado superior a 1.000 milhões, a empresa não sentiu em qualquer momento que a confiança do sistema financeiro na REFER pudesse estar em causa e não experimentou nunca problemas de liquidez para fazer face aos seus compromissos atempadamente. Neste enquadramento de elevados níveis de utilização de crédito de curto prazo, decorrentes da morosidade associada ao processo de obtenção das autorizações necessárias para a contracção de dívida de longo prazo, a REFER iniciou em 2004 a preparação de programas de papel comercial com vários bancos nacionais. Esta forma de financiamento, mais favorável desde que a empresa perdeu a isenção de imposto do selo de que beneficiava desde a sua criação, começa a substituir parte das linhas de curto prazo existentes. Um nível de endividamento tão elevado como o da REFER aconselha a implementação de uma estratégia de gestão activa do risco de taxa de juro (uma vez que todo o passivo é em euros não existe risco cambial). Ao longo de 2004, a empresa continuou a realizar operações de derivados de taxa de juro, aproveitando o enquadramento particularmente favorável para a fixação de taxas caminhando no sentido do seu objectivo estabelecido de alcançar uma proporção de 60% fixo contra 40% variável. As operações contratadas são sempre muito conservadoras relativamente ao risco a que a empresa se expõe, apostando numa estratégia de diversificação. Mais do que reduzir os encargos financeiros, o objectivo desta actuação é limitar a exposição à subida das taxas de juro, tanto mais que as receitas que a empresa obtém, provenientes de um preço controlado, são bastante inelásticas à evolução do ciclo económico.

20

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

A 28 de Maio de 2000 foram inauguradas as Estações de Santa Cruz/Damaia e Reboleira, na 2000 . Em Outubro de 2000 a REFER iniciou estudos referentes ao reaproveitamento do património ferroviário desactivado. A electrificação dos 4 principais portos do País (Sines, Setúbal, Lisboa e Leixões) ficou concluída em Outubro de 2000

A Empresa

21

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

A Empresa Administração

Planeamento Secretário Geral Estratégico Comunicação e Plano e Controlo Imagem

Auditoria e Jurídico e Sistemas de Contencioso Qualidade

Relações Segurança Internacionais

Ambiente

Economia e Direcção Geral Direcção Geral de Delegação da Finanças de Engenharia Exploração e REFER no Norte Conservação Recursos Engenharia Conservação e Humanos Manutenção

Aprovisionamentos Investimentos Exploração e Logística Inovação e Sistemas e Normalização Tecnologias de Informação Direcção de Atravessamentos e Património Gestão de PN’s Imobiliário Instalação CF na Ponte 25 de Abril

22

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

Segurança

A Direcção de Segurança, criada em meados de 2003, procurou estabilizar a sua estrutura durante o ano de 2004, sem, contudo, concluí-la. Procurou dinamizar a actividade em três frentes, Segurança no Trabalho, quer dos colaboradores, quer junto dos empreendimentos construtivos, Segurança das Instalações, quer na vertente da emergência, quer da vigilância das mesmas e Segurança da Exploração, em apoio aos órgãos próprios da actividade; As principais actividades desenvolvidas resumem-se no seguinte: ƒ Conclusão da elaboração dos Planos de Emergência para todas as linhas da RFN num total de 16 IET; ƒ Conclusão de 3 Planos de Emergência internos para 3 edifícios centrais com respectivas formações e ensaios. Início da elaboração dos ditos planos para mais quatro edifícios; ƒ Reforço da vigilância por ocasião do EURO 2004 e implementação da mesma em novos locais de exploração; ƒ Chefia de um Grupo de Trabalho para elaboração de uma lista de caminhos de acesso à Infra- estrutura Ferroviária (Deliberação 89/03); ƒ Estudo do socorro ferroviário conforme DL 270/2003 para apresentação de uma proposta de contrato com a CP; ƒ Participação em grupo de trabalho com a CP para a prevenção dos incêndios florestais (DL 156/2004); ƒ Relacionamento privilegiado com o SNBPC, PSP, GNR e outros serviços de segurança e informação, dando a conhecer a estrutura e os objectivos da empresa; ƒ Explicação e formação sobre a coordenação de segurança em obras, conforme DL 273/2003, com apoio na análise e elaboração de PSS. ƒ Visitas aleatórias às frentes de trabalho e de exploração; ƒ Apoio aos diversos órgãos da empresa em matérias quer de “Safety” quer de “Security”.

23

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

Planeamento Estratégico

No âmbito das actividades conferidas ao Planeamento Estratégico são de destacar as acções referentes ao desenvolvimento do Plano Director da Rede Ferroviária, com o qual se pretende constituir uma proposta base que permita, em continuação, o relançamento dos estudos necessários à realização de um Plano Ferroviário Nacional. Este Plano Director procura integrar o planeamento da rede de Alta Velocidade, numa estratégia que permita a plena realização de sinergias entre essa rede e a rede convencional, minimizando os impactos dessa articulação na configuração dos novos modelos de exploração, nos planos nacional, ibérico e europeu. Neste sentido tem vindo a verificar-se uma estreita colaboração entre os Orgãos de Planeamento da Refer e da RAVE. Por outro lado e com o mesmo objectivo tem vindo o Planeamento Estratégico a desenvolver alguns estudos referentes à rede convencional, de que se destacam o "Estudo de Viabilidade Técnica, Económica, de Mercado e de novas ligações do sistema ferroviário do Oeste" e o "Estudo de Viabilidade de um sistema ferroviário entre Lagos e Vila Real de Santo António". Foram ainda desenvolvidos alguns estudos de análise económico-financeira de apoio à apresentação de candidaturas a fundos estruturais, referentes a alguns dos projectos que integram as redes transeuropeias.

24

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

Recursos Humanos

O exercício de 2004 pautou-se pelo maior número de 7000 entradas de pessoal oriundo do exterior (191) desde que a Média 6000 REFER incorporou todas as funções que lhe estão actualmente Dezembro atribuídas. Aliado à renovação dos quadros superiores, assistiu- 5000 se a um rejuvenescimento das categorias da área de 4000 Circulação. Foram registadas 569 saídas de pessoal, sendo 3000 que 91% das mesmas decorreram do processo de ajustamento do efectivo. 2000

No final do ano, a REFER contava com 4.258 colaboradores. 1000 As mudanças operadas ao nível das admissões de pessoal 0 não significam o abandono da procura de valorização dos 2000 2001 2002 2003 2004 recursos humanos. Foi neste sentido que se procedeu à concretização de 334 processos de mudança de categoria profissional e a um incremento da formação técnica e tecnológica de natureza exclusivamente interna, traduzindo-se em 2.700 formandos abrangidos pelas acções iniciadas em 2004. Os gastos com pessoal atingiram valores dentro das previsões, apesar dos acréscimos decorrentes do processo promocional e das actualizações na Tabela Indiciária e no Subsídio de Refeição. Em termos estruturais, os vários componentes de custos não mostraram mudanças significativas face a exercícios anteriores. Massa Salarial Venc. Base A fim de proporcionar uma gestão mais eficaz dos Outros Fixos conhecimentos e competências específicos da Subs. Escala / Turno

Trabalho empresa face aos seus objectivos estratégicos, 3% 6% 7% 3% 5% Suplementar 7% Trabalho Nocturno / 2% Compensado potenciando o desenvolvimento profissional dos seus Prémios 12% colaboradores, procedeu-se a um estudo visando a Subs. Refeição 1% Deslocações 54% implementação de um novo Sistema de Carreiras. Subs. Férias + 13º No contexto da Política Social da REFER, foi assegurada Remun. Adicionais a continuidade dos benefícios vigentes, merecendo destaque os significativos aumentos pecuniários nas bolsas de estudo e nos subsídios de pré-escolaridade, na medida em que superaram a taxa de inflação. O Fundo de Acção Social, instituído em 2003, teve o seu primeiro ano completo de vigência. Foi ainda possível diminuir o número de processos de contencioso laboral em 27%.

25

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

Aprovisionamentos e Logística

Na direcção de Aprovisionamentos e Logística, há a salientar a conclusão de processos de qualificação para fornecimento de balastro e gravilha, travessas de betão, prestação de serviços de higiene e limpeza e de aluguer operacional de veículos e início dos processos de qualificação de fornecedores de carril e aparelhos de mudança de via, e de operadores resíduos perigosos e banais. No departamento de Logística, da Direcção de Aprovisionamentos e Logística, há a destacar a introdução do sistema de consulta, por cada lote de Materiais Usados/Resíduos, a empresas operadoras de resíduos para venda de materiais. Deu-se também a reorganização da área Logística permitiu o Outsourging das operações do estaleiro do Complexo Logístico da REFER no Entroncamento. Foi também introduzida a aplicação e-Recepção, ferramenta de gestão das partes intervenientes na recepção dos materiais, que permite gerir com maioria eficiência e eficácia o processo de recepção dos materiais. Há a destacar a, qualificação de fornecedores e prestadores de serviços, de forma a agilizar a contratação através do lançamento posterior de concursos limitados ou processo de negociação. Destaca-se ainda, a realização do primeiro leilão electrónico para aquisição de Equipamento Informático, junto das principais marcas fabricantes, a utilização em processos de aquisição de material de via, da generalidade dos desenhos técnicos, digitalizados em SAP;

26

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

Sistemas de Informação

O ano de 2004 foi marcado por um conjunto de iniciativas que visaram melhor tirar partido dos sistemas SAP existentes na empresa e do upgrade tecnológico levado a cabo nos finais de 2003. Assim, para além de ser concluído o processo de extensão do módulo PM a toda a função Conservação, foram lançadas iniciativas muito importantes na área da gestão documental (documentação técnica da Engenharia) e da informação financeira (por recurso a data warehouse). Por outro lado, foi celebrado um acordo de licenciamento através do qual as empresas do grupo Refer passam a poder partilhar as licenças já adquiridas ou a adquirir no futuro. Ainda relativamente aos sistemas SAP, referência também para um projecto-piloto na área da Conservação visando ensaiar as possibilidades oferecidas por soluções de computação móvel na actividade das equipas operacionais. De referir ainda a extensão do sistema Remedy às equipas de Permanentes das diferentes Zonas Operacionais de Conservação e sua interligação com o sistema RDC, promovendo o conceito de Gestão de Serviço sustentado por uma aplicação web desenvolvida internamente neste período. No plano tecnológico, de referir a instalação de quiosques multimédia em 31 estações da rede ferroviária, bem como a instalação de uma solução de SMS para além da montagem de uma infra-estrutura de VPN que possibilita o acesso remoto aos nossos sistemas aos utilizadores previamente credenciados. Nestes dois casos, concretizou-se igualmente o recurso a funcionalidades próprias dos sistemas de informação geográfica em resultado de um trabalho de back-office que, embora não visível, é indispensável para os próximos passos que se pretendem. Referência, por último, para a montagem da operação que irá possibilitar uma profunda intervenção na capacidade e performance da infra-estrutura de servidores e que irá ter lugar ao longo do 1º trimestre de 2005.

27

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

Ambiente

O ano de 2004 marca o primeiro exercício completo da Direcção de Ambiente na REFER. Dando sequência ao trabalho iniciado em 2003 manteve-se o levantamento das diferentes actividades que a Direcção de Ambiente deve assegurar. Importa notar que se identificaram 153 actividades diferentes a exercer de forma sistemática e que não incluem aquelas que resultam da própria gestão órgão. Essas actividades encontram-se agrupadas em quatro grandes áreas, Gestão da Qualidade e Ambiente, Avaliação Ambiental, Acompanhamento Ambiental e Especialidades Técnicas. Em virtude do aumento de quadros, registado em 2004, esta direcção teve a oportunidade de dinamizar duas áreas específicas, a Gestão da Qualidade e Ambiente e a Gestão de Resíduos (esta última enquadrada como uma Especialidade Técnica). Na área de Gestão da Qualidade e Ambiente, há a destacar, a elaboração documento Introdutório para o Levantamento Ambiental Inicial da REFER EP. Foi também feito um primeiro levantamento dos Processos da REFER EP, em especial dos Processos relativos às actividades da Direcção Geral de Engenharia e da Direcção Geral de Exploração e Conservação, pela análise dos documentos normativos das várias especialidades, identificando os impactes ambientais através das entradas e saídas das actividades desenvolvidas. Foram ainda identificados os procedimentos da Direcção de Ambiente ao nível da sua organização interna e elaboração de procedimentos segundo os requisitos da Norma NP EN ISO 14001:1999. No que se refere à Avaliação Ambiental, foram assegurados, durante o ano de 2004, diferentes avaliações ambientais dos mais diversos projectos, o acompanhamento de desses mesmos projectos e o apoio aos órgãos da REFER na área do ambiente. Destaca-se também a definição dos requisitos ambientais ‘tipo’ para processos de concurso de estudos e projectos e foi dada resposta a pedidos exteriores à REFER contemplando a análise de potenciais interferências ambientais de projectos vários com a rede ferroviária nacional. No que diz respeito ao Acompanhamento Ambiental, foram elaborados pareceres no quadro de processos de consulta para empreitadas e prestações de serviços, efectuadas avaliações de propostas para a execução de empreitadas e realizadas acções de observação a auditorias ambientais. Foram, ainda, desenvolvidos os termos de referência em matéria ambiental integrados nos Programas de Concurso e Cadernos de Encargos tipo para Empreitadas (e Fiscalização) e Prestações de Serviço. No que se refere Ruído, há a salientar a elaboração do Plano de Gestão das Actividades Ruidosas, a dinamização das acções que encerra (designadamente a preparação do lançamento dos Mapas de Ruído e respectivos Planos de Redução) a resposta a reclamações de ruído provocado pela circulação ferroviária e a apreciação de diversos projectos de Protecção Acústica. Foi ainda instalado o modelo Ferr

28

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

3 (em parceria com o Instituto Superior Técnico – Centro de Analise e Processamento de Sinais) e iniciado o processo de simulação que o modelo permite, assim como a sua actualização. Na área de resíduos, foi desenvolvida a Norma de Gestão de Materiais Usados e Resíduos em parceria com a Direcção de Aprovisionamentos e Logística, tendo sido lançado o concurso para o desenvolvimento da aplicação informática e-resíduos com a Direcção de Sistemas de Informação. Também com a Direcção de Aprovisionamentos e Logística desenvolveu, normas provisórias para a gestão de resíduos, assim como, o processo de qualificação de operadores de resíduos perigosos e não perigosos da REFER. Elaborou um primeiro estudo de caracterização de resíduos. Realizaram-se várias acções tendo em vista a reciclagem de diversos materiais e desencadearam-se as operações de arrumação dos materiais acumulados no Entroncamento. Prestou-se apoio aos diversos órgãos da empresa na área de gestão de resíduos. Ainda no que toca à Gestão de Resíduos, a Direcção de Ambiente tem diligenciado no sentido de identificar novas formas de valorização dos resíduos, passando pela organização de circuitos de recolha adaptados às especificidades dos resíduos associada à identificação criteriosa de destinatários capazes de proceder à referida valorização. Este esforço tem permitido reduzir os custos de tratamento, ou até mesmo conferir aos resíduos um valor económico positivo, destacando-se as baterias, placas cil, palmilhas de borracha e isoladores cerâmicos. Reconhecendo que o sucesso da Gestão de Resíduos passa também por sensibilizar e motivar toda a estrutura da empresa, no sentido de promover a recolha, triagem e encaminhamento selectivo dos diferentes materiais e resíduos, assim como, a consciencialização de que os mesmos são ou podem ser activos da empresa, o Conselho de Administração, associou a esta vertente um desígnio social, fazendo reverter para o Fundo de Acção Social da REFER, 10% dos proveitos resultantes da venda de resíduos. O Fundo de Acção Social, cuja gestão está a cargo da Direcção de Recursos Humanos, tem como principal desígnio auxiliar colaboradores da REFER com carências relevantes. A Direcção de Ambiente desenvolveu também trabalhos na área da arqueologia em parceria com a Universidade de Évora (elaboração das cartas de risco arqueológico no traçado Sines-Évora-Elvas), participou no processo de normalização nos temas específicos de ambiente e também prestou o apoio técnico específico em matérias que se prendem com os sistemas ecológicos. Finalmente, destaca-se que a Direcção de Ambiente tem prestado apoio técnico à RAVE em matérias específicas tais como a Avaliação Estratégica de Impactes Ambientais e Avaliação de Impacte Ambiental.

29

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

Património Imobiliário

O ano agora encerrado foi para a Direcção do Património Imobiliário um ano de definição e estudo de uma nova estratégia orientadora de um novo modelo de pensar o património ferroviário. Esta Estratégia visa alterar a visibilidade do património existente, o que irá implicar um enorme esforço de meios humanos e financeiros, e tem como linha orientadora encontrar as melhores alternativas para o uso destes meios. Assim pretende-se encontrar novas formas de conservação e valorização o que implicará, a nível interno da REFER, uma mudança radical do seu funcionamento e na forma como os diversos departamentos da empresa e das empresas do grupo encaram estes bens. Actualmente encontra-se em fase de ultimação um novo modelo organizacional, compreendido no Plano Estratégico do Património Imobiliário. Do trabalho desenvolvido por esta direcção, há a destacar a inauguração da primeira Ecopista localizada no antigo Ramal de Monção, de que foram promotores as Autarquias de Valença e de Monção. Este projecto visou transformar aquele antigo canal ferroviário desactivado, num equipamento ao serviço da população e da economia da região, a exemplo do que tem sido prática noutros países nomeadamente em Espanha. Nesse propósito foram organizados um seminário dedicado aquele tema no qual se procurou sensibilizar entidades públicas e privadas para este projecto. Até ao final do ano passado foi concessionado às autarquias, um total de 160 km, perspectivando-se que durante os próximos anos se venham a concessionar os restantes 500 km, incluídos em troços ferroviários sem circulação ferroviária. No ano de 2004 deu-se início ao trabalho de contratação que permitirá dotar a empresa de um Sistema de Informação Geográfico (SIG) de apoio ao Património Imobiliário, e em total consonância com a politica definida pelo CA para este tipo de ferramentas de apoio à Gestão. Há também a destacar a abertura ao público dos parques de estacionamento de Braga, Campanhã, Meleças, e da Venda do Alcaide, havendo neste momento cerca de 20.000 lugares de estacionamento criados junto de estações de caminho de ferro e ao dispor dos utentes do modo ferroviário. Ainda pelos efeitos que irão ter no funcionamento futuro não só desta empresa mas também das empresas do grupo, queremos destacar o trabalho iniciado, com vista à construção da nova sede: o Campus Ferroviário a instalar na zona da estação de Braço de Prata.

30

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

Auditoria e Gestão da Qualidade

Relativamente à actividade de Auditoria Interna, durante o ano de 2004, foram desenvolvidas acções de auditoria em áreas de risco, salientando-se a vertente dos investimentos em infra-estruturas de longa duração, dos processos de levantamento de sucata, da contratualização de manutenção de infra-estruturas e da gestão do Património Imobiliário. Na área da Gestão da Qualidade, deu-se continuidade à implementação da Política da Qualidade com a consolidação / evolução do Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ) na Zona Operacional de Conservação de Lisboa, já certificada, o prosseguimento da implementação do SGQ na Zona Operacional de Conservação do Porto com vista à certificação e o início do mesmo processo nos órgãos centrais da Direcção de Exploração.

31

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

Relações Internacionais

O ano de 2004 trouxe a aprovação de uma estratégia para as relações internacionais da REFER que enfatiza os reforços da sua representação institucional em organizações internacionais, do acompanhamento das Políticas Comuns da UE, do seu relacionamento ibérico e da sua presença em Comités de Coordenação e grupos de trabalho de natureza técnica. Em consequência, definiu-se uma inflexão na estratégia da Direcção de Relações Internacionais, contemplando a representação em organizações internacionais e o apoio ao Conselho de Administração e órgãos da REFER na mesma, a dinamização da presença em grupos de trabalho de natureza técnica e de práticas de transmissão do conhecimento internacional, a garantia de informação actualizada das iniciativas/acções de interesse para o sector na área dos transportes desenvolvidas pela UE, a transmissão de informação de e para o exterior, e a facilitação do relacionamento dos órgãos da empresa com a realidade internacional. Como acções daí decorrentes contam-se: a manutenção da presença institucional nas associações de que a REFER faz parte (EIM, UIC, CEEP E APOCEEP); a concertação da intervenção na Comissão de Infra- estruturas da UIC, a análise crítica da viabilidade da presença da REFER nos Projectos UIC de participação obrigatória e a definição antecipada de uma estratégia a seguir na decisão sobre adesão a projectos desse tipo; o acompanhamento das políticas comuns que interessam ao sector, divulgando dentro da empresa os respectivos conteúdos e assegurando a elaboração de pareceres sobre propostas legislativas; a reformulação do suporte de divulgação das informações relevantes para o sector ferroviário, enriquecido e tornado de divulgação mais ampla; a criação de uma Rede de Correspondentes na Empresa, elo de ligação entre a Direcção de Relações Internacionais e os órgãos cuja actividade tenha, mais frequentemente, a vertente internacional, no sentido da dinamização do respectivo relacionamento; o apoio às visitas de entidades estrangeiras à REFER. Contribuiu, deste modo, a Direcção, para o relacionamento da própria Empresa com a realidade internacional, apoiando-a na sua adequada reacção aos factos internacionais que a afectam, na absorção do conhecimento externo de forma estruturada, organizada e activa, na capacidade de influenciar opções decisórias em matérias que têm reflexo no seu negócio e na representação dos seus interesses enquanto empresa de gestão de infra-estrutura ferroviária.

32

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004 Direcção Geral de Engenharia

“O processo de transformação da Direcção Geral de Engenharia (DGEN) tem como objectivo fundamental a definição de um modelo operativo que contribua para a maior eficiência da gestão de recursos e valências técnicas de engenharia e, simultaneamente, permita estabelecer a Direcção de Engenharia da DGEN como centro de competências e conhecimento centralizado para assegurar a prestação de serviços ao investimento, conservação e exploração da rede.”

Fonte: Noticias Refer

Administração

Planeamento Secretário Geral Estratégico Comunicação e Plano e Controlo Imagem

Auditoria e Jurídico e Sistemas de Contencioso Qualidade

Relações Segurança Internacionais Ambiente

Economia e Direcção Geral Direcção Geral de Delegação da Finanças de Engenharia Exploração e REFER no Norte Conservação Recursos Engenharia Conservação e Humanos Manutenção

Aprovisionamentos Investimentos Exploração e Logística Inovação e Sistemas e Normalização Tecnologias de Informação Direcção de Atravessamentos e Património Gestão de PN’s Imobiliário Instalação CF na Ponte 25 de Abril 33

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

Direcção Geral de Engenharia

O ano de 2004 foi um ano de grandes alterações na organização da Direcção Geral de Engenharia (DGEN). Durante este ano foram extintos, na DGEN, a Missão para a Sinalização, Telecomunicações e Sistemas de Segurança, a Equipa de Projecto Porto / Braga, as Direcções do Eixo Atlântico, as Equipas de Construção, as Acessibilidades Portuárias, o Departamento de Apoio á Gestão, as equipas de Projecto de Sintra/Cascais, Beira Baixa, Linha do Norte, Travessia Norte Sul, Lisboa Algarve, Porto de Aveiro e o Núcleo de Sinalização e Telecomunicações do Departamento de Novas Tecnologias. Extinguiu-se ainda, a Missão para a intervenção do Túnel do Rossio, criada pela deliberação nº 24/03 do Conselho de Administração. Como consequência da reorganização desta direcção foram criados, o Núcleo de Sinalização e Telecomunicações, do Departamento de Novas Tecnologias, a Direcção de Investimentos, o Projecto Porto de Aveiro e o Departamento de Coordenação e Controlo de Gestão, na dependência do Director Geral de Engenharia. Foram ainda criados, os Empreendimentos da Linha do Norte, da Ligação ao Porto de Aveiro, da , da Área Metropolitana de Lisboa e Ligação Sines Elvas, na dependência da Direcção de Investimentos, o Grupo de Projecto para o Túnel do Rossio na dependência do Director Geral de Conservação e Exploração e a Delegação da Refer no Norte na dependência do CA. Em Dezembro ficou concluída a migração física da DGEN para o Edifício ART’S no Parque das Nações. Em 2004, na área da Qualidade e Segurança, a Direcção de Engenharia desenvolveu um conjunto de acções no âmbito da Normalização e Homologação / Certificação de Material Circulante e Materiais. Na área da Normalização Técnica da Engenharia externa, foi assegurada a representação da REFER no “ UIC – Civil Engineering Track Expert Group” e a participação da REFER nos trabalhos do “CEN-TC256WG 15 Track Alignment and Design parameters-Broad Gauge e do “CEN-TC 256, SCI, WG 4 Restoration of Rails by electric arc welding “. Internamente, os técnicos das diversas especialidades estiveram envolvidos no Plano de Normalização, o qual incluiu a elaboração/actualização de Instruções Técnicas e Normativos para as especialidades. Decorreram os processos de homologação e recepção de materiais, de Via, Catenária e Inertes, através da gestão de contratos de prestação de serviços, bem como na recepção e entrega de novas instalações, nomeadamente na verificação de conformidade das obras com os projectos e realização de ensaios de entradas ao serviço. Durante o ano de 2004 das actividades desenvolvidas pela Direcção de Inovação e Normalização, destaca-se a continuação do processo de harmonização dos procedimentos de elaboração de normas. Assegurou-se, ainda, a representação da REFER nos Seminários sobre Normalização no Sector Ferroviário organizados em 2004 pelo IPQ – Instituto Português da Qualidade e pelo Instituto de Estradas de Portugal.

34

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

Foi também assegurada a participação activa da REFER no V Seminário sobre Inovação e Qualidade no Sector Ferroviário. Foi assegurada, a participação da REFER na actualização das Fichas UIC dedicadas à Sinalização e às Telecomunicações e a assessoria técnica ao Instituto Nacional do Transporte Ferroviário – INTF, no âmbito do desenvolvimento das Especificações Técnicas de Interoperabilidade. Foi elaborado o Plano de Migração e de Implementação do sistema ERTMS Português para a Rede Convencional e coordenado com o mesmo Plano para o ERTMS da Rede de Alta Velocidade. Foi elaborado o estudo de viabilidade e preparadas as bases técnicas e estimativa orçamental para o lançamento do processo de concurso do fornecimento, montagem e avaliação técnica da primeira instalação do sistema de rádio digital GSM-R, componente essencial para o desenvolvimento das Redes Nacionais de Alta Velocidade e Convencional. Foram publicados dois números da REVISTA CIÊNCIA e TÉCNICA, que se destina a divulgar o conhecimento técnico e cientifico dentro da Empresa e junto dos seus Parceiros.

Direcção de Engenharia

Em 2004, na área da Qualidade e Segurança, a Direcção de Engenharia desenvolveu um conjunto de acções no âmbito da Normalização e Homologação / Certificação de Material Circulante e Materiais. Internamente, os técnicos das diversas especialidades estiveram envolvidos no Plano de Normalização, o qual incluiu a elaboração/actualização de Instruções Técnicas e Normativos para as especialidades.

Direcção de Investimentos

Linha do Norte No que diz respeito a Estudos e Projectos, destaca-se, durante o ano de 2004, o início dos seguintes trabalhos: Estudo de Corredores, Estudo Prévio e Estudo de Impacte Ambiental da Variante de Santarém; Reformulação do Projecto de Execução do Trecho Mato Miranda / Entroncamento; Estudo Prévio de Reabilitação dos Túneis de Fátima e Albergaria; Estudos de Reavaliação do Impacto do Ruído e Projectos de Medidas Minimizadoras nos Subtroços 2.1 (Entroncamento – Albergaria) e 3.2 (Quintans – Ovar); Reformulação do Projecto de Modernização do Subtroço 3.3 (Ovar - Vila Nova de Gaia). Foi ainda lançado o concurso para a Elaboração de Estudos Prévios, Projectos de Execução e Estudo de Impacte Ambiental para a Modernização do Subtroço 2.3 (Alfarelos – Pampilhosa). Ainda durante o ano de 2004, foi concluído o Projecto de Drenagem entre os km’s 10+500 e 22+500 e o Projecto de Alargamento da Passagem Superior sobre a EN-109, no Subtroço 3.2 (Quintans – Ovar).

35

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

Em termos de Construção, destaca-se a conclusão da empreitada da Nova Diagonal Sul de Alverca e o início das seguintes intervenções: Modernização do Subtroço Vila Franca de Xira Norte – Azambuja, Construção de Viaduto, Passagens Desniveladas e Respectivos Caminhos de Acesso e de Ligação, no Trecho Azambuja – Vale de Santarém; Construção de Passagens Desniveladas – Fase 3, no Subtroço 2.1 (Entroncamento – Albergaria); Montagem do Telecomando de Catenária no Subtroço 2.1 (Entroncamento – Albergaria); Substituição das Pontes de S. Lourenço e Simões, no Subtroço 2.2 (Albergaria – Alfarelos); Execução de Acabamentos da Estação de Aveiro; Construção da Passagem Superior da Quinta do Cruzeiro, no Subtroço 3.2 (Quintans – Ovar); e Rebaixamento da Via no Atravessamento da Cidade de Espinho. Durante o ano de 2004, prosseguiram ainda os trabalhos das empreitadas de Modernização do Subtroço 2.1 (Entroncamento – Albergaria) e de Modernização do Subtroço 3.2 (Quintans – Ovar), estando esta última já em fase de conclusão. Foram ainda lançados concursos para as seguintes intervenções: Modernização do Trecho Azambuja – Vale de Santarém (em adjudicação); Modernização da Estação de – B; Construção de Passagens Superiores de Avanca e Salreu e do Edifício de Passageiros da Estação de Estarreja, no Subtroço 3.2 (em adjudicação); Construção do Interface de Aveiro (em adjudicação); Execução de Instalações Eléctricas e Ventilação na Passagem Inferior Rodoviária de Aveiro; Fornecimento e Instalação de PT’s, na Estação de Aveiro (em fase de início dos trabalhos). No que diz respeito à Sinalização, Telecomunicações e Convel, foram concluídas as seguintes empreitadas: Sistema de Informação ao Público da Linha da Azambuja; Sistema de Telecomunicações para o Apeadeiro de Moscavide; Sinalização e Convel do Nova Diagonal Sul de Alverca; e Sinalização e Convel do Subtroço 3.2 (Quintans – Ovar). Durante o ano de 2004, foi iniciada a empreitada de Sinalização e Telecomunicações dos Subtroços 1.2 e 1.3 (Trecho Alhandra (exclusive) – Vale de Santarém (exclusive), e prosseguiram as empreitadas de Sinalização e Telecomunicações no Subtroço 2.1 (Entroncamento – Albergaria) e Telecomunicações no Subtroço 3.2 (Quintans – Ovar). Destaca-se ainda, o encerramento, em 2004, de 17 passagens de nível, totalizando 193 passagens de nível encerradas desde o início do Projecto.

Ligação ao Porto de Aveiro

Este projecto engloba a construção da Plataforma Multimodal de Cacia e do Ramal de ligação Ferroviária ao Porto de Aveiro. No início de 2004 decorreu a discussão pública com vista à Avaliação de Impacte Ambiental, mas devido a algumas questões técnicas levantadas, o projecto de execução do Ramal de ligação Ferroviária ao

36

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

Porto de Aveiro teve que ser reformulado, bem como o Estudo de Impacto Ambiental, prevendo-se a sua conclusão para início do próximo ano.

Linha da Beira Baixa No âmbito da modernização da Linha da Beira Baixa, cujo desenvolvimento tem sido faseado e subdividido em troços, pode referir-se que no troço Mouriscas A – Castelo Branco, prosseguiram os trabalhos correspondentes à Sinalização, Telecomunicações, Electrificação, Telecomando da Catenária e Supervisão, bem como a Remodelação das Estações de Ródão e Castelo Branco. Neste mesmo troço, no ano de 2004 foram adjudicados os Estudos e Projectos que permitirão a transformação da Estação de Alvega-Ortiga em Apeadeiro.

No troço Castelo Branco / Covilhã foram concluídos, durante 2004, os trabalhos nos Cais de Passageiros da Estação de Vale de Prazeres e da Estação de Tortosendo, encontrando-se em curso, no final do ano, os trabalhos finais da empreitada da Passagem Superior ao Km 150+049. Foram ainda adjudicados vários Estudos e Projectos, nomeadamente no que se refere à Via, Remodelação de Estações e Passagens Desniveladas.

No troço Covilhã / Guarda ficou concluído, no ano de 2004, a empreitada do Reforço de Pontes, englobando 5 pontes, iniciou-se a apreciação do Projecto de alargamento da Passagem Inferior da Baiúca, e foram ainda adjudicados os Projectos de 6 Pontes em substituição das existentes, e vários Estudos e Projectos de Passagens Desniveladas, Via, Remodelação de Estações e Electrificação.

Área Metropolitana de Lisboa • Ligação Lisboa Algarve, Itinerário dos Granéis e Troço Tunes-Lagos Em 2004, no Troço / Faro ficou completada, no essencial, a modernização das infra- estruturas de via com a conclusão da intervenção no troço Tunes / Faro. Das 150 Passagens de Nível existentes em 1998 foram encerradas 134 até ao final de 2004. No Troço Ermidas/Funcheira concluiu-se a modernização das infra-estruturas de Via para velocidades até 220 km/h, a Electrificação (catenária para 220km/h), a instalação de Sistemas Convel e Rádio Solo Comboio, o redimensionamento e optimização dos layouts, cais e acessos das Estações e construção de Passagens Desniveladas para encerramento de passagens de nível. No Troço Funcheira/Faro concluiu-se a modernização das infra-estruturas de Via, Electrificação, nova Sinalização, Rede Integrada de Telecomunicações, a instalação de Sistemas Convel e Rádio Solo Comboio e Passagens Desniveladas. Entrou ao Serviço a nova Estação do Parque das Cidades situada ao km 331,800 da Linha do Algarve.

37

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

Inserido no Itinerário dos Granéis ficou concluída a instalação dos novos sistemas de Sinalização e Telecomunicações no Troço Funcheira/Ourique. Na Linha do Algarve entre Tunes e Lagos iniciou-se a intervenção na nova Estação de Lagos (2ªfase).

• Linhas de Sintra e Cascais No âmbito da Modernização da Linha de Sintra, encontram-se presentemente remodeladas dez estações e construídas quatro novas, faltando a remodelação das estações de Barcarena/Tercena e Cacém e a quadruplicação dos troços de via adjacentes. Em 2004 concluiu-se a Estação de Mira Sintra / Meleças, o que permitiu que os comboios da “família” Cacém, passassem a fazer aí a respectiva reversão, e que se encerrasse a Passagem de Nível de Meleças. Completaram-se as acções que possibilitaram que toda a linha de Sintra passasse a ser comandada e controlada a partir do CTC de . Foi ainda adjudicada a empreitada das Barreiras Acústicas. Lançaram-se os concursos para as empreitadas da PI do Papel, cuja execução permitirá encerrar a última Passagem de Nível Rodoviária desta linha, e da Estação de Barcarena/Tercena. Relativamente à remodelação da estação do Cacém desenvolveu-se o respectivo projecto de execução, o qual se encontra em fase de conclusão. Quanto à Modernização da , encontram-se presentemente remodeladas duas Estações e construído parte do Parque de Estacionamento de Material Circulante, em Carcavelos, onde foi também suprimida a Passagem de Nível rodoviária. Encontra-se também concluída a substituição das Pontes Metálicas em Oeiras. No ano de 2004, foi concluída a Remodelação dos Cais de Passageiros e Coberturas da Estação de Paço de Arcos e adjudicada a empreitada da PI de Peões da Parede.

• Travessia Norte-Sul Com a generalidade dos Projectos de Execução já concluídos, durante o ano de 2004 iniciaram-se os projectos de execução da nova Estação de Setúbal, da quadruplicação da entre Chelas (Terminal Técnico) e Braço de Prata e do Ramal da Siderurgia Nacional. Foram concluídas as empreitadas e fornecimentos: Estações de Palmela e Venda do Alcaide; Via e Plataforma do Troço Pinhal Novo / Setúbal; Electrificação dos troços Coina / Pinhal Novo e Pinhal Novo / Setúbal; Barreiras Acústicas nos troços Coina / Pinhal Novo e Pinhal Novo / Setúbal; Passagens Superiores Pedonais no troço Pinhal Novo / Setúbal; Sistemas de Telecomunicações entre Pinhal Novo / Setúbal, Convel entre Coina / Pinhal Novo e Pinhal Novo / Setúbal e Passagem Superior da Recosta (Barreiro).

38

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

Foi iniciada a empreitada: Sede Conjunta do Grupo Ramiro José e Junta de Freguesia de S. João de Deus.

Projecto Porto / Braga

Durante o ano de 2004 foram concluídas as remodelações dos troços Lousado – Nine, Estação de Nine, Nine – Tadim e Tadim – Braga, visando a duplicação dos novos traçados, a electrificação da via, e a remodelação das estações e dos apeadeiros aí inseridos. Estas intervenções asseguraram ainda a supressão de 17 das 53 passagens de nível existentes, mediante a construção de uma alargada malha de atravessamentos desnivelados e de restabelecimentos viários de acessos. A conclusão destes empreendimentos permitiu a ligação Braga – Faro em Maio 2004.

Instalação de CF na Ponte 25 de Abril

Em 2004, desenvolveram-se algumas acções, sendo de destacar, a empreitada de Instalação dos Novos Aparelhos de Apoio da viga de rigidez da Ponte Suspensa, de importância relevante, porquanto permitiu substituir os aparelhos de apoio originários, cujo comportamento às acções devidas à circulação ferroviária não ofereciam fiabilidade. De destacar também a reformulação do sistema de alimentação eléctrica da iluminação ferroviária da Ponte e do Viaduto de Acesso, com a instalação de um novo Posto de Transformação e um Grupo Electrogéneo de Emergência. Salienta-se ainda, o acompanhamento das acções em desenvolvimento pelo LNEC, no âmbito de um protocolo de cooperação entre a REFER, o LNEC e o IEP, relativo à Observação Estrutural da Ponte 25 de Abril, dando cumprimento ao despacho nº 23184/2002, de 10 de Outubro, do Ministro das Obras Públicas, Transportes e Habitação (actualmente Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações), no qual se determina que os grandes empreendimentos em que o MOPTH (actual MOPTC) está ou venha a estar envolvido, como ministério da Tutela, passem a ser acompanhados pelo LNEC, nos domínios da sua competência.

39

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

Direcção de Atravessamentos e Gestão de Passagens de Nível

No referente à supressão e reclassificação de PNs foram realizadas, em 2004, e em colaboração com a Direcção de Investimentos e Delegação Norte da REFER, as seguintes acções:

PNs suprimidas PN's Reclassificadas Órgão REFER Planeado Executado Planeado Executado

DELEGAÇÃO NORTE 34 37 0 0

DIRECÇÃO DE INVESTIMENTOS Projecto Linha do Norte 11 9 0 0

Projecto Beira Baixa6120

Projecto Sintra /Cascais1101 Projecto Norte Sul 9600 Projecto Lisboa Algarve 24 23 7 13 Sub total 51 40 9 14

DIRECÇÃO DE ATRAVESSAMENTOS E GESTÃO DE PNs

Dep. De Supressão e Recl. De PNs 114 121 55 56 Dep. De Gestão de PNs 0 0 31 26 Sub total 114 121 86 82

ENTIDADES EXTERNAS 5 7 ------

TOTAIS 204 205 95 96

Como se verifica, no ano de 2004 realizaram-se 205 supressões e 96 reclassificações, tendo-se ultrapassado os valores planeados. Os trabalhos realizados pela REFER que proporcionaram a supressão ou reclassificação destas PNs foram, a construção de 56 Passagens Desniveladas (PDs) que permitiram a supressão de 63 PNs e a reclassificação a peões de outras 2, a construção/melhoria de caminhos alternativos, que permitiram a supressão de 135 PNs e a reclassificação a peões de outras 3, a automatização de 8 PNs, a alteração da automatização, com colocação de meias barreiras, em 26 PNs e a dotação de visibilidade regulamentar em 56 PNs. Para além destes trabalhos, regista-se a construção de 5 Passagens Desniveladas por Câmaras Municipais que proporcionaram a supressão de 7 PNs. Em resultado, no universo das Linhas com Tráfego da rede ferroviária, atingiu-se em 31 de Dezembro de 2004 a quantidade de 1476 PNs, a que corresponde a densidade média de 0,524 PNs/km, contra os 0,600 PNs/km do final de 2003, com a seguinte distribuição:

40

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

CLASSIFICAÇÃO QUANTIDADES

Com Guarda 156

Automatizadas Tipo A 3

Automatizadas Tipo B 242 340

PNs Públicas Automatizadas Tipo C 95

Sem Guarda 617

Peões 191

Subtotal 1304

PNs Particulares 172

TOTAL 1476

Neste período, foi ainda adequada ao Regulamento de Passagens de Nível – Decreto-Lei nº 568/99 de 23 de Dezembro, a classificação da totalidade (152) das antigas PNs de 1ª, 2ª. 3ª ou 4ª Categoria (guardadas) existentes nas Linhas com Tráfego ferroviário. Desenvolveu-se ainda uma campanha de sensibilização pedagógica, coordenada pela Direcção de Comunicação e Imagem, transmitida nos Canais de TV nacionais, intitulada “Pare, Escute e Olhe”. A conjugação de todas estas acções tem permitido a diminuição progressiva dos acidentes em Passagens de Nível, conforme o quadro seguinte.

Acidentes em PN – 1990 A 2004

Total Colisões Colhidas 250

200

150

100 nº de Acidentes de nº

50

0 Anos 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Total 234 218 198 205 182 166 147 144 144 154 119 123 113 105 102 Colisões 199 173 160 171 160 148 129 122 127 129 104 106 95 90 84 Colhidas 35 45 38 34 22 18 18 22 17 25 15 17 18 15 18

41

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004 Direcção Geral de Exploração e Conservação À Direcção Geral de Exploração e Conservação compete a gestão operacional da Rede Ferroviária, proporcionando aos Operadores Ferroviários os adequados canais de circulação, a utilização de uma infra-estrutura fiável e o seu comando e regulação do seu tráfego, com elevados padrões de segurança e qualidade.”

Fonte: Noticias REFER

Administração

Planeamento Secretário Geral Estratégico

Comunicação e Plano e Controlo Imagem

Auditoria e Jurídico e Sistemas de Contencioso Qualidade

Relações Segurança Internacionais

Ambiente

Economia e Direcção Geral Direcção Geral de Delegação da Finanças de Engenharia Exploração e REFER no Norte Conservação

Recursos Engenharia Conservação e Humanos Manutenção Aprovisionamentos Investimentos Exploração e Logística Inovação e Sistemas e Normalização Tecnologias de Informação Direcção de Atravessamentos e Património Gestão de PN’s Imobiliário Instalação CF na Ponte 25 de Abril

42

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

Direcção Geral de Exploração e Conservação

Conservação e Manutenção

Durante o ano de 2004, a Conservação e Manutenção implementou o Sistema de Qualificação de Fornecedores para a prestação de serviços na área de manutenção de infra-estruturas ferroviárias, englobando as especialidades de Via e Geotecnia, Construção Civil, Baixa Tensão, Catenária e Estruturas Especiais. Actualmente, os imperativos do mercado e a orientação estratégica da Empresa, apontam para a contratualização global da actividade de manutenção da infra-estrutura ferroviária. Este procedimento, actualmente em curso, induz um ajustamento da Conservação e Manutenção à nova realidade, optimizando os recursos disponíveis, procurando manter o know-how existente e simultaneamente, incrementar competências – em particular, na área de gestão de contratos. Perante perspectiva da contratualização da manutenção, adoptou-se uma estratégia de domínio global da actividade de conservação e do estado da infra-estrutura ferroviária. Assim sendo, a Conservação e Manutenção concretizou durante o ano de 2004, um conjunto de objectivos estratégicos, com vista a melhorar as suas competências ao nível da capacidade de monitorização do estado da infra-estrutura, em tempo real, nomeadamente pela extensão do Permanente de Infra-estruturas a toda a rede ferroviária e pela conclusão do Projecto de Gestão Integrada da Conservação (GIC). Tendo em conta o objectivo de melhoria contínua dos processos da Conservação e Manutenção, encontra-se em curso o Projecto de Implementação do Sistema de Gestão da Qualidade da Conservação e Manutenção, de acordo com o referencial normativo NP EN ISO 9001:2000. Em 2004, na sequência da certificação da ZOC Lisboa, foi lançada a implementação do Sistema de Gestão da Qualidade na ZOC Porto.

Direcção de Exploração

Gestão da Circulação A Gestão da Circulação iniciou em 2003 o projecto e-post, distribuição das Ordens de Serviço, o qual teve o culminar da sua plena utilização, durante o ano de 2004. Foram iniciados os trabalhos para o lançamento do projecto e-telegramas, que pretende facilitar os métodos actualmente utilizados nos registos das comunicações telefónicas. As redes manobras, quer ao nível de equipamentos quer ao nível dos processos de registo, sofreram um incremento significativo. Com efeito, foram adquiridos vários rádios de manobras e instaladas funcionalidades de gravação de comunicações em vários locais.

43

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

Em virtude da racionalização e modernização, implementada nos processos de exploração ferroviária, esta direcção, tem vindo progressivamente a diminuir o número de trabalhadores, tendo-se observado 308 saídas de colaboradores.

Gestão da Capacidade Salienta-se a participação na definição do plano estratégico para implementação dos Centros de Comando Operacional – CCO’s da Rede da REFER e elaboração do Modelo Conceptual relativo aos referidos CCO’s. Destaca-se a colaboração na implementação do sistema de Gestão da Qualidade nos Serviços Centrais e na definição dos respectivos Processos. É ainda de salientar a coordenação da elaboração do Directório de rede para 2005 envolvendo a compilação das informações relativas ao acesso e utilização da infra-estrutura e das suas características físicas. Dos trabalhos realizados pela gestão da capacidade, destacam-se, a elaboração de diversos estudos de layout (novo layout da estação de Coimbra-B e alteração do layout da estação de Pinhal Novo para manutenção da torre do antigo posto de sinalização), a participação e colaboração na equipa de projecto de reestruturação da regulamentação técnica, a elaboração de pareceres sobre processos de licenciamento urbano na vizinhança do domínio público ferroviário, a elaboração do plano de exploração de contingência para o cenário de encerramento do túnel do Rossio e consequente estudo de alteração da sinalética das estações da Linha de Cintura. Destaca-se também a participação na elaboração do Relatório de Integração da Rede de Alta Velocidade com a Rede Convencional. Foi também acautelada a participação no desenvolvimento de um novo projecto, interdepartamental, para cadastro da infra-estrutura, no âmbito da aplicação e Infra-estruturas que será utilizado pela aplicação eViriato, entre outras. Na sequência dos trabalhos de modernização da rede ferroviária concluídas em 2004, procedeu-se à elevação das velocidades em significativos troços destacando-se pela sua relevância, as Linhas do Norte e Sul:

Extensão da linha em que à velocidade é praticada (em %) Linha do Norte Intervalo de velocidades Final 2003 Final 2004 Final 2003 Final 2004

Inferiores a 120 Km/h 5,1 4,9 46,4 37,1

Entre 120 e 150 Km/h 59,4 49,9 45,7 26,1

Entre 160 e 190 Km/h 12,2 18,8 3,5 11,7 Iguais ou superiores a 200 Km/h 23,2 26,5 4,3 25,1

44

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

Das alterações efectuadas ao nível do Horário Técnico, seis resultaram da modernização da infra-estrutura, sendo duas das alterações a pedido dos Operadores, reformulação do serviço de mercadorias da CP e extensão da FERTAGUS a Setúbal.

Regulamentação No ano de 2004 foi elaborada e proposta para homologação ao INTF, numerosos textos regulamentares, parte significativa dos quais relativos à entrada ao serviço de novas instalações. Refere-se a regulamentação do “Regime Especial de Circulação” que permite agilizar de forma segura, a normalização da circulação após a ocorrência de avarias na sinalização, bem como do novo Modelo de Limitação de Velocidade. No que se refere a novas instalações de sinalização, salienta-se as estações de concentração de, Nine, Funcheira, Faro e Tunes, Pinhal Novo, Algueirão, Meleças e Ermidas-Sado. Relativamente ao Sistema CONVEL, este passou a abranger toda a Linha do Sul, a entre Funcheira e Ourique do Algarve entre Olhão e Lagos. No que se refere ao Rádio Solo – Comboio, este passou a abranger toda a linha do Sul, a Linha do Alentejo entre Funcheira e Ourique, bem como a Linha do Algarve entre Tunes e Faro. Em relação à rede electrificada, este passou a abranger todo o Eixo entre Braga e Faro.

Gestão de Contratos Comerciais Acompanhamento da renegociação do Contrato de Concessão entre o Estado e a Fertagus, nomeadamente realizado análises previsionais de receitas e custos. Estabeleceu as condições que permitiram a entrada em vigor do Contrato de Concessão de Exploração de Estações celebrado com a CP. Coordenou a implementação e actualização dos sistemas de informação e apoio aos passageiros nas estações, particularmente no que se refere a informação sonora, tele – indicação e sinalética. Estabeleceu numerosos contratos relativos a cedência de espaços, bem como geriu o contrato com a CPCom.

Direcção de Gestão e Controlo Em 2004 foram calculadas as tarifas dos serviços essenciais para constarem da publicação do Directório de 2005. No sistema SITRA foi recolhido periodicamente toda a informação que permita determinar as prestações de exploração para cobrar aos operadores a utilização das infra-estruturas.

45

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

Abaixo indica-se a evolução dos CK’s na Rede Geral, embora os CK’s percorridos nas linhas do Anexo I do Decreto-Lei n.º 270/2003, não estejam a ser objecto de cobrança de tarifas em 2004.

OPERADOR CP – EVOLUÇÃO DOS CKs REALIZADOS

2001 2002 2003 2004

45.000.000

40.000.000

35.000.000

30.000.000

25.000.000

20.000.000

15.000.000

10.000.000

5.000.000

0 CK Passageiros CK Mercadorias CK Marchas C K - Total Prestações Realizdos Realizdos Realizdos Exploração

Durante o ano de 2004 teve início a contratualização de uma prestação de serviço cujo objecto é o de adequar a contabilidade analítica e o sistema de custeio às novas exigências regulamentares em matéria de tarifação e definir um modelo de reporte das contas de regulação com apresentação de indicadores de actividade. OPERADOR FERTAGUS – EVOLUÇÃO DOS CKs REALIZADOS

Operador Fertagus

1.280.000 1.260.000 1.240.000 1.220.000 1.200.000 1.180.000 1.160.000 1.140.000 1.120.000 1.100.000 1.080.000 2001 2002 2003 2004

46

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

Caracterização da Rede Ferroviária Nacional

No final do ano de 2004, a Rede Ferroviária Nacional tinha uma extensão de 3.624,0 km, dos quais 2849,2 com tráfego ferroviário. As características da Rede em 2004 estão evidenciadas no seguinte quadro:

Sem Tráfego Rede Ferroviária Com Tráfego Ferroviário Ferroviário Nacional

Electrificada Não TOTAL TOTAL TOTAL Electrificada 25.000V 1.500V Sub-Total

Via Larga 1.347,4 25,5 1.372,88 1.288,32 2.661,2 326 2.987,3 Via Única 782,3 - 782,3 1.272,88 2.055,2 - 2.055,2 Via Dupla 532,3 25,45 557,759 15,4 573,0 - 573,0 Via Múltipla 32,8 - 32,8 33,0 - 33,0 Via Estreita 0 0 0 187,6 188,0 448,7 636,7 Via Única - - - 187,6 188,0 448,7 636,7

TOTAL 1.347,4 25,5 1.372,9 1.476,0 2.849,2 774,8 3.624,0

47

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

Delegação da REFER no Norte

Tendo sido constituída em 1 de Junho de 2004, a Delegação da REFER no Norte, tem como principal objectivo o acompanhamento de todos os empreendimentos ferroviários desenvolvidas no seio das Empresas do Grupo REFER localizadas na AMPorto, de que a articulação com a RAVE, dos trabalhos relacionados com a implementação da rede ferroviária de alta velocidade no Eixo Porto – Vigo é um exemplo. Destacam-se assim, no âmbito das actividades operacionais, a conclusão, no primeiro trimestre de 2004, das obras de remodelação das infra-estruturas ferroviárias do Troço Lousado – Nine – Braga, com o intuito de elevar e uniformizar os patamares de velocidade no Eixo Atlântico, entre Braga e Faro. Merece ainda particular destaque a reabertura ao tráfego ferroviário da linha de Guimarães a 19 de Janeiro de 2004, na sequência das profundas intervenções levadas a efeito entre Santo Tirso e Guimarães, que visaram a sua reconversão em via larga, a electrificação do traçado, a supressão de 65 passagens de nível e a remodelação das estações e dos apeadeiros aí inseridos. No âmbito do Projecto Estações com Vida, arrancaram em Janeiro de 2004 as obras de construção do Interface Poente de Campanhã, cuja primeira fase culminou com a abertura à exploração, em Setembro de 2004, dos 175 lugares da zona Nascente do novo parque de estacionamento subterrâneo, com uma capacidade total para 400 viaturas. É ainda de realçar, em Junho de 2004, o inicio dos trabalhos de beneficiação da Estação de Rio Tinto, os quais, para além da construção de uma passagem inferior de peões, contemplam a construção de um interface com uma capacidade para cerca de 50 lugares.

48

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

Em Maio de 2001 foi concluída a intervenção de remodelação da Estação de Ermesinde. Em Setembro de 2001 foram concluídos os trabalhos de rectificação 2001 da infra-estrutura da via no itinerário Pinhal Novo/Pinheiro Concordância do Poceirão, nas Linhas do Alentejo e Sul. A REFER e as Autarquias de Valença e de Monção assinaram dia 14 de Novembro de 2001 um protocolo para a construção de uma Ecopista entre as duas localidades, tendo por base o traçado da antiga linha do caminho-de-ferro.

Investimentos e Cobertura dos Investimentos

49

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

Investimentos e Cobertura dos Investimentos

O volume de investimentos realizado pela REFER durante o exercício de 2004 ascendeu a 494 milhões de euros, representando uma taxa de realização de 78% face ao previsto. Deste total, 97% (477 milhões de euros) dizem respeito a intervenções em ILD’s inscritos no PIDDAC, correspondendo os restantes 3% (17 milhões de euros) a investimentos realizados fora do âmbito do PIDDAC, dos quais se destacam os investimentos correntes em infra-estruturas (7,2 milhões de euros), estudos de âmbito genérico (7,4 milhões de euros) e os investimentos de funcionamento (2,4 milhões de euros).

Orçamento de Investimentos PIDDAC - Fontes Financiamento a 31 de Dezembro de 2004 (milhares de euros) Cobertura Financeira Taxa PROGRAMAS / PROJECTOS Previsto Realizado Financiamento PIDDAC Outras Comunitário realiz. (%)

Rede Ferroviária Nacional - Rede Geral 334.655 256.874 12.873 49.762 194.239 77% Projecto Integrado da Linha do Norte 186.603 159.001 6.371 49.762 102.869 85% Projecto Integrado da Linha Algarve 73.294 67.348 2.204 65.144 92% Projecto Integrado da Linha Beira Baixa 26.821 11.310 1.020 10.290 42% Projecto Integrado da Linha Oeste 4.393 2.920 80 2.840 66% Projecto Integrado da Linha Minho - Além Nine 1.714 326 70 256 19% Projecto Integrado da Linha Douro (Marco-Régua) 4.403 1.384 4 1.380 31% Linha Norte - Nova Estação de Espinho 18.168 3.913 380 3.533 22% Ligação Ferroviária Porto de Sines - Espanha 1.708 697 100 597 41% Modernização Linha Algarve 3.176 2.134 4 2.130 67% Linhas de Carácter Regional 1.791 495 70 425 28% Segurança Rodoviária - Supressão e Reconversão de PN 12.584 7.346 2.570 4.776 58%

Reforço Estrutural da Ponte 25 de Abril 8.098 7.471 200 7.271 92%

Itinerários Suburbanos - Porto 129.355 121.058 3.080 5.444 112.534 94% Linha do Minho (Porto - Nine) 59.976 57.491 1.480 3.946 49.562 96% Linha de Guimarães 10.196 9.254 200 9.054 91% ( Ermesinde - Marco) 10.698 5.830 500 1.498 5.330 54% Ramal de Braga 48.484 48.484 900 47.584 100%

Itinerários Suburbanos - Lisboa 127.816 90.036 4.323 19.429 66.284 70% Linha Sintra, Ramal Alcântara e Linha Oeste (até Sabugo) 28.074 17.061 920 16.141 61% Linha Cascais 8.601 2.461 250 2.211 29% Eixo Ferroviário Norte Sul (Chelas-Fogueteiro) 5.287 4.322 4 4.318 82% Eixo Ferroviário Norte Sul (Braço de Prata-Chelas) 302 171 4 167 57% Eixo Ferroviário Norte Sul (Coina-Pinhal Novo) 48.567 38.051 1.445 6.935 29.671 78% Eixo Ferroviário Norte Sul (Barreiro-Pinhal Novo) 9.829 6.655 765 5.890 68% Eixo Ferroviário Norte Sul (Pinhal Novo-Setúbal) 27.156 21.314 935 12.494 7.885 78%

Multimodalidade 3.497 1.688 154 0 1.534 48% Terminal Cacia e Ligação Porto de Aveiro 2.394 864 150 714 36% Acessibilidades Ferroviárias ao Porto de Lisboa Linha de Leixões e Concordância de S.Gemil 1.103 824 4 820 75%

Total Investimento em ILD - PIDDAC 603.421 477.126 20.630 74.634 381.862 79%

Outros Investimentos Correntes em ILD's 14.334 7.218 7.218 50% Outros Investimentos 18.569 9.836 9.836 53% Total de Outros Investimentos 32.903 17.053 0 0 17.053 52%

Total de Investimentos REFER 636.324 494.179 20.630 74.634 398.916 78%

50

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

Relativamente ao orçamento de investimentos PIDDAC, salientam-se as contribuições dos diferentes órgãos da empresa no investimento realizado: • Direcção Geral de Engenharia: 72,16%; • Delegação REFER no Norte: 25,45 % • Direcção Geral de Exploração e Conservação: 2,36% • Planeamento Estratégico: 0,04%

Contribuição dos órgãos da empresa no Investimento PIDDAC

0,04% 25,45%

2,36%

72,16%

DGEN DGEC Del.REFER Plan. Estratégico

Destes investimentos, as principais intervenções concretizaram-se nos seguintes projectos PIDDAC: • Projecto Integrado da Linha do Norte: o Empreendimento da Linha do Norte, cuja contribuição para o investimento PIDDAC foi de cerca de 32%, prosseguiu as suas actividades essencialmente em três vertentes: Estudos e Projectos, Construção Civil e Sinalização, Telecomunicações e Convel., dando continuidade à modernização dos troços 2.1 (Entroncamento – Albergaria) e 3.2 (Quintans – Ovar). • Linha do Minho (Porto – Nine) e Ramal de Braga: representando um passo importante na ligação Braga/Faro com redução dos tempos de percurso, maior segurança e fiabilidade, a Delegação REFER no Norte promoveu uma profunda modernização do troço, envolvendo a construção de novas estações e interfaces, construção de passagens desniveladas e respectivos acessos, implementação de uma nova via dupla electrificada e instalação de novos sistemas de sinalização e telecomunicações, tendo contribuído com aproximadamente 22% do investimento nestes dois projectos PIDDAC.

51

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

• Projecto Integrado de Ligação Lisboa – Algarve: conclusão por parte do Empreendimento de Ligação Lisboa/Algarve (contribuição de 14% do investimento PIDDAC) das principais intervenções ao nível da modernização das infra-estruturas de via, electrificação e instalação de sistemas de sinalização e telecomunicações que permitem efectuar a ligação Lisboa / Algarve com redução dos tempos de percurso e maior segurança e fiabilidade.

Orçamento de Investimentos PIDDAC - Órgão a 31 de Dezembro de 2004 (milhares de euros)

Delegação PROGRAMAS / PROJECTOS Previsto TOTAL DGEN TOTAL DGEC Outros TOTAL REFER do Norte

Rede Ferroviária Nacional - Rede Geral 334.655 248.059 8.637 0 178 256.874 Projecto Integrado da Linha do Norte 186.603 155.337 3.665 159.001 Projecto Integrado da Linha Algarve 73.294 67.348 67.348 Projecto Integrado da Linha Beira Baixa 26.821 10.816 494 11.310 Projecto Integrado da Linha Oeste 4.393 1.462 1.280 178 2.920 Projecto Integrado da Linha Minho - Além Nine 1.714 78 248 326 Projecto Integrado da Linha Douro (Marco-Régua) 4.403 1 1.384 1.384 Linha Norte - Nova Estação de Espinho 18.168 3.913 3.913 Ligação Ferroviária Porto de Sines - Espanha 1.708 447 250 697 Modernização Linha Algarve 3.176 1.980 154 2.134 Linhas de Carácter Regional 1.791 1 494 495 Segurança Rodoviária - Supressão e Reconversão de PN 12.584 6.678 669 7.346

Reforço Estrutural da Ponte 25 de Abril 8.098 7.471 7.471

Itinerários Suburbanos - Porto 129.355 0 259 120.799 0 121.058 Linha do Minho (Porto - Nine) 59.976 216 57.275 57.491 Linha de Guimarães 10.196 9.254 9.254 Linha do Douro ( Ermesinde - Marco) 10.698 43 5.786 5.830 Ramal de Braga 48.484 48.484 48.484

Itinerários Suburbanos - Lisboa 127.816 87.899 2.137 0 0 90.036 Linha Sintra, Ramal Alcântara e Linha Oeste (até Sabugo) 28.074 16.198 863 17.061 Linha Cascais 8.601 1.639 822 2.461 Eixo Ferroviário Norte Sul (Chelas-Fogueteiro) 5.287 3.989 333 4.322 Eixo Ferroviário Norte Sul (Braço de Prata-Chelas) 302 171 171 Eixo Ferroviário Norte Sul (Coina-Pinhal Novo) 48.567 38.051 38.051 Eixo Ferroviário Norte Sul (Barreiro-Pinhal Novo) 9.829 6.655 6.655 Eixo Ferroviário Norte Sul (Pinhal Novo-Setúbal) 27.156 21.196 118 21.314

Multimodalidade 3.497 864 215 610 0 1.688 Terminal Cacia e Ligação Porto de Aveiro 2.394 864 864 Acessibilidades Ferroviárias ao Porto de Lisboa Linha de Leixões e Concordância de S.Gemil 1.103 215 610 824

Total Investimento em ILD - PIDDAC 603.421 344.292 11.248 121.408 178 477.126

Outros Investimentos Correntes em ILD's 14.334 2.643 3.544 30 1.000 7.218 Total de Outros Investimentos 18.569 1.179 2.250 39 6.367 9.836 Total de Investimentos REFER 636.324 348.115 17.042 121.477 7.546 494.179

O financiamento dos investimentos em ILD’s inscritos no PIDDAC foi assegurado pelo Estado através do Orçamento de Estado no âmbito do Cap. 50, pelos Fundos Comunitários e Outras Fontes de Financiamento. Em 2004, a estrutura da cobertura financeira dos investimentos PIDDAC teve o seguinte comportamento: o Cap. 50 representou cerca de 4,3% (20,6 milhões de euros) os Fundos Comunitários

52

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

15,7% (74,6 milhões de euros) e Outras Fontes de Financiamento situaram-se nos 80% (381,9 milhões de euros), salientando-se que, à semelhança dos anos anteriores, as contribuições do PIDDAC e dos Fundos Comunitários tem vindo a diminuir, pelo que o recurso ao endividamento representa a maior parcela da cobertura financeira dos investimentos, com o resultante impacto negativo em termos de encargos financeiros.

Cobertura Financeira dos Investimentos

PIDDAC Fundos Comunitários Out. Fontes Financ.

600.000

500.000

400.000

300.000

200.000 Milhares de euros

100.000

0 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Investimento Realizado

53

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

A nova Estação da Guarda, na L. Beira Alta, foi inaugurada no dia 29 de Abril de 2002. A inauguração da nova Estação de Paço de Arcos, 2002 na L. Cascais, decorreu no dia 12 de Maio de 2002. No dia 14 de Junho de 2002 decorreu a inauguração da nova Estação ferroviária de Rio de Mouro, na L. Sintra. Em Dez. 2002 concluí-se a remodelação da Est. de Queluz-Belas na Linha de Sintra.

GRUPO REFER

54

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

Grupo REFER

O ano de 2004 foi um ano de consolidação e avaliação do universo REFER. Foi importante, para isso, as reuniões de quadros que se realizaram entre as empresas do grupo, servido para debater os desafios que se colocam, no âmbito de uma cultura de comunicação e partilha de ideias. Acrescente, ainda, o facto de se poder travar conhecimentos com colegas das participadas, que com a REFER partilham os valores, a visão e os desafios do sector.

Empresas Afiliadas

Estabelecimento, gestão e exploração de infra-estruturas e sistemas de telecomunicações, a prestação de serviços de telecomunicações, bem como o exercício de quaisquer actividades que sejam complementares, subsidiárias ou acessórias daquelas, directamente ou através de constituição ou participação em sociedades.

Promoção e comercialização de terrenos e edifícios; gestão de empreendimentos

imobiliários; aquisição e venda de bens imóveis, bem como a constituição de direitos

sobre os mesmos bens.

Prestação de serviços de consultoria e assistência técnica, industrial e comercial, no domínio dos transportes e outros; realização de empreitadas de obras públicas e de construção civil;

exploração industrial e comercial de pedreiras e actividade de gestão da qualidade em

empreendimentos da construção.

Promoção e comercialização das lojas e espaços comerciais existentes ou a criar nas estações e gares dos caminhos-de-ferro portugueses, existentes ou futuras.

55

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

REFER – Rede Ferroviária Nacional, EP

TELE- GESTÃO FORMAÇÃO ACTIVIDADES GESTÃO DOS ESPAÇOS COMUNICAÇÕES IMOBILIÁRIA PROFISSIONAL FERROVIÁRIAS COMERCIAIS

REFER INVESFER, SA FERNAVE, SA FERBRITAS, SA CP COM, SA TELECOM, SA

GIL, SA

RAVE, SA

METRO MONDEGO, SA

56

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

2003

No dia 20 de Janeiro foi realizada uma visita técnica do Ministro das Obras Públicas, Transportes e Habitação às obras da Travessia Ferroviária Norte – Sul, sendo efectuada a primeira circulação ferroviária entre Coina e Pinhal Novo, através da Ponte 25 de Abril. A 11 de Julho de 2003, a Zona Operacional de Conservação de Lisboa (uma das Áreas de Conservação da REFER) obteve a certificação de Qualidade. De acordo com a Norma NP EN ISSO 9001:2000, concedida pela APCER (Associação Portuguesa de Certificação). A nova Estação de Moscavide, na Linha Norte, entrou em funcionamento no dia 17 de Dezembro de 2003.

Desempenho Económico – Financeiro

57

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

Desempenho Económico – Financeiro

O exercício de 2004 apresentou um (euros) Resultado Líquido negativo no montante 2004 2003 de 154.157.239 euros, o que representa Resultados Operacionais -88.806.928 -66.449.047 um agravamento de 25% Resultados Financeiros -53.767.657 -45.593.159 comparativamente com o ano de 2003, Resultados Correntes -142.574.585 -112.042.206 resultante da diferença entre os custos Resultados Extraordinários -11.485.202 -10.958.902 Resultados Antes de Impostos -154.059.787 -123.001.108 totais incorridos (336.343.279 euros) e os Resultado Líquido do Exercício -154.157.239 -123.092.410 proveitos totais obtidos (182.286.040 euros). O agravamento deste resultado justifica-se essencialmente pelo decréscimo de proveitos registados no ano em análise (-15%), nomeadamente: • O valor dos proveitos recebidos pela Taxa de Utilização foi de 55.754.918 euros correspondendo a período homólogo do ano anterior o valor de 63.111.003 euros o que se traduz num decréscimo de 12%. Com a transposição das Directivas comunitárias, conhecidas genericamente por Pacote Ferroviário I, para a ordem jurídica nacional pelo Decreto-Lei n.º 270/2003, foi revogado o Regulamento n.º 19/2000 e definidas novas regras de tarifação, ficando previsto um regime transitório para 2004. A conjugação das novas regras, o decréscimo de tráfego medido em CK’s e a não contratualização de tarifas a pagar pela utilização das redes autónomas constantes do Anexo I que em matérias de tarifas ficaram excluídas das regras aplicáveis ao Directório de Rede conduziram aos resultados referidos. De salientar que até 2004 a cobrança dos CK’s de passageiros atendia à capacidade comprometida pelos operadores e, de acordo com as novas regras, passou a considerar os CK’s utilizados. • O valor dos Trabalhos para a Própria Empresa sofreu um decréscimo de 45%. Esta conta apresenta um saldo de 47.576.028 euros em 2004 e no ano anterior esse saldo foi de 86.405.677 euros No entanto, outros factores relevantes contribuíram para este aumento do défice, destacando-se: • A regularização de algumas situações objecto de reservas na Certificação Legal das Contas e no Relatório dos auditores externos, relativamente às contas de 2003. ƒ Diferimento por cinco anos dos custos relativos às indemnizações por rescisão por mútuo acordo, de contratos de trabalho.

58

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

No ano que agora encerra este procedimento foi alterado, tendo sido decidido contabilizar as indemnizações pagas em 2004 na conta de custos extraordinários do exercício e regularizar a contabilização das indemnizações pagas em anos anteriores na conta de Resultados Transitados no montante de 20.161.052 euros. O impacto desta alteração de critério implicou um agravamento dos Resultados Líquidos em 5.541.053 euros. • Não constituição pela REFER de uma provisão para riscos e encargos que retratasse as suas responsabilidades decorrentes da participação nos capitais próprios negativos das suas afiliadas, GIL, – Gare Intermodal de Lisboa, S.A. e FERNAVE – Formação Técnica, Psicologia em Transportes e Portos, S.A. A constituição das provisões provoca um agravamento do Resultado Líquido de 885.889 euros.

Custos, Proveitos e Resultados do Exercício A tendência de crescimento dos proveitos verificada em 2003 foi invertida neste exercício. O valor dos Proveitos Totais sofreu um decréscimo de 15%. O valor dos Custos Totais sofreu igualmente uma variação negativa (-0,3%). A cobertura dos Custos pelos Proveitos foi agravada, registando 54%, contra 64% apresentada em 2003.

Cobertura dos Custos pelos Proveitos

2004

2003

2002

2001

2000

1999

1998

1997

0% 20% 40% 60% 80% 100%

Proveitos Custos

O valor dos Resultados Operacionais atingiu em 2004 o valor negativo de 88.806.928 euros, significando um acréscimo de 34% comparativamente com o período homólogo do ano anterior.

59

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

A componente Proveitos Operacionais desceu 23% relativamente ao ano anterior e a componente de Custos operacionais desceu 9%. O conjunto dos Proveitos Operacionais representam 84% dos Proveitos Totais, salienta-se que em 2003 essa percentagem era de 93%. A componente dos Proveitos Operacionais que sofreu um maior decréscimo relativamente ao ano de 2003 foi a rubrica de Trabalhos para a Própria Empresa. Em 2003 essa rubrica representava 40% do Total dos Proveitos e 43% dos Proveitos Operacionais e em 2004 representa apenas 26% dos Proveitos Totais e 31% dos Proveitos Operacionais. Esta conta é composta pelos consumos de materiais para o Investimento (18.659.344 euros), pela mão- de-obra interna imputada ao investimento (3.101.842 euros), pelos custos de funcionamento dos projectos de investimento (12.524.055 euros) e pelos custos de estrutura (12.914.938 euros). O valor dos consumos de materiais para o investimento sofreu um decréscimo de 67%, (em 2004 o valor é de 18.659.344 euros, em 2003 o valor era de 56.314.793 euros). As obras de investimento entraram à exploração em 2004, no entanto a aplicação dos materiais a essas obras aconteceu em 2003. A rubrica Prestação de Serviços sofreu igualmente uma redução (9%), relativamente ao período homólogo do ano anterior. O montante recebido no presente exercício pela taxa de utilização do operador CP foi de 55.754.917 euros, este valor desceu 12% comparativamente com o período homólogo do ano anterior (valor recebido em 2003 63.111.002 euros). A conta Prestação de Serviços representa 38% do total dos Proveitos, em 2003 esta rubrica representava 35%. De acordo com a resolução de Conselho de Ministros, o montante de Subsídios à Exploração através de indemnizações compensatórias recebidas neste exercício ascendeu a 28.345.256 euros. Este valor incluiu a taxa de uso cobrada à FERTAGUS (2.438.004 euros). A rubrica Subsídios à Exploração representa 16% dos Proveitos Totais e 18% dos Proveitos Operacionais. A rubrica de Outros juros e proveitos similares conheceu este exercício um crescimento significativo, que é justificado pelo débito de juros de mora à CP e pela participação da REFER nos resultados positivos das nossas empresas afiliadas, REFER TELECOM, S.A., FERBRITAS, S.A. e INVESFER, S.A. Esta rubrica representa 5 % do total dos Proveitos, no exercício anterior representava apenas 0,7 %. A rubrica Proveitos e Ganhos Extraordinários apresenta o valor de 20.511.471 euros o que significa um aumento 54% em relação ao ano anterior. Este aumento é justificado essencialmente pela regularização da conta Provisão para Clientes de Cobrança Duvidosa resultante do acordo celebrado com a CP, no montante de 5.736.211 euros e pela anulação do adiantamento para vendas da LS, por força do contrato de cessão de posição contratual à INVESFER no montante de 2.155.610 euros.

60

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

Esta conta representa 11% dos Proveitos Totais.

Estrutura de Proveitos

Prestação de Serviços 38,6% 35,5%

26,4% Trabalhos p/ Própria Empresa 40,3%

Proveitos Extraordinários 10,2% 6,2%

4,7% Proveitos Financeiros 0,7%

15,7% Subsidios à Exploração 13,7%

3,9% Proveitos Suplementares 3,6%

0,5% Outros Proveitos 0,0% 2004 2003 0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40% 45%

Os Custos Operacionais sofreram uma redução de 9%, invertendo a tendência de crescimento dos últimos anos. (O peso destes custos sobre os Custos Totais diminui para 72%, contra 79% verificado no ano anterior). A rubrica que maior contribui para esta redução, foi a conta 61 – Custo das mercadorias vendidas e das matérias consumidas, que registou um decréscimo de 60%. A justificação para esta redução assenta no decréscimo dos consumos de materiais por parte das obras de investimento (cf. explicação da redução da rubrica Trabalhos para a Própria Empresa). O peso desta rubrica relativamente aos Custos Totais passou para 7%, contra 18% verificado no exercício anterior. Os Fornecimento e Serviços Externos verificaram um acréscimo de 11% comparativamente com o período homólogo do ano anterior. O valor dos Subcontratos representa 62% do Total da rubrica Fornecimento e Serviços Externos, apresentou um crescimento de 10% relativamente ao ano anterior. Os Outros Fornecimentos cresceram 14% comparativamente com 2003. Esta rubrica representa 21% dos Custos Totais e 29% dos Custos Operacionais, em 2003 este peso era de 19% e 24% respectivamente. Os Custos com o Pessoal mantiveram a tendência decrescente que se tem assistido nos últimos anos. A conta de Provisões teve um crescimento muito acentuado (353%), passou para 4% o peso relativamente aos Custos Totais (no ano anterior esse peso era de 2%). Este acréscimo é justificado pelo aumento dos processos judiciais do Apoio Jurídico, nomeadamente, para um processo judicial do Grupo Dragados, foi criado uma provisão no montante de 6.800.000 euros, relativo à construção da Estação de Mercadorias da Bobadela, e além disso, foi constituída uma

61

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

provisão para riscos e encargos para retratar as responsabilidades da REFER decorrentes da participação dos capitais próprios negativos das empresas participadas, GIL, S.A. e FERNAVE, S.A. O impacto decorrente da constituição dessa provisão para riscos e encargos é cerca de 900 mil euros. Os Resultados Extraordinários registaram um valor negativo no montante de 11.485.202 euros, o que significa um acréscimo de 5% no período em análise. Destaca-se, ainda o crescimento de 32% da rubrica de Custos e Perdas Extraordinários. Um dos factores que contribui para este acréscimo assentou na alteração da contabilização das indemnizações pagas por rescisão de contrato por mútuo acordo. Até 2003 a contabilização dessas rescisões era diferida por 5 anos. Em 2004 o valor das rescisões do ano foi totalmente contabilizado em Custos Extraordinários do próprio exercício. Os Resultados Financeiros apresentaram um valor negativo de 53.767.657 euros, significando um agravamento de 18 % relativamente ao período homólogo anterior. Apesar dos Proveitos Financeiros terem registado um significativo aumento, esse valor é muito reduzido quando comparado com o valor dos Custos Financeiros. A rubrica de Outros Juros e custos similares registou também um crescimento de 32% comparando com o período homólogo do ano anterior. O crescimento rápido da divida, resultante dos elevados défices de exploração e investimento, resulta num avolumar de encargos financeiros, apesar da conjuntura actual de baixas taxas de juro. O valor desta conta representou neste exercício 18% do total dos Custos, em 2003 o peso era de 14%.

62

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

Estrutura de Custos

7,2% Custos Extraordinários 9,5%

14,0% Encargos Financeiros 18,5%

Provisões e 2,4% Amortizações 4,4% 37,0% Custos com o Pessoal 35,8%

Fornecimentos e 18,6% Serviços Externos 20,8%

17,9% Consumos de Materiais 7,2%

2,9% Outros Custos 3,8%

2003 0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40% 2004

A REFER, de acordo com o instituído no Decreto-Lei n.º 104/97, tem como Missão a prestação do serviço público de gestão da infra-estrutura ferroviária integrante da Rede Ferroviária Nacional e também a construção, instalação e renovação das infra-estruturas ferroviárias. Para o desenvolvimento da sua actividade, a REFER estruturou-se diferenciando as duas vertentes da sua missão, mas considerando que o seu objecto principal se centra na prestação de serviço público de gestão de infra-estrutura. No entanto, toda a estrutura corporativa e administrativa serve indiferentemente as duas actividades, o que dificulta a atribuição directa das respectivas quotas-partes de responsabilidades. Por este facto, e atendendo às funções próprias de cada órgão desta estrutura, definiram-se critérios diferenciados de distribuição dos respectivos custos de funcionamento pelas duas grandes actividades, podendo assim evidenciar os custos e proveitos associados a cada uma delas. Em termos de actividade de investimento estão pois reflectidos não só os custos incorridos com cada um dos órgãos de investimento, mas também uma quota-parte dos custos de funcionamento dos órgãos centrais da empresa. Para o exercício de 2004 o valor imputado ascendeu a 12.915 milhares de euros. Por último é de referir que o resultado desta actividade decorre principalmente dos encargos financeiros de empréstimos contraídos para financiar investimentos em ILD’s já concluídos, em que por imposição das regras contabilísticas já não é possível a sua capitalização.

63

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS POR ACTIVIDADES 2004 unidade:1000€

ACTIVIDADE

CONTAS GESTÃO DE INFRA- TOTAL DA INVESTIMENTO ESTRUTURAS EMPRESA

CUSTOS 51.703 276.311 328.014 61-Mercad. Vend. e Consum. 18.664 5.510 24.174 62-Fornec. e Serv. Externos 4.143 65.705 69.849 63-Impostos e Taxas 31 9.178 9.210 64-Pessoal 20.204 100.308 120.512 65-Outos Custos Operac. 3 3.468 3.471 66-Amortizações 1.453 4.593 6.046 67-Provisões 0 8.895 8.895 68-Custos e Perdas Financ. 285 53.576 53.860 69-Custos e Perdas Extraord. 6.920 25.076 31.997 PROVEITOS 48.887 133.399 182.286 71-Vendas 0 0 0 72-Prestação de serviços 67 69.440 69.506 73-Proveitos suplementares 1.027 6.005 7.032 74-Subsídios à Exploração 6 28.350 28.356 75-Trab. p/ própria empresa 47.200 376 47.576 76-Outros Prov.Operacionais 0 879 879 78-Prov. e Ganhos Financ. 9 8.416 8.425 79-Prov. e Ganhos Extraord. 579 19.932 20.511

86-Imposto s/Rendimento 0 97 97

RESULTADO -2.817 -143.009 -145.825

68-Enc Financ não Capitaliz no Investimento 8.332 0 8.332

RESULTADO LÍQUIDO -11.148 -143.009 -154.157

Balanço O valor do Activo Líquido da REFER atingiu no exercício em análise o montante de 6.046.155.591euros, registando um acréscimo de 6% comparativamente com o período homólogo do ano anterior. Em 2004 assistiu-se a um acréscimo de 41%, comparado com o ano de 2003, na rubrica de Imobilizações Incorpóreas. Para este incremento contribui um aumento de 92% na conta de Despesas

64

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

de Investigação e Desenvolvimento. A REFER investiu ao longo deste ano na implementação de e- projectos principalmente na área de Exploração, nomeadamente, a solução de gestão de limitação de velocidade. Simultaneamente, foram instalados quiosques multimédia nas estações e para além disso está a ser implementado na Direcção Geral de Exploração Conservação um modelo de “Custeio Sistema Analítico Gestão de Infra-estruturas”e novas aplicações informáticas. Em termos estruturais, o Imobilizado Líquido registou um aumento, representando 97% do total do Activo, no ano anterior esse peso era de 94%, facto que se justifica por nunca terem sido objecto de amortização as ILD, de conta do Estado integradas no Domínio Público Ferroviário. Por este motivo a conta de Outras Reservas, onde estão contabilizados os subsídios concedidos para financiamento destes projectos, nunca foi reduzido proporcionalmente. Salienta-se também, o crescimento de 37% na rubrica de Investimentos Financeiros, justificado essencialmente, pelos resultados positivos das empresas participadas REFER TELECOM e INVESFER, que são contabilizados na conta Partes de Capital – Empresas de Grupo. Contrariamente, há a registar um decréscimo significativo na rubrica Dívidas de terceiros – Curto Prazo, (desceu 48%). A regularização do acordo celebrado entre a REFER e a CP foi o principal motivo desta descida. Destaca-se ainda, outro grande decréscimo registado neste exercício, 59% na rubrica de Acréscimos e Diferimentos. As indemnizações pagas por rescisão de contrato por mutuo acordo eram contabilizadas em Custos Diferidos e amortizados linearmente durante um período de 5 anos. De acordo com os critérios contabilísticos aceites essas indemnizações devem ser consideradas custo do próprio exercício. Assim, em 2004 esta situação foi regularizada o que originou uma redução da conta Custos Diferidos de 76% e um aumento de custos extraordinários (cf. explicação supracitada na conta de Custos Extraordinários). O Passivo registou um acréscimo de 16%, atingindo o montante de 3.600.718.773 euros. A sua estrutura sofreu uma variação, as Dividas a Terceiros a Médio e longo Prazo representam 64% do total do Passivo, (em 2003 representavam 71% do total do Passivo). As Dividas a Terceiros a Curto Prazo, representam 34% do total do Passivo. O valor desta rubrica registou um aumento de 46%. A conta de Dividas a instituições de crédito aumentou consideravelmente, 116%. O atraso na operação de financiamento de médio longo prazo implicou que a REFER tivesse que recorrer a sucessivos empréstimos de curto prazo. A rubrica Provisões para Riscos e Encargos aumentou 49%, este incremento é fundamentado pela constituição de uma provisão para fazer face aos capitais próprios negativos das empresas afiliadas, GIL, S.A. e FERNAVE, S.A, no montante de 8.662.057 euros. O valor do Capital Próprio atingiu o montante de 2.445.436.818 euros, o que significou uma redução de 5%, comparando com o ano anterior.

65

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

Á semelhança do que vem acontecendo nos anos anteriores o valor do Capital Próprio é inferior ao valor do Passivo Total, esta tendência foi agravada este ano, visto que em 2003 representava 83% do Passivo e agora representa apenas 68%. As razões para esta evolução prende-se, pelo agravamento do Resultado Líquido e pelo não aumento do Capital Estatutário, através da atribuição de Dotações de Capital por parte do Estado. Durante o ano de 2004 foram transferidos para Resultados Transitados, para além dos resultados líquidos de 2003, o montante de 14.945.114 euros relativos a juros de mora debitados pela CP até 31-12-2003, 7.776.156 euros da provisão para riscos e encargos para fazer face aos capitais próprios negativos das empresas afiliadas, 12.414.325 euros de anulações de proveitos anteriormente especializados 16.761.008 euros resultantes do Acordo REFER / CP do passado mês de Setembro e o valor das indemnizações por rescisão de contratos de trabalho por mútuo de acordo registados em custos diferidos, que totalizam 20.161.052 euros. Em Setembro deste ano foi celebrado o Acordo REFER / CP que regularizou diversa facturação em divergência, que não estava abrangida pelo 1º Acordo em 2003. Este acordo regularizou facturação proveniente de atrasos, descarrilamentos, outros incidentes e serviços prestados pela REFER às Unidades de Negócio UTML, UVIR, USGL e USGP da CP. Do encontro de contas decorrente daquele Acordo resultou um impacto positivo nas contas da REFER no montante de 18.451.175 euros. A estrutura do Passivo + Capital Próprio sofreu algumas alterações. O Capital Próprio reduziu o seu peso sobre Total do Passivo + Capital Próprio, (41% em 2004, 46% em 2003). As Dividas a Terceiros a Curto Prazo representam 20 % do Total Passivo + Capital Próprio (em 2003 representavam 15%). As Dividas a Médio Longo Prazo mantiveram o seu peso (39%).

Estrutura do Balanço

3,1% 96,9% 20% 41%

39%

Realizado + Disponivel Imobilizado

Capital Próprio Passivo M/L Prazo Curto Prazo

66

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

A análise de indicadores económico-financeiros evidencia uma acentuada descida do rácio de liquidez geral, atingindo este ano um valor mínimo de 0,14. Em 2004 assistiu-se a uma contracção de 37% do Activo Circulante, provocada essencialmente pelo decréscimo da conta Clientes (redução de 71%, relativamente ao ano anterior). A par desta redução, o Passivo Circulante conheceu um acréscimo de 46%, salientando cada vez mais as dificuldades de curto prazo que a REFER enfrenta. O indicador autonomia financeira mantém a tendência decrescente que se tem assistido nos últimos exercícios. O agravamento do Resultado Líquido é uma das razões para a evolução negativa do Capital Próprio. Esta rubrica representa no exercício em análise, 41% do Total do Activo (em 2003 representava 46%), ou seja 60% do activo é financiado pelo endividamento. No que se refere à estrutura de endividamento, o total dos montantes relativos a compromissos de curto prazo representa 34% do Passivo Total, este rácio subiu comparativamente como período homólogo do ano anterior, demonstrando assim, um maior recurso ao crédito a curto prazo para fazer face ás despesas da REFER, o que origina maiores pressões à tesouraria.

Liquidez Geral Autonomia Financeira Estrutura Endividamento

0,90

0,80

0,70

0,60

0,50

0,40

0,30

0,20

0,10

0,00 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004

67

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

Proposta de Aplicação de Resultados Nos termos das disposições em vigor, propõe-se que o Resultado Líquido do Exercício – défice de 154.157.239 euros –, seja transferido para a Conta de Resultados Transitados.

Lisboa, 31 de Março de 2005

O Conselho de Administração

PRESIDENTE – José Braamcamp Sobral

VICE-PRESIDENTE – José Osório e Castro

ADMINISTRADOR – Luís Miguel Silva

ADMINISTRADOR – Manuel Aguiar de Carvalho

ADMINISTRADOR – José Marques Guedes

68

Rede Ferroviária Nacional, EP

Relatório e Contas 2004 O dia 19 de Janeiro de 2004 marcou a reabertura da Linha de Guimarães, após a sua Electrificação e 2004 Reconversão em Via Larga. No dia 21 de Abril de 2004 foi inaugurada a Linha do Minho, no troço Lousado – Nine, e o Ramal de Braga, após sua electrificação e duplicação. Presidida por Sua Exa. O Senhor Primeiro-Ministro, Dr. Durão Barroso, a cerimónia teve lugar na Estação de Braga, seguindo-se uma viagem inaugural até Famalicão

Demonstrações Financeiras

69

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

Demonstrações Financeiras

Balanço a 31 de Dezembro de 2004 (euros) 2004 2003 Código ACTIVO Notas Amortizações e Activo bruto Provisões Activo liquido Activo liquido acumuladas

IMOBILIZADO: Imobilizações incorpóreas: 10 431 Despesas de Instalação 154.561 132.947 21.614 432 Despesas de Invest. e Desenv. 13.542.939 11.117.457 2.425.482 1.262.729 433 Propriedade e Outros Direitos 29.928 29.928 0 443 Imob. Incorp. em curso 14.560.853 14.560.853 10.763.581 28.288.281 11.280.332 17.007.949 12.026.310 Imobilizações corpóreas: 10 421 Terrenos e recursos naturais 128.555.509 128.555.509 114.134.549 422 Edifícios e outras construções 3.397.943.479 4.055.743 3.393.887.736 3.232.871.361 423 Equipamento básico 47.949.751 6.719.241 41.230.510 40.074.768 424 Equipamento de transporte 7.161.336 6.382.844 778.492 963.327 425 Ferramentas e utensílios 449.129 425.015 24.114 10.192 426 Equipamento administrativo 10.331.535 7.924.976 2.406.559 2.429.805 429 Outras imobilizações corpóreas 423.674 189.392 234.282 261.692 441/2/4 Imobilizações em curso 11 2.238.220.199 2.238.220.199 1.929.829.499 448 Adiantamento por conta de imobilizações corpóreas 12.183.731 12.183.731 8.602.752 48.12 5.843.218.343 25.697.211 5.817.521.132 5.329.177.945 Investimentos financeiros: 411 Partes de Capital 10 0 4111 Empresas do Grupo 16 15.364.784 15.364.784 11.466.314 4113 Outras Empresas 16 12.476 12.476 12.564 413 Empréstimos Financiamento 16 4131 Empresas do Grupo 16 6.172.625 6.172.625 3.752.185 4133 Outras Empresas 16 1.871.429 1.871.429 1.871.429 23.421.314 0 23.421.314 17.102.492 CIRCULANTE: Existências: 34 36 Matérias-primas, subsidiárias e de consumo 41 23.642.600 61.000 23.581.600 22.311.540 35 Trabalhos em curso 9.089.600 9.089.600 32 Mercadorias 22 178.662 178.662 360.671 37 Adiantamentos p/conta compras 494.809 494.809 698.357 33.405.671 61.000 33.344.671 23.370.568

Dívidas de terceiros - Curto Prazo 21 Clientes 48.1 32.378.874 0 32.378.874 110.986.876 24 Estado e outros entes públicos 28 51.604.615 51.604.615 67.800.853 22/261/2/8 Outros devedores 48.5 36.251.464 36.251.464 52.620.727 23 120.234.953 0 120.234.953 231.408.456 Títulos Negociáveis 18 Outras Aplicações de Tesouraria 0 Depósitos bancários e caixa: 12 Depósitos bancários 11.359.513 11.359.513 8.466.268 11 Caixa 53.592 53.592 81.236 11.413.105 0 11.413.105 8.547.504

ACRÉSCIMOS E DIFERIMENTOS: 271 Acréscimos de proveitos 16.807.014 16.807.014 28.864.660 272 Custos diferidos 6.405.453 6.405.453 27.172.113 23.212.467 0 23.212.467 56.036.773 Total de amortizações 36.977.543 31.198.447 Total de provisões 61.000 6.030.467

Total do Activo 6.083.194.134 37.038.543 6.046.155.591 5.677.670.048

70

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

Balanço a 31 de Dezembro de 2004 (euros)

Código CAPITAL PRÓPRIO E PASSIVO Notas 2004 2003

CAPITAL PRÓPRIO: 40 51 Capital 35 305.200.000 305.200.000 55 Ajustamentos Partes de Capital -106.428 -229.650 575 Outras reservas 3.100.869.129 3.005.502.846 59 Resultados Transitados -806.368.644 -611.218.579 Subtotal 2.599.594.057 2.699.254.617

88 Resultado líquido 40 -154.157.239 -123.092.410 Total do Capital Próprio 2.445.436.818 2.576.162.207

PASSIVO: Provisões para riscos e encargos: 34 293 Processos Judiciais em curso 48.4 18.343.105 15.400.862 294 Acid.Trab. e Doenças Profissionais 296 Provisões para riscos e encargos-Participadas 8.662.057 298 Outras provisões p/ Riscos e Encargos 2.394.230 2.394.230 299 Provisão Pré Reformas 48.13 841.287 2.496.109 30.240.679 20.291.201 Dívidas a terceiros-Médio e Longo prazo: 29 231/2 Dívidas a instituições de crédito 48.6 2.312.886.111 2.199.281.282 268 Outros credores 2.312.886.111 2.199.281.282

Dívidas a terceiros - Curto prazo: 12/231 Dívidas a instituições de crédito 975.453.971 451.135.679 221/3 Fornecedores, c/c 34.323.903 55.603.201 228 Fornecedores - Facturas em recepção e conferência 15.839.653 11.723.246 229 Adiantamentos a Fornecedores 85.177 85.177 261 Fornecedores de imobilizado, c/c 168.717.139 274.492.451 24 Estado e outros entes públicos 28 3.182.441 3.396.843 262/3/5+267/8/9 Outros credores 20.634.129 39.056.994 1.218.236.413 835.493.591

ACRÉSCIMOS E DIFERIMENTOS: 273 Acréscimos de custos 39.241.392 46.258.939 274 Proveitos Diferidos 114.178 182.828 39.355.570 46.441.767

Total do Passivo 3.600.718.773 3.101.507.841

Total do Capital Próprio e do Passivo 6.046.155.591 5.677.670.048 00 O TÉCNICO OFICIAL de CONTAS O CONSELHO de ADMINISTRAÇÂO

Maria do Céu Pernas PRESIDENTE - José Braamcamp Sobral

VICE-PRESIDENTE - José Osório e Castro

ADMINISTRADOR - Luís Miguel Silva

ADMINISTRADOR - Manuel Aguiar de Carvalho

ADMINISTRADOR - José Marques Guedes 71

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS Periodo findo em 31 de Dezembro de 2004 (euros)

Código CUSTOS E PERDASNotas 2004 2003

61 Custo das mercadorias vendidas e das matérias consumidas: Matérias Subsidiárias 41 24.173.791 24.173.791 60.282.434 60.282.434

62 Fornecimentos e serviços externos 69.848.917 62.857.355

Custos com o pessoal: 641+642 Remunerações 91.726.402 95.560.045 Encargos sociais: 645/7/8 Outros 28.785.821 120.512.223 29.290.442 124.850.487

66 Amortizações do imobilizado corpóreo e incorpóreo 10 6.045.792 6.254.260

67 Provisões 34 8.895.207 14.940.999 1.965.342 8.219.602

63 Impostos 9.209.832 7.096.040

65 Outros custos e perdas operacionais 3.471.177 12.681.009 2.697.239 9.793.279 (A) 242.156.939 266.003.157 681/2+685/8 Juros e custos similares: Outros 45 62.192.215 47.172.069 (C) 304.349.154 313.175.226 69 Custos e perdas extraordinários 46 31.996.673 24.281.819 (E) 336.345.827 337.457.045

86 Imposto s/ Rendimento Exercício 97.452 91.302 (G) 336.443.279 337.548.347

88 Resultado líquido do exercício 40 -154.157.239 -123.092.410

182.286.040 214.455.937

Demonstrações Financeiras

72

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS Periodo findo em 31 de Dezembro de 2004 (euros)

CÓDIGO DAS PROVEITOS E GANHOSNotas 2004 2003 CONTAS

72 Prestação de Serviços 48.1 69.506.312 76.082.682

75 Trabalhos para a própria empresa 48.3 47.576.028 86.405.677

73 Proveitos suplementares 7.031.960 7.681.139

74 Subsídios à exploração 48.2 28.356.213 29.384.612

76 Proveitos Operacionais 879.498 (B) 153.350.011 199.554.110

7815 Rendimentos de títulos negociáveis e de outras aplicações financeiras: Outros 1.098.517 7811/8+782/5/6/8 Outros juros e proveitos similares: Outros 45 8.424.558 8.424.558 480.393 1.578.910 (D) 161.774.569 201.133.020

79 Proveitos e ganhos extraordinários 46 20.511.471 13.322.917

(F) 182.286.040 214.455.937

Resumo: Resultados operacionais: (B) - (A) = -88.806.928 -66.449.047 Resultados financeiros: (D - B) - (C - A) = -53.767.657 0 -45.593.159 Resultados correntes: (D) - (C) = -142.574.585 0 -112.042.206 Resultados antes de impostos: (F) - (E) = -154.059.787 0 -123.001.108 Resultado líquido do exercício: (F) - (G) = -154.157.239 0 -123.092.410

O TÉCNICO OFICIAL de CONTAS O CONSELHO de ADMINISTRAÇÂO

Maria do Céu Pernas PRESIDENTE - José Braamcamp Sobral

VICE-PRESIDENTE - José Osório e Castro

ADMINISTRADOR - Luís Miguel Silva

ADMINISTRADOR - Manuel Aguiar de Carvalho

ADMINISTRADOR - José Marques Guedes

73

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

DEMOSTRAÇÃO DOS RESULTADOS POR FUNÇÕES Periodo findo em 31 de Dezembro de 2004 (euros)

2004 2003

Prestações de Serviços 69.506.312 76.082.682 Custo das Vendas -24.173.791 -60.282.434 Resultado Bruto 45.332.521 15.800.248

Outros Proveitos e Ganhos Operacionais 83.843.699 123.471.428 Custos de Distribuição Custos Administrativos -214.511.971 -203.023.484 Outros Custos e Perdas Operacionais -3.471.177 -2.697.239 Resultados Operacionais -88.806.928 -66.449.047

Rendimentos de participações de capital Relativos a empresas interligadas 3.698.069 19.507 Relativos a outras empresas

Rendimentos de títulos negociáveis e de outras aplicações financeiras Relativos a empresas interligadas Outros 1.098.517

Outros Juros e proveitos similares Relativos a empresas interligadas Outros 4.726.489 460.886

Amortizações e provisões de aplicações e investimentos financeiros

Juros e custos similares Relativos a empresas interligadas -111.435 -1.250.377 Outros -62.080.780 -45.921.692 Resultados Correntes -142.574.585 -112.042.206

Proveitos e Ganhos extraordinários 20.511.471 13.322.917 Custos e Perdas extraordinários -31.996.673 -24.281.819 Resultado Antes de Impostos -154.059.787 -123.001.108

Imposto sobre o rendimento do exercício -97.452 -91.302 Resultado Líquido do Exercício -154.157.239 -123.092.410

O TÉCNICO OFICIAL de CONTAS O CONSELHO de ADMINISTRAÇÂO

Maria do Céu Pernas PRESIDENTE - José Braamcamp Sobral

VICE-PRESIDENTE - José Osório e Castro

ADMINISTRADOR - Luís Miguel Silva

ADMINISTRADOR - Manuel Aguiar de Carvalho

ADMINISTRADOR - José Marques Guedes

7373 - A

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

Anexo ao Balanço e Demonstração de Resultados

74

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

Anexo ao Balanço e Demonstração de Resultados em 31 de Dezembro de 2004

Nota Introdutória

A Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P., abreviadamente designada por REFER, E.P. é uma entidade pública empresarial, dotada de autonomia administrativa e financeira e de património próprio, sujeita à tutela dos Ministérios das Finanças e do Equipamento Social, com sede na estação de Santa Apolónia em Lisboa e foi constituída pelo Decreto-Lei nº 104/97 de 29 de Abril tendo como actividade principal a prestação de serviço público de gestão da infra-estrutura integrante da rede ferroviária nacional e ainda tem como atribuição a construção, instalação e renovação das Infra-estruturas ferroviárias.

Nota 1. Derrogações ao POC

As demonstrações financeiras da empresa foram elaboradas, nos seus aspectos mais significativos, em conformidade com o Plano Oficial de Contabilidade (POC), aprovado pelo Decreto-Lei n.º 410/89, de 21 de Novembro. As notas que se seguem respeitam a numeração sequencial definida no Plano Oficial de Contabilidade. As notas cuja numeração se encontra ausente deste anexo não são aplicáveis à Empresa ou a sua apresentação não é relevante para a leitura das demonstrações financeiras. Todos os valores estão expressos em Euros (Eur), salvo indicação em contrário.

Nota 2. Valores Comparativos

A empresa não procedeu a alterações de práticas e politicas contabilísticas, excepto as referidas nas notas 34 e 48.15, pelo que todos os valores apresentados são comparáveis, nos aspectos materialmente relevantes, com os valores do exercício anterior

Nota 3. Bases de apresentação e principais critérios valorimétricos

As Demonstrações Financeiras foram preparadas no pressuposto da continuação das operações, a partir dos livros e registos contabilísticos da empresa, mantidos de acordo com os princípios de contabilidade geralmente aceites em Portugal. Os critérios valorimétricos utilizados em relação às várias rubricas do Balanço e da Demonstração dos Resultados foram os seguintes:

75

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

Nota 3.1. Imobilizações

O Imobilizado é constituído, essencialmente, por Infra-estruturas ferroviárias de Longa Duração (ILD´s), e engloba património dos Gabinetes extintos, património transferido da CP e investimento realizado pela REFER.

Nota 3.1.1. Imobilizações Incorpóreas

As Imobilizações Incorpóreas encontram-se registadas ao custo de aquisição e são amortizadas pelo método das quotas constantes durante um período de 3 anos.

Nota 3.1.2. Imobilizações Corpóreas

Estão evidenciadas pelos valores de aquisição e/ou transferência e amortizados anualmente, quando aplicável. As amortizações são calculadas pelo método das quotas constantes, para que o valor dos bens seja reintegrado durante a sua vida útil estimada. As taxas de amortização utilizadas foram as seguintes:

Taxas Edifícios 2% e 10% Equipamento básico 3,33% a 20% Ferramentas e utensílios 12.5% a 100% Equipamento de transporte 4% a 100% Equipamento administrativo 12.5% a 100% Outras imobilizações corpóreas 12.5% a 20%

Os encargos financeiros inerentes à aquisição das Infra-estruturas de longa duração são capitalizados em imobilizado em curso, até à data da sua conclusão. O imobilizado considerado Infra-estrutura do Estado não foi objecto de qualquer amortização. No presente exercício, as Infra-estruturas consideradas REFER, foram objecto de amortização.

76

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

Nota 3.1.3. Investimentos Financeiros

Os Investimentos Financeiros dizem respeito a participações nas seguintes empresa:

• GIL – Gare Intermodal de Lisboa, SA • FERBRITAS – Empreendimentos Industriais e Comerciais, SA • INVESFER – Promoção e Com. de Terrenos e Edifícios, SA • REFER TELECOM – Serviço de Telecomunicações, SA • RAVE, SA • FERNAVE – Formação Técnica, Psicologia Aplicada e Consultoria em Transportes e Portos, SA • , SA • CPCOM – Exploração de Espaços Comerciais da CP, SA encontrando-se valorizadas pelo método da equivalência patrimonial. Em 2004 foi adquirida à CP, 40% da participação na CPCOM, mediante o despacho conjunto de 21 de Junho de 2004, dos Ministérios das Finanças e das Obras Públicas, Transportes e Habitação. Foi efectuado no dia 29 de Julho de 2004 um Contrato Promessa de Compra e Venda de acções da Ecosaúde – Educação, Investigação e Consultoria em Trabalho, Saúde e Ambiente, SA, celebrado entre a Fernave, a CP e a REFER, onde a Fernave irá alienar à CP e à REFER, na proporção de 50% / 50% a totalidade das acções que a Fernave detêm da Ecosaúde. A REFER adquira as acções n.º 200001 por Eur. 5 cada num valor global de Eur. 1.000.000 quando se celebrar o Contrato definitivo de Compra e Venda.

Nota 3.2. Existências

As existências são constituídas por matérias-primas, subsidiárias e de consumo e encontram-se valorizadas ao custo de aquisição, utilizando-se o custo médio como método de custeio. A Provisão à data de 31 de Dezembro de 2003 era de Eur. 294.256 tendo sido reduzida para Eur. 61.000 após a inventariação de stocks. Os Trabalhos em curso respeitam à construção do edifício Interrepública.

Nota 3.3. Acréscimos e Diferimentos

77

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

A conta dá expressão ao princípio contabilístico da especialização do exercício, visto que é através dos movimentos nela efectuados que se acrescentam custos ou proveitos, ou se retiram, conforme sejam ou não referentes ao exercício em causa. Nesta conformidade, a REFER regista os custos e proveitos de que não tinha documentação mas que dizem respeito ao exercício, ou que tendo-a, se referem a exercícios vindouros. Durante o ano em curso foram anuladas receitas inerentes às Unidades de Negócio relativas a anos anteriores, por força do Acordo de 22 de Setembro de 2004 em Eur. 12.414.321, por contrapartida de Resultados Transitados. A REFER alterou a sua politica de contabilização no que respeita às indemnizações no que respeita a rescisões de contratos de trabalho por mútuo acordo. (ver nota 48.15)

Nota 3.4. Subsídios atribuídos para financiamento de imobilizações corpóreas

Os subsídios atribuídos à Empresa, a fundo perdido, para financiamento de imobilizações corpóreas, são registados em reservas, uma vez que as ILD´s não são objecto de amortização.

Subsídios Recebidos Montante

PIDDAC 20.641.426 FEDER/IOT 1.497.787 DGTREN 1.725.184 FUNDO DE COESÃO 71.411.886

95.276.283

Nota 3.5. Provisões

As provisões constituídas correspondem às necessidades previstas.

Nota 4. Activos e passivos registados em moeda estrangeira

Todos os activos e passivos expressos em moeda estrangeira, em 31 de Dezembro de 2004, foram convertidos para Euros utilizando-se as taxas de câmbio vigentes naquela data. As diferenças de câmbio foram contabilizadas em resultados.

78

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

Moeda Cotação

Francos Suíços 1,5429 Dólar 1,3621 Coroa Sueca 9,0206

As diferenças de câmbio, favoráveis e desfavoráveis, originadas pelas diferenças entre as taxas de câmbio em vigor na data das transacções e as vigentes na data das cobranças ou pagamentos, foram registadas como proveitos e custos na demonstração de resultados do exercício.

Nota 7. Número médio de pessoal

O número médio de pessoas ao serviço da empresa, no presente exercício foi de 4.362 empregados. Nota 8. Despesas de instalação, de investigação e desenvolvimento e propriedade industrial

As Despesas de Instalação, bem como as de Investigação e Desenvolvimento, incluem essencialmente custos com estudos e projectos relacionados com a implementação da REFER, nomeadamente o Sistema SAP.

Nota 10. Movimento do Activo imobilizado

O movimento ocorrido na rubrica de imobilizações e as respectivas amortizações que constam do balanço estão discriminados nos mapas 10.1 e 10.2. Existem transferências entre contas devido a terem sido efectuadas correcções na classificação de alguns bens.

Nota 11. Custos financeiros capitalizados

Durante o exercício foram imputados a Imobilizações em Curso custos financeiros relacionados com empréstimos contraídos para as financiar. Deste modo, foram capitalizados Eur 23.518.191, dos quais cerca de Eur. 21.811.117 são juros dos empréstimos do BEI, do Banco Berlim, do Banco ABN e do Banco WestLB, sendo o restante referente às Taxas de Aval dos financiamentos referidos. (Ver nota 14 b)

Nota 14. Caracterização das Imobilizações Corpóreas e em Curso: a) • Não existem Imobilizações em poder de terceiros • A totalidade das Imobilizações estão afectas à actividade da empresa

79

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

• Imobilizações implantadas em propriedade alheia: As Imobilizações Corpóreas implantadas em propriedade alheia ascendem a Eur 199.987 e referem-se a Edifícios situados na Av. Fontes Pereira de Melo e na Rua Diogo do Couto. Relativamente a este Edifício existem ainda Imobilizações em Curso no valor de Eur 14.267. • Não existem Imobilizações localizadas no estrangeiro

b) Encargos Financeiros Capitalizados

Aumentos do 01.01.2004 31.12.2004 Ano

Encargos Financeiros Juros 105.005.534 21.811.117 126.816.651 Taxa de Aval 4.035.739 1.707.074 5.742.813

109.041.273 23.518.191 132.559.464

Nota 16. Empresas do grupo, associadas e participadas

80

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

Capitais Resultado Valor de Empresas Participação % Próprios Exercício Balanço Do Grupo FERBRITAS 98,43% 7.790.291 1.690.671 7.667.983 Empreend. Industriais e Comerciais, AS Rua José da Costa Pedreira nº11 - Lisboa INVESFER 99,33% 289.748 52.068 287.807 Promoção e Com. De Terrenos e Edif., AS Palácio de Coimbra - Rua de Santa Apolónia nº 51 - Lisboa REFER TELECOM 100,00% 6.153.371 1.976.478 6.153.371 Serviços de Telecomunicações, AS Estação de Santa Apolónia - Lisboa RAVE 40,00% 2.300.911 -22.360 920.364 Av D.João II Lote 1.07.2.1, 1º Piso- Parque das Nações - Lisboa CPCOM - Exploração de Espaços Comerciais da CP, AS 80,00% 419.073 104.288 335.259 Av. Da República, 90 Galeria Fracção 4 - Lisboa

15.364.784

Associadas GIL 33,00% -21.636.336 -2.076.674 Gare Intermodal de Lisboa, AS Av.Marechal Gomes da Costa, nº 37 - Lisboa

Outras Empresas FERNAVE 10,00% -15.220.659 -1.806.211 Formação Técnica, Psicologia Aplicada e Consultoria em Transportes e Portos, AS Rua Castilho nº 3 - Lisboa METRO MONDEGO 2,50% 499.065 -3.509 12.476 Praça 8 de Maio, 38 - Coimbra 12.476 15.377.260

As informações supra referidas relativas às empresas participadas foram extraídas das respectivas demonstrações financeiras relativas ao exercício em aprovação. As participações financeiras que detemos sobre aquelas empresas são valorizadas pelo método da Equivalência Patrimonial. A REFER constituiu uma provisão para riscos e encargos para retractar as suas responsabilidades decorrentes da participação nos capitais próprios das entidades GIL e Fernave. (ver nota 40) Às empresas do Grupo – Ferbritas, REFER Telecom e Invesfer e outras empresas – Fernave – foram concedidos empréstimos – Suprimentos com carácter de permanência prolongada, num total de Eur 9.249.054, repartidos do seguinte modo:

81

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

Empresa Montante

Empresas do Grupo Ferbritas 997.861 Refer Telecom 500.000 Invesfer 4.674.764 6.172.625 Outras empresas Fernave 1.871.429 1.871.429

8.044.054

O empréstimo à Invesfer vence juros à taxa Euribor 12M + 1,5% e será reembolsado entre 2007 e 2009.

Nota 22. Mercadorias em Trânsito

Em 31.12.2004 os cerca de Eur 178.662 de Mercadorias em Trânsito referem-se a Aparelhos de Mudança de Via (AMV’S), cujos desenhos não estão aprovados, não podendo ser criada a respectiva nomenclatura. Estes AMV’s transitaram nesta rubrica do exercício anterior.

Nota 23. Dívidas de Cobrança Duvidosa

No decorrer do exercício de 2004 foi anulada a provisão para clientes de cobrança duvidosa em Eur. 5.736.211 por força de negociações que culminaram no acordo de Setembro de 2004.

Nota 25. Dívidas activas e passivas com o pessoal

O total das dívidas referentes ao pessoal da empresa é o seguinte:

2004 2003

Saldos Credores 767.632 645.192 Saldos Devedores 518.484 499.431

Nota 28. Estado e Outros Entes Públicos

82

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

À data de 31 de Dezembro de 2004, não existiam dívidas em situação de mora com o Estado e Outros Entes Públicos. O valor desta rubrica é composto por:

2004 2003

Activo Passivo Activo Passivo

IVA 50.867.432 66.702.628 Imp. S/ Rendimento 339.508 1.137.689 394.982 1.053.023 Segurança Social 396.836 2.028.809 703.243 2.343.670 Outros 839 0 150

51.604.615 3.166.498 67.800.853 3.396.843

Nota 29. Dívidas a terceiros a mais de cinco anos

As dívidas a Médio e Longo prazo encontram-se repartidas do seguinte modo:

Descrição Valor Data Fim Taxas

Dívidas a Instituições bancárias a mais de 5 anos

BEI - Travessia Ferroviária do Tejo 99.759.579 15.09.2016 2,150% BEI - Projecto Linha do Douro 43.894.215 15.09.2016 2,150% BEI - Travessia Ferroviária do Tejo - B 79.807.663 15.09.2017 2,150% BEI - CPIII Linha do Norte - B 49.879.790 15.06.2022 2,150% BEI - CPIIE 16.495.115 15.06.2012 2,160% BEI - Linha do Minho - A 66.835.393 15.09.2018 2,150% BEI - Travessia Ferroviária do Tejo - C 88.449.969 15.09.2018 2,150% BEI - CPIIB 11.971.149 15.09.2011 4,830% BEI - CPIII Linha do Norte - D 25.937.491 15.09.2020 2,150% BEI - Ligação ao Algarve - A 90.000.000 15.09.2021 2,150% BEI - Ligação ao Algarve - B 30.000.000 15.03.2022 2,150% BEI - Linha do Minho - B 59.855.748 15.09.2021 2,150% BEI - CPIII2 Linha do Norte A 100.000.000 15.03.2022 2,150% BEI - CPIII2 Linha do Norte B 200.000.000 15.12.2023 2,150% BEI - Suburbanos 100.000.000 16.06.2004 2,150% Berlin 250.000.000 04.08.2010 2,185% ABN 300.000.000 11.04.2011 2,008% WESTLB 200.000.000 08.10.2012 2,048% Logo Securities 1 250.000.000 30.01.2008 2,495% Logo Securities 2 250.000.000 30.01.2009 2,545% 2.312.886.111

Os empréstimos foram contraídos exclusivamente para financiamento de projectos de investimento. Os juros são pagos trimestral, semestral ou anualmente e postecipadamente. Com excepção dos empréstimos do ABN, do Berlin, do WestLB e do Logo Securities que serão pagos de uma só vez, nos restantes o capital é

83

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

reembolsado em anuidades iguais e consecutivas, após o período de carência. Todos os empréstimos, com excepção do Logo Securities, têm Aval do Estado.

Nota 32. Garantias prestadas

Em 31 de Dezembro de 2004 a REFER tinha assumido responsabilidades por garantias prestadas, como segue:

Garantias Bancárias Prestadas a Clientes 3.366.886

Garantias Bancárias Prestadas a Fornecedores 3.423.645

Outras Garantias 7.863.327

Livranças prestados pela REFER

Barclays Bank 75.000.000

Esta livrança está associada à linha de crédito concedida.

Nota 34. Movimento ocorrido nas provisões

O desdobramento das contas de Provisões acumuladas e respectivo movimento do exercício foi o seguinte:

Contas Saldo Inicial Aumentos Reduções Saldo Final

281 - Prov.Clientes Cob.Duvidosas 5.736.211 5.736.211 0 5.736.211 0 5.736.211 0

293 - Prov. Judiciais em curso 15.400.861 8.009.307 5.067.064 18.343.104 296 - Prov. Riscos e Enc-Participadas 0 8.662.057 8.662.057 298 - Prov. Outros 2.394.230 2.394.230 299 - Prov. Pré Reformas 2.496.109 1.654.822 841.287 20.291.200 16.671.364 6.721.886 30.240.678

396 - Prov. Mat. Primas 294.256 233.256 61.000 294.256 0 233.256 61.000

26.321.667 16.671.364 12.691.353 30.301.678

A Provisão dos Processos Judiciais em curso inclui os processos judiciais do Apoio Jurídico, bem como os referentes às Relações de Trabalho.

84

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

A Provisão para Acidentes de Trabalho diz respeito a custos com acidentes que irão ser custeados nos exercícios seguintes. Em 2000 a REFER celebrou com a Companhia de Seguros Império, um Seguro de Acidentes de Trabalho pelo que deixa de fazer sentido ter esta provisão. A Provisão para Pré Reformas diz respeito a pessoas de áreas que transitaram da CP em situação de Pré Reforma, pelo que foi constituída a respectiva provisão, sendo utilizada nos exercícios a que dizem respeito. Esta provisão termina em 2007. A Provisão para Riscos e Encargos – Participadas destina-se a retractar a responsabilidade da REFER decorrente da participação nos capitais próprios da GIL – Gare Intermodal de Lisboa, SA e Fernave – Formação Técnica, Psicologia Aplicada e Consultoria em Transportes e Portos, SA os quais apresentam valores negativos de cerca de Eur.21.636. 336. e Eur. 15.22.659, respectivamente. O impacto desta alteração reflectiu-se em Resultados Transitados e Resultados do exercício em Eur. 7.776.157 e Eur. 885.900, respectivamente.

Nota 35. Movimento ocorrido no capital O Estado Português detém 100% do capital da REFER. O Capital Estatutário no presente exercício não sofreu qualquer alteração. Nota 40. Variação das outras rubricas de capital próprio O movimento ocorrido nas rubricas de Capitais Próprios, das rubricas constantes no balanço, foi o seguinte:

85

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

Contas Saldo Inicial Aumentos Regularizações Saldo Final

51 - Capital Estatutário 305.200.000 305.200.000 55 - Ajustamentos de Partes de Capital -229.650 123.222 -106.428 57 - RESERVAS 575 - Subsídios Transferidas: dos extintos GNFL, GNFP, GECAF 678.085.773 678.085.773 da CP ( Anexo III e 2º Semestre) 128.604.887 128.604.887 da CP (Anexo IV e V) 716.452.794 716.452.794 Subsidios obtidos: PIDDAC 592.195.625 20.641.426 612.837.051 FEDER/IOT 368.585.997 1.497.787 370.083.784 F COESÃO 469.534.261 71.411.887 540.946.148 DGTREN 1.725.185 1.725.185 DGVII 9.780.503 9.780.503 Expo 98 31.147.349 31.147.349 UE - Feder 7.101.823 7.101.823 AP Lisboa 949.736 949.736 INTF 158.713 158.713 SETEP 8.479 8.479 REN 2.418.465 2.418.465 PRODOURO 67.338 67.338 COPÉRNICOS 9.572 9.572 AP Aveiro 373.529 373.529 3.005.474.844 95.276.285 0 3.100.751.129 576 - Doações 28.000 90.000 118.000 57 - RESERVAS 3.005.273.194 95.366.285 123.222 3.100.869.129 59 - Resultados transitados -611.218.579 -72.057.655 -123.092.410 -806.368.644 Resultado do exercício -123.092.410 -154.157.239 123.092.410 -154.157.239

2.576.162.205 -130.848.609 123.222 2.445.436.818

Nota 41. Custo das mercadorias vendidas e matérias consumidas

Demonstração do custo das mercadorias vendidas e das matérias consumidas:

2004 2003

Existência Inicial 22.605.796 30.596.831 Compras 24.276.144 50.203.376 Ganhos em Existências(Sobras) 296.048 973.491 Existências Finais -23.642.600 -22.605.796 Outros 638.403 1.114.532

Custos no exercício 24.173.791 60.282.434

Estes custos correspondem a material vendido e consumido, material incorporado no Investimento e na regeneração de Aparelhos de Mudança de Via.

Nota 43. Remunerações dos membros dos Órgãos sociais

86

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

As remunerações atribuídas aos Órgãos Sociais foram as seguintes:

2004 2003

Conselho Administração 522.727 508.463 Comissão Fiscalização 14.258 25.664

Nota 45. Demonstração dos Resultados Financeiros

2004 2003

Custos e perdas Financeiras 681 - Juros suportados 57.292.766 42.592.422 682 - Perda Emp.Grupo e Assoc. 234.658 1.250.377 685 - Diferenças de câmbio desfavoráveis 4.830 16.165 688 - Outros custos e perdas financeiras 4.659.961 3.313.105 Resultado Financeiro -53.767.657 -45.593.159 8.424.558 1.578.910

Proveitos e ganhos Financeiros 781 - Juros Obtidos 4.713.320 1.437.235 782 - Ganhos Emp.Grupo e Assoc. 3.698.069 19.507 785 - Diferenças de câmbio favoráveis 4.702 13.039 786 - Descontos de pronto pagamento 7.973 19.504 788 - Outros prov. e ganhos financeiros 494 89.625 8.424.558 1.578.910 A demonstração dos resultados financeiros é como segue: Dos juros suportados, cerca de 30% dizem respeito a juros de linhas de curto prazo. As Perdas em Empresas do Grupo e Associadas, referem-se às participações na REFER Telecom, RAVE, CPCom e Metro Mondego e às amortizações dos Ajustamentos de Partes de Capital, durante 5 anos, das participações na GIL, Ferbritas, Invesfer, REFER Telecom e Metro Mondego. A rubrica Outros Custos e Perdas Financeiras é composta do seguinte modo:

2004 2003

Serviços Bancários 1.786.032 655.902 Gastos c/Emissão Obrigações 4.417 38.249 Taxa Aval 1.720.890 1.432.937 Diferenças arredondamentos 35 Outros não específicados 1.148.587 1.186.017

4.659.961 3.313.105

87

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

A Taxa de Aval diz respeito aos empréstimos BEI, ABN, Berlin e WestLB tendo sido capitalizada em cerca de Eur 1.707.074. Os Outros não especificados, a quase totalidade do valor (99,99%), diz respeito às despesas com os empréstimos Logo Securities I e II, que estão a ser diferidas por 5 e 6 anos, respectivamente. Os Ganhos em Empresas do Grupo referem-se à Equivalência Patrimonial efectuada na Invesfer, Ferbritas e REFER Telecom.

Nota 46. Demonstração dos Resultados Extraordinários

A demonstração dos resultados extraordinários é como segue:

2004 2003

Custos e perdas Extraordinárias 691 - Donativos 44.124 10.701 693 - Perdas em Existências 292.618 657.545 694 - Perdas em Imobilizações 86.986 130.276 695 - Multas e penalidades 3.373 4.142 696 - Amortizações 787 116.162 697 - Correcções Exercícios Anteriores 13.173.790 11.313.845 698 - Outros custos e perdas extraordinários 18.394.995 12.049.148 Resultado Extraordinário -11.485.202 -10.958.903 20.511.471 13.322.916

Proveitos e ganhos Extraordinários 791 - Restituição Impostos 195 367 793 - Ganhos em Existências 2.451.658 973.325 794 - Ganhos em Imobilizações 91.704 21.542 795 - Benef. Penal. Contratuais 68.102 21.923 796 - Reduções Amortizações e Provisões 12.695.844 4.266.854 797 - Correcções Exercícios Anteriores 5.189.979 8.019.262 798 - Outros proveitos e ganhos extraordinários 13.989 19.643 20.511.471 13.322.916 Cerca de 27% do saldo da rubrica Custos e Perdas - Correcções Exercícios Anteriores, corresponde à indemnização paga à Contacto e resultante do Acordo no CSOPT e cerca de 10% refere-se à anulação de facturas de 2000, emitidas à TEX, referentes a ocupação de espaços nas estações. Em Outros Custos e Perdas Extraordinários cerca de 6% da conta referem-se às Pré Reformas (ver Nota 48.13), às Indemnizações de Rescisões por mútuo acordo do ano corrente, que deixaram de ser diferidas por um período de 5 anos (Ver Nota 48.15), correspondem 89%. No que respeita aos Proveitos e ganhos Extraordinários, na rubrica Ganhos em existências Eur. 2.155.610 respeitam à anulação do adiantamento p/ vendas da LS, por força do contrato de cessão de posição contratual à INVESFER. Na rubrica Reduções de Amortizações e Provisões, cerca de 13% diz respeito à utilização da Provisão para Pré Reformas, 40% está relacionado com os Processos Judiciais resolvidos e 45% com a anulação da Provisão para Cobrança Duvidosa, face ao acordo com a CP de Setembro 2004.

88

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

Na rubrica Proveitos e Ganhos – Correcções de Exercícios Anteriores perto de 54 %, diz respeito à correcção da Provisão de Férias e Subsídio de Férias de 2003.

Nota 47. Informações exigidas por diplomas legais

Nota 47.1. Informação a que se refere o Despacho do Secretário de Estado do Tesouro, de 25 de Junho de 1980:

• Encargos com estruturas representativas dos trabalhadores

Para os trabalhadores envolvidos a tempo inteiro - Dirigentes Sindicais e Comissão de Trabalhadores - foram determinados encargos para a estrutura representativa dos trabalhadores, no exercício de 2004 no montante total de Eur. 233.867 discriminado do seguinte modo:

Montante

Retribuição Mensal 134.888 Diuturnidades 13.234 Sub. Férias e Décimo Terceiro mês 26.018 Contribuição Patronal 43.713 Outros 16.014

233.867

• Número de trabalhadores envolvidos

A tempo parcial ( nº médio): Dirigentes sindicais 137 Comissão e Subcomissões 28

A tempo inteiro: Dirigentes sindicais 12 Comissões Trabalhadores 1

Nota 47.2. Informação a que se refere o Decreto – Lei nº 411/91 de 17 de Outubro:

89

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

A dívida à Segurança Social – T.S.U. ascende a Eur 2.014.830, não se encontrando qualquer valor em situação de mora.

Nota 48. Informações adicionais

Outras informações consideradas relevantes para melhor compreensão da posição financeira e dos resultados:

Nota 48.1. A REFER começou no exercício de 1999 a fase de exploração das suas infra estruturas e consequentemente a cobrança da taxa de uso aos operadores ferroviários - CP e FERTÁGUS, bem como outros serviços.

À data de 31.12.2004 a dívida daquelas duas entidades está repartida do seguinte modo:

Montante

CP 30.789.447 Fertágus 1.577.162 Outros 12.265

32.378.874

Neste exercício a CP aceitou a Taxa de Uso debitada pela REFER, num total de Eur 55.754.918. Em relação à Fertágus, não tem sido efectuado qualquer pagamento, visto que de acordo com o contratualmente estabelecido, o tráfego encontra-se abaixo da banda mínima de referência, para poder ser facturada. Nos termos do Dec-Lei nº 189-B/200, de 2 de Junho, o Estado tem compensado a REFER do montante daquela taxa, valor incluído no montante de Indemnizações Compensatórias recebidas. Em 2004, o valor referente à Taxa de Uso devida pela Fertágus ascendeu a Eur 2.438.004. Do encontro de contas decorrente do acordo REFER / CP de Setembro de 2004 resultou um saldo a favor da REFER de Eur. 18.451.175 já liquidado pela CP.

Nota 48.2. Durante o presente exercício foram contabilizados Eur 25.907.252 a título de Normalização de contas (RCM 51/2003).

Nota 48.3. Os Trabalhos para a Própria Empresa englobam essencialmente os custos com os materiais aplicados no investimento, o custo de funcionamento das equipas de projecto da REFER e o custo de gestão e administrativos das actividades directamente relacionadas com o investimento, sendo este no valor de Eur 12.914.938.

90

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

Nota 48.4. No final do exercício de 2004, os processos judiciais, em curso, referentes a expropriações, atingem o valor de Eur 4.138.999. Os processos judiciais objecto de provisão referem-se a acidentes e pedidos de indemnização por estragos, por ocupação de terreno, etc, que ascendem a Eur 9.313.846, dos quais Eur. 6.800.000 do Grupo Dragados SA, e a processos das relações do trabalho que atingem o montante de Eur 9.029.256.

Nota 48.5. A rubrica Outros Devedores é composta por:

2004 2003

Fornecedores 3.694.108 6.768.892 Pessoal 518.484 Valores a Regularizar 8.059.586 22.173.987 Outros devedores e credores 23.956.467 22.963.168 Outros 22.819 714.680

36.251.464 52.620.727

Na rubrica Valores a Regularizar, encontram-se cerca de Eur 2.585.699 referentes a pedido de reembolso de IVA cujo direito à dedução ultrapassou o prazo de um ano, dos quais já foram pedidos aos Serviços do IVA cerca de Eur 1.993.620. (Eur 517.146 em Julho de 2001, Eur 582.499 Novembro de 2002 e EUR. 893.975 em Agosto de 2004). Perto de Eur 3.054.170, dizem respeito ao IVA das facturas de Investimento, a ser objecto de a regularização em 2005. Na rubrica Outros Devedores, encontram-se cerca de Eur 11.286.370 (correspondente a 47% do saldo) nas contas dos Tribunais, para fazer face aos processos de Expropriações. A O2 – Tratamento de Ambiente, o Parque Expo, a REFER Telecom, a CPCom e a Fernave perfazem cerca de 25% do saldo.

Nota 48.6. Existem Eur 2.024.792.111 referentes a Avales prestados pelo Estado, pelos empréstimos do BEI, do Empréstimo Obrigacionista CP 1995/2005, dos Empréstimos dos Bancos Berlin, ABN e WestLB.

Nota 48.7. À data de 31 de Dezembro de 2004 existem cerca de Eur 186.743.772 de Garantias Bancárias Recebidas de Fornecedores, e cerca de Eur 35.846.048 referentes a Outras Garantias Recebidas de Fornecedores.

Nota 48.8. Em relação a Garantias Bancárias Recebidas de Clientes/Devedores, existem cerca de Eur 1.286.471, à data de 31.12.2004.

Nota 48.9. Com a aquisição das acções da FERBRITAS, a REFER assumiu em 1999 integralmente as obrigações daí decorrentes, o que origina que a REFER passará a ser responsável pelas cartas de conforto subscritas a favor do Banco Mello relativas a Leasings Imobiliários / Financiamentos de Médio e Longo Prazo até aos montantes de Eur 4.239.782 e Eur 498.798, respectivamente.

91

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

Nota 48.10. Em relação à Invesfer, a REFER é responsável pelas cartas de conforto que foram subscritas a favor do BPI, relativas a crédito de curto prazo, Médio e Longo prazo e leasing de viaturas, até aos montantes de Eur 274.339, Eur 39.904 e Eur 67.116, respectivamente.

Nota 48.11. Para a Fernave, a REFER é responsável pela carta de conforto subscrita a favor Banco Espírito Santo, relativa a um financiamento de curto prazo até ao montante de Eur 2.743.388.

Nota 48.12. Cerca de 98,74% do total de Imobilizações Corpóreas, correspondem a Imobilizado de conta do Estado (ILD`s). Assim, esta rubrica atingiu em 31.12.04 Eur 5.769.811.808, dos quais Eur 2.230.147.563 respeitam a Imobilizado em Curso.

Nota 48.13. Com a transferência de cerca de um milhar de trabalhadores pré-reformados anteriormente à constituição da REFER que exerciam a sua actividade em áreas transferidas para esta Empresa em 1998 e 1999, a REFER teve necessidade de constituir provisões de Eur 25.285.517, as quais estão a ser utilizadas nos exercícios a que dizem respeito. Esta provisão termina em 2007.

Nota 48.14. A rubrica Outros Credores é composta por:

2004 2003

Credores diversos 5.015.507 10.608.940 Pessoal 767.632 Adiantamentos p/ vendas 13.114.231 13.589.633 Valores a Regularizar 17.395 Obrigacionistas 11.590.298 Outros 1.736.759 3.250.728

20.634.129 39.056.994

Na rubrica Adiantamentos p/ vendas as firmas Visabeira, Condiana e El Corte Inglês perfazem cerca de 77% do Saldo.

Nota 48.15. A REFER pagou no decurso dos exercícios de 2000 a 2003 indemnizações a empregados relativas a rescisões de contratos de trabalho por mútuo acordo, nos montantes de Eur. 4.868.831, Eur. 11.668.418, Eur. 13.384.742 e Eur. 8.111.342, respectivamente. Os referidos valores, que se encontravam à data de 31 de Dezembro de 2003 registados na rubrica de custos diferidos em Eur. 20.161.052, estavam a ser amortizados por um período de cinco anos. Em 2004 essa metodologia foi alterada tendo o custo relativo ao ano em curso sido levado a uma conta de Outros Custos e Perdas Extraordinários e a verba registada na conta de Custos Diferidos foi transferida para Resultados Transitados.

92

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

Desta alteração resultou um agravamento dos custos de Eur. 5.541.053 (custos de 2004 Eur. 16.434.650 – Custos pelo método anterior Eur. 10.893.597) e dos resultados transitados de Eur. 20.161.052.

Nota 48.16. Durante o ano de 2004 foram transferidos para Resultados Transitados, para além dos resultados de 2003, e da verba de Eur 20.161.052 referida no ponto anterior, Eur. 14.945.114 relativos a juros de mora debitados pela CP até 31-12-2003, Eur. 7.776.156 da provisão para riscos e encargos, Eur. 12.414.325 de anulações de proveitos anteriormente especializados e Eur. 16.761.008 resultantes dos Acordo REFER / CP do passado mês de Setembro.

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

Presidente José Braamcamp Sobral

TÉCNICO OFICIAL de CONTAS Vice-Presidente José Osório e Castro

Maria do Céu Pernas Administrador Luís Miguel Silva

Administrador Manuel Aguiar de Carvalho

Administrador José Marques Guedes

93

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

10.1 Movimento Ocorrido nas Rubricas do Activo Imobilizado (euros)

RubricasSaldo Inicial Transf/Reg Aumentos Abates Saldo Final

Imobilizações Incorpóreas Despesas de Instalação 122.140 32.421 154.561 Despesas de Investigação e Desenvolvimento 10.776.763 2.766.176 13.542.939 Propriedade Industrial e Outros Direitos 29.928 29.928 Imobilizações em Curso 10.763.581 -919.586 4.716.858 14.560.853 21.692.412 1.879.011 4.716.858 28.288.281 Imobilizações Corpóreas ILD`s (Estado) Terrenos e Recursos Naturais 113.506.577 14.420.960 127.927.537 Edificios e Outras Construções 3.208.427.340 160.856.958 3.369.284.298 Equipamento Básico 30.268.679 30.268.679 Imobilizações em Curso 1.922.411.452 -178.385.466 486.121.577 2.230.147.563 Adiant. P/conta de Imob.Corpóreas 8.602.752 -5.323.853 8.904.832 12.183.731 5.283.216.800 -8.431.401 495.026.409 5.769.811.808 REFER Terrenos e Recursos Naturais 627.972 627.972 Edificios e Outras Construções 27.606.522 1.137.020 84.361 28.659.181 Equipamento Básico 15.159.692 1.694.571 826.810 17.681.073 Equipamento de Transporte 6.954.997 112.781 353.176 259.617 7.161.337 Ferramentas e Utensílios 404.479 44.650 449.129 Equipamento Administrativo 8.920.332 145.948 1.265.254 10.331.534 Outras Imob. Corpóreas 401.448 22.226 423.674 Imobilizações em Curso 7.418.045 -2.302.372 2.956.962 8.072.635 67.493.487 787.948 5.469.078 343.978 73.406.535 5.350.710.287 -7.643.453 500.495.487 343.978 5.843.218.343 Investimentos Financeiros Partes de Capital Empresas do Grupo 11.466.314 3.586.722 311.748 15.364.784 Empresas Associadas Outras Empresas 12.564 -88 12.476 Emprestimos Financiamento Empresas do Grupo 3.752.185 2.420.440 6.172.625 Outras Empresas 1.871.429 1.871.429 17.102.492 3.586.634 2.732.188 23.421.314

10.2 Movimento Ocorrido nas Amortizações das Rubricas (euros)

Rubricas Saldo InicialTransf/Reg Aumentos Abates Saldo Final

Imobilizações Incorpóreas Desp de Instalação 122.140 10.807 132.947 Desp Invest e Desenvolvimento 9.514.034 1.603.422 11.117.456 Prop Indust e Outros Direitos 29.928 29.928 9.666.102 1.614.229 11.280.331 Imobilizações Corpóreas Edificios e Outras Const 3.162.502 896.616 3.375 4.055.743 Equipamento Básico 5.353.602 -4.491 1.370.130 6.719.241 Equipamento de Transporte 5.991.670 650.790 259.617 6.382.843 Ferramentas e Utensílios 394.287 30.728 425.015 Equipamento Administrativo 6.490.527 1.434.450 7.924.977 Outras Imob Corpóreas 139.756 49.637 189.393 21.532.344 -4.491 4.432.351 262.992 25.697.212 31.198.446 -4.491 6.046.580 262.992 36.977.543 94

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

DEMONSTRAÇÃO DE ORIGEM E APLICAÇÃO DE FUNDOS Periodo findo em 31 de Dezembro de 2004

ORIGEM DOS FUNDOS APLICAÇÃO DOS FUNDOS

Internas Aumentos de imobilizações Resultado Liquido do Exercício -154.157.239 Imobilizações Incorpóreas Amortizações 5.779.097 Variação de provisões 9.949.478 Imob. Em Curso 6.595.869 -138.428.664 6.595.869 Externas Aumentos dos capitais próprios Imobilizações Corpóreas Ajustamentos de Capital 123.222 Equipamento Básico 826.810 Aumentos de reservas 95.366.283 Equipamento de Transporte 353.176 95.489.505 Ferramentas e Utensilios 44.650 Movimentos financeiros a médio e longo prazo Equipamento Administrativo 1.265.254 Aumento das dívidas a terceiros Outras Imob. Corporeas 22.226 Empréstimos Obtidos 113.604.829 Imobilizações em Curso 481.435.086 113.604.829 Adiantamentos 8.904.832 492.852.034 Diminuições de Imobilizações Investimentos Financeiros 6.318.822 Equipamento Transporte 259.617 Edifícios e Outras Construções 84.362 Aumento dos Resultados Transitados 72.057.654 343.979

Diminuição dos Fundos Circulantes 506.814.730

577.824.379 577.824.379

O TÉCNICO OFICIAL de CONTAS O CONSELHO de ADMINISTRAÇÂO

Maria do Céu Pernas PRESIDENTE - José Braamcamp Sobral

VICE-PRESIDENTE - José Osório e Castro

ADMINISTRADOR - Luís Miguel Silva

ADMINISTRADOR - Manuel Aguiar de Carvalho

ADMINISTRADOR - José Marques Guedes

95

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

DEMOSTRAÇÃO DAS VARIAÇÕES DOS FUNDOS CIRCULANTES Periodo findo em 31 de Dezembro de 2004 (euros)

1. Aumento das existências 1. Diminuição das dívidas de terceiros a curto prazo Mat. Primas, subsidárias e de consumo 1.270.060 Clientes 78.608.002 Trabalhos em curso 9.089.600 10.359.660 Estado e Outros Entes Públicos 16.196.238 Outros Devedores 16.369.263 2. Diminuições das dívidas a terceiros a curto prazo 111.173.503 Fornecedores 21.279.298 Adiantamentos a Fornecedores 0 2. Aumentos das dívidas a terceiros a curto prazo Estado e Outros Entes Públicos 214.402 Instituições de Crédito 524.318.292 Fornecedores de Imobilizado 105.775.312 Fornec. Recep. E conferência 4.116.407 Outros Credores 18.422.865 528.434.699 145.691.877 3. Variação dos acréscimos diferimentos 3. Aumento das disponibilidades Diminuição dos Acréscimos de Proveitos 12.057.646 Bancos 2.893.245 Diminuição de Custos Diferidos 20.766.660 2.893.245 32.824.306

4. Variação dos acréscimos diferimentos 4. Diminuição das disponibilidades Diminuição de Acréscimos de Custos 7.017.547 Caixa 27.644 Diminuição dos Proveitos Diferidos 68.650 27.644 7.086.197 5. Diminuição das existências Mercadorias 182.009 Diminuição dos Fundos Circulantes 506.814.730 Adiantamentos por c/ conta compras 203.548 385.557

672.845.709 672.845.709

O TÉCNICO OFICIAL de CONTAS O CONSELHO de ADMINISTRAÇÂO

Maria do Céu Pernas PRESIDENTE - José Braamcamp Sobral

VICE-PRESIDENTE - José Osório e Castro

ADMINISTRADOR - Luís Miguel Silva

ADMINISTRADOR - Manuel Aguiar de Carvalho

ADMINISTRADOR - José Marques Guedes

96

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

DEMOSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA - Método indirecto Periodo findo em 31 de Dezembro de 2004

2004 2003 Actividades Operacionais : Resultado do Exercício -154.157.239 -123.092.410 Ajustamentos: Amortizações 5.779.097 6.047.227 Provisões 9.949.478 -2.316.407 Aumento das dívidas de terceiros -46.124.873 Diminuição das dívidas de terceiros 111.173.503 231.043.702 Aumento das Existências -10.359.660 Diminuição das Existências 385.557 11.190.711 Aumento das dívidas a terceiros 528.434.699 144.452.115 Diminuição das dívidas a terceiros -145.691.877 -157.848.500 Aumento das Aplicações de Tesouraria Diminuição das Aplicações de Tesouraria 854.000 Aumento dos acréscimos de custos e proveitos diferidos 15.717.397 Aumento dos acréscimos de proveitos e custos diferidos -5.731.221 Diminuição dos acréscimos de custos e proveitos diferidos -7086197 Diminuição dos acréscimos de proveitos e custos diferidos 32.824.306 6.238.542 Fluxo das actividades operacionais (1) 371.251.667 80.430.283 Actividades de Investimento : Investimentos financeiros 6.318.822 667.117 Imobilizações corpóreas 492.508.054 721.872.432 Imobilizações incorpóreas 6.595.869 4.174.528 Fluxo das actividades de investimento (2) 505.422.745 726.714.077 Actividades de Financiamento : Empréstimos obtidos 113.604.829 490.552.047 Fornecedores Aumento de capital Ajustamentos de Partes de Capital 123.222 -40.820 Reservas 95.366.282 163.058.778 Resultados Transitados -72.057.654 Fluxo das actividades de financiamento (3) 137.036.679 653.570.005

Variação de caixa e seus equivalentes (4)=(1)-(2)+(3) 2.865.601 7.286.211 Caixa e seus equivalentes no fim do periodo 11.413.105 8.547.504 Caixa e seus equivalentes no inicio do periodo 8.547.504 1.261.293 Variação de caixa e seus equivalentes 2.865.601 7.286.211

O TÉCNICO OFICIAL de CONTAS O CONSELHO de ADMINISTRAÇÂO

Maria do Céu Pernas PRESIDENTE - José Braamcamp Sobral

VICE-PRESIDENTE - José Osório e Castro

ADMINISTRADOR - Luís Miguel Silva

ADMINISTRADOR - Manuel Aguiar de Carvalho

ADMINISTRADOR - José Marques Guedes

97

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

DEMOSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA - Método directo Periodo findo em 31 de Dezembro de 2004 2004 2003 Actividades Operacionais Recebimentos de clientes 155.146.274 314.807.523 Empréstimos de curto prazo obtidos 524.318.292 77.667.070 Pagamentos a fornecedores -245.572.281 -203.012.533 Pagamentos ao pessoal -120.512.223 -124.850.487 Fluxo gerado pelas operações 313.380.062 64.611.573 Pagamento/recebimento do imposto sobre o rendimento -97.452 -91.302 Outros recebimentos/pagamentos relativos à actividade operacional 60.242.125 29.778.786

Fluxos gerados antes das rubricas extraordinárias 60.144.673 29.687.484

Recebimentos relacionados com rubricas extraordinárias 21.565.742 9.041.168 Pagamentos relacionados com rubricas extraordinárias -32.263.368 -24.488.852 -10.697.626 -15.447.684 Fluxo das actividades operacionais (1) 362.827.109 78.851.373 Actividades de Investimento Recebimentos provenientes de: Investimentos financeiros Imobilizações corpóreas Imobilizações incorpóreas Subsidios de investimento Juros e proveitos similares 8.424.558 1.578.910 8.424.558 1.578.910 Pagamentos respeitantes a: Investimentos financeiros 6.318.822 667.117 Imobilizações corpóreas 492.508.055 721.872.432 Imobilizações incorpóreas 6.595.869 4.174.528 505.422.746 726.714.077 Fluxo das actividades de investimento (2) 496.998.188 725.135.167 Actividades de Financiamento Recebimentos provenientes de: Empréstimos obtidos 113.604.829 490.552.047 Aumento de capital Reservas 95.366.283 163.058.778 Outros 123.222 209.094.334 653.610.825 Pagamentos respeitantes a: Empréstimos obtidos Amortização de contratos Juros e custos similares Dividendos Resultados Transitados -72.057.654 Outros -40.820 -72.057.654 -40.820 Fluxo das actividades de financiamento (3) 137.036.680 653.570.005 Variação de caixa e seus equivalentes (4)=(1)-(2)+(3) 2.865.601 7.286.211 Efeito das diferenças de câmbio Caixa e seus equivalentes no fim do periodo 11.413.105 8.547.504 Caixa e seus equivalentes no inicio do periodo 8.547.504 1.261.293 Variação de caixa e seus equivalentes 2.865.601 7.286.211

O TÉCNICO OFICIAL de CONTAS O CONSELHO de ADMINISTRAÇÂO

Maria do Céu Pernas PRESIDENTE - José Braamcamp Sobral

VICE-PRESIDENTE - José Osório e Castro

ADMINISTRADOR - Luís Miguel Silva

ADMINISTRADOR - Manuel Aguiar de Carvalho

ADMINISTRADOR - José Marques Guedes

98

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

Anexo à Demonstração dos Fluxos de Caixa

Descrição 2004 2003 Numerário 53.592 81.236 Depósitos bancários 11.359.513 8.466.268 Disponibilidades constantes no Balanço 11.413.105 8.547.504

As notas cuja numeração se encontre ausente deste anexo não são aplicáveis 2. Descriminação dos componentes de caixa e seus equivalentes

99

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

Relatórios e Certificação de Contas

100

Rede Ferroviária Nacional, EP Relatório e Contas 2004

Relatórios e Certificação de Contas

101

Rede Ferroviária Nacional, EP

RELATÓRIO E PARECER DA COMISSÃO DE FISCALIZAÇÃO (Exercício de 2004)

I - Introdução

1. De acordo com a alínea b) do nº 1 do artigo 11.º dos Estatutos da Rede Ferroviária Nacional – REFER, EP, que constituem o anexo I do Decreto Lei nº 104/97, de 29 de Abril, compete à Comissão de Fiscalização (CF) emitir parecer sobre os documentos de prestação de contas da Empresa. É no cumprimento dessa disposição estatutária que a CF emite o presente relatório e parecer sobre o Relatório e Contas da REFER, apresentado pelo respectivo Conselho de Administração (CA), relativos ao exercício findo em 31 de Dezembro de 2004.

Como factos relevantes ocorridos em 2004 destacam-se: a conclusão das obras de modernização do “Eixo Atlântico”, permitindo a ligação directa ferroviária entre Braga e Faro; conclusão do processo de atribuição de nota de risco à REFER, pelas agências internacionais “Moody’s” e “Standard & Poor’s”, proporcionando, assim, o acesso a mercados de capitais internacionais; encerramento do Túnel do Rossio para realização de obras de reparação..

Os membros que compõem o actual Conselho de Administração (1 presidente, 1 vice-presidente, 3 vogais) foram nomeados pela Resolução nº. 102/2004 (2ª. Série), de 27/10, que transitaram do anterior Conselho, nomeado pela Resolução nº. 75/2002, de 04/11, com excepção de um dos vogais.

2. A REFER foi criada pelo Decreto-Lei nº. 104/97, de 29 de Abril, tendo iniciado a sua actividade em 4/5/97.

A REFER, EP continua a reger-se pelos estatutos anexos ao Decreto-Lei nº. 104/97, de 29/4, os quais não foram ainda adaptados ao regime do capítulo III do Decreto- Lei nº. 558/99, de 17/12.

II – Actividade Desenvolvida pela Comissão de Fiscalização

1. No decorrer do exercício, a CF acompanhou com regularidade a actividade e gestão da Empresa, tendo sido solicitados e obtidos os esclarecimentos necessários do Conselho de Administração e dos Serviços.

2. Analisámos as actas das reuniões do Conselho de Administração, bem como da documentação de suporte que, na sequência da apreciação efectuada, foi entendido solicitar.

3. Da análise das referidas actas e da apreciação de assuntos que nas circunstâncias foram suscitados, formulámos recomendações à Empresa e ao próprio Conselho de Administração, as quais foram integralmente acolhidas.

4. Durante o ano de 2004 emitimos os relatórios trimestrais a que se refere o nº. 2. do artigo 11º. dos Estatutos da REFER, EP, tendo os mesmos sido enviados às tutelas financeira e sectorial, ao Conselho de Administração e à Inspecção-Geral de Finanças.

5. Acompanhámos a execução financeira dos projectos de investimento da Empresa e a sua forma de financiamento.

6. Acompanhámos a evolução da situação financeira e da tesouraria da Empresa.

7. Analisámos a evolução das principais rubricas de custos e proveitos.

8. Efectuámos todas as reuniões ordinárias, com a periodicidade mensal, tendo a CF reunido dezasseis vezes durante o ano de 2004.

9. No desenvolvimento da nossa actividade obtivemos o apoio dos auditores externos, com quem estabelecemos um contacto permanente, através do membro ROC.

Levámos a efeito um conjunto de acções específicas sobre procedimentos contabilísticos e outros de controlo interno, por intermédio do membro ROC desta Comissão, com vista à formação da nossa opinião sobre as demonstrações contabilísticas, numa base de teste, através do exame dos documentos de suporte, tendo o mesmo emitido a correspondente certificação legal de contas e o relatório anual sobre a fiscalização efectuada, documentos com os quais concordámos.

2/5

III- Apreciação do Relatório e Contas da REFER

1. O Relatório do CA refere com suficiente clareza a forma como decorreu a actividade da Empresa durante o exercício de 2004.

2. O membro ROC da CF produziu, relativamente ao exercício findo em 31 de Dezembro de 2004, o seu relatório anual, nos termos da alínea a) do nº. 1 do artigo 52º do Decreto-Lei nº 487/99, de 16/11, bem como a correspondente Certificação Legal de Contas, com a reservas e as ênfases consideradas apropriadas pelo ROC, cujos conteúdos dos referidos documentos mereceram a concordância da CF.

3. O Conselho de Administração da REFER propõe que o Resultado líquido do exercício de 2004, no montante de Euros 154.157.239 negativos, seja transferido para a conta de Resultados Transitados.

4. Os planos de investimentos e financiamentos elaborados pela Empresa e submetidos às respectivas tutelas continuam a não ser objecto de autorização ou aprovação formal, nos termos do disposto na alínea d) do artigo 13.º dos Estatutos.

IV – Situação Económica e Financeira

Analisadas as demonstrações financeiras, entendemos realçar os seguintes aspectos:

1. A REFER regista um Resultado líquido negativo de 154,2 milhões de euros, em 2004, o que representa um agravamento de 25,3% (+31,1 milhões de euros) em relação ao ano anterior, devido fundamentalmente ao decréscimo da Taxa de Utilização da infra-estrutura ferroviária (-7,3 milhões de euros) e aos aumentos significativos de Fornecimentos e serviços externos (+7 milhões de euros) e de Custos financeiros (+ 15 milhões de euros). A conta Resultados transitados foi também afectada negativamente, em cerca de 72 milhões de euros, por efeito de regularizações de situações do passado, tais como acertos de contas na sequência do Acordo com a CP (cerca de 44 milhões de euros, incluindo efeitos indirectos e juros de mora debitados pela CP até finais de 2003), alteração do critério de contabilização das indemnizações por rescisão por mútuo acordo dos contratos individuais de trabalho (20,2 milhões de euros) e constituição de provisões para cobertura de riscos de encargos decorrentes de responsabilidades inerentes às participações em empresas com capitais próprios negativos (7,8 milhões de euros).

3/5

2. Os Custos com o pessoal, que constituem a principal rubrica de custos da Empresa, representando, em 2004, cerca de 50% dos custos operacionais, continuam a diminuir por efeito da redução de efectivos que se verifica desde 1999. Após a absorção de efectivos oriundos da CP, na sequência da respectiva cisão e criação da REFER, foi encetado um processo de reestruturação da empresa, redimensionando os seus recursos técnicos e humanos. O recurso ao “outsourcing”, quer como opção estratégica quer pela utilização de novas infra- estruturas tecnológicas, tem também contribuído para redução de efectivos. O número médio de trabalhadores da Empresa passou de 6.500, em 1999, para 4.436, em 2004, verificando-se neste ano uma redução de cerca de 7,9%. Regista-se uma redução dos Custos com o pessoal de 3,5% em 2004, comparativamente com o ano anterior. Mas em termos de efectivo médio verifica-se um aumento de cerca de 4,8% nos Custos com o pessoal e de 4,2% na sub-rubrica “Remunerações”, a qual engloba apenas os rendimentos auferidos pelos trabalhadores, excluindo as indemnizações por rescisão de contrato individual de trabalho.

3. Grande parte da actividade da Empresa consiste no desenvolvimento de projectos de investimento em infra-estruturas ferroviárias, cujo valor realizado em 2004 é de 494,2 milhões de euros. O grau de execução financeira dos investimentos em 2004 atinge cerca de 77,7% do valor global previsto (636,3 milhões de euros). A cobertura financeira dos investimentos por fundos públicos (PIDDAC e Financiamento Comunitário), o qual atinge apenas 19,3% em 2004, tem vindo a diminuir de uma forma bastante gravosa para a estrutura financeira da Empresa, por via do excessivo aumento do endividamento bancário (para cobertura financeira do investimento e do défice de exploração): 2001 2002 2003 2004 Cobertura Financeira – valor percentual 51,5 40,1 22,8 19,3 Endividamento bancário – milhões de euros 205 317 551 638

4. O endividamento total da Empresa ascende a cerca de 3531,1 milhões de euros, em 31/12/2004 (3.034,8 milhões de euros, em 31/12/2003), aumentando cerca de 496,3 milhões de euros em relação a 31/12/2003. O actual nível de endividamento da REFER corresponde já a cerca de 2,7% do PIB português, com tendência de agravamento face ao elevado défice anual de exploração e à insuficiência de capitais próprios para financiamento dos projectos de investimento em curso, sendo de realçar que os investimentos de modernização e de expansão da rede não têm tido correspondência nos proveitos de exploração, nomeadamente, na taxa de utilização da infra-estrutura ferroviária, mas têm implicado um aumento dos custos de manutenção dos novos

4/5 equipamentos. Essa tendência não se coaduna com os princípios de equilíbrio económico e financeiro da Empresa, consagrados no artigo 8.º do DL 104/97, de 29 de Abril.

V - Parecer

Face ao anteriormente referido, a CF é de parecer favorável à aprovação do Relatório e Contas da Rede Ferroviária Nacional – REFER, EP do exercício findo em 31 de Dezembro de 2004, bem como da proposta de aplicação de resultados formulada pelo CA, com a reserva e as ênfases expressas na Certificação Legal de Contas.

Finalmente, não podemos deixar de registar e agradecer o apoio e colaboração recebidos do Conselho de Administração e dos demais colaboradores e responsáveis das diversas áreas da Empresa, bem como dos Auditores Externos.

Lisboa, 31 de Março de 2005

José António Coelho Alves Portela (Presidente)

SALGUEIRO, CASTANHEIRA E ASSOCIADOS, SROC (vogal ROC) representada por Issuf Ahmad

5/5

SALGUEIRO, CASTANHEIRA & ASSOCIADOS SOCIEDADE DE REVISORES OFICIAIS DE CONTAS (Inscrita sob o n.º 151) SC

CERTIFICAÇÃO LEGAL DAS CONTAS

Introdução

1. Examinámos as demonstrações financeiras da Rede Ferroviária Nacional – REFER, E.P., as quais compreendem o Balanço em 31 de Dezembro de 2004 (que evidencia um total de 6.046.155.591 euros e um total de capital próprio de 2.445.436.818 euros, incluindo um resultado líquido negativo de 154.157.239 euros), as Demonstrações dos resultados por naturezas e por funções e a Demonstração dos fluxos de caixa, referentes ao exercício findo naquela data, e os correspondentes Anexos.

Responsabilidades

2. É da responsabilidade do Conselho de Administração a preparação de demonstrações financeiras que apresentem de forma verdadeira e apropriada a posição financeira da Empresa, o resultado das suas operações e os fluxos de caixa, bem como a adopção de políticas e critérios contabilísticos adequados e a manutenção de um sistema de controlo interno apropriado.

3. A nossa responsabilidade consiste em expressar uma opinião profissional e independente, baseada no nosso exame daquelas demonstrações financeiras.

Âmbito

4. O exame a que procedemos foi efectuado de acordo com as Normas Técnicas e as Directrizes de Revisão/Auditoria da Ordem dos Revisores Oficiais de Contas, as quais exigem que o mesmo seja planeado e executado com o objectivo de obter um grau de segurança aceitável sobre se as demonstrações financeiras estão isentas de distorções materialmente relevantes. Para tanto o referido exame inclui:

______Sede: Rua da Padaria, nº. 25, 1º. Dtº., 1100 – 388 Lisboa – Telefs. 96 608 72 72; 21 494 35 14; Fax: 21 491 10 53 Escritório: Av. 11 de Setembro n.º 14 – 7º B 2700-624 AMADORA – Tel.: 21 491 44 05 / Fax: 21 491 10 53 ______

SALGUEIRO, CASTANHEIRA & ASSOCIADOS SOCIEDADE DE REVISORES OFICIAIS DE CONTAS (Inscrita sob o n.º 151) SC

- a verificação, numa base de amostragem, do suporte das quantias e divulgações constantes das demonstrações financeiras e a avaliação das estimativas, baseadas em juízos e critérios definidos pelo Conselho de Administração, utilizadas na sua preparação;

- a apreciação sobre se são adequadas as políticas contabilísticas adoptadas e a sua divulgação, tendo em conta as circunstâncias;

- a verificação da aplicabilidade do princípio da continuidade; e

- a apreciação sobre se é adequada, em termos globais, a apresentação das demonstrações financeiras.

5. Excepto no que respeita às limitações constantes do parágrafo seguinte, entendemos que o exame efectuado proporciona uma base aceitável para a expressão da nossa opinião.

Reservas

6. Relativamente ao imobilizado corpóreo, a informação disponível continua a revelar-se insuficiente, não permitindo formar opinião sobre a razoabilidade de grande parte dos valores contabilizados nas Demonstrações Financeiras:

- O ficheiro de imobilizado não oferece ainda garantias quanto à integralidade dos respectivos registos, concretamente se todos os bens existentes se encontram registados ou se todos os bens registados existem fisicamente, bem como à identificação do seu estado e localização, em especial os bens transferidos da CP, os quais representam cerca de 20% do Activo da REFER, em 31/12/2004;

- As infra-estruturas de longa duração (ILD), de conta do Estado, não são objecto de qualquer amortização, em consequência a conta Outras Reservas, que integra Capitais Próprios, onde estão contabilizados os subsídios concedidos ao financiamento destes investimentos, nos termos e ao abrigo da alínea b), do nº. 4, do artigo 22.º dos Estatutos da REFER, aprovados pelo Decreto - Lei nº. 104/97, de 29/4, não foi reduzida proporcionalmente.

Não nos é possível determinar o efeito dos ajustamentos que poderão vir a resultar da resolução das situações acima descritas.

______Sede: Rua da Padaria, nº. 25, 1º. Dtº., 1100 – 388 Lisboa – Telefs. 96 608 72 72; 21 494 35 14; Fax: 21 491 10 53 Escritório: Av. 11 de Setembro n.º 14 – 7º B 2700-624 AMADORA – Tel.: 21 491 44 05 / Fax: 21 491 10 53 ______

SALGUEIRO, CASTANHEIRA & ASSOCIADOS SOCIEDADE DE REVISORES OFICIAIS DE CONTAS (Inscrita sob o n.º 151) SC

Opinião

7. Em nossa opinião, excepto quanto aos efeitos dos ajustamentos que poderiam revelar-se necessários, caso não existissem as limitações descritas no parágrafo nº. 6 acima, as referidas demonstrações financeiras apresentam de forma verdadeira e apropriada, em todos os aspectos materialmente relevantes, a posição financeira da Rede Ferroviária Nacional REFER, E.P., em 31 de Dezembro de 2004, bem como o resultado das suas operações e os fluxos de caixa, referentes ao exercício findo naquela data, de acordo com os princípios contabilísticos geralmente aceites em Portugal.

Ênfases

Sem afectar a nossa opinião sobre as contas, chamamos a atenção para o seguinte:

8. Do Acordo alcançado com a CP, no passado mês de Setembro, sobre diversas transacções relativas a exercícios anteriores, resultou um prejuízo líquido para a REFER de cera de 16.761 milhares de euros, o qual se encontra reflectido na conta Resultados transitados. Da conciliação de contas entre as duas empresas, reportada à data de 31/12/2004, apurou-se um valor total de 4.059 milhares de euros, ainda não reconhecido pelas partes, que na sua maioria diz respeito a situações posteriores ao referido Acordo.

9. Os montantes relativos a indemnizações por rescisão de contratos de trabalho por mútuo acordo, pagos a partir de 1998, eram registados, até ao final de 2003, na rubrica do Balanço de Custos diferidos e amortizados em cinco anos, cujo procedimento tem sido objecto de reservas nas certificações legais das contas anteriores. Conforme expresso na nota 48.15 do Anexo ao Balanço e à Demonstração dos Resultados, em 2004 foi adoptado novo critério na contabilização dessas indemnizações, o qual se traduziu no registo de 16.434.650 euros na rubrica Outros custos e perdas extraordinários. Esta alteração de critério teve como efeito o agravamento dos prejuízos do exercício e dos Resultados transitados, respectivamente, em 5.541.053 euros e 20.161.052 euros (saldo ainda por amortizar em 31/12/2003).

10. Em relação às suas participadas, com capitais próprios negativos, não eram constituídas provisões para riscos e encargos para relevar as suas responsabilidades decorrentes dessa situação, cujo procedimento foi também objecto de reservas, tendo em conta o princípio contabilístico da prudência e a possibilidade da REFER participar na reposição do capital dessas sociedades. Conforme consta da nota 34 do Anexo, foi criada uma provisão, em 2004, no ______Sede: Rua da Padaria, nº. 25, 1º. Dtº., 1100 – 388 Lisboa – Telefs. 96 608 72 72; 21 494 35 14; Fax: 21 491 10 53 Escritório: Av. 11 de Setembro n.º 14 – 7º B 2700-624 AMADORA – Tel.: 21 491 44 05 / Fax: 21 491 10 53 ______

SALGUEIRO, CASTANHEIRA & ASSOCIADOS SOCIEDADE DE REVISORES OFICIAIS DE CONTAS (Inscrita sob o n.º 151) SC

montante de 8.662.057 euros, correspondente ao risco inerente à participação em capitais social de 33% na GIL – Gare Intermodal de Lisboa, SA e 10% na FERNAVE – Formação Técnica, Psicologia Aplicada e Consultoria em Transportes e Portos, SA, que apresentam, em 31/12/2004, capitais próprios negativos de 21.636.336 e 15.220.659 euros, respectivamente. Este novo procedimento teve como efeito um agravamento dos Resultados transitados e Resultados do exercício em 7.776.157 e 885.900 euros, respectivamente. Deverão ser tomadas medidas necessárias para a rectificação da respectiva situação, atento ao disposto no artigo 35.º do Código das Sociedades Comerciais, com a redacção dada pelo Decreto-Lei nº. 19/2005, de 18 de Janeiro

SALGUEIRO, CASTANHEIRA E ASSOCIADOS Sociedade de Revisores Oficiais de Contas Representada por:

Issuf Ahmad, ROC nº 779

______Sede: Rua da Padaria, nº. 25, 1º. Dtº., 1100 – 388 Lisboa – Telefs. 96 608 72 72; 21 494 35 14; Fax: 21 491 10 53 Escritório: Av. 11 de Setembro n.º 14 – 7º B 2700-624 AMADORA – Tel.: 21 491 44 05 / Fax: 21 491 10 53 ______