E&D 15 Monarcas, Ministros E Cientistas.Pdf
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MONARCAS, MINISTROS E CIENTISTAS. MECANISMOS DE PODER, GOVERNAÇÃO E INFORMAÇÃO NO BRASIL COLONIAL MONARCAS, MINISTROS E CIENTISTAS. MECANISMOS DE PODER, GOVERNAÇÃO E INFORMAÇÃO NO BRASIL COLONIAL ÂNGELA DOMINGUES Centro de História de Além-Mar Universidade Nova de Lisboa Faculdade de Ciências Sociais e Humanas Universidade dos Açores LISBOA 2 0 1 2 FICHA TÉCNICA Título MONARCAS, MINISTROS E CIENTISTAS. MECANISMOS DE PODER, GOVERNAÇÃO E INFORMAÇÃO NO BRASIL COLONIAL Autora ÂNGELA DOMINGUES Edição CENTRO DE HISTÓRIA DE ALÉM-MAR FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS / UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA UNIVERSIDADE DOS AÇORES SEDE Av. de Berna, 26-C 1069-061 Lisboa [email protected] Capa Santa Comunicação, Lda. Rua Actriz Adelina Fernandes, 7B 2795-005 Linda-a-Velha Imagem Francisco Requena (1743-1824), Segundo Salto del Río de los Engaños, aguarela. The Catholic University of America, Oliveira Lima Library, Washington, D.C. Colecção ESTUDOS & DOCUMENTOS 15 Depósito legal 350772/12 ISBN 978-989-8492-14-2 Data de saída Novembro de 2012 Tiragem 500 exemplares Execução gráfica PUBLITO – Estúdio de Artes Gráficas, Lda. Parque Industrial de Pitancinhos BRAGA - Portugal Apoio: ÍNDICE Nota de Apresentação, por JOÃO PAULO OLIVEIRA E COSTA ........................................ 9 Introdução .................................................................................................................... 11 PODER E GOVERNAÇÃO D. João III e o Brasil ..................................................................................................... 17 Em nome de reis, colonos e piratas: o papel dos intérpretes no Brasil em inícios do século XVI ......................................................................................................... 33 «Régulos e absolutos». Episódios de multiculturalismo e intermediação no Norte do Brasil (meados do século XVIII) ...................................................................... 43 A Amazónia entre dois impérios e entre duas áreas científicas ................................. 67 Um governador ilustrado: Francisco de Sousa Coutinho, governador do Estado do Grão-Pará .......................................................................................................... 77 «Porque ao mundo veio para castigo Hum dilúvio de Diccionários e de Jornaes»: a imprensa ilustrada e a avaliação da missão de D. João, Príncipe do Brasil .... 91 «D. João, príncipe esclarecido e pai dos povos, e a fundação das colónias sueca de Sorocaba e suíça de Nova Friburgo» .................................................................... 111 PODER, INFORMAÇÃO E IMAGENS Para um melhor conhecimento dos domínios coloniais: a constituição de redes de informação no Império português em finais de Setecentos ............................ 135 Notícias do Brasil colonial: a imprensa científica e política ao serviço das elites (Portugal, Brasil e Inglaterra) ............................................................................... 151 O Brasil nos relatos de viajantes ingleses do século XVIII: produção de discursos sobre o Novo Mundo .............................................................................................. 179 Viagens Científicas e Divulgação Cartográfica ............................................................ 197 «For the relief of Man’s state or the advancement of national interests?» A percepção da natureza brasileira ao serviço das nações e da humanidade nos escritos dos viajantes do século XVIII” ..................................................................................... 211 Num mundo falto de fé e dominado pela ambição: representações do Brasil e de portugueses na literatura de viagens europeia (1.ª metade do século XVIII) ..... 231 «Desde Piso e Marcgrave que ninguém com curiosidade tolerável descreveu a natu- reza brasileira»: os relatos de Cook, Banks e Parkinson e a construção de imagens do Brasil colonial .................................................................................... 259 Um «sagrado dever» ou uma «amarga política»: o paradisíaco Brasil de Leopoldina 283 NOTA DE APRESENTAÇÃO Cruzei-me pela primeira vez com a Ângela Domingues em Outubro de 1984, quando ambos ingressámos no primeiro curso de mestrado de História dos Descobrimentos e da Expansão Portuguesa. Seguiram-se dois anos de aulas semanais, tento tido o privilégio de trabalharmos com grandes especialistas como Artur Teodoro de Matos, Luís Filipe Thomaz, Luís de Albuquerque, Jill Dias, António Dias Farinha e Maria Beatriz Nizza da Silva. A par dos estudos, ambos colaborámos num projecto de investigação coorde- nado por Teodoro de Matos sobre as fontes sobre Moçambique existentes na Torre do Tombo, pelo que passámos muitas horas na velha sala de leitura de São Bento e mais umas quantas na escadaria do Palácio, à espera de lugar, ou aguardando que a sala abrisse tendo nós chegado com a antecedência necessária para obter uma das 20 (depois 24) chapas mágicas que nos permi- tiam ter um lugar de trabalho. Nesses anos descobri na Ângela, além de uma boa colega, uma investigadora diligente e séria e uma historiadora capaz de compreender e explicar as informações da documentação e não apenas de as repetir. Foram tempos iniciáticos em que estudávamos e nos dedicávamos, pela primeira vez, à investigação de arquivo sistemática. Ao iniciarmos os nossos estudos deparámos com uma historiografia ultramarina pouco desenvolvida, demasiado assente na análise das crónicas e ainda marcada pelo combate ideológico que tinha envolvido a História da Expansão durante o regime do Estado Novo e os anos imediatamente posteriores ao 25 de Abril. Passados quase trinta anos, vivemos numa realidade bem diferente, envoltos numa historiografia de qualidade, diversificada, numerosa, com uma forte dimen- são internacional, pelo que as limitações com que nos deparámos então serão difíceis de compreender pelos jovens que se iniciam hoje na História. Ao definirmos as nossas áreas de especialização para as dissertações, pudemos escolher temas verdadeiramente inéditos e dimensões espácio- -temporais pouco ou nada trabalhadas pela historiografia recente. Aquando dessa escolha, eu e a Ângela tomámos horizontes bem diferentes, pois embrenhei-me no Japão enquanto ela se dedicou ao Brasil. Fomos os pri- 10 MONARCAS MINISTROS E CIENTISTAS meiros a entregar as dissertações de mestrado e dez anos depois concluímos as nossas provas de doutoramento com um dia de intervalo. Continuámos, pois, um trabalho paralelo que se continuava a cruzar em colóquios e con- ferências e no convívio resultante das minhas passagens pelo Instituto de Investigação Científica Tropical e, sobretudo, pela colaboração da Ângela com a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, onde chegou a exercer funções docentes, o que a levou a integrar o Centro de História de Além-Mar como investigadora associada. Quando iniciámos o mestrado, o tema “Brasil-colónia” era ainda pouco estudado no Brasil. Estávamos numa época em que o estado brasileiro não vivia na pujança económica dos nossos dias e em que o “Brasil-império” (o século XIX) concitava quase toda a atenção dos que não se fixavam na História do Século XX. Por isso, os trabalhos de Ângela Domingues tiveram um carácter pioneiro no final dos anos 80 e no início dos de 90, e torna- ram-na uma referência nesses tempos anteriores à vulgarização do estudo do Brasil colonial. O seu trabalho continuado nos temas brasileiros torna- ram-na numa académica respeitada, procurada por estudantes para orien- tação, que continua a mostrar-nos, em cada estudo, mais um pormenor ou mais uma dinâmica desse processo extraordinário que foi a construção do Brasil pelos Portugueses. Os estudos que agora se apresentam neste volume espelham bem a carreira de Ângela Domingues, predominantemente vocacionada para o estudo do século XVIII e para a descoberta do país, através das viagens de exploração, da sua divulgação para a Europa, e ainda para a dimensão multi- cultural em que assentou a construção do Brasil desde a primeira hora, com o papel crucial dos intermediadores. Agora reunidos num volume, estes textos que se encontravam dispersos ganham uma nova visibilidade e uma nova força. Resta-nos, por um lado, desejar que a sua leitura seja proveitosa e estimuladora, atraindo outros investigadores para estes temas ou despertando-os para temas similares; por outro lado, ficamos a aguardar que Ângela Domingues prossiga a sua carreira, e continue a ajudar-nos a conhecer cada vez melhor a nossa História e, em particular, este mundo fascinante do Brasil colonial. Lisboa, 30 de Setembro de 2012 JOÃO PAULO OLIVEIRA E COSTA INTRODUÇÃO Este livro reúne 15 artigos escritos em tempos diferentes, publicados em sítios diversos, agora reunidos num único volume publicado sob os auspí- cios do Centro de História de Além-Mar. Encontram-se, contudo, unidos por um denominador comum, o Brasil colonial, e por uma época predominante, o século XVIII. Apresentam-se como resultado de um trabalho que é acima de tudo individual, da investigação desenvolvida ao longo de vários anos no Instituto de Investigação Científica Tropical, e que reflecte não só o meu interesse por temas diversos, como também vários níveis de maturidade intelectual e científica. Não obstante reconhecer alguma diversidade nos temas escolhidos, creio que há um pressuposto que estrutura esta selecção e que consiste na noção de conhecimento enquanto forma de poder. O saber que se constrói sobre o território brasileiro é produzido por governantes, intermediários, cronistas, cientistas, intelectuais, diplomatas,