Estudos-De-Literatura-Brazileira-Sexta

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Estudos-De-Literatura-Brazileira-Sexta 2 3 4 5 unesp' 9 10 11 12 cm 2 3 4 5 unesp' 9 10 11 12 cm 2 3 4 5UneSp""7 8 9 10 11 cm unesp"7 10 11 Q/^T t^^^<^t>, J^c\ c^-^c: t.r??— 7 £^J^'S_ ESTUDOS DE LITERATURA cm 2 3 4 5unesp""7 9 10 11 cm unesp"7 10 11 JOSÉ VERíSSIMO DA ACADEMIA BRAZILEIRA ESTUDOS DE LITERATURA BRAZILEIRA SEXTA SERIE A HISTORIA DA LITERATURA BRAZU.EIRA BOTELHO DE OLIVEIRA — AS ODES E ELEGIAS — QUESTÕES O SR. ALBERTO DE OLIVEIRA A ACADEMIA BRAZILEIRA — UMA POETISA E DOUS POETAS MACHADO DE ASLIS — LIVROS E AUTORES DE 1903 A 1905 — íNDICE DOS SEIS VOLUMES H. GARNIER, LIVREIRO-EDITOR 71, RUA DO OUVIDOR, 71, 6, RUE DES SAINTS-PÈRES, RIO DE JANEIRO PARIS 1907 cm unesp"*^ 7 10 11 A HISTORIA DA LITERATURA BllAZILEIRA Historia da literatura brasileira, por SYLVIO ROMéFIO, 2* edição, melhorada pelo autor. Tomos I e II, Rio de Janeiro, ,H. Garnier, 1902-11)03. E' do 1888 a publicação dos dois primeiros volumes da Hisloria da literatura brasileira do sr. Sylvio Pioméro. "Vinha essa historia desde o século do descobrimento até 1870. Não obstante ser, ainda antes de acabado, o livro mais completo sobre a nossa historia hteraria, e apezar das suas dimensões, havia nelle lacunas sensíveis, como o silencio sobre o romance e o Iheatro, que justamente antes desta ultima época aqui nasceram e mais floresceram. Essa falta era grave, não só do ponto de vista chronologioo, mas ainda do ponto de vista lógico. 1 2 ESTUDOS DE LITERATURA Certamente o autor a emendaria, sem aliás poder mais sanar o que me parece um erro de methodo, nos seus subsequentes volumes, mas a obra, infelizmente, parou no segundo. Reeditando agora o primeiro, promette-nos elle um terceiro, que a devo concluir. Eu não sei si, com o desenvolvimento que nos dois pri- meiros lhe deu, um só lhe bastará para, sem defeito notável e prejuízo do assumpto, leval-a ao cabo. Obra tal, e sobretudo tào complexa e suggestiva, como é a do sr. Sylvio Roméro, não pôde talvez ser convenientemente julgada sinão no seu conjuncto. Sem embargo da exactidão deste asserto, não creio, entretanto, imperti- nentes os juizos syntheticos delia já feitos. Nào é talvez a Historia da literatura h'asileira do sr. Sylvio Roméro um desses livros quasi per- feitos equasidelinitivos, um standard book, como lhes chamam os inglezes, de trabalhada eru- dição e solida e coherente doutrina, nem, pela sua estruciura e composição, uma obra d'arte ; mas é um acontecimento literário de primeira ordem e como tal conserva todo o seu valor. Não é difficil, e já tem sido feito, apontar- lhe as contradições, as incoherencias, as repe- tições, as inexactidões de facto ou de juizo, os abusos de generalização, a carência de sereni- dade e imparcialidade critica. Nada disto, quando fosse bem verificado, lhe tira, ousiquer A HISTORIA DA LITERATURA diminuo, o mérito próprio, que ó, penso eu, aquelle. Nem tudo o que lhe poz o autor é novo ou original, apezar do seu manifesto e nem sempre legitimo desdém pelos seus antecessores na historia da literatura brazileira, desdém próprio dos temperamentos de luta e de nega- ção, como o seu. Não obstante, a Historia da literatura brasileira do sr. Sylvio Roméro é com certeza um dos livros mais originaos, ou pelo menos mais pessoaes, mais suggestivos, mais copiosos de opiniões e idéas, mais interessantes, de mais veia e temperamento que jamais se es- creveram no Brazil. Si innovou muito menos doque cuida o autor no, que respeita á concepção, o methodo da nossa historia literária, foi o pri- meiro que para ella trouxe as noções da critica e da philosophia modernas, que nella agitou, com maior conhecimento das doutrinas, e mais capacidade de appiicação e generalização, as idéas que fora d'aqui haviam desde muito re- volucionado as criações semelhantes. E a pre- texto de literatura, a sua ífisíona discutia todos os problemas e questões que directa ou indire- ctamente interessavam a nossa vida nacional : políticas, econômicas, scientificas, induslriaes, estheticas, admmistrativas, ethnicas, costumes, crenças, lingua, ideaes, aspirações e opiniões. Apenas se achará alguma de que o livro não trate ou sobre a qual não dê o autor Q seu pa- ESTUDOS DE LITERATURA rccer; e como elleé um nervoso, um apaixonado, um temperamento de combate, um propagan- dista de idéas, e traz da Academia, e lhe ficará por toda a vida, o gosto da discussão, calorosa, entremeiada da chalaça, que a camaradagem escolar desculpa, e que elle tem da melhor es- pécie luso-brazileira, a exposição dellas é sem- pre viva, jamais monótona, nunca banal. Si em dois fartos volumes ella acaba por faligar um pouco, é por causa das repetições, que na pri- meira edição eram demasiadas, e que não sei si foram tão supprimidas quanto convinha nesta segunda. Este defeito, porém, como outros que se podem apontar no livro, derivava da maneira porque o sr. Sylvio Roraéro realizou a sua obra. Apezar da unidade de titulo e de composição que apparenta, ella é por muito fragmentaria, feita em grande parte de artigos diversos em, cada um dos quaes o autor repetia as suas idéas favoritas de pregador de doutrinas que lhe eram caras. O seu livro é de polemica, como de polemista é essencialmente o temperamento li- terário do autor. « Porque esta — perdôem-me citar esta apreciação por mim escripla em 1895 a propósito do livro do sr. Sylvio Roméro üou- trina contra Douirina — é a característica, a dominante do sr. Sylvio Roméro : ser um po- lemista. Fazendo historia ou critica literária, política ou philosophia, escrevendo ou conver- A IIISIÜUIA DA LITKUATÜUA sando, apezar da bonhomia affectuosa, natural e amável do seu trato, que estão longe de sus- peitar os que só por seus livros o conhecem,o sr. Sylvio Roméro é um polemista ». Si esla feição principal da sua Índole espiritual tirou á sua oijra as qualidades de reílexão o impar- cialidade que são as preemiuentes da historia, mesmo literária, prejudicando muitas vezes a exacção dos seus juizos, por outro lado deu-lhe talvez mais vida e interesse. Somente, eu temo que essa vida e interesse não sejam retrospec- tivos, que as doutrinas ou opinõcs pelas quães se bateu com tanto talento e ardor o sr. Sylvio Roméro, umas por totalmente passadas de tempo, outras por vicloriosas, não despertem mais no leitor de hoje a mesma attenção e interesse que levantaram nos de quatorze annosatraz. E' aliás esta a sorte dos livros revolucionários, dos livros de doutrina e propaganda; realizado o seu ef- ieilo, mingua-se-lhes também a virtude essencial. Não sei, porém, de mais gloriosa e consoladora recompensa de um escriptor do que haver in- íluido no espirito da sua geração e do seu tempo. Essa iníluencia, feita principalmente mediante a sua Historia, ó incontestável que a exerceu o sr. Sylvio Roméro, ao menos no grau compatível com a capacidade de acção e reacção espiritual do nosso organismo nacional. Mesmo entre os que delle divergem, e até lhe combatem idéas. ESTUDOS DE LITERATURA concepções, doutrinas, conceitos, ha discipulos seus da primeira hora, espíritos que por mais de uma feição provêm do seu. Para um escri- ptor, para ura pensador que á sua pessoa, á sua mesma obra, antepõe e prefere as idéas, ainda desenvolvidas o modificadas e corrigidas, que espalhou e pelas quaes combateu, náo conheço maior galardão, maior motivo de intimo e nobre contentamento. Penso que para assentarmos em bases defi- nitivas uma historia da literatura brazileira precisamos completar o trabalho de erudição, apenas começado, e muito fragmentário, indis- pensável ao conhecimento exacto e seguro dos materiaes que a compõem. Gomo na historia pohtica, nós principiámos pela synthese, antes de fazer a analyse ; o trabalho de generalização aqui precedeu o do saber exacto. A fonte da nossa historia literária é a inlroducção de Var- nhagen ao seu Florilegio da poesia brazileira (Lisboa, 1850, I e II vols III, Madrid, 1853). Foi elle quem lançou nessas paginas a primeira pedra do edificio ainda não acabado de cons- truir da historia da nossa literatura, e mais quem lhe assentou o critério geral. Wolff, Norberto Silva, Fernandes Pinheiro e outros não fizeram sinão seguil-o, e si o desenvolve- ram, foi segundo o plano das suas indicações. E, sinão pelo espirito philosophico e methodo A HISTORIA DA LITERATURA critico, pelo desenho geral, por innumeras no- ções e informações, ainda a Historia do sr. Sylvio Roméro deriva da Introducção de Var- nhagen, ao qual deve a nossa historia literária mais outros preciosos subsidies. E' obvia, para os que consideram a literatura como um facto social, e sob seu aspecto histórico, a necessidade de um profundo conhecimento dos documentos literários, da época, do meio, do momento em que apparcceram, para a consti- tuição de uma historia do seu desenvolvimento. Um exemplo, porém, não será demais, e é o da difflculdade que presentemente temos dô assen- tar em razões incontestáveis as grandes divisões da nossa historia literária; e não quero maior prova disso do que o vago, o inconherente, o impreciso, o incongruente das divisões feitas pelos differentes autores. Quereis vêr? Na pri- meira edição do seu livro, havia o sr. Sylvio Homero estabelecido uma divisão, que aliás mantém nesta ; mas, como si não estivesse se- guro da sua excellencia ou simples razão de ser, no prólogo desta segunda edição declara que « no que diz respeito á questão dos periodos literários entre nós », não lhe « seria difíicil substitutir a divisão proposta no texto pela se- guinte » — e enuncia-a. Mas logo accrescenta que « poderia ainda ajuntar que, tanto esta nova divisão e classificação, como a que se lê no livro, ESTUDOS DE LITERATURA não perderiam nada em ser substituídas pela seguinte » — e expõe outra.
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