Ufpr Luana Da Silva
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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ - UFPR LUANA DA SILVA BORSARI RECEPÇÃO MIDIÁTICA, JOVENS E PODER : UM ESTUDO COMPARATIVO ENTRE CURITIBA E CIDADE GAÚCHA CURITIBA – PR 2011 2 LUANA DA SILVA BORSARI RECEPÇÃO MIDIÁTICA, JOVENS E PODER: UM ESTUDO COMPARATIVO ENTRE CURITIBA E CIDADE GAÚCHA Dissertação de Mestrado apresentada como requisito parcial para obtenção do título de Mestre, do Programa de Pós-Graduação em Ciência Política, da Universidade Federal do Paraná - UFPR. Orientador: Professor Doutor Nelson Rosário de Souza CURITIBA – PR 2011 3 Catalogação na publicação Fernanda Emanoéla Nogueira – CRB 9/1607 Biblioteca de Ciências Humanas e Educação - UFPR Borsari, Luana da Silva Recepção midiática, jovens e poder : um estudo comparativo entre Curitiba e cidade Gaucha / Luana da Silva Borsari. – Curitiba, 2011. 157 f. Orientador: Profº. Drº. Nelson Rosário de Souza Dissertação (Mestrado em Ciência Política) – Departamento de Ciências Humanas, Letras e Artes da Universidade Federal do Paraná. 1. Recepção midiática. 2. Jovens – Meios de comunicação 3. Meios de comunicação - Sociologia. 4. Mídia – Ciência Política. I. Título CDD – 302.23 4 5 DEDICATÓRIA A Deus, que me sustenta no seu amor e misericórdia. Aos pais, que Deus me deu e que são minha consciência quando não respondo à realidade, e são meus pés quando não posso caminhar sozinha. Ao meu irmão Vinicius, que é um amigo fiel a quem devoto amor profundo. 6 AGRADECIMENTOS Agradeço da forma mais carinhosa: Ao Deus, que amo e que abre portas que ninguém é capaz de fechar. Ao meu orientador, Prof. Dr. Nelson Rosário de Souza, pela disponibilidade. Torno evidente minha admiração pela sua competência, humildade e conhecimento científico. Mas agradeço, sobretudo, à amizade que se fortaleceu durante esse período de convivência, que seja eterna! Às tias Marlise e Marli Terezinha, minhas mães de criação, pelo aconchego do seu amor e a firmeza de seus braços. A toda a Coordenação do Curso, especialmente aos professores Emerson Cervi e Ana Luisa Fayet, pelas pertinentes orientações na banca de qualificação. Agradeço à professora Luciana Veiga que carinhosamente, me ouviu e orientou no início desta caminhada. A minha eterna amiga Aline Nunes, que no início desta jornada me deu força e consolo diante dos problemas, sendo um motivo de inspiração. Às amigas Paula Camila e Tiele Ribeiro, que dividiram boa parte da vida comigo, que me recebem em suas casas e me nutrem com amizade sólida e verdadeira. Também à Monalisa Vargas, que veio depois e conquistou seu espaço no meu coração. Ao amigo Alex Barbosa, pelo companheirismo e disposição e principalmente, por confiar em mim. Aos amigos que fiz durante o Mestrado, especialmente, Giovanna Bonamin e Larissa Angeli que cederam suas casas durante minhas viagens a Curitiba e que tantas vezes, me incentivaram a concluir o processo. Ao amigo Afonso, pelas longas conversas e conselhos. Aos amigos Eliane Ruiz e Wendell Fiori, pelo carinho e contribuição e pelas boas horas de conversas e orientações. Aos amigos de Cidade Gaúcha que tanto bem me fizeram durante minha temporada naquele local. À colega Flávia Bozza, pela colaboração e prontidão. Aos jovens colaboradores e entrevistados do trabalho pela disposição de tempo e compromisso firmado. A todos os mestres que a vida me deu! 7 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 9 2 RECEPÇÃO TELEVISIVA E RELAÇÕES DE FORÇA NO COTIDIANO DOS JOVENS 2.1 O PODER NO COTIDIANO .................................................................... 17 2.2 CONDIÇÃO SOCIOLÓGICA DOS JOVENS E A RELAÇÃO COM OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO ........................................................................ 23 3 ESTUDOS SOBRE RECEPÇÃO E MEDIAÇÃO Erro! Indicador não definido. 3.1 SOBRE O ESTUDO DA RECEPÇÃO NO CAMPO DA COMUNICAÇÃO ...................................................................................................................... 28 3.1.1 A Recepção pela Via dos Estudos Culturais .................................... 31 3.1.2 Os Estudos Culturais na América Latina .......................................... 33 3.2 A MEDIAÇÃO COMO BASE DE ENTENDIMENTO PARA A RECEPÇÃO ...................................................................................................................... 36 4 O PAPEL DA IDENTIDADE COMO MEDIAÇÃO NA RECEPÇÃO DE MENSAGENS DA TELENOVELA.................................................................... 42 4.1 A QUESTÃO DA IDENTIDADE............................................................... 42 4.2 A TELENOVELA COMO PRODUTO EXPLORATÓRIO DOS VALORES E IDENTIDADES SOCIAIS .............................................................................. 48 4.2.1 O Enredo da Telenovela “Viver a Vida” ............................................ 59 5 RECEPÇÃO DA TELENOVELA “VIVER A VIDA” ENTRE JOVENS DAS CIDADES DE CURITIBA E CIDADE GAÚCHA ............................................... 63 5.1 ADOÇÃO POR HOMOSSEXUAIS ......................................................... 63 5.2 RACISMO, PRECONCEITO E DISCRIMINAÇÃO .................................. 69 5.2.1 O Namoro e a Questão da Deficiência ............................................. 85 5.2.2 Alcoolismo ........................................................................................ 86 5.2.3 A Vida das Modelos .......................................................................... 91 8 5.2.4 Infidelidade ....................................................................................... 93 5.2.5 Gravidez, Paternidade e Machismo ................................................ 100 5.2.6 A Infância na Novela ..................................................................... 109 5.2.7 Drogas, Aborto e Violência ............................................................. 112 5.2.8 Riqueza e Pobreza: Um retrato do status social. ............................ 124 5.2.9 Observações Extraídas ao Assistir um Capítulo da Novela com os Jovens ..................................................................................................... 128 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................ 141 REFERÊNCIAS .............................................................................................. 150 9 1 INTRODUÇÃO Durante muito tempo, os estudos de Comunicação centralizaram o olhar nos meios de comunicação e não no receptor. Ao longo de várias mudanças, adaptações e novos referenciais, a pesquisa em Comunicação adquiriu também novos paradigmas. Entendeu-se, então, esse olhar do receptor de mensagens midiáticas como meio de interação e produção de significados. Nesse sentido, concebe o estudo do contexto de vida do receptor, como fator elementar para a definição do tipo de significação que cada indivíduo faz da mensagem. Esse fato se justifica porque a percepção é mediada por diversas fontes que propiciam a capacidade de o agente ressemantizar, de acordo com sua experiência. Os estudos culturais contribuem de forma significativa para a análise do contexto no qual os receptores estão inseridos, pois é do ambiente cultural dos agentes que se extraem os aportes significativos para a leitura das mensagens televisivas, já que é na cultura que se dá a constituição das identidades sociais. Entre as várias mídias disponíveis, a telenovela é um produto que enfoca valores e padrões sociais. Ela é uma dessas formas visuais empregadas para significar a realidade e é um programa que atualmente, tem grande audiência na América Latina 1. Constitui-se em um dos produtos da cultura popular e de massa, e é entendida por Leal (1986), Calza (1996), Souza et al. (1995), Ortiz, Borelli e Ramos (1996), Martin-Barbero (1997), Marques (2002), Canuto (2003), Souza (2006), Silva (2009), entre outros autores, como 1 Desde seu surgimento na América Latina, na década de 1950 até os dias de hoje, a telenovela reforça sua importância nas grades de programação de emissoras ao longo de toda essa região, assegurando o crescimento e expansão de importantes cadeias de comunicação e conquistando novos públicos consumidores, em outras regiões do mundo. Mas, foi apenas nas duas últimas décadas que o fluxo se intensificou, ganhando novos produtores e mercados consumidores (COSTA; FADUL, 2010). 10 um recurso pertencente a um universo rico em significados, de intervenção, discussão e possível introdução de hábitos e valores. Nessa perceptiva, a pesquisa busca respostas para alguns questionamentos: Como os jovens assistem telenovela? Que confronto existe entre as relações sociais, identidade, forma de vida e os valores apresentados na trama? Como as mediações incidem na maneira de ressemantizar a mensagem? Em busca de respostas para as indagações, utilizam-se dois conceitos que ajudam a desvendar os valores e orientações embutidos nos discursos dos jovens, a saber: mediação e códigos. Por mediação, Barbero (2008, p. 294) entende “[...] os lugares dos quais provém às construções que delimitam e configuram a materialidade social e a expressividade cultural da televisão”. Por sua vez, Hall (2006b) compreende os códigos como meios para analisar a individualização e a ação dos sujeitos. Com base nessas concepções, a intenção da pesquisa é construir um mosaico com a inclusão de diversos valores e identidades que interferem no processo de recepção de jovens, de culturas distintas. Depreende-se que eles têm autonomia quando operam um código e entende-se o código de oposição, como expressão máxima dessa autonomia. Nos estudos de Comunicação não se fala