Tese De Doutorado
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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE CIÊNCIAS RURAIS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EXTENSÃO RURAL CONSTRUINDO A SUSTENTABILIDADE DOS POVOS DA MARÉ ATRAVÉS DA CO-INOVAÇÃO TESE DE DOUTORADO Maviael Fonsêca de Castro Santa Maria, RS, Brasil 2014 2 CONSTRUINDO A SUSTENTABILIDADE DOS POVOS DA MARÉ ATRAVÉS DA CO-INOVAÇÃO Maviael Fonsêca de Castro Tese apresentada ao Curso de Doutorado do Programa de Pós-graduação em Extensão Rural da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM,RS), como requisito parcial para obtenção do grau de Doutor em Extensão Rural. Orientadora: Prof. Doutora Vivien Diesel Santa Maria, RS, Brasil 2014 3 4 Universidade Federal de Santa Maria Centro de Ciências Rurais Programa de Pós-Graduação Em Extensão Rural Comissão Examinadora A Comissão Examinadora, abaixo assinada, aprova a Tese de Doutorado CONSTRUINDO A SUSTENTABILIDADE DOS POVOS DA MARÉ ATRAVÉS DA CO-INOVAÇÃO Elaborada por Maviael Fonsêca de Castro como requisito parcial para obtenção do grau de Doutor em Extensão Rural Comissão Examinadora: Vivien Diesel, Drª (Presidente/Orientadora) Eliane de Carvalho Noya, Drª (IPA) (Coorientadora) Olívio Alberto Teixeira, Dr. (UFSM-CESNORS) Marco Antônio Verardi Fialho, Dr. (UFSM) José Marcos Froehlich, Dr. (UFSM) Santa Maria, 29 de agosto de 2014. 5 DEDICATÓRIA Dedico esta tese aos Pescadores Artesanais, Povos da Maré, Marisqueiras e Catadores de caranguejo de Pernambuco. 6 AGRADECIMENTOS Aos meus pais, minha mãe Maria da Conceição e meu pai Viriato Gomes (in momoriam), pela educação e pelo exemplo de vida que sempre me deram. Aos meus irmãos Samuel, Mario, Marilene, João, Marijane, Moacir, Mauro, Marcelo e Márcio, por estarem sempre presente e terem construindo degraus por onde pude caminhar junto com eles. À minha esposa Nacláudia (Ada), que abdicou de planos e projetos pessoais, e escolheu seguir essa trajetória ao meu lado, me apoiando de forma incondicional a cada novo desafio. Ao meu filho Heitor, que sempre me fez lembrar que a vida é simples, e que me ensina todos os dias o valor das pessoas e das coisas ao nosso redor. Ao Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), pela autorização para a realização da Pós- Graduação e apoio logístico para a realização das atividades acadêmicas e pesquisa de campo, mas principalmente por acreditar e valorizar esse trabalho. À Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), pelo apoio financeiro para as atividades acadêmicas e custeio da pesquisa de campo. À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), pelo apoio financeiro para a realização do estágio sanduiche no exterior. Ao “Centre de Coopération Internationale en Recherche Agronomique pour le Développement” (CIRAD), pela acolhida na Unidade ART-Dev (Atores, Recursos e Territórios do Desenvolvimento), Montpellier, França. Ao meu coorientador estrangeiro, o pesquisador do CIRAD Dr. Eric Pierre Sabourin, pela amizade, orientações, ensinamentos, acolhida, apoio acadêmico e pessoal durante o estágio sanduiche na França. À pesquisadora do IPA Dra. Eliane de Carvalho Noya, pelas orientações e articulações nos encaminhamentos das atividades acadêmicas. Aos amigos e companheiros do IPA, em especial à Milze Luz, Silvana Lemos, Daniela Prado e Cátia Lira, pelo apoio e incentivo para que cada etapa fosse trilhada sem atropelos nem atropelados, aos quais eu agradeço através do Diretor Presidente Dr. Genil Gomes. Aos colegas de turma e demais amigos do Programa de Pós Graduação em Extensão Rural, em especial aos amigos Nara Alves, Carol Nicoloso, Daniel Ferreira, Gabriel Nunes, Gabriel Murad, Aliel Corrêa, Adriana Pisoni, Ana Laura Paraginski, Ezequiel Redin, Iolanda Araújo, 7 Martin Dorneles, Cassiane da Costa, Vilson Flores, e tantos outros amigos da cidade de Santa Maria, RS, agradeço pela amizade, acolhida, incentivos e trocas de experiências. Aos amigos do período do doutorado sanduiche em Montpellier - França, Eduardo Cavalcanti, Millena Monteiro, Daniela Barbosa, Bastien Brunet (o Anjo), Mariana Policarpo, Frederico Alabarse, Junior Senzalla, Samuel Leplus, Maël, Julien Dugue, a a família Guerin. Aos pescadores e pescadoras artesanais do complexo estuarino do rio Formoso, pela atenção e receptividade para que esse trabalho fosse possível, pelos quais gostaria de registrar também minha admiração e respeito. Agradeço também as Colônias de Pescadores Z-5, Z-6 e Z-7. À minha orientadora Dra. Vivien Diesel, pelos ensinamentos, puxões de orelha, apoio, críticas e conselhos; mas principalmente, por ter acreditado e me dado suporte e orientação para a realização desse trabalho. Agradeço a Deus por eu ter tido a oportunidade de encontrar tantas pessoas e instituições importantes que me ajudaram a realizar esse sonho, pois sem os mesmos eu não teria conseguido chegar até aqui. A todos, meu MUITO OBRIGADO! 8 EPÍGRAFE “Os doidos perderam tudo, menos a razão. Têm uma (razão) particular. Os mentirosos são parecidos com os escritores que, inconformados com a realidade, inventam outras”. Ariano Suassuna “Os pescadores sabem que o mar é perigoso e a tormenta, terrível. Mas este conhecimento não os impede de lançar-se ao mar”. Van Gogh 9 RESUMO Tese de Doutoramento Programa de Pós-Graduação em Extensão Rural Universidade Federal de Santa Maria CONSTRUINDO A SUSTENTABILIDADE DOS POVOS DA MARÉ ATRAVÉS DA CO-INOVAÇÃO AUTOR: MAVIAEL FONSÊCA DE CASTRO ORIENTADORA: VIVIEN DIESEL Data e Local da Defesa: Santa Maria, 29 de agosto de 2014. A perspectiva “modos de vida” nos remete a pensar em estratégias de subsistencia das familias, que são variáveis conforme o contexto e as visões de mundo construídas na trajetória histórica de cada comunidade tradicional. Os modos de vida constituem sínteses de visões de mundo, de perspectivas, de artes de trabalho e especialidades, conjugados num processo de adaptação ao lugar e a seus recursos, imprimindo perspectivas de bem viver como aprendizados sociais. Nessa tese buscou-se refletir sobre a proposta de convergência para a construção coletiva do conhecimento e inovação com povos tradicionais. Atualmente os desafios da pesquisa para o desenvolvimento são majoritariamente relativos às formas de interação entre conhecimento científico-popular. Estudos de caso acerca de esforços de co- construção revelam que o processo mostra-se permeado pelas configurações específicas das relações sociais em cada sociedade; onde as representações que cada um faz do outro são fortes balizadores do comportamento dos atores participantes do processo e têm limitado as possibilidades de interações desejadas. Assim, procuramos, através da observação participante, fazer uma análise contextual de estratégias de sobrevivência; da construção social do conhecimento na instituição de um sistema local de conhecimento e inovação e avaliar a presença da pesquisa cientifica neste; e por fim, analisar a possibilidade de uma nova abordagem para a pesquisa, baseada na co-inovação no contexto concreto dos povos da maré do complexo estuarino do rio Formoso, Pernambuco, Brasil. No estudo encontramos um grupo social peculiar envolvido, e inserido, em uma complexa rede de influências e interferências, de pressões e oportunidades. Verificamos que o extrativismo de recursos do mangue tem papel importante nas estratégias de subsistência das famílias e que o modo de vida do povo da maré se mantém vivo apesar das dificuldades, em função da existência de uma identidade consolidada. A identidade, portanto, é perpetuada com base em um modo de vida com estrategias em permanente reconfiguração com base na exploração das oportunidades complementares à estratégia produtiva e econômica central (pesca artesanal). Considerando oportuno seguir a proposição de uma realidade construída socialmente verificamos como se constroem as inovações que asseguram as estratégias adaptativas, descrevendo-se o sistema local de conhecimento e inovação em duas comunidades verificando-se que, no caso, esses estruturam-se com foco no conhecimento do senso comum, mas poderiam se afirmar junto à sociedade através de uma maior integração com a ciência. O desafio inicial para que a inovação torne-se uma ferramenta para a sustentabilidade dos povos da maré seria de buscar estratégias conciliadoras entre os sistemas especialista e tradicional, apontando para possível rede de diálogo convergente. O estudo de um caso de co- inovação com pescadores de Tamandare, em torno da ostreicultura, evidenciou que além de desafios relativos a hierarquia de saberes, questões identitarias e de projeto de futuro influenciam na dinâmica de colaboração entre pesquisadores e pescadores artesanais. 10 Palavras-chave: Povos tradicionais, extrativismo pesqueiro, modo de vida, identidade, co- inovação, sustentabilidade. 11 ABSTRACT Doctoral Thesis Graduate Program in Rural Extension Federal University of Santa Maria BUILDING THE SUSTAINABILITY OF TIDE’ PEOPLE THROUGH CO-INNOVATION AUTHOR: MAVIAEL FONSÊCA DE CASTRO ADVISOR: VIVIEN DIESEL DATE AND PLACE OF DEFENSE: Santa Maria, august 29, 2014. The prospect "livelihoods" leads us to think of subsistence strategies of the families, which are variable depending on the context and the worldviews built in the historical trajectory of each traditional community. The livelihoods are summaries of world views, perspectives, work's gear and specialties, combined in a process of adaptation to the place and its resources, printing prospects of living well as social learning. In this thesis we tried to reflect on the proposal of convergence to the collective construction of knowledge and innovation with traditional peoples. Currently the